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MICROSSATÉLITES EM PERDIZES (Rhynchotus
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DESENVOLVIMENTO E UTILIZAÇÃO DE MARCADORES
MICROSSATÉLITES EM PERDIZES (Rhynchotus
rufescens) E OUTROS TINAMÍDEOS
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Ofereço
À minha esposa Maria Helena e minha filha Clara, e aos meus pais,
Florisvaldo e Valdelice, pelo amor, confiança e apoio dispensados em todos esses anos de vida e estudos. Por terem sempre me acompanhado, sofrendo e sonhando junto comigo, muitas vezes deixando de lado seus compromissos e não medindo esforços para contribuírem nas realizações de meus sonhos, da mesma forma, sempre acreditando nos meus objetivos e nunca duvidando da minha capacidade e dedicação.
Aos meus irmãos Ari, Carlos, Cida, Gal, Con e Rogério por sempre terem
me incentivado a buscar meus sonhos e, por vocês serem sempre tão especiais para mim.
Dedico
À Dona Lili
AGRADECIMENTOS
A Deus pai todo poderoso, criador do céu e da terra
Ao meu guia e protetor, sempre presente em minha vida
À minha esposa e minha filha pela compreensão e apoio diante das dificuldades impostas pela distância e pelo tempo de afastamento
Aos meus pais que enxergaram a educação, como base para o crescimento pessoal e para a conquista da liberdade, pautando sempre na dignidade e na honestidade.
Aos meus irmãos e cunhados presentes em todos os momentos da minha vida.
À minha sogra Dona Nice, a quem tenho muita estima e consideração
À Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia -UESB e ao Departamento de Tecnologia Rural e Animal-DTRA, pela liberação e apoio para cursar o doutorado. À Universidade Estadual Paulista Campus de Jaboticabal a ao Departamento de Zootecnia pela oportunidade de realização do doutorado.
Ao meu orientador Prof Humberto Tonhati pela confiança, apoio, ensinamentos, aconselhamentos e principalmente pela amizade.
Ao meu co-orientador Prof Renato Caparroz e família, pelos ensinamentos, pela amizade, atenção e ajuda que prestou durante a execução deste trabalho.
À Embrapa Sudeste, na pessoa da Dra Luciana Regitano, onde galguei os primeiros passos na Biologia Molecular
Ao CBMEG/UNICAMP, na pessoa da professora Anete Pereira, que contribuiu de forma significativa na obtenção dos resultados alcançados
Ao ICB/UFG onde tive a oportunidade de dar seqüência ás minhas análises e
também de conhecer pessoas
Ao Professores Maurício Barbanti, Sandra Queiroz, Leonardo Seno, Marcelo Cervini e Fabio Pablos pelas sugestões e correções da tese apresentada.
Aos funcionários João, Paulo Tosta, Iris, Beterraba e Turquinho
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SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ... 1
Objetivos ... 5
Objetivo geral:... 5
Objetivos específicos... 5
Síntese bibliográfica ... 6
Descrição das espécies estudadas ... 6
Perdiz (# TEMMINCK, 1815)... 7
Macuco (!#! !#VIEILLOT, 1819) ... 8
Azulona (!#- TEMMINCK, 1815)... 8
Jaó (" #- TEMMINCK, 1815) ... 9
Inhambu-xororó (" # ! !WAGLER, 1827)... 9
Inhambu-xintã (" #- TEMMINCK, 1815) ... 10
Inhambu-guaçu (" #-TEMMINCK, 1815)... 10
Inhambu-chororão (" # !- GMELIN, 1789)... 10
Zabelê (" #!- WIED-NEUWIED, 1820)... 11
Marcadores moleculares na conservação de espécies ... 12
Marcadores microssatélites (STRS)... 14
Referências... 17
CAPÍTULO 2 UTILIZAÇAO DE S HETERÓLOGOS NA DETERMINAÇÃO DE POLIMORFISMOS GENÉTICOS EM PERDIZES (R# ) E OUTROS TINAMÍDEOS ... 27
Introdução ... 28
Materiais e método ... 30
Resultados e discussão... 35
Referências... 37
CAPÍTULO 3 DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE PRIMERS DE MICROSSATÉLITES PARA AVALIAÇÃO DE POLIMORFISMOS GENÉTICOS EM PERDIZES (Rhynchotus rufescens) E OUTROS TINAMÍDEOS ... 41
Introdução ... 42
Materiais e métodos ... 44
Resultados e discussão... 49
Conclusão ... 55
Referências... 55
CAPITULO 4 ESTUDO GENETICO-QUANTITATIVO DE CARACTERISTICAS MORFOLOGICAS, PONDERAIS E COMPORTAMENTAIS EM PERDIZES, UTILIZANDO DE INFERÊNCIA BAYESIANA... 61
Introdução ... 62
Materiais e métodos ... 63
Resultados e discussão... 65
Conclusões ... 70
LISTA DE FIGURAS
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CAPÍTULO 3 DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE PRIMERS DE MICROSSATÉLITES PARA AVALIAÇÃO DE POLIMORFISMOS GENÉTICOS EM PERDIZES (Rhynchotus
rufescens) E OUTROS TINAMÍDEOS
Figura 1 Corrida em gel de agarose 1,5 %, corado com Brometo de Etídeo -Resultados de PCR primers de microssatélites para Perdizes 60º C. A distribuição das amostras segue a seguinte ordem: L - ladder de 1kb; 1 e 2 - primer 8A; 3 e 4 - primer 12A ; 5 e 6 - primer 12B; 7 e 8 primer 09D; 9 e 10 primer 10D; 11 e 12 primer 09C; 13 e 14
primer 03D; 15 e 16 primer 11D; 17 18 primer 04F; 19 e 20
primer 10F, 21 e 22 primer 12F; 23 e 24 primer 03G; 25 e 26
primer 06G; 27 e 28 primer 11G; 29 e 30 primer 12G e 31 e 32
-primer 05H. ... 50
LISTA DE TABELAS
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TÍTULO: DESENVOLVIMENTO E UTILIZAÇÃO DE MARCADORES
MICROSSATÉLITES EM PERDIZES }Rhynchotus rufescensA¢ E OUTROS
TINAMÍDEOS
RESUMO- ~¢ sR5R¢ &[¢ g[¢ s^&Kg%¢ J¢ R¢
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TITLE7 21L-O =-2O 8O 3O L%ND=%O L=D;DO %-O GOO
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=D=N - The São Paulo State University UNESP, Jaboticabal campus
has for several years research with wild animals, contributing for the preservation
and production of the species threatened by extinction. One of these species is the
red-winged-tinamou (Rhynchotus rufescens), that has potential for production in
captivity. The aim of the study was to determine genetic microsatellite
polymorphisms in this species and other tinamous species. Sixteen microsatellite
primer pairs were developed for the red-winged-tinamou from a genomic library
enriched with microsatellites. In order to verify the cross amplification for the
tinamous species we used 10 pairs of primers designed for ostriches (Struthio
camelus) and 10 pairs developed for Tinamus major. From the 16 loci developed
for red-winged-tinamou, 8 amplified in this species and only five amplified in other
Tinamous. Genotyping was performed on 26 samples and estimates related to the
percentage of polymorphic loci (50%), average number of alleles per locus (5.75),
polymorphic information content (average 0.62) and expected genetic diversity
(0.69). In order to test the transferability of the primer pairs developed for T. major,
only one had a specific amplification in partridges, with observed rates of
cross-amplification of 100 and 70% for macuco (Tinamus solitarius) and the azulona
(Tinamus tao), respectively. The amplifications in other tinamous were restricted to
five microsatellite loci. With the use of computer programs and statistical analysis,
we estimated genetic and phenotypic parameters of morphometric characteristics
in red-winged-tinamou, in order to better understand the structure of these birds, as
well as for possible correlations with production traits.
;&!HKOB Bayesian inference, cloning, genetic polymorphisms, heterozygosity,
N=18OOB N-%2D=>OD=%
A fauna silvestre como recurso natural sempre esteve presente em todo processo de desenvolvimento da humanidade, sendo uma das principais razões da condição nômade do homem primitivo, que na busca por alimentos e vestimentas, acompanhava o movimento dos rebanhos.
Ainda hoje, a carne de animais silvestres pode ser considerada a principal fonte de proteína animal para subsistência em regiões carentes da África, Ásia e América Latina. No Brasil, principalmente nas zonas rurais, é muito utilizada por
populações carentes, tanto para a subsistência quanto para geração de renda através da sua comercialização. REDFORD & ROBINSON (1987) estimaram um total de 57 milhões de animais caçados e mortos na Amazônia brasileira, considerando a caça de subsistência e comercial.
Além da caça predatória, outras atividades como a agricultura e a pecuária, o desmatamento e a poluição de ambientes aquáticos e terrestres têm ocasionado sérios impactos aos animais.
A fragmentação dos ecossistemas, promovendo o isolamento de populações naturais, tem como principal consequência, a diminuição da variabilidade genética devido ao aumento dos acasalamentos endogâmicos. Estudos realizados por FRANKHAM (1998) relacionam o aumento do risco de extinção como consequência do aumento da endogamia. Este processo é mais pronunciado em populações isoladas em ilhas e que apresentam menores taxas reprodutivas do que as populações continentais, além disso, a baixa variabilidade
Com o uso de técnicas apropriadas é possível elaborar estratégias de preservação e recuperação ambiental, visando retardar o processo de depressão endogâmica ou reduzir as consequências catastróficas do mesmo (SANTOS et al.,
2004).
Neste sentido, o uso de produtos provenientes de espécies silvestres de forma responsável e atentando aos aspectos da sustentabilidade, poderá agregar valor á biodiversidade. Assim a criação de animais silvestres para fins comerciais tem se constituído numa boa alternativa de conservação de espécies silvestres, concorrendo com a caça ilegal, além de proporcionar a geração de emprego e renda. A carne de espécies silvestres é considerada especiaria em muitos
restaurantes e supermercados, sendo muito valorizada, principalmente em grandes centros consumidores (NOGUEIRA-FILHO & NOGUEIRA, 2000).
Não existem dados precisos sobre o total de carne de animais silvestres comercializada no Brasil, nem do total de criatórios destinados à produção comercial. Estimativas apontam a capivara como a espécie mais comercializada, seguida da ema, jacaré, caititu, queixada, cutia e paca (GIANNONI, 2001).
SANTOS et al. (2009), trabalhando com criatórios de caititus (Pecari
tajacu), demonstraram ser viável economicamente a criação comercial destes
animais, desde que sejam atendidas condições básicas de legislação, criação e comercialização.
Em estudos realizados no Canadá com uma espécie de Tinamídeo (Nothoprocta perdicaria) nativo do Chile, AGGREY et al. (1992) constataram que apesar do maior tempo para o abate em relação às aves comerciais, aquelas aves apresentaram bom peso e excelente rendimento de carcaça. Esforços
semelhantes foram conduzidos por GARITANO-ZAVALA (2004) no sentido de viabilizar a criação em cativeiro de outro tinamídeo encontrado na Bolívia, denominado localmente de pisacca (Nothoprocta ornata).
relacionadas à produção e à reprodução vêm sendo pesquisadas desde 1989 no Setor de Animais silvestres da FCAV/UNESP.
Em pesquisa realizada por MORO et al. (2006), comprovou-se que a carne
de peito da perdiz apresenta excelente valor nutritivo, com baixos níveis de colesterol, rendimentos de carcaça de 74,37 % e de peito da ordem de 36,65%, o que atende as exigências do mercado consumidor. Em trabalhos realizados com perdiz (Rhynchotus rufescens), BRUNELI et al. (2005) estudaram fatores relacionados ao ciclo reprodutivo destas aves, determinado época e horário de maior postura de ovos. Da mesma forma, CROMBERG et al. (2007), com o objetivo de conhecer aspectos reprodutivos de perdizes, estudaram a relação
macho:fêmea, a estrutura sócio-hierarquica e outras características comportamentais, com vistas à adaptação em cativeiro.
Apesar da grande potencialidade da criação comercial de perdizes, por se tratar de uma espécie em processo de domesticação, algumas características necessitam ser trabalhadas do ponto de vista zootécnico. Um estudo realizado por HATA (2009) demonstrou a relação existente entre a adaptação das perdizes ao cativeiro e o tempo de imobilidade tônica desses animais, característica esta
associada ao estresse.
Como podemos observar, diversas pesquisas foram realizadas nas áreas de produção, nutrição, comportamento e bem estar pela Instituição, com o intuito de levantar estas potencialidades. Neste sentido as pesquisas na área de genética e melhoramento são necessárias para caracterização da espécie e determinação da diversidade genética de populações naturais e cativas.
O capítulo dois do presente estudo aborda a utilização de marcadores
(Tinamus tao), o inhambu-chitã (Crypturellus tataupa), o inhambu-xororó (Crypturellus parvirostris), o inhambu-xororão (Crypturellus variegatus), o inhambu-guaçu (Crypturellus obsoletus) e o Jaó do interior (Crypturellus
undulatus).
Objetivos
Objetivo geral:
Selecionar conjunto de locos de microssatélites para realização de estudos genéticos populacionais em perdiz e outros tinamídeos
Objetivos específicos
Analisar a tranferabilidade de pares de primers heterólogos para amplificação de locos microssatélite em perdiz e outras espécies de
tinamídeos;
Identificar locos de microssatélite no genoma de perdiz
Desenhar pares de primers específicos para amplificação de locos microssatélite em perdiz;
Verificar a transferabilidade desses pares de primers de perdiz na amplificação cruzada em diferentes espécies de Tinamidae e
Síntese bibliográfica
Descrição das espécies estudadas
Os tinamídeos, juntamente com as ratitas, são considerados as aves mais
antigas do continente sul americano, com registros fósseis de 10 milhões de anos
na Patagônia, e em registros encontrados em cavernas no Brasil, que datam 20
mil anos. São classificados taxonomicamente como pertencentes à classe Aves,
ordem Tinamiformes composta por uma única família Tinamidae, dividida em duas
subfamílias, a Tinaminae e a Rhynchotinae (SILVEIRA et al., 2001).
A subfamília Tinaminae compreende os gêneros Tinamus, Tinamotis,
Nothocercus e Crypturellus, tendo como habitat natural o chão de florestas
tropicais e subtropicais. A subfamília Rhynchotinae compreende espécies dos
gêneros Nothoprocta, Rhynchotus, Nothura, Eudromia e Taoniscus, habitando
principalmente as regiões campestres (DISLICH, 2007). A classificação
taxonômica da família Tinamidae está representada na figura 1.
Figura 1 - Classificação taxonômica da família tinamidae (Myers et al., 2008).
Classe: Aves
Ordem: Tinamiformes
Família: Tinamidae Tinamus Tinaminae Nothocercus
Crypturellus
Subfamília
Nothoprocta Rhynchotinae Rhynchotus
Em decorrência da grande variação inter-específica que ocorre, principalmente em gêneros como Tinamus, Crypturellus e Nothura, a taxonomia da família é bastante complexa, levando muitas vezes a erros no estabelecimento
dos táxons (AMARAL & SILVEIRA, 2004).
Estudos realizados por BERTELLI & PORZECANSKI (2004), utilizando análises morfológicas e marcadores moleculares, classificaram filogeneticamente 47 espécies distribuídas em nove gêneros. Apresentam como característica principal a dificuldade de vôo. A sua distribuição geográfica abrangem o noroeste do México ao sul da Argentina (SICK, 1997), ocupando os mais diferentes ambientes terrestres, como as elevadas altitudes dos desertos andinos, até a Mata
Atlântica com baixas altitudes. Embora represente uma importante ordem nos mais variados ecossistemas brasileiros, poucas pesquisas foram realizadas para se conhecer melhor os tinamídeos brasileiros. A seguir são descritos os tinamídeos utilizados no presente estudo de acordo com informações disponíveis em SICK (1997), SIGRIST (2006) e IUCN (2010).
Perdiz (Rhynchotus rufescensTEMMINCK, 1815)
Considerado o maior tinamídeo campestre nacional com ampla distribuição
geográfica no continente americano, é também conhecida no Brasil como perdigão
(sul do Brasil) ou inhambupé (NE do Brasil). São aves de aparência galinácea
com plumagem de coloração castanho claro, salpicado de preto e branco com
forte mimetismo defensivo.
Os adultos medem entre 35 e 37 cm, com peso médio de 750 gramas,
podendo alguns indivíduos atingir 1000 gramas (WEEKS, 1973), sendo as fêmeas
mais pesadas do que os machos.
Possui hábito terrícola, habitando os campos sujos, cerrados e caatinga,
sendo que sua alimentação consiste de sementes, frutos e invertebrados do solo,
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Macuco (Tinamus solitarius - VIEILLOT, 1819)
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Azulona (Tinamus tao - TEMMINCK, 1815)
Apresenta coloração de tom cinza-ardósia, podendo atingir cerca de 1,9 kg e medindo 52 cm.
Acredita-se que o macuco e a azulona venham de um mesmo ancestral
comum, com diferenças relacionadas ao peso maior da Azulona e ao fato dos ovos, apesar de serem da mesma cor verde azulada, serem perfeitamente esféricos na azulona, diferenciados da forma oblonga apresentada em Tinamus
solitarius.
Jaó (Crypturellus undulatus - TEMMINCK, 1815)
Ave cinegética típica do Brasil central, habita matas abertas e cerrados,
principalmente na beira de rios, também conhecida na Amazônia como Macucauá
e Sururina. Representante da avifauna primitiva apresenta registros fósseis
encontrados no continente que datam 10 milhões de anos. Possui plumagem
cinza amarronzada no dorso, finamente estriada, medindo cerca de 31 cm de
comprimento.
No sudeste e sul do Brasil, ocorre o Jaó-do-litoral (Crypturellus noctivagus
noctivagus), também chamado de Jaó-do-sul ou zabelê, encontrado na mata
atlantica primitiva, desde o nivel do mar, até cerca de 400 m de altitude.
Inhambu-xororó (Crypturellus parvirostris- WAGLER, 1827)
É a menor espécie do seu gênero, medindo cêrca de 19 cm, com vasta
distribuição geográfica no Brasil, habitando campos sujos, capoeiras, plantações e
pastos. Também conhecida popularmente no Brasil por inhambuzinho,
inhambu-mirim, espanta-boiada, bico-de-lacre e xororó. Por ser uma ave cinegética
apresenta status de conservação de espécie em perigo. Ocorre ao sul do
Amazonas, Pará ao nordeste, sudeste e sul do Brasil, assim como no Peru,
Bolívia, Paraguai e Argentina. Adapta-se bem ao cativeiro, tendo ótima
Inhambu-xintã (Crypturellus tataupa - TEMMINCK, 1815)
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Inhambu-guaçu}Crypturellus obsoletus -TEMMINCK, 1815)
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Inhambu-chororão (Crypturellus variegatus - GMELIN, 1789)
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Zabelê (Crypturellus noctivagus - WIED-NEUWIED, 1820)
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Marcadores Moleculares na conservação de espécies
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analisar vinte indivíduos da espécie Triclara malchiatacea, criados em cativeiro, utilizando nove primers de RAPD.
A variabilidade genética de duas espécies de araras silvestres Ara araruna
e Ara chloroptera, foi determinada por CAPARROZ et al. (2001), através da
técnica DNA fingerprint, utilizando sondas de minissatélites humanos. Os autores encontraram índices de variabilidade genética maior na população de A.
chloroptera do que na população de A. araruna.
Espécies que apresentam menor diversidade genética são mais vulneráveis a extinção. FARIAS & MYIAKI (2006) verificaram alta correlação entre variabilidade genética e ameaça de extinção de três espécies de araras,
Anodorhinchus hyacinthinus, Ara araruna e A. chloroptera. A espécie A.
hyacinthinus, ameaçada de extinção, apresentou os mais baixos valores de
variabilidade genética (heterozigosidade e diversidade alélica), quando comparados aos observados para as outras duas espécies, que não estão ameaçadas de extinção.
A manutenção da diversidade genética é um dos principais objetivos na conservação de pequenas populações, nas quais, o declínio da variabilidade
genética provoca a diminuição da capacidade de resposta à seleção natural e aos efeitos da deriva genética na frequência de alelos (STOFER, 1996).
Marcadores Microssatélites (STRs)
No genoma dos organismos eucariotos, existe uma grande quantidade de
DNA repetitivo, sendo descritos pela primeira vez em leveduras e vertebrados por
HAMADA et al. (1982). Microssatélites são caracterizados por repetições em
tandem de mono, di, tri ou tetra nucleotídeo, localizadas dentro de regiões de
sequencia única. Cada bloco de repetições é normalmente menor que 100 pares
de nucleotídeos (TAUTZ, 1989).
Apresentam a vantagem de serem marcadores co-dominantes e se
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podem ser considerados idênticos devido à condição de estado e não por descendência (BALLOUX et al. , 2000).
A determinação do grau de parentesco entre indivíduos através destes
marcadores possibilita a diferenciação de animais que são produzidos legalmente em criatórios comerciais daqueles coletados de forma ilegal na natureza. Com este objetivo, PILLAY et al. (2009) caracterizaram 22 locos de microssatélites polimórficos para uma espécie de papagaio Sul-Africano (Poicephalus robustus ). Estimativas de exclusão de paternidade também podem ser obtidas com o uso destes marcadores, conforme estudos realizados por ZOU et al. (2010) com uma espécie de grou japonês (Grus japonensis).
A construção de bibliotecas de microssatélites pode ser realizada através da técnica shotgun, que consiste na clivagem da molécula de DNA em milhares de fragmentos, sendo estes então clonados em vetores e sequenciados (FLEISCHMANN et al. 1995). Embora esta técnica permita a obtenção de um grande número de microssatélites, é necessário o sequenciamento de inúmeros fragmentos, o que implica em maiores custos.
Outra técnica, como a adotada no presente estudo, consiste na construção
dos primers de microssatélites através do enriquecimento de bibliotecas, com o uso de sondas biotiniladas que seleciona os fragmentos por motivos de repetição (CT e GT), para então proceder a clonagem nos vetores e sequenciamento, conforme protocolo adaptado de BILLOTE et al. (1999).
Outro atributo interessante dos marcadores STRs é a transferabilidade, ou seja a possibilidade de se utilizar pares de primers desenhados para uma determinada espécie, na determinação de polimorfismos em outras espécies do
mesmo gênero (CIPRIANI et al., 1999) ou dentro da mesma família (ZUCHI et al., 2002; Roa et al. ,2000).
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(Rhynchotus rufescens)O8DO%-=L2
D8LOEConsiderada o maior tinamídeo campestre da fauna brasileira e
com ampla distribuição geográfica no continente americano, a perdiz (Rhynchotus
rufescens), juntamente com outros representantes desta ordem, encontram-se
atualmente com populações em declínio, principalmente pela destruição de
habitats e pela caça predatória. A conservação destas espécies se justifica não
somente por sua história evolutiva, como principalmente pela importância
ecológica que estas aves apresentam, contribuindo para a dispersão de sementes,
controle de insetos e predação, além da criação em cativeiro para fins comerciais.
Para tanto se torna necessário conhecer a estrutura genética destes animais a fim
de subsidiar estratégias conservacionistas. Neste sentido o presente estudo teve
como objetivo caracterizar o grau de polimorfismo genético em perdizes, utilizando
dez pares de primers de microssatélites, desenhados para avestruzes (Struthio
camelus) e dez pares de primers específicos para o inhambu-cabeça-vermelha
(Tinamus major). Nenhuma amplificação foi obtida em perdizes com a utilização
dos primers para avestruz. Dos primers desenvolvidos para T. major somente um
(E101) apresentou amplificação específica em perdizes, observando-se
amplificações inespecíficas para os primers A104, E118 e E119. Foram
observadas taxas de amplificação cruzada de 100 e 70% para macuco (Tinamus
solitarius) e para a azulona (Tinamus tao), respectivamente. De acordo com os
resultados obtidos no presente estudo, é possível a utilização desses marcadores
em pesquisas destinadas a conservação dessas duas espécies, sendo necessário
o desenvolvimento de primers específicos para a perdiz e os demais tinamídeos
estudados.
Introdução
A perdiz (Rhynchotus rufescens), maior tinamídeo campestre nacional,
juntamente com outros representantes desta ordem, encontra-se em algumas
regiões ameaçada de extinção, principalmente pela destruição de habitats e pela
caça predatória (BRESSAN et al., 2009). Sua distribuição geográfica abrange todo
o continente americano (SICK, 1985).
Segundo SICK (1985) são animais que pertencem a avifauna mais antiga
deste continente, com registros fósseis de 10 milhões de anos na Patagônia, e em
cavernas no Brasil, que datam de aproximadamente 20 mil anos.
O desenvolvimento de estratégias que visem à conservação destas
espécies se justifica não somente por sua história evolutiva, como também pela
importância ecológica que estas aves apresentam, contribuindo para a dispersão
de sementes, controle de insetos e predação.
Vale ressaltar ainda, que estes animais podem ser criados em cativeiro,
assumindo uma importância econômica na geração de emprego e renda em
comunidades carentes, desde que atendidas condições básicas de legislação,
criação e comercialização. Neste sentido torna-se importante a determinação da
estrutura genética das populações tanto em vida livre como em cativeiro,
principalmente no que se refere à variabilidade entre indivíduos e entre
populações, o que determina as estratégias de conservação e manejo de
espécies.
Com o desenvolvimento da técnica de reação em cadeia de polimerase
(PCR) na década de 80, marcadores STRs tem sido muito utilizada em pesquisas
às questões de evolução e de biologia da conservação.
Os STRs estão amplamente distribuídos no genoma dos diversos
organismos, de forma casual. Em animais, verifica-se a ocorrência da
conservação de sítios de STRs em espécies relacionadas, o que permite em
alguns casos, a amplificação de locos de microssatélites de espécies do mesmo
Trabalhos realizados por MENOTTIRAYMOND & OBRIEN (1995) com espécies estreitamente relacionadas, tais como gado bovino e ovino, demonstraram ser possível a utilização de primers desenhados para uma espécie,
na análise de polimorfismos de microssatélites de outra espécie. ZUCOLOTO et al. (2006), utilizando primers desenvolvidos para o crocodilo americano (Alligator
mississipiensis) e para o jacaré do papo amarelo (Caiman latirostris), conseguiram
a amplificação de produtos de PCR com relativo polimorfismo em outras três espécies de crocodilianos sul americanos. Para a determinação do número populacional de onças pardas (Puma concolor) em duas unidades de conservação do estado de São Paulo, MIOTTO (2006) utilizou-se de primers desenvolvidos
para o gato doméstico (Felis catus). Da mesma forma, DALTOÉ-INGLÊZ et al. (2005) para a avaliação da variabilidade genética de bugios (Alouatta caraya), utilizaram primers de espécies relacionadas.
A transferabilidade em aves também é descrita em diversos trabalhos, apesar da frequência relativamente baixa de locos de microssatélites comparada com outras espécies (LONGMIRE et al.1999; PRIMMER et al. 1997b). PANG et al (1999) obtiveram taxa de 22,9 % de amplificação específica em codornas,
utilizando STRs desenhados para galinhas.
Em trabalho realizado por LILLANDT et al. (2002) com microssatélites desenvolvidos para Siberian Jay (Perisoreus infaustus), foi observada transferabilidade destes primers em outras quatro espécies de pássaros, embora os melhores resultados foram obtidos para a espécie do mesmo gênero. Resultados semelhantes tiveram HUANG et al. (2005), que verificaram maior transferabilidade em gansos do que em galinhas e pavões, quando utilizaram
primers para microssatélites desenhados para patos-de-pequim, ressaltando que patos e gansos pertence a ordem Anseriforme, enquanto galinhas e pavões são galiformes.
Diferentes estudos bioquímicos obtidos por hibridização de DNA colocam os tinamíformes como parentes próximos de ratitas, como a ema (Rhea
GARNERO et al. (2006) estudando a homeologia cromossômica de várias espécies da família tinamidae, também constataram a proximidade do grupo Rhynchotus e Nothura com as ratitas, porém com um grau de diferenciação entre
os cromossomos sexuais.
Por esta razão, para a verificação de transferabilidade em perdizes (Rhynchotus rufescens) e outros tinamídeos, o presente estudo avaliou a utilização de primers heterólogos de microssatélites, desenvolvidos para avestruzes (Struthio camelus) e para o Inhambu-de-cabeça-vermelha (Tinamus
major).
Materiais e método
Coleta das amostras
Os estudos foram realizados utilizando amostras de sangue de perdizes e
de outros tinamídeos, coletadas a partir da veia na asa, e, em algumas aves com
o corte da unha.
O número de indivíduos amostrados de cada espécie, e os locais de coleta