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68ª ZONA ELEITORAL CASCAVEL PARANÁ

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JUSTIÇA ELEITORAL

68ª ZONA ELEITORAL – CASCAVEL – PARANÁ

_________________________________________________________________________

AUTOS DE PETIÇÃO Nº 51-21.2018.6.16.0068

1 - Após analisar as ocorrências registradas nas atas das mesas

receptoras do 1º Turno das Eleições Gerais de 2018, nesta Zona Eleitoral, este juízo, de ofício, determinou a instauração dos presentes autos, bem como as providências constantes em fl. 02.

As providências determinadas foram cumpridas em fls. 04/101. O Ministério Público Eleitoral se manifestou em fls. 103/107, aduzindo que não vislumbra qualquer ocorrência de fraudes ou problemas nas urnas eletrônicas, uma vez que as intercorrências relatadas nas atas, possivelmente, foram provocadas pelo próprio eleitor no momento da votação.

2 – Assiste razão à ilustre representante do Ministério Público

Eleitoral.

Analisando-se, detidamente, as ocorrências registradas pelos eleitores, destaca-se, pela relevância, as seguintes situações:

a) 05 (cinco) eleitores alegaram que ao votar para

presidente a urna teria finalizado o voto sem que o eleitor confirmasse o voto (vide registros nas seções eleitorais nºs 257, 15, 571, 45 e 409).

b) 10 (dez) eleitores alegaram que a fotografia do

candidato a presidente não teria aparecido na urna (vide registros nas seções eleitorais nºs 257, 517, 446, 11, 349, 123, 438, 323 e 324).

c) 01 (um) eleitor alegou que não conseguiu votar para

presidente (vide registro na seção eleitoral nº 447).

d) 01 (um) eleitor alegou que ao votar para presidente

apareceram duas imagens com candidato que não era o seu escolhido (vide registro na seção eleitoral nº 95).

Primeiramente, para fins de análise estatística, registra-se que esta Zona Eleitoral possui 116.665 (cento e dezesseis mil, seiscentos e sessenta e cinco) eleitores aptos, conforme certidão de fl. 101.

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Deste universo de eleitores, apenas 17 (dezessete) alegaram ter tido problemas no momento de votar para presidente, o que representa 0,014% do eleitorado desta Zona Eleitoral.

A digressão acima é importante para se chegar a uma conclusão lógica do que provavelmente ocorreu em relação às reclamações registradas.

A primeira delas, é que a experiência ordinária demonstra que alguns eleitores tem dificuldades em lidar com equipamentos eletrônicos, por mais simples que sejam, como a urna eletrônica. Isto se observa inclusive no cotidiano com o uso de caixas eletrônicos de bancos, onde normalmente há funcionários para auxiliar inúmeros usuários que não conseguem fazer sozinhos as operações.

A urna eletrônica é bastante simples de usar, mas o eleitor somente tem acesso a ela a cada dois anos, o que faz com que não tenha muita familiaridade com o equipamento.

Isto, associado ao grande número de cargos a serem votados no 1º Turno destas Eleições (seis cargos, com diversos números), certamente, fez com que alguns eleitores fizessem alguma espécie de confusão no momento de votar e acabaram, possivelmente, anulando, sem querer, algum voto.

Registre-se que do atendimento verbal a mesários, no dia da eleição, acerca de problemas e dificuldades pontuais relatadas por eleitores, verificou-se que alguns eleitores não sabiam a ordem de votação (alguns já tentavam votar para presidente no primeiro cargo que aparecia na urna, que era para deputado federal; outros tentavam votar para o cargo de presidente estando no campo destinado ao voto do cargo de governador; outros não sabiam que tinham que votar em dois cargos de senador); alguns eleitores queriam votar para deputados e senadores de outros estados (o que não é possível, pois, obviamente, o eleitor do Estado do Paraná somente pode votar em candidatos a deputado, senador e governador do próprio Estado); alguns eleitores tentavam votar apertando os dedos diretamente na tela da urna (acreditando tratar-se de

touchscreen) ao invés de digitar os números no lado direito da urna; e alguns

eleitores idosos e/ou com dificuldades (mobilidade reduzida, dificuldade de visão, com Mal de Alzheimer, dentre outras) compareceram desacompanhados de familiares que os auxiliassem a votar.

Tudo isto pode explicar (embora não se possa afirmar, com certeza), por exemplo, porque o eleitor da seção eleitoral nº 447 “não conseguiu

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Mesmo raciocínio se faz quanto ao eleitor que alegou que ao votar para presidente apareceram duas imagens com candidato que não era o seu escolhido (único registro na seção eleitoral nº 95). Provavelmente, este eleitor digitou algum número de outro candidato que não era o seu. Pode ser também que o eleitor não soubesse que, de fato, aparecem duas fotografias para este cargo: uma do candidato a presidente e outra do candidato a vice-presidente. De qualquer sorte, trata-se também de reclamação isolada.

No que tange à alegação de que a fotografia do candidato a presidente não teria aparecido (maior número de reclamações – 10 eleitores, nenhum deles afirmando que não teria apertado a tecla “confirma”), possivelmente o fato decorreu da rapidez com que o eleitor apertou a tecla “confirma” após o último voto (para o cargo de presidente). Isto se explica porque determinadas urnas, em especial as mais antigas, demoram alguns segundos para carregar a fotografia do candidato, de sorte que pode acontecer da urna finalizar o voto antes mesmo de aparecer a fotografia. Mas isto não significa que o voto não foi computado.

No que respeita à afirmativa de que a urna teria finalizado o voto antes do eleitor confirmar o voto para presidente (05 reclamações neste sentido), acredita-se que, possivelmente, decorreu de alguma espécie de desatenção ou confusão do eleitor, pois a urna não completa o voto

automaticamente, sendo imprescindível o acionamento da tecla

“verde/confirma” para finalizar o voto ou para passar para o voto seguinte. Saliente-se que, com exceção da seção eleitoral nº 446 (onde 02 eleitores alegaram que não apareceu a fotografia do candidato a presidente), todas as ocorrências são únicas em cada seção eleitoral. Ou seja, apenas 01 (um) eleitor de cada urna reclamou das situações acima explicitadas. Ora, se as urnas das seções eleitorais acima mencionadas (15 urnas/seções de um total de 351 que compõem esta Zona Eleitoral) tivessem algum problema operacional ou alguma fraude, certamente outros eleitores destas urnas teriam relatado a mesma situação, o que não ocorreu. Esclareça-se que cada urna/seção eleitoral é composta por até 400 eleitores.

Importante ressaltar que o percentual de votos brancos e nulos para o cargo de presidente, nesta Zona Eleitoral, no 1º Turno destas Eleições, está dentro da normalidade, se comparado aos percentuais de votos brancos e nulos do 1º Turno das três últimas Eleições Gerais, para o mesmo cargo, senão vejamos (certidão em fl. 101):

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Eleições de 2006 - votos brancos: 2,05%; votos nulos: 3,15% Eleições de 2010 - votos brancos: 1,97%; votos nulos: 3,18% Eleições de 2014 - votos brancos: 2,81%; votos nulos: 3,26% Eleições de 2018 - votos brancos: 2,14%; votos nulos: 4,00%

Ante o que foi acima exposto, conclui-se que não há qualquer indício de fraude ou problemas operacionais nas urnas eletrônicas desta Zona Eleitoral, no 1º Turno destas Eleições, capaz de macular a lisura do processo eleitoral ou de alterar o resultado das eleições.

Por oportuno, registra-se que as 05 ocorrências onde o eleitor afirma que a urna teria finalizado o voto antes do eleitor confirmar o voto para presidente (seções eleitorais nºs 257, 15, 571, 45 e 409) foram comunicadas ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, onde foi realizado procedimento de auditoria em 6 urnas do Estado do Paraná e 2 urnas do Estado de Santa Catarina, em que houve reclamação semelhante de eleitores. A perícia foi realizada no dia 19/10/2018, nos autos nº 0603685-83.2018.6.16.0000 (originários de impugnação ao sistema eletrônico de votação ajuizada pelo Partido Social Liberal – PSL), com acompanhamento do Ministério Público Eleitoral, Polícia Federal, Partidos Políticos, OEA, OAB e inúmeros peritos indicados por estes órgãos, onde se concluiu que “as urnas estavam em perfeitas condições de uso e funcionamento e não há indícios de qualquer espécie de fraude no sistema ou no funcionamento das urnas periciadas”.

Importante lembrar que a votação em urnas eletrônicas no Brasil completa 22 anos sem que tenha havido uma única comprovação de fraude. Isto é relevante e deve levar o cidadão à reflexão e a filtrar informações falsas e boatos sobre fraudes das urnas eletrônicas, baseados em meras suspeitas ou, quiçá, por má-fé, já que comprovado que são falsos inúmeros vídeos e notícias nesse sentido que circularam nas redes sociais no dia das eleições e nos dias que se seguiram.

Para conhecimento do eleitor é importante que se esclareça que a urna eletrônica não tem acesso à dados externos ou à internet, de sorte que é tecnicamente impossível, por exemplo, que ela seja acessada por hackers fraudadores. Para que seja possível a violação, o fraudador teria que ter acesso físico às urnas. Ocorre que as urnas ficam o tempo todo sob a custódia da Justiça Eleitoral (sob a responsabilidade dos juízes eleitorais, promotores de justiça eleitorais e funcionários da Justiça Eleitoral, com auxílio das Forças Policiais), onde são seguidos, rigorosamente, mais de 30 itens de segurança. As urnas são lacradas dias antes das eleições, depois disso, somente são abertas, funcionam e são ligadas no dia da eleição. A transmissão eletrônica dos dados com o

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nos locais de votação, no Fórum Eleitoral e no site do TSE), por sistema interno e criptografado da Justiça Eleitoral, com checagem e cruzamento de dados, de sorte que qualquer eventual violação seria facilmente perceptível.

Sabe-se que nenhum sistema é 100% perfeito ou absolutamente impossível de ser violado, mas pode-se afirmar, diante do que foi acima exposto, que o sistema eletrônico de votação é muito seguro. Mais seguro que o antigo sistema físico de votação, em cédulas.

E ao contrário do que se afirma nas redes sociais, o Brasil não é o único país que utiliza sistema eletrônico de votação. Mais de 30 países utilizam tal sistema. Cita-se, por exemplo: Suíça, Canadá, Austrália, Japão, Coreia do Sul, Índia, México, Peru e alguns estados dos Estados Unidos.

Inobstante, a Justiça Eleitoral sempre irá analisar com a devida atenção todas as ocorrências e punir eventuais crimes eleitorais, ao mesmo tempo em que busca aprimorar os seus serviços, trabalhando com seriedade, imparcialidade e com todos os protocolos de segurança, para garantir a lisura do processo eleitoral, a igualdade de condições na disputa eleitoral e a Democracia.

3 – Ante o acima exposto, DETERMINO o arquivamento do presente procedimento.

4 – Dê-se ciência desta decisão ao Ministério Público Eleitoral.

5 – Encaminhe-se cópia desta decisão a todos os meios de

comunicação local, para ampla divulgação e conhecimento do público em geral, em especial dos eleitores que registraram as ocorrências aqui analisadas.

6 – Após, arquivem-se os autos.

Cascavel, 22 de outubro de 2018.

FILOMAR HELENA PEROSA CAREZIA Juíza Eleitoral

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