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A Videira e o Agricultor

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Academic year: 2021

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Lição 9- JESUS, A VIDEIRA NA QUAL VOCÊ PERMANECE E FRUTIFICA Texto Bíblico: João 15.1-5

As parábolas de Jesus retratavam o cotidiano com maestria, bem como a riqueza e a beleza da natureza, das estações do ano, dos hábitos dos animais e do cultivo de plantações, como é o caso da lição de hoje, quando Ele se identifica como a videira verdadeira.

A imagem dos discípulos de Cristo como “varas” (ramos) ligadas à videira apresenta notável riqueza de sentido. Vamos explorar esses significados, procurando responder às questões sobre a qualidade do fruto da vide, sobre a importância de permanecer unido a Cristo e sobre os resultados dessa união salvadora.

A Videira e o Agricultor

Para melhor entender o símbolo da videira (Jo 15.1), precisamos rever o conceito do povo de Israel como vide de Deus: “Trouxeste uma videira do Egito, expulsaste as

nações e a plantaste.” (Sl 80.8). Logo, no Antigo Testamento, Deus é o Agricultor e

Israel, a videira.

Infelizmente, essa videira transgrediu a aliança com Deus, voltando-se para a idolatria: “ISRAEL é uma vide ESTÉRIL que dá fruto para si mesmo; conforme a

abundância do seu fruto, multiplicou também os altares; conforme a bondade da sua terra, assim, fizeram boas as estátuas” (Os 10.1).

A palavra hebraica para “estéril” tem também um homônimo que significa o oposto: “luxuriante” (ARA). Eis a riqueza da poesia hebraica: Israel é vide “viçosa” para si mesma, mas “estéril” para Deus.

A videira de Israel teve seu destino selado pela destruição. E o fogo é o símbolo do juízo divino sobre eles (Ez 19.10-12). A vide seria destruída, mas não totalmente:

“Subi aos seus muros, e destruí-os (porém não façais uma destruição final); tirai os seus ramos, porque não são do SENHOR” (Jr 5.10).

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Dentro dessa realidade de dor e lamento, explicita-se já no Antigo Testamento uma esperança para Israel. Deus permitiu um remanescente. Há esperança para Israel! (Is 10.22) Logo, entendemos por que Jesus faz ressurgir a imagem da videira, agora, diferentemente do simbolismo errático de Israel. Em João, Ele se coloca como a “verdadeira” videira, a videira que produz “salvação”!

Um olhar sobre a Videira verdadeira

Ao lermos os Evangelhos, percebemos que Cristo Jesus nada faz que não esteja em consonância com o Pai. É assim porque Jesus representa o cumprimento cabal da proposta de Deus representada na profecia dirigida à vide de Israel: “Num bom campo, junto a muitas águas, estava ela plantada, para produzir ramos, e para dar fruto, a fim de que fosse videira excelente” (Ez 17.8).

Em sua Primeira Carta, João afirma: “...o Filho de Deus é vindo e nos tem dado

entendimento para reconhecermos o Verdadeiro...” (1Jo 5.20a). Ao crermos em Jesus

com todo o coração e entendimento, tornando-o, também, Senhor de nossa vida, chegamos ao conhecimento da Verdade: “...no que é verdadeiro estamos, isto é, em

seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” (1Jo 5.20b).

A excelência da verdade de Cristo em realizar a redenção, está no fato de Ele ser o Messias enviado por Deus. Em obediência ao Pai, sua luz é verdadeira (Jo 1.9), seu alimento é verdadeiro (Jo 6.32), seu testemunho é verdadeiro (Jo 8.14), seu juízo é verdadeiro (Jo 8.16), sua missão é justa e verdadeira (Ap 15.3).

Uma “exortação” aos ramos da Videira

“Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda.” (Jo 15.2).

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A imagem deixada por Cristo em João 15.2 tem provocado muitas discussões teológicas. Quem seriam os cortados? Podem os discípulos que estão em Cristo não serem frutíferos? Discípulos não frutíferos perdem a salvação? O que é “estar em Cristo”?

Primeiro, precisamos entender as limitações da imagem em si. Retirar a fala de Jesus do contexto real de onde ela procede tem efeitos perigosos. Por exemplo, na cultura da videira “'podar' não é simplesmente suprimir galhos, mas sim escolher e deixar na planta, e na posição adequada, as gemas férteis que são fundamentais para a frutificação, qualidade e manutenção da estrutura da videira.”1

Seguindo a lógica da imagem de João 15, quanto mais o ramo se aproximar da posição vertical, maior será o seu vigor! À luz do que ocorreu com Israel, na antiga dispensação, fica evidente que a chave de interpretação dessa passagem está na

permanência do fiel na Videira Verdadeira, que é Cristo, e não em algum sistema

religioso existente.

A explicação de Paulo em Romanos 11, especialmente os versículos 19 e 20, de que houve a poda dos ramos da videira de Israel, por causa da incredulidade, para que os gentios fossem enxertados, mediante a fé, aponta uma direção teológica: permanecer em Cristo é somente pela graça, mediante a fé. Não vem de obras, para que ninguém se glorie diante de Deus.

Depois da poda, a frutificação

O site da EMPRAPA traz informações sobre a poda da frutificação: “tem por objetivo preparar a videira para a produção da próxima safra. Deve ser feita através da

1 DOS SANTOS, Henrique Pessoa. É época de podar as videiras? Em:

https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/14811079/artigo---e-epoca-de-podar-as-videiras. Acesso em 31 de outubro de 2016, às 15h45.

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eliminação de sarmentos mal localizados ou fracos e de ladrões, a fim de que permaneçam na planta somente as varas e/ou esporões desejados.”2

A graça é a provisão para estar/permanecer em Cristo. Arrependimento sincero e fé em Jesus como Salvador e Senhor, são as condições. A partir daí, o ramo ligado à videira frutifica, mas os frutos são de Deus. Obviamente, ninguém pode forçar a mão de Deus e enxertar-se por conta própria na videira. Tampouco pode alguém comprar esse direito. Judas 1.12 descreve esses homens ímpios. Estão nesse triste estado por converterem em dissolução a graça de Deus e negarem Jesus Cristo.

Deve ficar claro que os infrutíferos não foram cortados da videira verdadeira, que é Cristo. Aliás, nunca foram nela unidos. Se a história bíblica for levada em conta, estes podem ter sido partícipes da videira Israel, com seu apego legalista e de autojustificação (salvação por obras), mas não de Cristo.

Uma “afirmação” aos ramos da Videira

“Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado;” (Jo 15.3).

O termo grego para “limpos” (kataroi) aparece aqui nesta passagem e também em Mateus 5.8 (os limpos de coração) e no cerimonial do lava-pés, em que Jesus identifica entre os discípulos a vara fora da videira (Judas, o traidor). Os que estão em Cristo podem frutificar porque foram justificados pela Palavra da Verdade.

Hebreus 10.16-23 nos leva a perceber o novo e vivo caminho da nova aliança com Cristo: a completa remissão de pecados do salvo, a coragem para estar e andar na presença de Deus. Esse é o fruto de justiça, isto é, o resultado inerente ao modo de viver dos que estão unidos a Cristo (ler Filipenses 1.11).

2 Disponível em

https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Uva/UvaAmericanaHibridaClimaTempera do/poda.htm. Acesso em 1 de novembro de 2016, às 17h.

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Quem é quem na plantação

Se no versículo primeiro de João 15, Jesus se apresenta a Videira que atua verdadeiramente em consonância com o Pai, que é o Lavrador da salvação, no versículo 5, Jesus distingue bem quem é quem na videira: “Eu sou a videira, vós, os

ramos”.

Prepotência e orgulho não combinam com o Evangelho. Sabemos que a finalidade do ramo é frutificar e que, depois de podado, e depois de limpo, ele o fará, se e somente se estiver unido à videira. No fim das contas, é da videira que procedem, por meio da raiz, os nutrientes para fazer o ramo frutificar.

Assim, não chamamos os frutos que produzimos de “nossos”, e sim, frutos “do Senhor”, através de nós e por nós (2Co 9.9-11).

Para pensar e agir

Cremos e estamos na Videira verdadeira? Amém. Logo, frutificar é o natural. Mas que tipo de fruto esperar? Escolha um dos exemplos abaixo e compartilhe suas experiências com os demais participantes:

- João 4.36 (Fruto para a vida eterna); - João 15.16 (Fruto permanente);

- Romanos 6.22 (Fruto para a santificação);

- Filipenses 1.1 (“Fruto” de justiça – termo grego no singular, nesse sentido, colhemos o resultado da obra justificadora de Cristo);

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No cultivo da uva, o clima tem forte influência, bem como a topografia e o solo. Depois da poda, vêm a brotação, o florescimento e a frutificação.3 Assim somos nós,

corações cujo solo fértil viu a semente do Evangelho nascer. Deus cuida do clima, produz os brotos e nos faz florescer onde estivermos plantados, para a sua glória!

Leituras diárias Segunda Salmo 80.8-19 Terça Oséias 10.1,2 Quarta Zacarias 3.8-10 Quinta João 15.1-4 Sexta João 15.5-8 Sábado João 15.9-17 Domingo João 15.18-27 3 Em : http://roneiandre.dominiotemporario.com/doc/ESALQ-cultivo_videira.pdf. Acesso em 11 de novembro, às 16h.

Referências

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