REVISTA
PAULISTA
DE
PEDIATRIA
www.rpped.com.br
ARTIGO
ORIGINAL
Necessidades
de
assistência
à
crianc
¸a
com
deficiência
---
Uso
do
Inventário
de
Avaliac
¸ão
Pediátrica
de
Incapacidade
Fernanda
Moreira
Teles,
Rosa
Resegue
e
Rosana
Fiorini
Puccini
∗UniversidadeFederaldeSãoPaulo(Unifesp),SãoPaulo,SP,Brasil
Recebidoem10desetembrode2015;aceitoem14defevereirode2016 DisponívelnaInternetem28demarc¸ode2016
PALAVRAS-CHAVE Saúdedapessoa comdeficiência; Crianc¸ascom deficiência; Reabilitac¸ão; Atividadescotidianas
Resumo
Objetivo: Descreverasnecessidadesdeassistênciareferidasporcuidadoresdecrianc¸ascom deficiênciaemprocessodeinclusãoescolar,pormeiodoInventáriodeAvaliac¸ãoPediátricade Incapacidade.
Métodos: Estudotransversalcom181crianc¸asde7-10anoscomdeficiênciasfísicasoumentais, queseencontravamemprocessodeinclusãoescolarnocicloFundamentalI,em2007.Local: 31escolasdaDiretoriaRegionaldeEnsino ---Distrito Penha,Zona Leste doMunicípiodeSão Paulo. Foramavaliadas asnecessidadesdeassistênciadocuidadordacrianc¸aem trêsáreas --- autocuidado,mobilidade efunc¸ão social, pormeio doInventáriode Avaliac¸ão Pediátrica de Incapacidade, segundoaseguinte pontuac¸ão:5Independente,4Supervisão, 3Assistência mínima,2Assistênciamoderada,1Assistênciamáximae0Assistênciatotal.Paraanálise esta-tística,usou-seotestetdeStudenteanálisedevariância(Anova)efoisignificativop<0,05.
Resultados: Asmenores médias,com diferenc¸aestatística, foramobservadas para os itens relacionados àfunc¸ão social(55,8-72), seguidasdasfunc¸ões deautocuidado (56-96,5)para todosostiposdedeficiência,comexcec¸ãodascrianc¸ascomdeficiênciafísicaqueapresentaram menoresmédiasparaautocuidado(56)emobilidade(63,8).
Conclusões: Afunc¸ãosocialfoiaáreareferidacomoaquenecessitademaiorassistênciado cuidador eoInventáriodeAvaliac¸ãoPediátricadeIncapacidadeéuminstrumentoquepode contribuir paraidentificaressasnecessidadeseparaodesenvolvimentodeumaintervenc¸ão maisdirigida.
©2016SociedadedePediatriadeS˜aoPaulo. PublicadoporElsevier EditoraLtda.Este ´eum artigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY(http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/).
DOIserefereaoartigo:http://dx.doi.org/10.1016/j.rppede.2016.02.015
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:rosanapuccini@gmail.com(R.F.Puccini).
0103-0582/©2016SociedadedePediatriadeS˜aoPaulo.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´eumartigoOpenAccesssobumalicenc¸a
KEYWORDS Healthofindividuals withdisabilities; Childrenwith disabilities; Rehabilitation; Dailyactivities
Careneedsofchildrenwithdisabilities---UseofthePediatricEvaluationofDisability Inventory
Abstract
Objective: Todescribethecareneedsreportedbycaregiversofchildrenwithdisabilitiesgoing throughtheschoolinclusionprocessusingthePediatricEvaluationofDisabilityInventory.
Methods: Cross-sectionalstudywith181childrenaged7to10yearswithphysicalormental disabilities,undergoingtheinclusionprocessinElementaryschoolin2007.Location:31schools oftheRegionalEducationBoard-DistrictofPenha,EastSidethecityofSãoPaulo.The chil-dren’scareneedsaccordingtothecaregiverswereassessedinthreeareas-self-care,mobility andsocialfunction,usingthePediatricEvaluationofDisabilityInventory,accordingtothe fol-lowingscore:5,Independent;4,Supervision;3,MinimumAssistance;2,ModerateAssistance; 1,MaximumAssistanceand0,TotalAssistance.Forstatisticalanalysis,weusedStudent’st-test andanalysisofvariance(ANOVA),withp<0.05beingstatisticallysignificant.
Results: Thelowermeans,withstatisticallysignificantdifferences,wereobservedfortheitems relatedtosocialfunction(55.8to72.0),followedbyself-carefunctions(56.0to96.5);forall typesofdisabilities,exceptforchildren withphysicaldisabilities,whohadlowermeans for self-care(56.0)andmobility(63.8).
Conclusions: Socialfunctionwastheareareferredtoastheonethatneededahigherdegree ofassistancefromthecaregiverandthePediatricEvaluationofDisabilityInventoryisatool thatcanhelpidentifytheseneedsanddevelopamoretargetedintervention.
©2016SociedadedePediatriadeS˜aoPaulo.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisanopen accessarticleundertheCCBYlicense(http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/).
Introduc
¸ão
Ainclusãodacrianc¸acomdeficiênciaéumprocessoquese inicianonúcleofamiliar.Essenúcleopodeserdefinidocomo umaunidadesocialsignificativainseridanasociedade,tem influência na determinac¸ão do comportamento humano e naformac¸ãodapersonalidadedosseusmembros.1O
nasci-mentodeumacrianc¸acomdeficiênciaocasionamudanc¸as
significativasnaorganizac¸ãoeestruturadasfamíliasé
reco-nhecido o papel decisivo que essas exercem no processo
dereabilitac¸ãodacrianc¸a, tanto noqueserefere ao seu
desenvolvimentocomo nasuaindependência em
habilida-des funcionais.2 Nesse processo, o apoio social recebido
peloscuidadoresdacrianc¸acomdeficiênciaéfundamental,
poisamenizaoestressedemãesepaisepromovevinculac¸ão
maisadequadacomseufilho.3Arespostadafamíliaaesse
desafio depende dasua experiência anterior, deaspectos
socioculturais,das relac¸ões familiares e daexistência de
redesocial deapoioaessacondic¸ão,sobretudonasáreas
daeducac¸ãoesaúde.2
A escola, além do seu objetivo tradicional de
pro-mover a educac¸ão e a integrac¸ão social, cumpre assim
um papel fundamental para reverter situac¸ões de
exclu-sãoaopromoverac¸õesdeconscientizac¸ãosobreosdireitos
daspessoascomdeficiência.4,5Aeducac¸ãoinclusivaé
defi-nidacomooconjuntodeprocessoseducacionaisintegrantes
depolíticasarticuladas impeditivas de qualquerformade
segregac¸ão e de isolamento. Essaspolíticas buscam
alar-gar o acesso à escola regular, ampliar a participac¸ão e
assegurar a permanência dos alunos, independentemente
de suas particularidades. Sob o ponto de vista prático, a
educac¸ãoinclusivagaranteatodacrianc¸aoacessoaoensino
fundamental.6
Em1990, noBrasil,essemovimento sefortaleceu com
asconquistasestabelecidasnaConstituic¸ãofederal (1988)
queafirmaaigualdadedecondic¸õesdeacessoe
permanên-cianaescolaeressaltaodeverdoEstadocomaeducac¸ão,
efetivadomedianteagarantiadeensinofundamental
obri-gatórioe gratuito paratodos,inclusive aosque aelenão
tiveram acesso na idade própria, e, ainda, atendimento
educacionalespecializadoàspessoascomdeficiência,
pre-ferencialmentenarederegulardeensino.7
Diantedasdificuldadesdeintegrac¸ãodascrianc¸as com
deficiência, considera-seimportanteque, pormeiodeum
instrumentode avaliac¸ãojá validado,possamser
ofereci-dos informac¸õese subsídiosquecontribuamparaaescola
e para a família dessas crianc¸as noprocesso de inclusão.
OPEDI---InventáriodeAvaliac¸ãoPediátricadeIncapacidade
foi desenvolvido em respostaà crescenteconscientizac¸ão
deque,emboraahabilidadedeparticiparematividadesde
vidadiáriasejaoprincipalobjetivoparacrianc¸ascom
defici-ênciaesuasfamílias,nãohaviainstrumentosquepudessem
mensurar esses ganhoseficientemente. Segundo Mancini,8
osinstrumentos anteriormenteexistentes frequentemente
enfatizavam o fato de a crianc¸a melhorar seu
desempe-nhonessasatividades,tomandocomoreferênciaofazerda
crianc¸asemdeficiência.Oautorcolocaqueamensurac¸ão
deve focar na melhora do desfecho final,
independente-mentedosmétodosusadospelacrianc¸aparadesenvolvê-los.
Acapacidadefuncionalverdadeiradascrianc¸ascom
defici-ênciaerageralmentesubestimadaeosresultadosfuncionais
deintervenc¸õesnãopodiamsercompletamenteavaliados.
O PEDI oferece informac¸ões detalhadas sobre as
incapa-cidades e a necessidade de assistência do cuidador no
desenvolvimento das atividades em três áreas ---
Assim,esteestudofoifeitocomoobjetivodedescrever
aassistênciadocuidadoroferecidaàscrianc¸ascom
defici-ênciaem processode inclusão,pormeiodoInventáriode
Avaliac¸ãoPediátricadeIncapacidade(PEDI).
Método
Estudo transversal analítico, feito nas escolas de ensino fundamental da Prefeitura Municipal de São Paulo, da DiretoriaRegionaldeEnsinodoDistritoPenha,ZonaLeste. Cada uma das 13diretorias regionais de ensino do muni-cípio é responsável por um grupo de escolas e tem um servic¸o de apoio à inclusão --- Cefai (Centro de Educac¸ão e Formac¸ão de Apoio à Inclusão). Esse servic¸o tem como atribuic¸õesoacompanhamentodosalunoscomdeficiência por meio de visitas sistemáticas às escolas, avaliac¸ão pedagógica, reuniões com professores e coordenadores pedagógicos, atendimentos a pais e mapeamento dos atendimentos da região. As escolas com maior número de crianc¸as com necessidades especiais apresentam também salas de apoio à inclusão, denominadas SAAI ---Salas deApoioe Acompanhamentoà Inclusão.Essas salas são destinadas ao atendimento educacional em caráter complementar, suplementar ou exclusivo aos alunos que apresentamalgumtipodedeficiência.(http://portal.sme. prefeitura.sp.gov.br/Main/Page/PortalSMESP/Atendimento-Educacional-Especializado).
De 33escolas da DRE --- Distrito Penha, Zona Leste de
SãoPaulo,31tinhamcrianc¸ascomdeficiênciamatriculadas,
as quais foram incluídas neste estudo. Foram contatados
pela pesquisadora os diretores ouorientadores
pedagógi-cosdessasescolas,paraosquaisfoifeitaumaapresentac¸ão
da pesquisa, seus objetivos e procedimentos. Nessa
oca-sião,obtiveram-seinformac¸õessobreoprocessodeinclusão
desenvolvidoemcadaescola---acessibilidade,qualificac¸ão
dosprofessores,sistemática dereuniõescomospais,suas
dificuldades, incluindo a discussão e definic¸ão
comparti-lhadasobreaprogressãonasséries.
Apopulac¸ãoavaliada foiconstituídaporcrianc¸as de
7-10 anos em processo de inclusão escolar no ciclo
Funda-mentalI---1aa4a séries(antes daampliac¸ãopara9anos),
em 2007. Foi considerado o total decrianc¸as com
defici-ência que apresentava laudo diagnóstico; a listagem das
crianc¸as foi fornecida peloCefai --- Centro de Educac¸ão e
Formac¸ão deApoio à Inclusãoda DER---Diretoria Regional
Penha,totalizando200crianc¸as,em2007.Apartirdalista
dealunos,ospaisoucuidadoresforamconvidadosa
partici-pardapesquisa;aentrevistafoiagendadaefeitanaescola
pelapesquisadora.Dototalde200crianc¸as,foramexcluídas
19:16pornãocomparecimentooudificuldadesderesponder
aoquestionárioe3porrecusa.Assim,apopulac¸ãofinaldo
estudofoiconstituídapor181crianc¸as.Noqueserefereao
tipodedeficiência,nesteestudoadotou-seanomenclatura
usadapeloCefai---CentrodeFormac¸ãoeApoioaInclusão,
aqualédescritaaseguir:
Conduta típica: grupo de crianc¸as com diagnóstico
médico de hiperatividade, doenc¸as psiquiátricas e
trans-tornos de comportamento e alterac¸ões das aquisic¸ões
cognitivas,incluindodeficiênciamentaldetodososníveis.
DGD---Deficiênciaglobaldodesenvolvimento:grupode
crianc¸as com autismo de todos ostipos (leve, moderado,
grave)e Asperger.Esse termo é usadopelaSME e
corres-pondeaoCid10---F84.
Deficiência física: deficiências por falta de membros,
assimetriademembros,assimcomodeformidadesóssease
deficiênciasmotoras.
Síndromes genéticas: grupo com laudo de síndromes genéticas.
Síndrome de Down (SD): o Cefai classifica
separada-menteessegrupo.
Múltiplasdeficiências:crianc¸ascomdoisoumais
com-prometimentos. Sãoincluídas ascrianc¸as queapresentam
deficiênciasassociadasaqualqueroutraalterac¸ão/doenc¸a.
Exemplo:deficiência motorae epilepsia;deficiência
audi-tivaevisual,entreoutros.
Outrasdeficiências:correspondemalaudosdedoenc¸as
comosíndromedaamplificac¸ãodolorosa,deficiênciavisual,
dislexia,distúrbiosdefalaeoutros.
Natabela1encontra-seadistribuic¸ãodosalunossegundo
otipodedeficiência.Observa-sequeaconduta típicaéa
maisfrequente,seguidapelosgruposcommúltiplas
defici-ênciasedeficiênciafísica.
O cuidador foi entrevistado por meio de questionário
estruturado.Considerou-secomocuidadorqualquerpessoa,
independentementedograudeparentesco,queacompanha
acrianc¸anoseucotidianoduranteasatividadesdiárias.
A avaliac¸ão da necessidade deassistência do cuidador
foi feita por meio do Inventário de Avaliac¸ão Pediátrica
deIncapacidade --- PEDI(Pediatric Evaluation of Disability
Inventory). O PEDI foi desenvolvido por Haley et al. em
1992 e validado para a populac¸ão brasileira por Mancini
em 2005. Trata-se de questionário estruturado composto
portrêspartes.Aprimeiraavaliaashabilidadesfuncionais
dacrianc¸anasáreasdeautocuidado(73itens),mobilidade
(59itens)efunc¸ãosocial(65itens),pontua-seem1quando
acrianc¸afazoitemavaliadoe0quandoelanãoconsegue
fazer.AParteIIrelaciona-seànecessidadedeajuda
forne-cidapelocuidadorparaaexecuc¸ãode20itensdasmesmas
áreasavaliadasnaprimeiraparte,autocuidado,mobilidade
e func¸ão social, com a seguinte pontuac¸ão: 5 -
Indepen-dente,4-Supervisão,3-Assistênciamínima,2-Assistência
moderada,1-Assistênciamáximae0-Assistênciatotal.São
exemplosdeassistênciadocuidador:Autocuidado---come
ebebenasrefeic¸õesregulares;Mobilidade---locomoc¸ãoem
Tabela1 Tipodedeficiênciadecrianc¸asemprocessode inclusão. Diretoria Regionalde Ensino ---Penha,São Paulo (2007-2009)
Tipodedeficiência n◦dealunos %
Condutatípica 55 30,4
Deficiênciafísica 27 14,9 Deficiênciaglobaldodesenvolvimento 12 6,6
Dislexia 2 1,1
Distúrbiosdefala 13 7,2
Deficiênciavisual 5 2,8
Múltiplasdeficiências 33 18,2
SíndromedeDown 17 9,4
Síndromesgenéticas 12 6,6 Outrasdeficiências 5 2,8
ambienteinterno,conseguepercorrer15metrosenãoinclui abrirportasoucarregarobjetos;Func¸ãosocial--- compreen-sãofuncional,entendimento dassolicitac¸õeseinstruc¸ões. Os cuidadores entrevistados assinalaram a opc¸ão que se referiaàassistêncianecessáriaparacadacrianc¸aemcada uma das func¸ões. A terceira parte do instrumento ava-liaasmodificac¸ões/adaptac¸õesnecessáriasnoambienteda crianc¸a para as atividades. A pesquisadora foi a única a aplicaroPEDI,apóstreinamentorecomendadopelos auto-res;embora o PEDIpossaser aplicadosem apresenc¸a do paciente,nesteestudoempregou-seométododeentrevista simultâneaàobservac¸ãodiretadacrianc¸a.8
Nesteartigo, foramanalisados osresultadosreferentes
ao cuidador e à necessidade de assistência do cuidador
(ParteIIdoPEDI).Asanálisescomapontuac¸ãooriginaldos
itens (média) foram transformadas em escalas de 0-100,
assimcomosugeremMcDowellandNewell.9
escalatransformada
=(pontuac¸ o original−menorpontuac¸opossível)
amplitudedaescalaoriginal ×100
Paracompararassubescalasentreasvariáveisdoestudo,
usou-se o teste t de Student ou a análise de variância
(Anova); considerou-se um nível de significância de 5%.
Foramfeitas as comparac¸ões entre astrês escalas
(auto-cuidado, mobilidade e func¸ão social) para cada grupo de
crianc¸as com diferentes diagnósticos por meio daanálise
devariância commedidas repetidas(univariada). Quando
houvediferenc¸asignificanteentreasescalas,estafoi
iden-tificada por meio do teste de comparac¸ões múltiplas de
Bonferroni.
Esteestudo foiaprovado,em 20/07/2007,peloComitê
deÉtica ePesquisa daUniversidadeFederal deSão Paulo
(CEP:1115/07).
Resultados
Dos181cuidadoresentrevistados,92,3%eramdosexo femi-nino.Natabela 2encontra-se descrita aescolaridade dos
cuidadores. Observou-se que maisde 50% dos cuidadores
tinham ensino fundamental II completo ou mais anos de
estudo.
Na tabela 3 apresentam-se as médias de pontuac¸ão
obtidas,a partir dareferência do cuidador, em relac¸ão à
necessidadedeassistênciaparacada umadasfunc¸õesdas
Tabela2 Escolaridadedoscuidadoresdecrianc¸asem pro-cessodeinclusão.DiretoriaRegionaldeEnsino---Penha,São Paulo(2007-2009)
Escolaridade Númerode cuidadores
%
Analfabeto 07 3,0
EnsinofundamentalIincompleto 17 9,4 EnsinofundamentalIcompleto 24 13,3 EnsinofundamentalIIincompleto 31 17,1 EnsinofundamentalIIcompleto 33 18,2 Ensinomédioincompleto 5 2,8 Ensinomédiocomplete 54 29,8 Ensinosuperiorincompleto 4 2,2 Ensinosuperiorcompleto 6 3,3
Total 181 100,0
trêsáreas---autocuidado,mobilidadeefunc¸ãosocial.Houve diferenc¸a estatisticamente significante entre três escalas nasáreasdeautocuidado,mobilidadeefunc¸ãosocial,para todosostiposdedeficiência.Afunc¸ãosocialfoiamais com-prometida em todosostipos dedeficiência, com excec¸ão da deficiência física, que apresentou menor média para autocuidado. Destaca-se também a deficiência global do desenvolvimento,queapresentouvaloresmaisbaixospara afunc¸ãosocial.Aescalademobilidadeobteve,emmédia, melhoresresultadosparatodosostiposdedeficiência,com excec¸ãodadeficiênciafísica.
Paradetalhamentodessesresultados,foifeitaanálisede comparac¸õesmúltiplas,paracadatipodedeficiência,cujos resultadossãoapresentadosaseguir:
Conduta típica --- houve diferenc¸a estatisti-camente significante entre as médias obtidas entre autocuidado×mobilidade (p-valor=0,003) e
mobilidade×func¸ãosocial(p=0,004).
Grupo de deficiência física --- houve diferenc¸a esta-tisticamente significante entre as médias obtidas entre autocuidado×func¸ãosocial(p=0,019).
DGD --- houve diferenc¸a estatisticamente significante entre as médias obtidas entre autocuidado×mobilidade
(p=0,001); autocuidado×func¸ão social (p=0,030);
mobilidade×func¸ãosocial(p<0,001).
Múltiplas deficiências --- houve diferenc¸a estatisti-camente significante entre as médias obtidas entre autocuidado×func¸ãosocial(p<0,001)emobilidade×func¸ão
social(p<0,001).
Tabela3 Necessidadedeassistênciareferidapelocuidador,segundoostiposdedeficiências.Médiasedesvios-padrãoobtidos nasáreasdeautocuidado,mobilidadeefunc¸ãosocial.DiretoriaRegionaldeEnsino---Penha(2007-2009)
Grupodedeficiência Autocuidado DP Mobilidade DP Func¸ãoSocial DP p-valor
Condutatípica 92,2 16,1 99,9 0,8 70,9 20,6 0,004
Deficiênciafísica 56,0 26,4 62,8 36,2 71,6 23,9 0,019
DGD 66,0 26,6 95,2 7,6 53,7 26,0 <0,001
Múltiplasdeficiências 91,2 17,2 98,1 10,0 68,0 17,5 <0,001
SíndromedeDown 77,2 17,1 99,5 1,5 55,8 21,1 0,001
Síndromesgenéticas 70,7 21,5 98,4 5,2 63,3 28,2 0,004 Outrasdeficiências 96,5 12,5 100,0 0,0 72,0 14,5 <0,001
Síndrome de Down --- houve diferenc¸a estatisti-camente significante entre as médias obtidas entre autocuidado×mobilidade (p<0,001); autocuidado×func¸ão
social(p<0,001);mobilidade×func¸ãosocial(p<0,001).
Síndromes genéticas --- houve diferenc¸a estatisti-camente significante entre as médias obtidas entre autocuidado×mobilidade (p=0,003) e mobilidade×func¸ão
social(p=0,004).
Outras deficiências --- houve diferenc¸a estatisti-camente significante entre as médias obtidas entre autocuidado×func¸ãosocial(p=0,002)emobilidade×func¸ão
social(p<0,001).
Pode-severificarqueasáreasautocuidadoefunc¸ãosocial apresentam-se,emsuamaioria,comdiferenc¸aemrelac¸ão àmobilidade,excec¸ãodadeficiênciafísica.Essasáreassão, paraocuidador,asquemaisrequeremsuaparticipac¸ão,ou seja,quemaisnecessitamdesuaajuda.
Na tabela 4 são apresentadas as pontuac¸ões obtidas
pelascrianc¸as---EscalaTransformadadaCrianc¸a---segundo
ashabilidades funcionaisda crianc¸a referidaspelo
cuida-dor e os resultados obtidos referentes à necessidade de
assistência do cuidador para essas mesmas atividades
---Escala Transformadado Cuidador.É possível observarque
as médias obtidas pelas crianc¸as nas atividades avaliadas
sãosemelhantesà necessidadedeassistênciadocuidador
emcadaárea,equeafunc¸ãosocialéaáreacommenores
pontuac¸ões.
Discussão
EsteestudofoifeitonumaregiãodomunicípiodeSãoPaulo e, ainda que existam diferenc¸as em relac¸ão àscondic¸ões socioeconômicas de cada região, de ac¸ões desenvolvidas pelas escolas noprocesso de inclusão e de recursos para apoio social, osresultados deste estudo, o qual descreve asnecessidadesdecuidadosdascrianc¸ascomdeficiência, sãoreveladores docotidianoenfrentadopelos paisdessas crianc¸aseapontamparapossíveisac¸õesaserem desenvol-vidasjuntoàsfamíliascomopontoessencialdoprocessode inclusão.
Tabela4 Habilidadesfuncionaisdecrianc¸asemprocesso deinclusãoenecessidadedeassistênciareferidapelo cuida-dor,segundoasáreasdeautocuidado,mobilidadeefunc¸ão social.DRE---Penha,SãoPaulo(2007---2009)
Média Desvio padrão
Escalatransformada---Crianc¸a
Pontuac¸ão:Autocuidado(0-100) 87,7 18,4 Pontuac¸ão:Mobilidade(0-100) 93,4 20,0 Pontuac¸ão:Func¸ãoSocial(0-100) 72,5 19,3
Escalatransformada(Cuidador)
Pontuac¸ão:Cuidador ---Autocuidado(0-100)
82,6 23,5
Pontuac¸ão:Cuidador---Mobilidade (0-100)
93,4 19,8
Pontuac¸ão:Cuidador---Func¸ão Social(0-100)
68,1 21,6
Diferentes aspectos podem atuar positiva ou negati-vamente nas potencialidades de atuac¸ão dos pais, com destaqueparaaescolaridade.LopeseCorrêa10 descrevem
quedesdemuitocedoacrianc¸acomdeficiênciaesua
famí-liasão encaminhadas paradiversos profissionais desaúde
oueducac¸ão, osquais, porsuavez, prescreveminúmeras
orientac¸õesquantoaos cuidadosnecessários. Sãoospais,
portanto,osprincipaisagentesparaaestimulac¸ãoou
trei-namento de algumas func¸ões e são tambémresponsáveis
pelatroca deinformac¸õesentreaescolaeonúcleo
fami-liar,sobrecomo acrianc¸afazalgumasatividadese ograu
deindependênciaparaafeituradelas.11,12
Ocomportamentodospaisexercegrande influênciano
desenvolvimentodacrianc¸aenoseubem-estar.Interac¸ões
positivas com os filhos estão associadas ao
desenvolvi-mento cognitivo positivo, comportamental e psicossocial
dacrianc¸a. Estudo longitudinal que acompanhou desde o
nascimento um grupo de crianc¸as e jovens canadenses
comdistúrbiosneurológicoseproblemasdecomportamento
constatou que as condutas dos responsáveis pelos
cuida-dos de crianc¸as podem influenciar o desenvolvimento de
crianc¸as. Osautores consideraram, também,
característi-cassociodemográficas,concluindoque ospaisdecrianc¸as
comváriosproblemasdesaúdeapresentamatitudesmenos
positivase menosconsistentes, oque podeinfluenciar na
eficiênciadotratamento.12
Assim,oprocessodeinclusãodacrianc¸acomdeficiência
dependedo apoio familiar e também do nível de
escola-ridadedos cuidadores.Em nossoestudo cercade50% dos
cuidadores, mães em sua maioria, haviam cursado até o
FundamentalII ou mais, o que representa um fator
posi-tivoparacompreensãodasorientac¸ões,buscadeacessoaos
servic¸osdesaúdeeoutrosequipamentosdeapoioàatenc¸ão
àcrianc¸acomdeficiência.Ofatodeseremcrianc¸asinseridas
nosistemaeducacionaljápodeserresultantedeumperfil
familiarque temacessoà informac¸ão eaos seusdireitos,
bemcomovalorizaereconheceaimportânciadeacrianc¸a
frequentaraescola.
Oprocessodeinclusãorequer,poroutrolado,integrac¸ão
comoutrasáreas,especialmentesaúdeeassistênciasocial.
A Constituic¸ão Brasileira (1988) afirma a igualdade de
condic¸ões de acesso e permanência na escola e ressalta
o dever do Estado com a educac¸ão, inclusive aos que
a ela não tiveram acesso na idade própria, e, ainda,
atendimentoeducacionalespecializadoàspessoascom
defi-ciência,preferencialmentenarederegulardeensino.7Para
sua concretizac¸ão, entretanto, muitas barreiras precisam
ser rompidas. Historicamente, as iniciativas de atenc¸ão
à pessoa com deficiência tiveram como foco principal a
filantropia, a institucionalizac¸ão e a segregac¸ão.13 A
pro-gressivaampliac¸ãodopapeldosmunicípios,amudanc¸ada
concepc¸ão de segregac¸ão para inclusão e as políticas de
saúdequebuscamintegrac¸ãodeac¸õesconstituema
possi-bilidadedesuperarasac¸õesmaislimitadasevoltadaspara
tiposespecíficosdedeficiência.14Osresultadosdesteestudo
revelaramque,paratodosostiposdedeficiência,inclusive
física,hámaiornecessidadedeajudadospaisparaac¸õesde
autocuidadoefunc¸ãosocial.Portanto,ac¸õesespecíficas
vol-tadasapenasparaadeficiênciaenãoparaacrianc¸aeseus
familiaresnãoserãocapazesdepromoverarealinclusão.
Aatenc¸ão à crianc¸acom deficiência exige sistemasde
de parcerias dessas famílias com os sistemas de saúde,
educac¸ãoeredesdeapoiosocial,reorganizandoas
neces-sidades específicas dos pais e irmãos de crianc¸as com
deficiência, a fim de oferecer estratégias para que eles
próprios obtenham saúde física, emocional e bem-estar,
incluindo grupos de apoio à família e servic¸os de saúde
mental.15,16 Em relac¸ão aos cuidadores, estudo que
tam-bémusouoPEDIdemonstroudadosrelevantesemrelac¸ãoà
família,identificoudiferenc¸asdeperfisdacrianc¸aatendida
deacordocomaspectossocioeconômicosdosfamiliares,os
quais também influenciavam no suporte social percebido
peloscuidadores.17
Mantoan descreve a evoluc¸ão dos conceitos de
inca-pacidade e inadaptac¸ão, referindo que as características
do indivíduo constituíram por muito tempo a única meta
das intervenc¸ões educativas. Entretanto, a autora
res-saltaque,hoje,nenhummodeloeducativopodeignoraras
característicasdofuncionamentodaspessoasque
apresen-tamincapacidadesintelectuais,semconsiderarainterac¸ão
destascomsuafamíliaecomomeio.18Silveiraetal.19
ana-lisaramaconcepc¸ãodeeducadoreseparentesdecrianc¸as
com múltiplas deficiências em processo de inclusão. Os
resultados indicaram que os pais percebem a deficiência
dosseusfilhos como algoque acarretagrande sofrimento
ecomprometimentossociaiseque,assimcomoos
professo-res,nãoacreditavamserpossívelainclusãoescolardessas
crianc¸as,porconsideraremaescoladeensinoregular
des-preparadapararecebê-las.
SegundoSáeRabinovich,20noestudo‘‘Compreendendoa
famíliadacrianc¸acomdeficiênciafísica’’,arededeapoio
familiarfavorecea formac¸ãodevínculos ea estruturac¸ão
davida dacrianc¸acom deficiência física, ampliandosuas
possibilidades a partir da autoestima advinda da
afetivi-dade.Pormeiodasrelac¸õesdecuidado,afamíliatransmite
valorescomoosdetolerânciaerespeitoàsdiferenc¸as,
cor-roborandoparaumdesenvolvimentoadequado.Nopresente
estudo,afunc¸ãosocialfoiamaiscomprometida,inclusive
nascrianc¸as comdeficiênciafísica,corroborandoa
impor-tânciadafamíliae daescolanoseu processodeinclusão.
OPEDImostrou-seuminstrumentocapazdeidentificarde
forma mais detalhada as dificuldades em cada uma das
habilidadesfuncionais,compotencialparacontribuirpara
umaintervenc¸ão maisdirecionadadospais e educadores,
queviseasuperaressasnecessidades,quandopossível.Os
resultadosdeac¸õese estratégiasdesenvolvidasporpaise
professores podem ser mensurados, uma vez que o PEDI
identifica ascapacidades das crianc¸as, suas necessidades
deassistênciaporcuidadoreapontapararedirecionamento
dessasac¸ões.
Em outrosestudos,oPEDI demonstrouser eficientena
avaliac¸ão de diferenc¸as no desempenho funcional e de
necessidadedeauxíliodocuidador,favoreceuecontribuiu
na identificac¸ão de prejuízos no desempenho dacrianc¸a,
possibilitandoaocuidadorqueacompanhasseaevoluc¸ãodo
tratamentoecolaborassecomoplanodetratamento.21,22
Emboratenhasidofeitoem2007,oprocessodeinclusão
nasescolas regularesdas crianc¸as com deficiência
consti-tuipermanentedesafio.Osresultadosdesteestudopodem
contribuirparadiscussãoquantoaosbenefíciostrazidospelo
usodeinstrumentosdeavaliac¸ãodascapacidadese
neces-sidadesde crianc¸as comdeficiência, noacompanhamento
desseprocesso.Estábemestabelecidoque aeducac¸ãoda
crianc¸a com deficiência é uma atividade complexa, pois
exige adaptac¸ões de ordem curricular que requerem
cui-dadosoacompanhamentodoseducadoresepais.Poroutro
lado, frequentar a escolapermitirá à crianc¸a com
defici-ênciaadquirir,progressivamente,conhecimentosqueserão
exigidosdasociedadeecujasbasessãoindispensáveispara
aformac¸ãodoindivíduo.
OPEDI,somadoaoutrosprocessosdeavaliac¸ãoe
acom-panhamento da crianc¸a em processo de inclusão, pode
contribuir na identificac¸ão de limites e possibilidades de
intervenc¸ãomaisespecíficas,nãoapenasparacadacrianc¸a,
mastambémparaoconjuntodecrianc¸as comdeficiência,
direcionarasac¸õesdeeducadoresedotrabalhojuntoaos
seusparentes.Nesteestudo,seuusoapontoudeformamais
objetivaqueafunc¸ãosocialéaquerequermaiorassistência
docuidador,oqual,alémdeorientac¸ão,necessitadeapoio
frenteàsexigênciasdessacondic¸ão.Estábastante
estabele-cidaafortecargaemocionalenvolvidanocuidadoàcrianc¸a
comdeficiênciaearespostaqueafamíliadaráaessedesafio
dependerá das experiências passadas, dasituac¸ão
econô-mica,bemcomodeaspectosculturaiserelac¸õesfamiliares.
Nesseprocesso devemserenvolvidosaescola,ospaise a
sociedade.
Baseadonatese
Identificac¸ãodeincapacidadesemcrianc¸ascomdeficiência inclusasemescolasmunicipaispertencentesàDRE--- Dire-toriaRegionaldeEducac¸ãoPenha---SãoPaulo,pormeiodo PEDI---InventáriodeAvaliac¸ãoPediátricadeIncapacidade. ApresentadonaUniversidadeFederaldeSãoPaulo---2011.
Financiamento
Oestudonãorecebeufinanciamento.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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