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CRITÉRIO DO USO DO CAVALO NOS CENTROS DE EQUOTERAPIA 1

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PÓS-GRADUAÇÃO EM EQUOTERAPIA

ISIS CONCEIÇÃO CAMPOS BOMBARDA OLIVEIRA

CRITÉRIO DO USO DO CAVALO NOS CENTROS DE

EQUOTERAPIA

1

CURITIBA 2015

1 Artigo apresentado à Universidade Tuiuti do Paraná como requisito para conclusão do Curso de

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ISIS CONCEIÇÃO CAMPOS BOMBARDA OLIVEIRA

CRÍTERIOS DO USO DO CAVALO NOS CENTROS DE EQUOTERAPIA

Artigo apresentado à Pós-Graduação de Equoterapia da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito à obtenção do titulo de Especialista.

Orientadora: Prof.ª Fabiana Riskalla

CO-ORIENTADORA: Cyntia Galvão Minardi

CURITIBA 2015

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RESUMO: Este artigo tem como objetivo identificar através da análise de um questionário se as passadas Antepista, Sobrespista e Transpista são oferecidas nos Centros de Equoterapia do Estado de São Paulo filiado e/ou agregados a Ande Brasil e também identificar os critérios de escolha do cavalo para as sessões de Equoterapia. O questionário foi envido via e-mail a 85 Centros de Equoterapia, sendo que destes, 09 responderam ao questionário informando que ofertam as passadas Sobrepistar, Antepistar e Transpistar e apresentando algumas relações entre essas passadas os atendimentos a praticantes, bem como informaram que tem critérios para escolha do cavalo, sendo que dentre elas as mais utilizadas são docilidade, mansidão, condicionamento físico e saúde. Deste modo observou-se que todos os 09 centros, que reponderam o questionário, utilizam e fornecem dentro de suas atividades as passadas (antepista, transpista e sobrepista), verificando assim a relevância dessas passadas no trabalho de equoterapia.

PALAVRAS-CHAVES: Equoterapia, Critérios para escolha de cavalos, Tipos de passadas, Relação entre passadas e atendimentos a praticantes.

ABSTRACT: This article aims to identify through the analysis if the steps “Antepista, Sobrepista and Transpista” are offered in hippotherapy centers of São Paulo State affiliated and/or aggregates to “Ande Brasil” and also identify the criteria of choosing horses for hippotherapy sections. The questionnaire was sent for e-mail to 85 hippotherapy centers wherein 09 of those centers answered the questionnaire informing that they offer the steps “Sobrepistar, Antepistar and Transpistar” and presenting some relations between these steps to the attending for all the practitioners, as well as reported the criteria for choosing horses, wherein the more useful are gentleness, meekness, physical condition and health. So it was observed that all 09 centers They replied the questionnaire use and provide within their past activities (antepista, transpista and sobrepista), and you can check out the great importance of these past within the hippotherapy.

KEY-WORDS: Hippotherapy, Criteria for choosing horses, Kind of steps, relation between the steps and attending for the practitioners.

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – REPRESENTAÇÃO DAS RESPOSTAS À PERGUNTA 1...18

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – CARACTERÍSTICAS DO ANIMAL...19

QUADRO 2 – AVALIAÇÃO CLÍNICA...20

QUADRO 3 – AVALIAÇÃO QUANTO AO TIPO DE UTILIZAÇÃO ...20

QUADRO 4 – PRINCIPAIS RELAÇÕES DOS TIPOS DE PASSADAS E OS ATENDIMENTOS AOS PRATICANTES...21

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1 INTRODUÇÃO

A relação do homem com o cavalo é bem antiga, trata-se da Pré-história datada de 3,5 milhões A.C. a 10.000 A.C. nesta época foi quando ocorreram os primeiros contados com o cavalo selvagem, deste primeiro contato foi que onde ocorreu um importante contato do cavalo com o homem, pois ele foi companhia na paz, na guerra, na caça, nos jogos, na agricultura, nos transporte e nas comunicações, no desporto estabeleceu uma vinculação psicofísica, onde muitos deram um sentido educativo, pedagógico e terapêutico. (LEITÃO, 2008).

Ramos (2005) relata que a participação do cavalo foi fundamental no destino do homem a partir da sua domesticação. Nas guerras e nas conquistas tiveram a marca das patas do cavalo, assim ter a posse do equino passou a significar nobreza e poder. Hoje em dia o cavalo esta representado em atividade econômica, no trabalho, no lazer e no tratamento terapêutico.

A domesticação do cavalo e a descoberta da equitação tornam o destino do homem e desse animal inseparáveis através dos séculos, representando um salto no progresso da humanidade. O cavalo foi utilizado como meio de veneração e de crença, na fabricação do soro e da vacina, no transporte, no trabalho, no lazer e no esporte, sendo esse último considerado, sob a ótica da era moderna, o mais complexo, por nenhum outro desafiar tanto a mente, mobilizando e interligando conexões neurais e combinação com a execução de movimentos complexos para a praticante deste esporte. Atualmente lhe é dado grande destaque na habilitação e educação no tratamento de pessoas portadoras de deficiência e / ou com necessidades especiais. (SAKAKURA, 2006 apud MEDEIROS, DIAS, 2002).

Monty Roberts, 1996, em seu livro O Homem que Ouve Cavalos narrou como suas experiências com seu pai o conduziram a desenvolver a chamada doma racional, a qual se opõe à brutalidade da doma tradicional, assim tem-se um cavalo bem domado e que goste de ser treinado. Na doma tradicional o cavalo é exposto ao homem em uma relação de força e medo, onde esta estabelecida uma luta que o homem sempre é o vencedor. Na doma racional, se exclui qualquer forma de brutalidade com o animal, pois parte-se do princípio que o cavalo vê, sente e ouve, sendo capaz de absorver todas as sensações que lhe é passada pelo domador. Nesta forma considera-se um cavalo bem domando aquele que pode ser montado por um ginete ou uma criança. (RAMOS, 2005).

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Lima (2014) diz ainda que o domador trás com sua atividade uma arte, pois busca um trabalho com qualidade, além disso, a aptidão de domar é adquirida observando regras estabelecidas por gerações anteriores e por meio da interação com o animal.

Cazarim (2010) relata que Xenofonte um general grego em sua obra o Manual de Cavalaria, uma das mais antigas obras sobre a equitação, mostra que se deve "amansar ao invés de domar" o cavalo, assim se isso ocorrer o cavalo servirá tanto para um passeio nos finais de semana, tanto para os empregos mais difíceis, como por exemplo, nas guerras e empregos policiais nas grandes cidades.

A Equoterapia existe há anos, porem no Brasil começou a ser divulgada no começo da década de 70, onde os pioneiros neste trabalho foram a Associação Nacional de Equoterapia– ANDE-Brasil, assim foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina como um método terapêutico em 1997. (VALLE; NISHIMORI; NEMR, 2014).

De acordo com a ANDE-Brasil são vários os exemplos que mostram que a Equoterapia vem desde a Antiguidade Clássica até a Idade Contemporânea, temos, por exemplo, Hipócrates (458 A.C. – 370/351 a. C.), ele indicava a equitação para a regeneração da saúde, do bem estar e no tratamento de insônia. (LEITÃO, 2008).

Equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiências e/ou com necessidades especiais. (ANDE-BRASIL, 2012).

Lermontov (2004) entende também que a Equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo como instrumento de trabalho, assim conseguindo auxiliar no desenvolvimento motor, emocional e social de pessoas portadoras de deficiência e/ou de necessidades especiais, com base na prática de atividades equestres e técnicas de equitação.

Kugler (1980) relata a semelhança entre o cavalo e o homem o andar do cavalo e batimentos cardíacos do homem, as batidas dos membros posteriores do cavalo são mais fortes que as dos membros anteriores, representando a sístole e a diástole, respectivamente. Ainda o calor externo do cavalo é igual ao calor interno do ser humano e este é o único mamífero que transpira no corpo todo, igualmente ao homem. O cavalo consegue carregar o ser humano em seu dorso, simulando o

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embalo da pelve humana, consequentemente transmitindo as sensações dos embalos recebidos na vida intrauterina.

O cavalo na Equoterapia atua como um instrumento cinesioterapêutico muito valioso, pois encima do seu dorso ele oferece varias oportunidades ao praticante como mudança de ritmo e direção do cavalo, movimentos de aceleração e desaceleração do passo, alterações de postura sobre o cavalo, transição de postura com o cavalo em movimento, diferentes posicionamentos dos estribos ou a não utilização dos mesmos, entre outros. (MEREGILLANO, 2004)

O passo do cavalo produz e transmite ao cavaleiro, uma serie de movimentos sequenciados e simultâneos, que gera o movimento tridimensional, que se traduz, no plano vertical, em um movimento para cima e para baixo; no plano horizontal, em um movimento para a direita e para a esquerda, segundo o eixo transversal do cavalo e um movimento para frente e para trás, segundo o seu eixo longitudinal. (ANDE-BRASIL, 2012).

Lorenzetto (2010), relata que o praticante de Equoterapia necessita de uma adaptação sobre o cavalo para poder manter o equilíbrio e ter o ajuste tônico, pois o cavalo realiza movimentos tridimensionais verticais e horizontais, mesmo que involuntariamente, esses movimentos são únicos, sendo que nenhum outro equipamento ou aparelho consegue simulá-lo. Assim através da Equoterapia é possível proporcionar ao praticantes uma capacidade motora antes desconhecida pelo mesmo.

Cirillo, 2006 descreve que o passo é a andadura simétrica, rolada ou marchada, basculante, há quatro tempos, que é quando os membros se elevam ou pousam sucessivamente, sempre na mesma ordem, fazendo-se ouvir quatro batidas distintas. O cavalo, ao se deslocar ao passo das marcas dos posteriores sobre o solo, fica nas marcas dos anteriores correspondentes, no mesmo lugar ou as ultrapassa. No primeiro caso fala-se que o cavalo antepista, no segundo sobrepista e no terceiro transpista.

Segundo Lermontov (2004), para a Equoterapia a andadura mais indicada par se utilizar em sessões é o passo devido sua regularidade. O passo é uniforme, ritmado e pode se tornar para o cavaleiro um embalo, assim não produzindo um impacto em quem monta.

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Santos, 2006 expõe ainda que a escolha certa do cavalo, ou seja, da frequência do passo é de grande importância para se obter o resultado esperado para a adequação da postura correta do praticante.

O animal que tem um número maior de passadas por minutos (antepistar) que fará ativar os receptores proprioceptivos, que assim só responde a estímulos rápidos, como também os receptores articulares que respondem à pressão, gerando aumento do tônus, que é indicado há praticantes hipotônicos. Assim quando o cavalo tem a frequência baixa de passo (transpistar), diminuirá a velocidade dos estímulos proprioceptivos, tendo o movimento rítmico e cadenciado, estimulando o sistema vestibular de forma lenta, tendo assim uma diminuição do tônus muscular de todo o corpo, que é indicado principalmente para praticantes hipertônicos. (SANTOS, 2006).

Walter & Vendramini (2000) e Cirillo (2005) citado por Corlatti (2006) enfatizam ainda mais os benefícios proporcionado pela Equoterapia, como: ganhos físicos, psicológicos, educacionais e sociais. Relatam também que essa atividade exige a participação do corpo inteiro, contribuindo para o desenvolvimento do tônus e da força muscular, conscientização do próprio corpo, relaxamento, equilíbrio, aperfeiçoamento da coordenação motora, melhora da autoconfiança e da autoestima.

Uzum (2005) apud Walter e Vendramini (200) descreve algumas características importantes do cavalo de Equoterapia como sendo: ser um atleta, fazer andamento de forma suave e harmônica, ter o passo ritmado, cadenciado, de baixa frequência, com possibilidade de alta e baixa velocidade, sem mudar a cadência, ter bom engajamento natural, ter linhas harmônicas e ter bom aprumo. O presente trabalho propõe um aprofundamento no tema: a escolha do cavalo utilizado nas sessões de Equoterapia, mais precisamente verificar se o tipo de passada bem como o ritmo de andadura do cavalo são utilizados como critérios para escolha do cavalo para o atendimento em Equoterapia, através de consultas a centros de Equoterapia do estado de São Paulo filiados e ou agregado a ANDE - Brasil.

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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 CARACTERÍSTICAS DO CAVALO EMPREGADO EM EQUOTERAPIA

Cazarim (2010) relata que com a evolução tecnológica das máquinas a vapor e das armas de guerra a tração animal foi considerada um método antigo. Assim o cavalo teve que se adequar para não ser utilizado somente à arte equestre desportiva e à lida na agricultura. Ele foi bem aproveitado e teve também presença marcante na sociedade atual, onde passou a ser cavalo de Equoterapia, graças a sua docilidade, seu impacto visual, andaduras e o seu símbolo de austeridade e nobreza.

College (1990) diz que o cavalo é um ser particularmente maravilhoso em relação aos seus sentimentos, pois o cavalo consegue se adequar e mudar de humor juntamente com seu proprietário. O cavalo por tanto não tem ideia do que cerca a mente humana e suas confusões mentais, mas ele é o animal que esta mais perto do ser humano em relação as suas emoções.

É imprescindível a presença do cavalo na Equoterapia, hoje em dia é dado ao cavalo o grande destaque como agente e reabilitação e educação, pois só ele pode proporcionar às pessoas com necessidades especiais, através do seu movimento tridimensional, as condições para uma reabilitação. Apenas o cavalo pode transmitir ao seu cavaleiro uma sensação de segurança pelo calor de seu corpo e das batidas de seu coração. (LERMONTOV, 2004).

A Equoterapia é um método de tratamento que visa à reabilitação física e metal de pessoas portadoras de necessidades especiais, que utiliza o cavalo em abordagem interdisciplinar. O cavalo, neste método, entra como um agente facilitador, proporcionando aos praticantes ganhos físicos e psicológicos, exigindo um trabalho muscular intenso e contribuição para adequação do tônus, melhora da coordenação e do equilíbrio. LORENZETTO (2010).

Walter e Vendramini (2000) relatam que o cavalo para Equoterapia tem que ser atleta, fazer seu andamento de forma suave e harmônica, ter seu passo ritmado e com baixa frequência tendo ainda a possibilidade de baixas e altas velocidades, ter bom aprumo.

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Lermontov (2004) explica algumas características do cavalo: ele é um quadrúpede com a locomoção similar ao do ser humano, é um animal que vive em manada e isso lhe da a segurança e permite o seu relacionamento afetivo, sua visão é imprecisa, pois enxerga movimentos bruscos como sinais de perigo, é um animal de fácil domesticação, uma vez que possui características juvenis assim permitindo o aprendizado, a sua comunicação é mediante os sons e linguagem corporal.

Na equoterapia, o cavalo é o mediador responsável pela reabilitação, pois, quando está ao passo, seu dorso promove no cavaleiro movimento tridimensional (deslocamento em três eixos: vertical, horizontal e diagonal) e também movimentos e rotação de 5º da cintura pélvica, exigindo deste a participação do corpo inteiro. (CORLATTI, 2006 apud ANDE, 2004; CAZZARIM, 2005).

2.2 IMPORTÂNCIA DO MOVIMENTO TRIDIMENSIONAL DO CAVALO NA EQUOTERAPIA

Lermontov, 2004 diz que o praticante encima do dorso do cavalo sofre três distintas forças: uma força de cima para baixo (plano vertical), uma força lateral alternada (plano horizontal/eixo transversal) e uma força sobre o plano póstero-anterior (plano horizontal/eixo longitudinal). A junção dessas três formas é denominada de movimento tridimensional, que proporciona ao praticante uma adaptação ao ritmo do passo do cavalo, que exige contrações e descontrações simultâneas dos músculos agonistas e antagonistas, dando um ajuste tônico da musculatura para manutenção da postura e do equilíbrio.

Assim, quando o cavalo esta em ao passo, ocorre o movimento tridimensional em seu dorso, que é quando o cavalo se desloca que é quando há o deslocamento para cima e para baixo, para frente e para trás, para um lado e para o outro. (SILVA e GRUBITS, 2004).

O movimento tridimensional realizado pelo cavalo da ao cavaleiro ganhos físicos, isso acontece por conta do passo do cavalo, caracterizado por ser uma andadura, rolada ou marchada, simétrica e ritmada. (BARBOSA; MUNSTER, 2013).

A oscilação provocada pelo movimento tridimensional do cavalo pode produzir na cintura pélvica do paciente montado movimentos correspondentes ao da pelve durante a marcha. (SAKAKUNA, 2006).

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Uzun (2005) diz ainda, que o movimento tridimensional, rítmico e balançante realizado pelo cavalo proporciona ao praticante estimulo ao sistema vestibular, melhorando a consciência espaço-temporal, concentração equilíbrio e consolida a segurança gravitacional.

2.3 TIPOS DE ANDADURAS DO CAVALO, RITMO E FREQUÊNCIA

O animal oferece uma diversidade de movimentos enquanto se está sobre seu dorso e possui três andaduras: passo, trote e galope. No trote, o cavalo movimenta duas pernas de cada vez, sempre na diagonal, sendo assim realizado em dois tempos, havendo uma simetria entre os movimentos da coluna vertebral e o seu eixo longitudinal; já os movimentos de pescoço são quase imperceptíveis. O galope é uma andadura de três tempos, ou seja, enquanto dois membros se movimentam juntos, os outros dois podem se mover separadamente, tendo ainda uma movimentação do pescoço o que ocasionará uma grande basculação, ocasionando um salto e assim um tempo de completa suspensão, e por fim será assimétrico, pois o movimento da coluna vertebral não estará em simetria com o eixo longitudinal do cavalo. Sendo assim tanto o trote e o galope são andaduras saltadas, onde o cavalo exerce um maior esforço e movimentos mais rápidos e bruscos, exigindo do cavaleiro mais força para se segurar e um maior desenvolvimento ginástico. (LORENZETTO 2010).

Rosa, 2006 relata que o comprimento da passada é a distancia entre os contatos sucessivos com o solo (marca dos cascos no solo) pelo mesmo casco. Quando o casco traseiro pisa atrás da marca do casco dianteiro, dizemos que o cavalo esta antepistando. Quando o casco traseiro pisa sobra a marca deixada pelo anterior diz-se que o cavalo esta sobrepistanto. Assim quando o casco traseiro pisa à frente da marca do dianteiro ele esta transpistando.

Uzun (2005) verifica ainda que a característica mais importante para a Equoterapia é o passo do cavalo que é quando ocorre uma sequencia de movimentos e simultâneos que se resulta no movimento tridimensional, que se resume no plano vertical em um movimento para cima e para baixo, no plano vertical, em um movimento para direita e para esquerda, segundo o eixo transversal do cavalo, e segundo o eixo longitudinal, um movimento para frente e para trás. A junção destes movimentos é completada com uma pequena torção pélvica do cavaleiro que é resultada pelas inflexões laterais do dorso do cavalo.

Uzun (2005) relata também que a análise das andaduras do cavalo foi descrita, pela primeira vez em 1978 por Baumann, outros autores também

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escreveram sobre a andadura do cavalos com base na primeira literatura escrita, sem apresentar nenhum ponto de diferentes entre eles.

O passo é uma andadura simétrica, pois a variação da coluna vertebral em relação ao eixo longitudinal do cavalo é simétrica, marchada ou rolada porque não existe tempo de suspensão, isto é, sempre tem membros em apoio ao solo, basculante pela consequência dos movimentos do pescoço e há quatro tempos, porque, desde o elevar até o pousar de um determinado membro, ouvem-se quatro batidas distintas. O trote é uma andadura simétrica, pois os movimentos da coluna vertebral em relação ao eixo longitudinal do cavalo são simétricos, fixada, pois os movimentos do pescoço são quase imperceptíveis e é há dois tempos, porque entre o elevar de um bípede diagonal até seus retorno ao solo, ouvem-se duas batidas, também é saltada, pois existe um tempo de suspensão dos seus membros. O galope é uma andadura assimétrica, pois o movimento da coluna vertebral do cavalo em relação ao eixo longitudinal não é simétrico, saltada porque existe um tempo de suspensão de seus membros, muito basculada em razão dos amplos movimentos do pescoço e há três tempos porque entre o elevar de um membro ou membros associados, até seu retorno ao solo, ouvem-se três batidas. (ANDE-BRASIL-2012).

2.3 CORRELAÇÕES ENTRE O TIPO DE CAVALO, ANDADURA E PRATICANTE

Sakakura, 2006 relata que o deslocamento do centro da gravidade do praticante tem haver com as variações do passo do cavalo, velocidade, estimulação da direção e equilíbrio, isso facilita na dinâmica da estabilidade postural e restabelecimento da desordem motora do praticante. Assim é necessário que o praticante se utilize de suas reações de equilíbrio, aumentando o recrutamento muscular para manter-se sobre o cavalo em movimento, preservando assim, o equilíbrio na postura desejada.

A equitação terapêutica traz uma abordagem de tratamento ao praticante de forma global. (SAKAKURA, 2006).

Rosa, 2006, diz que para atingir resultados funcionais terapêuticos específicos a Equoterapia se utiliza dos movimentos multidimensionais do cavalo. O passo do cavalo fornece estímulos sensoriais através do movimento, que é variável, rítmico e repetitivo. Esses movimentos rítmicos e repetitivos do cavalo proporcionam

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significativas melhoras no tônus muscular, no equilíbrio, na postura, na coordenação, na força, na flexibilidade e nas habilidades cognitivas dos praticantes.

Ao passo e ao trote as marcas dos posteriores sobre o solo podem ficar aquém das marcas dos anteriores, então diremos que o cavalo antepista. O cavalo sobrepista quando as marcas ficam no mesmo lugar e quando ultrapassam o cavalo transpista. O passo é a andadura mais favorável para a relação cavalo e cavaleiro, o que permite uma íntima ligação em condições de grande precisão. O cavalo que sobrepista e transpista são os mais indicados, se ele transpista é melhor, pois intensifica o movimento tridimensional. (KAGUE,2004).

Pode se dizer que as andaduras naturais dos cavalos são, por sua vez, as que se executam instintivamente, que podem ser denominadas por passo, trote e galope. O passo é a andadura mais utilizada na Equoterapia, pois é quando o animal realiza apoios laterais e diagonais, geralmente a partir de apoio anterior (quando se inicia pelo anterior esquerdo, este é seguido pelo posterior direito, anterior direito, posterior esquerdo e assim sucessivamente), podendo assim se realizar quatro fases de deslocamento, a saber: levantar o membro do solo; suspendê-lo no ar, retomar o contato com o solo, apoiar-se nele, determinando um tempo de apoio e outro de suspensão. (PIEROBON e GALETTI, 2008).

Salvadori (2013) diz também que o passo é a andadura natural do cavalo (para cima e para baixo; para os lados; para frente e para trás), divide-se em quatro fases: levantar, oscilar, contato com o solo e apoiar, que podem ser resumidos em apoio e suspensão. O andar do ser humano e do cavalo é muito parecido, pois os dois provocam o deslocamento da cintura pélvica.

Falando ainda sobre a andadura ao passo, Pierobon e Galetti (2008) dizem que ela pode variar entre o transpistar, sobrepistar e antepistar, sendo que essas alterações podem ser desencadeadas dentro das necessidades de cada praticante. Assim a frequência está relacionada diretamente com o comprimento do passo e à velocidade da andadura, sendo que a frequência mais adequada para praticantes com déficits motor é de 40 à 45 passadas por minuto.

Na Equoterapia o tipo de cavalo e de andadura são escolhidos conforme a necessidade de cada praticante, sendo que a variação do passo do cavalo, velocidade, estimulação de direção interferem como resposta ao deslocamento do centro de gravidade do praticante. Assim é de extrema importância a análise de tônus muscular do praticante, pois dependendo da qualidade do tônus, esta

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influenciará diretamente na escolha da frequência do passo do cavalo (PIEROBON e GALETTI, 2008).

No mundo equestre existem várias pesquisas a respeito do movimento do dorso do cavalo e suas consequências, em relação ao seu cavaleiro. A primeira consequência é o ajuste tônico, pois o cavalo é um animal que nunca está parado totalmente. A troca de apoio das patas, o deslocamento da cabeça ao olhar para um lado e outro, o abanar do rabo, etc. com isso impõem ao cavaleiro/ praticante um ajuste no seu comportamento muscular, a fim de responder ao desequilíbrio provocado por esses movimentos. (CARVALHO, 2007).

A Ande - Brasil (2012), diz que não existe uma raça especifica de cavalo para o uso na Equoterapia, pois qualquer cavalo tem o potencial para ser utilizado, tudo depende das características a serem estudadas na seleção, treinamento e no desempenho que possam ser usadas nos programas de Equoterapia.

Kangue, 2004 afirma ainda que não existe uma raça própria de cavalo para o trabalho em Equoterapia, muito menos um animal perfeitamente ideal. O que se pode é apenas listar algumas características básicas que podem ser levadas em consideração para quando for realizada a escolha: o cavalo "perfeito" deverá realizar as três andaduras regulares, que são o passo, o trote e o galope e ser equilibrado, tendo o seu centro de gravidade do garrote.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Para realização deste trabalho, foi desenvolvido um questionário em conjunto com a orientadora e co orientadora, que são profissionais atuantes na equoterapia, que teve por objetivo verificar se os centros de Equoterapia possuem como prática a análise de ritmos/frequência de passada (antepista, sobrepista e transpista) do cavalo, como critério para o planejamento do atendimento em equoterapia, bem como é feita e com quais critérios a escolha dos animais para utilização nos atendimentos. Os questionários foram enviados aos centros de Equoterapia filiados a ANDE – Brasil, via e-mail e por contato telefônico, com intuito de se emitir uma análise de suas repostas e ao final constatar a tese proposta, qual seja, utilização da análise do ritmo/frequência do cavalo (antepista, sobrepista, e transpista) como critério para o planejamento de atendimentos em equoterapia e identificação dos critérios de escolha dos animais utilizados nos atendimentos. Para processar a análise, delimitou-se o espectro da pesquisa aos 85 centros de Equoterapia filiados a ANDE – Brasil e localizados no Estado de São Paulo.

3.2 CENTROS PARTICIPANTES DA PESQUISA

Foram enviados e-mails aos 85 Centros de Equoterapia filiados a Ande – Brasil do Estado de São Paulo. Destes, apenas 09 responderam o questionário proposto, sendo que a própria negativa em resposta ensejará uma reflexão adiante.

3.3 QUESTIONÁRIO

Para o desenvolvimento do questionário proposto, procurou-se concentrar as perguntas de forma não evasiva, concentradas no tema e adequadas à discussão e, sendo assim, foi apresentado aos Centros o seguinte questionário:

1) Existe, nesse Centro de Equoterapia, algum critério de escolha do cavalo para o atendimento do praticante em Equoterapia?

Sim Não

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3) Os tipos de passadas: transpista, sobrepista e antepista são ofertadas pelo seu centro?

Sim Não

4) O tipo de passada (sobrepista, transpista, antepista) do cavalo é um critério para o planejamento da atividade de equoterapia?

Sim Não

5) Se sim, como relaciona o tipo de passada com a atividade e/ou praticante? 6) Comentários/Críticas/Sugestões:

3.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

De posse das respostas ofertadas pelos centros participativos da pesquisa, fora realizada uma análise, a qual pode ser assim descrita nos seguintes tópicos:

Primeira pergunta, constatou-se a unanimidade na existência de critérios para escolha do cavalo, gráfico 1:

GRÁFICO 1 – REPRESENTAÇÃO DAS RESPOSTAS À PERGUNTA 1

A segunda pergunta, referente ao caso positivo no pergunta sobre existência de critérios para escolha do cavalo, teve suas respostas distribuídas em 03 quadros distintos: Características do Animal (QUADRO 1), Avaliação clínica (QUADRO 2) e Avaliação quanto ao tipo de utilização (QUADRO 3):

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QUADRO 1 – CARACTERÍSTICAS DO ANIMAL

(1º) 8 RESPOSTAS

Docilidade/mansidão

7 RESPOSTAS Condicionamento Físico/Saúde 3º

5 RESPOSTAS Andadura regular 4º

4 RESPOSTAS

Animais de maior idade, aposentados ou prestes a se aposentar. 5º 3 RESPOSTAS Bom aprumo 6º 2 RESPOSTAS

Estatura baixa, adaptação à rampa, castrados e adestramento básico ou mínimo.

1 RESPOSTA

Adaptados para utilização de rédeas longas, tipo de doma a que foi submetido, cadência da passada, comportamento compatível com a atividade, tipo de alimentação.

QUADRO 2 – AVALIAÇÃO CLÍNICA

Realização de testes de reações nos olhos, cabeça e orelhas referentes a movimentos bruscos, barulhos e toques.

Submissão do animal a um período de testes para adequação ou não à sua utilização.

Avaliação de Médico veterinário, Ferreiro e do Instrutor.

Avaliação da adaptação do animal a nova alimentação (inclusão de cenoura no cardápio visto utilização do alimento como meio de interação entre praticante e animal).

Avaliação da mucosa dos olhos, boca e ânus, tendões e boletos, situação da ranilha, solicitação dos exames de Anemia Infecciosa Equina e Mormo.

Observação do comportamento do cavalo na baia e em liberdade.

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QUADRO 3 – AVALIAÇÃO QUANTO AO TIPO DE UTILIZAÇÃO Verificação quanto ao programa no qual o cavalo vai trabalhar,

dentre eles:

Cinesioterapêutico

Enfoque emocional Enfoque educacional Atividade paradesportiva

Com relação à terceira pergunta, constatou-se a unanimidade na oferta dos tipos de passada nos Centros participantes, conforme o gráfico 2:

GRÁFICO 2 - REPRESENTAÇÃO DAS RESPOSTAS À PERGUNTA 3

Dessa forma, podemos verificar a importância da relação dos tipos de passadas e atendimentos, uma vez que todos os Centros participantes da pesquisa informaram que os tipos de passadas (referentes às passadas antepistar, sobrepistar e transpistar) são ofertados em suas atividades e que realizam a análise deste critério para o planejamento das atividades de Equoterapia.

A quinta pergunta, pautada sobre o Tipo de passada (antepista, sobrepista e transpista) e sua relação com o atendimento do praticante, proporcionou a descrição das tipificações destacadas no quadro 4, como se observa a seguir:

QUADRO 4 – PRINCIPAIS RELAÇÕES DOS TIPOS DE PASSADAS E OS ATENDIMENTOS AOS PRATICANTES

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CENTROS: 1, 2, 4, 5, 7,

8

Para a avaliação do paciente, se deve relacionar a andadura ideal com a patologia do praticante.

CENTROS: 1, 4, 9

Adequam a passada transpista para praticantes espásticos e hipertônicos

CENTROS:

1, 9 Adequam a passada antepista para praticantes hipotônicos CENTROS:

2, 4

Relacionam a utilização dos tipos de passadas à regulação do tônus muscular

CENTRO: 1 Adequa a utilização da passada sobrepista a pacientes com tônus muscular próximo ao normal

CENTRO: 3 Informou que para atendimentos voltados a cinesioterapia utilizam cavalos com frequência de no máximo 44 passos por minuto

CENTRO: 6 Associa a passada sobrepista a pacientes hipotônicos, relacionando a utilização ao ganho de tônus muscular.

CENTRO: 7

Informou que utiliza a passada transpista para modular a velocidades de acordo com estímulos e patologias;

Associa as passadas sobrepista e antepista a praticantes que necessitam de estímulos proprioceptivos mais suaves.

CENTRO: 9

Associa a passada sobrepista a praticantes espásticos; Associa a passada antepista a praticantes autistas, com déficit de atenção, hiperatividade e hipotônicos.

CENTRO: 2

Informa que se a atividade for realizada por uma equipe com intuito de relacionamento pessoal e se as atividades forem de alimentação, as andaduras não desqualificam o solípede;

Ressalta ainda que o cavalo que transpista pode ser ensinado a antepistar ou sobrepistar.

CENTRO: 8

Informou que para os atendimentos é montada uma pista especial, sendo discutido o aproveitamento e rendimento do praticante antes e depois da sessão, pois, por vezes em um só praticante não ocorre apenas uma síndrome.

Observou-se que os Centros convergem na maioria das relações e divergem em algumas, fruto, talvez, da experimentação e obtenção de resultados positivos em

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pacientes, contudo a análise geral permite verificar que os Centros concordam com a teorização citada neste estudo no tocante à adequação das passadas sobrepista, transpista e antepista.

Com relação aos comentários dos Centros em relação a pesquisa realizada, dos 9 Centros, somente 4 se manifestaram. São eles:

Centro 03: Muito importante esta pesquisa, pois a escolha do cavalo de Equoterapia é fundamental para os resultados, não só físicos, mas cognitivos e emocionais. Faltam trabalhos no Brasil com relação ao tema.

Centro 06: Infelizmente nem todos os centros de Equoterapia se preocupam com a qualidade de vida dos cavalos, suas passadas e seus temperamentos. Isso é muito triste, pois a Equoterapia se dá através do movimento cinesioterapêutico do cavalo. Estou na coordenação há cinco anos e já vi mais de cinco crianças supostamente portadoras de paralisia cerebral, conseguirem desenvolver uma boa deambulação depois da estimulação através da Equoterapia. Sendo assim, acredito que através das pesquisas poderemos provar melhor esse trabalho e ao mesmo tempo requerer melhores condições para nossos cavalos terapeutas.

Centro 07: É importante ressaltar que cada caso clínico deve ser discutido em equipe interdisciplinar, após uma boa avaliação clínica, para que os profissionais juntos possam decidir e sugerir um bom planejamento terapêutico na Equoterapia. A escolha do cavalo, encilhamentos e material terapêutico são de fato um diferencial na Equoterapia, e para isso o olhar de cada profissional traz o crescimento para a equipe.

Centro 09: Por se tratarem de animais doados e o trabalho ser desenvolvido em Instituição Filantrópica, muitas vezes não temos a opção de ter um animal adequado para cada tipo de paciente. Tentamos adequar o passo do animal variando sua velocidade e também a inclinação de terreno para atingir o objetivo desejado.

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4 DISCUSSÃO

Foram observadas respostas afirmativas de todos os noves centros na questão referente a se os centros tem um critério de escolha do cavalo para ao atendimento em Equoterapia. Obtiveram-se respostas bem parecidas na questão para se elucidar o processo de escolha do cavalo, sendo cavalos mansos, bons aprumos, morfologia do animal, passo adequado, machos castrados e de boa doma. A semelhança das respostas é um bom sinal, pois se observa uma padronização neste critério entre os centros participantes da pesquisa e que tal padronização poderá servir no futuro para indicação de modelo às novas instituições.

Observa-se ainda que a semelhança entre as respostas indica que os centros estão seguindo a linha doutrinária da Ande – Brasil (2012), a qual relata sobre a escolha do cavalo que não existe uma raça especifica para o uso da equoterapia, pois tudo dos objetivos traçados para cada praticante. Kangue (2004) também fala algumas características a ser observadas na escolha, como andaduras regulares e ser equilibrado.

Na questão se os tipos de passadas transpista, sobrepista e antepista são ofertados nos centros, todos os noves participantes afirmaram que sim, oferecem. Em relação à passada transpistar, sobrepistar e antepistar e o praticante e/ou atividade, todos os centros tiveram suas resposta semelhantes, pois relacionam o tipo de passada com as patologias e necessidades de cada praticante. Pierobon e Galetti (2008) falam sobre transpistar, sobrepistar e antepistar que são passadas utilizadas dentro de cada necessidade dos praticantes, sendo assim importante analisar o tônus muscular de cada praticante, pois isso influenciará diretamente na escolha do cavalo quanto sua frequência do seu passo.

Como o retorno dos centros foi baixo, os resultados se baseiam na análise de 9 respostas obtidas, ou seja se considerarmos um universo de 85 Centros, a pesquisa baseou-se em 10,59% do total. Tal fato nos leva a considerar uma carência de pesquisas na área de Equoterapia, assim como na participação dos Centros em colaborar com o desenvolvimento destas. Muitos podem ser os motivos da pouca assiduidade às pesquisas, porém surge um alerta para a importância dos profissionais em começar a desenvolver e colaborar com o crescimento acadêmico da Equoterapia.

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No universo da pesquisa pode se observar problemáticas como o pouco retorno dos questionários respondidos. Primeiramente, supôs-se que os e-mails estivessem errados, assim sendo, optou-se por também ligar e solicitar a confirmação do e-mail e ainda, mais uma vez, solicitar a resposta ao questionário, mesmo assim poucas instituições responderam ao questionário, o que pode ser associado a uma possível desconfiança com relação aos questionamentos ou ainda que tais instituições não tenham a cultura de utilização de e-mails regularmente, porém, são somente hipóteses levantadas.

Outra hipótese surgida foi uma possível dificuldade de comunicação funcional entre os Centros e a Ande Brasil. Dessa forma vislumbra-se como fundamental para o fortalecimento da pesquisa a otimização entre Associação e Centros filiados.

Apesar de todas as tentativas de contato com os centros de equoterapia, o retorno foi abaixo do esperado, o que pode despertar para a discussão sobre a importância do olhar direcionado ao equino e a fundamental pertinência da escolha deste para o atendimento em equoterapia, respeitando as características do animal, avaliação clinica e sua avaliação quanto ao tipo de utilização.

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5 CONCLUSÃO

Observa-se, neste estudo, que os centros participantes se utilizam do critério analisado para a escolha do cavalo. Assim, foi possível classificar, dentro dos parâmetros propostos, como os centros participantes da pesquisa, estabelecem critérios para escolha dos cavalos utilizados na prática de equoterapia, bem como a importância e a forma de utilização dos tipos de passada (antepista, sobrepista e transpista), sendo que foi possível classificá-los em: Características do Animal, Avaliação clínica e Avaliação quanto ao tipo de utilização.

Observou-se também que todos os Centros ofertam os tipos de passadas (Antepista, Sobrepista e Transpista) em suas atividades. Assim, mesmo com a pequena amostra de resposta foi observado que as passadas antepistar, transpistar e sobrepistar são de grande importância nos atendimentos de Equoterapia e que os Centros filiados e/ou agregados a Ande - Brasil que responderam ao questionário utilizam dessas passadas para melhor atender seus praticantes, tendo melhores resultados no atendimento em Equoterapia.

A análise do cavalo é de grande importância no atendimento em equoterapia, pois a não consideração desta, pode acarretar efeitos contraditórios aos objetivados terapeuticamente, alterando resultados esperados e até promovendo vivencias não funcionais ao praticante.

Considerando a baixa porcentagem de adesão à pesquisa, sugere-se que este levantamento de dados possa oferecer aos centros e aos pesquisadores a opção de criação de ferramentas para atualizar as informações da ANDE – Brasil e dos Centros a ela filiados e/ou agregados anualmente, visto que o acesso ao banco de Instituições nem sempre será feita apenas por pesquisadores, mas também pela população em busca de instituições próximas às suas residências e que são filiadas a Associação, que possui referência nacional.

Com tudo fica o alerta para a conscientização dos centros em colaborarem com as pesquisas que são encaminhadas por instituições acadêmicas, alimentando o banco de dados do próprio centro quanto da Ande-Brasil, além de despertar a atenção em relação à forma que os centros de equoterapia cadastrados a Ande Brasil estão tratando a escolha e necessidades do cavalo.

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REFERÊNCIAS

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Referências

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