INCIDÊNCIA FAMILIAR DE ANEURISMAS INTRACRANIANOS
VIRGILIO NOVAES*; JOLDEN S . CAMPOS**; GLIEB AVILA PEREIRA***
A origem, hereditária ou adquirida, dos aneurismas intracranianos é
controvertida. O registro da ocorrência familiar de tal tipo de lesão
favore-ceria a etiologia hereditária. Seria, no entanto, necessária uma análise
es-tatística precisa que levasse em conta índices de prevalência e afastasse a
possibilidade de ocorrência familiar ocasional. Julgamos, portanto, que o
re-lato de casos familiares contribua para aumento de dados que permitirão
fu-tura avaliação mais significativa. No presente trabalho, contendo revisão
da literatura pertinente, expomos os mecanismos etiológicos propostos e
re-latamos 4 casos de aneurismas intracranianos observados em membros de
duas famílias.
O B S E R V A Ç Õ E S
F A M Í L I A A — Caso 1 — P . T . S . , sexo feminino, branca, 3 8 anos de idade, a d m i -tida e m janeiro de 1964, três dias após episódio c o m cefaléia súbita, dor cervical e vômitos. A n a m n e s e pregressa sem dados de valor. Paciente normotensa. A o e x a m e , síndrome m e n í n g e a , sem outros sinais neurológicos. A punção l o m b a r deu saída a líquido c e f a l o r r a q u e a n o x a n t o c r ô m i c o e normotenso. Pan-angiografia
cere-bral: a n e u r i s m a da bifurcação carotidiana à direita e artéria t r i g e m i n a l primitiva
à esquerda ( F i g . 1 ) . Intervenção cirúrgica — c l i p a g e m do aneurisma. Evolução — recuperação total.
Caso 2 — D . M . S . , sexo feminino, branca, 4 2 anos de idade, i r m ã da paciente
P . T . S . ( c a s o 1 ) , internada e m abril de 1 9 6 5 , após episódio a g u d o c o m perda da consciência. A u s ê n c i a de dados de v a l o r n a história pregressa. E x a m i n a d a h o r a s após, a paciente a p r e s e n t a v a - s e e m estado sub-comatoso, c o m h e m i p a r e s i a à dir.eita e hipertensão arterial. P u n ç ã o l o m b a r deu saída a líquido c e f a l o r r a q u e a n o h e m o r r á g i c o ( h e m a t ó c r i t o 8 % ) . Panangiografia cerebral: a n e u r i s m a d a artéria c o m u n i -c a n t e anterior -c o m e n -c h i m e n t o pela direita e sinais angiográfi-cos de e s p a s m o fo-cai; à esquerda, a n e u r i s m a artério-venoso no território da artéria cerebral m é d i a (Fig. 2 ) . A paciente f a l e c e u 6 dias após, c o m quadro clínico s u g e s t i v o de n o v o s a n g r a -m e n t o , o q u e foi confir-mado no estudo necrópsico que -m o s t r o u v o l u -m o s o h e -m a t o -m a frontal e hérnia t e m p o r a l bilateral.
F A M Í L I A B — Caso 8 — M . L . , sexo feminino, branca, 2 3 anos de idade, admitida e m n o v e m b r o de 1 9 6 2 , c o m intensa cefaléia occipital e irradiação cervical, que se instalou d u r a n t e ato s e x u a l . A o e x a m e , paciente normotensa, lúcida, queixando-se
de cefaléia intensa. E x a m e neurológico n o r m a l . À punção lombar, líquido cefa-lorraqueano h e m o r r á g i c o e normotenso. Angiografia bilateral das carótidas: aneu-risma da artéria c o m u n i c a n t e anterior c o m enchimento bilateral e pequeno h e m a t o m a frontal direito, sem sinais angiográficos de espasmo arterial. Intervenção cirúrgica — craniotomia frontal e c l i p a g e m do aneurisma. E v o l u ç ã o boa com recuperação
Caso Jf — L . C . L . sexo masculino, branco, irmão da paciente M . L . (caso 3 ) ,
C O M E N T Á R I O S
A etiología precisa dos aneurismas saculares intracranianos não
inflama-torios é ainda discutida. A teoria mais aceita é a de que sejam devidos a
uma lesão congênita da parede arterial. Alterações do desenvolvimento,
de-feitos da camada arterial média, ou hipotéticos vestígios do plexo capilar
primitivo têm sido citados para explicar áreas de fragilidade arterial que
permitem a formação do saco aneurismático
1 0>
1 6>
3 8.
4 6>
5 1. Eppinger
2 3já em
1887 afirmava que o aneurisma arterial era o resultado de uma alteração
con-gênita da camada média das artérias cerebrais. Forbus
2 4serviu-se da
em-briología para confirmar estes defeitos, explicando-os por uma fusão
incom-pleta da bainha músculo-elástica ao nível das bifurcações arteriais, que criaria
uma zona de menor resistência, ponto de eleição na formação dos aneurismas
intracrianianos. B r e m e r
1 0admitia uma parada de crescimento das fibras
músculo-elásticas no ponto de contato entre dois ramos arteriais próximo à
bifurcação. O papel do plexo vascular embrionário na formação dos
aneu-rismas ditos vestigiais, foi estabelecido por Padget
3 8que mostrou a
predile-ção topográfica dessas lesões por pontos anatômicos coincidentes com o local
de oclusão dessas artérias durante o processo evolutivo. Opostas a estas
teorias estão as que admitem a possibilidade de um processo de destruição
espontâneo localizado na membrana elástica interna da parede arterial,
fa-vorecendo a formação de aneurismas cerebrais
5 0. Glynn
2 6mostrou que a
destruição experimental da camada média não diminui a resistência da parede
arterial; só na vigência de lesão da limitante elástica interna é que se pode
formar um aneurisma. Rubistein e Cohen
4 5mencionam a ocorrência de
aneu-rismas cerebrais na síndrome de Ehlers-Danlos e insistem na importância das
anomalias do suporte conjuntivo arterial. Os estudos de S a h s
4 7e Sahs e
c o l .
4 8enfatizaram o papel da limitante elástica interna na gênese dos
aneu-rismas intracranianos e Sugai e S h o j i
5 2notaram com relativa freqüência,
alterações importantes da média ao nível da limitante elástica interna na
parede e colo dos aneurismas. Crawford
1 6e Walker e Allegre
5 6recente-mente consideraram os fatores degenerativos ou inflamatorios como sendo
os mais importantes na formação do saco aneurismático do que as possíveis
alterações congênitas.
Argumentos a favor dessa ou daquela teoria são importantes diante das
divergências quanto à etiología dos aneurismas intracranianos. A associação
de aneurismas com lesões característicamente congênitas — coartação da
aorta \ doença policística renal
9>
1 2>
3 1, angiomas cerebrais
44>
5 0, artérias
ce-rebrais primitivas
5 0— e principalmente a ocorrência familiar, constituem
argumentos de valor para uma conotação congênita dessas lesões
6.
A ocorrência familiar de aneurismas cerebrais, embora infreqüente, sugere
uma relação mais que fortuita e serve para indicar o papel de fatores
gené-ticos no desenvolvimento dos aneurismas. Esses fatores genégené-ticos agiriam
provocando alterações estruturais na vasculatura embrionária e estariam
re-lacionados com alterações do tecido mesodérmico, especialmente na elástica
e adventicia, que ocorreria, ao nível da química celular
2 8.
2 9seria, então, a conseqüência de um defeito tissular, representando o resultado
final de um distúrbio mesodérmico focal. As características dos vasos em
algumas doenças hereditárias do tecido conjuntivo em que ocorrem defeitos
vasculares, especialmente aneurismas dos grandes vasos, sugerem tal
distúr-bio. A raridade dessas doenças limita a oportunidade de estudos detalhados,
porquanto só recentemente foram descritos aneurismas cerebrais associados
a elas. Nesses caso, estudos histológicos mostraram uma lesão da camada
média com fragmentação da elástica, diminuição do colágeno adventicial e
atrofia da limitante elástica interna
2 5>
2 7'»
3 5>
4 5.
Dunger
1 9, pela primeira vez em 1904, referiu a possível associação entre
aneurisma cerebral e doença renal policística, relatando acidentes vasculares
cerebrais em membros de uma família com vários casos de rim policístico.
Após o relato de O'Brien
3 7em 1942, vários outros se seguiram, mostrando a
ocorrência familiar de hemorragia sub-aracnóide, porém sem detalhes
anatô-micos ou angiográficos que permitissem a certeza da existência de um
aneu-risma nestes casos
57'. Chambers e col.
1^ apresentaram o primeiro relato
com comprovação angiográfica e necropsia de aneurisma intracraniano como
causa de hemorragia sub-aracnóide em pai e filho. A partir desta data, vários
relatos aumentaram para 30, o número de famílias que tiveram dois ou mais
membros com hemorragia sub-aracnóide por rotura de aneurisma
intracra-niano, comprovado em angiografia ou mediante necropsia
4>
5>
8>
11>
1 4>
2 1>
28>
3 0>
32>
33, 36, 40, 44, 49^ 53, 54, 55^ Os aneurismas relatados totalizam 81 em 67
pacien-tes, não mostram predileção estatística por sexo ou localização anatômica e
têm incidência etária média em torno de 38 anos. Já têm sido relatados,
in-freqüentemente, casos com aneurismas múltiplos e malformações vasculares
associadas em outros territórios cerebrais. A nosso ver, isso pode refletir a
omissão de um estudo pan-angiográfico; em nossas observações registramos
a associação com angioma cerebral, persistência de artéria trigeminal
primi-tiva e hiperplasia fibromuscular da carótida interna, todos os achados
contra-laterals ao aneurisma arterial.
A incidência familiar de aneurismas intracranianos é tão pouco
represen-tada na literatura neurocirúrgica que, mesmo a partir de 30 famílias e 10
levantamentos genealógicos computados na literatura, é impossível tirar
con-clusões de valor estatístico
5 3. Provavelmente, todos os centros
neurocirúrgi-cos que dispõem de séries importantes de aneurismas cerebrais possuem casos
familiares que, simplesmente, não são publicados, não permitindo, assim, um
estudo estatístico mais completo, nem conclusões definitivas sobre o assunto.
Autores admitem, após avaliação estatística de casos de aneurismas cerebrais,
que não existe uma tendência numérica indicando padrão familiar, com
in-cidência pouco freqüente para substanciar a possível alteração familiar da
parede vascular
13>
2 2>
3 1. Para outros, a ocorrência é relevante, como no
material recolhido no Royal Victoria Hospital (Belfast) onde, em 541 casos
de aneurismas cerebrais, foram encontrados 10 casos com incidência
fami-liar, comprovados angiograficamente, e mais 5 sem comprovação
diagnosti-ca H
3 3.
uma ocorrência igual para ambos os sexos, entre membros de uma mesma ou
de gerações sucessivas, sem qualquer relato de consagüinidade nos
antepassa-dos, o que sugere uma transmissão dominante autossômica de penetração
variável. Nos casos em que irmãos apresentam aneurismas, os pais são
apa-rentemente livres de patologia vascular intracraniana, apesar da
possibili-dade de ocorrerem aneurismas assintomáticos. Dessas análisses genéticas
res-saltam alguns dados de valor: a) a idade média de reconhecimento
sinto-mático dos aneurismas é mais baixa (38 anos) de que na população geral (49
anos), o que é a favor de uma transmissão geno típica; b) a incidência de
acordo com o sexo é indiferente, caracterizando uma transmissão
autossô-mica; c) a repartição em várias gerações pode representar uma transmissão
dominante; d) a associação de aneurismas saculares com outras afecções
genotípicas bem definidas é argumento para colocar essas lesões em um
con-texto genético mais preciso.
Esses fatos conduzem a admitir que a transmissão genotípica se faz
sobre o tecido músculo-elástico, mais precisamente sobre a membrana
limi-tante elástica interna, porque é nas doenças desse sistema que se nota a
associação com aneurismas intracranianos
7>
53. Entre as doenças
congê-nitas associadas com aneurismas cerebrais, algumas são consideradas
atual-mente como doenças autossômicas de penetração variável, tais como a doença
renal policística
9>
1 2>
1 7>
4 9e as histoplasias conjuntivas (síndrome de Marfan,
síndrome de Ehlers-Danlos e pseudo-xantoma elástico); as demais, como
coar-tação da aorta e a hyperplasia fibro-muscular, não foram ainda
perfeitamen-te classificadas pelos geneticistas
3>
25>
27>
35>
39>
4 2>
5 8. Se estudos estatísticos
ul-teriores mostrarem em bases sólidas uma transmissão autossômica de
pene-tração variável nos aneurismas intracranianos, pode-se conjecturar um estudo
prospectivo dos descendentes de pacientes em que se diagnosticou um
aneu-risma cerebral. O problema que poderá advir deste estudo será a
determi-nação do risco de aneurismas latentes, assintomáticos, após o levantamento
genético desses pacientes
5 3. Na literatura encontramos registro de
descober-ta de aneurisma somente após repetição de estudo angiográfico previamente
normal, em membro de família com dois casos de aneurismas cerebrais
a l.
A questão que se' impõe é a da validade de um estudo angiográfico à procura
de um aneurisma latente, desde que haja uma história familiar em paciente
assintomático.
Não está ainda claramente estabelecido que um parente de paciente com
aneurisma esteja exposto a um risco maior de hemorragia sub-aracnõidea do
que a população geral, onde a incidência de aneurisma se situa em torno de
6 casos por 100.000 habitantes/ano
2>
34>
51>
5 3. Por outro lado caberia a
dis-cussão da validade, uma vez detetado tal aneurisma, da indicação de cirurgia
em pacientes assintomáticos. Edelsohn e c o l .
2 1tentam estabelecer alguns
critérios para indicação cirúrgica nesses casos, tais como volume do
aneuris-ma, presença de hipertensão arterial, localização topográfica, presença de
sintomas não decorrentes de rotura, idade e multiplicação do aneurisma.
Pelo menos, até a presente data, parece-nos que os dados coligidos
rati-ficam a posição defendida por Bannermam e col.
5cerebrais são de natureza heterogênea e que a agregação familiar pode
de-correr de pelo menos 3 fatores: agregação familiar fortuita; agregação
fa-miliar devida ao efeito de uma síndrome hereditária conhecida; agregação
familiar devida a outros possíveis fatores hereditários que se refletiriam
ex-clusivamente na produção dos aneurismas.
R E S U M O
São relatados 4 casos de aneurismas cerebrais que ocorreram em duas
famílias. A etiologia dos aneurismas intracranianos é discutida,
principal-mente no que se refere à ocorrência de aneurismas dentro de uma mesma
família. A literatura pertinente é revista e são tecidos comentários sobre
a validade estatística dessa associação.
S U M M A R Y
Familiar incidence of intracranial aneurysms: report of four cases
in two families
Four cases of intracranial aneurysms ocurring in two families are
re-ported. The precise etiology of intracranial aneurysms is discussed in face
of their familiar incidence. Other reports in the literature are analised and
the problem is discussed together with the data provided in the previous
reported cases.
R E F E R Ê N C I A S
1 . A B B O T , M . E . — C o a r c t a t i o n o f t h e a o r t a o f t h e a d u l t t y p e . A m e r . H e a r t J. 3 : 3 9 2 , 1 9 2 8 .
2 . A L M E I D A , G . M . ; T I L B E R Y , D . P . & G A G L I A R D I F E R R E I R A , L . C. — T r a -t a m e n -t o d o s a n e u r i s m a s i n -t r a c r a n i a n o s . R e v . P a u l . M e d . 7 7 : 1 9 3 , 1 9 7 1 .
3 . A N D E R S E N , P . E . — F i b r o m u s c u l a r h y p e r p l a s i a o f t h e c a r o t i d a r t e r i e s . A c t a R a d i o l . 1 0 : 9 0 , 1 9 7 0 .
4 . A S E N J O , A . G . ; U I B E R R A L , E . & F I E R R O , J. — A f e c c i o n e s V a s c u l a r e s Q u i -r u -r g i c a s d e l E n c e f a l o . Z i g Z a g E d . , S a n t i a g o ( C h i l e ) , 1 9 5 7 .
5 . B A N N E R M A M , R . M . ; I N G A L L , G . B . & G R A F , C. J. — T h e f a m i l i a l o c c u r e n c e o f i n t r a c r a n i a l a n e u r y s m s . N e u r o l o g y ( M i n n e a p o l i s ) 2 0 : 2 8 3 , 1 9 7 0 .
6 . B E C K E R , P . E . — H u m a m G e n e t i k , v o l . 5 : K r a n k h e i t e n d e s N e r v e n s y s t e m . G e o r g T h i e m e V e r l a g , S t u t t g a r t , 1 9 6 6 .
7 . B E L B E R , C. J. & H O F F M A M , R . B . — T h e s y n d r o m e o f i n t r a c r a n i a l a n e u r y s m s a s s o c i a t e d w i t h f i b r o m u s c u l a r h y p e r p l a s i a o f t h e r e n a l a r t e r i e s . J. N e u r o s u r g . 2 8 : 5 5 6 , 1 9 8 8 .
8 . B E U M O N T , P . J. V . — T h e f a m i l i a l o c c u r e n c e o f b e r r y a n e u r y s m s . J. N e u r o l . N e u r o s u r g . P s y c h i a t . 3 1 : 3 9 9 , 1 9 6 8 .
9 . B I G E L O W , N . H . — T h e a s s o c i a t i o n o f p o l y c y s t i c k i d n e y s w i t h i n t r a c r a n i a l a n e u r y s m s a n d o t h e r r e l a t e d d i s o r d e r s . A m . J. M e d . S c i e n c e s 2 2 5 : 4 8 5 , 1 9 5 3 . 1 0 . B R E M E R , J. N . — C o n g e n i t a l a n e u r y s m s o f t h e c e r e b r a l a r t e r i e s . A r c h . P a t h o l .
3 5 : 8 1 9 , 1 9 4 3 .
1 2 . B R O W N , R . A . P . — P o l y c y s t i c d i s e a s e o f k i d n e y s a n d i n t r a c r a n i a l a n e u r y s m s . G l a s c o w M e d . J. 3 2 : 3 3 3 , 1 9 5 1 .
1 3 . C A R R O L , R . E . & H A D D O N , W . — B i r t h c h a r a c t e r i s t i c s o f p e r s o n s d y i n g o f c e r e b r a l a n e u r y s m s . J. C h r o n i c . D i s . 1 7 : 7 0 5 , 1 9 6 4 .
1 4 . C H A K R A V O R T Y , B . G . & G L E A H I L L , C . A . — F a m i l i a l i n c i d e n c e o f c e r e b r a l a n e u r y s m s . B r i t . M e d . J. 1 : 1 4 7 , 1 9 6 6 .
1 5 . C H A M B E R S , W . R . ; H A R P E R , B . F . & S I M P S O N , J. R . — F a m i l i a l i n c i d e n c e o f c o n g e n i t a l a n e u r y s m s o f c e r e b r a l a r t e r i e s . J . A . M . A . 1 5 5 : 3 5 8 , 1 9 5 4 .
1 6 . C R A W F O R D , T . — S o m e o b s e r v a t i o n s o n t h e p a t h o g e n e s i s a n d n a t u r a l h i s t o r y o f i n t r a c r a n i a l a n e u r y s m s . J. N e u r o s u r g . P s y c h i a t . 2 2 : 2 5 9 , 1 9 5 9 .
1 7 . D A L G A A R D , O . Z . — B i l a t e r a l p o l y c y s t i c d i s e a s e o f t h e k i d n e y s . A c t a M e d . S c a n d . s u p l . 3 2 8 , 1 9 5 7 .
1 8 . D I T L E F S E N , E . M . L . & T E N J U M , A . M . — I n t r a c r a n i a l a n e u r y s m s a n d p o l y -c y s t i -c k i d n e y s . A -c t a M e d . S -c a n d . 1 6 8 : 5 1 , 1 9 6 0 .
1 9 . . D U N G E R , R . — Z u r L e h r e d e s C y s t o n n i e r e m i t b e s o n d e r e r B e r u c k s i c h t i g u n g i h r e r H e r e d i t ä t . B e i t r . A n a t . 3 5 : 4 4 5 , 1 9 0 4 .
2 0 . E C K , H . — U e b e r d i a E r b l i c h k e i t v o n H i r n b a s i s a n e u r y s m e n . M ü n c h . M e d . W s c h r . 9 9 : 1 0 7 0 , 1 9 5 7 .
2 1 . E D E L S O H N , L . ; C A P L A N , L . & R O S E N B A U M , A . E . — F a m i l i a l o c c u r e n c e o f i n t r a c r a n i a l a n e u r y s m s . N e u r o l o g y ( M i n n e a p o l i s ) 2 2 : 1 0 5 6 , 1 9 7 2 .
2 2 . E N D T Z , L . J. — F a m i l i a l i n c i d e n c e o f i n t r a c r a n i a l a n e u r y s m s . A c t a N e u r o ¬ c h i r u r g . 1 9 : 2 9 7 , 1 9 8 8 .
2 3 . E P P I N G E R , H . — P a t h o g e n e s e d e r A n e u r y s m e n e i n s c h l i e s s l i c h d e s A n e u r y s m a e q u i v e r m i n o s u m . A r c h . K l i n . C h i r . ( s u p p . 1 ) : 3 5 , 1 8 8 7 .
2 4 . F O R B U S , W . D . — O n t h e o r i g i n o f m i l i a r y a n e u r y s m s o f t h e s u p e r f i c i a l c e r e b r a l a r t e r i e s . B u l l . J. H o p k i n s H o s p . 4 7 : 2 3 9 , 1 9 3 0 .
2 5 . F R A N Ç O I S , P . ; W E L L E Z , M . & W A R R E T - M A I L L E T , P . — M a l a d i e d ' E h l e r s ¬ D a n l o s a v e c a n e u r y s m e a r t e r i o - v e i n e u x i n t r a c r a n i e n . B u l l . S o c . O p h t a l m . F r a n c . 5 : 3 9 2 , 1 9 5 5 .
2 6 . G L Y N N , L . E . — M e d i a l d e f e c t s i n t h e c i r c l e o f W i l l i s a n d t h e i r r e l a t i o n s t o a n e u r y s m s f o r m a t i o n . J. P a t h o l . a. B a c t . 5 1 : 2 1 3 , 1 9 4 0 .
2 7 . G R A F , C . J. — S p o n t a n e o u s c a r o t i d - c a v e r n o u s f i s t u l a : E h l e r s - D a n l o s s y n d r o m e a n d r e l a t e d c o n d i t i o n s . A r c h . N e u r o l . ( C h i c a g o ) 1 3 : 6 6 2 , 1 9 6 5 .
2 8 . G R A F , C. J. — F a m i l i a l i n t r a c r a n i a l a n e u r y s m s . R e p o r t o f f o u r c a s e s . J. N e u r o s u r g . 2 5 : 3 0 4 , 1 9 6 6 .
2 9 . G R A F , C . J. — O n t h e o r i g i n o f i n t r a c r a n i a l a n e u r y s m s . T h e s i s p r e p a r e d f o r t h e A m e r i c a n N e u r o l o g i c a l A s s o c i a t i o n , 1 9 6 7 .
3 0 . I K E D A , H . ; S A K U G A X A , H . ; U E D A , S. & M O R I S A D A , A . — F a m i l i a l c a s e s o f c e r e b r a l a n e u r y s m s . B r a i n N e r v e ( T o k i o ) 2 3 : 2 0 1 , 1 9 7 1 .
3 1 . J A N K O W I C K Z , E . ; B A N A C H , S. P I K I E L , L . — F a m i l i a l o c c u r e n c e o f i n t r a -c r a n i a l -c o n g e n i t a l a n e u r y s m s a s s o -c i a t e d w i t h -c y s t i -c d e g e n e r a t i o n o f k i d n e y s . N e u r o l . N e u r o c h i r u r g . 5 : 2 6 3 , 1 9 7 1 .
3 2 . J O K L , E . & W O L F F E , J. B . — S u d d e n n o n - t r a u m a t i c d e a t h a s s o c i a t e d w i t h p h y s i c a l e x e r t i o n i n i d e n t i c a l t w i n s . A c t a G e n e t . M e d . ( R o m a ) 3 : 2 4 5 , 1 9 5 4 . 3 3 . K A K , V . L . ; G L E A D H I L L , C . A . & B A I L E Y , I. C . — T h e f a m i l i a l i n c i d e n c e o f
i n t r a c r a n i a l a n e u r y s m s . J. N e u r o l . N e u r o s u r g . P s y c h i a t . 3 3 : 2 9 , 1 9 7 0 . 3 4 . L O C K S L E Y , H . B . — R e p p o r t o n t h e c o o p e r a t i v e s t u d y o f i n t r a c r a n i a l a n e u
-r y s m s a n d s u b a -r a c h n o i d h e m o -r -r h a g e . J. N e u -r o s u -r g . 2 5 : 2 1 9 , 1 9 6 6 .
3 5 . M c K U S I C K , V . A . — H e r i t a b l e D i s o r d e r s o f C o n e c t i v e T i s s u e . C . V . M o s b y C o . , St. L o u i s , 1 9 8 6 .
3 6 . M A T S O N , D . D . — A d d e n d o a o a r t i g o d e P h i l l i p s , R . L .4 0
.
3 7 . O ' B R I E N , J. G . — S u b a r a c h n o i d h e m o r r h a g e i n i d e n t i c a l t w i n s . B r i t . M e d . J. 1 : 6 0 7 , 1 9 4 2 .
3 8 . P A D G E T , D . H . — T h e c i r c l e o f W i l l i s : i t s e m b r i o l o g y a n d a n a t o m y . In D A N D Y , W . E . — I n t r a c r a n i a l A r t e r i a l A n e u r y s m s . C o m s t o c k P u b l . , I t h a c a , 1 9 4 4 .
3 9 . P A L U B I N S K A S , A . J. & W I L L I S , E . J. — R o e n t g e n d i a g n o s i s o f f i b r o m u s c u l a r h y p e r p l a s i a o f r e n a l a r t e r i e s . R a d i o l o g y 7 6 : 3 4 , 1 9 6 1 .
4 1 . P O U T A S S E , E . F . ; G A R D N E R , J. W . & M c C O R M A C K , L . J. — P o l y c y s t i c d i s e a s e a n d i n t r a c r a n i a l a n e u r y s m s . J . A . M . A . 1 5 4 : 7 4 1 , 1 9 5 4 .
4 2 . P R A T T , R . T . C . — T h e G e n e t i c s o f N e u r o l o g i c a l D i s o r d e r s . U n i v e r s i t y P r e s s , O x f o r d - L o n d o n , 1 9 6 7 .
4 3 . R O B I N S O N , R . G . — C o a r c t a t i o n o f a o r t a a n d c e r e b r a l a n e u r y s m s : r e p o r t o f t w o c a s e s . J. N e u r o s u r g . 2 6 : 5 2 7 , 1 9 6 7 .
4 4 . R O S S , R . T . — M u l t i p l e a n d f a m i l i a l i n t r a c r a n i a l v a s c u l a r l e s i o n s . C a n a d . M e d . A s s . J. 8 1 : 4 7 7 , 1 9 5 9 .
4 5 . R U B I N S T E I N , M . K . .& C O H E N N . H . — E h l e r s - D a n l o s s y n d r o m e a s s o c i a t e d w i t h m u l t i p l e i n t r a c r a n i a l a n e u r y s m s . N e u r o l o g y ( M i n n e a p o l i s ) 1 4 : 1 2 5 , 1 9 6 4 . 4 6 . R U M B A U G H , C. L . ; B E R G E R O N , R . T . ; T A L A L L A , A . & K U R Z E , T . — T r a u m a t i c
a n e u r y s m o f t h e c o r t i c a l c e r e b r a l a r t e r i e s . R a d i o l o g y 9 6 : 4 9 , 1 9 7 0 .
4 7 . S A H S , A . L . — O b s e r v a t i o n s o n t h e p a t h o l o g y o f a n e u r y s m s . J. N e u r o s u r g . 2 4 : 7 9 2 , 1 9 6 6 .
4 8 . S A H S , A . L . ; P E R R E T , G . ; L O C K S L E Y , H . B . ; N I S H I O K , H . & S K U L T E T Y , F . M . — P r e l i m i n a r y r e m a r k s o n s u b a r a c h n o i d h e m o r r h a g e . J. N e u r o s u r g . 2 4 : 7 8 2 , 1 9 6 6 .
4 9 . S T A R K , B . C . — E f f e c t s o f g i v i n g v a s o p r e s s o r s t o p a t i e n t s o n m o n o a m i n o o x i d a s e i n h i b i t o r s . L a n c e t 1 : 1 4 0 5 , 1 9 6 2 .
5 0 . S T E H B E N S , W . E. — C e r e b r a l a n e u r y s m s a n d c o n g e n i t a l a b n o r m a l i t i e s . A u s t . A n n . M e d . 1 1 : 1 0 2 , 1 9 6 2 .
5 1 . S T E H B E N S , W . E . — P a t h o l o g y o f C e r e b r a l B l o o d V e s s e l s . C . V . M o s b y C o . , S a i n t L o u i s , 1 9 7 2 .
5 2 . S U G A I , M . & S H O J I , M . — P a t h o g e n e s i s o f s o - c a l l e d c o n g e n i t a l a n e u r y s m o f t h e b r a i n . A c t a P a t h o l . J a p . 1 8 : 1 3 9 , 1 9 6 8 .
5 3 . T H I E R R Y , A . ; B A L L I V E T , J.; D U M A S , R . ; B I N N E R T , D . ; N I V E L E , A . ; F O I S S A C , J. C . & F A U R E , R . — L e s c a s f a m i l i a u x d ' a n e u r y s m e s i n t r a c r a n i e n s . N e u r o ¬ c h i r u r g i e ( P a r i s ) 1 8 : 2 6 7 , 1 9 7 2 .
5 4 . T U R N B U L L , H . M . — I n t r a c r a n i a l a n e u r y s m s . B r a i n 4 1 : 5 0 , 1 9 1 8 .
5 5 . U L R I C H , D . P . & S U G A R , O . — F a m i l i a l c e r e b r a l a n e u r y s m s i n c l u d i n g o n e e x t r a - c r a n i a l c a r o t i d a n e u r y s m . N e u r o l o g y ( M i n n e a p o l i s ) 1 0 : 2 8 8 , 1 9 6 0 . 5 6 . W A L K E R , A . E . & A L L E G R E , G . W . — T h e p a t o h l o g y a n d p a t h o g e n e s i s o f
c e r e b r a l a n e u r y s m s . J. N e u r o p a t h o l o g . E x p . N e u r o l . 1 3 : 2 4 8 , 1 9 5 4 .
5 7 . W A L T O N , J. N . — S u b a r a c h n o i d H e m o r r h a g e . E . S. L i v i n g s t o n , E d i n b u r g , 1 9 5 6 . 5 8 . W Y L L I E , E . J.; B I N K L E Y , F . M . & P A L U B I N S K A S , A . J. — E x t r a r e n a l f i b r o ¬
m u s c u l a r h y p e r p l a s i a . A m e r . J. S u r g . 1 1 2 : 1 4 9 , 1 9 6 6