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Análise da ocorrência temporal dos gols no Campeonato Brasileiro 2011.

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Revista

Brasileira

de

CIÊNCIAS

DO

ESPORTE

ARTIGO

ORIGINAL

Análise

da

ocorrência

temporal

dos

gols

no

Campeonato

Brasileiro

2011

Nilton

Campos

a,

,

Renê

Drezner

a

e

José

Alberto

Aguilar

Cortez

b

aGrupodeEstudosePesquisasdeFuteboleFutsal,EscoladeEducac¸ãoFísicaeEsporte,UniversidadedeSãoPaulo(USP),

SãoPaulo,SP,Brasil

bDepartamentodeEsporte,EscoladeEducac¸ãoFísicaeEsporte,UniversidadedeSãoPaulo(USP),SãoPaulo,SP,Brasil

Recebidoem13defevereirode2013;aceitoem17dejunhode2014 DisponívelnaInternetem7dedezembrode2015

PALAVRAS-CHAVE

Futebol; Gols;

Tempodosgols; Campeonato Brasileiro

Resumo Apropostadopresenteestudoconsisteemverificaraocorrênciatemporaldosgolsdo CampeonatoBrasileirode2011.Foramanalisados1.017golsnas380partidasdacompetic¸ão. Otempodejogofoidivididoemperíodos pré-definidosde15minutos,alémdosacréscimos decadatempo.Osresultados mostramamaiorfrequênciadegolsnasegundaetapa eque dentrodesseperíodoasmaioresocorrênciasdegolsaconteceramapartirdos60minutosde jogo.A análiseestatísticaapontapara diferenc¸assignificativasnonúmerodegolsmarcados entreosperíodos0-15min.x60-75min.(p=0,001)eentre0-15min.x75-90min.(p=0,002). OestudoconcluiquenoCampeonatoBrasileirode2011maisgolsforammarcadosnos30minutos finaisdasegundaetapa,quehámaiorocorrênciadegolsnosacréscimosdosegundotempoem relac¸ãoaoprimeiroequeaseparac¸ãodosacréscimosdotemponormaldejogoinfluencioua classificac¸ãotemporaldosgols.

©2015ColégioBrasileirodeCiênciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.

KEYWORDS

Soccer; Goals; Frequency; Brazilian Championship

AnalysisoftheincidenceofgolsinBrazilianChampionship2011

Abstract The purpose of the present study was record the time of goals in Brazilian Championship2011.Weanalyzed1017goalsin380matchesinthecompetition.Theplayingtime isdividedintopredefinedperiodsof15min.beyondtheadditionseachtime.Theresultsshowa higherfrequencyofgoalsinthesecondhalfandthatwithinthisperiodthehighestincidencesof goalsoccurredafter60min.ofplay.Statisticalanalysisindicatessignificantdifferencesinthe

Autorparacorrespondência.

E-mail:niltoncampos@ymail.com(N.Campos). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbce.2015.11.011

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numberofgoalsscoredintheperiods0-15min.x60-75min.(p=0.001)andbetween0-15min. x75-90min.(p=0.002).ThestudyconcludesthattheBrazilianchampionship2011moregoals arescoredinthefinalthirtyminutesofthesecondhalf,thereisagreateroccurrenceofgoals inadditionstimeofthesecondhalfoverthefirsthalf,andtheseparationofnormaltimeof additionaltimeinfluencedthetemporalclassificationofgoals.

©2015ColégioBrasileirodeCiênciasdoEsporte.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Allrights reserved.

PALABRASCLAVE

Fútbol; Goles;

Tiempodelosgoles; Campeonato Brasile˜no

AnálisisdelaincidenciatemporaldelosgolesenelCampeonatoBrasile˜no2011

Resumen ElpropósitodeesteestudioesdeterminarlaincidenciadelosgolesdelCampeonato Brasile˜no2011.Seanalizaron1.017golesen380partidosdelacompetición.Eltiempodejuego sedivideenperíodospredefinidosde15minutos,apartedelosa˜nadidosdecadatiempo.Los resultadosmuestranmayorfrecuenciadegolesenlasegundaparteyquedentrodeesteperíodo lasmayoresincidenciasdegolesseprodujeronalos60minutosdejuego.Elanálisisestadístico indicadiferenciassignificativasenelnúmerodegolesmarcadosenlosperíodos0-15minutos×

60-75minutos(p=0,001)yentre0-15minutos×75-90minutos(p=0,002).Elestudioconcluye

queenelCampeonatoBrasile˜no2011seanotaronmásgolesenlosúltimostreintaminutosde lasegundaparte,quehaymayorincidenciadegoleseneltiempoa˜nadidodelasegundaparte enrelaciónconlaprimera,yquelaseparacióndeltiempoa˜nadidodeltiemporeglamentario influyóenlaclasificacióntemporaldelosgoles.

©2015ColégioBrasileirodeCiênciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todoslos derechosreservados.

Introduc

¸ão

Ofuteboléumjogonoquaisduasequipesdisputamaposse debolacomoobjetivodemarcargolse,consequentemente, protegerasuametaparadificultaraac¸ãodoadversárioque buscaomesmoobjetivo.SegundoGarganta(1997),aequipe que detéma posse debola visaa superar a oposic¸ãodos adversáriosnosentidodeseaproximardabaliza,rematar emarcar ogol.Por suavez, aequipequenãotemabola procuraimpediraprogressãoeosrematesdosadversários e,aomesmotempo,tentaapoderar-sedabolapara contra--atacar.

A interac¸ão entre os jogadores das duas equipes e as táticas e as estratégias usadas por eles no decorrer do jogofazemcomqueofutebolapresentegrandevariedade de fatores que interferem no resultado final da partida. Tais fatores podem ser divididos em quatro grandes blo-cos: tático, técnico, físico e psicológico (Bangsbo, 1998). Os blocos estão interligados e interagem (Leitão et al., 2003).

A busca pelo resultado faz com que treinadores e as comissõestécnicasprocuremformasdeanalisareentender todas as variáveis que envolvem o jogo de futebol e, consequentemente, usar o treinamento como meio de reproduziremanipularasdiversasvariáveisqueenvolvem a modalidade. Entre as análises mais comuns no futebol uma delas é o estudo da ocorrência dos gols com vários tiposdeestudosobreaformacomoelesacontecem.Ogol éomomentomaisapreciadodojogoeodesenhodajogada queculminacomamarcac¸ãovemsendoobjetodeestudos

deváriospesquisadores(Acaretal.,2009;Armatasetal., 2009; Armatas et al., 2007; Fleury, Gonc¸alves, Navarro, 2009;Godik,1996;Gomesetal.,2011;Leitãoetal.,2003; Mascaraetal.,2010;Reilly,1996;Saes,Jesus,Souza,2007; Silva,2006;SilvaeCamposJúnior,2006;Vargasetal.,2011; YiannakoseArmatas, 2006).Considerandoque marcargol e não permitir que o adversáriomarque são os objetivos fundamentaisdojogo,analisaraocorrênciatemporaldeles napartidapodeauxiliaroprocessodetreinamentoemsuas diferentesdimensões(Mascaraetal.,2010).

As investigac¸ões anteriores, que analisaram ocorrência temporal dos gols, apontaram maior ocorrência deles no segundotempo, quando comparadocom o primeiro (Acar etal., 2009; Armatas et al., 2009; Armatas et al., 2007; Godik,1996;Gomesetal.,2011;Leitãoetal.,2003;Mascara etal.,2010;Reilly,1996;Saesetal.,2007;SilvaeCampos Júnior, 2006; Vargas et al., 2011; Yiannakos e Armatas, 2006),enofimdosegundotempo,quandocomparadocom osoutrosperíodos(Reilly,1996;Godik,1996).Entreas jus-tificativasparaessepadrãodeocorrênciaéquenosegundo tempotodasas ac¸õesdos futebolistassão feitas em difí-ceis condic¸ões fisiológicas, com a presenc¸a dafadiga. No fimdojogoasequipessearriscammaisparabuscaro resul-tado,oquedeixaojogomaisaberto.Mascaraetal.(2010)

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Contudo, a maioria dos estudos não se preocupou em analisarotempodeacréscimoseparadodotempo regula-mentar.Assim,operíodofinaldojogo(15minutos)teriaum tempodedurac¸ãomaiordoqueosoutrosperíodos.Apenas

Leitãoetal.(2003)eSaesetal.(2007)sepreocuparamem analisar osacréscimos separados dotempo regulamentar. Considerandotalfatoreque acomplexidadedofutebole suaestruturatática,técnicaefísicapodemsemodificarao longodosanos,emdiferentescampeonatose/ouequipes, aanálisedaocorrênciatemporaldegolsdeveser corriquei-ramenterefeita e assim orientar,juntamente com outras variáveis,oprocessodepreparac¸ão.

Oobjetivodesteestudoconsisteemverificara ocorrên-ciatemporaldosgolsdoCampeonatoBrasileirodeFutebol daprimeira divisãode2011(principalcompetic¸ão do Bra-sil), confrontar os dados com outros estudos presentes na literatura e separar o tempo de acréscimo do tempo regulamentar.Dessaforma,procura-seobservarsea ocor-rência dos gols do Campeonato Brasileiro segue o mesmo padrãodegolsobservadosemoutrascompetic¸õesporoutros estudos.

Material

e

métodos

Atualmente o Campeonato Brasileiro é disputado por 20 equipes, cada equipe faz 38 jogos (19 como mandante e 19como visitante).Foramanalisados osgols das380 par-tidas da competic¸ão e o tempo de jogo foi dividido em períodospré-definidosde15minutos,alémdosacréscimos decada tempo. Para a coletados dados foramacessadas as súmulas oficiais dos jogos, que estão disponíveis para o público no site da Confederac¸ão Brasileira de Futebol (www.cbf.com.br). Nas súmulasoficiais o árbitro de cada partida registra pessoalmente o tempode ocorrência dos gols e obedece aos critérios adotados pela comissão de arbitragemdaConfederac¸ãoBrasileiradeFutebol.Das380 partidas analisadas, em apenas um jogo não foi possível acessar a súmula oficial e em outrosquatro jogos a cali-grafiadosárbitroseamáqualidadedascópiasdassúmulas deixaramdúvidassobreoexatomomentoqueosgolsforam marcados.Noscasoscitados,acessamosoportaldaGazeta Esportiva(www.gazetaesportiva.net)paraconferirotempo de jogo quando o gol foi marcado. O portal citado foi o único encontradoque tem fichatécnica das partidascom ostemposdosgolsdetodososjogos.

Para a tabulac¸ão dos dados, o tempo oficial de jogo (90minutos)foidividoemintervalosde15em15minutos, maisostemposextrasdo1◦edo2tempo,oquegerouoito

intervalosmomentosdeanálise,asaber:de0a15minutos, de15a30,de30a45,de45minutosatéotérminodo pri-meirotempo(i.e.osacréscimos;45+ minutosadicionais), de45a60minutos,de50a75,de75a90e,finalmente,de 90minutosaté otérmino dapartida (90+ minutos adicio-nais).

Acoletadosdadosfoifeitacomoauxíliodoprograma MicrosoftAccessVersão2007.Foiassimcriadoumbancode dadosdotempodaocorrênciadosgolseparaatabulac¸ãofoi usadooprogramaMicrosoftExcelversão2007.Paradiminuir errosdecoletaeparadarmaisautenticidadeaoestudo,a coletae atabulac¸ão foramfeitasporumasópessoa,que tinhaexperiêncianessetipodeanáliseecoletadedados.

Análise

estatística

TodasasanálisesestatísticasforamconduzidascomoSPSS for Windows (Versão 16.0, SPSS,Inc., Chicago,IL). Média e desvio padrão foram usados como medida de tendên-ciacentrale dispersão, respectivamente.Paraverificac¸ão da normalidade e homogeneidade dos dados foi usado o testedeShapiro-WilkeodeLevene,respectivamente.Como algumasvariáveisforamdefinidascomonãoparamétricas, optamospela comparac¸ão daocorrênciatemporaldegols nosdiferentesperíodospormeiodotestedeKruskal-Wallis. A localizac¸ãodas possíveisdiferenc¸as sedeu pormeiodo testede Mann-Whitney comajuste deBonferroni. O nível designificânciafoidep<0,05.

Resultados

O Campeonato Brasileiro de 2011 teve 1.017 gols, 445 (43,76%)ocorreramno1◦tempoe572(56,24%)no2tempo.

A média de gols por jogo foi de 2,67. Em relac¸ão aos períodosdejogo,amaiorocorrênciadegolsocorreuentre 60-75 minutos com 188 gols (média de 9,4 por equipe), seguido dointervaloentre75-90 minutoscom182 (média de9,1). Nacomparac¸ãoentre osacréscimos,observou-se uma maior ocorrência nos acréscimos do 2◦ tempo, com

45gols(médiade2,25)contra22(média1,1)no1◦tempo.

Todasasmédiaspodemservistasnafig.1etabela1. Natabela 2 podem-se observarasdiferenc¸as estatísti-cas entre os períodos. Na comparac¸ão entre os períodos regulamentares do jogo (excluindo os acréscimos), houve diferenc¸asignificativanonúmerodegolsmarcadossomente entre os períodos 0-15 minutos x 60-75 minutos (p = 0,001) e entre 0-15 minutos x 75-90 minutos (p = 0,002) (tabela2).

Discussão

OsdadossobreoCampeonato Brasileirode2011mostram quemaisdametadedosgolsfoimarcadanasegundaetapa de jogo (56,24%). Esses dados foram compatíveis com os estudosfeitosporGomesetal.(2011)noCampeonato Bra-sileirode2009,noqualforammarcados1.094golsem380 partidas, 55,24% (604) no segundo tempo contra 43,76% (490)no1◦tempo.Leitãoetal.(2003)tambémencontraram

resultados semelhantes durantea 1a fasedo Campeonato

Tabela1 Ocorrênciadosgolsemcadaperíodoanalisado. Podem-seobservaraquantidadetotal,amédiaporequipe eaporcentagemdegolsmarcados

Período N◦ degols Média Porcentagem

0-15 118 5,9 11,60%

15-30 154 7,7 15,14%

30-45 151 7,55 14,85%

45+ 22 1,1 2,16%

45-60 157 7,85 15,44%

60-75 188 9,4 18,49%

75-90 182 9,1 17,90%

(4)

0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00

90 + 75 - 90

60 - 75 45 - 60

45 + 30 - 45

15 - 30 0 - 15

Gols

Tempo (min)

Dinâmica dos gols por tempo de jogo (feito com base nas médias)

Figura1 Médiadosgolsmarcadospelasequipesemcadaperíodoanalisado.

Brasileiro de 2001, na qual 54,58% dos 1.079 gols foram feitos no2◦ tempo. Os resultadosapresentados por essas

duas pesquisas estão muito próximos dos achados deste estudo, principalmente os de Gomes et al. (2011), que tratam da mesma competic¸ão com o mesmo formato de disputa.

Amesmatendênciadonúmerodegolsmarcadospodeser observadaemoutrascompetic¸ões.Estudosobreo Campeo-natoPaulistadassériesA1,A2eA3analisou1.801golsde 634 jogose foiobservado que amaiorocorrência degols aconteceuno2◦tempo,nastrêsdivisões:SérieA1:56,18%;

SérieA2:56,17%; SérieA3:58,45% (Mascara etal., 2010).

Silva (2006) analisou 2.811 partidas de oito campeona-tos nacionais da temporada 2004/2005, nas quais foram marcados 7.351 gols, com 55,66% no segundo tempo. No Campeonato Grego temporada 2007/2008, 54,1% dos gols ocorreramno2◦tempo(Armatasetal.,2009),enquantonas

32partidasdaEurocopa2004,42,6%dosgolsocorreramna primeiraetapae57,4%dosgolsforammarcadosnasegunda (YiannakoseArmatas,2006).

Esse padrãoaindapodeserobservado nasdisputas das CopasdoMundo.Armatasetal.(2007)analisaram192 par-tidasdasCopasdoMundode1998,2002e2006eemtodosos mundiaisosgolsocorremcommaiorfrequênciano2◦tempo.

Em relac¸ãoao Mundialde2006, naAlemanha, outrosdois estudos(SilvaeCamposJúnior,2006eAcaretal.,2009) tam-bémconstataramqueamaioriadosgolsocorreunasegunda etapa. Nomundialseguinte,2010, disputadona Áfricado

Sul, 57,9% dos 145 gols marcados também ocorreram no segundotempo(Vargasetal.,2011).

Estudo mais individualizado, que analisou somente a Selec¸ãoBrasileiranaCopadoMundode2002,também cons-tatou que 61,1% dos gols da equipe foram marcados no 2◦tempodejogo(Saesetal.,2007).

Quandoosgolssãoanalisadosemperíodosde15minutos osestudosapontam paramaiorocorrência delesnos últi-mos15minutosdejogo(Acaretal.,2009;Armatasetal., 2009;Armatasetal.,2007;Gomesetal.,2011;Leitãoetal., 2003; Mascara et al., 2010; Silva, 2006; Silva e Campos Júnior,2006; Vargas etal.,2011). Tais resultadosdiferem dosachadosdesteestudo,noqualtivemosapreocupac¸ãode separarosgolsmarcadosnosacréscimosdaqueles assinala-dosdoperíodocorrespondenteentre75-90minutos.Durante oCampeonatoBrasileirode2011,amaiormédiadegolsfoi observadanoperíodoentre60-75minutos.Forammarcados emmédia9,4golsporequipeoquecorrespondea18,49%do totaldegolsdacompetic¸ão(tabela1).Nomesmoperíodo oCampeonatoBrasileirode2009apresentouumpercentual de17,82%dosgols(Gomesetal.,2011)eumamédiade6,9 golsporequipefoiobservadanacompetic¸ãode2001(Leitão etal.,2003).

Quandoforamanalisados,noCampeonatoBrasileirode 2011,osgolsmarcadosnosegundotempo,observou-seuma médiade9,1golsporequipe(17,9%)noperíodoentre 75-90minutosemédiade2,25gols(4,42%)nosacréscimosda segundaetapa. Nosachados deGomesetal.(2011)sobre

Tabela2 Análisedadiferenc¸aestatísticaentreosperíodos(p<0,05)

0-15min. 15-30min. 30-45min. 45+min. 45-60min. 60-75min. 75-90min. 90+min.

0-15min. 0,032 0,067 0,000a 0,017 0,001a 0,002a 0,000a

15-30min. 0,032 0,795 0,000a 0,784 0,021 0,114 0,000a

30-45min. 0,067 0,795 0,000a 0,732 0,020 0,093 0,000a

45+min. 0,000a 0,000a 0,000a 0,000a 0,000a 0,000a 0,001a

45-60min. 0,017 0,784 0,732 0,000a 0,025 0,168 0,000a

60-75min. 0,001a 0,021 0,020 0,000a 0,025 0,512 0,000a

75-90min. 0,002a 0,114 0,093 0,000a 0,168 0,512 0,000a

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o Campeonato Brasileiro de 2009, foi observado nos últi-mos15minutosumpercentualde21,76%dosgolsemédia de 7,1 gols marcados foi observada no Campeonato Bra-sileirode 2001 (Leitão etal., 2003). Valores próximos ao doCampeonatoBrasileiropodemserobservadosemoutras competic¸ões. Silva (2006) observou uma porcentagem de 21,70%degols assinaladosnosúltimos15minutosem oito diferentescampeonatosnacionaiseArmatasetal.(2009), analisando o Campeonato Grego temporada 2007/2008, observaram que 22,4% dos gols foram marcados nos últi-mos15minutosdejogo.Asdiferenc¸asobservadasentreos resultadosencontradosnaliteraturacomosresultadosdeste estudomostramqueaseparac¸ãodaocorrênciadegolsnos acréscimoscomosúltimos15minutosdejogoinfluenciama distribuic¸ãofinaldaocorrênciatemporaldosgolsdiminuindo onúmerodegolsnos15minutosfinais.Essadiferenc¸apode influenciarnainterpretac¸ãodosresultados.

Aanálise estatísticareforc¸a osachadosdesteestudo e osencontradosnaliteraturaqueidentificama predominân-ciadegolsmarcadosnosegundotempoe,principalmente, nofimdojogo. Emrelac¸ãoaotemporegulamentarhouve diferenc¸as significativas na comparac¸ão entre o início e os minutos finais das partidas (0-15 x 60-75 minutos e0-15x75-90minutos).Nacomparac¸ãoentreosacréscimos doprimeiroversussegundotempo,tambémhouvediferenc¸a significativa,resultadoquecomprovaamaiorfrequênciade gols nos minutos finais dos jogos. Na analise estatística (tabela 2) pode-se observar que há diferenc¸as significati-vas na comparac¸ão dos acréscimos das duas etapas e os períodosregulamentaresdejogo.Asdiferenc¸aspodemser justificadas pelo fato deste estudo ter optado por sepa-rar os gols marcados nos tempos adicionais (acréscimos) dotemporegulamentardejogo,oquejustificaadiferenc¸a no tempo de durac¸ão dos acréscimos e dos períodos do temporegulamentar.

Duaspesquisasdivergemsobreosachadosdesteestudoe daliteraturaanalisada.Fleuryetal.(2009),emestudosobre aocorrênciatemporal degols na CopadoBrasil de2007, apontam19%dosgolsnosperíodosde76-90minutose 16-30minutos.Saesetal.(2007)encontraramque44%dosgols daSelec¸ãoBrasileira,marcadosnosegundotempodurante omundial de2002,ocorreram atéos30minutos(45 a75 minutos).Tais diferenc¸as podem ser justificadas, no caso dosachados daCopadoBrasil 2007,pelo formatode dis-putadacompetic¸ãoeadiferenc¸adequalidadetécnicadas equipes.NoestudofeitocomaSelec¸ãoBrasileira,onúmero reduzidodejogosanalisados(somentesete)eofatode ape-nasumaequipefazerpartedoestudopodeterinfluenciado nosachados.

As hipóteseslevantadas para justificar esse padrãode gols no fim das partidas passam por diversas aborda-gens, são levantadas justificativas referentes aos fatores físicos, técnicos, táticos e psicológicos. Armatas et al. (2007) relacionam o maior número de gols no segundo tempo,especialmentenosminutosfinais,aumconjuntode fatores,taiscomo:a diminuic¸ão dacondic¸ãofísica (surgi-mentodafadiga),escolhas táticasfeitaspelotreinador,a desidratac¸ão e aosníveis de concentrac¸ão dos jogadores. Segundoosmesmosautores,esseconjuntodefatoreslevao atletaatermaiorpropensãoaerrosefavoreceaocorrência demaiornúmerodegols.Mascaraetal.(2010)argumentam queoaumentodonúmerodegolsnosegundotempopodeser

decorrentedodesgastedosaspectosfísicos,técnicos, táti-cos,psicológicosenutricionais,oesforc¸odespendidogera umaquedadedesempenho,fazcomqueosatletasentrem emestadodefadiga.

Leitãoetal.(2003)sugeremqueamaiorocorrênciade golsnosegundotempoestáassociadaaodesempenhofísico daequipeequeessapodeinterferirdiretamenteno desem-penhotécnicoetático,ouseja,comoaumentododesgaste físico dosatletashá umamaiorprobabilidadedese ocor-rer umgol. Reilly (1996)afirma que nofim dojogo pode ocorrer fadiga mental, lapsos na concentrac¸ão e compro-metimentododesempenhofísico,motivandoerrostáticos, o queaumenta aschances degol.Acar etal.(2009) afir-mam queafaltadeconcentrac¸ãoeadiferenc¸anosníveis de condicionamento dos atletas podem ser as causas da ocorrência de maisgols no fim das partidas.Além dessas hipóteses,anecessidadedebuscaroresultadopodefazer asequipes adotarem estratégiasmaisofensivas no fimdo jogocommenosprotec¸ãodefensiva,oquepodeaumentar aprobabilidadedeaequipefazerelevargolsnofimdojogo. Apesar de ser um tema amplamente desenvolvido, a análise dos gols no tempode jogo, tal estudo teve como maiordificuldadeencontraroutraspesquisasquepropõem amesmaformadeanálisedosgols(separarosgols marca-dosnostemposextrasdosperíodosregularesdejogo),oque decertaformadificultouacomparac¸ãodosachadosneste estudo.

Conclusões

Osachados desteestudoconcluemque duranteo Campe-onato Brasileiro de 2011 a maioria dos gols foi marcada no segundo tempode jogo e que dentro desse período a maiorfrequênciaocorreuapartirdos60minutosdejogo. A separac¸ão do períodode acréscimo com os 15 minutos finasregulamentaresdojogoinfluenciouadistribuic¸ão tem-poraldosgolsediminuiuprincipalmenteaocorrênciadegols obtidanos15minutosfinaisdojogo.Essefatodáfortes indí-ciosdequeaseparac¸ãodosacréscimosénecessáriaparaa análisedaocorrênciatemporaldegolsnofutebol.Oestudo tambémconcluique,quandocomparadoscomaquantidade degolsfeitanosperíodos adicionais(acréscimosdejogo), maisgolssãomarcadosnosacréscimosdo2◦tempodejogo.

Futuras pesquisas direcionadas para a observac¸ão dos fatores que podem ser responsáveis pela maior ocorrên-ciadegolsnofimdaspartidascertamenteinfluenciarãona preparac¸ãofísica,técnica,táticaepsicológicadasequipes.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

Referências

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Referências

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