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Resumo. 1 - Introdução

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Academic year: 2021

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Este artigo, disponível em http://www.nied.unicamp.br/oea/, refere-se ao curso de construção de páginas para a Internet desenvolvida para professores, realizado por pesquisadores da PUCSP em 2000, junto ao projeto “Profissionalização de Docentes e Administração da Educação, MEC/OEA. Artigo publicado no "Congresso Ibero_Americano de Informática na Educação", RIBIE2000.

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Ednilson Aparecido Guioti∗ Rosamaria de Medeiros Arnt∗

Resumo

O seguinte trabalho tem por objetivo retratar uma das atividades que vem sendo desenvolvida por nós no Projeto “Profissionalização de Professores e Administradores Educacionais”1, uma oficina de construção de páginas para a Internet. Esse trabalho foi realizado em parceria com professores e administradores de uma escola da rede pública municipal de ensino da cidade de São Paulo, onde já realizamos diversas ações, objetivando construir com os professores e administradores um ambiente de aprendizagem significativa, contextualizada e prazerosa.

1 - Introdução

Tivemos como propósito realizar uma oficina sobre a construção de páginas para a Internet, com professores de uma escola pública da rede municipal de ensino da cidade de São Paulo. Essa atividade fazia parte de uma proposta maior contida no Projeto “Profissionalização de Professores e Administradores Educacionais”.

Desta forma, nossa ações não representavam um momento isolado, uma oficina estanque para capacitar os professores na utilização da rede mundial em suas atividades educacionais. O vínculo com o projeto acrescenta compromisso e a responsabilidade de sermos coerentes com o grupo de pesquisadores, com os pressupostos e fundamentação que norteiam a intervenção na escola.

Assim, ao descrevermos o planejamento e as atividades desenvolvidas na oficina em si, precisamos analisar em que contexto este planejamento se deu.

Mestrandos do Curso de Pós-graduação em Educação: Currículo da PUC/SP - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo ednilsonguioti@uol.com.br – rarnt@uol.com.br

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O Projeto “Profissionalização de Professores e Administradores Educacionais” é financiado pela OEA e realizado em parceria com o Ministério de Educação e Cultura/Secretaria de Educação a Distância/Programa de Informática na Educação, Universidade Estadual de Campinas/Núcleo de Informática Aplicada a Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul/Laboratório de Estudos Cognitivos e Pontifícia Universidade Católica de São Paulo/Educação: Currículo

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2- Projeto Práxis

O Projeto Práxis, integrando o Projeto de Profissionalização de Professores e Administradores Educacionais, tem por objetivo desenvolver, implementar e avaliar uma nova metodologia de formação dos profissionais que atuam na escola usando as novas tecnologias digitais, no sentido de capacitá-los para o aperfeiçoamento de sua prática pedagógica e a melhoria da gestão escolar.

Os pressupostos teóricos assentam-se na aprendizagem significativa, envolvendo o construcionismo contextualizado e o pensamento reflexivo. No construcionismo (Valente, 1999, p.141) temos o aprendiz engajado na construção de um produto significativo, que deve ser contextualizado, para que este produto esteja relacionado com a realidade do educando. No pensamento reflexivo (Schön, 2000, p.32), identificamos dois processos distintos que se complementam: a reflexão na ação, através do diálogo do pensamento com a realidade, visando a solução de um problema; e a reflexão sobre a ação, com o afastamento e análise da ação sobre o objeto, possibilitando o conhecimento construído.

Associados aos pressupostos teóricos, são tomados como marcos a criticidade, autonomia, cooperação, respeito mútuo, cooperação, criatividade, interatividade, alegria, humildade, diálogo, afetividade.

3 - A construção de Páginas para a Internet por meio da parceria

Tínhamos por objetivo a realização de uma oficina de construção de páginas, de modo que os professores dessem continuidade ao trabalho desenvolvido na primeira oficina sobre a Internet2 no inicio do primeiro semestre deste mesmo ano, quando destacamos a pesquisa e a comunicação através da rede mundial de computadores, utilizando como fundamentação um dos itens da Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire, “ensinar exige pesquisa” (Freire, 1997, p.32)3. E Paulo Freire completa, dando sentido e objetivo à pesquisa, quando afirma: “pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.” (idem). Assim, precisávamos avançar para o passo seguinte – comunicação. Através da construção de páginas comunicaríamos o que foi pesquisado.

Juntávamos a este propósito uma outra intenção. Considerando, segundo Mihaly Csikszentmihalyi (in Moraes, 2000), a intenção como força motriz que impulsiona, que mantém a

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Guioti, Ednilson Ap., Arnt, Rosamaria de M., - A Pedagogia da Autonomia em uma Oficina de Internet, Artigo apresentado no Congresso Internacional “um olhar sobre paulo freire” Évora, Portugal set/2000 Guioti, Ednilson Ap.,

Arnt, Rosamaria de M., - Trabalhando a pedagogia da autonomia em uma oficina de internet. Em Ana Maria Saul

(org) Paulo Freire e a formação de educadores – múltiplos olhares, São Paulo, Articulação Universidade/Escola, 2000

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mente centrada em alguns estímulos e não em outros, buscávamos algo que julgávamos maior, uma ação nossa que favorecesse a mostra da boniteza do trabalho do professor.

Passamos então a pensar em como poderíamos fazer isso. Um pressuposto já estava nítido: essa oficina deveria ser construída com eles. Como planejar algo assim?

Apresentamos então aos professores a nossa proposta de criarmos um ambiente de parceria onde todos nós pudéssemos compartilhar nossos saberes em torno da construção de páginas para a Internet. Tínhamos como intenção compartilhar com os professores nossos conhecimentos sobre os recursos tecnológicos para a construção de páginas para Internet e, em contrapartida, estaríamos aprendendo com eles como isso poderia ser utilizado em um ambiente escolar.

Essa proposta da construção de um ambiente de aprendizagem em parceria estava embebida de significados que foram explicitadas aos professores na apresentação da nossa trajetória junto à escola. Foi um momento importante, onde desnudamos nossa intenções e as afirmamos frente ao grupo de professores, nossos parceiros, nosso objetivo de construirmos com eles todos os instantese mesmo os materiais que seriam utilizados por eles.

3.1 - A construção da apostila

Na oficina realizada anteriormente, elaboramos como muito esmero e carinho, para os professores, uma apostila onde abordávamos pontos que julgávamos relevantes. Nela estavam contidas algumas rápidas informações sobre a ferramenta de navegação, o browser, bem como textos referentes à utilização da Internet em ambiente educacional, pesquisa, poesias, espaços para a reflexão dos professores, etc.

Naquele momento, o material foi muito bem avaliado por nós e pelos professores. Porém, agora, frente à proposta de ação compartilhada, entendemos que não poderíamos mais preparar, sozinhos, este material. A produção da apostila deveria ser feita pelos professores. Nela estariam contidos alguns textos que selecionamos, mas o conteúdo seria formulado, elaborado em conjunto com aquilo que cada professor julgasse relevante para sua aprendizagem, interesse, gosto, necessidade, etc.

3.2 – A concepção e a construção das páginas

O trabalho desenvolvido não difere muito de qualquer outra página construída em uma oficina com professores. Mas o processo, envolvendo parceria, enriqueceu-se pela participação e comprometimento que gerou. A questão da boniteza, do trabalho significativo e prazeroso produzido pelos professores, frente ao envolvimento, ao desejo de comunicar algo que seja pessoalmente importante, resultou nas páginas por eles construídas e que podem ser visitadas e com eles comentadas em http://www.nied.unicamp.br/~oeapuc.

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Toda concepção e construção foi obra deles. Talvez seja essa a dificuldade de apresentar aqui em palavras algo que nós não construímos, mas sim atuamos como parceiros frente a essa produção altamente significativa para o professor construtor.

4 – Avaliação

A avaliação feita pelos professores, no encerramento das atividades, nos mostrou a importância da trajetória, do desvelamento das intenções, na busca da coerência entre as teorias que aprendemos e nossa prática como formadores.

Parceria é um momento rico e indispensável. Hoje, não mais conseguimos conceber nosso trabalho de outra forma. Somos seres sociáveis e gostamos e temos a necessidade de viver em sociedade, com o outro.

Nosso trabalho em parceria proporcionou a construção de páginas para Internet como elemento desafiador e desequilibrador, introduzindo um momento de reflexão sobre a questão da comunicação. A oficina sempre esteve impregnada, ainda que de forma ingênua, das idéias e desejos da criação de um ambiente de tranquilidade, alegria, curiosidade, carinho, cumplicidade, onde a autonomia pudesse ser exercida. Paulo Freire escreve que “quem ensina, aprende ao ensinar e quem aprende, ensina ao aprender” (Freire, 1997, p. 25). As idéias de Paulo Freire trazem em si um mundo a ser descoberto, que se desvela especialmente quando, num momento de coerência, compreendemos a diferença entre a razão, que aceita uma teoria, da vivência, que proporciona a compreensão, um novo olhar, um novo proceder.

A avaliação da oficina feita pelos participantes nos demonstrou que a intenção de caminhada conjunta em busca da autonomia, tendo por cenário as novas tecnologias da informação e da comunicação, produziu uma parada reflexiva significativa pela oportunidade criada no contato com o novo. Como seres inacabados, “navegadores interplanetários”, solitários na trajetória do conhecimento, mas solidários pelos objetivos comuns, continuamos na busca. “Toda procura gera a esperança de achar e ninguém é esperançoso por teimosia. É por isso também que a educação é permanente.” (Freire, 2000, p.120). Como seres inacabados que somos, assim também são as páginas criadas pelos professores participantes da oficina.

Bibliografia Consultada

1. FREIRE, Paulo. Professora Sim, Tia Não. São Paulo, Olho d’água, 1994. 2. ______. À Sombra desta Mangueira. São Paulo, Olho d’água, 1995. 3. ______. Pedagogia da Autonomia. São Paulo, Paz e Terra, 1997. 4. ______. Pedagogia da Esperança. 5a ed. São Paulo, Paz e Terra, 1998.

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5. ______. Pedagogia da Indignação, cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo, UNESP, 2000.

6. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo, Paz na Terra, 1997

7. GUIOTI, Ednilson Ap., ARNT, Rosamaria de M., - Trabalhando a pedagogia da autonomia em uma oficina de internet. Em Ana Maria Saul (org) Paulo Freire e a formação de educadores

– múltiplos olhares, São Paulo, Articulação Universidade/Escola, 2000

8. MORAES, Maria Cândida. Descobrindo o fluxo e aprendendo a desfrutar da aprendizagem e da vida. Mimeo, PUC/SP, 2000.

9. MORIN, Edgar. Introdução ao Pensamento Complexo. Lisboa, Instituto Piaget, 1990. 10. SCHÖN, Donald A. Educando o Profissional Reflexivo. Porto Alegre, Artmed, 2000.

11. VALENTE, José Armando. Formação de professores: diferentes abordagens pedagógicas. Em José Armando Valente (org) O Computador na Sociedade do Conhecimento, Campinas, NID-UNICAMP, 1999.

Referências

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