SÉRIE DE CASOS DE PLANEJAMENTO ECONÔMICO REGIONAL Introdução Geral
O fenômeno do subdesenvolvimento nos países de á-rea continental, como o Brasil, apresenta-se com extraordi-nária variedade de aspectos. Se aplicássemos a classifica-ção de Wageman lls várias regiões do Brasil, certamente se e§ gotaria o famoso esquema: temos desde zonas supercapi tal i
s-tas, como São Paulo e o Distrito Federal, até zonas acapitg listas, como certas partes de Mato Grosso e Amazon~s. Essa diversidade de graus de subdesenvolvimento, que chega a ex-tremos de su~-ocupação da própria terra, comunica ao plane-jamento regional importância suprema. As providências que cumpre adotar, a fim de acelerar a marcha de umas regiões e regular a de outras, também variam quase de Estado para Es-tado. 'Está se formando no Brasil, sob a pressão dêsse con-glomerado de problemas coletivos, uma consciência da neces-sidade do planejamento.
Por fôrça de mandamentos constitucionais, em cer-tos casos, ou para levar a efeito iniciativas ,avu.lsas, em oy tros, o govêrno federal tem em marcha, no momento, vários PI'Q jetos de desenvolvimento econômico regional, alguns dêles, como o Plano de Valorização Econ8mica da Amaz8nia, com re-percussões sôbre vastas áreas do território nacional. Tra-~a-se em certos casos, de programas iniciados há mais de 30 anos e man tidos inin terruptamen te desde en tão, como o das O-bras Contra a Sêca. Além do govêrno federal, os Estados do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais e de Santa Catarina,
en-tre outros, estão executando ou em vias de iniciar progra-mas de planejamento regional, c~m o objetivo de aumentar meios de transporte e a produção de energia elétrica.
Ou-tros Estados já lançaram ou estão em entendimentos para lag çar, conjuntam'ente, projetos de desenvolvimento econômico de regiões que lhes são comuns, como o Vale da Paraíba e o Va-le do Paraná-Uruguai.
Cabe, entretanto, reconhecer que os resultados
012
tidos de nossas tentativas de desenvolvimento econômico re-gional nem sempre têm correspondido aos recursos empregados. O exame dos êxitos parciais ou dos fracassos de certos2
-conjunto aquêle em cUJa elaboração se levam em canta todos
os fatôres essenciais a um programa de desenvolvimento
eco-nomlCO: as mudanças técnicas, a modificação dos hábitos, pr~
ticas e métodos de trabalho das populações interessadas, os recursos técnicos e financeiros, o escalonamento das
ativi-dades no tempo e sua distribuição 110 espaço etc.
No momento em que começam a surgir, no Brasil, e! forços de planej amento regional de envergadura, é forçoso al,! mentar o número de técnicos brasileiros capazes de
partici-par na elaboração dos planos já em curso, ou em véspera de
lançamento. Cumpre, sobretudo, familiarizar os altos func!
onários de órgãos púl.Jlicos com as técnicas de planejamento ~
provadas alhures, bem assim com as idéias emergentes no cam
po da administração. Não será demais repetir: planejamento
é uma tarefa eminentemente administrativa.
Um dos meios d.e consecuç ao de tal obj eti vo, é, sem
dúvida, a realização de cursos especificos sôbre a matéria,
cursos que incluam não apenas a teoria e a prática de plan~
j amen to, senão também as di scip I inas mais a fins, como, por
exemplo, antropologia cultural, geografia econômica etc. p!
ra maIor eficiência de tais cursos e perfeita conjunçãodat~
oria com a prática, parece indicado que êles se ministrem no próprio meio em que se pretende operar,proporcionando assim aos estudantes uma oportunidade de ver como as noções e co-nhecimentos adquiridos se articulam, ou não, com a realida-de.
A Superintendência do Plano de Valorização Econô-mica da Amazônia (SPVEA) e a Fundação Getúlio Vargas criaram, por meio de acôrdo celebrado em 1955, as condições
necessá-rias para a realização de um curso dês se tipo. Com efeito,
sob os auspícios conjuntos dessas duas entidades, a Escola
Brasileira de Administração Pública organizou e iniciou, em setembro de 1955, o Curso de Planejamento Regional de Belém do Pará, o qual tem como centro de interêsse e fonte de exem
pIos o programa de trabalho da SPVEA.
-o
Curso foi franqueado funcionarios públicosqua-lifica,les, tanto do órgão patrOCInador, a SPVEA, comodas r!::
partições federais, civis e militares, estaduais e
munici-paIS, que pudessem haurir benefícios dos respectivos ensin~
3
-do Govêrno -do Esta-do -do Pará, Prefeitura Municipal de Belérn, Banco Nacional do Desenvolvimento Econôrnico, Departarnento de Estradas de Rodagern do Estado de Goiás, Banco de Crédito da Arnazônia, Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), TerritQ
rio do Arnapá, Prirneira Zona Aérea, Oitava Região Militar,
Serviço de Navegação do Arnazonas e Adrninistração do Pôrto do Pará (SNAPP), subrnetidos hs provas de seleção, 38 forarn àprQ
vados e, em consequência, rna tri culados no Cu rso.
O prirneiro dêsse tipo no Brasil e, ao que supornos, no rnundo, o Curso visa, especificarnente, a transrnitir as i-déias principais e inforrnaç6es recentes &ôbre planejarnento, adrninistração e valorização dos recursos naturais, sociais,
econô~ico. e hurnanos de urna região. Os rnétodos de ensino ~
dotados no Curso incluern conferências, sernInários,
discus-sões ern grupo, análises de casos, excurs6es, pesquisas indi
viduais e ern equipes, pelo que se exigiu ternpo integral de
professôres, estudantes e funcionários. O rnaterial de
lei-tura e os casos para estudo, preparados pela EBAP e seleciQ nados de várias origens, destinarn-se a proporcionar aos
in-teressados as rnais autorizadas fontes de consulta, exoneraQ
do-os, assirn, da necessidade de procurarern a docurnentaçlo
pertinente ~ rnatéria.
Dentre os projetos de desenvolvirnento regional,
nacionais e estrangeiros, que a Escola exarninou para seleci onar os rnais expressivos, cabe indicar os constantes da li!
ta abaixo. Sôhre cada urn dêsses proj etos, se preparou urn c~
so, ernpregando-se "caso" no sentido rnoderno ern que é usado nos prograrnas de ensino e pesquisa.
O plano inicial de rnonografias cornpreendia 25 prQ
jetos. As dificuldades de execução, poré~ fizerarn que a E§
cola os reduzissern a 20: 1) Autoridad de Tierras; 2)
Ban-co de Crédi.to da Amazônia; 3) Banco Nacional do Desenvolvi
rnento Econôrnico; 4) Centrais Elétricas de Minas Gerais; 5)
Cornissão Estadual de Energia Elétrica do Rio Gr~nde do Sul;
6) Cornissão Vale do São Francisco; 7) Cornpanhia Siderúrgica
Nacional; 8) Cornpanhia Vale do Rio Doce; 9) CongoBelga
-• Plano Decenal; 10) Departarnento de Portos, Rios e Canais;
11) Departarnento de Obras e Equiparnentos; 12) Departarnento
Nacional de Estradas de Rodagern; 13) Departarnento Nacional
0 4 0
-bras de Saneamento; 15) Eletrobrás; 16) Hidro~Elétrica do
São Franc.isco; 17) Plano Hidrelétrico de Brokopongo; 18) PI!!
no do Carvão Nacional; 19) Superintendência do Plano de
Va-lorização Econômica da Amazônia; 20) Tennessee Valley
Authority. •
Ao empreender a tarefa, aparen temen te simples, de preparar os históricos (casos) dos projetos de desenvolvimeg to econômico e regional, escolhidos para constituir a docu -mentação viva do Curso, longe estava a EBAP de antever as di
ficuldades, quase invencíveis, com que teve que se
defron-tar. O principal obstáculo, e que em certas ocaS10es
assu-miu agudeza desesperadora, foi a escassez de pessoal com ca-pacidade para fazer o levantamento dos fatos, digerir a docy mentação levantada, analisá-la e concatená-la de forma
lógi-ca. A maioria das pessoas capazes de semelhante tarefa en
-contra-s~ completamente absorvidas pelas funções que já
e-xercem, Em 90% dos casos, houve necessidade de transferir a
mesma tarefa a um segundo, a um terceiro, a um quarto, a um
quinto e até mesmo a um sexto colaborador, ou porque o prazo para entrega dos trabalhos não pudera ser cumprido, ou porque o padr~o técnico desejado pela Escola não fôra atingido. A despeito de tais esforços, a Esr.ola reconhece que nem sempre
atingiu o ambicionado grau de excelência técnica. Outra
di-ficuldade consistiu na ausência de informações e na resistêg cia de alguns dos órgãos pertinentes em fornecer ou criticar
tais informações. Salvo em três casos, entendimentos
pesso-a1S, cartas, telegramas e telefonemas ou não bastaram para veg cer essa dificuldade, ou produziram efeitos medíocres.
A despeito de tudo, perseverou a Escola na tarefa
de elaborar esta série de casos, a fim de não frustrar o obj~
ti vo de proporcionar, aos alunos, informações reai s sôbre pl!! nejamento regional, colhidas na intimidade de experiênciasco,p
cretas. Parecia-nos que as di feren tes si tuações estudadas ne§
ta série de históricos permitiriam aos alunos diagnosticar as
instâncias de planejamento patol~gico, os erros de origem, a
ausência de coordenação entre pLanej am-ento e execução, a dÇ.s
continuidade administrativa, assim como também identificar as situações institucionalmente sãs, em que ao lado de planeja-mento ortodoxo existe execução ordenada.
Numerosos colaboradores participaram na preparação
1n 5 1n
-clui os nomes dos que participaram mais ativamente. Seria di f{cil determinar o grau de participação de cada colabora-dor. O concurso de alguns limitou-se às primeiras tentati-vas de reunião dos' fatos, tentatitentati-vas que, pelas dificulda-des já apontadas, nem sempre foram levadas a bom têrmo. Oy tros, além do levantamento dos fatos, aceitaram a responsa-bilidade de rascunhar os anteproJetos; outros participaram na crítica e revisão; outros, na revisão de revisões. Dois nomes merecem destaque especial; o de Marialice Moura Pes-soa, professôra de Antropologia Cultural (EBAP), que chefi-ou o grupo de pesquisadores; e o de Arnaldo Pessoa, profes-sor de Introdução à Administração Pública (EBAp) que, levag do a dedicação ao extremo, acumulou, com as obrigações de sua cadeira, a tarefa de rever a maioria dos trabalhos.
A EBAP contraiu uma dívida de gratidão com os prQ fessôres e técnicos de seu quadro e de outras organizações, os qua1s concorreram, uns mais, outros menos, todos certa-mente de boa vontade, para a realização da tarefa, que
cus-tou longos meses de labor, muitas canseiras e exigiu devot~
mento sem igual por parte de alguns.
Rio de Janeiro, novembro de 1955
6
-Lista dos participantes na elaboração desta série de monografias:
Pesquisadores e Redatores: Antônio Guimar;es, Ary Guerra
Quintella, Cléa M. D'Albuquer-que, Dulce A. Gallo, Florindo Villa-Álvarez, Iberê de Souza
Cardoso, Jayme Cunha, José Rodrigues Senna, Juvenal Osório
Gomes, Lucy Marques de Souza, Luiz Fernando Fontenelle,
Ma-rietta Campos, Pierre Van der Meiren, S~rgio Queiroz
Duar-te, Sophia Lachs, J. Timotheo da Costa e Zilah V. Teíxeira.
Críticos: Alfred Davidson, Antônio Guimaries, Arnaldo
Pes-soa, Benedicto Silva, Carlos Castelo Branco, Ceu-rio de Oliveira, Florindo Villa-Álvarez, Geraldo Wilson
Nu-nan, Jayme Cunha, Jesus Soares Pereira, Jo~o Guilherme Ara·
gão, Marialice Moura Pessoa, Noé de Freitas e Ottolmy
Strauch e a Companhia Sider~rgica Nacional e o Departamen
-to Nacional de Obras de Saneamento.
Revisores: Aédo de Carvoliva, Anna Botelho Benjamim,
Antô-nio Gutmaries, Arnaldo Pessoa, Augusto Martins Bahiense, Benedicto Silva, Diogo Lordello de Mello, José Mg
ria Arantes, Jesus Soares Pereira, Juvenal Osório Gomes,
Pe-dro Maia Filho e Sophia Lachs.
. \ . \-T * ***
*
(1.'-"'16 ~ 3~
A presente monografia ou caso reune,de forma br~
ve, as informações que foi possivel reunir, analisar e si§. tematizar sôbre BANCO DE CRÉDITO DA AMAZÔNIAo
SOaS:
Participaram na sua elaboração as seguintes pe~
Pesquisa e Redação - Dulce A. Gallo Critica - Arnaldo Pessoa Benedicto Silva Jesus Soares Pereira Marialice Moura Pessoa Ottolnw Strauch
Revisão - Aédo de Carvoliva José Maria Arantes
,
I. INTROOOÇÃO
, A '
O Banco de eredi to da Amazonia e una. socie-dade de economia mistao Seu capital, de 150 milhões de
cru-zeiros, é dividido em 1~ mil ações de CR$ 10000,00 cada uma. O Tesouro Nacional detém
89.772
ações e a Rubber DevelopmentCorporation, 6Oo0001l pertencendo as restantes & particulares
P N
de nacionalidade brasileira o Ha, pois, uma participaçao
es-trargeira substancl.a:l no capital do Banco, fato que chama a
atenção por se tratar de
ums.
sociedade de economia mista, mas que se explica pelas origens da emprêsao~ A
O Banco de Credito da Amazonia apresenta
ou-tras peculiaridades o É um banco regional de fomento, assem!
".
lhando-se~ sob este aspectoll ao Banco do Nordeste do Br~silo
P #
Detentor que e do monop(1)Uo de compra e venda de borracha,
~ A
assemelha-se ~ po'r out.ro lado, as autarquias economicas do
t!.
po do Instituto do Açúcar e do Álcool, Instituto do Sal et~lI~
...
mas o seu papel intervencionista e mai s acentuado, pois aqu,!
les Insti tut os têm poderes apen:LS para controlar a produção
e os preços dos produtos cuja economia estão encarregados de
defender ..
p . .
Como orgao controlador da economia da
borra-o " A li 4 #:#
cha, o Banco de Credito da Amazonia esta ligado a Comissao
Executiva da Defesa da Borracha, que traça a polÍtica geral
~
a ser executada pelo Bancoo Insti tu to credi ticio de fomento
da B.:;onomia ama.zôni~ a ação do Banco relaciona-se com as
atividades da Superintendência do Plano de Valorização Eco~ª
-2-,
aplicadas com o mesmo objetivo; necessario, assim, delimitar
os campos de ação das duas entidades. Esta delimitação se
faz naturalmente Em virtude de serem enti dades intrlnsecame,!!
, ... A
te di fereni;,es o O Banco e uma. empresa e conomica que ~ como tal, dispõe de recursos e vive e prospera da sua aplicação.
-
,
Nao pode, por conseguinte, fazer emprestimos sem juros, ou
nem tMpO!!
-
,
que por qualquer motivo, nao sejam reembolsaveis;
co pode fazer doações ou custear obras ou serviços que não
possibilitem o retúr'no dos fundos aplicados acrescidos dos
respectivos juros.
A
Superintendência do Plano tem um cará~...
,
...
ter absolutamente diferente. Nao e uma. empresa no sentido .! conômico da palavra, e sim uma entidade destinada a aplicar,
a incentivar e a coordenar, com os recursos que lhe foram
reservados por dispositivo constitucional, a realização de
um programa. espa cia 1 e amplo pa ra a região.
Desta maneira, a ação da Superintendência se
concentra naquelas atividades financeiramente "nao-renta=
,
vei
s",
como, por exemplo, a pesquisa, a realizaçao "" .J .~ de obrasempreendimentos pioneiro s etc. O Banco, por
,
publicas, os
-
-
~sua vez, poe seus recursos no fomento da produçao propriame~
te dita em empreendimentos que possam proporcionar a
remune-ração e o reembôlso do capital investido.
Os capitulos que se seguem são noticia breve
sôbre a origem, a estrutura e as realizações do Banco de
cri
-3-TI. BANCO DE CRÉDIro DA BORRACHA
Antes de relatar o que foi o Banco da
Borra-cha, cumpre passar em revista as tentativas anteriores ao
,
mesmo" para a defesa da economia da bOITaehao A
preocupa-ção com a defesa dêste praiuto vinha de longa data0 Em 19Q6l'
ao apresentar na Câmara dos Deputados um projeto neste senti
d0l' o deputado Passos de Miranda Filho declarava~
tA I>
experiencia~ que e sempre mestra tardia, do ~e se
liA amarga
deu com
~,p ~
relaçao ao cafe, nos sirva de liçao e nos alente em brio
pa-ra sermos ,nais precatados e vigilantes em relação
à
borra~cha". O projeto Passos de Mirandall modificado por um de
Mi-guel Calmon, não logrou aprovação .. A esse projeto seguiram'" A
-se os de Menezes Dorial' de Pereira Franco, de Domingos Mas~
carenhas~ de Jorge de Morais e de Lira Casto, os quais
tam-# ...
bem nao vingaramo
FinalmEllt e ~ em. jarei ro de 1912, foi criada a Superintendência da Defesa da Borracha~ seguindo-se-lhe o Re
gulament o dá. Defesa da Borracha, aprovado em abril do mesmo
ano o A iniciativa isentava de impostos os materiais destin!,
~ A
'dos a cultura da seringueira; instituia premi os ao seu plan=
-
,
tio; criava estaçoes experimentais nos Estados e Territorios
produtores; previa prêmiOS a usinas de beneficiamento nas zo
nas gom1feras; hospedaria de imigrá-ntes; construção de estr!,
das de ferro; isenção de impostos par~ embarcações; fomento
P A
das atividades agropecuariaso Dispunha, aindall sobre legiJ!
-4-os Estad-4-os produtores,
além
de outras providênciassuplemen-'"
.tareso Apesar de estabelecer este plano vasto~ que abrangia
()fI vá.rios setores de fanento dà. produção, a Superintendência
da Défesa da Borracha. teve vida efêmera,9 desaparec~do em d!
zerru 1'0 de 191) o
At~ a eclosão da guerra entre o Ja,pê:o €i os
Aliados Ocidentais, em 1941,9 nenhuna outra Im di da que mereça
destaque foi tomada no sentido de proteger ou in(;entivar a
produção de borrachao Temo os nipônicos conquistado as fo.!!
tes prooutoras do Extremo Oriente,9 os aliados fica.ram com
seus recursos de borracha natural,9 de
Um
momarto para outro,9 reduzidos aos suprimentos do Ceilão e aos pequmos estoquesqúe possuiamo Ante a n.ecessidade dêsse materlal e5tr2.t~gi=
C0,9 a atenção dos beligerantes,9 plincir.almente dos E'srt~1d@~
Unidos vo1tou=se para a região amazônicao Foram,9 então,9
oon
cluÍd os acordos p,ntre os Estados Unidos e o Brasil para a
compra dos excedentes de nossa prcdução.9 na base dê CR$ 18,900
o quilo da borracha tipo Acre=finao Como resultado,9 foi or=
ganizadoll em 1942~ o Banco de Crédito da. Borracha, com <O fim
de foment ar a produção de borrach9. e dar execução ao acôrdo
... celebrado em Washington, a
3
de março de 1942~ entre o gove!, no braaileiro e a "Rubber Reserve Corporationft li representan=te do govêrno dos Estados Unidoso Organizou~se o Bam~o sob
"" P IP
a forma áe sociedade anonima,9 com sede em Balem do Para0
o
capital do Banco seria? inicialmente] deCR$
5Oo0000000~OO, divididos Em ações comunsj nominativas, de=5=
subscrevEr no mínimo
55%,
no valor deCR$
270 500.000 ,00, e a'~ubber Reserve Corporation", 40%, no total de~$ 0 0 . 0 0 0 • • • •
CR$
200000.000,00, ficando a parte restante abertaà
subscri-"" "1 f
çao pub ica, exclusivamente de pessoas fisicas de
nacionali-dade brasileira. Mais tarde, elevou-se o capital para
CR$
l~.OOOoOOO,OO, sendo que a importância deCR$
o o o . o. o o o o oCR$
100,,000.,000,00, acrescida ao capital primitivo, foi divi= dida em ações l'lominati vas de mil cru zei ros, cada uma.9 dasquais o Tesouro Nacional subscreveria
60%,
no valor de &::J m:ilhÕes de cruzeiros, e a ''Rubber Development Corporation li ,
I.IJ%:;
no total de 40 milhões de cruzeiros o ~sse ~'I.1l'OOnto re=sultou da insuficiência do capital primitivo para atender a
todos quanto s, carecedores de recursos, reclamavam financia=
mentosj/ principalmente para a exploração cbs senngais, mui=
tos dêles abandonados por três decênios~ entregues ao domÍ-=
mo da floresta o
A administração do Banco ficou a cargo de
uma Diretoria, composta, a princÍpio, de um Presidente e cb.Ls "
Diretores. Posteriormente:; o numero de Diretores passou a
cinco o O Presidente deveria ser de nacionalidade brasileira.
Através de empréstimos, devia o Banco pres=
tar assistência aos prcxiutores diretamente interessados na
extração, cOm3rcio e industrialização da borracha, facilital!
do: 1) a aquisição de naquinismo, utensílios e nateriais
ne-cessários
à
oolheita,
beneficianento e guarda da borracha; 2} o desenvolvimento dos meios de tran~orte entre os centros-6-colonização das melhores zonas prcxiutoras de borracha,
ex-pressamente para nela serem plantados e cultivados seringais
das espécies de naior resistência e rendimento~ indicadas p~
lo Instituto Agronômico do Norte; 4) a organização de coope~
rati vas de seringueiros e pequenos seringalistas o Essas fi=
nalidades foram, em setembro de 1943~ ampliadas, estendendo o Banco sua assistência fi nanceira para ~ 1) o desenvolvimen= to dos meios de transporte entre as zonas de produção e os
centros nacionais de distribuição da bOITacha; 2) o l~omento
da agricultura e da criação nos seringais~ para facilitar e
baratear o fornecimento de gêneros allment 1cios aos trabalha
dores da região; 3) a melhoria~ beneficiamento e padroniza""
ção da borracha o
'"
O Banco de eredi to da Borracha poderia ~ 1)
"
,.,
'"
fazer adiantamentos aos produtores sobre titulos desconta=
veis ou outras garantias~ a critério da Diretorla~ 2) rece=
'"
'"
bel' em warrantagem~ nos seus armazens nas praças de Belem e Manaus~ todo e qualquer PrOOuto da região amazônica; 3)
efe-~ .
'"
tuar operaçoes destinadas a estimular e amparar a industria
de artefatos de borracha; 4) realizar operaçÕes de câmb:iD,por
conta própria ou alheia, com praças nacionais ou e
strangei-ras, bem como mover fundos de uma praça para outra, e
conce-der, mediant e garantia, cartas de mdito sôbre
,
as mesmas~ ~
praças;
5
descontar titulos de credito em moeda nacional, abonados por duas firmas, pelo menos, de reconhecido crédito1 ...· 6) , ~
e so venCla; conceder, em carater excepcional, credito a
t{tu-
-7-los de crédito, metais e pedras preciosas.9 jóias.9 ouro e pr~
ta em barra, cujo valor fôsse pr~viamente estimado ~or
pes-soa c:ompetente; 8) abrir créditos, simples ou em
conta-cor-~ ~ ~ p
rentep emprestar com garant1a pignoraticia de c.auçao de titu
los públicos federais ou de titulos correrciais de crédito~ 9)
""
"
operar sobre warrants.l) certificados de penhor ou de deposi~
tos e coÍlhecimento s de transporte de mercadorias não deteri2,
ráveis fâ,cilmente, conferidas e seguradas; 10) encarregar-se
- ~"
de qualquer operaçao bancaria,9 'por conta dei terceirosj)
medi-" medi-"
)
ante previo deposito de fundos; 11 receber.9 por conta de
terceiros, juros e dividendos de apólices federais,
estadu-ais e Jm.micipestadu-ais, e de obrigaçÕeS ou "debentures" e ações de
co mpa nhias"
Para a reali7~ção de suas operações, o Banco
tinha três carteiras distintas ~
"
,
19 a de credito agrícola industrial
20 a de crédito geral
3.
a comercialFicou assegurado ao Bano::> de Cl"édi to da
Bor-racha a exclusividade das operações fina:J.s de compra e venda
de borracha de qualquer tipo ou quantidade.? rôsse destina.da,
" ' "
"
a exportaçao ou ao suprimento da industria nacionaL
Uma vez '\Ten:Uda a borracha.\l I) valor llquido
devia ser di stribuÍdo na proporção de 60% para o serlng'.1ei=
1"0, 33% para o seringalista e 7% para o propriet~T"loo O pro=
,
-8-da borracha nelas extraí-8-da.
Com a criação do Banco de Crédito da
Borra-cha, as "casas aviadoras" tiveram as suas atividades pretic!.
mente encerradasj porque tanto o abastecimento dos seringais
como a aquisição da borracha passaram a ser operações
exclu-,
si vas da "llubber Reserve Corporation" e do Banco de eredi to
,
da Borrachao A estrutura do comercio das gomas alterou=se
profundamente o Visava-se a assegurar maior rentabilidade
aos seringais,9 aumentando=lhes as pos{3ibilidades de produçã~
e a avi tar que se rep etisse a exploração do seringueiro,9 a=
tribuida aos "aviadores""
Para uma Ilr3lhor conpreensão das atividades à:>
Banco de Cr~dito da Borracha, podemos di vid1=las em dois ci=
"'"
.,
elos: o primeiro" desde a sua fundaçao ate o fim da Segunda
f ' .,
Guerra Mundial,\! e o segundo, da1 ate o termino dos acordos de
Washington o
Primeiro Ciclo
,
Ao Banco de Credito da Borracha caberia,l) 90=
bretudo, segundo o programa que lhe foi traçado,l) colaborar
durante o conflito amado,\l para que elevasse a produção da
borracha. a um mÍnimo de ~.ooo toneladas por ano, quantidade
de borracha brasileira de que os Estados Unidos careciamo
A organização da produção em larga escala
foi um dos problemas mi s dir1.ceis que o Banco de Crédito de
Bor.racha teve que enfrentar, em vista da imensidade da re-"
táceis~ sem estradas de penetração~ sem gêneros de primeira
..
,
necessidade~ e, ainda~ sujeita a malaria e outras endemias o
Surgiu a necessidade de atrair oontingentes de trabalhadores,
...
..
..
no que o Banco da Borracha obteve a colaboraçao de varios or
"..
...
gaos~ publicos e prlvadoso Outro grande problema toi o da concessão de UJn3. assi stência financeira aos produtores da
..
borracha e que atingisse tambElll os trabalrndoreso Nesse sen
tido~ toram fei tos enpréstimos a longo prazo e em condições
liberais)) mas sob a condição de epe as somas fôssElll
aplica-das tanto em beneficio do aumento da produção,9 com no dos
trabalhadores. Os emprestimos concedidos eram divididos em
..
parcelas anuais, parcelas, por sua vez, subdivididas em ver~
bas a serem aplicadas nas principais necessidades dos
serin-gais, tai s como: gêneros de primeira necessidade)1
medicamen-tos, exploração de novos seringais etc.
A exclusividade das transaçãe s finais de com
pra e venda da borracha concedida ao Banco objetivou a
manu-tenção da estabilidade dos preços do produto~ para que se e=
vitasse, destvarte, a especulação.
Os artigos
5, 7
e9
do decreto-lei que criouo Bana:> estabeleceram que os prêmios sôbre a exportação de
borracha e o excedente dos lucros líquidos do Banco tôssem
creditados a wn Fundo Especial destimdo a incentivar e ape.!:
teiçoar a produção de borracha; ao saneamento e colonização
das melhores zonas produtoras de borracha~ para o plantio e
,
cultivo de seringais das espedes de maior rendimento. Com
A A
-10-t~rio da Agricultura, através do Instituto Agronômico do Nor
...
te, segundo o qual caberia a este:
I - Fornecer, gratuitament e, ao Banco,
pa-ra o plantio nas propriedades pelo me!
mo fi nanciadas,
3)%
das mudas esemEm-{)
tes de plantas lactiferas reconendadas
para a regiãO e produzidas pelo
Insti-tutoo
11 - Prestar assistência aos produtores
be-neficiados pelo Banco, para o
aprovei-tamento racional das mudas e sement e s
que o Instituto fornecesse.
III - Prestar, gratui tanent e , assistencia
...
,
tecnica ao Banco, na parte referenteao
la"
-corte de seringueiras, preparo do
tex no seringal, classificação da
bor-racha bruta e beneficiada, de modo a
melhorar o produto e determinar-lhe o
tipo de qualidade.
IV - Colaborar com o Banco no exame da ca~
cidade de produção das propriedades.
Em contrapartida, o Banco daria ao Instituto Agronômico do Norte, um subsidio anual de um milhão de
cru-zeiros.
(cen-
-11-"" p
tros dE:< experlmentaçao ciert ifica da borracha fundados em
1926) ~ delegan<t> sua administração ao Instituto Agronômico do
p "
Norte9 ate que fossem transformadas em autarquia.9 organizada
p
pelo Ministerlo da Agricultura o
Como resultadoj conseguiu-se
o
aumento daprodução da borracha)! a fim de saldar os r,ompromi.ssos assumi
~ a
dos com o governo norte-aIll'lri cano g No entanto 9 esse au.Jrento
não atingiu o· nÍvel das esperadas "o()(X) toneladas anuais a que
se
obrlgara o Bl"dsilo Em 1942.9 a safra atingi. u a 220369 toneladasj em 1943.9 não chegou. a a.tingir 25 milhões dequi-los; em 19449 a produção foi de 28 milhões de quilosjem 1945,
de 30 milhões.9 e, em 1947.9 de 32 milhões
(1)0
Segundo CicloA 30 de junho de 1947;, ternd.nava o perlcdo de
""
vigencia dos acordos de Washingtono Finda a guerra mundial;,
recUperadas as plantaç Ões do Oriente para o mundo ocidental.9
• o # A
reduz~da a demanda extraordinarla do governo norte-america-no II os pr eç os da borracha bra sileir a não podiam competir com
os da oriental: o quilo da primeira estava fixado em r4l8,l00~
enquanto a segunda era cotada a CR$6,00. Aquêle ano foi o
mais difícil por que passou o Banco. A segurança e a establ
lidade dos preços da borracha e a traIlq1!lilidade dos
seringa-listas e "aviadores" da Amazônia estavam em jôgo. Impunha-se
,
,
-12-,
uma solução adequada ao problema, tanto nais dificil qua.nto
era. sabido que a produção não comportava uma baixa brusca de
preços~ sobretudo porque o custo das prlncipais utilidades es
tava em marcha ascendenteG
Seria impossível a continuação da exportação
para. 08 Estados Unidos nas bases est.abelecidas nos acoI'OOs de
, =
Washingtono A industria nacional nao poderia absorver mais
que
55%
da produção amazônic8.oDai
o problema~ ou garantiros preços vigorantes no m::rcado interno,. ou abandonar o pro=
'" . . ÇB 0' ""i'>
duto a sorte das cotaçoes uxadas pe.ia concorrem; a. ~nterna=
clQnaL A adoção dessa. última hipótese implicaria na retir!
da do Banco do mercado, o que causarl3 a queda do produto a
1/3 do seu valor o Essa queda acarretaria, na. Amazônia, crl=
se idêntica
a.
de 1912 >1 ou de mores proporções, dada. a:t:m=
portânci.a da ·borracha na sua econondao
A
soluçãc seria garantir a oon se rvaçao dos ""f '
preços d'lrante um certo penodo, ate que se estabelecesse um
justo equilÍbrio entre a produção racional e o consumo indu~
trial do pa!so Mas$ para tanto, era imprescindÍvel una wl=
tosa inversão de capitais na formação de estoqueso
O govêrno compreendeu a gravidade da situa=
ção~ Alertados em tempo os poderes pÚblicos, tonaram.
ê
1 e sprovidências urgentes para defesa da borrachaJ/ sendo
promul-gada, em
1947,
uma legislação de emergência para amparar a,
economia d.essa nateria,.,primao Surgiu$ assim~ a Lei
86,
queveio dar tranqtiilldade
à
produção eà
indÚstria e assegurarpre--lJ~
,
ços dos acordos de Washington; confirmou o monopolio do
Ban-,
-co de Credito da Borracha; insti1lliu a Comissao Executiva de
Defesa da Borracha, com competência para opinar nos pedidos
de licEnça para importação de artefatos de borracha; determ!
nou que os excedEntes da produção de borracha, adquiridos p~
lo Banco, seriam financ:iados pelo Tesouro Nacional. Algumas
N A P ,
disposiçoes dessa lei eram de vigencia transitoria: o monop,2
lio do Banco e o auxílio finare eiro do Tesouro Nac:ional para
o fi nane iamento dos excedentes seriam suspensos a 31 de
de-zembro de
1950.
..
..
,
Para fazer face as conseCl'fencias dessa
ulti--
_ .
,
ma determinaçao, a Associaçao Conercial. do Pare. convocou, p!
:ra
setembro de1949,
a l I ! Conferência Nac:1. onal de Borracha,,
...
que reuniu inuneras delegaçoes de produtores, industriais,
,
...
cone rciantes, orgaos govern:l.mertais e economistas.
A ConferÊncia foi um momerto decisi vo na pr2,
gramação das atividades ligadas
à
borracha brasileira. Entreas inÚmeras reconendaçõe s que aprovou, destacam-se as que
d!
fenderam:a) a marmtenção do monopólio do ~anco de
cri
dito da Borracha;·
b) a manutenção da comissão Exeçuti va da
De-fesa da Borracha, oom ampliação de suas
atrib.dções para. melhor Olmprir seu papel
de instrumenlio de equilÍbrio econômico da
-14-c) a transformação do Bamo de Cr~ito da
Borracha em Banco de Crédito da Amazônia,
estendendo seu campo de ação a outros pr2
dutos da atividade econômica regional;
d) a femaç ão de um Funio de FonY3nt:. o da
Pro-dução, constituído de 10% das dotações
a-rmais devidas ao Plan o de Va10riz ação Ec,2
A A
nomica da Amazonia, destinado ao finami!
mento das atividades agrlcolas,
nanufatu-,
rei ras, comerciai s e obras publicas repr.2
dutivas, mediante juros nunca superiores
a 4% ao ano, e a longo prazo;
e) a constituiçãO de um Conselho Consultivo,
como Assistente da Diretoria do Banco de
Crédito da Amazônia, integrado por
repre-sentantes dos produtores do comércio e
A
dos governos amazonicos;
f) a mantença da po1:Ítica de preços de com=
pra e venda da borracha, dentro do
pa!S1
,
por intermedio de tabelas anuai s baixadas
pela Comissão Executiva de Defesa da
Bor-racha;
g) a outorga ao Banco de Crédi to da Amazônia,
A
como representa nte e agente do Governo, do
monopólio da importação da borracha crua, de prcxiução estrangeira,. tôda vez' que a produção nacional fôsse insuficiente para
.
' , '
-15-In o BANCO DE cdnITO DA AMAZÔNIA
Razões que Motivaram a Transformação do Banco de Crê
aito da Borracha en1 Banco de
Oredi
to da AmazôniaA Amazônia inclui os Estados do Pará e Amazo nas e os Territórios do AmaPáól Rio Branco, Acre·"e Guaporé,
" . IJ
alem de certa area ao norte de Mato Grosso e de Goias que
~ o p ,
pertence a ba~a hl.drografica do Rio Amazonaso Dotada do
... I' .. A
maior revestimento florl.stico do mundo, a regiao impos aos
seus ocupantes uma economia extrativa de di versos de seus r2, cursos florestais, que canpreendem os serlngais, os
casta-nhais, os cacauais, as palmeiras,
is
madeiras (JPB,çaranduba. li- - A " - ;, . ,
acapu, peroba, pau amarelo, ipes, jacarandas etco), alem do
, , A "
guarana e do timboo Toda essa ri~ueza florestal, ~espalhada
, Ç! - " A
por areas imensas e de dificil acesso, obriga o homem
amazo-nico a une. exietência penosa. A
f~una.
amazôni~a'
t~bém
é
rica em " cpantidade "e variedade. Mas, ·oomo ocorre nó ·caso da
-
- "
--
,
mocia dos recursos da Amazonia, seu aprove1.tament? e desti
tuido de qualquer cri"tério econômico est~ve1 o A pesca e a
A " " "
caça sem" controle t errlan a ext.irguir ou fazer rarear
, . Â , . .
especies. A Amazonia permanece no estagio economico
seguiu atingir graças ao "rush" da borracha nos fins
certas
que CO!!
,
do
Se-culo passado. Impõe-se uma revisão de seu sistema econômico,
...
... ... ..."-para que nao continui a depender apems, ou quase unicament:.e,
,
da industria extrativa. A borracha, embora seja o principal
produto da eoonomia regioral, quer em estado natural, quer
~ ,
,
=16-ma de produçãoc Da:Í a na cessidade de fOIIBntar outras ati
vi-dades, ao lado de um plano para plantação de seringueiraso
A valorização econômica dessa grande região
~ _ A
vem merecendo:; nos ultimos anos:; atençao parti cu lar do Gove!
no ?'ederaL Com a promulgação da Constituição de 19469 en~
trou na categoria dos grandes e urgentes problemas do pais ..
SÔbre o papel do Banco de Crédito da Amazô=
nia~ assim:; se manifestou o Presidente mensagem ao Congresso Nacionalg
p
Getulio Vargas:; em
• ~ p
"As ati ndades produtivas da Amazonia so po-dem vingar em naior escala se amparadas por um sistema adequado de crédito:; pass{vel de
...
"
,.
centralizaçao no Banco de Credito da Amazo= nia"
Assim, cumpre aparelhar o Institu to para o
...
desempenho de todas estas atividades, curn=-prindo reforçar-lhe os recursos, principal-mente agora que as atrituições cb Banco se~
...
estenderao a todos os produt os da Amazoniao"
A 30 de agôsto de 1950 (2):; por legislaçãoes
-,
pecial:; o Banco de Credito da Borracha pa ssou a denominar-se
" A A
Banco de Credito da Amazonia, cabemo-lhe efetuar tOdas as ~
- P . .
peraçoes bancarias relacionadas, direta ou indiretamente, com
as atividades industriais:; comerciais e produtoras da
regi-. regi-. A 4> 4
ao amazonica, bem como as referentes ao comercio e a
indus-N " .
trializaçao da borracha no territorlo nacionaL Deixou de
=17=
p
ser o fina. reiador de um. so produto a borracha ~ para ser
...
...
o eixo da vida economi.ca. da A.IIe.zoma. o
Consoante a nova legislação,9 foi rrantida a
, ~ o
sede do Banco na. cidade de Belem,9 mas crlaram=se agenC""1..as do nesmo nas capitais dos Estados e Territórios compreendidos
,
~nos limites geograficos da Amazonia. brastleira,9 de modo a que
pudesse êle aten:ler os produtores.\l o mais diretamente poss!
velo
Continuou o Banco de Crédito da Amazônia a 2
p~rar com o mesmo capital,9 isto ~.\l
CR$
15000000000.\lOO~ o qualse acha dividido em cento ecinq1!enta mil ações oomuns.\l no~
minativas,9 no valor de CR$ 1 0000.\100 cada umao Mantém o Teso~
ro Nacional sua participação nesse capital.\l ta foma da 1e=
glslação anterloro
,
Alem do capital social.\l conta ainda o Banco
com outros recursosp tais como: fundo de reserva; fundo de
previsão; fundo de amortizaçã0 9 fundo de assistência aos .fu,!!
cio~rlos~ fundo especial.\l constitu1do de prÊmios e
determi-co. ...
nados lmros eventuais~ e fumo de fomento a produçao o
A Admini atração à:> Banco está a cargo de uma
Diretor.ia, composta de um Presidente e quatro Diretores.\l to-·
dos de nacionalidade brasileira o A nomeação e demissão do
, . .
,
Presiderte e de canpetencia exclusiva do Presidente da Repu-.
blicao Os Diretores têm mandato de quatro anos e são
elet-,
.tos pela Ãssemblãia Geral dos Aciomstaso Cada Diretor deve
,
apresentar ao Presidente relatorios anuais das atividades de
-
,
Cartei-
-18-..
-ra da Bor-racha, Cartei-ra de Fomento a Produçao, Cartei-ra de
Administração e Carteira do Cr~dito Geralo
~
-O Conselho Consultivo, orgao auxiliar da
Di-retoria, cujos membros nenhuma remunera~ão percebem pelos
N ~
seus servi~os, se compoe de um representante do Governo e o~
tro da associação comercial de cada um dos seguintes estados
, p
e territorios: Amazonas, Mato Grosso, Para, Acre, Rio Branc~
p ,
-Amapa e Guapore; e de um representante da Associaçao dos
Se--
,
ringalistas e outro da Confedera~ao Nacional da Industria.
o
Conselho reune-seuma
vez, pelo menos, em cada trimestre, podendo, no entanto, ser convocado extraord!,..
nari amente pelo Presidente ou mediante proposta apresentada por um têrço de seus membros.
g
de sua competência: 1) opi-nar sôbre o limite das operações de cada agência do Banco;2) estudar e propor
à
Diretoria as bases de financiament o e de compra da produçãó da borracha; 3) pronunciar-se acêrcadaabertura ou fechammto de agências do Banco e formular e pro
por
à
Diretoria as bases do plano anual de financiamentoà
fIW , , # ...
produçao, ao comercio e a industria, para a aplicaçao do
Fu.!!
do de Fomento da Produção.,
Conta o Banco, tambem, com um Conselho
Fis-.2!.!,
composto de três membros efetivos e três suplentes,a-cionistas ou não, e lei. tos anualmente pela Ássembl~ia Geral
di () . or nana0
No primeiro trimestre civil do ano,
Secretári-os, dois outros acionistas.
OperaçÕes
-19-o
Banco de Crédito da Amazônia opera em to-dos os ramos de atividades bancárias no territ ório nacional,mas, evidentemente, alas operações têm por finalidade, sobr,!!
tudo prestar assistência 11nan:::eira aos produtores, às
pes-soas físicas e . jurÍdicas que se dedi quem
à
extração, canér-cio, financiamento e transporte, da borracha ou de quaisqueroutros produtos da Amazônia~ Mais especificamente, as ativ!.
dades do Banco visam a fomentar ou facilitar:
I - a aquisição de maquinismos, utensílios
,
..
e materiais necessários a colheita, be
neficiamEDto e guarda dêsses proiutos;
,
II - o plantio e cultura sistematica da "h!!,
vea brasiliensis" e de outros produtos
nativos;
III - o desenvolvimento dos mei os de
trans-porte entre a s regiões produtoras e
consumidorasp
IV - o saneamento e colonização de zonas~
dutoras de borracm e outros produt o s
amazônicos;
V - a organização de cooperativas de sedn
gueiros, seringalistas e outros
VI - a industrialização da borracha e de
P A
outras naterias-primas da Amazon i a,
..
quer mediante o financianento as
fir-A P ·
mas ou empresas, como atraves da con~
ti tuição de canpanhias a isso destinf:,
das, subscrevendo ações dessas
compa-nhias cem os recursos de cp.~ trata o ano l i doS' Estatutos o As ações
subs-cri tas pelo Ba:r:c9 serão transferi das
a particulares, por preço nunca
infe-rior ao de seu valor nominal, semp r e
que houver quem as deseje adquirir;
... 4'
VII = a proiuçao pecuaria nas zonas
compre-P
endidas nos limites geograficos da
A-mazôniap
VIII = a organização, qua ndo necessário, de
P
armazens gerais para a warrantagem de
produtos extrativos da Amazônia;
IX - o fornecimento, pelo custo, de
semen-tes, utens1lios, ferramentas e
máqui-...
,nas, e a instituiçao, quando
necessa-, o
rio, de serviços propnos de
prepara-ção (destocamento, limpeza e aragem)
dos terrenos destinados
à
lavoura;X - as operações de compra, venda,
impor-tação e exporimpor-tação de borracha,de que trata o art.
14,
da lei nQ10184,
de,.
XI - o financiamento da ronstrução ou aquis!,
N ,
çao de moradia propria para seus !unci,2
,
narioso
Fundo d e Fomento
à
Produçfu?Uma. das transformações nais importantes
in-,
,.troduzidas na estrutura do Banco de eredi to da Amazonia, foi,
li AIJ Q fW
sem duvida, a consti tuiçao do Fundo de Fone nto a Produçao , que
é
constituído de 10% dos créditos cpe forem destinadosà
Valoriz ação Econômica da Amazônia; das dota ções de
CR$
o • • • • • oCR$
4000000000,00 e04
l::tl.OOOoOOO,OO, concedidas pelas leisna
462, de 30/10/48, e530,
de 11/12/48. O mesmo ~ aplicado" A ' "
dentro dos limites geograficos da Amazonia, de acordo com
plano elaborado pela Diretoria, em colaboração com o
Conse-lho Consultivo e sob a aprovação, em cada exercício, do
Exe-cutivo Federal.
O Fundo de Fonento
à
produção ~ distribuÍ d o da seguinte forms. pelos Estados e Territórios a que seapli-ca:
,
Estado do Para ••.•.••••••••••••••••••• 25%
Estado do Amazonas ••••••••••.•...•••• 0 25%
Estado de Mato Grosso ••••••••••••••••• 10%
Estado do Maranhão •••••••••••••••••••• 10%
Estado de Goiás . 0 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
10t
Território do Acre •••••••••••••••••••• 10%Território do Rio Branco •••••••••••••• 5%
Território do Guaporé ...
5%
" " I!d
-22-o
Fundo ~ aplicado em operações destina&s ao aumento da produção agr!cola e animal; ao incentivoà
naveg!--
,
--
~çao; ao apoio a implantaçao de industrias de aproveitamen to
,
~de materias-primas locaiso
-As operaçoes tom:un a forma, geralmente, de anpréstimos a longo prazo, a juros de J$, ao anoo Visando a
incentivar o plantio de serirgueiras, a Diretoria do Banco
P A
de Credi to da Amazonia estabeleceu que todo e qualque r clie!!
te assim beneficiado fique obrigado a plantar, pelo menos,
duas seringueiras por cada mil cruzeiros de financiamentoo
Distribuição dos lucros
A distribuição dos resultados liquidos apur!!
, A
dos com a venda da borracha e feita pelo Banco de acordo com.
legislação especial~
5%
para o Fundo de Reserva Legal, até que êste atinja a50%
do valor do capital socia.l;2%
para o~ • A P
Fundo de Assistencia e Benef1cencia aos Funcionarios do
Ban-co; di videndo aos acionistas, a tê o máximo de
12%
sôbre o C! pital social ..Comissão Executiva de Defesa da Borracha
É
mIl órgão !ntimament e ligado ao Banco de Crédito da Amazônia; foi criado pela Lei nQ86,
de8
dese-tembro de
19470
Cumpre-lhe:- assegurar, por intermédio do Banco de
Cré-dito da Amazônia, a manutenção de estoques
-23-garantir o pleno funcionamento dos
estabe-lecimentos manufatureiros;
.
,
- contro~r, por intermedio da Carteira de Exportação e Importação do Banco do Brasil
"
...
ou qualquer outro orgao que receba a incum
bência de exerutar a pollti ca de
intercâm-bio
oonercial com o Exterior, a importaçãoe exportação da borracha e seus sucedâneo~
irrlustrializados ou não;
,
- fixar, quand( julgar nec0:-:;sario, pelo menos
com 12 meses de ant ecedência, os preços de compra da borracha nacional a serem pagos
,
""pelo Banco de Credito da Amazonia e a
se-..
,
rem cobrados pelo mesmo as industrias man:!!
fatureiras;> quer nas vendas efetuadas em
lO
Belem, que r nos centros i ndu st ri ai s, assim como fixar as cotas e o preço de venda de
sucedâneos da borracha, adquiridos e venci!
dos pelo Banco
à.
irrlústriao Naeventuali-dade de liberação das operaçõe s finais de
compra e venda da borracha;> a Comissão Ex~
,
cutiva de Defesa da Borracha podera
deter-minar, quando julgar ccnveniente e pelo
,
,
prazo necessario, preços m.l.n:imos ou fixos,
a serem pagos aos produtores pela borracha
de produção nacional;
-24-"
oha estabelecidos pelas industrias
marru.fa-...
tureiras, modificando-os de acordo com as
condiçÕes econÔmicas vigentes j bem como
fixar os preços máximos de venda ao pÚbli-co~ sempre que as circunstâncias o aconse-lharem;
<.
- fiscalizar e autori Zar, I}9.s indÚstrias
ma.-nufatureiras de artefatos de borracha, o"" ,.
empregq de sucedaneos de borracha, cuja
u-.
_ .
,
tilizaçao seja comprovadamente
indispensa-,
val por motivos de ordEm tecnica;
- determirsr, o cumpriment. o de exigências
n4.
nimas na fabricação de artefatos deborra-A ,
cha, assim como prestar assistencia
tecni-~
,
-ca a industria extrativa e marru.fature:ira. de
borracha, em colaboração com os
tecnológicos existentes no paiao
,
-orgaosIV - ATIVIDADES DO BANCO DE CRÉDITO DA AMAZÔNIA
,
Nas paginas anteriores foram delineadas as
circunstâncias que determinarám a organização do Banco de
Crédito da Borracha e sua posterior transformação no Banco
,
...
de Credito da A.m9.zonia. Foram, ademais, descritas as
fun-ções e a organização do Banco.
Tenta.remos agora examinar, num plano mais g!,
-25-a. seguir, em detalhe~ as outras atividades de fomento em que
,
esta Empenhado.
Atividades Financeiras
A primeira indagação que ocorre a quem exa.m!.
na a situação .fi. nancei.ra de um estabelecimento de crédito r,!
laci.ona-se com os seus recursos; deseja-se saber a quanto
montam, de que tlpo são (curto ou longo prazo) e de que
fon-...
tes provem.
RECURSOS DO BANCC
(Em milhares de cruzeiros)
Reservas D e p ó s i t o s , Outras Respo!!
Anos Capital De Poderes Total (1)
e Fundos Do PÚblico
Públicos sabilidades
-1943 500000 4;,871 4O .. 7frl 969 o. o 96 .. 531 (2)
1944 1500000 220500 400384 10690 <> • • 214.574 (2)
1945 150.000 220785 480103 10232 • • o 222 0210 (2)
1946 150.000 230718 310487 20276 126;,143 333;,624
1947 150.000 35 .. 918 260440 20821 1130853 3290032
1948 l!D.OOO 86.014 400238 970427 54.745 428.424
1949 l!D.OOO 107;,613 19.257 177~926 62~992 517.788
1950 1500000 3170262 38;,821 20254 62.;892 5710229
1951- 150.000 3970384 38.542 36463
I
176;,605 ·76509941952 150 .. 000 449.904 45;,185 5;,347 3910162 1.041 .. 598
1953 150 .. 000 6470638 60.267 13~334 27201frt 1;,1430426
1954 150 .. 000 678.8.31 580795 20507 5700089 1.4600222
- - _ .. - _.~_._--'- ---_.~ ---- ~ - - - -
-,
Fonte: Relatorios do Bancoo
(1)
(2)
,
O total e apenas aproximado, uma vez que foram de~'Prezadas outras parcelas de pe-quena importância.
-27-Como se observa, o grosso dos recursos do~
~ ~
co e proporcionado pelo capital proprio e pelas reservas e
fundos
não
exigíveis. Os depÓsitos represen~m parcela reI!, tivamente pequena, salvo em1948
e1949.11
quando se avoluma-ram em virtude das verbas federais de CR$ 40 milhões ea4
o • • oC»$
150
milhõesjI que EI'ltraram a>b esta rubrica0 Em19'-:>,
es-tas verbas foram transferidas para o Fundo de Fomento da. Pr.2,duçãoll (') que deu oM$em a urna. cpeda brusca no volume de dep~
si tos e ,Q concom1.tarr\':,emente:. I-l um substancl..al a'l.lm3nto da. l'!!
brica "reservas e furrlosiio
,
_ .
No imcio de suas operaçoes e ate
1947
os l"! cursos com que o Banco contava para suas operaçÕes andava porcêrca de
300
milhões de cruzeiros. À partir de1948$
porém9registrou=se um aumento continuo no volume de recursos., os
quais., em
1952.11
ultrapassaram1
bilhãode
cruzeiros.Uma vez
conhecidos os recursoss
indaga=sell~~ =
-turalmelltejl quanto as aplica.ç~: qual o seu montante e como se distribuem. As cifras alinh:!.das no quadro abaixo dão es=
APLICA~ DE RECURSOS DO BANCO
(Em milhares de cruzeiros)
Emp. em C/C, , Outros Ca.:i.xa Ativo hipotecarios,
,
(2)
Anos letras a re-,
Creditos e Irnobi- Totalceber, ti tulos
(1)
descontadose Bancos lizado
1943
o • •...
.
33.577
$ • • • o •1944
••• •••79.266
2.849
o • •1945
o • • 0 . 047.987
4.984
o ...1946
124.231
184p417
28.789
4.453
341 ..
890
1947
97.005
219.312
6.560
7.037
3290914
1948
86.2~328.173
44.267
13.7~472,440
1949
127.123
335.406
15.466
150608
493 0603
19~
164.213
279.011 111.417
18.340
572.981
1951
258.793
397.398
70.067
23. '33
749.691
1952
331.609
571.425
81.676
29.908
1.014.618
1953
422.525
425 ... 953 227.712
34.430
1.1l0.6a>
1954
5810893
439.008 297,,678
40.061
1.358.640
,
Fonte: Relatorios do Banco.
(1) Inclui o valor da borracha em estoque;
(2) Estas cifras não coincidem exatamente com aquelas
re-ferentes aos recursos porque tanto aqui como nos rel~
,
torios oficiais foram desprezadas pequenas parcelas,o
=29=
E3ta distribuição na.s aplicações,. conquan to
interessante do ponto de vista cont~bil e para a a.na1isf: da
~ ~ p .c
sUuaçao financeJ.r.'l do Banco~ nao da uma ideia precisa da
= ~ ~
sua açao como instituiçao crediticia de fomento o Pnra i8S0~
p
() quadr'o a seguir e mal 8 sugestivo g
Anos 1943 1944 1945 1946 1947 1948 1949 19~ 1951 1952 1953 1954
FINANCIAMENTOS' E ESTOQUE DE Bt1mACHA
(Em milhares de cruzeiros)
~
..
~
Emprestimos p
Ç> Empre stimos Estoque de
ao c anerci o e '" "'"
particulares a produçao Borracha
160555 760618 0 $ 0 0 0 0
500705 850962 830904
530219 94047l~ 940421 360934
720625
1180508 (1) 370718 520435 17007643L.069 470402 281 Q079
640907 600726 3100099 880301 740719 2310 767
1190723
1360626 26002421450940 1810393 4620555 2040087 2110897
2690938
2840249
29006002440147
Fonte~ Relatórios do Banco~ (1) = Dado estimadoo
I
Total
2200571
2420114
2280067
2600917
3590540
43507323940787
5160593 7890888
6850922
8180996
A manutenção de estoqles de borracha, a. que
está sujeito o Banco em virtude da sua função de monopo1iza.=
-)0-se pode inferir da ob-)0-servação das cifras acima, um pesado
encargo fi. nanc eiro Q De fato, em alguns exercicl. os, êste
en-~ ~
cargo absorve quantia mperior aquela dedicada aos
empresti-li> ~_
mos ao "comercio e particulares" e a "prcrluçaoll
o Esta
cir-cunstância evidentemente limita a ação do Banco como órgão
eredi tfci o de fomento, poi s se não tivesse êle qu e manter os
estoques de borracha, poderia destinar importâncias muito
... . li>
maiores ao fi nanciamento da produçao, a curto, medio e longo prazo ..
No quadro seguinte são alinhados nai s alguns
WCROS E ~ FINAtl!EIRAS E COMERCIAIS
Operações de B o r r a c h a (1)
Lucro Dividendos
,
Anos Credito Compras Vendas
Wl.OOO) ~$1.000) Valor Tone-
Tone-NA (041.000) ladas
CR$
10000 1adasCR$
1.0001943 ••• o • • 583 166~936 150290 119 .. 006 19.732 137.81.7
1944 46.536 9.000 268 52~340 28~477 439~ 881 22.165 461.425
1945 23~ 532 9~000 402 69.421 30;,594 465;.199 25~098 526.432
1946 17.142 9~OOO 2.314 234.588 300072 485 .. 464 24.958 5340887
1947 32.5'70 9.000 2;.717 224;.724 320931 514.594 26;.655 573~828
1948 16.672 9.000 2.520 189.944 25,.431 398;,344 16.030 385 .. 887
1949 24.443 9~OOO 4.312
2<)0.841
26;,770 416~117 19.639 487 06141950 55.172 9.000 5;.249 377.979 23.132 3720517 23~277 6130162
1951 52.025 9~000
6;./.J)7
585 .. 004 25;,770 514;.770 20 .. 990 668.0371952 39.483 9.000 8.278 787.500 33~332 751.491 23~ 502 894 .. 605
1953 123.675 9.000 10~473 909.696 32 .. 779 749.017 23 ~993 929;,524
1954 42.390 9.Qoo 12.348 1.082.877 280158 641.654 23.762 9260491
- - -- - .. _-_.~
,
Fonte: Re1atorios do Ban:o.,
(1) Apenas borracha nacional; as qljB.ntidades compradas não são c~veia e:xatamentejom
• 4'
o
aumento consl.deravel nos lucros em1953
~ve-se~ sobretudo} ~ borracha importada QU.e proporcionou uma
margem de lucro bem g ran1 e, em vírtude de serem os preços i,!2
termc1.onais inferiores aos vigentes no rrercado internoc Sa!
4'
vo o rliv:i. dendo de 6~l ao ano que tem sido distribuido regula! menteJ os lucros do Bareo têm sido incorp orados às reserva s
ou ao Fundo de Fomento da produçãoo
= p
Observa-se ~ da evoluçao das outras !eries
constantes do quadro rupra ~ que até
1948
a situaç ão do Bane o permaneceu mai s ou mEnOS estável e mesmo incerta.9 sem qual~quer tem ência
à
exp9.nsão de suas atividades o A partir de• . A P
1949~ porem, a tendencia e francament e no sentido da e:xpan=
são~ fato que está relacionado.9 de um lado, com a solução do
problema da borracha~ produto que estava em crise de duper= prol ução desde o fim da guerra e ~ de outro, com o aflttlro con,!
tante da parcela da verba federal de Valorização da Amazônia
destinada ao Fundo de Fomento da produçãoo
Os recursos do Banco para aplicação no fome~
to da economia region'1l temerão a aumentar progressivamente,
como resultado da incorporação de lucros aos fundos de rese!
vaJl do recebiment o da verba federal m3ncionada acimajl do in=
cremento do voluIre de depÓsitos" A propósito, vale a pena
mencionar que do total de
1239
milhÕes de cruzeiros JI aquan-to montavam os depÓsiquan-tos bancários na região amazônica em fins de
1953,
o Banco de Crédito da Amazônia detinha apenas73~6 milhÕes de cruzeiros, ou seja, menos de 6%0 É provável
4' A
que, com o aument o do ntUlle ro de sua s agenci as e com a
A 4'
eficiencia de seus serviços bancarl os, o Bareo consiga
-33-tar gradativamente sua participação no total de depósitos ban
# ...
carlos da regiao o
Incentivo
à
produção e assistência socialo
Banc o fonema o plami o raci onal da serin-gueira. Para tanto, promove a visita de técntcosà
Amazônia, que visitam os seringais Em busca. de terras adequadas, paramostrar ao homem local o valor do plantio da seringueira, se
lecionar sementes, formar viveiros, efetuar o transplante e
,
a enxertia. Dentre os tecnia:>s estrangeiros que vieram ao
Brasil, dentro dêste plano, destacam-se o presidente do
Ins-titu to de Pesquisas da Borracha da Indo-China e representa n=
tes das companhias Good-year $ Firestone e Pirelli o Com
es-tas medidas foi possíVel recuperar em Belterra mais de dois
milhÕeS de árvores em fase de produção o
t;1
Ate dezembro de
1954,
o Banco havia promovi~do a plantação de um grande n~ero de serlrgueiraS$ conforme
o demonstra o quadro abaixog
..
ESTAOOS E Serin= Vive.! NUMERO DE SERIOOUEIRAS
TERRIT6RIOS Envivei No local TOTAL
gala ros
radas-'definitivo
,
54
11
570007
116
0172
1730779
Ama.~a .•• o.
Para 0 • • 0 0 0
62
a:>
520990
228 .. 164
281..,154
Amazonas
o.
45
4
12
0120
42 .. 789
540909
Acre 0 • • 0 0 0,
2
2
60~o80738
15.238
12
5
190000
~.. 576
480576
Guapore
00
oMato Grosso