11. PAULA, MULHER DE FÉ
Seguimos para a VARANDA DA VIGÍLIA, onde Paula, sozinha, vigiou a ameaça de um incêndio, rezando e confiando…
ORAR-CONFIAR…
A noite mais angustiosa para a nossa Madre Fundadora foi a que precedeu o dia em que os franceses entraram em Roma. Ao anoitecer do dia 1 de Julho de 1849, o Comandante mandou cha-mar à sala a nossa Fundadora e em grande segredo avisou-a de que recebera ordem para incendiar esta nossa casa, naquela noite. (…) Perante um tal aviso, a Madre Fundadora estremeceu. Toda-via, soube guardar para si o terrível segredo, e, tendo mandado a todas descansar, ficou sozinha com o seu Anjo da Guarda a velar e a rezar pela Comunidade que o Senhor lhe havia confiado. Esprei-tava atentamente aquela heróica mulher, ora duma janela, ora duma varanda. Cerca da meia -noite, ouve gritar: «Lançai fogo!». E vê que realmente o fogo se ateia na vizinha vinha dos frades! Reza com mais fervor, e o fogo apaga-se ali e acende-se mais além. Continua a penosa alternativa por várias horas, porque, logo que o fogo pega num sítio, o bom Capitão manda apagá-lo e ateá-lo noutro. E isto durante muito tempo. (Memórias, p. 108) A. A experiência de Santa Paula
Paula é uma mulher de fé inquebrantável, de total confiança em Deus e abandono nas suas mãos.
“O combate era tão perto de nós que as balas das espingardas caíram no nosso jardim; durante um mês inteiro comemos e dormimos ao som dos canhões e das bombas (…). Porém, os dias mais terríveis para nós foram domingo e segunda-feira passados: as tropas deviam apoderar-se da nossa casa e depois incendiá-la, mas, repito, por particular graça de Maria Santís-sima e dos Santos, nossos advogados, escapámos de todo o perigo e estamos sãs e salvas, gozando de perfeita saúde”.
(Memórias p. 109)
“Vivamos, quanto pudermos, de pura fé. Procuremos unicamen-te a maior glória de Deus e esunicamen-tejamos prontas para qualquer sacrifício que Deus queira de nós. O tempo da tribulação é breve e o gozo será eterno. Coragem!”
(C. 532,8)
“ Tudo vem de Deus e para nosso bem”.
(C. 2, 1)
“Confiemos n’Ele, confiemos n’Ele, confiemos n’Ele e nada nos faltará”.
(C. 269,3)
“ O meu Jesus Cristo sabe que comigo não se engana; fizemos os nossos pactos há muitos anos, e por isso pode fazer o que quiser de mim e das coisas que me pertencem, que tem sempre o meu consentimento”.
(C. 620,4)
“A fé e a razão nos guiem no nosso agir”
(C. 278,7) B. Textos para reflexão
Da Bíblia
Ainda que tenha que andar por vales tenebrosos não temerei nenhum mal porque vós estais comigo.
(Salmo 22)
S. Paulo: “Tudo posso n’Aquele que me dá força”.
(Fil 4, 13)
(2Ts. 3,3)
“Nós sabemos que Deus concorre em tudo para o bem dos que o amam”.
(Rom 8,28)
“Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; e o vosso Pai celeste alimenta-as… Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam! Pois eu vos digo: nem Salomão em toda a sua magnificência se vestiu como qualquer um deles”
(Mt 6, 26; 28 e 29)
De autores contemporâneos
A fé é a atitude decisiva e construtiva da existência cristã: quando ela falha ou enfraquece, tudo falha ou se relativiza. É uma atitude do coração, que envolve a inteligência e a vontade, que se abandona totalmente, na confiança, a Deus que Se nos manifestou. Foi por isso que, desde o início do cristianismo, homens e mulheres mudaram radicalmente a sua vida, deixaram tudo e seguiram Jesus.
No centro desta atitude está a presença irrecusável do Deus vivo, através do Seu Filho Jesus Cristo. Antes de ser um pro-grama de vida, a fé é uma obediência de amor. “A Deus que se nos revela é devida a obediência da fé”, diz o Concílio «cf. Dei Ver-bum , nº5». A fé é a principal atitude que Deus nos pede e é, na sua génese, um acto de adoração de Deus.
(Cardeal Patriarca de Lisboa, Quaresma 2008)
A confiança, transformada em atitude permanente, pode chamar-se abandono filial. (…) Não é demissão; é o máximo da liberdade e da entrega. Não é infantilismo; é maturidade humana a caminho do ponto mais alto, no conhecimento do amor e da verdade. Não é falta de confiança em si; é segurança máxima de si ao caírem todos os medos e bloqueios. É acolhimento responsável da ternura imensa do Criador e a entrada na relação criadora do Pai. É aventura da fé e salto no desconhecido.
“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”.
Fernando Pessoa
Confiança
O que é bonito neste mundo, e anima, É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura... E que a doçura
Que se não prova Se transfigura Numa doçura Muito mais pura E muito mais nova...
Miguel Torga
C. Para preparar a peregrinação…
Em grupo (ou pessoalmente) podemos (posso) ler os textos, subli-nhar o que mais nos (me) interpela e reflectir/dialogar sobre: De que modo a atitude de fé, confiança e abandono de
Paula, na noite da Vigília, interpela a minha/nossa vida… Como vivo a minha fé…
Como faço (fazemos) a leitura da vontade de Deus nos acontecimentos do dia a dia da minha (nossa) vida…
D. Da Varanda da Vigília, levamos (levo) …
Tendo em conta toda a reflexão feita, escrever num bilhete-postal o mais importante que o grupo (ou a pessoa) leva desta paragem com Santa Paula, na VARANDA DA VIGÍLIA, para a peregrinação da vida que vamos continuar…
Enviar o postal pelo correio para:
Doroteias-ano-jubilar