• Nenhum resultado encontrado

Fatores sócio-demográficos e comportamentais relacionados à esquistossomose em uma agrovila da zona canavieira de Pernambuco, Brasil.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Fatores sócio-demográficos e comportamentais relacionados à esquistossomose em uma agrovila da zona canavieira de Pernambuco, Brasil."

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

Fat ores sócio-demográficos e comport ament ais

relacionados à esquist ossomose em uma

agrovila da zona canavieira de Pernambuco,

Brasil

1

So c io d e mo g rap hic and b e havio ral fac to rs re late d

to sc histo so miasis in a rural villag e o f the sug ar

c ane b e lt in Pe rnamb uc o State , Brazil

1

1 Trabalh o realiz ad o com a u x ílio d o CN Pq.

2 Dep artam en to d e Biologia, In st it u t o Osw a ld o Cru z , Fu n d a çã o Osw a ld o Cru z . Av. Bra sil 4.365, Rio d e Ja n eiro, RJ 21045- 400, Bra sil. 3 Dep artam en to d e Pa ra sit ologia , Cen t ro d e Pesq u isa s Aggeu M a ga lh ã es, Fu n d a çã o Osw a ld o Cru z . Av. Moraes Rego s/no, Recife, PE 520020- 020, Bra sil. 4 Dep artam en to d e Med icin a Trop ica l, In st it u t o Osw a ld o Cru z , Fu n d ação Osw ald o Cru z . Av. Bra sil 4.365,

Rio d e Ja n eiro, RJ 21045- 400, Bra sil.

Pa t rícia Ga n z en m ü ller M oz a 2

Ot á v io Sa rm en t o Pieri 2

Con st a n ça Sim ões Ba rb osa 3

Lu is Rey 4

Abst ract Failu re of in t en siv e ch em ot h erap y t o con t rol sch ist osom iasis in a h igh ly en d em ic area o f N o rt h ea st Bra z i l led t o t h e h yp o t h esi s t h a t so ci o d em o gra p h i c a n d /o r b eh a v i o ra l v a ri a b les cou ld b e in v olv ed in t h e p ersist en t t ra n sm ission . A u n iv a ria t e a n a lysis of su ch v a ria b les in rela -t ion -t o in fec-t ion by Sch istosom a m an son ish ow ed t h at w at er con t act p at t ern s for recreat ion an d p erson a l h ygien e a re im p ort a n t risk fa ct ors in t h e a rea . How ev er, sociod em ogra p h ic v a ria b les w ere n ot rela t ed t o in fect ion , p rob a b ly b eca u se t h e loca l p op u la t ion liv es u n d er ev en ly p reca riou s soci oecon om i c a n d sa n i t a ry con d i t i on s. W e t h u s recom m en d t h a t ch em ot h era p y b e com -b in ed w it h ot h er m ea su res lik e sn a il con t rol, h ea lt h ed u ca t ion , a n d im p rov ed sa n it a t ion a n d w at er su p p ly.

Key words Sch ist osom ia sis; Ep id em iology; Com m u n ica ble Disea se Con t rol; Risk Fact ors

Resumo O fra ca sso d e u m esq u em a in t en siv o d e t ra t a m en t o q u im iot erá p ico p a ra con t role d a esq u ist ossom ose n u m a á rea d e a lt a en d em icid a d e n o N ord est e lev ou à h ip ót ese d e q u e a sp ect os sócio- d em ográ ficos e/ou com p ort a m en t a is est a ria m im p lica d os n a p ersist ên cia d a t ra n sm issã o. Um a a n á lise u n iv a ria d a d essa s v a riá v eis em rela çã o à in fecçã o p or Sch istosom a m a n son irev e-lou qu e os p ad rões d e con t at o com a águ a p ara laz er e h igien e p essoal são im p ort an t es fat ores d e ri sco n a á rea . Já a s v a ri á v ei s sóci o- d em ográ fi ca s n ã o est i v era m rela ci on a d a s com a i n fecçã o, p rov a v elm en t e p orq u e a p op u la çã o loca l v iv e sob con d ições sócio econ ôm ica s e sa n it á ria s u n i form em en t e p recá ria s N essa á rea , recom en d a se q u e a q u im iot era p ia seja com b in a d a com ou -t ra s m ed id a s, com o o con -t role d os m olu scos v e-t ores e a ed u ca çã o em sa ú d e, a com p a n h a d a s d e m elh orias n o san eam en t o e abast ecim en t o d e águ a.

(2)

Introdução

O ap arecim en to d e d rogas esq u istossom icid as ad m in istrad as em d ose ú n ica e p or via oral fez d a q u im io tera p ia a p rin cip a l m ed id a d e co n -trole d a esqu istossom ose. No Brasil, su cessivas cam p an h as d e con trole vêm u tilizan d o ap en as a q u im iotera p ia seletiva com o form a d e com b ate à d oen ça, com resu ltad os otim istas, red u -zin d o sign ifica tiva m en te a s fo rm a s gra ves e p reven in d o o ap arecim en to d e n ovos casos d e in fecção in ten sa. Porém , o su cesso d a q u im io-tera p ia n a s á rea s d e a lta p reva lên cia n ã o tem sid o d u ra d ou ro, h a ven d o u m a rá p id a rein fec-ção d a p op u lafec-ção (Cou ra, 1995). O tratam en to d eve ser rep etid o com in tervalos d e tem p o regu lares, n ão se p od en d o afirm ar qu an d o as in -terven ções terap êu ticas d evam ser in terrom p i-d a s co m a ga ra n tia i-d o fim i-d a rein fecçã o e i-d o ap arecim en to de n ovos casos (Webbe & Jordan , 1993).

Em três estad os d a zon a can avieira d o Nor-d este (Pern am b u co, Alagoas e Sergip e), a p re-valên cia d a esq u istossom ose cresceu p rogres-sivam en te d e 1987 (13,3%) a 1990 (26,2%) (Rey, 1992), a d esp eito d e su cessivas cam p an h as d e con trole qu im ioteráp ico in iciad as em 1977 p e-lo Min istério d a Sa ú d e. De 1991 a 1993, a p re-va lên cia n esses três esta d o s m a n teve-se, em m éd ia , en tre 20,0% e 24,0% (Am a ra l & Po rto, 1994).

No Mu n icíp io d e Sã o Lo u ren ço d a Ma ta , u m a d as áreas m ais críticas n a zon a can avieira d e Pern am b u co, h á registros sob re p revalên cia d a d oen ça d esd e 1948, qu an d o Pellon & Teixei-ra (1950) realizaTeixei-ram u m in q u érito h elm in toló-gico em 699 esco la res d a cid a d e, d etecta n d o 60,8% d e p ositivos p ara S. m an son i. De 1968 a

1974, Ba rb o sa & Co sta (1981) rea liza ra m a p li-cações p eriód icas d o m olu scicid a n iclosam id a (Baylu scid e®) n os criad ou ros d e cin co agrovi-la s rep resen ta tiva s d a á rea (Ca ia rá , Ca m orim , Gen eral, Qu izan ga e São João), redu zin do a p re-va lên cia d e 73,4% p a ra 30,7%, em m éd ia . De 1979 a 1986, 98 localid ad es d o Mu n icíp io foram a lvo d e ca m p a n h a s d e co n tro le d o Min istério d a Sa ú d e, co m ên fa se n a m ed ica çã o em la rga esca la co m oxa m n iq u in e (Ma n sil®). Ap esa r d isso, a p reva lên cia m éd ia n a q u ela s a grovila s au m en tou d e 31,4% p ara 41,9% n o referid o p e-ríod o, ch egan d o a 58,5% em 1990 (Pieri, 1995). Em d ezem b ro d e 1990, foi feito u m in qu éri-to p a ra siéri-to ló gico d o s m o ra d o res d e u m a d a s agrovilas acim a (Cam orim ), sen d o tod os os p o-sitivo s p a ra S. m a n son ip ro n ta m en te m ed ica

-d os com oxam n iq u in e (15-20 m g/ kg), em -d ose ú n ica p or via oral. Os p ositivos foram reexam i-n ad os oito a d ez sem ai-n as d ep ois (m arço) p ara

d etectar os casos ain d a p ositivos e m ed icá-los n ovam en te. As p essoas d a faixa etária d e d ois a 19 an os foram exam in ad as tam b ém em ju n h o e m ed icad as se p ositivas. Esse esqu em a d e m e-d ica çã o fo i a p lica e-d o três vezes (1990-1991, 1991-1992 e 1992-1993).

O im p acto d esse esqu em a d e m ed icação foi an im ad or n os p acien tes acim a d e 19 an os, com a p revalên cia cain d o d e 75,7% em d ezem b ro d e 1990 p ara 35,5% em d ezem b ro d e 1993. Já n as crian ças en tre sete e 13 an os, os resu ltad os fo-ram d ecep cion an tes, com a p revalên cia cain d o d e 86,6% a 69,0% (u m a red u ção d e ap en as 17,6 p on tos p ercen tu ais), e a m éd ia geom étrica d o n ú m ero d e ovos p or gram a d e fezes en tre os caso s p o sitivo s, d e 182,4 p a ra 100,2 (u m a red u -çã o d e so m en te 59,9%) n o m esm o p erío d o (Pieri, d ad os n ão p u b licad os).

Esses d a d o s n ã o d eixa m d ú vid a s so b re o fra ca sso d a q u im io tera p ia n o co n tro le d a eq u isto sso m o se n essa á rea -p ro b lem a , e m o s-tram a n ecessid ad e d e id en tificar os fatores so-ciais, d em ográficos e com p ortam en tais im p li-ca d o s n a tra n sm issã o d essa d o en ça . Pa ra ta l, fo ra m feito s leva n ta m en to s fisio grá fico s, d e m o grá fico s e m a la co ló gico s d a á rea , b em co m o u m in q u érito p a ra sito ló gico d o s m o ra d o -res. Tam b ém foram ob tid as in form ações sob re a h istória d e tratam en tos an teriores, con d ições só cio -eco n ô m ica s e p a d rõ es d e co n ta to d o s m orad ores com as águ as d os criad ou ros. Essas in fo rm a çõ es fo ra m a n a lisa d a s co m rela çã o à p ositivid ad e e à in ten sid ad e d a in fecção, b u s-can d o id en tificar os fatores d e risco relevan tes.

M at erial e mét odos

Levant ament o fisiográfico, demográfico e malacológico

Pa ra ca ra cteriza r fisio grá fica e d em o gra fica m en te a á rea d e estu d o, fo i feito u m leva n ta -m en to d os p rin cip ais ele-m en tos h id rográficos, to p o grá fico s e a grá rio s d a á rea , b em co m o o cad astram en to d as casas e d os m orad ores.

(3)

Levantamento parasitológico e história de tratamento quimioterápico

Em d ezem b ro d e 1994, as m orad ias foram visita d a s p o r a gen tes d e sa ú d e d a Fu n d a çã o Na -cion al d e Saú d e p ara d istrib u ição e coleta d os recip ien tes p ara exam e d e fezes. O d iagn óstico p a ra sito ló gico fo i feito p elo m éto d o d e Ka to -Ka tz (-Ka tz et a l., 1972), co m d u a s lâ m in a s p o r am ostra ú n ica.

Com b ase n esse levan tam en to foram d eter-m in a d o s o s segu in tes ín d ices d e in fecçã o p o r

S. m a n son i, con form e recom en d a çã o d a OMS (1994):

a) Preva lên cia d a in fecçã o : p ercen ta gem d e p esso a s q u e a p resen ta va m ovo s n a s fezes n o exam e p arasitológico.

b ) In ten sid ad e d a in fecção: m éd ia geom étrica d o n ú m ero d e ovo s p o r gra m a d e fezes (o p g) en tre os p ositivos, d e acord o com as classes d e con tagem d e ovos. A in ten sid ad e foi categorizad a com o leve (op g < 100) ou m od erad a a in -ten sa (op g > 100).

c) Preva lên cia d e in fecçõ es m o d era d a s a in -ten sa s: p ercen ta gem d e p esso a s co m m a is d e 100 op g.

Os d a d o s d e p o sitivid a d e, in ten sid a d e d a in fecçã o, b em co m o in fo rm a çõ es so b re tra tam en tos q u itam ioterá p icos a n teriores fora tam ca tego riza d o s co n fo rm e a Ta b ela 1. As in fo rm a -çõ es so b re o tem p o d eco rr id o d esd e o ú ltim o tra ta m e n to e so b re o n ú m e ro d e tra ta m e n to s a n teriores d esd e 1990 fora m b a sea d a s em d a-d o s o b tia-d o s p o r u m a-d o s a u to re s (Pie ri, a-d a a-d o s n ão p u b licad os).

Variáveis sócio-demográficas e padrões de cont at o com a água

Um q u estion áriop ad rão foi ap licad o aos m o -ra d o res ca d a st-ra d o s q u e se su b m ete-ra m a o s exa m es p a ra sito ló gico s, co m p ergu n ta s rela -cio n a d a s a fa to res só -cio -d em o grá fico s e a o con tato com as águ as d os criad ou ros. As variá-veis con sid erad as e resp ectivas categorizações estão n a Tab ela 1.

O q u estio n á rio ta m b ém fo i u tiliza d o p a ra ca ra cteriza r a situ a çã o só cio -eco n ô m ica d a s fam ílias (ocu p ação p rin cip al e ren d a) e as con -d ições san itárias -d as m ora-d ias (-d estin o -d os -d e-jetos e fon te d e ab astecim en to d e águ a).

Análise dos dados

As va riá veis só cio d em o grá fica s e co m p o r ta -m en tais fora-m an alisad as co-m relação à p ositivid a d e e à in ten sid a d e p o r ta b ela s d e co n tin gên cia 2 x 2, em p rega n d ose o teste Qu iQu a

-d ra -d o co m co rreçã o -d e Ya tes, o u o teste exa to d e Fish er, co n fo rm e esta b elecid o p o r Siegel, 1956. Razões de ch an ces (od d s ratios, OR) e

res-p ectivos in tervalos de con fian ça (IC) de 95% fo-ram u tilizad os p ara con firm ar a força d as asso-ciações sign ificativas en tre as variáveis (Barre-to, 1987). A d iferen ça n a a b u n d â n cia rela tiva d os m olu scos vetores en tre as Zon as Su l e Nor-te foi avaliada p elo Nor-tesNor-te de Wilcoxon . O n ível de sign ifican cia ad otad o foi d e 5% (Siegel, 1956).

Result ados

Caract eríst icas fisiográficas

A á rea a b ra n ge a p roxim a d a m en te 3 km2 d e u m a p la n ta çã o d e ca n a -d e-a çú ca r situ a d a à m argem esq u erd a d o rio Cap ib arib e e cortad a p or três aflu en tes p rin cip ais (riach os d o Corte, Catolé e Gravatá). O rio tem em m éd ia 50 m d e largu ra e a p rofu n d id ad e varia d e algu n s cen tí-m etros n as tí-m argen s a vários tí-m etros n o cen tro. Os três riach os têm n o m áxim o 6 m d e largu ra e 1,5 m d e p rofu n d id ad e. A área resid en cial es-tá d ivid id a em d u as zon as (Su l e Norte) com a existên cia d e d o is gru p a m en to s d e m o ra d ia s sep arad os p elo can avial (Figu ra 1).

Levant ament o malacológico

A ab u n d ân cia relativa d e Biom p h alaria stram i-n ea– ú n ico m olu sco vetor n a área, n as 11

esta-çõ es d e co leta p revia m en te d em a rca d a s (sete n a Zo n a Su l e q u a tro n a Zo n a No rte) n o s 12

Tab e la 1

Variáve is só c io -d e mo g ráfic as e p ad rõ e s d e c o ntato d iário o u se manal c o m a ág ua

d o s c riad o uro s no s 12 me se s ante rio re s ao d iag nó stic o , le vantad as no q ue stio nário

ap lic ad o e m Camo rim, São Lo ure nç o d a Mata, PE.

Variáveis Cat egorias

Se xo Fe minino / Masc ulino

Faixa e tária 2 – 19 ano s/ + d e 19 ano s

Te mp o d e mo rad ia na áre a Até 5 ano s/ + d e 5 ano s

Tip o d e hab itaç ão Tip o 1 (p are d e d e alve naria e p iso d e c ime nto )

Tip o 2 (p are d e d e taip a e p iso d e b arro )

Alfab e tizaç ão (maio re s d e 7 ano s) Sim/ Não

Zo na re sid e nc ial Sul/ No rte

Alg um c o ntato Sim/ Não

Banho (hig ie ne p e sso al) Sim/ Não

Lavag e m d e ro up a e ute nsílio s Sim/ Não

Laze r (nad ar/ b rinc ar) Sim/ Não

(4)

,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,, ,,,,,,,,,,,,,,,,,,

N

0 0.1 km

Riacho Gravatá

Riacho Cato lé

R ia

cho

d o C

o rte

Rio

C

ap

ib

a

ri

b

e

Fig ura 1

Re p re se ntaç ão e sq ue mátic a d o s p rinc ip ais e le me nto s hid ro g ráfic o s, to p o g ráfic o s e ag rário s p ró ximo s ao núc le o

hab itac io nal d a ag ro vila d e Camo rim, munic íp io d e São Lo ure nç o d a Mata, PE.

mo rad ias

riacho s

e staçõ e s d e co le ta d e mo lusco s

e strad a

via fé rre a

canavial

d e limitação d as zo nas re sid e nciais

(5)

m eses q u e p reced eram o in q u érito p arasitoló-gico – é m ostrad a n a Figu ra 2. A ab u n d ân cia rla tiva d o s m o lu sco s veto res era a lta en tre d e-zem b ro d e 1993 e ab ril d e 1994, tan to n a Zon a Su l, q u an to n a Zon a Norte, red u zin d o-se d rastica m en te n o s m eses d e m a io r ch u va (m a io a go sto ). Co m o fim d a esta çã o ch u vo sa , a p o -p u la çã o m a la co ló gica recu -p ero u -se n a Zo n a Su l, m as n ão n a Zon a Norte. O p ico p op u lacio-n al d os m olu scos lacio-n esta ú ltim a região foi em ja-n eiro (21,8 m olu scos/ p essoa/ m ija-n / estação), ao p asso q u e, n a Zon a Su l, foi em ou tu b ro (15,6). No en ta n to, n ã o h ou ve d iferen ça sign ifica tiva n a a b u n d â n cia d e m o lu sco s veto res en tre a s zo n a s n o co n ju n to d o s d oze m e se s d e o b se r-vação.

Em b ora n en h u m levan tam en to sob re a in -fecção n atu ral d os m olu scos p orS. m an son i

te-n h a sid o feito te-n o p eríod o d o p resete-n te trab alh o, estu d os p osteriores d etectaram m olu scos p osi-tivos em qu ase tod as as estações d e coleta. Em 1995, a s ta xa s d e in fecçã o n a tu ra l p or esta çã o ch egaram a 8,3% n o riach o d o Corte; 15,0%, n o Catolé e 3,1%, n o Gravatá (Favre, com u n icação p essoal).

Caract eríst icas sócio-demográficas

Fo ra m ca d a stra d a s, n o to ta l, 33 ca sa s (21 n a Zo n a Su l e 12 n a Zo n a No rte), co m 146 m o ra -d ores, sen -d o 64 (43,8%) -d o sexo fem in in o e 82

(56,2%) d o sexo m a scu lin o. Do to ta l d e m o ra -d o res, 82 (56,2%) tin h a m m a is -d e 19 a n o s -d e id ad e e 64 (43,8%) estavam n a faixa d e d ois a 19 an os.

A situ a çã o só cio -eco n ô m ica d a s fa m ília s era a segu in te: d o s q u a ren ta h o m en s a d u lto s, 12 (30%) era m a p o sen ta d o s, 16 (40%) d esem -p rega d o s e a -p en a s 12 (30%) tra b a lh a va m ; d a s 42 m u lh eres ad u ltas, 37 (88,1%) eram d on as d e ca sa , três (7,1%), a p o sen ta d a s e a p en a s d u a s (4,8%) trab alh avam fora. A ocu p ação p rin cip al d o s tra b a lh a d o res era n o co rte d e ca n a -d e-açú car. A ren d a fam íliar m éd ia era d e u m salá-rio m ín in o.

As con d ições san itárias d as m orad ias eram as segu in tes: n ão existia n en h u m tip o d e esgo-to n a á rea , e a p en a s o iesgo-to (24%) d a s 33 ca sa s p ossu íam fossas secas; n ão h avia ab astecim en -to d e águ a en can ad a; n en h u m a d as casas tin h a caixa d’águ a; a águ a u tilizad a p ara b eb er vin h a d a s ca cim b a s, q u e n ã o a p resen ta va m m o lu s-cos. Das 33 fam ílias, 22 (67%) relataram b eb er a águ a d as cacim b as sem n en h u m tip o d e tra-tam en to; ap en as n ove (27%) fam ílias coavam a á gu a a n tes d e b eb er e só d u a s (6%) co a va m e cloravam . O lixo d om éstico era jogad o n o fu n -d o -d o q u in tal em 75% -d as casas; som en te 15% d a fam ílias qu eim avam ou en terravam o lixo.

Dos 146 cad astrad os, 93 (63,7%) resp on d e-ram ao question ário. Destes, ap en as dez (10,7%) d isseram n ão ter n en h u m tip o d e con tato com

Fig ura 2

Ab und ânc ia re lativa d e Bio mp halaria stramine a, ac o mp anhad a me nsalme nte d e d e ze mb ro d e 1993 a no ve mb ro d e 1994,

nas Zo nas No rte e Sul d a ag ro vila d e Camo rim. A linha re p re se nta a p luvio sid ad e no p e río d o .

0 5 10 15 20 25 0 100 200 300 400 500 600 700

Pluvio sid ad e Zo na No rte

Zo na Sul

no v/ 94 mé d ia o ut/ 94

se t/ 94 ag o / 94 jul/ 94 jun/ 94 mai/ 94 ab r/ 94 mar/ 94 fe v/ 94 jan/ 94 d e z/ 93

0,0 3,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,3 0,0 2,7 3,2 3,2 21,8 4,8 Zo na No rte

1,2 3,9 15,5 2,9 0,4 1,4 0,8 0,9 3,6 7,9 2,9 7,6 2,0 Zo na Sul

15,7 221,2 23,7 163,7 151,8 266,9 671,2 572,3 223,0 292,9 96,5 142,8 33,3 Pluvio sid ad e

(6)

a s á gu a s d o s cria d o u ro s, en q u a n to o s d em a is relataram con tato com a água som en te n os crid ou ros crid a área. As m ais freq ü en tes razões p a-ra o con tato com a águ a foa-ram : b an h o (85,5%), la zer (69,9%), lavagem d e rou p a (37,3%) e p es-caria (36,1%). As estações d a Zon a Norte foram m ais citad as com o local d e con tato (91,5%) d o qu e as d a Zon a Su l (32,0%).

Dados parasit ológicos e hist ória de t rat ament o quimiot erápico

To d o s o s 93 e n t re vis t a d o s fo r a m e xa m in a -d o s p arasitologicam en te, -d os q u ais, sessen ta (64,5%) estavam p ositivos p araS. m an son ie 25

(41,7%) tin h a m m a is d e 100 o p g. As m éd ia s geo m étrica s d e o p g en tre o s p o sitivo s fo ra m : 31,8 p a ra os com in fecçã o leve (a té 100 op g) e 254,7 p ara os com in fecção d e m od erad a a in -ten sa (m ais d e 100 op g).

Das 93 p essoas exam in ad as, 46 (49,5%) h a-via m sid o tra ta d a s p elo m en o s u m a vez n o s ú tim os d oze m eses, e 34 d estas (73,9%) h aviam receb id o m ais d e três tratam en tos n os ú tim os três an os.

Variáveis sócio-demográficas e infecção

A m a io ria d a s va riá veis só cio -d em o grá fica s an alisad as n ão ap resen taram associação sign i-ficativa com a p ositivid ad e p or S. m an son i

(se-xo, tem p o d e m orad ia, tip o d e casa, alfab etiza-çã o e zo n a resid en cia l). Ap en a s a fa ixa etá ria fo i sign ifica tiva m en te a sso cia d a à in fecçã o, sen d o a p ositivid ad e n a faixa etária d e d ois a 19 a n o s m a io r d o q u e n a d e vin te a n o s o u m a is ( Ta b ela 2). As p esso a s d a q u ela fa ixa etá r ia tin h a m a p roxim a d a m etin te 11 vezes m a is ch a tin -ces d e se in fecta rem d o q u e o s a d u lto s (OR = 11,14 e IC 95% = 3,64-35,53).

A in ten sid a d e d a in fecçã o n ã o a p resen to u associação estatística com n en h u m a d as variá-veis sócio-d em ográficas an alisad as.

Variáveis relacionadas aos padrões de cont at o com a água e infecção

Den tre a s va riá veis rela cio n a d a s a o s p a d rõ es d e co n ta to co m a s á gu a d o s cria d o u ro s, só d u as (lavagem d e rou p a e p esca) n ão ap resen -ta ra m a ssocia çã o sign ifica tiva com a p ositivi-dade. Nas dem ais variáveis (algu m con tato com os criad ou ros, b an h o e lazer), a associação com a p ositivid ad e foi sign ificativa, e a p ositivid ad e n a s p esso a s q u e a p resen ta ra m esses p a d rõ es fo i sign ifica tiva m en te m a io r d o q u e n a q u ela s q u e n ã o o s a p resen ta ra m ( Ta b ela 3). Pa ra a s p essoas q u e freq ü en tem en te tom avam b an h o

n os criad ou ros ou d eles se u tilizavam p ara la-zer, a associação com a in fecção foi forte: OR = 3,68 (1,23-11,24) p a ra b a n h o ; OR= 3,73 (1,39-10,15) p ara lazer.

A in ten sid a d e d a in fecçã o n ã o a p resen to u associação estatística com n en h u m a d as variá-veis rela cio n a d a s co m o s p a d rõ es d e co n ta to com as águ as an alisad as d os criad ou ros.

Discussão

Os resu ltad os m ostram qu e, d en tre as variáveis sócio-d em ográficas an alisad as, ap en as a faixa etária estava im p licad a com a p ositivid ad e p a -ra S. m an son i. O fato d e os joven s se in fectarem

em m a io r p ro p o rçã o q u e o s a d u lto s p o d e ser d evid o a asp ectos com p ortam en tais, im u n oló-gicos ou fisiolóoló-gicos característicos d essa faixa etária (Gryseels, 1994).

A a u sên cia d e a sso cia çã o en tre a s d em a is variáveis sócio-d em ográficas e a in fecção p od e ser exp licad a p ela u n iform id ad e n as con d ições d e vid a en tre os m orad ores d a com u n id ad e es-tu d ad a: b aixa ren d a fam íliar, falta d e qu alificaçã o p ro fissio n a l d o s ch efes d e fa m ília , p reca -ried ad e d as m orad ias, au sên cia d e águ a en ca-n a d a e esgo to. So b ta is co ca-n d içõ es, a ica-n fecçã o p o r S.m a n son iten d e a se d istrib u ir m a is u n i-form em en te em seu s h ab itan tes (Costa, 1983). Assim , o u so d e va riá veis só cio -d em o grá fica s com o fatores d e risco tem p ou co valor p red iti-vo n a área d e estu d o.

Por ou tro lad o, as fortes associações en con -trad as en tre os p ad rões d e con tato com a águ a e a in fecção reforçam a im p ortân cia d as variá-veis com p ortam en tais com o fatores d e risco n a área d e estu d o. Pod e-se, p ortan to, esp erar q u e a s p esso a s q u e têm co n ta to freq ü en te co m o s cria d o u ro s p a ra b a n h o o u la ze r te rã o m a io r ch an ces d e se in fectarem .

En treta n to, d evese n o ta r q u e a s a sso cia -çõ es en tre o s vá rio s fa to res d e risco e a ca rga p a ra sitá ria p o d em esta r sen d o a ltera d a s p ela qu im ioterap ia p raticad a p eriod icam en te.

(7)

i-cas e san itárias u n iform em en te p recárias. Em ta is circu n stâ n cia s, ta lvez a m elh or estra tégia seja a ob servação d ireta d os p ad rões com p or-ta m en or-ta is d e co n or-ta to d o s m o ra d o res co m o s cria d o u ro s (Da lto n , 1976; Klo o s et a l., 1990; Bu n d y & Blu m en th al, 1990). Estu d os ob serva-cio n a is, co m p lem en ta d o s p o r q u estio n á r io s, têm sid o p articu larm en te ú teis n ão só n a id en -tifica çã o d o s co m p o rta m en to s d e risco, m a s ta m b ém n a d eterm in a çã o q u a n tita tiva d o s p róp rios riscos d e in fecção ( Jord an , 1985; Jor-d an & Web b e, 1993).

A ab u n d ân cia d e B. stram in ea n os 12 m eses a n terio res a o d ia gn ó stico p a ra sito ló gico d o s m o ra d o res, b em co m o a s a lta s ta xa s d e in fec-ção n atu ral d esses m olu scos registrad as n o an o segu in te, in d ica m cla ra m en te a im p o rtâ n cia d o veto r n a p ersistên cia d a esq u isto sso m o se n a lo ca lid a d e estu d a d a . Esses a sp ecto s m a la -co ló gi-co s, a sso cia d o s a o s p a d rõ es d e -co n ta to com a águ a exib id os p elos m orad ores, torn am in fru tíferas as ten tativas d e con trole d a d oen ça b asead as ap en as n a qu im ioterap ia.

Com o n ão h á p ersp ectiva a cu rto ou m éd io p razo d e solu ção glob al p ara os p rob lem as só-cio-econ ôm icos em áreas com o a d o p resen te estu d o, m ed id a s esp ecífica s p a ra co n tro le d a esq u istossom ose n ecessitam ser im p lem en ta-d as, levan ta-d o em con ta as características ep ita-d e-m io ló gica s e eco ló gica s lo ca is. Assie-m , a q u m ioterap ia d eve ser com p lem en tad a p or m ed i-d a s q u e rei-d u za m a a b u n i-d â n cia i-d o s m o lu sco s vetores a n íveis m ín im os e/ ou im p eçam ou d i-m in u a i-m , d ra stica i-m en te, o s co i-m p o rta i-m en to s d e risco (b an h o e lazer), sob retu d o n a faixa etá-ria m ais vu ln erável (d ois a 19 an os).

O con trole d os m olu scos vetores p erm an e-ce co m o a m ed id a p rá tica m a is efica z p a ra o co n tro le d a tra n sm issã o ( Web b e & Jo rd a n , 1993) e seu u so, com b in ad o com a qu im iotera-p ia, tem sid o recom en d ad o esiotera-p ecialm en te em á rea s h ip eren d êm ica s, su jeita s a ciclo s sa zo -n ais d e i-n fecção (Stu rrock, 1995). A escolh a d a m elh or ép oca d o an o p ara a ap licação com b i-n ad a d e m olu scicid a e q u im ioterap ia d ep ei-n d e d as características ecológicas locais. Em áreas com o a d o p resen te estu d o, a estação ch u vosa (m aio-ju lh o) ten d e a d izim ar as p op u lações d e m o lu sco s veto res. A p a rtir d e a go sto, a á gu a d os criad ou ros d im in u i d e volu m e e velocid a-d e, p erm itin a-d o a form a çã o a-d e rem a n sos on a-d e a s p o p u la çõ es d e m o lu sco s se resta b elecem . Os m eses d e setem b ro a n ovem b ro são os m ais p ro p ício s à tra n sm issã o d a d o e n ça n e ssa s á rea s (Ba rb o sa , 1962). Assim , a m elh o r ép o ca d o a n o p a ra tra ta r o s cria d o u ro s e m ed ica r a s p essoas seria o p eríod o q u e se segu e à estação ch u vosa.

Tab e la 2

Tab e las d e c o nting ê nc ia d as variáve is só c io -d e mo g ráfic as e m re laç ão à p o sitivid ad e

p o r S. Ma nso ni.

Variável Posit ivos/ n (%) N egat ivos/ n (%) p

Sexo

F 24 (40,0) 19 (57,6) 0,158

M 36 (60,0) 14 (42,4)

Faixa et ária

2 – 19 45 (75,0) 7 (21,2) 0,000

< 20 15 (25,0) 26 (78,8)

Tempo de moradia

+ d e 5 ano s 53 (88,3) 29 (87,8) 1.000

até 5 ano s 7 (11,7) 4 (12,2)

Tipo de habit ação

tip o 1 31 (51,7) 16 (48,5) 0,748

tip o 2 29 (48,3) 17 (51,5)

Alfabet izado

sim 44 (89,8) 21 (70,0) 0,053

não 5 (10,2) 9 (30,0)

Zona residencial

Sul 32 (53,3) 18 (54,5) 0,916

No rte 28 (46,7) 15 (45,5)

Tab e la 3

Tab e las d e c o nting ê nc ia d o s p ad rõ e s d e c o ntato d iário o u se manal c o m as ág uas

d o s c riad o uro s no s 12 me se s ante rio re s ao d iag nó stic o , e m re laç ão à p o sitivid ad e

p o r S.m a nso ni.

Variável Posit ivos/ n (%) N egat ivos/ n (%) p

Algum cont at o

sim 60 (100,0) 23 (69,7) 0,000

não 0 (0,0) 10 (30,3)

Banho

sim 51 (85,0) 20 (60,6) 0,017

não 9 (15,0) 13 (39,4)

Lavagem de roupa

sim 18 (30,0) 13 (39,4) 0,490

não 42 (70,0) 20 (60,6)

Lazer

sim 44 (73,3) 14 (42,4) 0,007

não 16 (26,7) 19 (57,6)

Pesca

sim 21 (35,0) 9 (27,3) 0,595

(8)

Referências

AMARAL, R. S. & PORTO, M. A. S., 1994. Evo lu çã o e situ a çã o a tu a l d o co n tro le d a e sq u isto sso m o se n o Brasil. Rev ist a d a Socied a d e Bra sileira d e M e-d icin a Trop ical, 27 (su p l. III):73-90.

BARBOSA, F. S., 1962. Asp e ct s o f t h e e co lo gy o f t h e in term ed iate h ost of Sch istosom a m an son iin ter-fe rin g wit h t h e t ra n sm issio n o f b ilh a rzia sis in No rth ea stern Bra sil. In : CIBA Fou n d a t ion Sym -p osiu m on Bilh arz iasis(G. E. W. Wolstrn h olm e & M. O’Con n or, ed s.), p p. 23-35, Lon d res: Ch u rch ill. BARBOSA, F. S. & COIMBRA JR, C. E. A., 1992. Alter-n a tive a p p ro a ch e s iAlter-n sch isto so m ia sis co Alter-n tro l. Mem órias d o In stitu to Osw ald o Cru z, 87:215-220. BARBOSA, F. S. & COSTA, D. P. P., 1981. A lo n g te rm sch istosom ia sis con trol p roject with m olu scicid in a ru ral area of Brazil. An n als of Trop ical Med i-cin e an d Parasitology, 75:41-52.

BARRETO, M. L., 1987. Cau sa versu sp red ição: h istó -ria d e b a n h o s e m rio s co m o fa to re s d e risco e p reditores da in fecção p elo Sch istosom a m an son i. Rev ist a d e Sa ú d e Pú b lica d e Sã o Pa u lo, 21:305-309.

BARRETO, M. L., 1993. Use of risk factors ob tain ed by q u estion n a ires in th e screen in g for Sch ist osom a m an son iin fection . Am erican Jou rn al of Trop ical Med icin e an d Hygien e, 48:742-747.

Agradeciment os

À Dra. Eridan Cou tin h o, Diretora do Cen tro de Pesqu sa s Aggeu Ma ga lh ã es (CPq AM), Fiocru z; a o Dr. Ub i-ra cy Gu id a , d a Fu n d a çã o Na cio n a l d e Sa ú d e (FNS), Recife, e a o s técn ico s d a Esta çã o d e Ca m p o Am ilca r Barca Pellón , São Lou ren ço d a Mata.

A d im in u ição ou elim in ação d e com p orta-m en tos d e risco p or p arte d a p op u lação geral-m en te exige geral-m u d an ças volu n tárias d e atitu d e, o q u e só u m a com b in ação ad eq u ad a d e m ed i-d as ei-d u cacion ais e en volvim en to com u n itário p o d e p ro m over d e fo rm a d u ra d o u ra (Klo o s, 1995; Sch a ll, 1995; Brieger, 1996). Em b o ra ta l ab ord agem ten h a-se m ostrad o p rom issora n o co n tro le d a esq u isto sso m o se (Sch a ll et a l., 1993; Clin e & Hewlett, 1996), seu im p acto p od e ser p eq u en o em á rea s o n d e o p rin cip a l gru p o d e risco sã o a s cria n ça s. Co m o b em a d verte Stu rrock (1995), qu an d o elas atin gem u m a id a-d e su ficien te p a ra en ten a-d er a ea-d u ca çã o em saú d e, já cu m p riram seu p ap el d e m an ter a es-qu istossom ose n a com u n id ad e.

As m edidas edu cacion ais, m esm o qu e aten -d a m à s p a rticu la ri-d a -d es -d e ca -d a á rea , p reci-sa m ser a com p a n h a d a s d e a ltern a tiva s p a ra o la zer e m elh o ria s em sa n ea m en to e a b a steci-m en to d e águ a. Porésteci-m , a isteci-m p lesteci-m en tação d es-sa s m ed id a s p ela co m u n id a d e, a in d a q u e em p equ en a escala, d eve ser feita com cau tela. Em

p rim eiro lu gar, p orq u e os joven s ten d em a freq ü en tar e con tam in ar os criad ou ros in d ep en -d en tem en te -d a criação -d e altern ativas -d e lazer. Em segu n d o lu gar, p orq u e a con stru ção d e la-trin as, tan q u es d e rou p a, ch u veiros, p oços ar-tesia n o s e b o m b a s m a n u a is p o d e fa vo recer o a p a recim en to d e n ovo s fo co s d e tra n sm issã o, em co n seq ü ên cia d e va za m en to s d e á gu a n a s in sta la çõ es o u d e a b a n d o n o d a s m esm a s. Se essas m elh orias n ão forem acom p an h ad as p or d ren agem d o solo e m an u ten ção p eriód ica d as in stalações, seu s efeitos p od em ser con trap ro-d u cen tes.

(9)

BUNDY, D. A. P. & BLUMENTHAL, U. J., 1990. Hu m an b eh aviou r an d th e ep id em iology of h elm in th in fection s: th e role of b eh aviou r in exp osu re to in -fection . In : Parasitism an d Hu m an Beh aviou r(C. J. Barn ard & J. M. Beh n ke, ed s.), p p. 264289, Lon -d on / New York/ Ph ila-d elp h ia: Taylor & Fran cis. BRIEGER, W. R., 1996. Hea lth ed u ca tio n to p ro m o te

com m u n ity in volvem en t in th e con trol of trop i-cal d iseases. Acta Trop ica, 61:93-106.

CLINE, B. L. & H EWLETT, B. S., 1996. Co m m u n ity-b ased ap p roach to sch istosom iases con trol. Acta Trop ica, 61:107-119.

COURA, J. R., 1995. Co n tro l o f sch isto so m ia sis in Brazil: p ersp ectives an d p rop osals. M em órias d o In stitu to Osw ald o Cru z, 90:257-260.

COURA-FILHO, P., 1994. Uso d o p a ra d igm a d e risco p a ra a esq u istossom ose em á rea s en d êm ica s n o Brasil. Cad ern os d e Saú d e Pú blica, 10:464-472. COURA-FILH O, P.; FARAH , W. C.; REZEBDE, D. F.;

LAMARTINE, S. S.; CARVANHO, O. S. & KATZ, N., 1995. Determ in an tes am b ien tais e sociais d a es-q u isto sso m o se m a n so n i e m Ra ve n a , Min a s Ge-ra is, BGe-ra sil. Ca d ern os d e Sa ú d e Pú b lica, 11:252-265.

DALTON, G. R., 1976. A socioecologica l a p p roa ch to th e con trol of Sch ist osom a m a n son iin St. Lu cia. Bu llet in of t h e W orld Hea lt h Orga n iz a t ion, 54: 587-595.

GRYSEELS, B., 1994. Hu m an resistan ce to Sch istoso-m a in fe ctio n s: a ge o r e xp e rie n ce ? Pa ra sit ology Tod ay,10:380-384.

JORDAN, P., 1985. Sch istosom iasis: Th e St. Lu cia Pro-ject. Cam b rid ge: Cam b rige Un iversity Press. JORDAN, P. & WEBBE, G., 1993. Ep id em iology. In :Hu

-m a n Sch ist oso-m ia sis(P. Jord a n , G. Web b e & R. F. Stu rro ck, e d s.), p p. 87138, Ca m b rige : CAB In -tern ation al.

KATZ, N.; CHAVES, A. & PELLEGRINO, J., 1972. A sim -p le d e vice fo r q u a n tita tive sto o l th ick-sm e a r tech n iqu e in sch istosom iasis m an son i. Revista d o In st it u t o d e M ed icin a Trop ica l d e Sã o Pa u lo, 14:397-400.

KLOOS, H., 1995. Hu m an b eh avior, h ealth ed u cation an d sch istosom iasis con trol: a review. Social Sci-en ce an d Med icin e, 40:1497-1511.

KLOOS, H .; H IGASH I, G. I.; SCH INSKI, V. D.; MAN-SOUR, N. S.; MURRELL, K. D. & MILLER, F. D., 1990. Water con tact an d Sch istosom a h aem atobi-u min fection : a case stu d y from an Up p er Egyp t-ian village. In t ern a t ion a l Jou rn a l of Ep id em iolo-gy, 19:749-758.

LIMA E COSTA, M. F. F., 1983. Est u d os Clín ico- Ep i-d em iológicos i-d a Esq u ist ossom ose M a n son i em Com ercin h o, M in a s Gera is (1974/1981). Te se d e Dou torad o, Belo Horizon te: Facu ld ad e d e Med i-cin a, Un iversid ad e d e Min as Gerais.

LIMA E COSTA, M. F. F.; MAGALH ÃES, M. H . A.; ROCH A, R. S.; ANTUNES, C. M. F. & KATZ, N., 1987. Watercon tact p attern s an d socioecon om -ic variab les in th e ep id em iology of sch istosom ia-sis m an son i in an en d em ic area in Brazil. Bu lletin of th e World Health Organ iz ation, 65:57-66. LIMA E COSTA, M. F. F.; ROCHA, R. S.; LEITE, M. C. L.;

CARNEIRO, R. G.; COLLEY, D.; GAZZINELLI, G. & KATZ, N., 1991. A m u ltiva ria te a n a lysis of socio-d em ograp h ic factors, water-con tact p attern s an socio-d

Sch ist osom a m a n son i in fe ctio n in a n e n d e m ic a re a in Bra sil. Rev ist a d o In st it u t o d e M ed icin a Trop ical d e São Pau lo, 33:58-63.

LIMA E COSTA, M. F. F.; ROCHA, R. S.; MAGALHÃES, M. H. & KATZ, N., 1994. Um m od elo h ierárq u ico d e an álise d as variáveis sócio-econ ôm icas e d os p a d rões d e con ta to com á gu a s a ssocia d os à for-m a h ep atoesp lên ica d a esq u istossofor-m ose. Cad er-n os d e Saú d e Pú blica, 10 (su p l. II):241-253. OLIVIER, L. J. & SCH EINDERMAN, M., 1956. A

m e th o d fo r e stim a tin g th e d e n sity o f a q u a tic sn a il p o p u la tio n . Ex p erim en t a l Pa ra sit ology, 5: 109-117.

OMS (Organ ização Mu n d ial d e Saú d e), 1994. O Con -t role d a Esq u is-t ossom ose: Segu n d o Rela -t ório d o Com it ê d e Esp ecia list a s d a OM S. Te ch n ica l Re -p orts Series, 830. Rio d e Jan eiro: Ed itora Fiocru z. PELLON, A. B.; TEIXEIRA, I., 1950. Dist ribu ição

Geo-gráfica d a Esqu istossom ose M an son ica n o Brasil. Rio d e Jan eiro: Divisão d e Organ ização San itária. PIERI, O. S., 1995. Persp ectivas n o con trole am b ien tal

d os m olu scos vetores d a esqu istossom ose. In : Tó-p icos em M alacologia M éd ica (F. S. Barb osa, org.), p p. 239-252, Rio d e Jan eiro: Ed itora Fiocru z. REY, L., 1992. Ba ses d a Pa ra sit ologia M éd ica. Rio d e

Jan eiro: Ed itora Gu an ab ara-Koogan .

SCHALL, V. T.; DIAS, A. G. P.; MALAQUIAS, M. L. G. & GOMES DOS SANTOS, M., 1993. Ed u ca çã o e m sa ú d e e m e sco la s p ú b lica s d e p rim e iro gra u d a p eriferia d e Belo Horizon te, M. G., Brasil. I – Ava-lia çã o d e u m p ro gra m a re la tivo à e sq u isto sso-m o se. Rev ist a d o In st it u t o d e M ed icin a Trop ica l d e São Pau lo, 35:563-572.

SCH ALL, V. T., 1995. He a th e d u ca tio n , p u b lic in fo r-m a tio n , a n d co r-m r-m u n ica tio n in sch isto so r-m ia sis co n tro l in Bra zil: a b rie f re tro sp e ctive a n d p e r-sp ectives. M em ória s d o In st it u t o Osw a ld o Cru z, 90:229-234.

SIEGEL, S., 1956. N on p a ra m et ric St a t ist ic for t h e Be-h av ioral Scien ces. Tóq u io: McGraw-Hill In tern a-tion al Book Com p an y.

STURROCK, R. F., 1995. Cu rre n t co n ce p ts o f sn a il con trol. Mem órias d o In stitu to Osw ald o Cru z, 90: 241-248.

WEBBE, G. & JORDAN, P., 1993. Co n tro l. In : Hu m a n Sch istosom iasis (P. Jord an , G. Web b e & R. F. Stu r-rock, ed s.), p p. 405-442, Cam b rige: CAB In tern a-tion al.

Imagem

Fig ura 2

Referências

Documentos relacionados

Com respeito aos ensaios de descarga de linhas de transmissão e ensaio de ciclo de operação, deve ser considerado o para-raios de menor tensão de referência, dentro da faixa

A resistência elétrica do elo fusível deverá variar no máximo ± 7,5% da resistência média do lote sob inspeção. Nenhum elo deverá apresentar resistência ôhmica fora

O tamanho da amostra para efetuar o ensaio de resistência à flexão (elasticidade e carga de ruptura) deve ser uma cruzeta para cada tipo de cruzeta e espécie de madeira, para cada

A resistência mecânica calculada do cabo completo deve ser tomada como a soma das contribuições de todos os fios componentes. A contribuição de resistência oferecida

Os requisitos para transformadores imersos em óleo aplicam-se somente à isolação interna. Se os espaçamentos externos entre partes vivas, fase-fase e fase-terra não forem inferiores

As molas que mantém a tensão mecânica entre a base e o porta-fusível devem ser de aço inoxidável ou material similar.. As partes condutoras devem ser de

O cabo quando submetido à tensão elétrica alternada, frequência 48 Hz a 62 Hz, com valor eficaz de 4 kV não deve apresentar perfuração. O tempo de aplicação de tensão deve ser de

Deverão ser registrados, preferivelmente, todos os valores máximos de aquecimento e resistência, de cada ciclo, com registro gráfico ou eletrônico. No caso de não