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A evasão no ensino superior: (um estudo sobre a Universidade Federal de Goiás)

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(1)

.~.,,- ..

--FUNDAÇAO GETOLIO VARGAS

ESCOLA BRASILEIRA DE

ADMIrISTRAç~O

POBLICA

CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇAO POBLICA

EDWARDE ROSA

A

E V A S A O

N O

E N S I NOS U P E R I O R

(Um Estudo sobre a Universidade Federal de Goiãs)

.---MONOGRAFIA APRESENTADA

~

ESCOLA BRASILEIRA DE

ADMINISTRAÇ~O

POBLICA

PARA

A OBTENÇAO

DO

GRAU DE MESTRE EM ADMI

NrSTRAçAO POBLICA.

(2)

FUNDAÇAO GETULIO VARGAS

ESCOLA BRASILEIRA DE

ADMI~ISTRAÇAO

PUBLICA

CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇAO PUBLICA

A

E V A S A O

N O

E N S I NOS U P E R I O R

(Um Estudo sobre a Universidade Federal de GOiás)

APROVADA EM

DE

MONOGRAFIA DE MESTRADO APRESENTADA POR

EDWARDE ROSA

197706 1989

T/1iIBAP R788e

1111111011

1000003822

DE

1977

PELA COMISSAO JULGADORA

cec~Augusto

Farias Berndsen -

Ph.D

(3)

A

Maria Rosa, companhe! ra de todas as horas

/

(4)

Agradeço

ã

Universidade Federal de Goiãs que me proporcionou as condições de trabalho n!,

cessãrias

ã

elaboração desta Monografia, con

cedeu-me através da COPERCOPE auxl1 io finan

ce; ro e franqueou-me o uso de seus arqui vos ..

(5)

R E S U M O

Esta monografia teve como motivação bisica o fen5meno da

evasão no Ensino superior ministrado pela UFGO e suas conse

qüências sobre o custo do aluno graduado.

O estudo partiu da suspeita de que a evasao,

ã

vista de uma alta percentagem de custos fixos no ensino, onerava basta.!! te o custo do aluno graduado em determinados cursos.

Ao ,10ngo da pesqui sa p5de-se constatar acentuada escassez de bibliografia que dissesse respeito a evasão. Quase nada de

relevante existe sobre o tema, editado na língua Portuguesa.

O mesmo não acontece com os aspectos relacionados com o custea

mento do ensino. Nesta irea hi uma quantidade apreciável de

boas publicações.

Quanto às hipõteses de trabalho, em numero de cinco, os dados colhidos ratificaram umas e invalidaram outras. A prime..!. ra delas - o custo do aluno graduado em curso pouco dispendi~

so, onde hã forte evasão" estã prõximo rio custo do aluno gr!

duado em curso muito dispendioso, onde h~ fraca evasão - rev!

lou-se verdadeira. Pôde-se constatar que alguns cursos minis t r a dos p e 1 a U F G O, o n d e h i a 1 tos p e r c e n tua i s d e e v a são, a p re se.!! taram custos bastante elevados.

A segt!nda :11 põtese - o percentual de evasão é mai or entre

os candidatos que obtiveram baixas notas no vestibular - não

encontrou respaldo nos dados pesquisados. Em alguns cursos

constatou-se, paradoxalmente, maior evasão entre os alunos me lhor classificados.

Os resultados colhidos invalidaram a ~ertiva contida na

terceira hipõtese - o percentual de evasão é maior entre alu

nos do sexo feminino. O que se verificou f o i incidência de maior evasão entre os homens.

Testes de correlação estatística evidenciaram associação

entre as variãveis que compõem a quarta hipõtese quanto

maior a relação candidatos/vaga no vestibular menor o perce.!!. tual de evasão - e a quinta - quanto maior o dispêndio real..!.

zado em cad~ curso menor o percentual de evasão. Vale salien

\

\

. i

(6)

tar que a correlação entre evasão e dispêndio é bem mais sign.!. ficativa que aquela constatada entre evasão e a relação candi datos/vaga.

Não obstante serem relativamente semelhantes os problemas

de ensino na UFGO e nas demais universidades federais s o pr~

sente estudo não autori za a general i zação das concl usões a que

se chegou.

r

possivel que alguns dos resultados encontrados

-a m-aior ev-asão entre homens ~ por exemplo - sejam meramente ep.!.

sõdicos.

A vista da dimensão e da importância que o ensino sup~

rior assume hoje no Brasil e~ também, do elevado montante de

recursos alocados ao setor~ sugere-sej . ao final do estudo, n~

vas pesqui sas sobre o fenômeno da evasão. Mui to pouco se conhe

ce sobre suas causas e significativo é o ônus que impõe ã Na

(7)

SIGLAS E ABREVIATURAS UTILIZADAS

CFE Conselho Fe~eral de Educação

DAU Departamento de Assuntos Universitários, do MEC

EAV Escola de Agronomia e Veterinária

EE FD FE FF FM FO IA

Escola de Faculdade Faculdade Faculdade Faculdade Faculdade Instituto

Engeilhari a de Direito de Educação de Farmácia de Medicina de Odontologia de Artes

IBGE Fundação Instituto BrRsileiro de Geografia e Esta

tistica ICB

ICHL IMF IQG IPT MEC

NIERHS

-Instituto de Ciências Biolõgica~

Instituto de Ciências Humanas e Letras Instituto de Matemática e Fisica

Instituto de Quimica e Geociências Instituto de Patologia Tropical Ministerio da Educação e Cultura

Nficleo Integrado da Estudos de Recursos Humanos p! ra a Safide

SEEC Serviço de Estatistica da Educação e Cultura, do MEC

(8)

I N D I C E

Pãg.

Capitulo I - O PROBLEMA DA EVASAO

01. I ntradução ... o • o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 14

02. A Expansão do Ensino Superior ... 16

03. O Problema . . . 30

04. Objetivo do Estudo ...•... 30

05. Importância do Estudo ...•...•..•... 31

06. Delimitações da Area do Estudo... 31

07. Definições de Termos ...•.... 31

08. Opey'acionalização de Variãveis ... 34

09 c Hi p5teses ... o • • • • • • • • • • • • • • • ~ • • • 35 10. Resumo e Esquema de Apresentação ....• 42

Capitulo 11 - REVISAO DA LITERATURA 01. Evasão no Ensino Superior Brasileiro 44 02. Custos no Ensino Superior Brasileiro 46 02.1. Retrospecto Histórico .•...• 46

02.2. ~spectos Econômicos do Custo .•. 53 02.3. A Contribuição da UNESCO ... 55

02.4. O Desenvolvimento do Assunto no Bras i 1 ... o • o • 56 03. Resumo e Conclusões ...•.. 67

Capitulo III - METODOLOGIA 01 o I n tradução ... o • • • o 70 02. Amostragem... 70

03. Co 1 eta de Dados... 71

04. Cãlculo do Custo •...•..•.. 75

05. O B i n ô m i o Me to d o 1 o 9 i a - H i pó te s e s . • • . • 76 06. Limitações Metodológicas ... 79

07. Resumo e Conclusões ... 79

Capítulo IV - ANALISE E INTERPRETAÇAO Dl .. Introdução . . . " . . . 82

02. Evasão e Custo do Aluno Graduado ... 82

03. E va são e No tas do Ve s ti b u 1 a r. . . • . . . 84

(9)

"

04. Evasão e Sexo ... o. . . • • . • . • • . • • • • • • 85

05. Evasão e Rel ação Gandi datos/vaga e Ev! são e Dispêndio por Curso... ...•.. 87

06. Resumo e Conclusões... ...•. 88

Capitulo V - CCNCLUSOES E SUGESTOES

010 Conclusões... 91

02. S uges tõe s .. o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 95

BIBLIOGRAFIA ... o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 98

ANEXO I - C~LCULOS ESTAT!STICOS •.•••.•.•••••••••••••••• 106

(10)

INDICE DOS QUADROS

Pãg. 1 - NO TEXTO

I - Brasil: ~atricu13s no Ensino Superior. 1932-72 ..• 16

11 - Brasil: Indicadores de Expansão do Ensino Supe

rior.1960-71 . . . 17

III - Brasil: Matriculas no Ensino Superior ...•...•.. 18

IV - Brasil: Dist\~ibuição da Oferta de Vagas no Vesti

bu1ar, Segundo ~reas de Conhecimento. 1972 ... 19

V - Distribuição de Candidatos ao Vestibular, Segundo

~reas de Conhecimento. 1972 ...•...•.. 19 VI - Niveis de Satisfação da Demanda de Vagas no Vesti

bular.1972 . . . 0 0 0 • • e . " • • • • • • • • • • • • • • 20

V I I - E n s i noS u p e r i o r : r1 a t r~' cu 1 a s d e I n i c i o d e A no.

1964 ... 6800 . . . ., . . . • . . . 21

VIII - Ensino Superior em Goiãs: Matriculas, Corpo Doce~

te e Cursos Existentes. 1960-1971 ... 23 IX Ensino Superior. Crescimento Comparativo: Brasil

-Goiãs, 1960-71 ... , ... 24

X - Ensino Superior: Cursos Existentes em Goiãs.1960-71 24

XI - UFGO - Evolução do A1unndo. 1960-?~ ...•... 27

XII - UFGO - Vagas Oferecidas. 1965-75 ... 28 XIII - UFGO - Aumento de Vagas Oferecidas. 1964-74 .•.... 36 XIV - UFGO - Concluintes e Vagas Oferecidas. 1972-74 .•. 37

XV - UFGO - Conclusão de Cursos 9 Segundo o Tamanho das

Turmas. 1972-74 .. " ...•...•.••.••. 38 XVI - UFGO - Evasão e Custo do Aluno Graduado ...•.. 82

XVII - UFGO - E"asão~ Segundo N;veis de Notas do Vestibular 84

XVIII - UFGO - Evasão~ Segundo Ãreas de Conhecimento e Ni

veis de Notas do Vestibular ...•...•... 85

XIX - UFGO - Evasão, Segundo o S~xo dos Alunos ... 86

XX - UFGO - Evasão~ Segundo ~reas de Conhecimento e S~

xo dos Alunos .... oo" • • • • • • • • " . o • • • • • " • • • • • • • • • • • • 87

2 - SOB A FORMA DE A~EXOS

UFGO - Custos Diretos e Indiretos" por Unidade de Ensino

(11)

03. Rei tori a ... ~ . ~ 113

04. Inativos ... ( ' Q • • • • 3 • • • • • • • • • • • • • • • ç G • • • • • • • • • • • • • • 113 05. Instituto de Artes ... 114

06. Facul da de de Artes ...•.. 114

07. Consarvat6~~o de M~sica ...•• 115

08. Instituto de Ci~ncias Biolõgicas ... 115

09. Instituto de Quimica e Geociências ... 116

10. Faculdade de D~reito . . . o • • • • • • • 116 11. Insti tuto de Matemãtica e Fisica ...•...•.... 117

12. Escola de Engenharin ...•.. 117

13. Faculdade de Odontologia ...•... 118

14. Esco1a de Agronomia e Veterinãria ...•. 118

15. Faculdade de Medicina ...•...•...•.•. 119

16. Hospital dlS Clinicas ... 119

17. Instituto de Patologia Tropical ...•... 120

18. Fa.:ulJade de Farmãc-ia . . . "." ..••...•.• 120

19. In5tituto de Ci~ncias Humanas e Letras ...•. 121

t'aculdade de '""d t ucaça,oG.C'! ••••••••••••••••••••••••• - 121 20. 2l. 22. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras ....•... 122

Instituto de [) • 1 " . Dl oq u, m 1 c a .. e • ~ " • • " • • • " • • • • • • • • • • • • • 122 UFGO - Composição dos Custos por Curso: 23. InglE;s . . . "' ...•...•.•...•.• 123

24. Fran~;ês .... o • • • • • • • • o • • e • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 123 25. L~ti~as Vernãculas ... 124

26. Ciêr.cie.s Sucia·js . . . a • • • • • • • • • • • • • • • • 124 27. Geoç:rafia ... o . o • • • • • • e • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 125 28. Dire;to~ .... " .... o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 125 2 9. J O 1'" :1 a 1 i s mo. • • " " • • • • • • • • . • • • • • • • • • • . • • • • • • • • • • • • •• 1 2 6 30. Histôr·ia . . . • . . . 126

31. Agronomia ... " . . . • . . . • . . . . • . . . • • • . . 127

32. Veterinária .. c • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o • • • • • • • 127 33 o t~e d i c i n () o • • • o • • • • • • " • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 1 28 34. Odontolog;ã." . . . " ... " . . . . • . . o • • • • • • • • • • • • • 128 35. Farmãcia ... " . . . :s • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 129 36. Desenho e Plãstica ... 130

(12)

39. 40. 41. 42. 43. 44.

Conservatório de Música • • li • • • • • • • • • li • • • • • • • • • • • •

Faculdade de Artes . . . e • • • • • .,

Instituto de Patologia Tropical .. . Instituto de Ciências Biológicas ... .

Instituto de Matemãtica e Fisica ... . • • • • • • o • • • •

Instituto de QUlmica e Geociências ... .

131 132 132 133 133 134 45. Esc01a de Engenharia ...•... 134 46. Instituto de Ciências Humanas e Letras ... 135 47. Instituto de Artes ...•... 136

UFGO - Evasão por Curso, Segundo Nlveis Vestibular:

48. Agronomi a ....

49. Ciências Sociais ... .

de Notas do

131 138

50. Desenho e Plãstica ...•.•... 139

51. Direito ... . 52. Farm~cia ...•...

53. Geografia.

.

... .

História ..

Jornalismo ... .

Francês ... . o • • • • • o • • • • • • • • • • • • • • •

Inglês ... . o li • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

54. 55. 56. 57. 58. 59. 60.

Letras Vernãculas . . . .

.

... .

Odon to 1 og i a ... o • li • • o • • • • • • • • • • •

Pi ano . . . .

140 141 142 143 144 145 146 147 149 150

61. Veterinãriao . . . 151

UFGO - Evasão por Curso, Segundo o Sexo dos Alunos:

62. Agronomia ... . o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

63. 64. 65. 66. 67. 68. 69. 70. 7l. 72.

Ciências Sociais .... . Desenho e Plãstica .. . Direito ...

Farmãci a ..

.

.

.

.

.

. .

.

.

.

... .

Geografia .. . História ... . Jornalismo. Francês .. Inglês ...

• • • • • • • • • • o • • I> • • • li • • • • • • • • • • • • • •

...

Letrôs Vernãculas .... o G • • • • • • • o • • • • • • • • • • • • • • • • • •

(13)

....

74. Odontologia . . . 149

75. Piano . . . 150

76. Veterinãria . . . 151

UFGO - Evasão por Curso e a Relação Candidatos/Vaga: 77. Agronomia . . . 152

78. 79. 80. 8lo 82. 83. 84. 85. 86. 87. 88. 89. 90. 9lo 92. 93. 94. 95 . 96. Ciências Sociais . . . 152

De s e n h o e P 1

ã

s t; c a . . . • . . . • . . • . • . . . • . .• 1 5 3 Di rei to. . . .. 153

Farmãcia . . . 154

Geogra fi a . • . . . .. . . .. 154

História . . . 155

Jornalismo . . . 155

Francês. . . . . . . . . . . . . . .. 156

Inglês . . . 156

Letras Vernãculas . . . 157

Medicina •••.••....••.•...•...•.•.••...•.•••••• 157

Odontologia ... lO • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 158 Piano ... fi . . . 158

Veterinãria . . . 159

UFGO - Custo do Aluno Graduado ... 160

Brasil - Ensino Superior: Vagas Oferecidas e M! triculas na la. Serie. 1960-71 ... 161

Brasil - Ensino Superior: Cursos, Professores, Al,!! nos, Estabelecimentos. 1960-73 ... 162

Brasil - Ensino Superior: Evolução das Matriculas e Conclusões de Cursos. 1960-72 ...• 163

(14)

CAPITULO I

(15)

o PROBLEMA DA EVASAo

01 - Introdução

Comparando-se a evolução do numero de vagas no vestib,!! lar, ano a ano, e cotejando-se este dado com o numero de con clusões de cursos superiores no Brasil, nota-se a existência de significativo percentual de evasão.

Como e natural, este percentual varia de curso para cur

SOe

Ate o presente, este fenômeno tem sido analisado, com cer ta profundidade, somente no ensino primãrio, tendo-se em vis

ta os alarmantes indices que alcança. l Talvez devido a sua

magnitude, o problema tem sido objeto de inumeras pesquisas. Foi atraves de pesquisas que se constatou a importância da me renda escolar para a solução do problema.

Se a evasão e importante no ensino primãrio, porque c~

labora para a manutenção de elevadas taxas de analfabetismo, mais ainda o e no ensino superior, onde onera exageradamente os custos.

A vista da ausência de terminalidade da maioria dos cur

sos de nivel medio no Brasil, a evasão no ensino superior tor

na-se ainda mais grave, porque o aluno, após um periodo sup~

rior a doze anos de estudo, nao possui nenhuma habilitação pr~

fissional.

Quanto

ã

onerosidade do ensino superior, basta lembrar

que de todos os recursos destinados

ã

educação em 1973, p~

lo Governo Federal, nada menos que 58% se destinavam a este setor.

O esforço governamental no sentido de aumentar o numero de matriculas no ensino superior tem sido, em determinados ca

1 - Segundo as Estatísticas da Educação Nacional, 1960-71, do

SEEC IMEC, a evas ão no ens ino pr imár io, em 1971, regi s trava 239

(16)

15

sos~ parcialmente anulado pelo tambem crescente percentual de evasão. 2

Este aparente descaso para com o fenômeno da evasão

é,

de certa forma, a motivação maior para a realização deste estudo. As preocupações que orientam esta pesquisa podem ser me 1hor compreendidas atraves das seguintes indagações:

1. por que motivos a evasão no ensino superior nao tem merecido dos estudiosos a mesma atenção dedicada

ã

eva são no ensino primãrio?

-2. a vista da onerosidade do ensino superior, nao seria a evasão tão danosa

ã

Nação quanto a ocorrida no ensi no primãrio?

3. quais os efeitos da evasao sobre o custo do aluno gr! duado?

4. ate que ponto os cursos denominados pouco dispendi~

sos se transformam em cursos muito dispendiosos, ã vis ta do reduzido numero de conc1uintes?

5. haverã associação3 e se existir em que grau, entre a

evasao no ensino superior e:

5.1 - o total de recursos destinados a cada curso? 5.2 - as notas obtidas no vestibular pelo candidato? 5.3 - o sexo dos alunos?

5.4 - a procura de vagas no vestibular?

5.5 - o mercado de trabalho dos profissionais forma dos em cada curso?

5.6 - a i dade dos cursos (cursos novos, cursos tradi cionais etc.)?

5.7 - a idade dos alunos?

5.8 - o grau de especialização dos professores?

2 - A relação matrícula/população total, no período 1960/1970,

no ensino superior, evoluiu de 0,13 para O,46~ acusando um

acréscimo de 253%, segundo cálculo elaborado por Carlos Lang~

ni citado por Conjuntura Econômica. Vol. 29, n9 4, abril de

(17)

02 - A Expansão do Ensino Superior

A expansao do ensino superior

e

analisada neste trabalho, pri me i ramente ~ e xami n a rido·· se o comportamen to de dete rmi nados indicadores isolados~ tais como os numeras de matriculas 9 de

vagas, de professores etc. Por outro lado, procura-se cohhe cer o aumento verificado nas ãreas de Ciências Medicas e 8io lógicas, Ciências Exatas e Tecnológicas, Ciências Humanas e S~

ciais e em Letras e Artes.

Procura-se tambem conhecer a expansão do ensino superior nos âmbitos da Nação, do Estado de Goiãs e da Universidade Fe deral de Goiãs. Este ângulo de comparações tem por objetivo avaliar a expansão ocorrida dentro da UFGO com a esfera fede ral e estadual.

02.1 - No Brasil

02.1.1 - Indicadores da Expansão

Nos ultimas quarenta anos, o ensino superior no Brasil tem crescido a taxas relativamente descontinuas. O periodo 1932-1972 pode ser dividido em fases de crescimento reduzido ou quase nulo (1932-1940 e 1950-1964), de crescimento media (1940-1950) e de crescimento acelerado (1964-1972), como de monstra o Quadro l.

QUADRO I

Brasil: Matriculas do Ensino Superior

P E R I O D O AUMENTO PERCENTUAL

1 9 3 2 1 9 4 O 0,2

1 9 4 O 1 9 5 1 152,8

1 9 5 1 1 9 6 O 78,1

1 9 6 O 1 964 57,2

1 9 3 2 1 964 606,5

1 9 6 O 1 9 7 2 638,6

FONTE: Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Vol. XLV (j! neiro-março de 1966) nQ 101 9 p. 117 e a Publicação En sino Superior - 1974.

\

(18)

17

A intensidade do crescimento de matricu1as3 no período

1960-1972 (12 anos), foi de 638~6%. Este percentual torna-se

mais expressivo quando comparado ao do período 1932-1964 (33 anos), que foi de 606,5%

Alem da matricula geral, vãrios outros indicadores ates tam a significativa expansão do ensino superior no Brasil. Me recem destaque os mencionados no Quadro 11.

QUADRO 11

Brasil; Indicadores da Expansão do Ensino Superior

I N D I C A D O R PERToDO AUMENTO PERCENTUAL

Conclusões de Cursos 1960-1972 505,7

Cursos Existentes 1960-1972 180,1

Corpo Docente 1960-1972 176,6

Estabelecimentos 1960-1971 169,3

Vagas Oferecidas 1960-1971 471 ,2

Matriculas na l~ Serie 1960-1971 630, 1

FONTE~ MEC-SEEC - Estatisticas da Educação Nacional 1960-71 e

Ensino Superior - '972.

Pelo acentuado incremento de conclusões de cursos, do nu mero de vagas oferecidas e de matriculas na primeira serie, n.Q.

ta-se que a expansão

e

decorrente, em grande parte, do melhor

uso de instalações e do trabalho do corpo docente. Como se po

de notar3 o crescimento do numero de cursos 9 de professores e

de estabelecimentos de ensino

e

bem menor que o dos três pr!

meiros indicadores. Pode-se dizer que esta expansão represe~

ta um significativo aumento de produtividade de todo o siste ma educacional.

Em parte3 esta expansão pode ser explicada pela adoção do

sistema classificatõrio de vestibular. Este criterio teve co

mo merito o preenchimento de todas as vagas de todos os cur

50S. Eliminou-se a capacidade ociosa do sistema educacional,

pelo menos em termos de vagas não preenchidas.

(19)

18

Hã no periodo 1932-1964 acentuada ênfase na expansao dos cursos compreendidos na ãrea de Ciências :-lumanas e Sociais. Me rece destaque o crescimento de matrlcu1as em Filosofia (54.808,4%)

e em Economia (6.386.4%)~ conforme se pode ver no Quadro 111.

QUADRO 111

Brasil: Matrlculas no Ensino Superior

C U R S O 1 9 3 2 1 9 6 4 AUMENTO PERCENTUAL

Fil osofi a 59 32.396 54.808i 4

Direito 6.262 30. 1 74 381 i 8

Engenharia 2.202 20.728 840s8

Economia 222 14.360 6.368i 4

Medicina 7 . 197 14.183 97 i O

T O T A L 15.942 11. 841 601,6

FONTE: Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, Vol. XLV,

(janeiro-março de 1966) n9 101~ p. 117.

Contrapondo-se ao vertiginoso aumento das matriculas em

Filosofia e em Economiai encontra-se o parco aumento em Medi

cina (somente 97% em 33 anos).

Esta expansão, voltada de modo tão acentuado para a ãrea

de Ciências Humanas e Sociais~ vem, de certo modo, corroborar

o pensamento daqueles que afirmam ter este crescimento se co~

centrado nos cursos de fãcil instalação e manutenção. Neste c.!

SOi os custos ter-se-iam constituldo no principal criterio ob

servado.

Interessante abordagem da situação da oferta e da deman da de vagas no ensino superior, por ãrea, pode ser encontrada numa pesquisa promovida pelo Departamento de Assuntos Univer sitãrios do MEC. em 1972. Verificou-se nesta pesquisa que 55% da oferta de vagas no vestibular ainda se destinam às Ciências Humanas e Sociais. não obstante a acirrada campanha de va10ri zação dos cursos situados nas ãreas de Ciências Biológicas e

Medicas e de Ci~~cias Exatas e Tecnológicas.

(20)

J{ R E

QUADRO IV

Brasil: O i s t r i b u' ç ã o da Oferta de Vagas no Vestibular, segundo Areas de Conhecimento -1972

VAGAS OFERECIDAS

A S

19

ABSOLUTO % DO TOTAL

Ciências Humanas e Sociais 123.232 55,3

Ciências Biológicas e Medicas 31.162 14 90

Ciências Exatas e Tecnológicas 40.908 1893

Letras e Artes 22.565 10, 1

Não Especificada 5.142 2,3

T O T A L

I

223.009 100,0

FONTE: MEC/DAU - Pesqui sa Sobre Demanda e Oferta de Vagas no Ensino Superior, 1972.

Na ãreade Ciencias Humanas e Letras~ são responsãveis

por 73,1% da oferta de vagas os seguintes cursos: Ciências Ec.Q. nômicas, Contãbeis e Atuariais (23,,4%), Didãtica e Pedagogia (22,3%)9 Direito (16,9%) e Ciências Sociais (10,5%).

De modo semelhante

ã

oferta de vagas tem-se comportado a

demanda. O Quadro V permi te conhecer a procura de vagas, segu.!!. do as ãreas de conhecimento.

QUADRO V

Brasil: Distribuição dos Candidatos ao Vestibular, segundo J{reas de Conhecimento -1972

C A N O I D A T O S

J{ R E A S

ABSOLUTO % DO TOTAL

Ciências Humanas e Sociais 185.581 44,6

Ciências Biológicas e Medicas 107.774 25,9

Ciências Exatas e Tecnológicas 86.752 20,8

Letras e Artes 30.935 7,4

Não Especificada 5.620 1 ,3

T O T A L

I

416.662 100,0

(21)

20

o

confronto entre oferta (Quadro IV) e procura (Quadro V) permite conhecer os nlveis de satisfação da demanda (Quadro VI), os quais revelam um alto grau de satisfação da procura de vagas em Letras e Artes (95,0%) e um baixo desempenho quanto

ã

satisfação na área de Ciências Biológicas e Medicas (22,6%).

~ R E

Ciências Ciências Ciências Letras e

QUADRO VI

Brasil: N;veis de Satisfação da Demanda de Vagas no Vestibular - 1972

DEfilAN DA OFERTA A S

A B

Humanas e Sociais 185.581 122.683 Biológicas e Medicas 107.774 24.409 Exatas e Tecnológicas

I

86.752 41 .268

Artes 30.935 29.507

Sem Especificação 5.620

I

5. 142

T O T A L 416.6621223.009

NlvEL DE SATISFAÇAO

B/A

65,2% 22,6% 47114%

95,0% 91 ,5%

53,5%

FONTE: MEC/DAU - Pesquisa Sobre Demanda e Oferta de Vagas no Ensino Superior~ 1972.

Não obstante o conhecimento déstes n;veis de satisfação da demanda, continuam os cursos das áreas de Letras e Artes e Ciências Humanas e Sociais a aumentar em proporção bem maior que os cursos das outras áreas.

Um outro ângulo bastante interessante para análise deste problema ê o exame do aumento de matriculas de inicio de ano, por curso. O Quadro VII mostra que continuam os cursos de Fi losofia, Ciências e Letras e de Direito a comandar a expansão do ensino superior no Brasil, não obstante o acentuado esfo.!: ço governamental no sentido de ampliar as vagas nas áreas de Ciências Biológicas e Medicas e de Ciências Exatas e Tecnoló gicas.

(

(22)

QUADRO VII

B r a s i 1: E n s i noS u p e r i o r: ~1 a t r i c u 1 a s d e I n i c i o d e A n o

1964-1968

c

U R S O

Filosofia, Ciências e Letras Direito

Engenharia

Administração e Economia Medicina

Odontologia Agricultura Serviço Social Farmácia

Arquitetura e Urbanismo Engenharia de Operações Medicina Veterinária Outros

196 4

NUMERO 32.396 30.974 19.4,26 16.918 14.183 5.946 3.878 2.834 2.320 2.488

1 .275

1 .516

8.232

%

22~8

21 ,7 1 3 ~ 6

11 ,9

10,0 4,2 2,7 2,0

1 ~ 6 1 ,7

0,9

1 , 1

5,8

1 968

NOMERO 76.799 52.856 37.552 36.796 25.226 7.791 5.597 4.248 3.736 3.635 2.718 2.512 18.829 21 % 27,6 19,0 13,5 13,2 9,0 2,8 2,0 1 ,5 1 ,4 1 ,3 1 ,O 0,9 6,8

T O T A L 142.386 1100~0 278.295 100,0

FONTE: MEC/SEEC - Sinopse Estatistica do Ensino Superior. Bra

sil, 1968.

Vale ressaltar o significativo aumento de matriculas em Filosofia, Ciências e Letras, as quais passaram de 22,8%, em

1964, para 27,6%, em 1968, sobre o total. Crescente tambem

e

a percentagem relativa a Administração e Economia: 11,9 em

1964 e 13,2 em 1968.

Curioso

ê

notar a diminuição, como uma percentagem do to

tal, das matriculas em Medicina e Odontologia, as quais inv.Q. luiram de 10,0 para 9,0 e de 4,2 para 2,8, respectivamente.

Nota-se que o periodo enfocado (1964-68) ê bastante re

presentativo da recente expansão do ensino superior,

ã

vista

(23)

22

de outro ângulo~ ou seja o da oferta de vagas.

Comentando as deficiencias do ensino superior brasileir~

Simonsen e Campos afirmam que "a falta de terminalidade do en

sino secundário. a multiplicação de regulamentações profissi~

nais pormenorizadamente artificiais e o status do anel de grau

conduziram à proliferação das universidades-prestigio: multi

plicavam-se a9 faculdades que podiam ser instaladas com meia dGzia de salas de aula. giz e quadro-negro e um corpo improv!

sado de professores de Economia. Direito. Filosofia etc. n3

~ possivel que o fato de a faculdade ser publica ou par

ticular tenha influenciado a opçao por cursos pouco dispendi~

sos.

! ate certo ponto lógico que a faculdade particular, do

tada de menos recursos, onde o objetivo primeiro

ê

o lucro, es

teja mais apta .e motivada a instalar cursos considerados pO.,!! co dispendiosos.

Segundo ainda a mesma pesquisa realizada pelo Departame~

to de Assuntos Universitários do MEC~ a oferta de vagas exer

cida pelas escolas particulares representava, em 1972, 70% do tota 1 .

Considerando que na maioria dos casos o estabelecimento

de ensino não dispõe dos recursos necessários

ã

instalação de

um curso considerado dispendioso (Medicina, Odontologia, Vet~

rinãria, Agronomia etc.), esta opção (instalação de cursos

pouco dispendiosos) ad\.ltada pela escola particular passa a ser compreens;vel.

02.2 - Em Goiãs

02.2.1 - Indicadores da Expansão

A exemplo do que ocorreu no resto do Pais. o ensino sup~

rior em Goiãs, no periodo compreendido entre 1960 a 1971, apr~

3 - Mario Henrique Simonsen e Roberto de Oliveira Campos, A

Nova Economia Brasileira. (Rio de Janeiro: Livraria José Oly!!

(24)

23

sentou significativa expansao.

O dimensionamento desta expansão foi possivel graças a di sponi bil i dade de i nformações sobre a evol ução quanti ta ti va

das variãveis: corpo docente, numero de cursos existentes e

matriculas no inicio do ano~ como demonstra o Quadro VIII.

A N O

1 960 1 9 6 1 196 2 1 963 1 964 1 965 1 966 196 7 196 8 1 969 1 9 7 O 1 9 7 1

Crescimento no Peri odo

QUADRO VIII

Ensino Superior em Goiãs: Matriculas, Corpo Docente e Cursos Existentes

MATRIcULAS CORPO DOCENTE

1 .361 330

1 .414 367

1 .665 400

2.359 599

2.709 550

2.896 717

3.759 886

3.546 834

4.579 985

7.880 969

7.804 1 .069

8.970 1 .201

559,0% 263,9%

NQ DE CURSOS

22 30 30 49 42 36 37 36 39 53 49 60

172,7%

FONTE: MEC/SEEC - Estatisticas da Educação Nacional, 1960-71.

Estas mesmas variãveis, quando comparadas aos resultados

verificados no Pais como um todo~ demonstram que em Goiãs o

fenômeno da expansão do ensino superior foi quase idêntico ao

ocorri do no res to da Nação, conforme se pode ver no Quadro I X.

(25)

QUADRO IX Ensino Superior

Crescimento Comparativo; Brasil - Goiãs 1960-1971

VARIJJ.VEL BRASIL -a- GOIJJ.S

-b-Matriculas 507,9% 559,0%

Corpo Docente 176,6% 263,9%

NQ de Cursos 180,1% 172,7%

24

DIFERENÇA b-a

51 ,0% 87,3% -7,4%

FONTE: MEC/SEEC - Estatisticas da Educação Nacional, 1960-71.

Como se vê, o aumento de Matriculas e do Corpo Docente em Goiãs

e

maior que o aumento ocorrido no Pais. Quanto ao núm~ ro de cursos, o percentual aplicãvel ao Estado (172,7%)

e

ap~

nas ligeiramente menor que o aplicãvel ao Pais (180,1%).

02.2.2 - A Expansão Por JJ.reas de Conhecimento

Considerando as dimensões do Estado de Goiãs, em termos de população e de mercado de trabalho, pode-se afirmar serem bastante significativos os aumentos dos cursos de Administr~

ção e Economia, de 2 para 4» e dos cursos de Filosofia, Ciên cias e Letras, de 7 para 22, como se vê no Quadro X.

C U R S O

Administração Direito

Engenharia Medicina

QUADRO X Ensino Superior

Cursos Existentes em Goiãs 1960-1971

QUANTIDADE

1 9 6 O 1 9 7

e Economia 02 04

02 03

01 02

01 01

Filosofia, Ciências e Letras 07 22

AUMENTO 1

02 01 01

-15

(26)

25

Confirmando a supremacia numerica dos cursos de Adminis tração~ Economia e F;losofia~ Ciências e Letras, a pesquisa

realizada pelo DAU revelou que~ em Goiãs~ a área de Ciências

Humanas e Sociais oferece 40~52% das vagas do vestibular, a

área de Ciências Biológicas e Medicas 15,92%, a área de Ciên cias Exatas e Tecnológicas 18,00% e a ãrea de Letras e Artes 25.56%.

Comparando-s~ a distribuição percentual de vagas no Pais e em Goiãs, notam-se apenas duas divergências significativas. A primeira diz respeito ao numero de vagas destinadas às Ciên

cias Humanas e Sociais (Goiãs 40.52%, Brasil 55,3%). A segun

da, ao respeitãvel numero de vagas que Goiãs reserva a Letras

e Artes (Goiãs 25 j 56%. Brasil 10,1%).

02.3 - Na Universidade Federal de Goiãs

02.3.1 - Aspectos Históricos

Criada pela Lei n9 3.834-C, de 14 de dezembro de 1960, a Universidade Federal de Goiãs - UFGO incorporou as seguintes

unidades de ensino já existentes:

a) Faculdade de Direito

b) Faculdade de Farmãcia e Odontologia c) Faculdade de Medicina

d) Escola de Engenharia e) Conservatório de Música

Com o passar dos anos, novas unidades foram sendo criadas ou incorporadas. Assim ocorreu com:

a) a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras~ criada p~

lo Decreto n9 51.532, de 8 de novembro de 1962;

b) a Escola de Agronomia e Veterinãria, criada pela Lei n9 5.139, de 14 de outubro de 1963;

c) Faculdade de Artes, incorporada pelo Decreto 60.675,

de 3 de maio de 1967~ recebendo esta denominação pelo

Decreto nQ 61.266, de 19 de setembro de 1967.

Em 1967 (Lei 5.207/67) a Faculdade de Farmácia e Odonto

10gia foi desdobrada em duas Unidaces: Faculdade de Farmãcia

e Bioquimica e Faculdade de Odontologia.

(27)

26

A

epoca, criou a UFGO~ ainda, as seguintes Unicades:

a) Instituto de Bioqu;mica

b) Instituto de Parasito1ogia e Microbiologia (transfo! mado em Instituto de Patologia Tropical)

c) Instituto de Pesquisa e Industrialização Farmacêutica d) Instituto de Matemática e Fisica.

Em 1968 foi extinto o Co1egio Universitário, Unidade apê.!! dice da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.

No mesmo ano, se bem que com finalidades diferentes, foi

criado o COlegio de Aplicação~ órgão da Faculdade de Educação,

destinado às atividades didáticas práticas dos futuros profe! sores.

Em obediência aos Decretos-Leis n9 53, de 18 de novembro

de 1966, e nQ 252, de 28 de fevereiro de 1967, a UFGO elabo

rou seu Plano de Reestruturação, aprovado pelo Decreto nQ

63.817, de 16 de dezembro de 1968, passando a se compor das s~

guintes Unidades de Ensino;

A - ~rea de Conhecimentos Básicos:

1. Instituto de Matemática e F;sica 2. Instituto de Qu;mica e Geociências 3. Instituto de Ciências Biológicas

4. Instituto de Ciências Humanas ~ Letras

5. Instituto de Artes

B

-

~rea de Conhecimentos Aplicados:

L Facul dade de Direito

2. Faculdade de Farmácia 3. Facul dade de Odontologia

4. Faculdade de ~ledicina

5 • Escola de Engenharia

6. Escola de Agronomia e Veterinária 7 . Faculdade de Educação

8. Instituto de Patologia Tropical

Alem destes, deve-se mencionar os órgãos denominados su

p1ementares:

1 - Instituto de Pesquisas e InJustria1ização Farmacêuti cas

(28)

5.- Policlínica Odontológica 6 - Planetário

7 - Rádio Universitária

02.3.2 - Indicadores da Expansão

27

A expansão do ensino ministrado pela UFGO pode ser obse! vada a partir da mensuração dos seguintes indicadores: o al.!! nado, as vagas oferecidas e o corpo docente.

Comparativamente~ o alunado da UFGO cresceu em proporção

muito maior que o do resto do País. Na UFGO, no p~ríodo

1960-74, houve um incremento de 1.237,5% (Quadro XI), enquanto no

Pais foi de 797,4%.

A N O

1 9 6 O 1 9 6 1 1 9 6 2 196 3 1 9 6 4 1 9 6 5 1 9 6 6 1 9 6 7 1 9 6 8 1 9 6 9 1 9 7 O 1 9 7 1 1 972 197 3 1 974

QUADRO XI

UFGO: Evolução do A1unado

(*)

1960-1974

CRESCIMENTO ALUNADO

I

A N U A L

567

-701 23,6

798 1 3,8

1 .207 51 ,2

1 .454 20~4

1 .471 1 ~ 6

2 . 1 8'l 48~4

2.333 6!j8

2.424 3,9

3.860 59,2

1.644 20,3

4.780 2~9

5.531 15,7

6.639 20~0

7.584 1 !t ~ 2

PERCENTUAL

ACUMULADO

-23,6 40,7

112 ~ 8

156,4 159,4 285, 1 311 ,4 327,5 580,7 719,0 743,0 875,4 1.070,8 1.237,5

FONTES: MEC/SEEC - Estatísticas da Educação Nacional, 1970-71 e I Plano Geral de Ação da UFGO.

(29)

28

Quanto às vagas oferecidas pela UFGO, constata-se uma ele

vação de 170,8%, no períooo 1965-1975~ pelo que se depreende

do Quadro abaixo.

A N O

1 9 6 5

1 9 6 7

1 9 6 9

1 9 7 1 1 9 7 3

1 9 7 5

Crescimento no

FONTE: Boletim dades de

QUADRO XII

UFGO: Vagas Oferecidas 1965-1975

V A G A S

Período

Estatístico da UFGO-1974 e Ensino da UFGO.

O F E R E C I DAS

539 857 980 1 .340 1 .280 1 .460

170,8%

Secretarias das Uni

Enquanto em Goi ãs as vagas ofereci das aumentaram de 170;3%

(1965-1975). no País elas evoluiram 442,5% (1963-1972). Não

obstante haver ligeira diferença nos períodos examinados, p~

de-se inferir que o ensino na UFGO se expandiu mais em termos

de preenchimento de vagas existentes (aumento de produtivid~

de) que de aumento de vagas.

Quanto à expansão do ensino na UFGO) resta examinar o

crescimento do corpo docente. Segundo o Anuário Estatístico

Brasileiro e o já mencionado I Plano Geral de Ação da UFGO, esta

variável apresenta intenso crescimento entre 1969 (269 profe~

sores) e 1974 (819 professores). No decorrer deste período o

crescimento

e

de 204,4%. Trata-se de uma taxa bem elevada se

comparada ao crescimento do corpo docente no resto do País

(176,6% entre 1960-72).

Como se vês houve um intenso crescimento do a 1 una do

(1.237,5% - 1960-74) e uma modesta expansão de vagas ofereci

das no vestibular (170)8% - 1965-75). Em parte, o fato se e~

(30)

29

curriculares, aliadas

ã

desorganização quanto

ã

oferta de dis

ci p1 i nas, têm provocado Ui,1 alongamento nÓ. duração dos cursos. a.

02.3.3 - A Expansão por ~reas de Conhecimento

o

aumento do numero de vagas na UFGO, nos u1timos 10 anos,

se deu preponderantemente na área de Ciências Humanas e So

ciais (330) e menos intensamente na área de Ciências Bio1õgi cas e Médicas (135). Registrou-se um aumento de 135 vagas na area de Ciências Exatas e Tecnológicas.

Do exposto~ pode-se deduzir que a expansão do ensino -na

UFGO foi semelhante

ã

expansão verificada em Goiás e no Pafs~

tanto no que se refere ao aspecto quantitativo, quanto

ã

orie!!..

tação dada a esta expansão.

Finalmente, conclui-se ter ocorrido:

a) acentuada expans50 do ensino superior no Pais, no Es

tado de Goiás e ná UFGO;

b) maior ênfase na área dos cursos denominados pouco dis

pendiosos.

4 - Um outro fator de elevação do custo do aluno graduado na

UFGO é a desarticulação provocada pela erronea concepçao da

-

-Reforma Universitária. A oferta ce disciplinas, a um mesmo

curso~ é feita por diversos Departamentos, semestralmente. C~

da Departamento elabora o seu horário de aulas sem consultar

os demais. Inevitavelmente) surgem os choques de horário. O

aluno, que antes da reforma cursava 4 ou 5 disciplinas por s~

mestre, dificilmente consegue~ agora~ cursar 3. Como resulta

do~ há um alongamento na duração dos cursos. A comparação do

crescimento do alunado e das conclusões de cursos esclarece

(31)

30

03 - O Problema

o

ponto cent ra 1 das preocupaçoes des te es tudo

e

a evasão,

suas repercussões sobre o custo do ensino e, como conseqüê~

cia, uma tentativa de conhecer algumas das possíveis associa

çoes que possam existir entr~ este fenômeno e algumas variã

veis caractErísticas dos cursos ministrados pela UFGO.

A pesquisa se fundamenta~ essencialmente, nas seguintes

indagações:

1. qual o percentual de evasão que ocorre em cada curso ministrado pela UFGO?

2. ate que ponto a evasão onera e compromete o custo do

aluno graduado nos diversos cursos?

3. existirã associação entre o fenômeno da evasão e, por

exemplo: a procura de vagas no vestibular ou seja a r~

1ação candidatos/vaga~ a quantidade de recursos fina~

ceiros gastos em cada curso, o tempo de existência de

cada curso ~ o grau de aper·:-ei çoamento dos professores,

a 1uantidade de professores sujeitos aos regimes de

l2~ 20 e 40 horas semanais ~ ê procura de profissionais

formados pelo curso (mercado de trabalho), o sexo dos alunos~ o nível de notas obtidas J exa~e vestibular?

04 - Objetivo do Estudo

o

presente estudo tem por objetivo pesquisar o fenômeno

da evasao, na Universidade Federal de Goiãs~ procurando conhe

cer:

L

2 .

3.

sua incidência em cada cu rs o;

sua influência sobre a. composição do custo do aluno

graduado;

a associação que possa haver entre evasão e algumas v,!

riãveis representativas das características de cada

(32)

31

05 - Importã1ci~ do Estudo

o

pl'esente estudos "tendo ;'U(' -;inaliuJde avaliar aspectos

quantitativos da expansão do p.nsino $uperior ministrado pela

UFGO~ pOderã:

05.1 ~ fornece~ suosídios parG o conhecimento do custo do a1u

no graduado;

05.2 - permitir o conhecimento dos custos da evasao;

05.3 - permitir o conhecimento de algumas das características

do fenômeno da evasão~ tais como: sua associação com

as notas do vestibular, com o sexo dos alunos, com a

relação ca1didatos/vaga no vestibula~ e com o dispi!

dio realizado em cada curso.

Estas informações iJoderão ter grande util idade para o pl! nejamento educlcional na UFGO,

06 - Delimitações da Are& de Estu~o

o

pres~nte estudo abrange somente a Universidade Federal

de Goiãs.

Constitui objeto de pesquisa somente a evasão verificada nos cursos superiores de graduação.

Não se objetiva conhecer as causas da evasão.

07 - Definição de Termos

07.1 - AR~A DE CI~NCIAS HUMANAS E SOCIAIS. Compreende os CU!

sos de: Direito, Ci~nc~as Soc~ais~ Geografia~ Hist5ria

(33)

32

07.2 - ~REA DE CI~NCIAS BIOLQGIC~S E M~~ICAS. Engloba os cur

sos de: Medicil"a. Vetel"in5}'ia~ Odontologia e Farmãcia.

07.3 - AREA DE CIrNCIAS EXATAS ~ ~EC~OL~d!CAS.

r

represent!

da na maior parte deste estude somente pelo curso de Agronomia.

07.4 - ÁREA DE LETRAS E ARTES. COiTlpj'eende: Desenho e P1 ãsti

ca~ Piano i Franc~s3 Ingl~s e Letras Vernãculas.

07.5 - CUSTOS FIXOS. são custos que n~o variam com a base de

volume da atividade. dentro de uma determinada faixa de operação.

07.6 - CUSTOS VARIíWEIS. Sr:o os custos que variam em propo!

ção direta com o volume de atividade.

07.7 - CUSTOS DIRETOS. São os c~stos que se relacionam dire

ta e exclusivamente com determinado curso. Exemplo ti

pico ~ o custo com o pessoa1 docente.

07.8 - CUSTOS INDIRETOS. São os custos que não podem ser, em

última anãlise, identificados com umu unidade de ensi

no.

Neste pesquisa foram considerados custos indiretos do

ensilio as despesas com é. i;;e~toria (f\dministração Cen

t l '

ra. I '

07.9 CUSTO FINANCEIRC.. Custo er. ;.;crrus de despesa em di

nheiro, ne:essãrias ~ manut2nção do ensino.

07.10 - CUSTO DE OPORTUNIDADE. Corresponde ao uso alternativo

que pJdcri1 ser dado ao ca)ital.

07.11 - PESSOAL DOCENTE. Aquele que ministra aulas.

07.12 - PESSOAL I\DMH1ISTP.I\TIVO. Pai'a efeito do presente estu

do 3 f o i c o n S 1-1 2 )4 a d o P 2 S S o a 'I a d m i n i s t r a t i vo to d o a q u!

le que não S2 enq~&drava no conceito de pessoal docen

te e não se dedicava as ati"Jidades de pesquisa ou ex

tensão.

07.13 - MATERIAL DE CONSUMa. Os materiais destinados, direta

ou indiretamente 3 ã manutenção das atividades de ensi

no. Assim foram considerados: giz 3 papeis diversos,~

têncil ~ comb"Jstrve1 3 móter;al de limpeza, gêneros a1.:!.

menticios

07.14 - SERVIÇOS DE TERCEIROS" Prestação de serviços a que a

Universidade rccorr27 tais como: transportes 9 ãgua 9 e~

goto 3 telefonei eilergia e1étricã~ segul~os9 despesas

(34)

33

07.15 - ENCARGOS DIVERSOS. Despesas de manutenção não enquadrá

veis nas rubricar de pessoal j material de consumo e

serviço de terceiros, tais como: festividades, congre!

SOSj assistência socia1 9 execução de sentenças judi.

ciárias~ indenizações diversas, concursos para sele

ção de pessoal ~ estudos e pesquisas etc.

07.16 - REMUNERAÇÃO BRUTA. Soma de todos os valores pagos ao pessoal, inclusive das parcelas deduzidas a titulo de

imposto dG renda e de contribuição de previdência so

c; a 1 •

07.17 - ENCARGOS SOCIAIS. Total das despesas mensais com:

Fundo de Garantia por Tempo de Serviço ... 8,00%

Instituto Nacional de Previdência Social. ... 8,00%

Sal ãri Qc:>Famil i a o. " .••.• " ..••.•.•••••• li • • • • • • • • 4,30%

13Q Salãrio .. " . < > o • • • • • • • • g o • • • • • • o o • • • • • • • • • • • 1,20%

Seguro de Acidentes do Trabalho ...•... 1,47%

TO T A Lo .• e .. oo . . . 22,97%

A percentagem de 22997 recai sobre a folha de pagame!

to d~ pessoal.

07.18 - Alem do percentual acirr.a m,;ncionado~ há que incluir,

dependendo do caso9 a parcela correspondente ao PASEP

(098 sobre rec2i\as e transferências) ou ao PIS.

07.19 - ALUNO GRADUADO. O aluno que concluiu qualquer dos CU!

sos ministrados pela UFGO.

07.20 - UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOI~S. Para fins deste estudo

a UFSO compõe-se das seguintes Unidades:

a. R9itoria

b. Imprensa Universitária c. Rádio Uni versi tãri a d. Biblioteca Central e. Teatro Universitário f. Faculdade de Farmácia g. Faculdade de Ed:Jcação

h • Faculdade de Di rei to

i . Facu'dade d8 r'~e di c i na

j . Faculdade de Odontologia

L Escoía de A.:ronomia e Veterinária

m. Escola de Engenharia

(35)

o. Instituto de Artes

p . Instituto de Ciências Biológicas

q. Instituto de Ciências Humanas e Letras r. Instituto de Química e Geociências

s . Instituto de ~la temã ti ca e Física

Considera-se como pertencentes às estruturas da Reitoria os segui ntes órgãos: Assenbl êi a Uni vers; tãri a, Consel ho Uni ver. sitãrio~ Conselho Coordenador de Ensino e Pesquisa, Conselho

de Curadores 9 Primeira Sub-Reitoria9 Segunda Sub-Reitoria,

V!

ce-Reitoria3 Assessoria Especial de Segurança e Informações,

Chefia de Gabinete) Representação no Distrito Federa1 9 Servl

ço de Relações Publ;cas~ Assessoria de Planejamento, Coperti

de, Superintendência do Campus 3 Departamento de Contabilidade

e Finanças, De~artamento de Administração Central, Departame~

to de Serviços Gerais) Departamento de Pessoal e Departamento de Assuntos Acadêmicos.

As des pes as dos órgãos ac i ma en ume rados a pa re cem, no de correr do estudo, sob a rubrica "Reitoria".

08 - Operacicnalização de Variãveis

08.1 - EVAS7\O. Esta variãvel foi medida como sendo a diferen ça entre o numero de alunos que iniciam e terminam c!, da curso. Compreende portanto alunos que:

- trancaram matricula em uma ou mais disci plinas;

- abandonaram o curso; - mudaram de curso.

Somente foi considerado evadido o aluno que não se gr!

duou nos 6 (seis) semestres subseqüentes ao prazo normal de

concl usão do curso. Nos casos das turmas que se graduaram em 1972, 1973 e 1974, a evasão foi constatada, de fato, junto aos registros de Secretaria.

(36)

"

ALTO - quando superior a 35%

MtDIO - quando se situou entre 35 e 20% BAIXO - quando foi inferior a 19%.

35

08.2 - NOTAS DO VESTIBULAR. Esta variâvel foi operacionaliz!

da somando-se os pontos obti dos pelos al unos em cada prova e aplicando-se os pesos respectivos.

Considerou-se nota:

ALTA - de 8 a 10

MtDIA - de 6 a 7999

BAIXA - de O a 5?99

08.3 - CUSTOS DIRETOS. No presente estudo são considerados cu!. tos diretos as despesas correntes de cada Unidade de Ensino.

08.4 - CUSTOS INDIRETOS. Considera-se custo indireto as desp~

sas correntes da Reitoria? acrescidas das despesas com inativos, sendo que ambas foram rateadas pelas diversas

Unidades de Ensino~ de acordo com o percentual que ca

da uma representa no total das Despesas Correntes da

UFGO.

09 - Hipóteses

Pela quantidade de recursos (humanos e materiais) carre!

dos para o ensino~ não e dif;ci1 concluir que dos três objeti

vos básicos da UFGO - ensino~ pesquisa e extensão - este tem

sido o principal.

O objetivo se concretiza atraves da transmissão de conhe cimentos aos alunos. Neste sentido) pode-se dizerquemais efi

ciente

e

a unidade escolar que capacita melhor (aspecto quali

tativo) um numero maior (aspecto quantitativo) de alunos.

(37)

36

sino vem sofrendo nos u1timos tempos (fato cuja evidência e conhecimento publico dispensam provas), aliada a a1tissimas t!, xas de evasão, pode-se afi rmar que a UFGO passa por um peri,2,. do critico.

r

verdade que a UFGO não pode ser, stricto sensu, comp! rada a uma empresa. Não

e,

somente, um lugar onde se produzem

alunos graduados. Contudo

e

bom lembrar que ela

e

tambem isso. N a me d i d a em que sua s a t i v i da de s d e i x a m de s e r o r i e n ta das no sentido de graduar o maior numero de alunos, da melhor forma, hã um desvio de seus propósitos fundamentais.

Salvo raras exceções~ não se pode dizer que a administra çao publica brasileira tenha despertado para a adoção de meto dos racionais de trabalho, e, conseqüentemente, para a valor! çao do cus to, como um elemento de auxil i o nas dec i sões. A UFGO, como autarquia federal que é, faz parte desta administração, possuindo suas qualidades e seus defeitos.

Parte apreciãve1 (58,7%) do aumento de vagas no vestib~ 1 ar da UFGO tem-se dado nos cursos denomi nados poueo di8pendi~

S08. De modo geral, são assim considerados aqueles que dema.!!,

dam, essencialmente, professor, sala de aula e giz. Como exem p10, pOderiam ser mencionados os cursos de Direito, Ciências Sociais, Pedagogia, História, Letras e outros semelhantes.

CURSO

C U R S O

Agronomia Eng. Civil Eng. Elétrica Fisica

C. Biológicas Fa rmãc i a Medicina Veterinãria Odontologia

TOTAIS

QUADRO XII I

UFGO: Aumento de Vagas Oferecidas 1964-1974

DISPENDIOSO CURSO POUCO DISPENDIOSO

CRIAÇAO VAGAS AUM. f\jQ VAGP5 DE C U R S O CRIA-ÇAO VAGAS VAGAS AUr~. NQ DE

x 25 Matemãtica x 25

x 20 Jornalismo x 100

x 45 C. Sociais x 60

x 25 Di rei to x 70

x 20 Geografia x 10

x 10 História x 10

x 60 Inalês x 20

x 25 Letr. Vernãc. x 10

x 20 Pedagogia x 50

41,3% 250 TOTAIS 58,7% 355

(38)

37

~ criação de cursos pouco dispendiosos pouca objeção tem s i d o c o 1 o c a da.

t

c o m uma j IJ S t i f i c a t i va que e n f o c a e s te t i p o de

curso como uma forma eficiente de atender aos anseios da comu nidade. Os baixos custos de instalação e de manutenção têm sl do fortes argumentos eM seu favor. Pode-se notar, pelos dados contidos no Quadro XIII, que a UFGO não ficou imune a esta orientação.

Um problema, contudo~ merece estudos mais profundos: o da evasão no ensino superior de graduação ministrado pela UFGO. Constata-se uma forte discrepância entre o numero de alunos no primeiro e no ultimo semestre de cada curso.

Conforme se pode ver no Quadro XIV~ hã um numero razoa ve1mente grande àe cursos graduando um numero muito reduzido de alunos.

QUADRO XIV

MEC-UFGO: Conc1uintes e Vagas (*)

c

U R S O

Direito Medicina Odontologia Veterinãria

Engenhari a Ci vil Agronomia

Pedagogia Geografia

Farmãci~ e Bioqu;mica História

Inglês

Ciencias Sociais Letras Vernãculas Engenharia Eletrica Francês

Jornalismo Musica Matemãtica

Desenho e plãstica Piano

Artes Visuais Fisica

Canto

NQ DE CONCLUINTES

91 93

81 , O

37~6

3493

34~3

31 33

29,0

21 9 O 18,0

17~3

17 93 16)6

16,6

15,3 11 ,O

9,3 8,0 7,0 6,0 5,6 4,5 2,6 2,3

NQ DE VAGAS

120 150 55 75 70 75 100 60 60 60 70 60 60 45 50 60 50 25 50 20 50 25 20

FONTE: Secretaria Geral de Cursos e Secretarias das Unidades de Ensino da UFGO.

(*) - O numero de conc1 ui ntes foi cal cu1 ado a parti r da medi a aritmetica simples do numero de alunos graduados em

(39)

38

Grupando em classes os dados constantes do Quadro XIV, P.Q.

de-se notar que 65~2% dos cursos tiveram~ nos últimos três

anos i turmas de concluintes com menos de 2J alunos~ conforme

se pode ver no Quadro abaixo.

NQ DE GRADUADOS

ate 10

de 11 a 20 de 21 a 30 de 31 a 40

de 41 a 50

acima de 51

QUADRO XV

NEC-UFGO: Conclusões de Cursos, Segundo o Tamanho das Turmas

NQ DE CURSOS %

SI

08 07 02 04

-02

23

TOTAL DE CURSOS

34,8 30,4 8,7 17,3

-8,8

100,0

FONTE: Secretaria Geral de Cursosê Secretarias de Unidades de Ensino da UFGO.

"A v i s ta das de s p e s a s .~ e a 1 i z a c a s n o d e c o r r e r d e c a d a CU!

so e do elevado percentual de custos fixos (pessoal. por exe~

plo)~ o custo total do aluno-graduado se eleva

ã

medida que o tamanho da turma diminui.

Um outro fator que eieva o custo do al uno-graduada

e

o di

mensionamento de vãrios custos fixos (pessoal docente, pessoal administrativo, iluminação, limpeza etc.) em função do número de vagas e não do número de alunos.

Assim~ a UFGO estaria operando a custos muito elevados,

relativamente aos cursos que estão graduando um reduzido núme ro de alunos.

Deste racioclnio decorre a primeira hipótese de trabalho:

O CUSTO DO ALUNO GRADUADO EM CURSO POUCO DISPENDIOSO, ON

DE H~ FORTE EVASAO, EST~ PRÕXlí~O DO CUSTO DO ALUNO GRA

DUADO EM CURSO MUITO DISPENDIOSO~ ONDE H~ FRACA EVASAO.

(40)

-39

t

sabido que o ve!:itibular como metodo de seleção classi

ficatória tem sido utilizado como um meio de se preencher to das as va ga s (Ifere c i das.

Sendo classificatõrio, o vestibular pode aprovar candid!

tos pouco aptos a ingressar na Univcrsida~~~ nos casos em que

o coeficiente candidatos/vaga seja baixo.

Torna-se, portanto, iõgica a presunção de que, sendo bai

xo o coeficiente candidatos/vaga, haverá menor rigor no proce~

so de seleçã0. Casos há (coeficiente igualou muito próximo de

um) em que o vestibular constitui mera formalidade. Torna-se

um ato de homologação da lista de inscrições.

Alem disso~ convêm lembrar que sõ

e

eliminado o candida

to que fizer media zero no conjunto de provas que compoem o

exame.

Como se v~, o vestibular pode permitir a aprovação de ca.!!,

didatos que, por ~otivos diversos (conhecimentos deficientes,

b a i x a mo t i va ç ã o, f a 1 ta d e a p t i dão p a r a o c u f S o e s c o 1 h ; d o e t c • ),

entram~ experimentam e abandonam a UFGO.

Dal resulta a segunda hipótese:

o

PERCEi'HUAL DE EVASAO Ê t:IAIOR ENTRE OS CANDIDATOS QUE

OBTIVERA~ BAIXAS NOTAS NO VESTIBULAR.

à vista d0 elevado contingente de cursos da ãrea de ciê~

cias Humanas e Sociais e de Letras e Artes nos dados utiliza

dos nesta pesquisa~ não

e

demais supor que a evasão esteja a~

sociada ao sexo dos alunos.

Não

e

incomum tais cursos se~em classificados de

espera-marido. Educadores brasileiros famosos jã disseram que a clien

tela destes cursos ê fundamentalmente constituida de moçoilas

casadoiras, as quais abandonam él. escola assim que convolam nü.2.

cias.

Sendo maior o n~mero de mulheres em tais cursos, ter-se-ã

o cuidado necessãrio para não se cometer um erro grosseiro,

(41)

e entre as mulheres.

Eis, portanto, a terc:ira hipótes2 d: trabalho:

o

PERCENTUAL DE EVASAo t MAIOR ENTRE ALUNOS 00 SEXO FEMI

NINO.

Considerando que a procura de vagas, num determinado CU!

so, espelha o interesse dos candidatos, bem como o grau de i~

tensidade da disputa representada pelo vestibular, não é de

mais supor que quanto mais fãcil o ingresso na Universidade,

mais fãcil o abandono do curso.

t

lógico esperar que a evasão

aumente em sentido inverso i relação candidatos/vaga. Decorre

deste raciocinio a quarta hipótese:

QUANTO MAIOR A RELAÇ~O CANDIDATOS/VAGA NO VESTIBULAR ME

NOR O PERCENTUAL DE EVASÃO.

Não i igual a soma de gastos (principalmente investimen

tos) com cada curso da Universidade. Assim, hã cursos onde a UFGO tem despendido importâncias bastante grandes, procurando criar melhores condições diditicas. Gasta-se comaperfeiçoame!

to de profe5sores~ com bolsas de estudo, com equipamentos, com

o comprometimento de professores nos regimes de 40 horas sem! nais de trabalho e com o Regime de Tempo Integral e Dedicação

Exclusiva. Não ~ absurdo supor que ~ medida que aumentam tais

gastos tenda o indice de evasao a diminuir. Eis$ pois, a quinta hipótese de trabalho:

QUANTO MAIOR O DISptNDIO REALIZADO E~ CADA CURSO MENOR O

(42)

41

No início deste trabalho cogitava-se verificar, também, a associação que pudesse haver entre evasão e:

1. a ori entação de cada curso para o mercado de trabalho;

2. a idade de cada curso; 3. a idade dos alunos;

4. o grau de especialização do corpo docente etc.

Uma presunção que parecia aceitãvel e a de que quanto

maiores são as oportunidades de trabalho e mais altos os salã rios de pessoas graduadas em determinado curso, menor sera a evasão. A recompensa financeira seria, neste caso, um forte

estímulo

ã

continuidade do curso.

Do mesmo modo, pode-se supor que a idade de um curso

(anos de existência) possa influenciar a procura de vagas e, tambem, a evasão. Assim, quanto mais novo um curso, maior se rã a evasão e menor a procura de vagas.

Outra variãvel que se pode correlacionar com a evasão e a idade dos alunos. Não é demais aventar a possibilidade de que a evasão e maior entre alunos mais jovens.

Igualmente aceitãvel

e,

tambem, a suposição de que um cor

po docente mais especializado (cursos de especialização ou

aperfeiçoamento, mestrado e doutorado) exerça maior atração so bre os alunos. Assim, quanto maior a especialização ou aperfe,i çoamento dos mestres menor o percentual de evasão.

Alem destas associações, inumeras outras, tais como: te~

po de serviço dos professores (experiência), proporção de pr~

fessores nos regimes de 12, 20, 40 horas e em Regime de Tempo Integral e Dedicação Exclusiva (RETIDE), poderiam ser testa das.

Não obstante a sedução que o aprofundamento desperta no pesquisador, inexistem condições (tempo e recursos financeiros

disponíveis) para o levantamento dos dados necessãrios

ã

com

provação de tão grande numero de hipóteses.

Como se vê o presente estudo aborda, apenas, alguns aspe~

tos da evasão, relativos

ã

forma como a UFGO oferece seus cur

sos. Estão abstraídos os motivos pessoais mudança de locali

dade, dificuldades financeiras etc.) que levam os alunos a

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