• Nenhum resultado encontrado

Planossolos e Gleissolos Utilizados na Fabricação de Cerâmica Artesanal no Semiárido de Minas Gerais.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Planossolos e Gleissolos Utilizados na Fabricação de Cerâmica Artesanal no Semiárido de Minas Gerais."

Copied!
14
0
0

Texto

(1)

de cerâmica artesanal nO semiáridO de minas Gerais

diana Ferreira de Freitas(1), João carlos Ker(2), raphael bragança alves Fernandes(2) e

maurício Paulo Ferreira Fontes(2)

(1) Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Serra Talhada, Pernambuco, Brasil.

(2) Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Solos, Viçosa, Minas Gerais, Brasil.

* Autor correspondente.

E-mail: freitasdf.solos@gmail.com

resUmO

O conhecimento etnopedológico tem fornecido informações importantes sobre o modo de vida das populações rurais a respeito de suas tradições ancestrais, como a arte de elaborar peças artesanais a partir do barro advindo de solos com características próprias a esse uso. O objetivo deste trabalho foi avaliar física, química e mineralogicamente Planossolos e Gleissolos explorados para a produção de artefatos de cerâmica artesanal em Minas Gerais. Nos barreiros, foram coletados dois peris de Planossolos (P1 e P2) e um Gleissolo (P3) usados como matéria-prima na produção artesanal de cerâmica. Foram realizadas análises físicas e químicas, limites de liquidez (ll) e plasticidade (lP), índice de plasticidade (iP) e de atividade coloidal (ia), além da mineralogia da fração argila. Os horizontes selecionados pelos ceramistas para a fabricação de cerâmica artesanal (ba, btg e bcg, do P1; btg1 e btg2, do P2; e c2g e c3g, do P3) apresentaram os maiores teores de argila e silte, IP e IA, importantes para a qualidade inal da cerâmica. O horizonte Cg do peril P1 possui potencial de ser utilizado para a produção artesanal, em virtude do seu iP, superior aos dos horizontes normalmente usados, além dos teores de argila, silte e areia ina e suas características mineralógicas. A proporção ideal das frações areia, silte e argila e a porcentagem de matéria orgânica na deinição de um bom material para cerâmica são difíceis de estabelecer e variam principalmente em razão de aspectos quantitativos e qualitativos da argila nos solos.

Palavras-chave: etnopedologia, solos hidromóricos, uso não agrícola do solo.

(2)

intrOdUçãO

O conhecimento empírico das populações rurais e indígenas tem sido cada vez mais reconhecido e valorizado por ser fonte de informações e produtos que podem ser utilizados por pesquisadores e pela sociedade em geral. Esse reconhecimento se deve ao acúmulo de experiências no desenvolvimento de técnicas, estratégias e uso diferenciado de recursos naturais como os solos, viabilizando a permanência e sobrevivência dessas populações no meio rural. Isso implica que o conhecimento

popular, embora sem base cientíica, possui sua

própria racionalidade e complexidade (Cardoso e Resende, 1996; Alves et al., 2005).

A etnopedologia abrange os sistemas empíricos do conhecimento do solo e da terra por populações rurais e indígenas, analisando o solo como um recurso natural ecológico e econômico (Barrera-Bassols e zinck, 2003). Assim, utiliza-se das experiências e observações dos agricultores para identificar

e estratiicar áreas homogêneas dentro de uma propriedade. A pesquisa cientíica pode utilizar esse

conhecimento para solucionar problemas cotidianos em pequenas propriedades, além de reunir critérios

que poderiam ser utilizados na classiicação local

do solo, como caracterizar níveis categóricos mais

baixos (séries) nos sistemas de classiicação de solos,

como no SiBCS, mesmo que a informação não possa algumas vezes ser extrapolada para outros locais (Queiroz e norton, 1992; Talawar e Rhoades, 1998; Correia et al., 2007).

O uso múltiplo do solo é uma característica particular das populações rurais, ribeirinhas e indígenas, seja para o uso agrícola ou não; por exemplo, para a confecção de cerâmica artesanal em Pasmado, distrito do município de Itaobim, Minas Gerais (Ollier et al., 1971; Browman e

Gundersen, 1993; Schaefer et al., 1997; Barrios e Trejo, 2003; Osbahr e Allan, 2003; Correia et al., 2004; Alves et al., 2005). Os solos utilizados como matéria-prima para a fabricação do artesanato de cerâmica em Pasmado, Médio Jequitinhonha, MG, são popularmente conhecidos como “barreiros”, em referência ao local onde se acumula e se extrai “barro” (Bueno, 1985), normalmente destinados à produção de pastagens utilizadas para a alimentação de bovinos e caprinos. Em geral, apresentam coloração acinzentada, localizando-se em pequenas extensões territoriais nos terraços do rio Jequitinhonha, aparecendo normalmente como inclusões nas unidades de mapeamento dos neossolos Flúvicos

da área. Estão em áreas de topograia plana ou

deprimida e referem-se normalmente aos horizontes B e C de Planossolos e Gleissolos, respectivamente (Brasil, 1970, 1987).

A tradição da arte oleira encontra-se irmada

no estilo de vida das populações rurais do Médio Jequitinhonha, influência deixada por tribos indígenas, como Botocudos e Trococós, que habitavam todo o nordeste de Minas Gerais, sul da Bahia e norte do Espírito Santo. A produção de peças de cerâmica na região se iniciou com a confecção de simples objetos artesanais pelas mulheres, como vasos, moringas, vasilhas e panelas utilizadas no seu cotidiano, atribuindo a adjetivação de “paneleiras” a

essas artesãs. Essa atividade se dá pela necessidade

de melhoria da renda familiar, principalmente nos períodos de seca prolongada, em que a produção

agrícola se torna insuiciente para suprir a demanda inanceira da família. O trabalho com cerâmica

é quase que exclusivamente feminino, com raras exceções entre os homens. Assim, a mulher, antes

considerada com papel secundário de ajudante da

família, encontra na produção artesanal uma forma de contribuição ativa para as despesas domésticas.

abstract: Planosols and Gleysols Used in the ManUfactUre of handcrafted Pottery in the seMiarid reGion of Minas Gerais

(3)

A mineração é uma das mais importantes modalidades de exploração dos recursos naturais, tanto do ponto de vista econômico quanto aos aspectos negativos que normalmente são observados no meio físico. A extração do “barro” para a fabricação das peças cerâmicas é de grande importância social e econômica para a comunidade de Pasmado, porém

provoca degradação ambiental com desconiguração da paisagem local, ainda que nessas áreas o uso

agrícola seja limitado, principalmente em razão de

problemas com sais solúveis e drenagem deiciente.

logo, pode-se considerar que esses solos são recurso

inito como matéria-prima (“barro”) na utilização da

atividade de cerâmica.

Tendo em vista a finita disponibilidade de matéria-prima para o uso cerâmico e o pouco conhecimento das características desses solos para fins não agrícolas, o objetivo deste trabalho foi caracterizar física, química e mineralogicamente Planossolos e Gleissolos usados para a fabricação de cerâmica artesanal em Pasmado, distrito do município de Itaobim, MG, tradicionalmente desenvolvida pela comunidade, para auxiliar no uso alternativo de outras camadas de solo ainda não utilizadas no processo produtivo.

material e mÉtOdOs

meio físico

A área de estudo localiza-se na comunidade rural

de Pasmado, situada aproximadamente a 17 km a oeste do município de Itaobim, próxima à divisa do município de Itinga, Médio Jequitinhonha. Foram selecionados dois “barreiros”, identificados como “barreiro 1 e barreiro 2” (Figura 1). no primeiro, localizado a 4 km da comunidade de Pasmado, sentido Itaobim, foram coletados dois perfis de

Planossolo Háplico eutrófico típico (P1 e P2). No

segundo, a 2,8 km da mesma comunidade, sentido

Itinga, coletou-se um perfil de Gleissolo Háplico

Tb eutrófico solódico (P3), descritos e classificados de acordo com Santos et al. (2005) e Embrapa (2013), respectivamente.

O clima é Bsw (Köppen), caracterizado como continental seco e quente, com temperaturas médias elevadas no inverno e verão, e média de precipitações pluviais da ordem de 705 mm anuais (AnA, 2001). As chuvas se concentram nos meses de primavera-verão (outubro a abril), com maiores precipitações nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro.

A vegetação de caatinga na região se distingue das demais formações desse mesmo bioma tanto pelos aspectos fisionômicos como florísticos (Brasil, 1970). É um tipo de formação vegetal

muito modiicada com árvores bastante espaçadas, indicando vegetação secundária e evidenciando

os efeitos da atividade extrativista para lenha. no levantamento de solos elaborado pela Equipe de Pedologia e Fertilidade do Solo, descreve-se a

presença de cactáceas e bromeliáceas, indicando

que no passado a cobertura vegetal foi mais

diversiicada, com muita extração de madeiras

consideradas nobres como a aroeira (astronium

fraxinifolium) e braúna (Melanoxylonbrauna). A geologia da região compreende desde

rochas cristalinas (granito-gnáissico e granitos

n e o p r o t e r o z o i c o s ) , a l é m d e c o b e r t u r a s

detrito-lateríticas (Terciário) e sedimentos Quaternários arenoargilosos, que acompanham as calhas luviais do rio Jequitinhonha e de seus aluentes (CPRM, 2004).

Geomorfologicamente, a área está enquadrada

dentro da Depressão do Médio Jequitinhonha, delimitada pelo Planalto do Jequitinhonha. São compartimentos deprimidos do vale do rio Jequitinhonha, comportando rochas intrusivas do Complexo Medina (Brasil, 1987) e extensos terraços

luviais decorrentes dos processos morfoclimáticos

que os formaram (Brasil, 1970). Caracteriza-se pela dominância de formas aplainadas que evidenciam remanejamentos de material coluvial deslizado das encostas dos relevos circunjacentes. Esse material constitui rampas atingidas por uma dissecação incipiente formando lombas, localmente marcadas

por aloramentos de rochas graníticas, conhecidas

como lajedos (Amaral et al., 2004).

Figura 1. localização da área de estudo no distrito de Pasmado, município de itaobim, médio Jequitinhonha, mG.

41°50’

16°20’

16°30’

16°40’

16°50’

41°40’ 41°30’ 41°20’ 41°10’

41°50’ Legenda

Perfis Municípios Pasmado

Limites Municipais Hidrografia

Bahia

Rio de Janeiro

Rodovias Federais

9 0 9 18 km

16°20’

16°30’

16°40’

(4)

análises laboratoriais

As análises físicas e químicas foram realizadas

na terra fina seca ao ar (TFSA). A composição

granulométrica e argila natural, os cálculos do grau de loculação e a relação silte/argila foram deinidos

de acordo com Embrapa (1997).

As determinações dos limites de consistência ll (limite de liquidez) e lP (limite de plasticidade) foram efetuadas de acordo com a ABnT nBR 6459/84 (1984a) e nBR 7180/84 (1984b). Para isso, cerca de 350 g de solo foram transferidos para peneira com malha de 0,42 mm. Cada amostra foi transferida para placa de vidro, com uma face esmerilhada,

e submetida à mistura com água destilada. Adicionaram-se alíquotas de água destilada, agitando-se continuamente com auxílio de espátula

por 10 a 15 min. Esse tempo variou de acordo com a porcentagem de argila para formar uma pasta uniforme, homogênea e relativamente consistente. Após completa homogeneização, foram determinados os limites de liquidez (ll) e de plasticidade (lP); o índice de plasticidade (IP) foi encontrado pela diferença entre ambos (IP = ll - lP). A partir dos valores de IP, os solos foram enquadrados nas classes de plasticidade de acordo com o estabelecido por Caputo (1994).

Com auxílio dos valores de índice de plasticidade

(IP) e teor de argila (dag kg-1) de cada solo, foi

calculado o índice de atividade coloidal (IA),

classiicando as argilas em: inativas (IA = 0,75), de atividade normal (0,75>IA>1,25) e ativas (IA≥1,25)

(Skempton, 1953).

As análises químicas de fertilidade consistiram de pH em água e em KCl (1:2,5), carbono

orgânico total (Embrapa, 1997) e Ca2+ e Mg2+

extraídos por KCl 1 mol l-1, quantiicados por

espectrofotometria de absorção atômica e na+ e K+

com solução de Mehlich-1 (HCl 0,05 mol l-1 + H

2SO4

0,0125 mol l-1) e determinadas por fotometria de

emissão de chama. Todo o procedimento foi com base em métodos constante em Embrapa (1997). A partir desses dados, foram calculadas a soma de bases (valor S), atividade da fração argila

(CTCr = CTCpH7,0/% argila), saturação por bases

(V) e saturação por sódio (PST).

As formas de Fe foram extraídas pelo método do ditionito-citrato-bicarbonato (DCB) (Mehra e

Jackson, 1960) e oxalato ácido de amônio (McKeague

e Day, 1966) de pastas umedecidas de TFSA, após

aquecimento em mula, nas temperaturas de 100 ºC, 350 ºC e 550 ºC, e determinadas por espectrometria

de absorção atômica.

A análise mineralógica da fração argila foi

executada pela técnica de difração de raios-X

em difratômetro rigatu radiation shield, com

tubo de cobalto (Co Kα) na faixa entre 4 e 45 °2θ em intervalos de 0,01 °2θ a cada segundo,

após desferrificação e preparação das lâminas

orientadas, saturadas com K, nas temperaturas

de 25 ºC, 350 ºC e 550 ºC, Mg e Mg + etileno glicol

(Whitting e Allardice, 1986).

resUltadOs e discUssãO

descrição morfológica

De acordo com as características morfológicas, os solos são pouco profundos e a sequência de horizontes para os perfis P1 e P2 são, respectivamente, A-BA-Btg-BCg-Cg e A-E-Btg1-Btg2-BCg, enquanto para o P3 é A-C1g-C2g-C3g (Quadro 1).

A diferenciação de cor nos peris de Planossolos e Gleissolo, embora não acentuada, está condizente

com o caracterizado para essas classes de solos. nos horizontes mais profundos dos Planossolos

P1 e P2, e em todo o peril do Gleissolo P3, houve

desenvolvimento de coloração 2,5Y, própria de horizontes gleizados, em consequência da

modiicação na natureza e quantidade de óxidos de

Fe (Scatolini e Moniz, 1992).

Os horizontes A dos peris P1 e P2 (“barreiro 1”),

pelos critérios de cor, espessura e carbono orgânico adotados pelo SiBCS (Embrapa, 2013), foram

classiicados como A moderado; do P3 (“barreiro 2”) classiicou-se como A fraco (<5 cm). Os Planossolos

P1 e P2 encontram-se em relevo plano, próximos a lajedo de granito, rocha comumente encontrada

alorando em toda a região do Médio Jequitinhonha. O Gleissolo (P3) situa-se em pequena várzea,

decorrente da dinâmica de deposição dos sedimentos

aluviais. Toda a área ao seu entorno, diferentemente

dos Planossolos, no período da coleta, encontrava-se alagada, com presença dominante da espécie vegetal “cebolinha do brejo”.

A diferença nos teores de argila entre o horizonte

supericial, de textura mais arenosa, e subsupericial,

de média a argilosa, caracterizou mudança textural

abrupta e presença de horizonte Bt nos peris P1 e

P2 (Quadro 1). nesse caso, o horizonte Bt funciona por vezes como “pã”, pela formação de lençol de

água suspenso e periódico, principalmente nos

períodos das maiores precipitações pluviais. Suas cores acinzentadas se devem às condições redutoras

decorrentes do excesso de água, com estrutura em

blocos subangulares fortemente desenvolvida; no caso do P2, observou-se formação de estrutura em

colunas. No peril P2, no topo do horizonte Btg1,

foi nítido o maior endurecimento provocado pela translocação de argila do horizonte E, além dos

elevados teores de na+.

Ainda no peril P2, encontrou-se horizonte E álbico

(5)

A presença de horizonte E eluvial parece estar relacionada ao processo de ferrólise (van Ranst e Coninck, 2002), que provoca aparecimento de cores mais esbranquiçadas, expressas principalmente em

razão da cor de partículas primárias nas frações

areia e silte (Embrapa, 2013). Sua estrutura foi

classiicada como do tipo moderada e média com

blocos subangulares, transicionando abruptamente para o horizonte Btg iluvial.

O horizonte C do peril P3 foi subdividido em

C1g, C2g e C3g, com espessura de 56 cm e textura

argilossiltosa. O regime de hidromorismo, mesmo

que por curto período de tempo, foi revelado pelos mosqueados de cor ocre de radicelas encontrados no horizonte C1g.

atributos físicos

Os resultados granulométricos dos solos estudados apresentaram que os valores percentuais da areia grossa foram de duas a 14 vezes menores que os

de areia ina, com tendência de redução de ambos

em profundidade (Quadro 2). Os elevados teores

de areia ina ocorreram nos peris P1 e P2, o que

possivelmente pode ser considerado importante para a confecção de artefatos cerâmicos, visto que não

seria necessária a adição de nenhum tipo de aditivo

(areia ou outros tipos de “barro”) que funcione como

atenuante de plasticidade e colabore no manuseio da pasta cerâmica, mas que não seja excessivamente pegajosa. nos estudos realizados por Alves (2004) no Agreste paraibano, os ceramistas adicionavam areia, de maneira intuitiva à pasta cerâmica, como um atenuante de plasticidade durante seu processo de homogeneização, quando as peças tinham maior espessura em suas paredes para facilitar o manuseio, bem como aumentar a capacidade de resistência das vasilhas a rachaduras e rompimentos

durante o processo de cocção. Embora seja aceitável

que pouca quantidade de areia grossa, e maior de

areia ina, possa melhorar as características da

pasta cerâmica, não se sabe ao certo as proporções ideais de ambas as frações. Mesmo assim, de acordo com o observado nos Planossolos estudados,

não seria necessária aplicação de antiplásticos à

pasta cerâmica, em virtude da presença natural de atenuante de plasticidade.

O horizonte A de ambos os “barreiros” não é utilizado como matéria-prima para a confecção das peças artesanais. De acordo com os ceramistas, provavelmente é em razão dos maiores teores de areia

em P1 e P2 (340 e 460 g kg-1, respectivamente), mesmo

que o somatório dos teores das frações silte + argila

ultrapasse os 500 g kg-1 (Quadro 2). no entanto,

diferentemente do que ocorre nos Planossolos, o

peril P3 apresenta menos de 10 g kg-1 da fração

Quadro 1. Descrição morfológica dos peris de solos utilizados na fabricação de cerâmica artesanal no distrito de Pasmado, município de itaobim, minas Gerais

Horiz. Prof. cor

(1) (munsell)

textura estrutura consistência trans.(2)

Úmida seca seca Úmida molhada

cm

P1 - Planossolo Háplico eutróico típico

A 0-20 10YR 3/3 10YR 5/3 francoargilosa 2 M G Bls Md MFi Pl Pe ab pl BA 20-45 10YR 3/2 10YR 5/2 argila 2 M G Bls Ed Ef Mt Pl Mt Pe gr pl Btg 45-70 10YR 3/2 10YR 5/2 argila 3 G Co Bls Ed Ef Mt Pl Mt Pe gr pl BCg 70-90 2,5Y 3/2 2,5Y 6/2 argila 3 G Co Bls Ed Ef Mt Pl Mt Pe gr pl Cg 90-120+ 2,5Y 6/1 2,5Y 6/2 argila 3 G Co Bls Ed Ef Mt Pl Mt Pe

-P2 - Planossolo Háplico eutróico típico

A 0-17 10YR 3,5/3 10YR 5/3 franca 2 M Bls ld Fi Pl Pe gr pl

E 17-20 10YR 4,5/2 10YR 6/2 franca 2 M Bls ld Fi lg Pl lg Pe ab pl Btg1 20-30 10YR 3/2 10YR 4 /2 francoargilosa 3 G Blas Co Ed Ef Mt Pl Mt Pe gr pl Btg2 30-50 10YR 5/1,5 10YR 6/2 francoargilosa 3 G Blas Co Ed Ef Mt Pl Mt Pe gr pl BCg 50-80 2,5Y 5,5/1 2,5Y 6/2 francoargilosa 3 G Co Bls Ed Ef Mt Pl Mt Pe

-P3 - Gleissolo Háplico Tb eutróico solódico

Ag 0-4 2,5Y 3/1 2,5Y 5/3 argilossiltosa 2 M Bls Md Ef Mt Pl Mt Pe cl pl C1g 4-14 2,5Y 4/2 (am) 2,5Y 5/3 argilossiltosa 2 Ma M Md Ef Mt Pl Mt Pe cl ond C2g 14-30 2,5Y 5/2 2,5Y 5/2 argilossiltosa 2 Ma M Md Ef Mt Pl Mt Pe cl ond C3g 30-60+ 2,5Y 5/1 2,5Y 5/2 argilossiltosa 2 Ma M Md Ef Mt Pl Mt Pe

-(1) Cor: am – amassada; (2) Transição. Estrutura: 2 – moderada. 3 – forte. M – média. G – grande. Bls – blocos subangulares. Blas – blocos

angulares e subangulares. Co – colunar. Ma – maciça. Consistência: ld – ligeiramente dura. Md – muito dura. Ed – extremamente

dura. Fi – irme. MFi – muito irme. Ef – extremamente irme. ñ – não. Lg – ligeiramente. Mt – muito. Pl – plástica. Pe – pegajosa.

(6)

areia no horizonte A e valores acima de 900 g kg-1

de silte + argila (Quadro 2). Dessa forma, não basta somente ter altas quantidades das frações de menor diâmetro na composição granulométrica nos horizontes utilizados para cerâmica, mas que os

teores de areia, principalmente a ina, possam estar

em maiores quantidades, servindo como atenuante de plasticidade. Materiais minerais de origem aluvial proveniente de neossolos Flúvicos de textura média (Alves, 2004) ou quartzo e vidro vulcânico (Arnold, 1971), ou ainda materiais orgânicos de origem vegetal ou animal (leroi-Gourhan, 1984), ou partes de outros horizontes de Planossolos (Cabral, 2011), podem ser acrescidos à pasta cerâmica com a

inalidade de reduzir sua plasticidade, mesmo que,

em alguns casos, pela característica intrínseca do

‘barro’ não seja necessário.

Os valores de silte decresceram em profundidade,

enquanto os de argila aumentaram para os peris P1

e P2 (Quadro 2). Resultado semelhante foi observado por Cabral (2011) e Alves et al. (2007), os quais

veriicaram cerca de duas a seis vezes mais argila em

relação ao silte na camada chamada “barro de louça”, utilizada para a fabricação de peças de cerâmica no Agreste pernambucano e paraibano. Assim, tudo indica que a maior proporção de argila seja uma das razões da preferência desse material pelos ceramistas. É importante destacar que o aumento da fração silte promove redução da plasticidade e pegajosidade da pasta cerâmica (artesanato), o que facilita seu manuseio. Obviamente que a proporção

ideal das frações areia, silte e argila para o “barro” de

cerâmica é difícil de ser estabelecida e irá depender

do tipo de argila envolvida.

Foram encontrados teores de argila com valores

superiores a 500 g kg-1 no horizonte Btg do P1. A

maior relação silte/argila no horizonte supericial

indica que os processos de formação de argila no

horizonte subsupericial, como a formação de argila in situ, iluviação de argila do horizonte A para o B, destruição de argilas dos horizontes sobrejacentes e remoção preferencial de argilas dos horizontes

supericiais, seriam os responsáveis pela formação

do horizonte Btg (Parahyba, 1993; Oliveira, 2002; Oliveira et al., 2004).

As elevadas quantidades de argila dispersa

em água (ADA), principalmente nos horizontes

Btg dos Planossolos e C2g do Gleissolo, podem estar relacionadas a uma mineralogia mais

micácea e aos maiores teores de Na+ no complexo

sortivo (Oliveira et al., 2003; Rengasamy, 1983),

acarrentando menor grau de loculação das argilas.

Os valores do limite de liquidez (ll) foram mais elevados nos horizontes utilizados para a fabricação

de cerâmica, principalmente no peril P3 (Figura 2). As maiores proporções de argila presentes nesse peril são responsáveis por isso, pois o LL é dependente dos

constituintes minerais do solo, da intensidade das

cargas de superfície, da espessura do ilme de água e da relação da área de superfície ao volume ou à forma

das partículas (Means e Parcher, 1963).

Quadro 2. Atributos físicos dos peris de solos utilizados na fabricação de cerâmica artesanal no distrito de Pasmado, município de itaobim, minas Gerais

Horiz. Prof. areia

grossa Areia ina silte argila ada

(1) GF(2) silte/

argila

cm g kg-1 %

P1 - Planossolo Háplico eutróico típico

A 0-20 90 250 350 310 170 45 1,13

BA 20-45 50 110 270 570 420 26 0,47

Btg 45-70 40 100 340 520 410 21 0,65

BCg 70-90 40 130 340 490 360 27 0,70

Cg 90-120+ 20 120 320 540 420 22 0,60

P2 - Planossolo Háplico eutróico típico

A 0-17 30 430 350 190 110 42 1,84

E 17-20 60 400 360 180 90 50 2,00

Btg1 20-30 40 250 360 350 290 17 1,03

Btg2 30-50 40 270 330 360 300 16 0,92

BCg 50-80 80 330 270 320 270 16 0,84

P3 - Gleissolo Háplico Ta eutróico solódico

Ag 0-4 20 40 480 460 380 17 1,04

C1g 4-14 20 50 510 420 330 21 1,21

C2g 14-30 10 40 480 470 450 4 1,02

C3g 30-60+ 10 50 490 450 430 4 1,08

(7)

A grande uniformidade nos teores de argila dos

horizontes C1g, C2g e C3g do peril P3 resultou

em pequena diferença entre os valores de limite de plasticidade (lP), à exceção do horizonte A. De acordo com Smith et al. (1985), os teores de matéria

orgânica aumentam a área supericial especíica do solo, com acréscimo na retenção de água e

consequente aumento nos valores de lP.

A relação positiva entre a CTC do solo e o limite de liquidez (ll) permite supor a associação entre o tipo dos minerais de argila com o potencial de expansão dos solos. Essa relação demonstra que os maiores valores de CTC ocasionaram incrementos nos valores de ll, aumentando a maior adsorção das

moléculas de água às partículas do solo (indicados

pelas setas) (Figura 3). Observou-se correlação

positiva entre LL com argila (r = 0,72, p<0,01), silte (r = 0,51, p<0,01) e silte + argila (r = 0,85, p<0,01), sugerindo que essas características

estejam associadas.

A expansão dos solos é inluenciada pelo tipo

de argila, principalmente em razão da quantidade

e do tipo de cátions trocáveis na superfície dos

minerais de argila, bem como pelo excesso de carga negativa estrutural (Al-Rawas, 1998). O ll se incrementa com o aumento de minerais de argila expansivos (Yilmaz, 2006). na fração argila dos solos estudados, não foi detectado nenhum tipo de mineral de argila expansivo, possivelmente por sua pouca expressão. Os horizontes usados para cerâmica apresentaram elevado índice de plasticidade (IP), indicando que esses materiais evidenciam boas características para seu uso na

fabricação das peças artesanais. Esses horizontes

foram classiicados como mediamente plásticos (P1 e P2) e altamente plásticos (P3) (Figura 3).

Os ceramistas não utilizam o horizonte Cg do P1 para cerâmica por causa da sua consistência

muito dura quando seco (Quadro 1), o que diiculta

o manuseio durante as etapas iniciais da fabricação C3g

C2g A

C1g A

E

BCg Btg1

Btg2

Horizont

e

A

BA

Btg

BCg

Cg

IP LP LL

Perfil 3 - P3

Limite de Atterberg (%)

0 10 20 30 40 50 0 10 20 30

Perfil 2 - P2

Limite de Atterberg (%)

0 10 20 30 40 Perfil 1 - P1

Limite de Atterberg (%)

Figura 2. Limites de liquidez (LL) e plasticidade (LP) e índice de plasticidade (IP) dos peris de solos utilizados na fabricação de cerâmica artesanal no distrito de Pasmado, município de itaobim, minas Gerais.

Figura 3. relação entre capacidade de troca catiônica (ctc) e limite de liquidez (ll) dos horizontes dos peris P1 ( ▲ ), P2 ( ● ) e P3 ( ■ ) de solos utilizados na fabricação de cerâmica artesanal no distrito de Pasmado, município de itaobim, minas Gerais. as setas indicam valores maiores de adsorção da água com as partículas do solo.

CTC (cmolcdm

-3)

0 6 8 10 12 14 16 18

Limite de liquidez (g kg

-1)

200 250 300 350 400 450 500

(8)

da cerâmica artesanal. A dureza é decorrente da ação conjunta de dois fatores: maiores quantidades

de argila (>500 g kg-1) e elevados teores de na+

nesse horizonte. Entretanto, o índice de plasticidade (IP) do horizonte Cg foi superior aos dos horizontes normalmente utilizados para cerâmica (BA, Btg e BCg), demonstrando que também possui boas características para ser usado como matéria-prima, principalmente pensando-se na disponibilidade do recurso solo para esse tipo de atividade, reconhecidamente escasso.

A camada do solo utilizada pelos ceramistas para a modelagem das peças de cerâmica engloba cerca de 60 cm de profundidade no “barreiro 1” e 50 cm no “barreiro 2”, ou seja, os horizontes BA, Btg e BCg (P1); Btg1 e Btg2 (P2); e C2g e C3g (P3). normalmente, os ceramistas designam o termo “barro bom” para indicar a camada considerada de melhor qualidade para a fabricação do artesanato. nesse sentido, observou-se que nesses horizontes foram encontrados os maiores valores de ll e IP,

conirmando a preferência desse material para a

confecção das peças de cerâmica. De maneira geral, o material destinado à confecção de peças de cerâmica compreende principalmente o horizonte B textural

de Planossolos Nátricos ou Háplicos, identiicados

por Cabral (2011), Alves et al. (2007) e Queiroz (1985) como “barro vermelho” ou “barro de loiça” nos

Estados de Pernambuco, Paraíba e Ceará.

O “ b a r r e i r o 2 ” ( P 3 ) a p r e s e n t a g r a n d e uniformidade nos valores de IP em todos os

horizontes do peril. Contudo, a grande presença

de raízes de gramíneas e os teores de matéria orgânica nos dois primeiros horizontes (Ag e C1g) ocasionam rompimento das peças (“pocar”, termo usado pelos ceramistas) durante seu cozimento. A matéria orgânica influencia a característica de plasticidade dos solos, aumentando os limites de liquidez e plasticidade e reduzindo o índice

de plasticidade (Chasseiere e Monaco, 1989), em razão da sua grande capacidade adsortiva de água

(Malkawi et al., 1999).

Fertilidade dos solos

Os valores de pH indicaram solos com caráter ligeiramente ácido no horizonte superficial,

com tendência ao aumento em profundidade

(Quadro 3). O ∆pH sempre negativo foi maior nos

horizontes utilizados para cerâmica, sugerindo maior participação de minerais 2:1 na fração

argila. Além disso, os baixos teores de Al3+ e a

presença de elevados teores de cátions favoreceram

a manutenção de valores de pH mais elevados.

O complexo sortivo dos solos foi inluenciado pela

posição na paisagem e pelo material sedimentar dos

quais são formados. Registrou-se que Ca2+ e Mg2+

são os principais cátions responsáveis pelos valores

da soma de bases (SB), com teores elevados desses

Quadro 3. Atributos químicos dos peris de solos utilizados na fabricação de cerâmica artesanal no distrito de Pasmado, município de itaobim, minas Gerais

Horiz. Prof. pH ca2+ mg2+ na+ K+ al3+ H+al sb(1) t(2) t(3) ctcr(4)ia(5) V(6) m(7)Pst(8) P cO H2O Kcl

cm 1:2,5 cmolc dm-3 % mg dm-3dag kg-1

P1 - Planossolo Háplico eutróico típico

A 0-20 5,9 5,7 3,52 2,06 0,05 0,24 0,1 1,70 5,87 5,88 7,57 24,41 0,19 77,5 1,7 0,7 9,2 0,73 BA 20-45 5,3 4,0 4,16 3,47 0,22 0,13 0,0 2,30 7,98 7,76 10,28 18,03 0,26 77,6 0,0 2,2 3,5 0,51 Btg 45-70 5,2 3,9 4,11 3,55 0,51 0,05 0,1 2,70 8,22 7,79 10,92 21,00 0,31 75,3 1,2 4,9 0,9 0,43 BCg 70-90 5,9 4,4 4,44 3,27 0,62 0,03 0,0 1,10 8,36 7,74 9,46 19,30 0,31 88,4 0,0 7,0 0,7 0,43 Cg 90-120+ 6,2 4,7 4,41 3,20 0,62 0,03 0,0 0,80 8,26 7,64 9,06 16,77 0,31 91,2 0,0 7,3 0,9 0,36

P2 - Planossolo Háplico eutróico típico

A 0-17 5,2 3,9 2,17 0,88 0,01 0,05 0,2 3,30 3,11 3,26 6,41 33,73 0,32 48,5 6,0 0,2 1,1 1,23 E 17-20 5, 8 4,1 2,24 1,25 0,07 0,03 0,1 2,00 3,59 3,60 5,59 31,05 0,33 64,2 2,7 1,3 1,1 0,80 Btg1 20-30 6,7 4,7 4,60 3,63 0,20 0,04 0,1 1,10 8,47 8,33 9,57 27,34 0,31 88,5 1,2 2,1 0,8 0,51 Btg2 30-50 7,3 5,4 4,50 3,42 0,34 0,06 0,0 0,10 8,32 8,43 8,42 23,38 0,44 98,8 0,0 4,0 2,8 0,43 BCg 50-80 8,3 6,0 4,30 3,25 0,30 0,06 0,0 0,30 7,91 7,84 8,21 25,65 0,19 96,3 0,0 3,7 7,7 0,14

P3 - Gleissolo Háplico Ta eutróico solódico

Ag 0-4 5,8 4,3 3,17 1,35 0,67 0,73 0,0 7,70 5,92 5,25 13,62 29,60 0,39 43,5 0,0 5,2 20,6 0,65 C1g 4-14 6,4 4,5 4,47 2,97 0,83 0,45 0,0 3,20 8,72 7,89 11,92 28,38 0,45 73,2 0,0 7,5 2,2 0,29 C2g 14-30 6,6 4,8 8,95 4,50 1,13 0,28 0,0 2,50 14,86 13,74 17,36 36,93 0,40 85,6 0,0 6,9 0,6 0,22 C3g 30-60+ 7,3 5,4 8,26 4,42 1,31 0,14 0,0 1,60 14,13 12,82 15,73 34,95 0,40 89,8 0,0 9,1 3,8 0,22

(1) SB: soma de bases; (2) t: capacidade de troca catiônica efetiva; (3) T: capacidade de troca catiônica a pH 7,0; (4) CTCr: atividade da

(9)

elementos, principalmente nos horizontes Btg (P1 e P2) e C2g (P3).

Todos os perfis estudados evidenciaram-se eutróficos, com maiores valores de CTC nos horizontes BA, Btg e BCg (P1), Btg1 e Btg2 (P2) e C2g e C3g (P3), coincidindo com seu uso na fabricação da cerâmica artesanal. Os valores de CTC são baixos, quando comparados com as mesmas classes de solos da região nordeste do Brasil (Parahyba, 1993; Agbenin e Tiessen, 1995; Oliveira, 2007). Com valores de CTCr baixos, o

peril P3, ainda assim, foi classiicado como Ta

(argila de atividade alta). É conveniente ressaltar

que a CTC da ilita (5 a 15 cmolc kg-1), originada

nas zonas de perda de K das suas arestas, é baixa (Brown et al., 1978).

O índice de atividade coloidal (IA) nos solos estudados foi baixo, principalmente naqueles correspondentes ao “barreiro 1” (Quadro 3). As maiores atividades da fração argilosa foram

encontradas no horizonte C1g do peril P3. Contudo,

para todos os horizontes, os valores de IA foram menores que 0,75, sendo o solo considerado relativamente inativo, de acordo com Means e Parcher (1963); ou seja, a maior quantidade de argilominerais presentes na fração argila desses solos é de natureza caulinítica.

Diferentemente do ocorrido com o IA, os resultados para a atividade de argila (CTCr)

(Embrapa, 1997) classiicaram somente o peril P3 como de atividade alta (Ta). O cálculo da capacidade de troca de cátions a pH 7,0 (CTC7,0)

é dependente da quantidade de cátions existentes na composição do mineral que está em equilíbrio

com a solução do solo. A capacidade de hidratação de argilas varia com a quantidade e natureza dos

cátions adsorvidos. Nesse particular, os maiores

valores de soma de bases (SB) encontrados no

peril P3 provavelmente possuem relação direta inluenciando sua classiicação de atividade alta,

não condizente com a mineralogia da fração argila composta por ilita e caulinita (Figuras 4 e 5).

O IA é uma relação empírica sobre o potencial de expansão dos solos, apresentando uma relação indireta com a densidade de cargas negativas do solo, enquanto a CTC do solo é uma medida direta

da quantidade de cátions adsorvidos nas superfícies

dos minerais de argila requeridos para neutralizar suas cargas negativas (Hardcastle, 2003). Dessa forma, o IA não se apresentou bom indicador na diferenciação da qualidade do “barro” utilizado para

a cerâmica. Fabbri (1994) airmou que a atividade

coloidal de Skempton se baseia nos resultados dos limites de Atterberg, cujo material de solo usado para os ensaios é menor que 0,42 mm, onde, além das frações argila e silte, também se encontra a fração areia, dependendo do seu tamanho. Esse fato poderia

inluenciar nos resultados de IA, não reletindo a

verdadeira atividade da fração argila. Assim, o solo

seria classiicado como “inativo”, ainda que possua

características de “ativo”.

Os teores de na+ foram baixos no horizonte

superficial, com incremento em profundidade (Quadro 3). As maiores participações desse elemento

conferiram ao peril P3 o caráter solódico no 4º nível categórico. A drenagem deiciente, o clima semiárido e o intemperismo de minerais sódicos (plagioclásios)

na fração mais grosseira do solo parecem ser os

principais fatores responsáveis pelo elevado índice

de saturação de na+ desse solo (Corrêa et al.,

2003). Os teores de K+ e P disponíveis foram baixos

para os solos de Minas Gerais (Alvarez V et al.,

1999), decrescendo em profundidade. Nas áreas

de Planossolos, além do seu uso com cerâmica, encontram-se pequenos cultivos de milho e feijão destinados ao consumo familiar.

O teor de C orgânico (CO) decresceu em profundidade, atingindo níveis menores que

2 dag kg-1 (Quadro 3). Os valores de CO, ainda

que baixos, poderiam atuar de forma negativa durante o processo de cocção da peça cerâmica. A presença de compostos de C juntamente com óxidos de Fe de argilas seriam os principais

responsáveis pela incidência de “coração negro”

em peças cerâmicas (Damiani et al., 2001). Em analogia ao coração negro, poder-se-ia pensar que possivelmente acontece o mesmo princípio, sem que haja escurecimento central da peça, e que a carbonização da matéria orgânica e produção de

gases como CO2 possam reduzir suas características

técnicas, como a resistência.

mineralogia dos solos

Os solos utilizados para cerâmica P1, P2 e P3 apresentaram baixos teores de Fe extraído pelo DCB

(Fed) e oxalato de amônio (Feo) nas temperaturas

aplicadas (Quadro 4). Os baixos teores dos óxidos de Fe em Planossolos, decorrentes do processo de ferrólise pela oscilação dos ciclos de umedecimento

e secagem e consequentemente redução (Fe2+) e

oxidação do íon Fe (Fe3+), promovem liberação de

H+, deslocando os cátions básicos da estrutura dos

argilominerais, dissolvendo argilas e causando gradiente textural pronunciado entre horizontes

supericiais e subsupericiais no peril de solo (van

Ranst e Coninck, 2002).

Os maiores teores de Feo foram encontrados

no horizonte A de todos os solos e em todas as

temperaturas estudadas. Esse fato está em

concordância com os resultados encontrados por Schwertmann (1985), indicando o papel da matéria orgânica, mesmo que em pequenas quantidades, como um dos principais inibidores da cristalinidade dos óxidos de Fe nos solos. Além disso, merece

destaque a expressiva redução nos valores de Feo

com o aumento da temperatura, principalmente em P3, onde os valores se reduziram de 0,67 para

(10)

Os mais altos teores de Fed proporcionaram

uma relação FeO/Fed baixa nas temperaturas de

350 e 550 ºC (Quadro 4). Esses resultados estão

de acordo com os observados por Sherman et al. (1964), os quais atribuíram às temperaturas

as causas da redução na quantidade dos óxidos

de Fe amorfos (FeO) em razão do processo de

desidratação e subsequente transformação para formas de maior cristalinidade. Resultados semelhantes foram encontrados por Juo et al.

10 20 30 10 20 30

º2θ º2θ

K25°

K350°

K550°

Mg

Mggl

II

0.

995

nm

II

0.

336

nm

II

0.

50

4

nm

Ct

0.

717

nm

Ct

0.

35

7

nm

II

0.

446

nm

P2 - Btg2 P2 - Btg1

P3 - C3g P3 - C2g

K550º K350º K25°

Mg

Mggl

II – 0.995 nm

II – 0.504 nm

II – 0.446 nm

II – 0.336 nm

Ct – 0.717 nm

Ct – 0.357 nm

II – 0.995 nm

II – 0.504 nm II – 0.504 nm

II – 0.446 nm II – 0.336 nm

Ct – 0.717 nm

Ct – 0.357 nm

II – 0.995 nm

II – 0.446 nm II – 0.336 nm

Ct – 0.717 nm

Ct – 0.357 nm

(11)

( 1 9 7 4 ) , e m c o n d i ç õ e s n a t u r a i s , c o m a l t a s temperaturas e períodos prolongados de seca (quatro a cinco meses) em solos da nigéria. Ainda que predominem formas de melhor cristalinidade com aplicação de temperaturas mais elevadas, é desconhecida sua contribuição para a qualidade final da cerâmica, como, em relação à resistência das peças ao rompimento.

Com a elevação da temperatura, óxidos de Fe como lepidocrocita, goethita, hematita e formas

amorfas de Fe poderiam modiicar-se em maghemita

na presença de compostos orgânicos (Resende, 1976; Schwertmann, 1985). Mesmo assim, nos perfis estudados, não foi verificada presença de magnetização nas amostras em razão das temperaturas avaliadas.

Os minerais presentes na fração argila dos três solos são constituídos de caulinita e ilita (Figuras 4 e 5). Todos os perfis apresentaram caulinita com picos a 0,715 e 0,357 nm nas amostras saturadas com K (com e sem aquecimento), com Mg e Mg + etileno glicol, e que desaparecem no

tratamento com K aquecido a 550 ºC. O predomínio

de caulinita é muito expressivo em todos os solos, condizente com os baixos teores de CTC da fração argila, onde aparecem picos bem-pronunciados,

indicando melhor cristalinidade desse mineral. A natureza mineralógica de Planossolos pode variar de essencialmente caulinítica até predominantemente esmectítica, apresentando minerais expansivos ou não (caso da ilita), ou evidenciando mistura de

ambos, principalmente em condições semiáridas

(Oliveira, 2003).

A pedogênese de argilominerais expansivos 2:1 (esmectita, vermiculita e o grupo das micas) é favorecida em solos que apresentam impedimento à

drenagem, como nos solos de baixada hidromóricos. No entanto, além desses minerais secundários, podem ainda ser encontrados interestratiicados

irregulares de minerais 1:1 e 2:1 (Alves, 2004; Cabral, 2011), não observados neste estudo. A natureza caulinítica e a ilítica da fração argila dos Planossolos e Gleissolos estudados conferem características satisfatórias à pasta cerâmica, desde o processo de retirada do ‘barro’ à cocção

das peças na etapa inal. É importante ressaltar

que, mesmo em pequenas proporções, a presença de minerais de argila 2:1 expansivos nos solos

inluenciam seus atributos físicos e químicos, além

da expressão de feições morfológicas típicas, tão características a esses argilominerais (Azevedo e Vidal-Torrado, 2009).

Quadro 4. teores de Fe obtidos na tFsa nas temperaturas de 100 ºc, 350 ºc e 550 ºc por extração com ditionito-citrato-bicarbonato de sódio (Fe2O3-dcb) e oxalato de amônio (Fe2O3-Ox.) e relações

Fe2O3-Ox./Fe2O3-DCB dos peris de solos utilizados na fabricação de cerâmica artesanal no distrito

de Pasmado, município de itaobim, minas Gerais

Horiz.

Fe2O3-Ox. Fe2O3-dcb Fe2O3-Ox./Fe2O3-dcb cor

100 ºC 350 ºC 550 ºC 100 ºC 350 ºC 550 ºC 100 ºC 350 ºC 550 ºC 100 ºC 350 ºC 550 ºC

dag kg-1

P1 - Planossolo Háplico eutróico típico

A 0,33 0,24 0,19 0,60 0,79 0,83 0,55 0,31 0,22 10YR 6/3 10YR 5/4 10YR 6/6 BA 0,11 0,09 0,09 0,31 0,46 0,50 0,36 0,19 0,17 10YR 6/2 10YR 6/2 10YR 7/6 Btg 0,09 0,07 0,06 0,26 0,41 0,44 0,33 0,17 0,13 10YR 7/1 10YR 6/2 10YR 7/4,5 BCg 0,09 0,06 0,06 0,60 0,93 0,96 0,14 0,06 0,06 10YR 6/2 10YR 6/3 10YR 6/5 Cg 0,10 0,07 0,06 0,67 1,07 1,09 0,15 0,07 0,05 10YR 6/2 10YR 6/4 10YR 6/6

P2 - Planossolo Háplico eutróico típico

A 0,37 0,23 0,16 0,96 1,46 1,49 0,39 0,16 0,11 10YR 5/4 7,5YR 5/6 7,5YR 5/8 E 0,29 0,19 0,16 0,74 0,99 0,99 0,38 0,19 0,16 10YR 5/3 7,5YR 5/4 10YR 6/6 Btg1 0,14 0,11 0,11 0,54 0,90 1,03 0,26 0,13 0,11 10YR 6/3 10YR 5/4 10YR 6/6 Btg2 0,11 0,10 0,07 0,60 0,74 0,97 0,19 0,13 0,07 10YR 6,5/3 10YR 5/4 10YR 6/6 BCg 0,07 0,06 0,04 0,40 0,59 0,76 0,18 0,10 0,06 2,5Y 6/2 2,5Y 6/3 10YR 6/6

P3 - Gleissolo Háplico Ta eutróico solódico

(12)

cOnclUsÕes

Os horizontes BA, Btg e BCg do perfil P1; Btg1 e Btg2, do P2; e C2g e C3g, do P3 apresentaram as maiores proporções de argila e silte e os índices de plasticidade e de atividade coloidal que mais condizem com a seleção do “barro” pelos ceramistas.

As maiores quantidades de areia e matéria orgânica no horizonte A de todos os perfis dos ‘barreiros’

justificam o fato dos ceramistas considerá-los

impróprios para a fabricação da cerâmica.

As quantidades de areia fina pareceram

suficientes para promover efeito “não plástico”,

contribuindo para melhor qualidade do barro e, consequentemente, da cerâmica.

O tipo e a proporção da argila encontrados nos

solos diicultou o estabelecimento da proporção ideal

das frações areia, silte e argila e a porcentagem de

matéria orgânica na deinição de um bom material

para cerâmica.

Não se justiica o descarte do horizonte Cg do peril P1, em razão das suas características físicas, mineralógicas e índice de plasticidade favoráveis

para a confecção dos artefatos artesanais.

A relação FeO/Fed reduziu com o aquecimento,

mas não se pode inferir a respeito da inluência

da maior proporção das formas de ferro mais cristalinas na qualidade final da cerâmica, sobretudo em sua resistência.

10 20 30 10 20 30

º2θ º2θ

10 20

P1 - Btg

P1 - A P1 - Cg

30 º2θ

K550º K350º K25°

Mg

Mggl

II – 0.995 nm

II – 0.504 nm II – 0.446 nm

II – 0.336 nm

Ct – 0.717 nm

Ct – 0.357 nm

II – 0.995 nm

II – 0.504 nm II – 0.446 nm

II – 0.336 nm

Ct – 0.717 nm

Ct – 0.357 nm

II – 0.995 nm

II – 0.504 nm II – 0.446 nm

II – 0.336 nm

Ct – 0.717 nm

Ct – 0.357 nm

Figura 5. difratograma de raios-X da fração argila desferrificada do perfil P1 saturada com potássio (K25º, K350º, K550º), magnésio (mg) e magnésio + etileno glicol (mggl), utilizado na fabricação de cerâmica artesanal no distrito de Pasmado, município de itaobim, minas Gerais. (ii-ilita e ct-caulinita).

reFerÊncias

Agbenin JO, Tiessen H. Soil properties and their variations on two contiguous hillslopes in northeast Brazil. Catena. 1995;24:147-61.

Al-Rawas AA. The factors controlling the expansive nature of the soils and rocks of northern Oman. Eng Geol. 1998;53:327-50.

Alvarez V VH, novais RF, Barros nF, Cantarutti RB, lopes AS.

Interpretação dos resultados das análises de solos. In: Ribeiro

AC, Guimarães PTG, Alvarez V VH, editores. Recomendação para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais. 5ª.ed. Viçosa, MG: Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais; 1999. p.25-42.

Alves AGC. Do “barro de loiça” à “loiça de barro”: Caracterização etnopedológica de um artesanato camponês no Agreste Paraibano [tese]. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos; 2004.

Alves AGC, Marques JGW, Queiroz SB, Silva IF, Ribeiro MR. Caracterização etnopedológica de Planossolos utilizados em cerâmica artesanal no Agreste Paraibano. R Bras Ci Solo. 2005;29:379-88.

Alves AGC, Queiroz SB, Silva IF, Ribeiro MR. Sodium-affected

Alisols of the agreste region, state of Paraiba, Brazil, as known

by potter-farmers and agronomists. Sci Agric. 2007;64:495-505.

Amaral FCS, Santos HG, Áglio MlD, Duarte Mn, Pereira nR, Oliveira RP, Carvalho Júnior W. Mapeamento de solos e aptidão agrícola das terras do Estado de Minas Gerais. Rio de Janeiro: Embrapa Solos; 2004.

(13)

Arnold DE. Ethnomineralogy of Ticul, Yucatan potters: Etics and emics. Am. Antiquity. 1971;36:20-40.

Associação Brasileira de normas Técnicas - ABnT. nBR 6459/84 Solo: Determinação do limite de liquidez. Rio de Janeiro: 1984a. Associação Brasileira de normas Técnicas - ABnT. nBR 7180/84 Solo: Determinação do limite de plasticidade. Rio de Janeiro: 1984b.

Azevedo AC, Vidal-Torrado P. Esmectita, vermiculita, minerais com hidroxi entre camadas e clorita. In: Melo VF, Alleoni lRF, editores. Química e mineralogia do solo. Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo; 2009. p.381-426.

Barrera-Bassols n, zinck JA. Ethnopedology: A worldwide view on the soil knowledge of local people. Geoderma. 2003;111:171-95. Barrios E, Trejo MT. Implications of local soil knowledge for integrated soil management in latin America. Geoderma. 2003;111:217-31.

Brasil. Ministério da Agricultura. levantamento de reconhecimento dos solos da zona do Médio Jequitinhonha - Minas Gerais. Rio de Janeiro: Equipe de Pedologia e Fertilidade do Solo, 1970.

Brasil. Ministério de Minas e Energia. Secretaria Geral. Projeto RADAMBRASIl. Folha SE 24 Rio Doce: Geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação e uso potencial da terra. Rio de Janeiro: 1987.

Browman Dl, Gundersen Jn. Altiplano comestible earths: Pre-historic and historic geography of highland Peru and Bolivia. Geoarchaeology. 1993;8:413-25.

Brown G, newman ACD, Rayner JH, Weir AH. The structures and chemistry of soil clay minerals. In: Greenland DJ, Hayes MH, editors. The chemistry of soil constituents. Chichester: John Wiley & Sons; 1978. p.29-178.

Bueno FS. Dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Lisa; 1985.

Cabral Rl. Uso e conhecimento do solo por artesãos camponeses no Agreste Pernambucano: Uma abordagem etnopedológica [dissertação]. Recife: Universidade Federal Rural de Pernambuco; 2011.

Caputo HP. Mecânica dos solos e suas aplicações. 6ª.ed. Rio de Janeiro: lTC; 1994.

Cardoso I, Resende M. Percepção e uso de ambientes naturais por pequenos agricultores. Alternativas: Cad Agroecol. 1996;4:18-21.

Chasseiere B, Monaco A. Role of organic matter and particle

fabric in mass-physical and geotechnical properties: implications for undrained slumping in Aegean Sea and Ionian Sea modern sediments. Mar Geol. 1989;87:165-82.

Corrêa MM, Ker JC, Mendonça ES, Ruiz HA, Bastos RS. Atributos

físicos, químicos e mineralógicos de solos da região das várzeas

de Souza (PB). R Bras Ci Solo. 2003;27:311-24.

Correia JR, lima ACS, Anjos lHC. O trabalho do pedólogo e sua relação com comunidades rurais: observações com agricultores familiares no norte de Minas Gerais. Cad Ci Tecnol. 2004;21:447-67.

Correia JR, Anjos lHC, lima ACS, neves DP, Toledo lO, Calderano Filho B, Shinzato E. Relações entre o conhecimento de agricultores e de pedólogos sobre solos: Estudo de caso em Rio Pardo de Minas, MG. R Bras Ci Solo. 2007;31:1045-57.

Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM. Projeto

cadastro de abastecimento por águas subterrâneas, Estados de

Minas Gerais e Bahia: Diagnóstico do município de Itaobim, MG. Belo Horizonte: 2004.

Damiani JC, Perez F, Melchiades FG, Boschi AO. Coração negro em revestimentos cerâmicos: principais causas e possíveis soluções. Cerâmica Indust. 2001;6:12-6.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de métodos de análise de

solo. 2ª.ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solos; 1997.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classiicação

de solos. 3ª.ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solos; 2013.

Fabbri GTP. Caracterização da fração ina de solos tropicais

através da adsorção de azul de metila [tese]. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos; 1994. [Acesso 16 jun 2015]. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/ disponiveis/18/18137/tde-06112012-104943/.

Hardcastle JH. Evaluation and treatment of expansive volcanic soils US95, Owyhee County, Idaho. Moscow: University of Idaho; 2003.

Juo ASR, Moormann FR, Maduakor HO. Forms and pedofenetic distribuition of extractable iron and aluminum in selected soils of nigeria. Geoderma. 1974;11:167-79.

leroi-Gourhan A. Evolução e técnicas. 2ª.ed. lisboa: Setenta; 1984. Malkawi AIH, Alawneh AS, Abu-Safaqah OT. Effects of organic matter on the physical and the physicochemical properties of an illitic soil. Appl Clay Sci. 1999;14:257-78.

McKeague JA, Day JH. Dithionite and oxalate extractable Fe and Al as aid in differentiating various classes of soils. Can J Soil Sci. 1966;46:13-22.

Means RE, Parcher JV. Physical properties of soils. Ohio: Merrill; 1963.

Mehra OP, Jackson Ml. Iron oxide removal from soils and clay by a dithionite-citrate system buffered with sodium bicarbonate. Clay Miner. 1960:7:317-27.

Oliveira lB. Solos Planossólicos do Sertão do Araripe: caracterização, classificação e gênese [dissertação]. Recife: Universidade Federal Rural de Pernambuco; 2002.

Oliveira LB, Ribeiro MR, Ferraz FB, Jacomine PKT. Classiicação

de solos Planossólicos do Sertão do Araripe (PE). R Bras Ci Solo. 2003;27:685-93.

Oliveira lB, Ribeiro MR, Ferraz FB, Ferreira MGVX, Mermut AR. Mineralogia, micromorfologia e gênese de solos Planossólicos do sertão do Araripe, Estado de Pernambuco. R Bras Ci Solo. 2004;28:665-78.

Oliveira LB. Mineralogia, micromorfologia, gênese e classiicação de Luvissolos e Planossolos desenvolvidos de rochas metamóricas no semiárido do Nordeste Brasileiro [tese]. Viçosa, MG:

Universidade Federal de Viçosa; 2007.

Ollier CD, Drover DP, Godelier M. Soil knowledge amongst the Baruya of Wonenara, new Guinea. Oceania. 1971;42:33-41.

(14)

Parahyba RBV. Gênese de solos Planossólicos do Agreste de Pernambuco [dissertação]. Recife: Universidade Federal Rural de Pernambuco; 1993.

Queiroz JS, norton BE. An assessment of an indigenous soil

classification used in the caatinga region of Ceará State,

northeast Brazil. Agric Syst. 1992;39:289-305.

Queiroz JS. The Acarau Valley in northeast Brazil: Vegetation, soils and land-use [these]. logan: Utah State University; 1985. Rengasamy P. Clay dispersion in relation to changes in the electrolyte composition of dialysed red-brown earths. J Soil Sci. 1983;34:723-32.

Resende M. Mineralogy, chemistry, morphology and geomorphology of some soils of the Central Plateau of Brazil [tese]. Purdue: University Purdue; 1976.

Santos RD, lemos RC, Santos HG, Ker JC, Anjos lHC. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 5ª.ed. Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo; 2005.

Scatolini FM, Moniz AC. Inluência do material de origem do lençol freático e da posição topográica nos solos de uma encosta

em Mococa (SP). R Bras Ci Solo. 1992;16:379-88.

Schaefer CEGR, Marques FASM, Campos JCF. Origens da pedologia no Brasil: Resenha histórica. Geonomos. 1997;5:1-15.

Schwertmann U. The effect of pedogenic environments on iron oxide minerals. Adv Soil Sci. 1985;1:171-200.

Sherman GD. Matsusaka Y, Ikawa H, Uehara G. The role of amorphous fraction in the properties of tropical soils. Agrochimica. 1964;7:146-63.

Skempton AW. The colloidal activity of clays. In: Proceedings of the 3rd. International Conference Soil Mechanics Found Engineer;

1953; zurich. zurich: International Society of Soil Mechanics and Geotechnical Engineering; 1953. p.57-61.

Smith CW, Hadas A, Dan J, Koyumdjisky H. Shrinkage and Atterberg limits in relation to other properties of principal soil types in Israel. Geoderma. 1985;35:47-65.

Talawar S, Rhoades RE. Scientiic and local classiication and

management of soils. Agric Human Values. 1998;15:3-14. van Ranst E, Coninck F. Evaluation of ferrolysis in soil formation. Eur J Soil Sci. 2002;53:513-19.

Whitting lD, Allardice WR. X ray diffraction techniques. In: Kluter A, editor. Methods of soil analysis: Physical and mineralogical properties. 2nd.ed. Madison: American Society of

Agronomy; 1986. Pt 1. p.331-62.

Yilmaz, I. Indirect estimation of the swelling percent and a

new classiication of soils depending on liquid limit and cation

Referências

Documentos relacionados

Na investigação da variação sazonal dos subgrupos que compunham os grupos de alimentos que não apresentaram variações sazonais significativas, verificou-se que também

Gottardo e Cestari Junior (2008) efetuaram análise de viabilidade econômica na implantação de silo de armazenagem de grãos utilizando os seguintes modelos VPL,

No método criado por Jeff Sutherland e formalizado por Ken Schwaber (SCHWABER e SUTHERLAND, 2013), a equipe de desenvolvimento trabalha de forma unida e com o objetivo

No Estado do Pará as seguintes potencialidades são observadas a partir do processo de descentralização da gestão florestal: i desenvolvimento da política florestal estadual; ii

Neste artigo busco pensar Américo de Castro como empresário concessionário de companhias ferro carril e em outras atividades relacionadas à construção civil e que de- pendiam

Não se pode portanto concluir por uma relação evidente entre a noção de autonomia destes autores e as teorias liberais (discutidas no caps. 3 e 4), até porque em

A proposta aqui apresentada prevê uma metodologia de determinação da capacidade de carga de visitação turística para as cavernas da região de Bulhas D’Água

Os Oficiais de Registro Civil das Pessoas Na- turais do Estado de São Paulo também têm competência para os atos notariais de reconhecimento de firma, autenticação de cópia