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Influência da prática de yoga sobre os sintomas da menopausa

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Academic year: 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA

MARCIA PEREIRA JORGE

INFLUÊNCIA DA PRÁTICA DE YOGA SOBRE OS SINTOMAS DA MENOPAUSA

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MARCIA PEREIRA JORGE

INFLUÊNCIA DA PRÁTICA DE YOGA SOBRE OS SINTOMAS DA MENOPAUSA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Psicobiologia (Área Psicologia Fisiológica).

Orientadora: Profa. Dra. Alessandra Mussi Ribeiro

Co-orientadora: Profa. Dra. Regina Helena da Silva

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“Eu sou aquela mulher a quem o tempo muito ensinou.

Ensinou a amar a vida e não desistir da luta, recomeçar na derrota, renunciar a palavras e pensamentos negativos. Acreditar nos valores humanos e ser otimista”.

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AGRADECIMENTOS

Agradecer é um exercício que fortalece o caráter e estimula nas pessoas a repetição de atitudes de solidariedade, generosidade e compaixão. A gratidão é um sentimento que inunda o coração humano e acredito que quando expressada com sinceridade transforma a quem agradece e transforma a quem é reconhecido.

Na rica literatura clássica da India, terra original do yoga, o grande épico milenar Ramayana apresenta Hanuman, personagem mítico descrito como um macaco que simboliza a inquieta mente humana. Embora dotado de grandes poderes, muitas vezes subestimava a própria capacidade de realização, esquecendo-se das incríveis habilidades que possuía. Porém, nas situações mais importantes, seus companheiros de jornada eram a sua memória e o lembravam de seu potencial para resolver os mais difíceis desafios.

Então, nesta jornada tão especial pelo universo da construção do conhecimento, agradeço aqueles que se transformaram em companheiros de Hanuman e me ajudaram lembrar, acreditar, construir e compartilhar este trabalho.

Agradeço o apoio de minha família, que mesmo distante muitos quilômetros, manteve a proximidade protetora e reconfortante, aquietando meu coração e permanecendo ao meu lado durante todo o tempo. Da mesma forma, manifesto profunda gratidão a minha grande amiga Giselle Pimentel, fruto desta terra do sol, que amorosamente me amparou nos momentos mais importantes dessa jornada, criando e mantendo as condições práticas para que eu pudesse ter a tranquilidade para produzir.

Agradeço às orientadoras, Professora Alessandra e Professora Regina pelo acompanhamento competente e afetuoso, e por aceitarem a imensa responsabilidade deste compromisso.

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capaz em todas as etapas deste trabalho desde o início da coleta de dados. Ainda agradeço ao colega Raul a ajuda especial no início do mestrado.

Agradeço a todos os professores do Programa de pós-graduação em Psicobiologia, por compartilharem seu rico conhecimento sobre o funcionamento do cérebro e o comportamento.

A Patrícia Uchoa, Alícia Cabral, Ronaldo Santos e Danilo Santaella, pela colaboração intelectual, através de ideias, críticas, elaboração de textos e muita “mão na massa”. Minha admiração e gratidão a Andréa Aguiar, amiga querida e tão presente nas reflexões sobre o yoga tradicional e suas possibilidades como objeto de investigação. A presença de todos vocês durante os passos técnicos na construção desta pesquisa, desde o seu projeto até o presente momento, foram muito importantes para garantir a qualidade de sua realização.

Aos meus alunos de yoga, que na verdade são meus mestres, e aos amigos queridos, que são meus protetores, digo: obrigada! Obrigada! Aos amigos, Sr. Xavier e Auana, agradeço o apoio sempre afetuoso e generoso. Agradeço aqueles que viabilizaram as condições para a coleta de dados na Área de Lazer do Panatis-Natal-RN, como Dona Luduvina; os agentes de saúde da Unidade de Saúde Panatis-Natal-RN na intensiva divulgação do recrutamento, em especial o Sr Adilson. Agradeço com um grande sorriso, as técnicas de enfermagem Maria dos Prazeres e Maria da Conceição que exerceram suas atividades com eficácia e muita animação.

Agradeço especialmente às voluntárias, mulheres que doaram sua presença feminina, suas histórias e seu climatério a esta pesquisa. São brasileiras, nordestinas e guerreiras como Hanuman, e sem as quais este trabalho não teria sido produzido.

O sincero agradecimento àqueles que direta ou indiretamente, citados aqui ou não, colaboraram para o sucesso desta jornada.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ... i

LISTA DE TABELAS... ii

ABREVIATURAS ... iii

RESUMO ... iv

ABSTRACT ………. v

1. INTRODUÇÃO... 1

1.1.Yoga: conceitos ... 1

1.2. Yoga e saúde... 2

1.3. Climatério e menopausa ... 5

1.4. Tratamento e climatério... 8

2. 2. OBJETIVOS... 12

2.1. Objetivo Geral... 12

2.2. Objetivos específicos... 12

3. 3. MÉTODOS... 13

3.1. Sujeitos e Aspectos Éticos... 13

3.2. Amostra... 14

3.3. Dados Sociodemográficos... 15

3.4. Delineamento Experimental... 16

3.5. Instrumentos... 18

3.6 . Determinação dos níveis de Estradiol, FSH, LH e Progesterona. 21 3.7. Determinação dos níveis de medidas bioquímicas... 3.8. Determinação dos níveis de Cortisol... 3.9. Análise dos dados... 22 22 23 4. RESULTADOS... 24

4.1. Inventários... 24

4.2. Medidas Hormonais... 32

4.3. Medidas Bioquímicas... 34

5. DISCUSSÃO... 36

6. CONCLUSÃO... 43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 44

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i LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Delineamento das etapas realizadas durante a execução desse estudo... 18 Figura 2: Fluxograma sobre a participação de voluntárias no estudo... 15 Figura 3: Escores obtidos da análise dos grupos através da Escala de

Sintomas da Menopausa... 24 Figura 4: Escore obtido da análise dos grupos através do inventário

dos sintomas de stress para adultos de Lipp... 27 Figura 5: Escore obtido da análise dos grupos através do Inventário de

Depressão de Beck... 28 Figura 6: Escore obtido da análise dos grupos através WHOQOL

abreviado... 30 Figura 7: Escore obtido da análise dos grupos através do Inventário de

Ansiedade IDATE-Traço... 31 Figura 8: Escore obtido da análise dos grupos através do escore do

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ii LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Aspectos sociodemográficos dos grupos estudados... 16 Tabela 2: Freqüências e porcentagem em cada grupo, antes e após

12 semanas em relação aos escores da Escala de Sintomas da Menopausa... 25 Tabela 3: Freqüências e fases de estresse em cada grupo, antes e

após 12 semanas de tratamento de acordo com o Inventário de Sintomas de Estresse para Adultos de Lipp... 27 Tabela 4: Porcentagem dos níveis de depressão em mulheres

pós-menopausa (Inventário de Depressão de Beck) em cada grupo, antes e após 12 semanas de prática de yoga e ginástica suave... 29

Tabela 5: Média das medidas hormonais de mulheres

pós-menopausadas nos diferentes grupos, antes e após 12 semanas... 33

Tabela 6: Média das medidas bioquímicas de mulheres pós

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iii ABREVIATURAS

BDI - Inventário de Depressão de Beck CEP - Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) EIA - Cortisol Enzyme Immunoassay

FSH - Hormônio Folículo Estimulante HDL - High Density Lipoproteins

HUOL - Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) IDATE-Estado - Inventário de Ansiedade Estado IDATE-Traço - Inventário de Ansiedade Traço IMC - Índice de Massa Corpórea

ISSL - Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp LDL - Low Density Lipoproteins (LDL)

LH - Hormônio Luteinizante

MRS - Escala de Avaliação da Menopausa

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TGO - Transaminase Glutâmica Oxalacética

TGP - Transaminase Glutâmica Pirúvica

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iv RESUMO

O yoga tem sido estudado e praticado há mais de três mil anos e na atualidade tem sido adotado por milhões de pessoas em todo o mundo como instrumento para a manutenção da saúde do indivíduo. Ao seu conjunto de técnicas têm sido atribuídos inúmeros benefícios para a reabilitação da saúde e promoção de melhor qualidade de vida de indivíduos idosos.

Na mulher, o processo de envelhecimento é marcado pela suspensão da atividade folicular ovariana (menopausa) caracterizado por uma série de alterações neuroendócrinas que podem ser acompanhadas por sintomas desconfortáveis e às vezes debilitantes. Embora haja numerosas informações clínicas sobre a menopausa, há poucos trabalhos sobre a possível aplicação terapêutica do yoga durante o período do climatério. Assim, o objetivo desta pesquisa foi investigar os efeitos psicofisiológicos de 12 semanas de prática de yoga em 88 mulheres pós-menopausa. As voluntárias foram divididas em grupo controle (sem qualquer intervenção), grupo exercício físico e grupo yoga. Foram aplicados instrumentos para a avaliação da síndrome climatérica, estresse, depressão, qualidade de vida, e ansiedade. Além, da determinação dos níveis hormonais de FSH, LH, estradiol, progesterona2 e cortisol, e dos níveis bioquímicos de glicemia, colesterol, triglicerídeos, HDL, LDL, ureia, creatinina, TGO e TGP. Nossos resultados demonstraram que o grupo yoga apresentou escores significativamente mais baixos após a prática regular de yoga para os sintomas climatéricos. Além de uma diminuição dos níveis de estresse e de depressão, ainda foi observado escores mais altos em relação a qualidade de vida quando comparado com o grupo controle e o grupo exercício. A prática regular também promoveu a manutenção dos níveis de cortisol nas voluntárias, ao contrário do observado no grupo controle que demonstrou um aumento dos níveis de cortisol após 12 semanas. Em relação aos parâmetros bioquímicos observamos que mulheres que praticaram yoga apresentaram uma diminuição dos níveis de LDL no sangue. Estes resultados corroboram estudos prévios que afirmam que a pratica regular de yoga promove uma melhora na qualidade de vida de indivíduos. Nós propomos a partir dos resultados obtidos que o yoga pode ser uma alternativa não farmacológica para o controle de sintomas da menopausa e estresse em mulheres na pós-menopausa.

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v ABSTRACT

Yoga has been studied and practiced for over three thousand years and nowadays it is widely adopted as a mean to assist the health of individuals. Additionally, numerous benefits to the health rehabilitation and quality of life of elderly individuals has been attributed to this set of techniques.

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Yoga: conceitos

O yoga é um sistema filosófico e também um sistema prático que utiliza técnicas para treinamento do corpo e da mente (Desikachar, 2007). Surgiu na Índia e sua história já percorreu mais de três milênios (Ross & Thomas, 2010). Entre suas diversas correntes de pensamento o hatha yoga, que surgiu por

volta do século X, é atualmente uma das mais conhecidas no ocidente. O hatha yoga desenvolveu e aperfeiçoou os conhecimentos milenares da filosofia do

yoga através da utilização de técnicas para superar os efeitos negativos do ambiente sobre o corpo humano (Souto, 2009)

O hatha yoga é composto de práticas corporais que incluem diversas

técnicas tais como: os asanas, que são exercícios ou posturas corporais

tradicionalmente utilizados como condicionamento físico para longos períodos de meditação; os pranayamas que são exercícios respiratórios que objetivam

desenvolver consciência corporal e respiratória, além de ampliar a consciência de estados mentais, como por exemplo, da atenção; os bandhas e kriyas que

compreendem contrações com compressão interna intensa de áreas específicas do corpo que objetivam auxiliar a prática dos exercícios respiratórios (Gharote, 1999; Kuvalayanada, 2005); os yoganidras que são

técnicas de relaxamento físico e mental (Saraswati, 1998); e a meditação que é

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2 1.2. Yoga e saúde

Muitas pesquisas têm descrito que as técnicas do yoga podem alterar parâmetros psicológicos e fisiológicos no indivíduo. Os primeiros experimentos do século XX realizados com yoga ocorreram no Instituto Kaivalyadama na Índia a partir de 1924, e constataram que durante e após a prática de várias posturas de exercícios respiratórios ocorreram alterações na pressão arterial e no desempenho cardíaco de indivíduos. Ademais, estes estudos demonstraram que praticantes de kriyas (técnicas de manipulação de músculos e esfíncteres) apresentavam modificações no peristaltismo gastrointestinal (Siegel & Barros, 2010).

Recentemente, inúmeras pesquisas têm apresentado resultados que mostram que a prática do yoga pode ser um instrumento eficaz de intervenção sobre a saúde do indivíduo. Neste contexto, um estudo verificou que 10 sessões de caminhada e 60 minutos de prática de hatha yoga duas vezes por

semana foi capaz de promover uma diminuição da intensidade da dor em pacientes com fibromialgia (Silva & Lage, 2006). Outro estudo também demonstrou melhora significativa nas medidas padronizadas de sintomas da fibromialgia (dor, fadiga, humor, aceitação e outras estratégias de enfrentamento) após uma intervenção de oito semanas através de um programa de yoga (Carson et al, 2010).

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3 intervenção de oito semanas a prática de yoga promoveu mudanças positivas em relação à percepção de dor, aumento da consciência corporal e melhora da qualidade de vida em sete pacientes do sexo feminino (Tul et al, 2010). Bosch e colaboradores (2009) verificaram que a prática de yoga pode melhorar significativamente os índices de avaliação de qualidade de vida, o equilíbrio, percepção de dor e a depressão em pacientes com artrite reumatóide. Um estudo com pacientes portadores de esclerose múltipla demonstrou aumento no desempenho da atenção seletiva após 10 semanas de prática de yoga, sugerindo que a prática do yoga também pode ser um tratamento complementar não farmacológico para pacientes com esclerose múltipla (Velikonja et al, 2010).

Em pacientes portadores de insuficiência cardíaca também foi observado que a prática do yoga pode melhorar parâmetros físicos e psicológicos, como o aumento de sua resistência cardiovascular, melhora dos marcadores inflamatórios, da flexibilidade e de referenciais de qualidade de vida (Pullen et al, 2010). No Brasil, Santaella e colaboradores (2011) demonstraram que exercícios respiratórios específicos do yoga podem melhorar a função respiratória e a modulação autonômica cardíaca em idosos saudáveis retardando a progressão natural da fragilidade do envelhecimento.

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4 de diminuir os níveis de ansiedade destas pacientes (Ulger & Yagli, 2010). Outra pesquisa demonstrou que um programa de respiração do yoga foi capaz de promover melhora psicológica em indivíduos sobreviventes do tsunami de 2004 no sudeste asiático que sofriam de transtorno de estresse pós-traumático e depressão (Descilo et al, 2010).

Por outro lado, estes benefícios atribuídos à prática do yoga, em pacientes com diversas patologias, podem também ser observados em indivíduos saudáveis. Uma pesquisa realizada com funcionários de uma universidade demonstrou que um programa de yoga aplicado por seis semanas é eficaz para aumentar o bem estar emocional e a resiliência destes indivíduos em relação ao estresse laboral (Hartfiel et al, 2011). Bock e colaboradores (2010) sugeriram que a utilização das técnicas do yoga como tratamento complementar para indivíduos fumantes pode contribuir para suspensão do consumo de tabaco, melhora do controle de peso, redução dos níveis de estresse e ainda melhora das alterações emocionais provocadas pelo período de abstinência do consumo de tabaco. Recentemente, nosso grupo de pesquisa investigou os efeitos do yoga na memória e parâmetros psicofisiológicos, comparando a pratica de yoga e exercícios físicos em homens saudáveis. Nossos resultados demonstraram que os praticantes de yoga apresentavam uma melhora no desempenho em testes de memória, além de uma diminuição dos escores dos níveis de estresse, ansiedade e depressão e diminuição dos níveis de cortisol (Rocha et al., 2012).

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5 apontam para alguns mecanismos fisiológicos como responsáveis por estes efeitos, como por exemplo, o aumento da produção de substâncias endógenas antiinflamatórias e antioxidantes (Olivo, 2009).

1.3. Climatério e menopausa

Para a mulher, o processo de envelhecimento é marcado por uma mudança natural, mas que pode ser acompanhada por várias consequências muitas vezes desagradáveis para a saúde do indivíduo. Este período é denominado de climatério e tem como ponto fundamental a ocorrência da menopausa (Taechakraichana et al, 2002). Apesar dos termos climatério e

menopausa muitas vezes serem utilizados como sinônimos tanto na prática clínica quanto na literatura científica, são termos que definem dois processos diferentes, embora interligados.

O climatério é a transição do período reprodutivo feminino para o não reprodutivo, que ocorre a partir do declínio da atividade ovariana, com início por volta dos 40 anos de idade. Este período é marcado pela queda acentuada dos níveis de hormônios ovarianos e outras alterações hormonais. O climatério termina com a adaptação do organismo à ausência dos hormônios gonadotróficos, normalmente ocorrendo entre os 60-65 anos de idade. Após os 65 anos ocorrem a adaptação do hipotálamo e do sistema neuro-humoral a ausência da atividade das gônadas, sem a observação de senescência acentuada em relação às demais glândulas (Fox, 2008).

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6 40 anos de idade, mas pode ser precoce devido à falência ovariana prematura ou necessidade de remoção cirúrgica dos ovários. A menopausa ainda pode ser considerada tardia se ocorrer após os 55 anos de idade. Ademais, o período próximo a ocorrência da menopausa é chamado peri-menopausa e período anterior e posterior são conhecidos como pré- e pós-menopausa, respectivamente (Gracia et al, 2005). Portanto, o climatério ocorre dentro de um longo intervalo, apresentando diferenças de duração e variações de indivíduo para indivíduo. As consequências desse evento fisiológico sobre a saúde do indivíduo podem variar devido a diferenças na interação genética e ambiental (Taechakraichana, 2002).

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7 queda repercute sobre os tecidos e órgãos que contém receptores para os estrogênios, provocando alterações anatomo-funcionais e também influenciando inúmeros processos metabólicos que necessitam da presença desses hormônios.

Muitas alterações adversas ocorrem em resposta ao ambiente hormonal alterado e esta condição caracteriza climatério. Neste período podem ocorrer diversos sintomas como: sintomas vasomotores e manifestações como alterações psicológicas e de padrão de sono. O início destes sintomas pode ocorrer mais intensamente a partir da menopausa, sendo também acompanhados por outras alterações como atrofia urogenital, transtornos osteomusculares-osteoarticulares (dores articulares e osteopenia), alterações cardiovasculares, depressão e alterações cognitivas (Blake, 2006). As manifestações de sintomas da menopausa apresentadas pela mulher durante o climatério têm intensidade variável e sofrem influências de fatores biológicos e socioculturais. Portanto, as causas dos sintomas relatados são multifacetadas, além disso, não está claro até que ponto estão relacionadas ao processo geral de envelhecimento coincidindo com a menopausa (Elavsky & Mcauley, 2009).

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8 fadiga pode se desenvolver como um resultado de despertares noturnos frequentes levando à redução da qualidade de vida.

Pesquisas acerca das alterações psicológicas como ansiedade, irritabilidade, depressão, dificuldade de concentração e déficits de memória durante o climatério têm revelado o maior risco de desenvolvimento de transtornos de humor em mulheres durante a perimenopausa (Taebayashi, 2007). Em sua pesquisa, Soares e Zitek (2008) descrevem que o climatério pode representar um período durante o qual algumas mulheres são mais vulneráveis ao desenvolvimento de uma primeira manifestação de depressão ou ainda de apresentar episódios depressivos recorrentes. Outros estudos sugerem a influência dos hormônios ovarianos na modulação da neurotransmissão de serotonina e de noradrenalina, num processo que pode estar associado à fisiopatologia dos sintomas depressivos em mulheres biologicamente predispostas (Frey et al, 2008). Entretanto, fatores psicológicos e ambientais também parecem estar correlacionados ao desenvolvimento de depressão no climatério, como indicam os estudos de Graziottin e Serafini (2009), sugerindo uma etiologia multifatorial.

1.4. Climatério e Tratamento

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9 Por outro lado, os benefícios da atividade física sobre a saúde e qualidade de vida do indivíduo vêm sendo amplamente investigados (Kokinos & Kheirbek, 2011). Atividades e exercícios físicos são reconhecidos como práticas que melhoram a qualidade de vida no período do climatério, como sugerem os estudos onde mulheres menopausadas que mantêm atividades regulares apresentam menor incidência de sintomas vasomotores (Daley et al, 2009) e depressão em relação a mulheres sedentárias (Hammar et al, 1990). Skrzypulec e colaboradores (2010) demonstraram que a atividade física está associada à menor incidência de sintomas da menopausa, influenciando positivamente parâmetros psicofisiológicos. Os exercícios físicos também apresentam benefícios em relação à atenuação da perda de força e massa muscular em mulheres climatéricas (Zanesco & Zaros, 2009). Assim como atividade física e terapia de reposição hormonal melhoram disfunções sexuais relacionadas aos sintomas do climatério na peri-menopausa (Dabrowska et al, 2010). Também um estudo brasileiro revelou que mulheres climatéricas praticantes de atividades físicas apresentam menor prevalência de disfunção sexual (Cabral et al, 2012).

Neste contexto, alguns estudos revelam que um número crescente de mulheres durante o climatério estão optando por utilizar as práticas integrativas e complementares de saúde como alternativa terapêutica não farmacológica para diminuição de diversos sintomas do climatério (Daley et al, 2009; Pinkerton et al, 2009). Algumas pesquisas têm demonstrado a eficiência das

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10

Mulheres na peri e pós-menopausa apresentaram melhora na

percepção dos sintomas vasomotores, qualidade de sono e qualidade de vida após10 semanas de prática de hatha yoga (Booth-LaForce et al, 2007). Ainda,

a prática de yoga por 12 semanas com mulheres na pós-menopausa demonstrou através de exame de ultra-som com marcador de reabsorção óssea uma diminuição dos índices de reabsorção, indicando o papel importante da prática de yoga em reduzir os riscos de osteoporose em mulheres na pós-menopausa (Poosuwan et al, 2009).

O risco de doença cardiovascular aumenta acentuadamente durante a menopausa, provavelmente correlacionado ao aumento da resistência à insulina e alterações aterogênicas. Alguns estudos sugerem que a pratica do yoga pode ser eficaz em reduzir fatores de risco relacionados com a síndrome de doenças cardiovasculares em populações mais idosas, incluindo mulheres pós-menopausa (Manocha et al, 2007; Innes et al, 2008). Os sintomas vasomotores e qualidade do sono também melhoram em mulheres sintomáticas na peri e pós-menopausa que participaram de aulas de hatha yoga durante 10 semanas (LaForce Booth, 2007).

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11 relação aos sintomas vasomotores, dores articulares, fadiga, distúrbio de sono, melhora do humor e aceitação após três meses de prática de yoga. O recente estudo realizado no Brasil por Afonso e colaboradores (2012) com mulheres na pós-menopausa demonstrou a eficácia do yoga para a redução da insônia e sintomas do climatério.

Assim as transformações fisiológicas decorrentes da menopausa, frequentemente desconfortáveis e muitas vezes debilitantes para grande parte das mulheres durante o período do climatério têm recebido crescente atenção por parte dos profissionais da saúde, além de também estimular um crescente aumento das pesquisas acerca do assunto. Além disso, nas últimas décadas tem ocorrido uma tendência mundial de fazer uso de práticas não

convencionais no campo da saúde tais como práticas integrativas e

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12 2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

O objetivo geral deste estudo foi investigar os efeitos psicofisiológicos da prática regular de yoga sobre sintomas típicos do climatério apresentados por mulheres pós-menopausa.

2.2. Objetivos específicos

 Avaliar os sintomas da menopausa em mulheres a partir dos 45 anos.

 Avaliar o nível de estresse, depressão, qualidade de vida e ansiedade em mulheres pós-menopausa antes e após a prática regular de yoga.

 Verificar os níveis de hormônios sexuais (estradiol, FSH, LH, progesterona2) e níveis de parâmetros bioquímicos (glicemia, colesterol, triglicerídeos, HDL, LDL, uréia, creatinina, TGO e TGP) em mulheres pós-menopausa antes e após a prática regular de yoga.

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13 3. MÉTODOS

3.1. Sujeitos e Aspectos Éticos

O recrutamento de voluntárias foi realizado mediante a divulgação da pesquisa através de palestras realizadas no Espaço Cultural Francisco das Chagas Bezerra de Araújo/ Área de lazer do Panatis (Av. Dr. João Medeiros Filho, Conjunto Panatis I – Natal/RN) nas quais os objetivos da pesquisa foram esclarecidos, bem como seu método. O estudo foi iniciado com 117 voluntárias residentes neste município e interessadas em iniciar a prática regular de yoga de modo voluntário. Ao final do período de coleta somente foram considerados os dados obtidos das mulheres que participaram da coleta basal e de 12 semanas de pratica regular de yoga ou exercício, além das voluntárias que participaram como sujeitos do grupo controle, sem participar destas atividades. Os critérios de inclusão foram baseados em voluntárias saudáveis, sem limitações físicas para a prática de exercícios físicos, com idade entre 45 a 65 anos. Estas declararam ausência de menstruação há pelo menos 12 meses e apresentaram níveis de FSH maior ou igual 21,7 U/ml, além de não estarem em tratamento de reposição hormonal há pelo menos seis meses. Os critérios de exclusão durante o processo de triagem descartaram voluntárias previamente praticantes de yoga e/ou de outra prática meditativa, que estivessem em tratamento psicológico ou psiquiátrico e ainda, que fizessem uso de substâncias químicas com ação no sistema nervoso ou hormonal.

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14 Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (anexo 2). O TCLE foi armazenado fisicamente separado dos questionários. Todas as informações relativas às voluntárias foram identificadas apenas pelas iniciais de seus nomes e apenas a equipe de pesquisadores teve acesso às informações e aos bancos de dados.

3.2. Amostra

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15

Voluntárias n = 147

Início do protocolo n = 117

Excluídas Não atenderam os critérios de inclusão

N = 30

Controle

n = 32 Exercícion = 38 n = 47Yoga

Controle n = 19

Exercício n = 29

Yoga n = 40

Desistências n = 13

Desistências n = 9

Desistências n =7

Figura 2. Fluxograma sobre a participação de voluntárias no estudo.

3.3. Dados Sociodemográficos

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16 Tabela 1. Aspectos sociodemográficos dos grupos estudados.

GRUPOS

Controle Exercício Yoga

Idade (Média ± DP)

IMC (Média ± DP)

54,47 ± 4,4 55,62 ± 4,9 54,03 ± 6,1

Renda

Até 1 salário mínimo 1 a 3 salários

3 a 5 salários

7 (36,8%) 11 (57,8%) 1 (5,2%) 13 (44,8%) 16 (55,2%) 0 8 (20%) 21 (52,5%) 1 (2,5%) Atividade profissional Sim Não 8 (42,1%) 11 (57,9%) 16 (55,2%) 13 (44,8%) 17 (42,5%) 23 (57,5%) Escolaridade Nível superior

Ensino médio completo Ensino médio incompleto Fundamental completo Fundamental incompleto 0 9 (47,4%) 2 (10,5%) 2 (10,5%) 6 (31,6%) 2 (6,9%) 13 (44,8%) 1 (3,4%) 4 (13,8%) 9 (31,1%) 2 (5%) 18 (45%) 4 (10%) 4 (10%) 12 (30%) Estado Civil Casada Divorciada Viúva Solteira 12 (63,2%) 2 (10,5%) 5 (26,3%) 0 18 (62,1%) 3 (10,3%) 5 (17,2%) 3 (10,3%)

28 (70%) 6 (15%)

2 (5%) 4 (10%)

3.4. Delineamento Experimental

Após a aprovação do projeto pelo CEP-HUOL, foi realizado o recrutamento de voluntárias no Espaço Cultural Francisco das Chagas Bezerra de Araújo/ Área de lazer do Panatis (Av. Dr. João Medeiros Filho, Conjunto Panatis I – Natal/RN), através de divulgação por faixas afixadas no local, divulgação através dos agentes de saúde de um centro de saúde da região e palestras onde as mulheres foram convidadas a participar da pesquisa. A triagem das voluntárias foi realizada de acordo com os critérios de inclusão e exclusão já descritos (ver item 3.1). Após o esclarecimento dos objetivos, responsabilidades e procedimentos, as voluntárias que optaram por ingressar no estudo, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

(31)

17 Em sala especificamente preparada para a atividade, as 117 voluntárias preencheram um questionário sóciodemográfico (anexo 3); inventários de síndrome climatérica, depressão, qualidade de vida e ansiedade. Todos os questionários como descritos anteriormente são auto-aplicáveis, isso significa que o avaliador (psicólogo responsável) não teve nenhum tipo de influência sobre a resposta. Quando a voluntária apresentava alguma dúvida, o avaliador apenas lia pausadamente e integralmente a questão. Por fim, cada voluntária foi submetida a uma avaliação antropométrica, referente ao peso e estatura, para a determinação do Índice de Massa Corpórea (IMC) (anexo 12). No dia seguinte à aplicação dos inventários, foram coletadas amostras de saliva das voluntárias para determinação dos níveis de cortisol salivar e em seguida foram coletadas amostras de sangue para dosagem de níveis hormonais (estradiol, FSH, LH e progesterona) e bioquímicos (glicemia, colesterol, triglicerídeos, LDL, HDL e creatinina). Após a coleta bioquímica foi aplicado Inventário de Stress para Adultos de Lipp. Estas coletas foram realizadas por profissionais técnicos em enfermagem e um biomédico qualificado.

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18 de duração durante 12 semanas, com uma frequência de 2 vezes por semana, em sala apropriada para a execução da atividade física. As voluntárias do grupo yoga participaram de aulas de hatha yoga elaboradas de acordo com modelos tradicionais da técnica (Coulter & McCall, 2001; Silva,2009; Santaella & Silva,2011) com duração de 75 minutos (anexo 14) durante 12 semanas, com uma frequência de 2 vezes por semana, também em sala apropriada no mesmo espaço. Após o período de 12 semanas as mulheres pós foram reavaliadas em relação aos mesmos parâmetros psicofisiológicos coletados no início da prática como demonstrado na Figura 1.

Figura 1. Delineamento das etapas realizadas durante a execução desse estudo.

3.5.Instrumentos

3.5.1. Escala de Avaliação da Menopausa – (MRS)

O inventário de avaliação da síndrome climatérica - Escala de Avaliação da Menopausa - Menopause Rating Scale - MRS (anexo 4) foi

desenvolvido na Alemanha em 1990, para medir a gravidade dos sintomas

Primeira Coleta de Dados

1. Assinatura do TCLE

2. Preenchimento do questionário sóciodemográfico

3. Aplicação Inventário MRS

4. Questionário de qualidade de vida WHOQOL

5. Inventário de depressão de Beck

6. Inventário de ansiedade IDATE-Traço

7. Inventário de ansiedade IDATE-Estado

8. Coleta de amostra de saliva e sangue

9. Aplicação Inventário se sintomas de estresse de Lipp

Segunda Coleta de Dados

1. Aplicação Inventário MRS

2. Questionário de qualidade de vida WHOQOL

3. Inventário de depressão de Beck

4. Inventário de ansiedade IDATE-Estado

5. Coleta de amostra de saliva e sangue

6. Aplicação Inventário se sintomas de estresse de Lipp

(33)

19 associados a menopausa e o impacto destes sintomas na área da saúde e qualidade de vida. É um instrumento amplamente utilizado internacionalmente, validado e reconhecido para uso no Brasil (Heinemann et al, 2003), que pode ser facilmente preenchido pela voluntária. Possui 11 questões distribuídas em três domínios: sintomas somato-vegetativos, sintomas urogenitais e sintomas psicológicos. A resposta de cada questão é classificada em uma escala de severidade que varia de zero (ausência de sintoma) até quatro (sintoma muito severo). O escore total do MRS é obtido através da soma da pontuação de cada domínio, quanto maior a pontuação obtida mais severa a sintomatologia e pior a qualidade de vida. A intensidade geral da sintomatologia climatérica referida pode ser ainda categorizada segundo a severidade dos sintomas climatéricos que compõem cada domínio do MRS em: sintomatologia ausente ou ocasional (0-4 pontos), leve (5-8 pontos), moderada (9-15 pontos) ou severa (> 16 pontos) (Heinemann et al, 2003).

(34)

20

3.5.3. Inventário de Depressão de Beck (BDI)

Para avaliar o estado de depressão utilizamos o Inventário de Depressão de Beck (Cunha, 2001) (anexo 6), traduzido e validado (Gorestein & Andrade, 1996). Este inventário que avalia sintomas e atitudes depressivas é, provavelmente, a medida de auto-avaliação de depressão mais amplamente utilizada tanto em pesquisa quanto para diagnósticos (Dunn et al, 1993). É

constituído de 21 itens que avaliam sintomas e atitudes depressivas. A soma da pontuação dos itens do inventário avalia o estado atual de depressão do indivíduo classificados em quatro classificações diferentes: depressão mínima (escores de 0 a 11); depressão leve (12 a 19), depressão moderada (20 a 35) e depressão grave (36 a 63) (Cunha, 2001).

3.5.4. Inventário de Qualidade de Vida – WHOQOL abreviado

(35)

21 3.5.5. Inventários de ansiedade IDATE- Estado e IDATE-Traço

Os Inventários IDATE Traço e Estado (Spilberger et al, 1970) (anexos 8 e 9) foram traduzidos e validados por Biaggio & Natalício (1979). São duas escalas distintas de ansiedade: Traço de ansiedade (IDATE-Traço) e o estado de Ansiedade (IDATE-Estado). O IDATE-Traço avalia como o indivíduo geralmente se sente, e avalia a tendência para reagir à pressão psicológica em diferentes graus de intensidade. O IDATE-Estado avalia como o indivíduo está se sentindo durante a aplicação do questionário, sendo possível avaliar o nível de ansiedade do indivíduo no momento do teste (Biagio & Natalício, 1979). Os escores variam de 20 a 80 quanto maior o escore mais elevado é a ansiedade traço ou estado. Cabe salientar que esses testes não são aprovados para uso em diagnósticos, contudo são ainda amplamente utilizados em pesquisas (Biaggio & natalício, 1979).

3.6. Determinação dos níveis de Estradiol, FSH, LH e

Progesterona

(36)

22 emitido por farmacêutica autorizada (Dra. Telma Maria Araújo Moura Lemos) e foram analisados segundo tabelas de referências (anexo 10).

Esta etapa da pesquisa foi realizada no Laboratório de pesquisa em

Bioquímica Clínica do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas –

Centro de Ciências da Saúde - UFRN.

3.7. Determinação dos níveis de medidas bioquímicas

Os níveis de glicemia, colesterol, triglicerídeos, HDL (High density lipoproteins), LDL (Low density lipoproteins), uréia, creatinina, TGO

(Transaminase glutâmica oxalacética) e TGP (transaminase glutâmica pirúvica) foram obtidos a partir da coleta de uma amostra de sangue (5 ml) dos sujeitos antes e após o acompanhamento ou as práticas de yoga e exercício. Estas dosagens foram analisadas pelo método de quimioluminescência, no aparelho Immulite 1000® (Diagnostic Products Corporation, Los Angeles, EUA). Os

resultados tiveram laudo emitido por farmacêutica autorizada (Dra. Telma Maria Araújo Moura Lemos) e foram analisados segundo tabelas de referências (anexo 11).

Esta etapa da pesquisa foi realizada no Laboratório de pesquisa em

Bioquímica Clínica do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas –

Centro de Ciências da Saúde - UFRN.

3.8. Determinação dos níveis de Cortisol

(37)

23 (Sarstedt, Alemanha) e os recipientes foram em seguida armazenados a -80ºC até a análise. Antes da análise, as amostras foram centrifugadas a 10.000 g durante 20 min e analisadas para a concentração de cortisol usando um kit disponível comercialmente DSL-10-671000 ACTIVE® cortisol enzyme immunoassay (EIA).

Esta etapa da pesquisa foi realizada no Laboratório de Medidas

Hormonais do Departamento de Fisiologia – Centro de Biociências – UFRN.

3.9. Análise dos dados

Os dados foram analisados em relação ao teste de normalidade (teste de Kolmogorov-Smirnov). Em todos os parâmetros foi utilizada a ANOVA de uma via seguida do teste post hoc de Bonferroni para a comparação entre os

grupos. Para a comparação entre as coletas para cada grupo foi utilizado teste

t pareado. Os resultados receberam tratamento estatístico com nível de

(38)

24 4. RESULTADOS

4.1. Inventários

4.1.1. Escala de Avaliação da Menopausa - MRS

Para a avaliação dos escores dos sintomas da menopausa, ANOVA de uma via mostrou que não havia diferenças significativas entre os grupos na fase basal da coleta [F(2,85) = 1,363, p = 0,26]. Entretanto, após 12 semanas ANOVA de uma via mostrou diferença significativa entre os grupos [F(2,85) = 11,296, p < 0,001] (Figura 3). Análise através do teste post hoc de Bonferroni

revelou que o grupo yoga apresenta sintomas mais leves quando comparado com os grupos controle (p < 0,001) e exercício (p < 0,05) (Figura 3). A análise através do teste t para amostras pareadas revelou diferença significativa entre basal e após 12 semanas para o grupo yoga [t(39) = 6,618, p < 0,001] e não revelou diferenças significativas para os grupos controle [t(18) = 0,150, p = 0,882] e exercício [t(28) = 0,103, p = 0,919] (Figura 3).

0 5 10 15 20 25

Controle Exercício Yoga

E

sc

or

e

Escala de Avaliação da Menopausa

Basal

Após 12 semanas

Figura 3. Escores obtidos da análise dos grupos através da Escala de Sintomas da Menopausa. Os dados são expressos em Média ± EPM. *p < 0,05 em relação aos grupos controle e exercício após 12 semanas (ANOVA de uma via). #p < 0,001 em relação ao basal (Teste t para amostras pareadas).

(39)

25 Quando analisamos as porcentagens de participantes em relação a sintomatologia (Tabela 2) observamos que a maioria das voluntárias apresentava o nível mais severo da escala de sintomas da menopausa na fase basal, com 47,4% no grupo controle, 44,8% para o exercício e 45,0% para o yoga. Após 12 semanas de prática o grupo yoga apresentou uma redução para 15,0%, o grupo exercício para 41,4% e controle apresentou um aumento da sintomatologia (52,6%).

Tabela 2. Freqüências e porcentagem em cada grupo, antes e após 12 semanas em relação aos escores da Escala de Sintomas da Menopausa.

Controle

(n=19) Exercício

(n=29) Yoga

(n=40)

Basal semanas Após 12 Basal semanas Após 12 Basal semanas Após 12

Escore total 18,8±9,8 18,6±10,4 14,8±7,1 14,9±6,7 15,3±8,9 9,0±6,8*#

Somato-Vegetativo 7,2±3,3 7,1±3,7 5,9±3,1 6,0±2,5 5,8±3,7 3,7±2,3*# Psicológico 6,8±4,3 6,8±4,5 5,5±3,6 5,2±3,3 5,9±3,7 2.9±2,7*# Urogenital 4,7±3,6 4,6±3,3 3,4±2,5 3,7±2,5 3,5±3,2 2,4±2,4*#

Sintomas n(%) n(%) n(%) n(%) n(%) n(%)

Pouco 0-4 0(0) 0(0) 2(6,9) 0(0) 3(7,5) 9 (22,5)

Leve 5-8 2(10,5) 4 (21) 3(10,3) 5(17,2) 8(20,0) 15(37,5) Moderado 9-15 8(42,1) 5(26,3) 11(37,9) 12 (41,4) 11(27,5) 10(25,0) Severo ≥16 9(47,4) 10 (52,6) 13(44,8) 12(41,4) 18(45,0) 6(15,0)

*p < 0,05 em relação aos grupos controle e exercício após 12 semanas (ANOVA de uma via). #p < 0,001 em relação ao basal (Teste t para amostras pareadas).

4.1.2. Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp

(40)

26 na fase de resistência de sintomas do estresse antes do início da intervenção, sendo controle (42,1%), exercício (58,6%) e yoga (40,0%). Após 12 semanas de prática o grupo yoga mostrou uma redução para 27,5% de voluntárias na fase de resistência do estresse, enquanto o grupo exercício (55,2%) e o grupo controle (42,1%) mantiveram praticamente os mesmos resultados obtidos durante a coleta basal (Tabela 3).

Quando analisamos as porcentagens médias de cada grupo em relação a não presença do estresse observamos que o grupo yoga apresentou um aumento de 25% para 70% de indivíduos sem estresse, ao final da intervenção, entretanto, o grupo exercício apresentou uma variação de 27,6% para 34,5% e o grupo controle apresentou uma variação de 42,1% para 31,6% (Tabela 3).

A ANOVA de uma via não revelou diferenças entre os grupos no basal [F(2,85) = 0,328, p = 0,72], mas houve diferenças significativas após 12 semanas de prática [F(2,85) = 9,965, p < 0,001]. O teste post hoc de Bonferroni

(41)

27 Tabela 3. Freqüências e fases de estresse em cada grupo, antes e após 12 semanas de tratamento de acordo com o Inventário de Sintomas de Estresse para Adultos de Lipp.

Controle Exercício Yoga

Fases do Estresse Basal semanas Após 12 Basal semanas Após 12 Basal semanas Após 12

n(%) n(%) n(%) n(%) n(%) n(%)

Alerta 0 (0) 0 (0) 0(0) 0(0) 5(12,5) 1(2,5)

Resistência 8 (42,1) 8(42,1) 17(58,6) 16(55,2) 16(40) 11(27,5)

Quase-Exaustão 2(10,5) 3(15,8) 4(13,8) 3(10,3) 7(17,5) 0(0)

Exaustão 1(5,3) 2(10,5) 0(0) 0(0) 2(5) 0(0)

Ausente 8(42,1) 6(31,6) 8(27,6) 10(34,5) 10(25) 28(70)

0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50

Controle Exercício Yoga

E

sc

or

e

Inventário de Sintomas de Stress de Lipp

Basal

Após 12 semanas

Figura 4. Escore obtido da análise dos grupos através do inventário dos sintomas de stress para adultos de Lipp. Os dados são expressos em Média ± EPM. *p < 0,05 em relação aos grupos controle e exercício após 12 semanas (ANOVA de uma via). #p < 0,05 em relação ao basal (Teste t para amostras pareadas).

4.1.3. Inventário de Depressão de Beck

A análise dos resultados em relação à qualidade de vida, de acordo com o Inventário de Depressão de Beck mostrou através do teste ANOVA de uma via que não revelou diferenças entre os grupos na fase basal [F(2,85) =

(42)

28 2,625, p = 0,078]. Entretanto observamos diferença significativa entre os grupos após 12 semanas [F(2,85) = 8,199, p < 0,001]. O teste post hoc de

Bonferroni revelou que o grupo yoga apresentou menores escores de depressão quando comparado com o grupo controle (p < 0,001), por outro lado, não houve diferença quando comparado o grupo yoga com o grupo exercício (p = 1,0). O teste t para amostras pareadas revelou diferença significativa para o grupo yoga após 12 semanas [t(39) = 8,570, p < 0,001], não havendo diferenças para o grupo controle [t(18) = 0,977, p = 0,34] e grupo exercício [t(28) = 1,445, p = 0,160] (Figura 5).

0 5 10 15 20 25

Controle Exercício Yoga

E

sc

or

e

Inventário de Depressão de Beck

Basal

Após 12 semanas

Figura 5. Escore obtido da análise dos grupos através do Inventário de Depressão de Beck. Os dados são expressos em Média ± EPM. *p < 0,05 em relação aos grupos controle e exercício após 12 semanas (ANOVA de uma via). #p < 0,001 em relação ao basal (Teste t para amostras pareadas).

Análise das porcentagens de mulheres pós-menopausa em relação as fases de depressão demonstrou que o grupo yoga apresentava no basal uma porcentagem de 42,5% das voluntárias com nível moderado de depressão e

(43)

29 após a prática regular de yoga esta porcentagem foi reduzida (10%). Por outro lado, o grupo controle não apresentou variação entre as porcentagens no basal (36,8%) e após 12 semanas (36,8). Além disso, o grupo exercício apresentou 13,8% de voluntários com depressão moderada no basal (13,8%) e após 12 semanas este percentual caiu para 6,9% (Tabela 4).

Em relação ao grau mínimo de depressão o grupo yoga também apresentou a maior variação positiva entre a medida basal (32,5%) e após 12 semanas (65,0%). Para o mesmo grau mínimo de depressão o grupo exercício presentou uma variação menor entre a medida basal (48,4%) e após 12 semanas (55,2%), enquanto o grupo controle apresentou uma pequena variação de (36,8%) para (32,5%) entre a fase basal e após 12 semanas, respectivamente (Tabela 4).

Tabela 4. Porcentagem dos níveis de depressão em mulheres pós-menopausa (Inventário de Depressão de Beck) em cada grupo, antes e após 12 semanas de prática de yoga e exercício

Controle Exercícios Yoga

Depressão Basal semanas Após 12 Basal semanas Após 12 Basal semanas Após 12

N(%) N(%) N(%) N(%) N(%) N(%)

Mínima 7 (36,8) 6(31,5) 14(48,3) 16(55,2) 13(32,5) 26(65,0) Leve 4(21,0) 4(21,0) 11(37,9) 11(37,9) 9(22,5) 10(25,0) Moderada 7(36,8) 7(36,8) 4(13,8) 2(6,9) 17(42,5) 4(10,0)

Grave 1(5,2) 1(10,5) 0 0 1(2,5) 0

4.1.4. Inventário de Qualidade de Vida (WHOQOL abreviado)

(44)

30 WHOQOL abreviado não mostrou diferenças entre os grupos na fase basal [F(2,85) = 0,093, p = 0,91]. Entretanto, houve diferença significativa entre os grupos após 12 semanas [F(2,85) = 4,589, p < 0,01] (Figura 6). O teste post hoc de Bonferroni mostrou diferença significativa do grupo yoga quando

comparado ao controle (p < 0,05) e não revelou diferença entre os grupos exercício e controle. O teste t para amostras pareadas demonstrou diferença significativa para o grupo yoga quando comparado com o basal e após 12 semanas [t(39) = 3,637, p < 0,01], não revelando diferenças para o grupo controle [t(18) = 1,287, p = 0,315] e exercício [t(28) = 1,229, p = 0,229] (Figura 6).

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Controle Exercício Yoga

E

sc

or

e

Domínio Qualidade de Vida Global

Basal

Após 12 semanas

Figura 6. Escore obtido da análise dos grupos através WHOQOL abreviado. Os dados são expressos em Média ± EPM. *p < 0,05 em relação aos grupos controle e exercício após 12 semanas (ANOVA de uma via). #p < 0,001 em relação ao basal (Teste t para amostras pareadas).

(45)

31 4.1.5. IDATE- Traço

Considerando os escores obtidos através do inventário de ansiedade IDATE-Traço (Figura 7) a ANOVA de uma via não demonstrou diferenças significativas entre os grupos nem no basal [F(2,85) = 0,862, p = 0,42] nem após 12 semanas [F(2,85) = 0,739, p = 0,481].

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

Controle Exercício Yoga

E

sc

or

e

IDATE-Traço

Basal

Após 12 semanas

Figura 7. Escore obtido da análise dos grupos através do Inventário de Ansiedade IDATE-Traço. Os dados são expressos em Média ± EPM. Não houve diferença estatística significante entre os grupos antes e após 12 semanas (ANOVA de uma via).

4.1.6. IDATE- Estado

(46)

32

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

Controle Exercício Yoga

E

sc

or

e

IDATE-Estado

Basal

Após 12 semanas

Figura 8. Escore obtido da análise dos grupos através do escore do Inventário de Ansiedade IDATE-Estado. Os dados são expressos em Média ± EPM. Não houve diferença estatística significante entre os grupos antes e após 12 semanas (ANOVA de uma via).

4.2. Medidas Hormonais

4.2.1. Hormônios sexuais

Para os níveis hormonais de FSH a ANOVA de uma via não revelou diferença entre os grupos na coleta basal [F(2,85) = 0,665, p = 0,52] e demonstrou diferença significativa entre os grupos após 12 semanas [F(2,85) = 14,793, p < 0,001]. O teste post hoc de Bonferroni demonstrou diferença

significativa entre o grupo yoga e exercícios quando comparados com o grupo controle (p < 0,001) (Tabela 5).

(47)

33 semanas [F(2,85) = 5,336, p = 0,007]. Análise post hoc de Bonferroni mostrou

que os grupos exercício e yoga apresentaram níveis menores de LH em relação ao grupo controle (p < 0,05) (Tabela 5).

Para os níveis de hormônios progesterona e estradiol não foram detectadas diferenças estatisticamente significativas em nenhuma das coletas (Tabela 5).

Cabe salientar, que quando analisamos os níveis hormonais de cada voluntária não há alterações patológicas quando levado em consideração os valores de referencia clínica.

Tabela 5. Média das medidas hormonais de mulheres pós-menopausadas nos diferentes grupos, antes e após 12 semanas.

Controle Exercício Yoga

Basal Após 12

semanas Basal semanas Após 12 Basal semanas Após 12

Hormônios Média Média Média

FSH 50,26 64,98 43,24 37,91* 41,43 42,51*

LH 18,75 27,83 19,89 20,04* 18,75 20,38*

PG 1,01 1,36 1,08 1,25 1,08 1,23

Estradiol 38,42 28,22 31,30 30,95 28,78 36,08

*p < 0,001 em relação ao grupo controle (ANOVA de uma via).

4.2.2. Cortisol

Para os níveis de cortisol salivar a análise dos resultados através de ANOVA de uma via revelou que não houve diferença entre os grupos na coleta basal [F(2,43) = 3,167, p = 0,057]. Por outro lado, após 12 semanas houve diferença significativa entre os grupos [F(2,43) = 4,639, p = 0,015]. O teste post hoc de Bonferroni demonstrou diferença significativa entre o grupo yoga

(48)

34 quando comparado ao controle (p < 0,001) e não revelou diferença entre o grupo exercício e controle (p = 0,638). O teste t para amostras pareadas demonstrou um aumento significativo do nível de cortisol para o grupo controle após 12 semanas [t(13) = 5,427; p < 0,001]. Contudo, não foram observadas diferenças para o grupo exercício [t(15) = 0,887, p = 0,38] e o grupo yoga [t(15) = 0,421, p = 0,68] (Figura 9).

0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30

Controle Exercício Yoga

N ív e is d e c o rtis o l sal iv ar g /d L)

Cortisol

Basal

após 12 semanas

Figura 9. Níveis de cortisol salivar nos diferentes grupos. Os dados são expressos em Média ± EPM. *p < 0,05 em relação aos grupos controle e exercício após 12 semanas (ANOVA de uma via seguido por teste de Bonferroni). #p < 0,001 em relação ao basal (Teste t para amostras pareadas).

4.3. Medidas Bioquímicas

A análise de ANOVA de uma via não revelou diferenças estatisticamente significativas entre os grupos em nenhuma das coletas para os níveis de glicemia, ureia, creatinina, TGO, TGP, colesterol/triglicerídeos (Tabela 6).

(49)

35 Os níveis de HDL apresentaram diferenças estatisticamente significativas para os grupos no basal [F(2,85) = 3,490, p < 0,05], mas não após 12 semanas [F(2,85) = 0,36, p = 0,70]. Os níveis de LDL também apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre os grupos no basal [F(2,85) = 4,19, p < 0,05], mas não após 12 semanas [F(2,85) = 1,79, p = 0,17]. O teste t para amostras pareadas revelou diferença do grupo yoga apresentou níveis mais reduzidos de LDL após 12 semanas de prática regular [t(39) = 2,23, p < 0,05]. O grupo exercício não teve alteração entre o basal e após a prática [t(28) = 0,24, p = 0,812]. Contudo, o grupo controle demonstrou um aumento dos níveis de LDL após 12 semanas em relação a medida basal [t(18) = 2,28, p = 0,035] (Tabela 6).

Tabela 6. Média das medidas bioquímicas de mulheres pós menopausadas antes e após 12 semanas de prática de yoga, exercício ou sem intervenção.

Controle Exercício Yoga

Basal Após 12

semanas Basal semanas Após 12 Basal semanas Após 12 Medidas

Bioquímicas Média Média Média

Glicemia 80,61 86,50 71,64 81,39 69,45 69,08

Ureia 32,31 27,12 33,95 32,17 34,21 28,77

Creatinina 0,86 0,88 0,90 0,88 0,84 0,85

TGO 18,72 21,06 23,32 20,90 21,86 19,05

TGP 18,28 19,06 18,89 22,30 20,89 19,21

Colesterol 181,61 177,56 190,65 183,93 201,79 166,13

Triglicerídeos 116,72 131,72 111,50 103,61 115,68 110,47

HDL 48,33 45,44 49,92 47,50 43,68 44,66

LDL 97,06 126,44* 117,37 116,00 124,26 107,54*

(50)

36 5. DISCUSSÃO

Nosso estudo mostrou que voluntárias saúdaveis após a prática de 12 semanas de hatha yoga tradicional apresentaram: diminuição dos sintomas da

menopausa, estresse e depressão; melhora nos níveis de qualidade de vida; não apresentaram alteração nos índices de ansiedade; (4) os níveis hormonais de cortisol não foram alterados após a prática, entretanto as voluntárias do grupo controle que não foram submetidas a nenhuma intervenção demonstraram aumento significativo dos níveis deste hormônio; (5) os níveis hormonais de FSH e LH diminuíram, enquanto de estrogenio e progesterona não foram alterados; e (6) níveis bioquímicos de colesterol LDL diminuíram após a intervenção.

(51)

37 relação a severidade dos sintomas medidos pela escala de sintomas da menopausa (MRS). A redução de 30% dos sintomas severos da menopausa encontrados no grupo de yoga reflete em um aumento na qualidade de vida relacionada à diminuição desses sintomas, estes achados são corroborados por outros estudos (Carson, 2009; Cattha, 2008; Joshi, 2011). Por outro lado, o grupo que realizou a prática de exercício físico não demonstrou a diminuição dos sintomas da menopausa (Figura 2), o que difere de outros resultados já descritos por estudos prévios (Skrzypulec et al, 2010; Cabral et al, 2012). Esta diferença entre os nossos resultados e os relatados por outros estudos pode estar relacionada com o tipo e intensidade do protocolo de exercício utilizado, já que a maioria dos estudos que descrevem efeitos significativos utilizaram exercício aeróbio moderado ou intenso (Moilanen, et al, 2012). Em nosso estudo utilizamos exercícios de intensidade similar ao da ginástica laboral que utilizam resistência muscular localizada de intensidade leve, justamente para aproximar-se da mobilização física realizada durante a execução dos asanas

(52)
(53)

pós-39 menopausa que fazem uso de terapia de reposição hormonal oral não lidam melhor com o estresse após a terapia com estrogênio, embora os sintomas vasomotores (fogachos e suores noturnos) sejam tratados com sucesso (Nedstrand et al, 1998).

Quando consideramos nossos resultados em relação ao hormonio cortisol observamos que a pratica do yoga foi efetiva em manter os mesmos níveis deste hormonio tanto antes quanto após a prática (Figura 9). Neste sentido, embora os nossos resultados não mostrem redução dos níveis cortisol após o treino de yoga ou também do exercício físico, podemos observar que houve um aumento dos níveis de cortisol no grupo controle após o período de espera, corroborando os resultados obtidos no inventário de estresse (Tabela 3). Em resumo, estes resultados associados indicam que a prática do yoga pode auxiliar na manutenção dos sintomas relacionados ao estresse, ou seja, estas intervenções podem apresentar efeitos preventivos retardando o aumento de cortisol em mulheres na pós-menopausa.

Por conseguinte, é possível afirmar que o yoga pode ser considerado uma excelente intervenção para o desenvolvimento de estratégias de gerenciamento do estresse, associado ou não aos sintomas da menopausa, evitando o desequilíbrio homeostático e o desenvolvimento de doenças relacionadas ao estresse crônico, como por exemplo, a depressão.

(54)

40 sobre a depressão (Baker, 2012). Em nosso estudo nossos sujeitos apresentaram 40% de sintomas de depressão moderada ou grave no início do estudo, tanto no grupo controle quanto no grupo yoga e 38% de depressão leve no grupo exercício (Tabela 4), sendo que o escore total de depressão e os níveis de gravidade dos sintomas diminuíram apenas no grupo de yoga após 12 semanas (Figura 5). Embora, alguns estudos indiquem que mulheres no climatério praticantes regulares de exercícios físicos apresentam níveis mais baixos de depressão (Pilkington, 2005), nosso estudo não corroborou estes resultados, o que foi mostrado pela ausência de redução dos níveis de depressão no grupo que realizou a pratica de exercício físico (Figura 5). Uma possível explicação para resultado pode ser novamente a intensidade da modalidade de exercício escolhida, que não é um exercício aeróbico. Além disso, o grupo yoga foi o único em que a porcentagem de voluntários que apresentavam ausência de sintomas de depressão aumentou após 12 semanas (Tabela 4).

(55)

41 grupo controle. Para o grupo exercício foi verificado uma melhora na qualidade de vida apenas no domínio psicológico, sem um impacto maior sobre os outros aspectos (Figura 6).

No início do estudo, todos os grupos apresentaram baixos a moderados níveis de ansiedade, tanto para avaliação do traço quanto do estado (Figuras 7 e 8). Existe uma tendência a menor mudança na resposta dos indivíduos com relação ao traço de ansiedade por ser uma característica de personalidade e, portanto menos sensível a alterações ambientais com tendêndia a permanecer constante ao longo do tempo (Cattell & Scheier, 1961; Andrade & Gorenstein, 2000; Fioravante et al, 2006), o que pode justificar a ausência de mudança de resposta após 12 semanas de intervenção. A escala de avaliação do estado de ansiedade apresentou o mesmo resultado que a escala de traço, porém a ausência de mudança nos resultados de todos os grupos pode estar relacionada ao fato de ter sido usada uma escala sem característica clínida para diagnóstico. Assim como também, diante dos níveis de estado de ansiedade verificados, consideramos que talvez um período de treinamento mais longo fosse necessário para que alterações pudessem ser observadas após a prática de yoga ou de exercícios.

Apesar da diminuição dos níveis de FSH e LH verificada nos grupos yoga e exercício, seus indices continuaram apresentando características típicas do período da pós-menopausa (Fox, 2008; Guyton e Hall, 2011).

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43 3. CONCLUSÃO

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44 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Figura 2. Fluxograma sobre a participação de voluntárias no estudo.
Tabela 1. Aspectos sociodemográficos dos grupos estudados.
Figura  1.  Delineamento  das  etapas  realizadas  durante  a  execução  desse
Figura  3.  Escores  obtidos  da  análise  dos  grupos  através  da  Escala  de
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