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Sôbre tripanossomos de roedores silvestres da região do Araripe do Estado de Pernambuco.

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Academic year: 2017

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SÔBRE T R IP A N O S S O M O S DE R O E D O R E S SILVESTRES D A REG IÃ O

D O ARA RIPE D O E ST A D O DE PERN A M BU CO

D a lv a A n tu n e s d e M ello e A rtu r G a lile u M . C oelho

Vários são os au to res que têm p esquisa­ do a presen ça de tripanossom os em ro e­ dores.

Em 1958 D eane, tra b a lh a n d o n a região do Amazonas, en co n tro u espécies rie roedores silvestres in fectad o s com tripanossom os tipo

cruzi, lewisi

e o utros (4)

A lencar & col., (1) tam b é m encon­ tra ra m em d iferen tes regiões do C eará, ro e­ dores silvestres, peridom ésticos e dom ésti­ cos in fectad o s com

Trypanosoma

tip o

cruzi.

Em São P aulo, B a rre to (1964) e B arreto & cols. (1966) tiv e ram os m esm os a c h a ­ dos dos au to re s citados, ex am in an d o e n tre outros m am íferos, roedores silvestres e do­ mésticos (2, 3 ).

T odavia, a té ag o ra n en h u m dado h a ­ via sido assin alad o no E stado de P e rn a m ­ buco. R esolveram en tão , os au to res do p re ­ sente tra b a lh o , ap ro v eitan d o a coleta sis­ tem ática de roedores p a ra estudo ep.de- miológico da peste (tra b a lh o que o ra se realiza n a região d a c h a p a d a do A raripe dêste E sta d o ), e x a m in ar os an im a is p a ra pesquisa de tripanosom ídeos.

MATERIAL E MÉTODOS

Em v in te e d u as localidades p ió x im as às cidades de E xu e Bodocó, cen to e um ro e­ dores, incluindo dom ésticus, p erid o m ésti- eos e silvestres, fo ra m cap tu rad o s, em dias

altern ad o s, no período de novem bro de 1966 a m arço de 1967.

Os an im ais fo ram m an tid o s em cativeiro d u ra n te alg u n s dias a n te s de serem ex a­ m inados.

In ic ialm e n te foi feito exam e de sangue a fresco. D aqueles que se m o strara m posi­ tivos fo ram feitos e stiram en to s e gôta es-

p êssa. O san g u e foi retira d o da cau d a dos an im ais e corado pelo

Giemsa.

M edidas, desenhos em câ m a ra clara e fo­ to g ra fia fo ram fe ita s daqueles flagelados que se a p re se n ta ra m com m orfologia se­ m elh a n te a

T. cruzi.

Do sangue de dois an im ais que se a p re ­ s e n ta ra m in fectad o s com flagelados tipo

cruzi,

fo ram feitas inoculações por via in -

tra p e rito n ia l em cam undongos e exam e anátom o-patológico dêstes; e, Dara outros dois tam b ém infectados, foi realizado xe- nodiagnóstico u tilizando-se tr in ta n in fa s

de

Triatoma infestans

e tr in ta de

Rhodnius

prolixus.

P a ra o xenodiagnóstico, os an im ais foram im obilizados em gaiolas de te la de aram e com as seguintes dim ensões: 18 cm de com ­ p rim e n to x 8 cm d t d iâm etro e 12 cm de com prim ento x 5 cm de diâm etro, e colo­ cados em seguida n o depósito onde se e n ­ co n tra v am a s n in fa s . E stas fo ram exam i­ n a d a s aos trin ta , q u a re n ta e cin q ü en ta dias após o rep a sto .

(2)

68

R ev . S o c . B ras. M e d . T ro p . V ol. II — N? 2

RESULTADOS

Animais capturados:

Dos a n im ais c a p ­

tu ra d o s (T abela 1) houve u m a p e rc e n ta ­ gem de 7,92% de positivos p a ra flagelados do gênero

Tryvanosoma,

sendo que, 3,96% correspondiam a tipo sem elh an te a

T.

cruzi

e os re sta n te s estavam . in fe itad o s por

tipo

lemsi.

Os an im ais en co n trad o s in fectad o s com tipo

cruzi

p e rte n cia m à espécie silvestre

Zygodontomys lasiurus pixuna,

n u m to ta l

de quatro, e, os an im a is in fectad o s com

T.

leurisi

p e rte n cia m trê s a

Rattus rattus

fru-givorus

e um a

R. r. alexandrinus

(T a­

bela I ) .

Morfologia das formas encontradas nas

lâminas coradas dos animais infectados

com tipo semelhante a T. cruzi

— As fo r­

m as flag elares que fo ram observadas n a s lâm in as corad as dos ra to s silvestres

(Z. I.

pixuna)

a p re s e n ta ra m m orfologia sem e­

lh a n te a

T. cruzi,

isto é, blefaro p lasto g ra n ­ de, saliente, próxim o a ex trem id ad e p o ste­ rior, m em b ran a o n d u lan te com poucas o n ­ dulações (figs. 1 e 2 ) . E n tre esta s form as

características, algum as variações fo ram

Fig. 1. — Tripanossoma tipo c ru z i . D esenho em câm ara clara.

v erificad as ta is como: algum as m ais lar­ gas, o u tra s com flagelo m ais longos que a h a b itu a l, e b lefaro p lasto m u itas vêzes não arred o n d ad o em u m a fo rm a m ais ou me­ nos tria n g u la r.

D as m edidas realizadas, em bora com va­ riações, fo ram en co n trad o s resu ltad o s den­ tro dos que correspondem a

T. cruzi

(Ta­ bela I I ) .

Os cam undongos inoculados ap resen ta­ ra m resu ltad o s negativos p a ra

T. cruzi,

em bora um dêles te n h a a p resen tad o discre­ ta s lesões m iocárdicas com patíveis à doen­ ça de C hagas, m as n ã o co n sid erad as como d iagnosticas.

Todos os exam es do xenodiasri.óstico fo­ ram negativos.

COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES

No p resen te tra b a lh o verificou-se a pre­ sen ça de tripanossom os do tipo

cruzi

em

Z .

I. pixuna

e a p resen ça do tip o

lewis

em

R. r. frugivorus

e

R. r. alexandrinus.

O fa to do resu ltad o te r sido negativo pa­ ra infecção em cam undongos e em tiiato - m íneos n ã o é desconhecido. A v ariação da v iru lên cia do

Trypanosoma cruzi

p a ra ca­ m undongos, assim como tam b ém a suscep­ tibilidade de d iferen tes espécies de triato- m íneos à infecção fo ram a ssin a la d a s por F erriolli & B a rre to (5, 6 ).

Os ach ad o s dêste tra b a lh o confirm am a p rese n ç a de trip an o sso m o s tip o

cruzi

e

lewisi

em roedores, à sem elh an ça dos que

têm sido assin alad o pelos a u to r cs op . cit. em ou tro s E stados do P a ís.

Fig. 2. — Microfotografia (1200 x) de tripanos-som a c r u z i em sa n g u e periférico de Z l a s i u r u s

(3)

T A B E L A I

ROEDORES EXAMINADOS PARA

TRYPANOSOMA

EM EXU E BODOCÓ — PERNAMBUCO NOVEMBRO DE 1966 A MARÇO DE 1967

ROEDORES

Zygodontomys

1

lasiurus

6

pixuna

eliurus

Oryzomys

subflavus

i

Cercomys

cunicularis

inermis

1 .

|

Calomys

i expulsos j

Rattus

rattus

alexandrinus

Rattus

rattus

frugivorus

L ocalidades Pos. 1i Neg. 1

l Pos.

j Neg. i i

i Pos. Neg.

[ i P o s . |

1 Neg. 1 Pos. ■ Neg. !1 i

\

i

Pos. I Neg. P os. | Neg.1 í S ítio A lagoinha

i

í 8 _ _ _ j1 1 iiI 1 1 - 1 ! 2 |í

! j

S ítio Alto .— í 1 — 1 -— i — — -- í — i — — i - | " i — 1 —

Sítio Baixo .— ! l — . — -- — _ ! — | _ — | — i '—

Sítio Beleza — — _ i — t> -- — — ! — | _ — ‘ — ! _ j i

Sítio B oa Vista — j _ .-- ! — -- — — i 1 I — | — | — ! —

S ítio B rejo 1 ( 0 j _ -- 1 — i -- —. — — .— — ; _ _ — ! —

Sítio Bugão — í 4 i — ! — f -- _ — ! _ i1 ___ — j —

Sítio C ana M ansa .— 1 _ — i -- __ — 1 — ! -- -- ; — — — —

S ítio C arm alin a — — _ j — í -- — — j 1 l -- -- i — ; — — ! —

S ítio Coroa — — — í — i -- —. -- : 1 i _ i — ! — .— j —

Sítio G am eleira — i 3 — 1 — i -- — _ ! — I — — i — i — — i —

Sítio Lages — 2 ; — — ! _ — i

2

i - | • i í ■ — ; — _ i _

S ítio M am ed * —, -- i — i — i --- i — _ ! — _ j i 3(1) 1 —

F azenda M ata F resca .— 1 1 — ; — t -- 1 — ! — — j — — —

Sítio O riente 2 ( 0 22 * — | — j -- — — 1 — — ; 5 | — ; — | — —

S ítio P araíso — ! 4 ! — — -- — — i — — — s — | — .— —

S ítio P e d ra G rande .— 1 1 1 _ _ _ i 3

i _ _ _ — -- : 1 — — I _ _ _ j _ |

S ítio R ecanto .— ! 1 i — : — ! -- --, ! — — —, i — ; — ! — —

S ítio R etiro _ _ _ 5 | — — J _ _ _ —1 _ j _ _ _ — j — ! — ! — j _ —

S ítio Saudade — ! 4 1 — j — i | — i _ _ _ — — ! — 1 — — 1 — —

S ítio S e rra Zé P adeiro 1 ( 0 í . — — — 1 - - - — - - - • — .— — ! — I — f — —

S ítio Toco P rêto _ _ _ _ 4 | _ _ _ ! — 1 _ _ _ — - - - | — . — i — ] — — 1 — —

S ítio T riunfo — ; _ _ _ l — i — i _ ! 1 1 - - - | — -- ! -- ! — ; — | — ! —

Sítio U nião . _ _ _

! 1 1 ! - - - ! — _ _ _ _ 1 _ _ _ — . . . ; _ _ _ - - - 1 - - - j — 1 — ! — j —

F a zen d a U ruguai — 1 — 1 — í — í — 1 — _ _ _ 1 — _ _ : _ j K l ) — ! __

TOTATS 73

P o s . = positivo N e g . — negativo

* = Sítio p e rte n ce n te ao M unicípio de Bodocó, os dem ais ao de E xu. (c) ■= tripanossom o tipo

cruzi

(4)

70 Rev. Soc. Bras. Med. Trop. Vol. II — N? 2

T A B E L

\

I I

i ,

MEDIDAS MÉDIAS, MÁXIMAS E MÍNIMAS EM

n

DOS TRIPANOSSOMOS TIPO

CRUZI

ESTUDADOS

i

M edidas R ealizadas M édias i M áxim as M ínim as

C om prim ento to ta l ... 29.8 30.0 24.0 C om prim ento do corpo ... 12.5 15.0 10.0 Com prim ento do flagelo ... ... 9.9 10.5 9.0 Com prim ento do núcleo ... 3.0 3.0 2.2 L argura do corpo ... 1.9 2.2 1.5 L argura do núcleo ... ... 1.5 1.5 1.5 D iâm etro do blefaroplasto ... 1.3 1.3 1.2 D istância do blefaroplasto à ex trem idade

posterior ... 1 5

; 2.2 1.5

S U M M A R Y

The authors revort the finding of trypanosoma

cruzi —

like and

lew isi

in

rodents trapped in the Araripe region of the State of Pernambuco, Brazil.

BIBLIOGRAFIA

1 — ALENCAR, J .E . & cols. — E studos sôbre a epideiniologia da D oença de C hagas no C eará. I I . Novos dados. Rev. B ras;l. M alarial. e D oen. T ro p ., 15: 551-565, 1963.

2 — BARRETO, M .P . — T ripanossom os sem elhantes ao

Trypanosoma cruzi

em an im ais silvestres e sua id e n tific a ­ ção com o ag en te etiológico da doença rte C hagas. R ev. I n s t. M ed. T ro p . São Paulo, 7: 505-515, 1965.

3 — BARRETO, M .P . & cols. — E studos sôbre reservatórios e vectores silves­ tre s do

Trypanosoma cruzi.

X I. Ob­ servações sôbre um foco n a tu ra l de tripanossom ose am e ric a n a no M unicí­ pio de R ibeirão P rêto, São P au lo . Rev. I n s t. M ed. T ro p . São P aulo, 8: __ 103-112, 1966.

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H em oscopia e xenodiagnóstico de a n i­ m ais silvestres dos arred o res de B e­ lém . R "’7 Tnst M ed. T ro p . São P a u ­ lo, 6: 225-232, 1964.

5 — FE R RIO LLI FILHO, F . & BARRETO, M .P . — E studos sôbre reservatórios e vectores silvestres do

Trypanosoma

cruzi.

V I. Infecção n a tu r a l do roedor

Akodon arvicuLoides cursor

(W einge

1885) por tripanossom o sem elh an te ao

Trypanosoma cruzi.

R ev. I n s t. M ed.

T ro p . São P aulo, 7: 72-81, 1965.

6 — FER RIO LLI FILHO, F . & BARRETO, M .P . — E studos sôbre reserv ató rio s e vectores silvestres do

Trypanosoma

cruzi.

IX . Infecção n a tu ra l do

Rattus

rattus

(L in. 1758) por tripanossom o

sem elh an te ao

Trypanosoma cruzi.

Referências

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