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Brasil 1 Ana Maria da Conceição Veloso 2

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Da crítica da mídia ao controle social da informação: reflexões acerca dos avanços da incidência política dos movimentos pela democratização da comunicação no

Brasil1

Ana Maria da Conceição Veloso2 RESUMO

O trabalho resgata a histórica concentração da mídia brasileira e discute ações desenvolvidas pelo movimento em defesa da democratização da comunicação no país. Apresenta exemplos de intervenções de grupos da sociedade civil organizada, como a Frente Nacional por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital, em sua luta pela ampliação do debate em torno de um padrão de televisão digital para toda a população brasileira em 2006. O artigo põe em relevo a ação da Rede de Mulheres no Rádio e a produção do programa Rádio Mulher, do Centro das Mulheres do Cabo, ONG feminista situada em Pernambuco, que prima pela participação das mulheres na discussão de conteúdos, produção de notícias e controle social da informação. As iniciativas são destacadas como tentativas de efetivação da comunicação como um direito humano. Palavras-chave: Comunicação; Política; Direitos Humanos; Movimentos Sociais; Rádio.

Da crítica da mídia ao controle social da informação: reflexões acerca dos avanços da incidência política dos movimentos pela democratização da comunicação no

Brasil

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu artigo 193, diz: “Todos têm o direito à liberdade de opinião e expressão. Esse direito inclui a liberdade de ter opiniões sem interferência e de procurar, receber e transmitir informações e idéias através de qualquer meio e a despeito de fronteiras”.

Mas não é isso que vem acontecendo no mundo. Em países como o Brasil, tais direitos estão sendo violados pela formação dos oligopólios4 e por restrições técnicas e políticas aos meios de comunicação, que impedem a população de produzir seus próprios conteúdos e dinfundí-los pela mídia. A cena contrasta com a proposta de democratização do setor enunciada por Selaimen:

1 Trabalho apresentado ao GT Práticas Sociais da Comunicação, do XI Congresso Regional de Ciências da

Comunicação. 2

Jornalista, mestre em comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), professora do curso de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco, pesquisadora do Núcleo de Documentação dos Movimentos Sociais da UFPE, coordenadora da Política de Comunicação da ONG Feminista Centro das Mulheres do Cabo/PE. 3 O artigo 19 da declaração tem sofrido críticas de ativistas que, apesar de compreenderem que a liberdade de expressão, de opinião e de direito à informação implicam no direito à comunicação, alegam que o verbo “comunicar” não aparece nas discussões das Nações Unidas. Para eles, comunicar é um conceito mais amplo que informar. A luta dos ativistas desses movimentos tem sido pela instituição de um novo direito, o “direito humano à comunicação”. 4

Dados da Folha de São Paulo de 27 de julho de 2003, p. A2, constatam: “Há 20 anos, 50 corporações dominavam o mercado da mídia nos EUA. Eram 23 no início da década passada. Hoje são cinco”.

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Comunicação é diálogo. Criar as sociedades da informação e comunicação significa abrir espaço para a presença das pessoas na internet e nos meios tradicionais de comunicação (TV, rádio, jornal etc.) como sujeitos ativos, emissores de idéias e valores, produtores de conteúdo, e não apenas como consumidores. Significa que o fluxo da informação é multiplicado e se dá em diferentes ordens – todos (as) são emissores (as) e receptores (as) e o poder é, desta forma, distribuído, compartilhado. O direito à comunicação significa também o direito a ter presença e participação. Não somente acesso à informação, mas, muito mais que isso, ter acesso aos meios de produção da informação. (SELAIMEN, 2004, p.23)

Indo além: os mass média deveriam ser acionados para que as mobilizações sociais em torno da defesa dos direitos humanos pudessem alcançar reconhecimento e eco na sociedade, de modo a sensibilizar a opinião pública. Mas, quando olhamos para o cenário da indústria cultural brasileira, nos deparamos com vários impeditivos à participação da população nos veículos de comunicação. A concentração da mídia brasileira contraria a Constituição Federal de 1988, que, no artigo 220, parágrafo 5º, enuncia: “Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio”. Outro exemplo do descumprimento da Carta Magna é a concentração da propriedade de canais de TV e emissoras de rádio por famílias5 que dominam a comunicação no Brasil (LIMA, 2003), conforme tabela abaixo:

REDES NACIONAIS TVs RÁDIOS

Marinho (Globo) 32 20

Saad (BAND) 12 21

Abravanel (SBT) 10 -

REDES REGIONAIS* TVs RÁDIOS

Sirotsky (RBS-Sul) 21 24 Câmara (Centro Oeste) 8 13

Daou (Norte) 5 4

Zahran (Mato Grosso) 4 2 Jereissati (Nordeste) 1 5

Nesse cenário, notamos que a elite empresarial e política brasileira, também possuidora da maior parte da riqueza nacional, estendeu seus negócios para o mercado da comunicação. Desse modo, impulsionou a comercialização dos bens simbólicos, privatizou a liberdade de expressão e transformou o direito à informação em possibilidade de consumo de um canal por assinatura, uma revista especializada ou um serviço de alta tecnologia digital.

Compreendemos que, em lugar de servir ao interesse público, as corporações de mídia operam em favor da globalização, sob impulso do mercado capitalista.

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Não foram computados os veículos nas mãos de famílias não menos poderosas, como Sarney (Maranhão), Collor de Mello (Alagoas), Antonio Carlos Magalhães (Bahia), Barbalho (Pará).

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Consolidaram-se como legitimadoras do modelo econômico hegemônico no planeta, como alerta Ramonet (2003):

Três esferas que antes eram autônomas: de um lado, a cultura de massa, com sua lógica comercial, suas criações populares, seus objetivos basicamente mercantis; de outro, a comunicação, no sentido publicitário, o marketing, a propaganda, a retórica da persuasão; e, finalmente, a informação, com suas agências de notícias, boletins de radiodifusão ou de televisão, a imprensa, as redes de informação contínua – em resumo, o universo de todos os jornalismos.

A perpetuação das relações de poder por meio da lógica cultural e econômica que move a imprensa desfavorece a apropriação dos meios pela população, destituída de recursos para “competir” com o poderio das grandes corporações, uma vez que as mídias independentes não dispõem de meios capazes de fazer frente ao conglomerado privado. Esses veículos, que deveriam estar abertos para a participação de qualquer pessoa, não contam com incentivos públicos, nem privados para sua sustentação e ainda batalham para alcançar a regulamentação pelo Estado6, como é o caso das emissoras comunitárias. De acordo com estudos da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (ABRAÇO), há inúmeras interdições ao exercício do direito à comunicação por algumas associações que aguardam, há mais de oito anos, que o Ministério das Comunicações autorize o funcionamento de uma emissora de baixa-potência em suas comunidades. Além de perseguidas pelo próprio poder público, via Polícia Federal, muitas delas são alvo de sucessivas campanhas de rádios comerciais que tentam marginalizá-las e induzir a população a se posicionar contra sua regulamentação.

Notamos que, enquanto ocorre um estrangulamento das rádios comunitárias ou independentes, o Estado Brasileiro vem colaborando com a formação dos conglomerados de mídia por meio da distribuição de outorgas para operação de rádio e televisão para partidos aliados, como adverte Lima: “foram 100 canais educativos no Governo Fernando Henrique Cardoso e 110 no governo Lula. Estima-se que, um terço delas foi destinado a grupos políticos ou religiosos (CARTA CAPITAL, 2006)”.

A associação entre parlamentares e a mídia é explícita: um terço dos senadores e mais de 10% dos deputados eleitos para o quadriênio 2007-2010 violam a legislação ao controlar rádios e televisões em todo o país. São mais de 80 concessionários com mandato no Congresso Nacional. Interesses privados e políticos andam de mãos dadas com o setor. Um estudo realizado pelo pesquisador aponta que, em 2004, quase metade

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De 1998 até o final de 2004, o Ministério das Comunicações autorizou a regulamentação de 2.200 rádios comunitárias, enquanto há mais de oito mil processos em tramitação, alguns deles aguardam julgamento há mais de quatro anos (ABRAÇO,2005).

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dos integrantes da Comissão de Ciência, Tecnologia e Informática da Câmara Federal _ responsável pela análise dos projetos de licença ou renovação de outorgas de funcionamento para rádio e televisão _ eram detentores de concessões.

Neste sentido, existência de veículos independentes, diante de um cenário de interdição, vem se conformando como expressão da resistência de movimentos sociais que lutam pela democratização da mídia no país. De acordo com Guareschi (2005,p.17) não se tem uma sociedade democrática na qual as pessoas podem exercer seu pleno direito de cidadania enquanto não houver a possibilidade concreta das pessoas expressarem sua opinião, manifestarem seu pensamento. Mas como ampliar o som das vozes da sociedade em um país onde os veículos de comunicação estão nas mãos de uma pequena elite empresarial e política?

O critério de distribuições das quase 2.000 outorgas de estações retransmissoras de TV, até 1997, privilegiou os “amigos” do presidente candidato à reeleição de Fernando Henrique Cardoso da seguinte forma: 268 foram entregues a políticos; 342 ao grupo Sistema Brasileiro de Telecomunicações (SBT); 319 à Rede Globo; 310 à Rede Vida, ligada à Igreja Católica; 252 à Bandeirantes; 151 à Rede Record, da Igreja Universal do Reino de Deus; e, por último, 125 às TVs educativas (COSTA, apud GUARESCHI, 2005,p.56).

A relação “viciada” entre políticos, a elite concessionária e o Executivo Federal é antiga no Brasil. A prática, muito comum durante o regime militar, baseava-se na troca de favores entre governantes e empresários interessados em enriquecer com a exploração comercial da imprensa, como resgata Guareschi:

O esquema do monopólio começa a ser fortalecido pelos militares que tomam o poder em 1964, quando aprofundam a presença do Estado na implantação de um sistema de comunicações. Os militares criam a Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel), em 1965, o Ministério das Comunicações (Minicom), em 1967, e a Telecomunicações Brasileiras S.A. (Telebrás), em 1972. Investem na Discagem Direta a Distância (DDD) e nos sistema de microondas. Toda essa infra-estrutura montada pelos generais-presidentes é repassada aos empresários da comunicação (2005,p.37).

E ressalta Sobrinho:

Historicamente a política de concessões foi orientada para privilegiar as oligarquias e os monopólios. Se um jornal era dócil ao governo, seu dono ganhava uma concessão de rádio. Se o jornal e a rádio eram dóceis, o dono ganhava uma televisão. O caso clássico foi o dos Diários Associados. Agora, se o jornal, a rádio e a televisão aberta são dóceis, o dono tem todas as chances de conseguir uma televisão a cabo (1997,p.13).

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Essa situação sempre foi, e continua sendo, um obstáculo à liberdade de expressão dos cidadãos e cidadãs do país, uma vez que, enquanto poucos podem transmitir informações, a maioria está destituída desse direito. Constata-se, portanto, que há muitas barreiras para quem quer fazer o controle social dos meios de comunicação no Brasil.

Controle público é inseparável da democratização e se expressa através de políticas que ampliem o acesso à propriedade dos meios de comunicação; que criem mecanismos de regulação dos meios; que dêem trânsito às demandas da sociedade civil e dos setores organizados da sociedade (apud GUARESCHI, 2005,p.3).

A alta quantidade de deputados, prefeitos, senadores e vereadores à frente de empresas de comunicação é outro resultado da “entrega” de concessões com fins eleitoreiros. Ao que parece, tal situação vem sendo compactuada com o Governo Federal, uma vez que tem sido recorrente, nos últimos 20 anos, a indicação de parlamentares do setor para o comando do Ministério das Comunicações7.

Outro fato que chama atenção é a proliferação de redes assumidamente evangélicas e católicas. Isso se deve ao aumento das “bancadas cristãs” no Congresso Nacional, que beneficiam familiares e correligionários com a outorga para operação de canais de rádio e televisão. Utilizando desse artifício, investem na propagação dos seus dogmas para arrebanhar novos fiéis. Dessa forma, a elite política brasileira ignora que “a televisão e a rádio antes de serem empresas privadas são bens públicos, cuja utilização deve estar a serviço da coletividade” (GUARESCHI, 2005,p.67).

A convocação do público para o status de sujeito apto a monitorar os meios de massa exige a compreensão dos mecanismos que cercam a produção das notícias e as engrenagens dos órgãos de imprensa. Desse modo, será possível romper com o entendimento de que o público é composto apenas de uma massa informe de receptores passivos aos apelos midiáticos. Segundo Ianoni, existem sujeitos na comunicação:

Dizer que a mídia veicula ideologia não significa dizer também que só haja dominação e não haja sujeito no processo de comunicação feito por meio dos mass media (...) O jornalismo e a indústria cultural, como não podia deixar de ser, também são constituídos por contradições. Trata-se de realçar hierarquias. O poder que os grandes grupos de comunicação têm em transmitir seus conteúdos é muito maior do que o poder de qualquer um dos simples mortais destituído desses meios de produção. (IANONI, 2003, p.5).

7

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, teve como ministro, entre 2003 e 2005, Eunício Oliveira, dono de redes de rádio no Ceará e em Goiás e, a partir de 2005, teve o ex-funcionário da Rede Globo, Hélio Costa/PMDB, comandando o mesmo ministério.

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Todavia, a participação de amplas camadas da população e de movimentos pela democratização da mídia nas discussões acerca da política de comunicação brasileira, mesmo após o regime militar, esteve inviabilizada pela ausência de canais de interlocução entre o governo e a sociedade. Somente técnicos em telecomunicações, jornalistas, radialistas, políticos e empresários participaram das discussões.

Por essas razões – podemos acrescentar –, o debate sobre as telecomunicações parece restringir-se a economistas, tecnocratas e executivos empresariais, distanciando-se do conjunto da sociedade; o debate sobre a radiodifusão, por sua vez, chegou a incorporar parcialmente, sobretudo a partir da década de 1970, as forças políticas e sociais preocupadas com o poder e a influência política e cultural do rádio e, principalmente, da televisão (DANTAS, 2002,p.139).

Os movimentos sociais8 pouco puderam se qualificar quer seja para intervir nas decisões do governo, quer para contestar a quase automática renovação do período das concessões pela Câmara Federal, a ausência de discussão do marco legal da comunicação no Brasil9, ou mesmo para impedir as sucessivas entradas do capital estrangeiro nas empresas nacionais e a perseguição às emissoras comunitárias. Além disso, a desarticulação entre os órgãos públicos10 do setor, que trabalham individualmente, sem um plano ou conjunto de estratégias e com pouca interlocução com a sociedade, também contribui para que a comunicação continue sendo utilizada como mercadoria no país.

A Sociedade Civil Contesta a Concentração da Mídia

Esse quadro começou a se modificar a partir dos anos de 1970, com o surgimento do Fórum Nacional pela Democratização (FNDC), do Coletivo Intervozes, da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço), da Articulação Cris Brasil, da Campanha pela Ética na Comunicação: Quem financia a baixaria é contra a cidadania, da Frente Nacional por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital e da Rede de Mulheres no Rádio. Junto com entidades de classe, como a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), essas redes preocuparam-se com a defesa do direito à comunicação,

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Integrantes de movimentos sociais mais atuantes na sociedade ainda desconhecem que os canais de televisão e as emissoras de rádio são concessões públicas e que sua renovação necessita de aprovação doCongresso Nacional, como prevê a Constituição de 1988, e que o período de permissão de exploração é de 10 anos para o rádio e de 15 anos para a televisão.

9 A lei de imprensa em vigor no Brasil é da época do regime militar e o Código Brasileiro de Telecomunicações (Lei 4.117) é de 1962.

10

A estrutura pública conta com o Conselho de Comunicação Social (de caráter consultivo), o Ministério das Comunicações, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Ministério da Justiça, o Ministério da Educação, a Secretaria de Comunicação Social, a Casa Civil (com o Instituto de Tecnologia da Informação) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

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também chamando a atenção da sociedade para o prejuízo que os cartéis causam à democracia brasileira.

Os militantes contestam, ainda, a baixa participação da população na produção e sistematização de informações veiculadas pela imprensa, a falta de investimento do Estado nas emissoras educativas, a supremacia do sistema Privado sobre o Estatal e o Público (quase inexistente), além da concentração de poder nas mãos de poucas empresas, que determinam a quantidade e a qualidade dos conteúdos exibidos.

Isso também acontece porque os grupos que formam opinião tendem a banalizar o consumo dos bens simbólicos e a classificar as pessoas de acordo com seu poder aquisitivo e não como cidadãos ou cidadãs. Os valores culturais dos indivíduos são secundarizados. O mais importante é se adequar às exigências do mercado. Assim, a realidade plasmada pelos mass media nos coloca muito mais próximos do conceito de aldeia global de Mcluham:

Toda mídia trabalha sobre nós de uma forma total. Esses meios são tão intensos em suas conseqüências pessoais, políticas, econômicas, estéticas, psicológicas, morais, éticas e sociais que não deixam nenhuma parte nossa intocada, não afetada, inalterada. O meio é a mensagem. Qualquer compreensão sobre mudanças sociais e culturais é impossível sem um conhecimento do modo como a mídia funciona como contexto (apud ARBEX JR, 2003,p.69).

Neste sentido, não há interesse na divulgação, por exemplo, dos prazos e períodos de vencimento das outorgas para funcionamento pelos meios de comunicação. E, em lugar de possibilitar cada vez debates sobre temas de interesse público, os meios estão mais preocupados com o entretenimento. A sociedade, ao que parece, procura reafirmar sua identidade através da necessidade de exposição da intimidade. A exibição do que, até poucos anos, era considerado exclusivo da vida privada tem sido comum em um mercado ávido por novidades. De programas de auditórios, onde se discute a vida de “estrelas” televisivas, ao simulacro dos Big Brothers. A idéia é alimentar a cultuada “sociedade do espetáculo”. Vale tudo para conquistar os 15 minutos de fama.

O contexto converge para o que Johnson chama atenção quando afirma que as relações de poder podem contribuir para que temas de relevância social caiam no esquecimento.

Existem, naturalmente, profundas diferenças em termos de acesso à esfera pública. Muitas das preocupações sociais não ganham absolutamente qualquer publicidade. Não se trata simplesmente de que elas continuem privadas, mas de que elas são ativamente privatizadas, mantidas no nível do privado (JOHNSON, 1999, p.49).

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E é justamente isso que os movimentos estão tentando fazer: se colocar como protagonistas no debate sobre políticas de comunicação no Brasil e explicitando que a concentração da mídia fere os direitos humanos e difundindo que a presença da população no controle social dos conteúdos, na elaboração das pautas e produção de notícias pode favorecer ao exercício da democracia no país. Um dos debates mais calorosos neste sentido se deu em 2006, quando o Governo Federal escolheu o modelo de televisão digital que será implementado no país.

A Frente Nacional por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital teve papel fundamental na divulgação desse assunto para a sociedade. Com o argumento de que a comunicação é um direito humano e que todo cidadão e toda cidadã pode e deve ser consultado (a) sobre o uso social de uma tecnologia, a Frente levou a questão para a cena pública e se contrapôs ao que o Executivo Federal pretendia: manter a discussão no campo técnico e em sintonia com os interesses corporativos da casta que controla a mídia brasileira. De acordo com o manifesto da Frente:

“a digitalização da radiodifusão trazia consigo a possibilidade de dar novas soluções a velhos problemas, permitindo alterar a concentração de propriedade dos meios de comunicação, bem como a pouca diversidade no conteúdo transmitido, construindo um sistema mais plural e diverso voltado às demandas informativas e culturais da população. Passado um ano, reafirmamos serem estes os objetivos para a digitalização das comunicações brasileiras” (FRENTE, on-line).

Apesar dos esforços empreendidos pelas entidades que compõe a articulação, o Governo Federal, ao que parece, ignorou as proposições com características democratizantes, contidas no Decreto 4.901/03, que criou o Sistema Brasileiro de TV Digital, e optou por outro caminho ao editar o Decreto 5.820/06. Tal decisão foi taxada de “erro político” pelos ativistas. A opção pela tecnologia japonesa, com o padrão ISDB-T, ignorou, inclusive, o investimento financeiro do próprio Governo em pesquisas nacionais voltadas à criação do Sistema Brasileiro de Tevê Digital (SBDTV).

Notamos que o Executivo Federal cedeu ao lobby dos conglomerados de mídia, que permaneceram com o domínio dos canais, em detrimento da possibilidade da ampliação do número de programações e de freqüências no espectro. A diversidade de sujeitos na produção dos conteúdos na grade da televisão digital foi abolida pelo Decreto 5.820/06, uma vez que as atuais concessionárias terão _ com a digitalização _ o mesmo

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espaço que dispõe hoje, embora o sinal digital abra a possibilidade de transmissão com melhor qualidade e em menos espaço.

Se os militantes não conseguiram êxito na disputa ideológica acerca do modelo de televisão digital que o Brasil iria adotar, o que dizer do padrão de rádio digital, cuja possibilidade de interlocução com o Ministério das Comunicações sobre a proposta técnica a ser escolhida nem foi ventilada? O que ocorre nessa seara é o teste do modelo americano IBOC por 15 emissoras comerciais de rádio do sul e sudeste do país. Tudo isso com o apoio do Governo Federal e sem nenhuma discussão com a sociedade.

O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), alerta que, enquanto essas emissoras realizam suas transmissões com o modelo IBOC, importando equipamentos com a permissão do Estado, as rádios comunitárias, as pequenas e as independentes poderão ficar excluídas do processo. Isso por que os custos com a transição do modelo analógico ao digital (pelo IBOC) poderão ultrapassar os R$ 17 bilhões. Se uma das 2.548 rádios comunitárias que operam com licença provisória ou definitiva no Brasil quiser adotar a tecnologia americana vai ter que desembolsar perto de R$ 60 mil só para trocar o modulador.

Atualmente, uma associação de bairro pode montar uma emissora comunitária com R$ 5 mil. Mas, se a rádio optar por migrar completamente para o IBOC, o investimento pode chegar aos R$ 100 mil. Isso fatalmente vai ocorrer por que os equipamentos do modelo de rádio digital em teste é são mais caros que o europeu, por exemplo. O custo da implementação do padrão americano é tão alto que, mesmo nos Estados Unidos, foi estabelecido um fundo para financiamento da migração das emissoras públicas para o padrão digital.

Outra questão levantada pelos militantes da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (ABRAÇO), por exemplo, é que, se o IBOC for escolhido, muitas emissoras independentes poderão sair do ar não só por questões econômicas, mas, também, pela adequação tecnológica. Eles alegam que a empresa Ibiquity, dona da licença do modelo, solicitou à Comissão Federal de Comunicações, órgão que regula os setores de radiodifusão e telecomunicações nos EUA, a ampliação do uso do espectro de 200 KHz para 250 KHz. Se o modelo for implementado no Brasil com essa amplitude da freqüência, perto de 30% das emissoras em FM poderão simplesmente deixar de existir. Não vai haver espaço no dial, por exemplo, para as rádios comunitárias. Uma situação que os militantes da Frente Nacional por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital estão denominando de “cala boca tecnológico”.

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Os exemplos comprovam que, em lugar da promessa de abertura para a diversidade e o acesso às tecnologias de informação e comunicação defendida pelos que apóiam a globalização, nos deparamos com sucessivas tentativas de fortalecimento dos cartéis da mídia brasileira. Nesse cenário, o Estado não se referencia como defensor da comunicação voltada ao interesse público, e acaba por abdicar do seu papel de fiscalizador dos atentados cometidos pelos mass media contra os direitos humanos da população.

As mulheres reagem: da crítica da mídia à produção de conteúdos

O movimento feminista desponta como um dos sujeitos coletivos que mais têm publicizado, ao longo dos últimos 25 anos, sua defesa da democratização dos meios de comunicação no Brasil. Suas militantes intensificaram seus embates com a mídia a partir dos anos de 1970, quando passaram a sistematicamente criticar os órgãos de imprensa por fazer uma leitura equivocada das propostas feministas e difundir o machismo.

A exposição das mulheres de forma estereotipada e depreciativa preocupou as ativistas, que utilizaram veículos próprios, principalmente nos anos de 198011, como uma tentativa de popularizar a causa e convocar a classe feminina a se posicionar publicamente contra o sexismo nos meios de comunicação. As análises da época indicam que a imprensa geralmente retratava as feministas como mal-amadas ou inimigas dos homens.

É nesse campo de batalha mediado por conflitos e disputas entre projetos de sociedade que as mulheres surgem, muitas vezes, como objetos de consumo nas músicas, na propaganda e nos conteúdos jornalísticos, o que é repudiado pela Plataforma Política Feminista12 (2002):

Democratizar os meios de comunicação, combater sua oligopolização e promover a implantação de políticas públicas de comunicação de caráter regulador e fiscalizador, que garantam o acesso efetivo de diferentes segmentos da população à informação, contemplando os vários olhares sobre o mesmo fato e garantindo a liberdade de expressão das mulheres, que vêm tendo sua imagem constantemente desrespeitada pela mídia (PLATAFORMA POLÍTICA FEMINISTA, 2002, art. 236).

Um dos exemplos da ação feminista em comunicação ocorreu ainda no final dos anos de 1970, quando a Rádio Nacional de Brasília colocou no ar diariamente, das 9 às 12 horas, o programa Viva Maria, um dos primeiros a mobilizar as mulheres contra a violência doméstica e em defesa da qualidade no atendimento à saúde sexual e

11

Nesta época ficaram conhecidos nacionalmente os jornais Brasil Mulher e Nós Mulheres, embora ocorram registros de imprensa dirigida às mulheres no Brasil desde o século XIX.

12

Documento elaborado com as propostas apresentadas e discutidas por mais de 5 mil mulheres e referendadas na Conferência de Mulheres Brasileira, realizada pelo movimento feminista, em 2002, em Brasília.

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reprodutiva. Uma das suas características era a interação com as ouvintes, que comemoravam o 8 de março13 com transmissões realizadas da rodoviária ou da Praça do Povo, na capital do país. O Viva Maria saiu do ar em 1991, após uma reforma na grade de programação da emissora. Sua extinção provocou protestos do movimento feminista, que encaminhou uma carta com cinco mil assinaturas à Presidência da República.

A experiência do programa inspirou uma revolução na comunicação feminista, que começou a tomar forma quando estratégias nacionais de acesso do discurso das mulheres organizadas à mídia obtiveram inegável impacto social. Duas articulações elevaram o status do sujeito político feminista a formador de opinião: a Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos (Rede Feminista de Saúde) e a Rede de Mulheres no Rádio.

A Rede Feminista de Saúde fomentou, nos últimos 10 anos, discussões públicas acerca de questões centrais da agenda do movimento, demarcando sua posição diante de temas polêmicos, como o aborto e lesbianidade. Foi pioneira ao promover debates entre feministas e meios de comunicação, ao realizar, entre 1997 e 1999, seminários regionais que, além de diagnosticar ruídos na comunicação entre ativistas e jornalistas, forneceram subsídios tanto para melhorar a cobertura dos veículos, quanto para qualificar as militantes para falar no rádio e na televisão. Os encontros resultaram na publicação do livro “Mulher e mídia, uma pauta desigual?”, em 1997.

Outra ação voltada ao incremento da participação das mulheres na imprensa, a partir dos anos de 1990, foi a criação da Rede de Mulheres no Rádio. Sua tessitura está se consolidando, atualmente, por meio da Rede Cyberela, um projeto da ONG Centro de Projetos da Mulher (Cemina)14, que investe na inclusão digital feminina15, na veiculação de programas de rádio via internet e na participação das mulheres nas TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação), um conceito que, de acordo com o Cemina: “Abrange as inovações tecnológicas e a convergência de informação e comunicação que têm transformado a sociedade de informação e conhecimento, ao estender os alcances das redes a muitas partes do mundo” (AMORA, on-line).

13 Data em que se comemora o “Dia Internacional da Mulher”. 14

ONG feminista do Rio de Janeiro que atua no campo da comunicação desde 1990.

15 Uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo (2001) sobre o afastamento das mulheres dos processos tecnológicos revela que 30% das entrevistadas nem sequer sabiam o que era a internet, 73% nunca haviam trabalhado com computador e 86% não tinham acesso à internet.

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A paixão que as integrantes da Rede têm pelo rádio16 e seu recente acesso às TICs têm possibilitado o exercício da fala pública na mídia para centenas de mulheres, numa troca de relatos e histórias de vida que vêm mobilizando radialistas para intervenções políticas e campanhas em prol da cidadania feminina em todo o país17. As ações mantêm sintonia com a AMARC-WIN (Women’s International Network of

Amarc18, a Rede Internacional de Mulheres da Amarc19), que promove a comunicação

como direito universal do ser humano e o acesso das mulheres aos meios massivos. A iniciativa consiste no resgate do rádio como aliado na divulgação do feminismo para as populações mais desinformadas, atingindo, principalmente, as mulheres que moram em áreas rurais e regiões ribeirinhas. Nota-se uma tentativa de apropriação cidadã do veículo, contrariando o curso da indústria cultural. Dessa forma, entendemos que tais ações estabelecem conexões com o pensamento de Martín-Barbero, ao resgatar a importância do veículo:

O rádio fala basicamente seu idioma – a oralidade não é mera ressaca do analfabetismo, nem o sentimento é subproduto da vida para os pobres – e pode assim servir de ponte entre a racionalidade expressivo-simbólica e informativo-instrumental, pode ser e é algo além de mero espaço de sublimação: aquele meio que, para as classes populares, “está preenchendo o vazio deixado pelos aparelhos tradicionais na construção de sentido” (Martín-Barbero, 1997, p.315).

Outra característica das associadas da Rede de Mulheres no Rádio é a interação dos programas com o público, que pode, inclusive, produzir suas notícias, divulgá-las no ar e na internet20. Para o Cemina, o formato do rádio21 facilita a inserção das mulheres, uma vez que junta oralidade com tecnologia e abre possibilidades de transmissão com base na difusão de informações por ondas eletromagnéticas, em diversas freqüências.

16

Hoje, cerca de três bilhões de aparelhos funcionam no mundo. E, de todas as tecnologias da informação e da comunicação, o rádio continua sendo a mais difundida e a mais barata (disponível em: www.swissimfo.com.br. Acesso em: 2 dez. 2003.

17

Disponível em: www.radiofalamulher.org.br. 18

A WIN representa uma larga assembléia de mulheres comunicadoras, que trabalham para assegurar os direitos das mulheres à comunicação com o movimento de rádios comunitárias. Os princípios básicos da WIN, subscrevendo os princípios da Plataforma de Ação de Pequim, procuram promover: o direito de a mulher comunicar como um direito básico expresso pela rádio comunitária; o empoderamento das mulheres, a igualdade de gênero e a melhoria das condições e posições das mulheres em todo o mundo; o acesso das mulheres a todos os níveis da rádio comunitária, incluindo a tomada de decisões; a expressão das próprias mulheres nas suas comunidades, por meio de programas de capacitação e da troca de produções em nível local e internacional; a alteração das imagens negativas de estereótipos de homens e mulheres nos meios de comunicação, reproduzidos por todo o mundo.

19 A Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc) é uma entidade internacional que serve o movimento de rádios comunitárias, com cerca de 3.000 membros de 106 países. Com sede em Montreal, Canadá, está presente em todos os continentes, organizando atividades globais e regionais. O seu objetivo é contribuir para o desenvolvimento das rádios comunitárias e participativas, de acordo com os princípios de solidariedade e cooperação internacional (CEMINA, 2002).

20

Disponível em: http://amora.rits.org.br/cemina/html/subcapII6.html. Acesso em: 19 mar. 2005. 21

Uma pesquisa da revista "Meio e mensagem" n. 46, de 13/04/98, estimou que, naquela época, funcionavam perto de 2.500 emissoras no Brasil, sendo 75% delas em FM e as demais em AM.

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Integrante da Rede de Mulheres no Rádio, o Centro das Mulheres do Cabo22 (CMC) entendeu, ainda em 1997, que o movimento feminista necessitava se apropriar do rádio para intensificar o combate às desigualdades de gênero na Zona da Mata Sul do Estado. A entidade passou a veicular, junto com grupos de mulheres das cidades de Palmares, Joaquim Nabuco e Água Preta, o programa Rádio Mulher, inicialmente pela Rádio Cultura AM e, a partir de 200123, pelos 100,9 MHz da Rádio Quilombo FM.

Ao longo dos seus 10 anos de existência, o Rádio Mulher tem mantido seu foco temático na divulgação de informações qualificadas sobre direitos reprodutivos e direitos sexuais, vem sendo produzido e apresentado por integrantes grupos de mulheres da Mata Sul e dando nítidos sinais de estímulo ao envolvimento direto das ouvintes em sua produção. O programa dispõe de um conselho, composto por dez representantes de organizações de mulheres de Palmares, Joaquim Nabuco, Água Preta e Catende, com a missão de analisar os conteúdos veiculados, a linguagem e o formato. As conselheiras são a voz e os ouvidos do público. Coletam opiniões e sugestões em suas comunidades.

O programa, cuja linha editorial é declaradamente feminista, conta com o apoio da Fundação Ford24 e lidera a audiência da rádio no horário da manhã, atingindo cerca de 200 mil ouvintes em 50 municípios da Zona da Mata Sul de Pernambuco e do estado de Alagoas. Além de informar a população sobre os cuidados com a saúde, o Rádio Mulher convoca a audiência para o exercício do controle social das políticas públicas. São recorrentes, na sua linha editorial, assuntos como participação política feminina, cidadania, direitos reprodutivos e direitos sexuais e o enfrentamento da violência doméstica e sexual. É de dentro dessa caixa de ressonância das lutas femininas e de mediação social que falam as líderes de um movimento que vem incentivando as mulheres a ocupar seu lugar no mundo público. Trata-se de uma estratégia para romper com o estigma de que o ambiente doméstico deve ser o único espaço de expressão delas. Notamos que o Rádio Mulher, junto com outras estratégias de ocupação de espaços públicos, trazem no seu cerne o projeto político e pensamento crítico feminista. Mais do que adequar as ativistas às engrenagens da indústria cultural, o movimento demonstra querer conquistar o rádio para, também por meio dele, “inscrever as mulheres na história” (SCOTT, 1995, p. 73). Ao compreender que qualquer transformação cultural

22 ONG feminista fundada em 1984, cuja missão é: construir a equidade de gênero e afirmar os direitos de cidadania das mulheres, o CMC compõe a Rede de Mulheres no Rádio e integra a coordenação da AMARC no Brasil.

23

O Rádio Mulher também está sendo exibido, diariamente, das 8 às 9h, de segunda à sexta, pela Rádio Calheta FM, uma emissora comunitária localizada no Cabo de Santo Agostinho.

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Fundação americana vinculada ao grupo de empresas Ford, que financia projetos sociais de ONGs da América Latina.

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em curso no Brasil precisa considerar os veículos de comunicação, o movimento feminista apresenta as organizações de mulheres como sujeitos coletivos com habilidade para imprimir seu discurso na arena pública, lançando o olhar para a mídia como “lócus privilegiado da ação política” (JORDÃO in LIBARDONI e LIBARDONI, 1999, p.119).

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