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ESTUDO EXPERIMENTAL E DE SIMULAÇÃO DA FLUIDODINÂMICA DO LEITO DE JORRO OPERANDO COM MISTURA DE PARTÍCULAS

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VIII Congresso Brasileiro de Engenharia Química em Iniciação Científica

27 a 30 de julho de 2009 Uberlândia, Minas Gerais, Brasil

ESTUDO EXPERIMENTAL E DE SIMULAÇÃO DA FLUIDODINÂMICA DO LEITO DE

JORRO OPERANDO COM MISTURA DE PARTÍCULAS

1 Claudio Roberto Duarte, 2 Marcos A. de Souza Barroso, 3 Dyrney A. dos Santos, 4 Irineu Petri Júnior 1,2

Professor da Faculdade de Engenharia Química da UFU/MG

3

Bolsista de iniciação Científica PIBIC/CNPQ/UFU, discente do curso de Engenharia Química

4

Colaborador no Projeto, discente do curso de Engenharia Química

1,2,3,4

Faculdade de Engenharia Química da Universidade Federal de Uberlândia. Av João Naves de Ávila, 2121, Bloco 1K, Campus Santa Mônica, Uberlândia - MG, CEP 38408-100

e-mail: claudiofequfu@gmail.com

RESUMO - O leito de jorro tem sido usado na secagem, granulação, polimerização catalítica, dentre outros. A justificativa desta aplicação é atribuída ao excelente contato fluido-partícula e às características de circulação dos sólidos. Apesar de seu extenso potencial de aplicação, este equipamento possui algumas limitações devido ao fato de, quando projetado em escala industrial, poder apresentar um regime de instabilidade, o que leva a uma diminuição da sua eficiência. Misturas de partículas tem sido utilizadas, por vários pesquisadores, na tentativa de eliminar ou amenizar as faixas operacionais onde estas instabilidades se encontram. O objetivo deste trabalho foi estudar, através de experimentos e simulações, essas misturas de partículas, para tanto, no primeiro momento foram obtidos perfis experimentais de velocidade de sólidos utilizando-se uma câmera de alta precisão (2000 frames/s) a uma determinada altura do leito em relação à base do mesmo variando-se o tamanho e a quantidade das partículas para verificar a influência de mistura de partículas na fluidodinâmica do leito de jorro – neste caso utilizou-se um meio leito contendo uma parede frontal de vidro para uma melhor visualização das partículas. Após este, realizou-se simulações valendo-se da técnica de fluidodinâmica computacional afim de comparação.

Palavras-Chave: leito de jorro, cfd, mistura de partículas.

INTRODUÇÃO

Os sistemas gás-sólido mais comuns po-dem ser classificados como não agitados, agita-dos mecanicamente e agitaagita-dos por gás.

Os leitos fixos (não agitados) são aplicáveis a processos que não pedem alta taxa de transfe-rência de calor e massa entre o gás e os sólidos, e nos quais a uniformidade de condições em par-tes diferenpar-tes do leito não é tão desejável. Sua aplicação se estende então ao tratamento de sóli-dos e processos de calcinação, secagem dentre outros.

Uma agitação limitada pode ser dada aos só-lidos por meios mecânicos pelo uso de agitadores internos. Em qualquer caso, a maioria do material é mantida ainda em uma condição de leito acu-mulado. O sistema mecânico é usado principal-mente para processos que envolvem tratamento de sólidos, como secagem e resfriamento, mas é obviamente indesejável para processos que re-querem tratamento uniforme do gás.

Em sistemas com agitação com gás, como leito fluidizado e leito de jorro, uma forma de agi-tação mais intensa é dada para

cada partícula sólida pela ação da corrente de gás, que é alimentada na base do leito.

O leito de jorro foi concebido originalmente e até o momento tem sido considerado como uma versão modificada de um leito fluidizado, devido à qualidade pobre de fluidização encontrada com partículas maiores. Assim, alguns livros caracteri-zaram o leito de jorro simplesmente como um tipo especial de leito fluidizado. Esta visão não é muito adequada, já que no seu desenvolvimento, o leito de jorro tem exibido características particulares que o faz capaz de executar certas operações que exigem movimento cíclico mais homogêneo das partículas, que não podem ser executadas em um leito fluidizado devido a seu movimento de partículas comparativamente aleatório.

O movimento cíclico e homogêneo das par-tículas no interior da coluna, propriedade particu-lar da técnica de leito de jorro, proporciona um bom contato fluido–partícula, garantindo altos co-eficientes convectivos de transferência de calor e de massa entre as fases.

A base cônica é utilizada para aumentar o movimento de sólidos e eliminar espaços mortos no fundo do leito. O ar em alta velocidade é adi-cionado a este conjunto pela base inferior do tron-co de tron-cone, permeando entre as partículas. A in-tensa circulação destas partículas começa quan-do a vazão quan-do ar é suficiente para promover o transporte pneumático das mesmas na região

(2)

central do leito. Ao atingirem a região da fonte as partículas perdem totalmente sua energia cinéti-ca, caindo posteriormente na região anular e aí fazem um movimento descendente até regiões inferiores do leito. Nota-se assim que as partícu-las possuem um movimento cíclico bastante defi-nido, o que o torna mais atrativo para operações de revestimento(comprimidos, cápsulas gelatino-sas, peletização, inoculação de sementes, etc.), dada a homogeneidade do revestimento obtido, quando comparado com outros equipamentos (MATHUR e EPSTEIN, 1974).

Apesar da larga aplicação deste equipamen-to, o seu uso ainda é restrito aos processos ope-rados em pequenas escalas, devido a limitação de “scale-up”. O aumento de escala, via de regra, provoca instabilidades no leito, o que impede a sua utilização em muitos processos industriais. Neste sentido, uma rota importante de estudo é identificar mecanismos, que tornem possível o uso deste equipamento em processos industriais sem sofrer o efeito da instabilidade do leito. Acre-dita-se que o uso de uma mistura de partículas finas inertes possa evitar a instabilidade indeseja-da.

A técnica de estudo da fluidodinâmica do leito de jorro poderá ser aplicada à mistura de partículas para avaliar o efeito da mistura na es-tabilidade e aumento de escala, visando uma apli-cação ainda maior deste equipamento na indús-tria.

Para isso é necessário entender o meca-nismo de escoamento do gás e a distribuição de perfis de velocidade das partículas em seu interi-or. Além disso, avaliar a distribuição de fração de volume de sólidos e de forças ao longo do leito. A fluidodinâmica computacional (CFD) é uma fer-ramenta bastante útil e capaz de auxiliar no estu-do de escoamento de sistemas multifásico como o leito de jorro, conforme estudos apresentados na literatura (Du et al. (2006), Lu et al. (2001 e 2004), Taghipour et al. (2003), Kawaguchi et al. (2000), Konduri et al. (1999), Krzywanski et al. (1992)).

Alguns estudiosos do leito de jorro (He et. al (1994), Olazar et al 2001-2006, etc. ) têm-se dedicado ao desenvolvimento de modelos mate-máticos, semi-empíricos com validação ou verifi-cação experimental, que permitam obter informa-ções detalhadas sobre os perfis fluidodinâmicos deste equipamento, o que é de grande importân-cia para o entendimento do escoamento do gás e das partículas durante o processo de revestimen-to e secagem. Duarte et al. 2005 e Wei et al. 2006 mostraram que é possível descrever a fluidodinâmica das partículas e do gás no interior de um leito de jorro usando uma Modelagem Euleriana Granular Multifásica (MEGM) implementada no pacote computacional de CFD FLUENT.

Estas informações a cerca da fluidodinâmica das fases contínua e dispersa representam um

importante passo no desenvolvimento de geome-trias ótimas deste equipamento para operação de secagem e revestimento de partículas em escala industrial.

A Fluidodinâmica Computacional (CFD) consiste na solução das equações gerais de transporte empregando métodos numéricos, co-mo o Método dos Volumes Finitos, possibilitando avaliar o transporte de uma determinada proprie-dade.

MATERIAIS E MÉTODOS

Metodologia Numérica

Modelagem Fluidodinâmica do Leito de Jor-ro: A geração de malha é citada freqüentemente como a parte mais importante e que consome um maior tempo na análise de CFD. A qualidade da malha possui um papel direto na qualidade da análise, independente do tipo de resolvedor de fluxo usado. Adicionalmente, os códigos CFD se-rão mais robustos e eficientes ao usar uma malha bem construída.

Obtenção das Malhas Computacionais Em-pregadas neste Estudo: Neste trabalho, a malha computacional foi obtida utilizando o “software” de construção de malha GAMBIT. Este “software” disponibiliza uma interface com o “software” de fluidodinâmica computacional FLUENT e repre-senta uma importante ferramenta que oferece vários recursos, os quais permitem a elaboração de malhas, desde configurações simples até mo-delos altamente sofisticados. Basicamente, as etapas de construção da malha seguem a se-qüência abaixo relacionada:

Construção da geometria do equipamento; Definição das faces e/ou volumes;

Determinação de efeitos como camada li-mite, ou outro tipo de refinamento desejado;

Aplicação da malha no corpo geométrico construído e determinação do tipo e tamanho das células (quadrangular, tetraédrica, hexaédrica ou híbrida);

Definição das paredes, interiores, entradas e saídas do equipamento;

Determinação das fases que compõem o interior do equipamento, por exemplo, fluido (ar) e/ou sólido (sementes de soja, esfera de vidro, etc.);

Conversão do arquivo contendo a malha em uma extensão reconhecida pelo software;

Uma vez lido o arquivo, são definidas as condições de contorno e iniciais, os modelos e os tipos de algoritmos de solução numérica a serem adotados.

Para tanto, adotando as etapas supramen-cionadas para a criação de malhas foram confec-cionada uma malha em 3D de um meio leito de jorro. A Figuras 1.a mostra a dimensão do meio leito utilizado e a Figura 1.b a malha gera para as

(3)

simulações. O passo seguinte foi usar esta malha no estudo de simulação da fluidodinâmica do leito de jorro, empregando a técnica de fluidodinâmica

computacional. Para isso, foi empregado o mode-lo Euleriano Granular Multifásico, que é apresen-tado a seguir.

Figura 1.a – Dimensões do leito de jorro Figura 1.b - Geometria e a malha do leito de jorro Desenvolvimento do Modelo Granular

Eule-riano Multifásico: Conforme descrito por Duarte et al. (2005), o modelo Granular Euleriano Multifási-co mostrou-se adequado para simulação de flui-dodinâmica em leito de jorro. Neste item, é descri-to o referido modelo com as equações conservati-vas e constituticonservati-vas pertinentes.

Para o modelo Euleriano Granular Multifá-sico as fases gasosas e sólidas são tratadas co-mo mutuamente interpenetradas, fazendo-se ne-cessário o uso do conceito de fração de volume para cada uma das fases envolvidas. As leis de conservação de massa e momentum devem ser satisfeitas para cada fase individualmente. Sendo assim, a descrição do fluxo multifásico incorpora as frações volumétricas de cada fase, denotadas aqui como αy (O termo y aqui expresso

represen-ta represen-tanto a fase fluida, q, quanto a fase sólida, p). A obtenção da equação de conservação pode ser feita pelo agrupamento médio do balanço local instantâneo para cada uma das fases ou pelo uso da teoria de mistura.

O volume da fase y, Vy, é definido por:

y V y

V

=

α

dV

(1) sendo: 1

1

n y y

α

=

=

(2)

A densidade efetiva da fase y é:

y y y

ρ

=

α ρ

(3)

sendo

ρ

y é a densidade da fase y.

Equação da continuidade para a fase fluida q:

(

)

(

)

1 n q q q q q pq p

g

v

m

t

α ρ

α ρ

=

+ ∇

=

r

&

(4) Equação da continuidade para a fase sólida p:

(

)

(

)

1 n p p p p p qp q

g

v

m

t

α ρ

α ρ

=

+ ∇

=

r

&

(5)

sendo

v

r

q e

v

r

psão as velocidades das fase q e p, respectivamente. O termo

m

&

pq

= −

m

&

qp caracte-riza a transferência de massa da pésima para qésima fase e (n) o número de fases (no caso de leito de jorro duas fases, uma fluida e uma particulada). No trabalho proposto será considerado nulo o termo do lado direito das Equações (4 e 5), ou seja, será considerada nula a transferência de massa entres as fases.

Em um primeiro momento é importante ressaltar que os modelos do tipo Euler-Euler, co-mo é o caso do co-modelo Granular Euleriano Multi-fásico, considera a fase fluida contínua e a fase sólida como dispersa. A fase contínua é dita pri-mária e a dispersa secundária. Nas equações a seguir, a notação q refere-se a fase primária, en-quanto p a secundaria. Portanto, será considera-da a fase sóliconsidera-da como fase secundária (p) e a fa-se gasosa como primaria (q).

(4)

Balanço de momento para a fase fluida

(

)

(

)

(

)

(

)

1 , , q q q q q q q n q q pq pq pq p q q co lift q vm q

v

v v

t

p

R

m v

F

F

F

α ρ

α ρ

α

τ

α ρ

=

+ ∇

=

− ∇ + ∇

+

+

+

+

+

+

r

r r

r

r

&

r

r

r

(6)

Balanço de momento para a fase sólida p:

(

)

(

)

(

, ,

)

(

)

1

.

.

p p p p p p p p s p N p p co lift p vm p qp q p j qp qp

v

v v

p

p

t

F

F

F

K

v

v

m v

α ρ

α ρ

α

τ

α ρ

=

+ ∇

= − ∇ − ∇ +

+∇

+

+

+

+

+

+

r

r r

r

r

r

r

r

r

&

(7) Sendo que:

r

co

F

é a força externa do corpo,

r

lift

F

é a força de ascensão,

r

vm

F

é a força de mas-sa virtual, r pq

R é a força de interação entre as fa-ses e p é a pressão distribuída em todas as fafa-ses.

O termo

τ

q da Equação (6) representa o tensor de deformação da fase fluida q.

(

)

2

3

T q q q

v

q

v

q q q q

v I

q

τ

=

α µ

∇ + ∇

+

α λ

µ

r

r

r

(8)

Aqui µq e λq são as viscosidades de

cisa-lhamento e bulk da fase q, respectivamente. A Equação (6) deve considerar para o cálculo da força na interface (

v

pq

R

), características do leito, tais como: diferentes valores de porosidade em regiões distintas do leito, tipo de atrito, pressão, coesão e outros efeitos, estando sujeita a seguin-te condição:

r

pq

R

=-r

qp

R

e

r

qq

R

=0.

O termo de interação entre as fases é ex-presso pela Equação (9):

(

)

1 1 n n pq pq p q p p

R

K

v

v

= =

=

r

r

r

(9)

sendo Kpq =Kqp é o coeficiente de troca de

momento na interface.

Modelos de arraste: A troca de momento entre as fases, é baseada no coeficiente de troca fluido-sólido Kqp.

Coeficiente de Troca Fluido(q)-Sólido(p): Como mencionado anteriormente, o leito de jorro deve ser modelado como um sistema bifásico, com uma fase fluida (ar) e outra sólida (partícu-las). Para esta situação o coeficiente de troca

só-lido- fluido, Kpq pode ser escrito da seguinte forma

geral: p p pq p

f

K

α ρ

τ

=

(12)

Sendo f é definido de forma distinta para os diferentes modelos de coeficiente de troca (como descrito na seqüência), e τp, o tempo de

relaxa-ção da partícula, é definido como:

2

18

p p p q

d

ρ

τ

µ

=

(13)

sendo dp é o diâmetro das partículas (fase sólida).

Todas as definições de f incluem o coefici-ente de arraste (CD) que é baseada no número de

Reynolds relativo (Res). Este coeficiente de

arras-te difere entre os modelos de coeficienarras-tes de tro-ca disponíveis na literatura, o modelo de Gidas-pow (1992) será adotado no presente trabalho.

A aplicação da teoria de fluxos granulares deve ser aplicada à modelagem do leito de jorro, sendo esta apresentada a seguir.

Equações de Fluxo Granular e Teoria Ciné-tica: Um modelo multi-fluido granular é adotado para descrever o comportamento do fluxo em uma mistura fluido-sólido. As tensões da fase só-lida são obtidas por analogia entre o movimento aleatório das partículas, devido às colisões entre as mesmas, e o movimento de moléculas de gás, levando em conta a não elasticidade da fase gra-nular. A energia cinética associada às flutuações da velocidade da partícula é representada pela temperatura granular que é proporcional à metade do quadrado da velocidade das partículas.

Pressão de Sólidos: Para fluxos granulares em regime compressível (i.e., quando a fração volumétrica de sólidos é menor que o máximo valor permitido em torno de 0,63), a pressão de sólidos é calculada e usada para o termo gradiente de pressão, ∇ps, na equação de

momento para fase granular. Como existe uma distribuição de velocidade para as partículas, um parâmetro denominado de temperatura granular é introduzido ao modelo, e aparece na expressão para pressão de sólidos e viscosidades.

A pressão de sólidos é composta de um termo cinético e um segundo termo para colisões entre partículas:

(

)

α ρ θ

ρ

α

θ

=

+

+

2 0,

2

1

s p p s p ss p ss s

p

e

g

(14)

sendo ess é o coeficiente de restituição para

colisões entre partículas, g0,ss é a função de

distribuição radial, e θs é a temperatura granular.

(5)

ess, o qual é usualmente encontrado na literatura,

mas o valor pode ser ajustado para se adaptar a um determinado tipo de partícula. A temperatura granular, θs, é proporcional à energia cinética da partícula, e será descrita nesta seção. A função g0,ss é uma função de distribuição que governa a

transição da condição de compressibilidade (α<

αp,max) onde o espaço entre as partículas sólidas

pode continuar a diminuir, para a condição de incompressibilidade com α = αp,max, onde não

pode ocorrer mais diminuição nessa variável. Temperatura Granular: Assim como para gases tem-se a temperatura termodinâmica, pode se introduzir o conceito de temperatura granular (θs) para sistemas particulados como uma medida

da flutuação da velocidade das partículas.

( )

2

1

3

s

v

p

θ

=

(15)

A temperatura granular para a fase sólida é proporcional a energia cinética do movimento ale-atório das partículas. A equação do transporte obtida da teoria cinética tem a forma:

(

)

(

)

(

)

(

)

3

2

:

p p s p p p s s p s s s qp

v

t

p I

v

k

θ θ

ρ α θ

ρ α

θ

τ

θ

γ

φ

+ ∇

=

+

∇ + ∇

+

r

r

(16) sendo:

(

p I

s

+

τ

)

:

v

r

s= geração de energia pelo tensor de tensão de sólido

s s

k

θ

θ

= energia de difusão (kθs é o coeficiente

de difusão)

γθs = energia de dissipação devido à colisão

φqp = troca de energia entre a fase fluida e a

fase sólida.

Metodologia experimental

A Figura 2 ilustra a unidade experimental disponível no laboratório de sistemas particulados da FEQUI/UFU para o desenvolvimento deste trabalho.

A unidade experimental destacada na Figu-ra 2 está à disposição no laboFigu-ratório de sistemas particulados da FEQUI/UFU, esta já foi usada pa-ra o levantamento da curva capa-racterística de que-da de pressão versus vazão de ar de jorro (expe-rimental) empregada na verificação do modelo Euleriano Granular Multifásico usado no estudo de CFD.

Foram estudadas duas misturas binária de partículas de diferentes proporções e tamanhos de partículas, esferas de vidro (densidade = 2470 kg/m3), e uma composição de monopartículas, a Tabela 1 mostra estas três composições:

Tabela 1 – Composição de Partículas Composição 1: 50% esfera de diâmetro 0,00476 m

50% esfera de diâmetro 0,00308 m Composição 2: 80% esfera de diâmetro 0,00368 m 20% esfera de diâmetro 0,00476 m Composição 3: 100% esfera de diâmetro 0,0368 m

(1) (2) (3) (4) (5) (6.4) (6.1) (6.2) (6.3)

Figura 2 – Esquema da unidade experimental

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Conforme descrito, foi levantado experi-mentalmente, perfis de velocidade de sólidos de monopartículas e de misturas binárias de

partícu-las, ao longo da direção radial do leito de jorro, a uma altura de 12,0 cm da base do leito. Em todos os experimentos foram utilizadas um leito estático de 14,7 cm. Após isto, foi feito simulações das mesmas condições experimentais, para avaliar o

(6)

efeito da mistura de partículas na previsão da va-riável analisada.

A Figura 3 mostra a comparação entre per-fis de velocidade de sólidos simulados a várias distâncias da parede frontal do leito e o experi-mental, da composição 1. A vazão utilizada foi

de 80,3 m3/h. Pode-se notar que os dados simu-lados e os dados experimentais ficaram bem pró-ximos, e que à distância de 1 cm da parede frontal

o perfil de velocidade de sólidos foi o que mais se aproximou do experimental, logo podemos notar que à medida que aumentamos a profundidade, no caso das simulações, partindo-se da parede frontal, as velocidades variam.

A figura 4 mostra a comparação entre perfis de velocidade de sólidos simulados a várias dis-tâncias da parede frontal do leito e o experimental, da composição 2. A vazão utilizada foi de 80,4 m3/h. Pode-se tirar as mesmas conclusões da si-mulação da composição 1. -0.12 -0.08 -0.04 0 0.04 0.08 0.12

Distância radial (m)

0 0.4 0.8 1.2 1.6 2

V

e

lo

c

id

a

d

e

d

e

s

ó

li

d

o

s

(m

/s

)

Distância da parede frontal 0,5 cm 1,5 cm 1 cm experimental -0.12 -0.08 -0.04 0 0.04 0.08 0.12

Distância radial (m)

0 0.4 0.8 1.2 1.6 2

V

e

lo

c

id

a

d

e

d

e

s

ó

li

d

o

s

(m

/s

)

Distância da parede frontal experimental 0,5 cm 1 cm 1,5 cm

Figura 3 – Perfil de Velocidade de Figura 4 - Perfil de Velocidade de Sólidos Composição 1 Sólidos Composição 2

A Figura 5 mostra a comparação entre per-fis de velocidade de sólidos simulados a várias distâncias da parede frontal do leito e o experi-mental, da composição 3. Nesta simulação foi uti-lizado um sistema de monopartículas com 2 fases (sólidos e ar). A vazão utilizada foi de 80,0 m3/h. Esta simulação teve um perfil de velocidade bem coerente com o experimental, concordando com simulações de trabalhos anteriores.

Esta composição de monopartículas foi si-mulado novamente, agora como se fosse um

sis-tema de 3 fases (sólido(1), sólido(2) e ar) sendo que, o sólido(1) e sólido(2) como mesmas partícu-las, somente foi divido em duas partes a quanti-dade de monopartículas. O resultado desta simu-lação é mostrada na Figura 6, o que pode-se ob-servar que ao simular uma composição de mono-partículas como se esse sistema se comportasse como uma mistura binária de mesma partícula, os resultados são bem mais próximos do experimen-tal que os resultados de uma simulação de mono-partículas (2 fases) propriamente ditas.

(7)

-0.12 -0.08 -0.04 0 0.04 0.08 0.12

Distância radial (m)

0 0.4 0.8 1.2 1.6 2

V

e

lo

ci

d

a

d

e

d

e

s

ó

li

d

o

s

(m

/s

)

Distância da parede frontal experimental 0,5 cm 1 cm 1,5 cm -0.12 -0.08 -0.04 0 0.04 0.08 0.12

Distância radial (m)

0 0.4 0.8 1.2 1.6 2

V

el

o

ci

d

a

d

e

d

e

s

ó

li

d

o

s

(m

/s

)

Distância da parede frontal experimental 0,5 cm 1 cm 1,5 cm

Figura 5 – Perfil de Velocidade de Figura 6 - Perfil de Velocidade de Sólidos Composição 3 (2 Fases) Sólidos Composição 2 (3 Fases)

CONCLUSÕES

Através desse trabalho comprovou-se que o modelo Euleriano Granular Multifásico pode-se ser usado em simulações, além de sistemas com 2 fases (sólidos e ar), com sistemas de 3 fases (sólido(1), sólido(2) e ar) para avaliar a fluidodi-nâmica em um leito de jorro. Pôde-se observar também que as simulações feitas com 3 fases que utilizou esse modelo, obteve uma maior pre-cisão em relação aos resultados experimentais, do que simulações feitas com 2 fases, devido a maior precisão do modelo ao calcular as intera-ções partícula-partícula e sólido-partícula do sis-tema, porém o esforço computacional é bem mai-or. Houve também a influencia do efeito da pare-de nas simulações, que à medida que aumenta-mos a profundidade, partindo-se da parede fron-tal, as velocidades tendem a aumentar passando por um máximo a uma determinada profundidade e, após esta passam a diminuir o que indica que deve-se ter o cuidado na obtenção de dados de velocidade de partículas, e estar ciente em rela-ção á distância que as mesmas se encontram da parede frontal, evitando-se assim, tirar conclusões erradas.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao apoio financeiro do CNPQ e da ajuda de colaboradores e professores que se envolveram neste projeto

Referências

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