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Prólogo. (Valdir, eternamente em nossas memórias)

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Academic year: 2021

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Prólogo

Esta história foi escrita em formato de literatura de cordel, aproveitando a ideia inicial de meu irmão Hélio que escreveu a primeira estrofe e deixou no balcão de nossa loja de roupas. Meu saudoso irmão Valdir viu, leu, achou interessante e me mostrou chamando-me para aproveitarmos a ideia e escrever uma moda de viola. Eu acatei sua ideia e ele escreveu mais algumas estrofes, criando personagens e seguindo a mesma linha de rimas. Depois me passou para dar continuidade, então eu escrevi mais algumas estrofes criando ações e devolvi pra ele que voltou a escrever e criou mais personagens.

(Hélio) (Valdir, eternamente em nossas memórias)

Neste meio tempo já tínhamos leitores esperando os manuscritos para lerem com muito interesse e a gente não conseguia parar de escrever. E foi assim até conseguirmos fechar a história dando o desfecho que tinha muito sentido com toda a narração.

Interessante observar que nenhum de nós possuíamos nenhuma experiência ou formação para saber que estávamos escrevendo em sextilhas, fizemos somente observando a sonoridade e muitas pessoas leram e gostaram.

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Dedicatória

Dedico a minha família; Luseni, minha companheira de tantos anos e agradeço minhas filhas Jeanny e Laysla, que me ajudaram nos processos de edição e diagramação dos meus três livros.

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No sertão de Pernambuco Bem distante da cidade Ouvi contar uma história Por um homem de idade Porém não posso afirmar Se é mentira ou verdade.

Disse que um fazendeiro Daquela localidade Com grandes posses de terra E de mais propriedades Era um homem respeitado Por toda a comunidade.

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O fazendeiro se chamava Manoel da Rocha Trindade Era um homem destemido Muito cheio de vaidade E não acreditava em Deus A nossa única verdade.

Maltratava os seus colonos Era um homem desumano Só pensava no dinheiro Era malvado e profano E sempre de cabeça erguida Se julgava soberano.

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Mas um dia, sua filha Com apenas quinze anos Se apaixonou por um moço José de Paulo Albano Que para o desgosto do pai Era filho de um colono.

A sua filha se chamava Maria da Conceição Uma moça inteligente Mas toda cheia de ilusão Que para Zé Paulo Albano Entregou o coração.

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Maria da Conceição Toda cheia de amor

Escondeu o romance do pai Temendo algum dissabor Mas o velho descobriu E agiu com muito furor.

Trancou a moça no quarto Para impedir o namoro A castigando com maus tratos E lhe fazendo desaforo Saiu para encontrar Zé Paulo Com um chicote de couro.

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Chegando na casa humilde Todo cheio de razão

Chamou por Zé Paulo Albano Para lhe dar uma lição

Zé Paulo não estava em casa Isto aumentou sua irritação.

A mãe do moço atendeu Trindade Lhe dando toda a atenção Mas estranhando a visita Quis saber de sua intenção E quando ela lhe perguntou Ele respondeu com um bofetão.

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Saiu com muita raiva E o moço foi procurar Com o peito cheio de ódio Pois não pôde desabafar Porém longe estava o rapaz Sem nada disso imaginar.

Nos roçados e nos campos O velho procurou em vão Voltou a sua fazenda E chamou o jagunço Tião Homem frio e acostumado A enfrentar qualquer situação.

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Manoel da Rocha Trindade Falou com determinação - Vá buscar Zé Paulo Albano Onde estiver este cão

E o traga aqui pra mim

Nem que seja arrastado no chão.

Em um lugar longe dali Zé Paulo estava trabalhando Tentando salvar uma vaca Da morte se aproximando De repente ouviu um grito De alguém lhe chamando.

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Zé Paulo ergueu os olhos E avistou o seu mano

- O que faz aqui, Joãozinho? Porque estava me procurando? E Joãozinho lhe respondeu: - A nossa mãe está chorando.

Zé Paulo lhe perguntou Com uma voz meio temente O que foi que aconteceu E se ela estava doente Joãozinho disse: - Foi o patrão Que lhe bateu, quebrando os dentes.

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Zé Paulo lhe respondeu Bravo como um leão - Porque ele fez isto? Sei que não tinha razão Pois minha mãe é uma santa E não merece isto não.

Eu sou pobre na verdade E sei que ele é meu patrão Mas eu vou vingar tudo isso Juro de coração Nem que com isto perca o amor De Maria da Conceição.

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E nisto chegou o jagunço Com uma pistola na mão Dizendo: - Eu vim te buscar E cumpro ordem do patrão Pois você, moleque atrevido Vai ter sua punição.

Zé Paulo disse ao jagunço: - Irei com todo o prazer Porque quem não deve nada Nada tem a temer E se acredita em vingança Espere que você vai ver.

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Zé Paulo foi imaginando Pelo caminho o que faria Quando chegou na fazenda Estava no morrer do dia E quando olhou para cima Numa janela ele viu Maria.

Isto diminuiu um pouco O ódio que ele sentia E ficou meio sem ação Pois sua paixão o consumia E da janela ela lhe acenou Mas ele nada entendia.

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Isto o fez pensar um pouco Tentando saber o que ela dizia Mas por mais que ele tentasse Ele nunca conseguia

Pois nem sequer imaginava O que lhe aconteceria.

Ele ainda estava pensando E olhando para Maria E o patrão e o jagunço chegando E ele nada percebia E o pegaram de surpresa Usando muita covardia.

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Tião deu-lhe uma coronhada E o fez ficar desacordado Depois amarrou-lhe os braços Como Trindade havia mandado E o arrastou para o curral

Para o castigo ser completado.

Maria assistiu da janela Este fato inesperado E isto aumentou sua revolta Contra seu pai desalmado E caiu chorando em seu leito Com o coração amargurado.

Referências

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