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TRÊS ATITUDES DIANTE DA DIFÍCIL REALIDADE

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Academic year: 2021

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1 Mensagem pregada pelo Pr Luciano R. Peterlevitz na Igreja Batista Novo Coração, em 07 de fevereiro de 2016.

Marcos 6.30-44:

30 Reuniram-se os apóstolos com Jesus e contaram-lhe tudo o que tinham feito e ensinado. 31 Ao que ele lhes disse: Vinde vós, à parte, para um lugar deserto, e descansai um pouco. Porque eram muitos os que vinham e iam, e não tinham tempo nem para comer. 32 Retiraram-se, pois, no barco para um lugar deserto, à parte.

33 Muitos, porém, os viram partir, e os reconheceram; e para lá correram a pé de todas as cidades, e ali chegaram primeiro do que eles.

34 E Jesus, ao desembarcar, viu uma grande multidão e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor; e começou a ensinar-lhes

muitas coisas.

35 Estando a hora já muito adiantada, aproximaram-se dele seus discípulos e disseram: O lugar é deserto, e a hora já está muito adiantada; 36 despede-os, para que vão aos sítios e às aldeias, em redor, e comprem para si o que comer. 37 Ele, porém, lhes respondeu: Dai-lhes vós de comer. Então eles lhe perguntaram: Havemos de ir comprar duzentos denários de pão e dar-lhes de comer?

38 Ao que ele lhes disse: Quantos pães tendes? Ide ver. E, tendo-se informado, responderam: Cinco pães e dois peixes. 39 Então lhes ordenou que a todos fizessem reclinar-se, em grupos, sobre a relva verde. 40 E reclinaram-se em grupos de cem e de cinquenta. 41 E tomando os cinco pães e os dois peixes, e erguendo os olhos ao céu, os abençoou; partiu os pães e os entregava a seus discípulos para lhos servirem; também repartiu os dois peixes por todos. 42 E todos comeram e se fartaram. 43 Em seguida, recolheram doze cestos cheios dos pedaços de pão e de peixe. 44 Ora, os que comeram os pães eram cinco mil homens.

Introdução

Realidades que não podemos negar. Esse será o tema que a Igreja Batista Novo Coração refletirá ao longo de 2016.

Mas, que realidades são essas? Nossas realidades semelhantes às da época de Jesus. No contexto do ministério terreno de Jesus, podemos notar as seguintes realidades:

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2 TRÊS ATITUDES DIANTE DA DIFÍCIL REALIDADE

 Muitas pessoas dominadas por espíritos demoníacos;  Muitos enfermos (dentre esses, os leprosos);

 Muitos pobres e mendigos;  Publicanos e prostitutas.

Um dos enfermos disse para Jesus: “não tenho ninguém” (Jo 5.7). Sim, aquelas pessoas não tinham ninguém e eram tratadas como ninguéns; não tinham nada, e eram tratadas como se fossem nada. Pior do que não ter nada é sem tratado como um nada.

Mas precisamos mostrar aos “ninguéns” que eles são alguém diante de Deus. Jesus morreu por eles, e eles têm valor!

Entendendo a narrativa de Marcos 6.30-44

Marcos 6.20-44 narra a sensibilidade de Jesus frente à realidade difícil que o cercava. Uma multidão de pessoas estava faminta. Mas Cristo matou a fome daquela gente. Alimentou cinco mil homens com cinco pães e dois peixes, e levou seus discípulos a repartir o alimento com a multidão.

De acordo com v.30, os discípulos voltaram da missão confiada por Jesus (veja Mc 6.7-13), e lhe relataram tudo o que tinham feito e ensinado.

Nos v.31-32, Jesus convida seus discípulos para repousarem em um “lugar deserto” (v.31), “um lugar solitário” (v.32), ou seja, um lugar abandonado e despovoado. Jesus almeja um descanso merecido para ele e seus discípulos. Afinal, depois de um dia de muito trabalho, eles precisam parar um pouco! Mas o v.33 afirma que, quando Jesus e os discípulos chegaram ao lugar de descanso, o lugar deserto já não estava tão deserto. Muitas pessoas “chegaram antes deles”.

Jesus queria um lugar deserto, longe das multidões. Mas a multidão foi atrás dele. O descanso de Jesus e dos discípulos acabou antes de começar!

O Senhor deu atenção àquelas pessoas (v.34).

De fato, precisamos de descanso e isolamento. Mas isolamento sem nenhum envolvimento significa egoísmo.

Vivemos hoje a cultura do entretenimento. As pessoas têm inúmeras possibilidades de diversão. Mas há tão pouco engajamento e preocupação com o próximo. O descanso é importante. E a solidão às vezes faz bem (precisamos ter nosso tempo a sós com Deus – Mc 6.46). Mas não podemos cair no vício do entretenimento, como faz nossa cultura (que coloca o prazer pessoal acima de todas as coisas). Nem podemos nos isolar. Não podemos deixar de nos envolver com a obra que Deus quer fazer na nossa realidade.

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multidão: visão, compaixão e ação. Precisamos ter essas três atitudes diante das realidades difíceis que nos cercam.

1ª atitude: Visão

V.34: “E Jesus, ao desembarcar, viu uma grande multidão e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor...”.

Jesus “viu uma grande multidão”. Não se trata de um olhar qualquer. O verbo “ver” (grego eido) significa “ter consciência, observar, considerar, conhecer, entender”. Jesus olha com um olhar de compaixão. Quando Jesus olhou para aquelas pessoas, ele viu ovelhas sem pastor. Jesus não vê multidões. Ele vê ovelhas.

Às vezes olhamos, mas não enxergamos. Olhamos, e vemos só multidões, mas não conseguimos ver ovelhas perdidas, desorientadas, que precisam de amparo. Temos certa miopia para enxergar a difícil realidade que nos cerca.

Habacuque 1.3: “Por que razão me fazes ver a iniquidade, e a opressão? Pois a destruição e a violência estão diante de mim; há também contendas, e o litígio é suscitado.”

Habacuque estava em crise porque Deus o fez ver a iniquidade e opressão. O próprio profeta reconhece que a “destruição e a violência estão diante de mim”. Como não ver a maldade que estava diante dele? Como não enxergar algo que está diante de nós?

As realidades estão diante de nós, mas não enxergamos. Muitas vezes agimos como se as realidades ao nosso redor não existissem. Mas são realidades que não podemos negar. Elas estão bem ai à nossa frente.

É preciso que Deus abra os nossos olhos.

Hoje o Senhor nos diz: “levantai os vossos olhos, e vede os campos” (Jo 4.35). Nossa tendência egoísta é olhar só para nós, para o nosso próprio mundo. Mas precisamos erguer os olhos para ver a realidade que está diante de nós.

2ª atitude: Compaixão

“e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor”. Jesus sentiu compaixão porque aquelas pessoas eram “como ovelhas que não têm pastor”. O verbo “se compadecer” (grego splagchnizomai), significa “ser

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4 TRÊS ATITUDES DIANTE DA DIFÍCIL REALIDADE

movido pelas entranhas”, de onde vem a palavra esplancnologia: estudo das vísceras.

Certa vez Jesus se deparou um cortejo fúnebre (Lc 7.11-17). Uma viúva chorava a morte do seu filho único. “Logo que o Senhor a viu, encheu-se de compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores.’” (Lc 7.13)

Lemos ai o estremecer das entranhas de Jesus. Jesus agia movido pela compaixão.

A narrativa de Mateus, paralela à narrativa de Marcos, diz que Jesus “curou os seus enfermos” (Mt 14.14). Entendemos a razão porque aquelas pessoas procurava Jesus. Elas queriam que seus doentes fossem curados. Elas esperavam que seus anseios e dificuldades fossem resolvidos pelo Senhor.

A mesma cena pode ser vista nos dias de hoje. Multidões em igrejas neopentecostais, buscando a solução para seus dilemas.

O que vamos fazer? Julgá-las? Precisamos ter a mesma atitude de Jesus: compaixão.

Jesus sentiu compaixão daquela multidão, mesmo sabendo que seria abandonado por ela (veja Jo 6). Jesus sabia muito bem que a multidão não queria nada com ele; ele sabia que aquelas pessoas só queriam o pão (Jo 6.26). Jesus ensinou essas pessoas, mesmo sabendo que elas não queriam nada com seu ensino. Aquelas pessoas eram incrédulas (Jo 6.36). Mas essa é a práxis de Jesus: fazer o bem para as pessoas, mesmo sabendo que elas não querem ouvir seu ensino.

Precisamos agir movidos pela compaixão. Isso significa fazer o bem sem a expectativa de ser retribuído com o bem. Precisamos ajudar as pessoas, mesmo que elas não queiram nada com nosso ensino. Precisamos fazer o bem para elas, mesmo que elas não queiram vir para nossa igreja.

3ª atitude: Ação

“e começou a ensinar-lhes muitas coisas”. Mt 14.14 diz que ele também “curou os seus enfermos”. Lc 9.10: “e falava-lhes do reino de Deus, e sarava os que necessitavam de cura”.

Portanto, são duas as ações de Jesus: ensino e cura.

Ensino: Jesus ensinava a multidão acerca do Reino de Deus (Lc 9.10). De acordo com o Evangelho de Marcos, Jesus pregava “o evangelho de Deus” (Mc 1.14). Anunciava que as boas novas de salvação haviam chegado.

Jesus realmente curou os enfermos daquela multidão. Mas não fez isso sem ensinar o evangelho do reino de Deus. Jesus não despreza a cura física, mas

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importante do que a cura física. O grande problema é a parcialidade:

 As igrejas neopentecostais falam muito sobre as necessidades físicas, mas não pregam o evangelho do reino.

 As igrejas influenciadas pela teologia da libertação falam muito sobre a ação (práxis), e dizem que a ação é mais importante do que pregação do evangelho. Na verdade, o evangelho (boas novas a respeito da salvação; perdão dos pecados) é visto com certo receio.

 As igrejas tradicionais pregam o evangelho do reino, mas falam pouco sobre as necessidades físicas.

Desafio: precisamos dar o pão físico, mas sem deixar de falar a respeito do Pão da Vida (veja Jo 6); precisamos oferecer o Pão da Vida, mas sem deixar de dar o pão físico. Aquelas multidões que foram até Jesus precisavam ser cuidadas e também precisam ser ensinadas. Por isso, Jesus prega para elas a respeito do evangelho do reino de Deus, e cura os seus enfermos.

Precisamos suprir as necessidades físicas das pessoas. Mas também precisamos leva-las a reconhecer Jesus como Senhor e Salvador. Essas pessoas precisam entender que terão plena paz somente quando forem perdoadas por Deus e quando a justiça perfeita de Cristo for colada sobre elas (Rm 5.1).

Jesus queria levar seus discípulos à ação (v.35-36). Os discípulos diziam: “mande as multidões embora”.

Então Jesus diz para eles: “dai-lhes vós mesmos de comer” (v.37). Será que Jesus está pedindo para eles fazerem o milagre? Afinal, como poderiam alimentar toda aquela gente? De qualquer modo, eles dizem que não podiam comprar pão para tanta gente (v.37b).

Na verdade, Jesus estava dizendo que eles tinham a responsabilidade de alimentar a multidão. Eles tinham que encontrar o alimento. Como? Simplesmente eles tinham que pedir para Jesus atender à necessidade. A solução para o problema estava diante deles. Mas eles haviam se esquecido do milagre do vinho (Jo 2.1-11). Não somente faltou-lhes disposição para alimentar a multidão, mas também fé em Cristo.

O milagre da multiplicação foi feito por Jesus (v.39-41). Os discípulos tão somente distribuíram os pães e os peixes (v.41). E, de acordo com os v.42-43, todos comeram e se fartaram. E ainda sopraram doze cestos de pão e peixe.

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6 TRÊS ATITUDES DIANTE DA DIFÍCIL REALIDADE

É importante notarmos a narrativa seguinte: Mr 6.45-52. Além da incredulidade, também podemos notar a falta de entendimento dos discípulos a respeito de quem é Jesus. Incredulidade é falta de compreensão a respeito de quem é Jesus. Eles achavam que Aquele homem que andava sobre as águas era um fantasma. Mas Jesus diz: “Sou eu” (v.50). É como se Jesus dissesse: “Vocês não estão me reconhecendo? Eu o sou o Deus que controla os ventos”. E o v.52 afirma que eles “não tinham entendido o milagre dos pães, mas seus corações estavam endurecidos”. Os discípulos agiram, distribuíram os pães, mas não entenderam o milagre!

O milagre dos pães tinha o objetivo de levar os discípulos a entenderem quem é Jesus. Ele é Deus, é o Pão da Vida (Jo 6.35). Mas eles não tinham entendido isso. Os discípulos precisavam crer que o Pão da vida é poderoso para multiplicar os pães, e é assim que a multidão seria alimentada.

Duas lições neste ponto:

1. Deus quer que a gente entenda Quem é Ele e o que Ele está fazendo. Servir aos outros é a melhor maneira de conhecer a Deus. Ao distribuir os pães às multidões, os discípulos deveriam perguntar: “Quem é este que está fornecendo esses pães?”. No ato do servir, eles conheceriam melhor a Jesus. Você quer conhecer melhor a Deus? Então, não somente feche seus olhos para orar, mas também abra seus olhos para ver a multidão faminta e disponha-se para servi-la com o pão.

Importante: Deus não somente quer que a gente distribua o pão. Ele quer que, através da distribuição do pão, nós O conheçamos melhor. Quando Deus dá o pão aos outros através de nós, isso é uma oportunidade (dada pelo próprio Deus) de conhecer melhor o nosso Deus.

Muitas vezes fazermos as coisas, mas não nos damos conta que o Deus dos milagres está agindo e usando nossas vidas para que seus milagres se realizem, e assim desperdiçamos a oportunidade de conhecê-Lo ainda mais através desses milagres.

2. Deus quer que gente creia que Ele é poderoso para prover os recursos. Sim, nós podemos e devemos alimentar a multidão. Mas faremos isso com os recursos que o Senhor coloca em nossas mãos. Cremos no Deus dos milagres, e por isso podemos atender às multidões. Sem o milagre, não podemos alimentar tanta gente. Mas a parte mais difícil, o milagre, Jesus faz. A parte mais fácil, distribuir, nós fazemos. O que não podemos fazer é guardar o pão só pra gente. Deus nos chama para compartilhar com os outros aquilo que Ele nos deu. De graça (pela graça) recebemos. Dê graça daremos.

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Como na época de Jesus, as nossas realidades são marcadas pela opressão demoníaca, enfermidades, pobreza, desespero e desesperança. São realidades que não podem ser ignoradas. Não podemos fechar nossos olhos para essas realidades. Não podemos viver como se não tivéssemos nada a ver com elas. Antes, precisamos entender que Deus se importa com essas realidades, e Ele quer usar nossas vidas para que ouras vidas encontrem vida plena em Jesus. O que precisamos fazer diante das realidades que nos cercam?

Três atitudes: visão, compaixão e ação. Precisarmos ver as realidades, precisamos se compadecer das pessoas que vivem nessas tristes realidades e precisamos agir de tal maneira que as necessidades dessas pessoas sejam atendidas.

Referências

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