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As contribuições da comunidade para o trabalho da equipe de um PSF.

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Academic year: 2017

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AS CONTRIBUIÇÕES DA COMUNIDADE PARA O TRABALHO DA EQUIPE DE UM PSF

Maria José Sanches Marin1

Luciana Rocha de Oliveira2

Mércia Ilias3

Elza de Fátima Ribeiro Higa1

Considerando a relevância da participação popular na construção de novos modelos de saúde, o

presente estudo propõe-se a verificar as contribuições dessa participação nas ações de saúde de uma Unidade

de Saúde da Família. Trata-se de estudo de análise documental, a partir de atas de 24 reuniões mensais da

equipe com a comunidade. Após a leitura dos registros, os assuntos discutidos foram agrupados em quatro

temáticas: recursos materiais e humanos, acesso aos serviços de saúde de maior complexidade, adesão da

comunidade às atividades oferecidas pela unidade e promoção da saúde e prevenção de doenças. Constata-se

que, embora as discussões vislumbrem a visão integral da saúde e possibilitem co-responsabilidade,

fortalecimento do vínculo e troca de informação, ainda é necessário maior avanço para se obter a efetiva

participação da comunidade na co-gestão do sistema de saúde.

DESCRITORES: programa saúde da família; participação comunitária; saúde pública

COMMUNITY CONTRIBUTIONS TO A FHU TEAM WORK

Considering the importance of people participating in the construction of new health models, this study

aimed to characterize and analyze contributions brought by community to health actions carried out in a Family

Health Unit. It is a documentary analysis based on the records of 24 monthly meetings between the team and

community. After reading the records, subject was divided into four themes: material and human resources,

availability to secondary level health services, community adherence to the unit activities, health promotion

and disease prevention. Discussions opened a wide perspective on health and stimulated co-responsibility,

stronger links and information exchanging. Nevertheless, there is a need to improve community effective

participation in the co-management of the health system.

DESCRIPTORES: family health program; community participation; public health

LAS CONTRIBUCIONES DE LA COMUNIDAD PARA EL TRABAJO DEL EQUIPO DE UN PSF

Considerando la relevancia de la participación de la población en la construcción de nuevos modelos de

salud, el presente estudio propone caracterizar y analizar las contribuciones de la participación de la comunidad

en las acciones de salud de una Unidad de Salud de la Familia. Se trata de un estudio de análisis documentario,

basado en actas de 24 reuniones mensuales del equipo con la comunidad. Después de la lectura de los registros,

los asuntos fueran clasificados en cuatro temáticas: recursos materiales y humanos, accesos a los servicios de

salud de nivel secundario, adherencia de la comunidad a las actividades ofrecidas por la unidad y promoción de

la salud y prevención de enfermedades. Verificó-se que las discusiones destacaron una visión íntegra de la salud

e hicieron posible la co-responsabilidad, fortalecimiento del vínculo y cambio de información. Todavía es necesario

avanzar para obtener la efectiva participación de la comunidad en la co-gestión del sistema de salud.

DESCRIPTORES: programa salud de la familia; participación comunitaria; salud pública

(2)

INTRODUÇÃO

A

participação comunitária é um movimento que vem sendo incentivado como uma estratégia de

enfrentamento dos problemas de saúde, conseguindo,

assim, maior consciência política e compartilhamento

das responsabilidades e de informações, na busca

de melhor autonomia e qualidade de vida das pessoas.

A participação dos cidadãos na gestão pública

em saúde vem sendo articulada desde o Movimento

Nacional pela Reforma Sanitária, o qual teve por

marcos de reafirmação e consolidação as 8ª e 9ª

Conferências Nacionais, respectivamente, em 1986

e 1992, e vem ocorrendo nos Conselhos Municipais

de Saúde (CMS), os quais possuem composição,

paridade e atribuições asseguradas por norma

jurídica(1).

O delineamento dado à política de saúde

brasileira, pela constituição de 1988, contribuiu com

tal construção ao atribuir ao Ministério da Saúde o

compromisso de reestruturar o modelo de atenção,

partindo do referencial de saúde como direito de

cidadania e pressupondo a organização dos serviços

cada vez mais resolutivos, integrais e humanizados(2).

Nessa proposta, a idéia de “saúde para todos”,

sem a participação ativa das pessoas, não será

possível para o ano 2010, pois delas depende o

necessário aval para impulsionar a prevenção e a

atenção primária à saúde. Essa participação também

deve ser a facilitadora da coordenação das múltiplas

atividades do Estado no setor saúde e permitir que

seja construída uma visão holística da saúde(3).

A participação cidadã caracteriza-se pela

substituição da categoria comunidade ou povo pela

sociedade como categoria central. Esse conceito está

fundamentado na universalização dos direitos sociais,

na ampliação do conceito de cidadania e em uma

nova compreensão do caráter do Estado, remetendo

à definição das prioridades nas políticas públicas com

base em um debate público(4). Assim, pode-se

considerar tal participação como o controle sobre a

própria situação, mediante intervenções em decisões,

iniciativas e gestões, que afetam as condições de vida

em que tal situação e projetos se desenvolvem(5).

Devido a tal atuação, o envolvimento da

coletividade tem-se firmado gradualmente nos

últimos anos e tem produzido diretrizes políticas cada

vez mais compatíveis com a realidade, de modo a

garantir e racionalizar recursos materiais, financeiros

e humanos, ao mesmo tempo em que as pessoas

adquirem cada vez mais consciência das suas tarefas

e da responsabilidade inerente a elas(6).

Atualmente, com quase duas décadas de

construção desse modelo, parece evidente a

importância da participação ativa e contínua da

sociedade nas ações a serem desenvolvidas.

Contribui com isso a implementação do Programa

Saúde da Família (PSF), que vem ocorrendo em todo

território nacional e possui características que

favorecem a integração entre comunidade e equipes

de saúde da família, bem como a relação

trabalhador-usuário. Nesse sentido, destaca-se a introdução dos

agentes comunitários de saúde (ACS) nas equipes,

adscrição da clientela em um território definido e o

trabalho em equipe.

O trabalho em equipe, nas unidades de saúde

da família, favorece o envolvimento e a participação

da comunidade na construção de um projeto assistencial

comum, visto que a população de referência é a

destinatária do trabalho desenvolvido, pressupondo um

processo de democratização das instituições.

A filosofia do PSF busca, portanto, alcançar

em longo prazo uma alteração da relação entre

cidadão e o Estado, promovendo o conceito de saúde

como um direito de cidadania e possibilitando a

inserção ativa dos indivíduos nos processos de

melhoria da qualidade de vida por meio de sua

participação na discussão das políticas públicas(6).

Apesar de se considerar relevante tal

participação, estudo sobre o PSF aponta para a

ausência do usuário como protagonista do seu próprio

viver e da produção de seu cuidado, visto que a

equipe ainda coloca a população fora do âmbito das

decisões sobre o que lhe diz respeito(7). Os avanços

na participação e no trabalho em equipe não têm

garantido a construção de um projeto assistencial

comum(4).

A participação democrática nas decisões e

ações que definem o destino da sociedade brasileira

vem sendo duramente conquistada, haja vista a

tradição autoritária e excludente que constituiu a

sociedade brasileira ao longo da história(8).

Diante do exposto, reconhecendo a relevância

da participação das pessoas da comunidade na

implementação de um modelo que visa à melhoria

da qualidade de vida e as dificuldades para torná-la

efetiva, buscou-se, aqui, compreender como tal

participação vem ocorrendo em um PSF, com a

finalidade de contribuir com dados que permitam a

(3)

OBJETIVO

Verificar as contribuições da participação da

comunidade nas ações de saúde de uma Unidade de Saúde da Família.

METODOLOGIA

Trata-se de estudo de análise documental, a partir das atas das reuniões da equipe da USF Santa

Augusta, da cidade de Marília, SP, com a comunidade. A Unidade de Saúde da Família Santa Augusta teve início de seu trabalho em 27 de abril de 2003. A área de abrangência possui 2348 pessoas. A equipe

de saúde é formada por uma médica, uma enfermeira, uma dentista, uma auxiliar de consultório dentário, duas auxiliares de enfermagem, seis agentes comunitários, uma auxiliar de serviços gerais e, duas

vezes por semana, um motorista. Além de servir como campo de estágio para estudantes da primeira, segunda e quarta séries dos Cursos de Enfermagem e Medicina da Faculdade de Medicina de Marília e à

Residência Multiprofissional de Saúde da Família da mesma instituição, a USF conta com residentes médicos e enfermeiros e, a partir de 2006, com residentes de odontologia, fisioterapia e serviço social.

A USF atende população urbana e rural.

Além de atender a demanda de consultas médicas, de enfermagem e odontológicas, a equipe realiza visitas domiciliárias para as pessoas

consideradas de maior risco e com doenças incapacitantes e atividades com grupos de hipertensos e diabéticos, futebol, caminhada, reeducação alimentar, artesanato, corte de cabelo, pré-natal,

grupo de crescimento e desenvolvimento entre outros. Semanalmente são realizadas reuniões de equipe, quando se discute os problemas da comunidade bem como o processo de trabalho da equipe.

Uma vez ao mês é realizada reunião de comunidade com a participação dos profissionais da equipe, alunos da Faculdade de Medicina de Marília (cursos de medicina e enfermagem), presidente da

comunidade local, representantes do Conselho da Zona Sul (CONSUL) e outras pessoas da comunidade. Além dos elementos da equipe, participam das reuniões aproximadamente de quatro a dez pessoas.

Essas reuniões são registradas em ata e enviadas para a Equipe Gestora do PSF na Secretária Municipal de Higiene e Saúde de Marília.

Para a realização deste estudo foram

utilizados os dados registrados em atas de 24 reuniões

de comunidade da USF Santa Augusta, no período de

março de 2003 a março de 2006.

A análise dos resultados foi realizada

conforme os passos da técnica de análise de conteúdo descrita por Bardin(9), compreendendo: leitura

flutuante de cada uma das unidades de registros, segunda leitura com a finalidade de desmembrar as

unidades de registro para classificar e agregar os dados brutos contidos nas mesmas em representação

do conteúdo e a categorização por grupos de unidades de registros com significado e elementos comuns. Tal

análise possibilitou agrupar as discussões narradas

nas atas em quatro temáticas: recursos materiais e humanos, acesso aos serviços de saúde de maior

complexidade, adesão da comunidade às atividades oferecidas pela unidade e promoção da saúde e

prevenção de doenças, as quais são apresentadas

em forma de tabelas com os respectivos elementos

comuns, seguidas de análise descritiva.

RESULTADOS

Ao referir-se aos temas discutidos nas reuniões da equipe do PSF cujas atas foram analisadas,

a temática acesso aos serviços de saúde de maior complexidade, agrupada na Tabela 1, revela-se como

preocupação para a comunidade devido aos limites impostos na continuidade do cuidado à saúde.

Tabela 1 - Distribuição dos assuntos, ações e

resultados obtidos a partir das reuniões de

comunidade com a equipe da USF referente à temática: acesso aos serviços de saúde de maior

complexidade. Marília, SP, 2006

a m e

T Ação Resultados

e d e d a d l u c i f i D

s a n o t n e m a d n e g a

s e d a d il a i c e p s e

. s a c i d é m

r o t s e g o p u r g o a o d a c i n u m o C

a e d ú a S a d a i r a t e r c e S a d

a r a t n e m u a e d e d a d i s s e c e n

. s o ç i v r e s e d a t r e f o

a d n a m e d A

a u n i t n o c

. a d i m i r p e r

o ã ç a v o r p a a n a r o m e D

e d o s s e c o r p o d

. a r u d a e u q a l

s o t n e m i c e r a l c s e s o d a t s e r P

o o m o c a m r o f à o t n a u q

. o d a il a v a é o s s e c o r p

s o i r á u s U

m e c e n a m r e p

. s o t i e f s i t a s n i o

ã ç a z il a e r a n a r o m e D

. a i f a r g o m a m e d

a s a d a t n e i r o m a r o f s a i r á u s U

o ã r i t u m o n e m a x e o r a z il a e r

s a d l a t i p s o H o l e p o t i e f

. a il í r a M e d s a c i n íl C

s a d a i r o i a m A

e u q s e r e h l u m

a r e p s e à m a v a t s e

. e m a x e o u o z il a e r a

d o ã ç a m a l c e R

o d e d a d il a u q

o n o t n e m i d n e t a

. a i c n ê r e f e r e d l a t i p s o h

e p i u q e à a d a c i n u m o C

e u q S H M S a d a r o t s e g

s o m o c o g o l á i d u o z il a e r

.l a t i p s o h o l e p s i e v á s n o p s e r

o d a v r e s b o i o f o ã N

o d a tl u s e r

. o i r ó t a f s i t a s

O acesso às tecnologias de saúde representa

aspecto importante a ser considerado pelo setor, visto

que a implantação dos PSF com a finalidade de reorganizar a atenção básica não tem sido suficiente

(4)

Conforme apontado por Merhy, o PSF deve

ser explorado dentro de seus limites e incorporado como uma modalidade tecnológica integrante da

complexa rede de atenção, antes de ser considerado suficiente para resolução de todos os problemas(10).

A dificuldade da população em ter acesso a especialistas, exames e procedimentos específicos

fere princípios constitucionais e regulamentares do sistema de saúde brasileiro quando considera “a

saúde como um direito de todos”, a “integralidade”, “equidade” e “universalidade”.

A dificuldade em agendar consulta com

especialistas e exames específicos, conforme citado pela comunidade, revela lacuna importante na atenção

secundária e, em decorrência disso, os usuários ficam predispostos a agravamentos da condição de saúde com

possíveis internações de urgência. Além disso, tal aspecto gera desconforto para a equipe da USF, a quem cabe

dar respaldo e explicações para a situação de demora.

Ao organizar o sistema de saúde, conforme o princípio da hierarquização e regionalização, tem-se

idéia de expansão da cobertura e democratização do acesso. No entanto, a rede de atenção básica não tem

conseguido tornar-se a “porta de entrada” mais importante, haja vista a alta demanda existente nos

prontos-socorros e a dificuldade de acesso aos serviços especializados(11). Explica-se tal fato pela insuficiência

de recursos para o setor saúde, má utilização daqueles já existentes, além da discriminação existente no setor

privado, que se baseia exclusivamente no critério econômico e busca garantir sua sobrevivência pela

criação de planos de saúde.

Tabela 2 - Distribuição dos assuntos, ações e

resultados obtidos a partir das reuniões de comunidade com a equipe da USF referente à

temática: adesão da comunidade às atividades

oferecidas pela USF. Marília, SP, 2006

Adesão, do ponto de vista etimológico, do

l a t i m a d h a e s i o n e , s i g n i f i c a j u n ç ã o , u n i ã o ,

aprovação, acordo, manifestação de solidariedade,

apoio; pressupõe relação e vínculo. Entende-se ser

um processo multifatorial, estruturado a partir da

relação entre quem cuida e quem é cuidado e

e n v o l v e a c o n s t â n c i a , a p e r s e v e r a n ç a e a

freqüência(12).

Referindo-se à adesão nas reuniões de

comunidade, foi discutido o pequeno número de

pessoas que vem participando da mesma, em torno

de quatro a dez por reunião. Alguns apontam como

motivo “o cansaço após o trabalho”, “a coincidência

com o horário das novelas”, além da desvalorização

da reunião enquanto espaço resolutivo.

Outras atividades de promoção e prevenção,

propostas pela equipe, também têm apresentado

pouca adesão, o que parece merecer reflexão e

análise quanto à efetividade das mesmas e adequação

às necessidades da população. Além disso, tais

medidas precisam ser ampliadas, envolvendo a

intersetorialidade, visando não apenas manter uma

ocupação e recreação, mas sim qualificação que

possibilite conquistas e perspectivas de melhoria das

condições de vida.

Na literatura, a maioria dos estudos que

tratam da adesão referem-se ao processo de

adoecimento e ao tratamento medicamentoso,

dificultando maior compreensão das condições que

podem estar envolvidas com a adesão a ações de

promoção e prevenção como as propostas pela equipe,

pois essas demandam a construção de uma

consciência cidadã.

Chamam a atenção o fato de que a cidadania

“não é algo natural”, posto que está submetida a

regras sociais e culturais. Nas sociedades coletivistas,

como a que vivemos, “o todo prevalece sobre as

partes, à hierarquia é o princípio básico e o que vale

é a relação”. Assim, se o indivíduo não tem nenhuma

ligação com pessoa ou instituição de prestígio, ele é

tratado como inferior(13).

Os casos de resistência revelam, muitas

vezes, que as pessoas estão se sentindo

desvalorizadas ou não está havendo verdadeiro

diálogo entre os saberes da equipe e dos usuários.

Destaca-se ainda que, na confrontação de saberes,

é importante considerar a complexidade articulada

no núcleo de histórias e a cultura que explicitam a

mesma, obtendo-se, assim, a explicação para a

dificuldade de adesão(14).

a m e

T Ação Resultados

(5)

Esse aspecto representa desafio aos

profissionais da equipe de saúde que, muitas vezes,

adotam condutas autoritárias, considerando o saber

científico de sua apropriação como verdade absoluta.

Além disso, parece que a valorização da cura,

do uso de medicamento e do aspecto biológico como

a única forma de obter melhora nas condições de

saúde ainda está presente no imaginário tanto dos

usuários como da equipe. Tal fato também pode

dificultar o delineamento de medidas que visem a

promoção e a prevenção de forma a atender as

necessidades das pessoas e, conseqüentemente, a

sua adesão.

Parece, portanto, que a falta de adesão da

população às medidas de atenção à saúde, na busca

de melhoria da qualidade de vida, é multifatorial e as

estratégias de superação devem considerar,

especialmente, o estabelecimento de vínculo, troca

de saberes e o respeito pelo outro.

Apesar da pequena participação da

comunidade, tanto nas reuniões de equipe como nas

atividades desenvolvidas na unidade, observa-se,

pelas discussões, grande avanço na abordagem de

temáticas voltadas para a promoção da saúde e

prevenção das doenças, revelando preocupações

com o desenvolvimento de intervenções que vão

além da simples medicalização da vida e visam a

melhoria dos níveis de saúde, conforme se observa

na Tabela 3.

A Carta de Ottawa define promoção da saúde

como “o processo de capacitação da comunidade para

atuar na melhoria da qualidade de vida e saúde,

incluindo maior participação no controle deste

processo”(15). Nesse sentido, as reuniões de

comunidade têm retratado a temática, conforme

demonstrado na Tabela 3.

a m e

T Ação Resultados

. a u r a n s i a m i n

A Orientação,quantoaosriscoseàimportânciademantê -S C A s o l e p s o il í c i m o d s o n e s e õ i n u e r s a n , o il í c i m o d o n s o l . s a t i s i v s a e t n a r u d . a u r a n s i a m i n a e d o ã ç i u n i m i d e v u o H s o i d l a b s o n e r r e t e s a u r s a l e p o d a h l a p s e o x i L . o m s e m o d m e g a l c i c e r e d a tl a f e m e l e v á l c i c e r o x il e d a t e l o c a r a p s e õ t a l e d o ã ç a t i c il o S ; o i r á t i n u m o c o r t n e c o a e t n e r f s o a s e õ ç a t n e i r o m a r a s s a p e d a d i n u m o c a d s a o s s e P . s i a m e d s a o s s e p s a , s o d a c o l o c m a r o f s e õ t a l s O e d a d i n u m o c a i r p ó r p a e s a d a t n e i r o m a r o f a d a u t n e c a e v u o H . r a z il a c s i f a u o s s a p . o d a h l a p s e o x il o d o ã ç i u n i m i d . o h l a s a g a o d a h n a p m a

C Colocaçãodecartazesnaunidadeerecipientepara . s o h l a s a g a s o r a t i s o p e d s o d í u b i r t s i d m a r o f s o d a o d s o h l a s a g a s O . e t n e r a c s i a m o ã ç a l u p o p a r a p . o v i t e l o c e t r o p s n a r

T Discussãosobreamásinailzaçãoeimprudênciados . s a t s i r o t o m . o ã ç a t n e i r o e a d a b m o L . a i r á t i n u m o c a t r o

H SoilcitaçãodeapoiodaSecretariaMunicipalde o ã ç i s i u q a a r a p e d a d i n u m o c a d o ã ç a z il i b o m e a r u tl u c i r g A . o n e r r e t e s e t n e m e s e d o h n i z i v ; s e õ ç a t n e i r o u o z il a e r a l o c í r g a o c i n c é T s a s e r p m e e o n e r r e t m u u e d e c e d a d i n u a d . s e t n e m e s m o c m a r í u b i r t n o c . a il í m a f a s l o

B Esclarecimentosquantoaoscritériosdeinclusãoe . a m a r g o r p o n a i c n ê n a m r e p . s o t n e m a n o i t s e u q e v u o h o ã N e d a r a m â C a d o i r é t s i n i M o d r o t e r i d o t e j o r P a r a p s o s r u c e r a z il i b i n o p s i d e u q o t i s n â r T s a u r e d o ã ç a t n e m i v a p à s o d a g il s a m e l b o r p . o ã ç a z il a n i s e o d n e t n o c o i r ó t a l e r m u e d a d i n u m o c a m o c o t n u j o d a z il a e R e d o ã ç u r t s n o c a e s a i r o h l e m e d m a t i s s e c e n e u q s i a c o l s o . s e d a d l u c i f i d s a d o ã ç a u t n o p a m o c a p a m m u o ã ç a z il a n i s , o t i s n â r t e d s a c a l p e d o ã ç a c o l o C . s a d a b m o l e . " a il í r a M a i r r o S " a n a m e

S Feitoconviteparaacomunidade. Houvecomparecimentode30pessoas,para e r b o s s a r t s e l a p s a d a z il a e r m a r o f s i a u q s a . s e d n i r b s o d í u b i r t s i d e l a c u b e d ú a s . S D I A a e t a b m o C e d l a i d n u M a i

D Feitoconviteparaparticipaçãonogrupodeorientações . e d a d i n u a d e s e õ ç a t n e i r o e d s o p u r g e d o ã ç a z il a e R . s o v i t a v r e s e r p o d í u b i r t s i d e d s e t n e d i c a e d o ã ç n e v e r p e d a n a m e S . o h l a b a r t s e õ ç a t n e i r o e d o p u r g o n o ã ç a p i c i t r a p a r a p e t i v n o c o t i e F e d a d i n u a d . e d a d i n u m o c a d o ã ç a p i c i t r a p a c u o p e v u o H

Tabela 3 - Distribuição dos assuntos, ações e resultados obtidos a partir das reuniões de comunidade

com a equipe da USF referente à temática: promoção da saúde e prevenção de doenças, Marília, SP, 2006

Tal discussão leva a crer que a população e

a equipe vêm se aproximando e compreendendo o

conceito de saúde de uma forma mais ampliada,

incluindo o ambiente, a moradia, a educação, o

trabalho e o transporte entre outros.

Há também indicação da busca de alianças

intersetoriais em prol da saúde da população, cujo

foco está centrado nas atividades do campo social,

com o apoio dos profissionais da equipe de saúde.

Nas reuniões de equipe, uma das temáticas

destacadas refere-se aos recursos materiais e

humanos da unidade, conforme se observa na

Tabela 4. A falta de medicamentos básicos foi tema

a b o r d a d o e m v á r i a s r e u n i õ e s e s a l i e n t a - s e o

descontentamento da população, haja vista a

grande valorização atribuída a tal item e o risco

que a falta dele pode representar para a saúde

(6)

Tabela 4 - Distribuição dos assuntos, ações e

resultados obtidos a partir das reuniões de

comunidade com a equipe da USF referente à

temática: recursos materiais e humanos da unidade.

Marília, SP, 2006

de se colocar uma caixa de sugestões para que as

pessoas possam contribuir com o desenvolvimento

das atividades. Semanalmente a equipe recolhe as

sugestões e discute-as em suas reuniões. Em alguns

casos, leva o assunto para discutir nas reuniões de

comunidade.

Mudanças de integrantes da equipe que, em

algumas situações, ocorreram por motivos pessoais

e, em outras, por necessidade dos gestores, também

foram tema de discussão com a comunidade. Apesar

de identificar algumas perdas, houve compreensão

de tal necessidade.

As discussões referentes aos recursos

materiais e humanos parece reforçar o vínculo e

cumplicidade na busca de alternativas, visando o

atendimento das necessidades, apesar de que, nem

sempre as solicitações foram atendidas.

A organização da estrutura dos serviços de

saúde, ainda que represente o primeiro passo na

busca da qualidade da atenção em saúde, garante

que o processo e os resultados sejam satisfatórios.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atingir o pleno exercício da cidadania na

busca de condições dignas de vida representa desafio

aos profissionais de saúde e à comunidade. Há de

se considerar o grande avanço que as reuniões da

equipe com a comunidade, cujas atas foram

analisadas no presente estudo, representam na

construção de um sistema democrático e

humanitário, visando a melhoria da qualidade de

vida das pessoas.

As temáticas classificadas a partir dos

registros dessas reuniões da equipe com a

comunidade - recursos materiais e humanos, acesso

aos serviços de saúde de maior complexidade, adesão

da comunidade às atividades oferecidas pela unidade

e promoção da saúde e prevenção de doenças

-possibilitam a compreensão de que a população e a

equipe vêm buscando novas alternativas no modo

de fazer saúde, por meio de propostas que

vislumbram modificar o conceito de saúde/doença. A

obtenção do envolvimento da comunidade nas ações

é passo importante para a consecução dos objetivos.

Apesar da baixa participação da população,

assuntos diversos são discutidos, promovendo a

co-responsabilidade entre os diferentes atores envolvidos

no processo, o que contribui para a melhoria da

a m e

T Ação Resultado

o h l a b a r t o a o i g o l E . e p i u q e a d e d o ã i n u e r a n e s s a p e R e d a m r o f o m o c e p i u q e . o v it n e c n i e a t i e f s it a s e s -u o r t s o m e p i u q E . o ã ç a m r o f n i a m o c a d a v it o m a d o ã ç a p i c it r a P a n e d a d i n u m o c o h l a b a r t o d a i r o h l e m . e p i u q e m e e d a x i a c r a c o l o C a d a d a r t n e a n s e õ t s e g u s . e d a d i n u s e õ t s e g u s m a c o l o c s o i r á u s U s a n s a d it u c s i d o ã s e u q . e p i u q e e d s e õ i n u e r e d a ç n a d u M a d s e t n a r g e t n i . e p i u q e o v o n o d o ã ç a t n e s e r p A . e d a d i n u m o c à o c i d é m a o d i c e r a l c s E e d e d a d i s s e c e n e a g o l ó c i s p a d a ç n a d u m .l a i c o s e t n e t s i s s a e s a d n i v -s a o b u e d o ã ç a l u p o P . o ã ç a t i e c a a o b u o r t s n o m e d m a r a d r o c n o c s e t n a p i c it r a P . o ã s i c e d a m o c e d a tl a F s o t n e m a c i d e m . F S U a n s o c i s á b m o c o t a t n o c o t i e F l e v á s n o p s e r a c it u ê c a m r a f e d o ã ç a s n e p s i d a l e p a d s o t n e m a c i d e m e e d ú a S a d a i r a t e r c e S . r o t s e g o p u r g m o c m a r o f s o t n e m a c i d e m s n u g l A i o f s o r t u o , s o d a l u p i n a m m u r a d r a u g a o i r á s s e c e n o d n a r e g , o p m e t e o t n e m a t n e t n o c s e d . s o t n e m a n o it s e u q a d o ã ç a u q e d a n I a d a c i s í f a e r á . e d a d i n u m u o d a h n i m a c n E a a r a p o i r ó t a l e r .l a p i c i n u M a i r a t e r c e S a ç n a d u m a d a i c n e d i v o r p i o F e o l p m a s i a m l a c o l m u a r a p , o t n e m i d n e t a o a o d a u q e d a e d o i e m e s o n a s i o d s ó p a . e d a d i n u a d o t n e m a n o i c n u f

As constantes crises no setor saúde interferem sobremaneira no processo e na qualidade

da assistência. Apesar da avançada tecnologia

existente para a preservação da saúde e da vida e existência de leis e princípios que asseguram os

direitos das pessoas, nota-se a falta de efetivação

das mesmas e o sofrimento da população como conseqüência.

A inadequação da área física foi questionada

pela população, devido à exposição da sala de espera

ao sol, no período da tarde, causando desconforto, principalmente nos dias quentes. A equipe também

aponta o incômodo com o tamanho da sala de

reuniões, localização e tamanho da sala de vacinação, falta de espaço apropriado para realização das

inaloterapias e número de consultórios insuficientes,

principalmente para atendimento dos residentes e estudantes. Após insistentes reivindicações da

comunidade em conjunto com a equipe, foi

providenciada mudança de local, o que proporcionou

melhoria na qualidade do atendimento e a satisfação dos usuários.

Em uma das reuniões, mostraram satisfação

com o acolhimento da equipe para com a comunidade, o vínculo e respeito desenvolvidos. Tal fato foi discutido

em reunião de equipe e considerado forma de

motivação e estímulo ao trabalho. Além disso, como uma forma de ampliar a participação da comunidade

(7)

qualidade da atenção. Além disso, as reuniões

têm-se constituído em espaço de troca de informações e

busca de soluções conjuntas.

Nas reuniões, estabeleceu-se cumplicidade,

confiança e respeito entre comunidade e equipe, que

passaram a enfrentar juntas as limitações impostas

pela atual política de saúde, cujas dificuldades

parecem estar mais evidentes para aqueles que estão

na “porta de frente” do sistema.

No entanto, as discussões ainda apresentam

características de compartilhamento de informações

com pouco poder nas tomadas de decisão, visto que

essas ainda se encontram centralizadas, cabendo à

população esperar o momento conveniente para as

decisões frente às solicitações.

Constata-se a necessidade de avançar nessa

construção, de forma que a população compreenda

o direito de atuar na co-gestão do sistema de saúde

pela efetiva participação nos processos de decisão e

reivindicações, com maior consciência e força política.

Acredita-se, aqui, que a população deve ser

incentivada e acolhida pela equipe para ampliar sua

participação, haja vista a relevância das contribuições

e o reforço na tomada de decisão da equipe, além do

vínculo que se estabelece.

Espera-se que as reuniões se constituam em

processo de crescente participação no

desenvolvimento do trabalho da equipe e na obtenção

de atenção que responda às reais necessidades da

população e com sua efetiva participação.

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