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Influência do EPTC no desenvolvimento e absorção de macronutrientes pela cultura de feijão (Phaseolus vulgaris L. var. Carioca).

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PLANTA DANINHA II(2): 73-84, 1979

INFLUÊNCIA DO EPTC

NO DESENVOLVIMENTO E ABSORÇÃO

DE MACRONUTRIENTES PELA CULTURA DE

FEIJÃO

(Phaseolus vulgaris

L. VAR. CARIOCA)

R. DEUBER*, P.N. CAMARGO** e R. FORSTER* * Pesquisadores Cien tíficos . Instituto Agronômi co

- CP 28, 13.100 - Campinas (SP).

** Pro fes sor Adjunto. Escola Superior de Agricul -tura «Luiz de Queiroz», CP 9, 13.400 - Piracicaba (SP).

Parte da dissertação do primeiro autor para obtenção do grau de Mestre.

Recebido para publicação em 20.06.79.

RESUMO

O efe it o de EP TC (S eti ld ip ro pi lt io lc ar ba -mato) sobre o desenvolvimento e a absorção de macronutrientes até o florescimento e os seus teores nas sementes e vagens, na colheita, foi estudado em dois experimentos de campo com a cultura do feijão, var. Carioca.

O EPTC foi aplicado em pré- plantio com in-corporação nas doses de 0, 1, 2, 4, 8 e 16 kg/ha em dois experimentos em solos argiloso e barrento.

A avaliação da ação do herbicida sobre o desenvolvimento da cultura se fez pela obte nção de pesos de matéria seca de folha s, caules e va -gens, durante o ciclo e número de plantas e pro-dução de sementes na colheita.

No início do florescimento foram analisados os teores de N, P, K, Ca, Mg e S em folhas e caules e, na colheita, em vagens e sementes.

OEPTC, nas doses de 1, 2 ou 4 kg/ha não afetou o desenvolvimento da cultura, não alte rou o teor de nutrientes em folhas ou caules, no início do florescimento, nem o teor nos grãos ou vagens, na colheita. Também não alterou a população de plantas ou a produção de grãos.

As doses de 8 e 16 kg/ha de EPTC causaram redução de cresci mento, de absorç ão de nutrien -tes, número de plantas por área e produção de se-mentes. O ciclo da cultura foi alongado. Os teores de nutrientes foram mais elevados, em geral, nas folhas, caules e vagens. Com essas doses ocorreu maior acúmulo de K nas vagens na colheita.

Nenhuma das doses de EPTC, em qualquer dos experimentos, causou alteração nos teores de macronutrientes nas sementes.

UNITERMOS: EPTC, Feijão, Crescimento, Nutrição Mineral.

SUMMARY

I N F L U E N C E O F E P T C O N G R O W T H AND M IN ER A L N U TRI TION OFPh as eolu s vu l-garisCV. CARIOCA.

The effect of EPTC, on growth and the macr onut rient co nten t in leaves and stem s, at flo

-wering set, and in seeds and pods, at harvest, in common beans CV. Carioca was studied.

The EPTC was applie d pre plant incorp ora -ted at the dosages of 0, 1, 2, 4, 8 and 16 kg/ha in two experiments on clay and loamy soils.

The influence of the herbicide on the crop growth was evaluated by means of fresh and dry matter weights of leaves, stems and pods at diffe -re nt pe riod s of the crop cycle and by the st and and seed production. In both experiments the conce ntration of N, P, K. Ca, Mg and S were ana -lysed in leaves and stems at the flowering set. The content of the same nutrients in seeds and pods were determined at harvest.

Ra te s of 1, 2 or 4 kg/ ha of EP TC di d no t affect the crop growth or the nutrient content in le aves , stem s, se ed s or pods. Rates of 8 and 16 k g / ha re du ce d the p la nt gro wth, nu t rie nt absorption, stand and yield, but the nutrient con-ce nt ra ti on wa s enh an con-ce d in le aves, stems and pods. With the se rates of EPTC the K conte nt in pods was signifficantly higher.

None of the applied rates of EPTC caused changes in the macro nutrients conce ntratio n in the seeds at harvest.

KEY WORD S: EP TC, Ph as eolu s vu lg ar is , Growth, Mineral Nutrition.

INTRODUÇÃO

O

fei jão com um, Pha seo lus vul ga-ri s

L.

é um al im en to de gr an de im po rt ân ci a no Br as il , ma s, me sm o

as si m, não tem rec ebi do dos

agr icu lto res a devid a ate nçã o. De um mod o ger al tem sido cultivado em pequenas áreas ou intercalado em outras culturas.

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DEUBER, CAMARGO FORSTER

me lh or am en to ge né ti co e tr at os cu lt u-rai s, sen do pos sív el con duz ir a cul tur a do feijão extensivamente e com alta pro dut ivi dad e (1) . Em alg uma s reg iõe s do Bra sil já se veem cul tur as ext ens as de feijão solteiro conduzidas segundo as técnicas mais avançadas. Nesses casos, torna-se obrigatória a mecanização e o con tro le do mat o por out ros mei os que nã o o ma nu al , um a ve z qu e a mã o- de-obra se torna cada vez mais escassa e one rosa. A opç ão que se apr ese nta , en-tão, é a do uso de herbicida s, que no ca-so do fei jão são apl icad os nor malment e em pré-plantio com incorporação ou à superfície, após a semeadura e antes da emergência do mato (11).

Dentre os herbicidas seletivos à cultura do feijão está o EPTC, como evid enciam muit os tra balh os de pes qui-sa (2, 7, 11, 12, 16, 30), podendo mesmo ser ap li ca do em dose s mu it o el ev ad as sem grandes danos (12).

Podem ocorrer, algumas vezes, al-terações metabólicas e fisiológicas em plantas tratadas, inclusive variações na absorção de nutrientes. Assim, o EPTC causou alterações nos teores de vários nutrientes em plantas de Cyperus escu-lentus, trigo e milho (18), reduziu o me-tabolismo do nitrogênio em plantas de al go dã o (2 3) e ca us ou de cr és ci mo de teores de ácidos graxos na cutícula de folhas de Cassia obtusifolia (32). Em ou-tros casos não ocorreram alterações de teores de nutrientes (13, 34).

Concentrações subletais de herbi-ci das também po dem causar est ím ulo de crescimento de plantas como foi de-mo ns tr ad o po r Wi ed ma nn & Ap pl e by (31) aplicando dezesseis diferentes her-bicidas em plantas de aveia.

Tendo em vista a perspectiva de gra nde uti liz açã o de her bic idas na cul -tura do feijão é importante se conhecer pe rf ei ta me nt e se u mo do de aç ão na s plantas cultivadas e os possíveis efeitos qu e po ss am ca us ar na nu tr iç ão da s plantas.

O ob je ti vo do pr es en te tr ab al ho foi verificar se o EPTC, aplicado em di-ferentes doses, tem influência sobre o desenv olvi ment o e absorç ão de nutrien -tes pelo fei jão e se alt era a com pos içã o das sementes no que diz respeito aos mesmos nutrientes.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram instalados dois experimentos de campo no Centro Experimental de Campinas com a cultura do feijão(Phaseolus vulgarisL. Var. Ca-rioca).

Experimento 1, de 1973-74.

Foi instalado em um latossolo roxo, série Chapadão (26), de textura argilosa, levemente on-dulado e altitude média de 660m, apresentando, nos horizontes Alp e A., (0 a 20 cm), as caracterís-ticas físicas e químicas constantes no quadro 1.

Aplicou-se o herbicida EPTC, nas doses de 0, 1, 2, 4, 8 e 16 kg/ha em pré-plantio com incorpo-ração ao solo à profundidade de 0,10m, com grade dupla de discos.

O delineamento experimental foi o de blo-cos ao acaso com cinco repetições. As parcelas mediam 2,50m de largura por 6,00m de compri-mento e estavam afastadas 1,0m entre si. Em ca-da parcela foram semeaca-das três sementes de fei-jão a cada 0,20m, em sulcos espaçados de 0,50m, com adubação prévia no sulco com uma mistura contendo 80 kg de P205, e 30 kg de K20 por hecta-re. O nitrogênio foi aplicado aos 25 dias após a emergênc;a da cultura na proporção de 20 kg/ha.

A aplicação do EPTC foi feita no dia 8 de novembro de 1973, entre 9,00 e 10,00 horas, após perfeito preparo do solo, utilizando-se um pulveri-zador de gás carbónico de pressão constante de 2,81 kg/cm e gastando 400 litros de água por hec-tare. A umidade do solo, nos primeiros 0,10m se apresentava com 12,80% e a temperatura ambien-te era de 25°C à sombra. O céu se apresentava sem nuvens e havia vento leve. Imediatamente após a aplicação fez-se a incorporação do herbici-da.

A adubação e a semeadura foram feitas no dia 14 do mesmo mês. Vinte dias após fez-se a ra-leação das plantas ficando apenas duas a cada 0,20 m.

Das seis linhas de cada parcela, as duas ex-ternas foram consideradas bordaduras, uma in-terna utilizada para amostragens de plantas para análise de crescimento e química, e três destina-das à avaliação da produção final de grãos.

O experimento foi mantido livre de mato por meio de dois cultivos com enxada, aos 26 e 42 dias após a semeadura. Plantas nascidas após a segunda capina foram eliminadas manualmente.

Aos 25 dias após a semeadura foram coleta-das dez plantas de feijão por parcela para obten-ção de pesos de matériafresca e seca de folhas e caules. As plantas foram cortadas rente ao solo separando-se folhas e caules, pesando-se imedia-tamente o material, que, após, foi levado à seca-gem a 65°C em secador de circulação forçada de ar para nova pesagem. O mesmo se fez aos 42 dias, sendo que as folhas, após a pesagem do ma-terialfresco, lavadas com água corrente, deter-gente e enxaguadas com água destilada e então levadas ao secador. Esse material foi submetido à análise química de teores de N, P, K, Ca, Mg e S. O N e o P analisados pelos métodos estabelecidos por Lott et al. (24), o K por fotometria de chama de absorção (28), o Ca e Mg pela mesma técnica (6) e o S por espectrofotometria de absorção atô-mica (5).

(3)

proceden-EPTC x DESENVOLVIMENTO E NUTRIÇÃO DE FEIJÃO

Quadro 1 - Características físicas e químicas dos solos em que instalaram os experimentos com EPTC em cultura de feijão.

do se da mesma forma que na primeira amostra -gem.

A colheita foi realizada no dia 5 de fevereiro de 1974, com um ciclo de 83 dias. Os grãos foram pesados e foi feita a separação daqueles que apresentavam defe itos ou má formação. Foram retira -das dez plantas por parcela para análise do teor de macronutrientes nas vagens e sementes sepa-radamente. Os pesos de matéria seca de caules e vagens de dez plantas também foram obtidos.

Experimento 2, de 1974-75.

Foi instalado, em um latossolo vermelho-es-curo orto, série Barão (26), de textura barrenta, le-vemente ondulado, com altitude média de 680m, ap re se nt an do , no s ho ri zo ntes Al p e A2 1 (0 a 20 cm), as características fisicas e químicas constantes no quadro 1.

Os tratamentos e o delineamento foram os mesmos do Experimento 1.

A aplicação do herbicida se fez no dia 24 de outubro de 1974, entre as 8,00 e 9,00 horas, após per-feito preparo do solo q ue se aprese ntava limp o e sem torrões. Imediatamente após foi feita a incor-poração do herbicida, com grade dupla de discos, à profundidade de 0,10m. A umidade do solo, nessa camada era de 7,20%. A temperatura ambiente, à sombra era de 26°C. O céu se apresentava sem nuvens e havia vento leve.

A aplicação do herbicida foi feita da mesma maneira que no experimen to an terior, assim co -mo a adubação e semeadura. Estas foram realiza das no dia 25 de outubro. A raleação de plantas se fez 20 dias após a semeadura. Esse experimento também recebeu dois cultivos aos 20 e 46 dias após a semeadura, para ficar livre de mato.

Aos 32 dias após a semeadura foi feita a pri-meira amostragem de plantas de feijão para veri-ficação de pesos de matéria fresca e seca de folhas e caules, com 10 plantas por parcela. O procedimento foi o mesmo ao já descrito.

Aos 45 dias, fez-se nova amostragem para obtenção de pesos e para análise de teores de macronutrientes, proce dendo se como já descrito pa -ra o experimento anterior.

Aos 60 dias, foi realizada nova amostragem para obtenção de pesos de caules, folhas e vagens.

A colhe ita foi feita no dia 20 de janeiro de 1975, com um ciclo de 87 dias. Os mesmos dados

obtidos no Experimento 1 foram também obtidos ne sse, co m ex ce ssão da p orce nt ag em de gr ão s com defeito.

Todos os resultados dos dois experimentos, exceto os pesos de matéria fr esca, foram submeti -dos à análise estatística.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Desenvolvimento da cultura - Os resultados de pesos de matéria seca de folhas, caules e vagens de plantas dos Exper iment os 1 e 2 estão nos quadr os 2 e 3, re sp ec ti va me nt e. O EP TC fo i ba s -tan te fit otóxico na dos e de 16 kg/ ha e, em menor grau, na de 8 kg/ha, no início do desenvolvimento do feijão. No Expe-rimento 1, os pesos de folhas e caules mostram que a partir de 42 dias já se veri-ficava recuperação das plantas e aos 63 dias essa recuperação parecia plena. No Experimento 2 as plantas apresentavam cr es ci me nt o ma is vi go ro so , ma s co m igual dano pelo EPTC. Os efeitos fitotó-xicos persistiam até os 45 dias como se po de ve ri fi ca r pe lo s pe so s de fo lh as e caules. Aos 70 dias, houve plena recupe-ração aparentemente e pelos pesos que eram mesmo mais eleva dos com as do ses de 8 a 16 kg de EPT C. Iss o se exp li -ca pel o fato de ter havi do atra so no c i-clo, pois as plantas, nesses tratamentos apr esen tav am mai or núme ro de folhas. O peso de vagens com sementes, no Ex-perimento 1, aos 63 dias evidencia esse

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Quadro 2 - Pesos de maté ria seca de folhas, caules e vagens com sementes, por parcela, em cada época de amo stragem do Exp erime nto 1, em solo argiloso. Média de cinco repetiçõ es e amo stra gem de dez plantas por parcela.

Quadro 3 - Pesos de matéria seca de folhas, caules e vagens com sementes, por parcela, em cada época de amostragem do Experimento 2, em solo barrento . Médias de cinco repetiçõe s e amostras de dez plantas por parcela.

atraso no ciclo. Na colheita, aos 83 dias, ve rif icou se boa recuperação das pla n tas. No Expe rime nto 2, a redução de pe -so, causa da pel a dos e máx ima , não foi tão pronunciada aos 70 ou 81 dias, mas confirma os resultados verificados no primeiro.

A ação fitotóxica do EPTC era es-perada uma vez que as doses de 8 e 16 kg/ha são bastante elevadas, duas

equatro vez es maior es que a

rec omenda da para uso na cultura (7, 11).

Estes resultados concordam com o

trabalho anteriormente conduzido nas

mesmas condições de clima e solo

argiloso, com doses de 17,28 e 21,60 kg/ha, com as vari ed ad es Ch um bi nh o -op ac o e Ca ri oc a (1 2) . No s do is ex pe ri me nt os, as cond i ções de umidade

e temperatura foram favoráveis a

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so-EPTC x DESENVOLVIMENTO E NUTRIÇÃO DE FEIJÃO lo, uma vez que houve chu vas fre quen-tes e temperaturas, em geral elevadas. Es se s fa to re s al ia do s à do se ap li ca da são muito importantes em relação à persistência do EPTC no solo como o dem ons tra ram div ers os aut ore s

(4,

19, 20). Os dois solos apresentaram teores relativamente baixos de M.O. O solo do Experimento 1 era mais argiloso mas apr es entava se ma is úmid o na apli ca çã o que o solo do se gu nd o. Mesm o es -sas condições favoráveis a uma dissipação

mais rápida do EPTC, não foram

suficientes para evitar danos à cultura, nas doses de 8 e 16 kg/ha.

O feijoeiro é uma planta que apre-senta elevada capacidade de degradar o EPTC, sendo partes da molécula incorpo ra da s em di fe re nt es co mp os to s fo r -mados no seu metabolismo (14, 15). O EPTC é rapidamente metabolizado em feijão (4), quando aplicado em doses nor mai s de uso agr ícola. Sua mob ili da-de da-de nt ro da pl an ta é ta mb ém mu it o gran de (27, 33). Mesm o assi m veri fico u-se que as dou-ses de 8 e 16 kg/ha de EPTC, aplicados ao solo, determinaram con-ce nt ra çõ es mu it o el ev ad as de nt ro da pl an ta ac im a da ca paci da de de de gr a-dação. Esses teores elevados agiram na pa rt e aé re a, in ib in do se u de se nv ol vi -mento e causando os sintomas observa-dos: folh as menor es, bordo s recurvados e pontos necrosados.

Nessas doses é possível admitir a interferência do EPTC na fotossíntese,com inibi ção na fi xaç ão de CO2 , o que já

fora observado por Ashton (3).

A dose de 4 kg/ha, de uso corren -te, não causou danos

à

cultura em qual-qu er é po ca do ci cl o, o qual-qu e co nc or da com o resultado de vários trabalhos realizado s com EPTC em nossas con di -ções (2, 7,

11,

30).

O postulado de Arndt-Schulz afirma que qualquer veneno, em doses ex-tremamente pequenas, atua como esti-mulantes nos processos fisiológicos. Nos ex pe ri me nt os aq ui de sc ri to s, o EP TC , em do se s su b -le ta is de 1 a 2 kg /h a, não apresentou qualquer efeito estimu-lante no crescimento das plantas.

Número de plantas e produção de

gr ão s -

Os re su lt ad os de nú me ro s de plantas e produção de grãos do Experi-mento 1 estão no quadro 4 e os respecti-vo s re su lt ad os do Ex pe ri me nt o 2, no quadro 5.

Em ambos os experimentos, part i u-se d e u ma p o p u la çã o in i ci al d e 200.000 plantas por hectare ocorrendo red uçã o média de 12, 5% no pri mei ro e 26 % no se gu nd o at é a co lh ei ta . Re du -ções do número de plantas durante o ciclo são normais e devido às causas dive rs as . No se gu nd o ex pe ri me nt o pa ra as doses de 8 e 16 kg/ha parte de reduçã o po de se r at ri bu íd a ao ef ei to fi to tó xico severo no iníc io do cicl o com mort e de plantas já que a redução total foi da ordem de 35%. Essa diferença foi significativa no caso do Experimento 2.

Quadro 4 - Número de plantas, produção de sementes, peso de matéria seca de vagens e peso de semente s mal for mad as na cultura do Experimen to 1, em solo argil oso. Médias de cinco repeti ções e amostragem de 18 metros lineares por parcela.

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DEUBER, CAMARGO FORSTER

Quadro 5 - Número de plantas, produção de se-mentes, peso de maté ria seca e núme ro de va ge ns na co lh eit a do Ex peri -mento 2, em solo barrento. Médias de cinco repe tições e amostra gem de de -zoito metros lineares por parcela.

A produção de grãos nos dois ex-perimentos também apresentou valores menores nos trat amen tos com as dose s de 8 e 16 kg/ha de EPTC, sem ser signi-fi ca ti va no pr im ei ro . Po de - se af ir ma r que essas reduções foram devido aos tr ata ment os, poi s os valor es de produ -ção acompanham os de peso de plantas desde o início do ciclo nos dois experi-men tos . As red uçõ es de pro duç ão, nos dois experimentos, foram proporcional-me nt e ma io res qu e as de nú proporcional-me ro de plantas, port anto com men or prod ução po r pl an ta , pa ra as do se s ma is el ev a -da s, o qu e ev id en ci a a aç ão fi to tó xi ca do EPTC nes se caso. Par te des sa redu -ção pod eri a ser atr ibuíd a ao atr aso no ciclo da cultura. Todos os tratamentos foram colhidos no mesmo dia e aqueles com as doses de 8 e 16 kg/ha não esta-va m ai nd a to ta lm en te de se nv ol v id os . Os pesos de ma téri a seca de vage ns e grãos foram menores para esses trata-men tos mes mo não hav end o dif ere nça no número de vag ens de 10 plantas. Is -so leva a concluir que o EPTC não in-terferiu no florescimento e frutificação mesmo com essas doses elevadas.

As sementes mal formadas, sepa -radas no primeiro experimento, não evi-dencia ram a açã o do her bicida sob re a sua qualidade. Esse resultado concorda co m o tr ab al ho an te rior me nt e re al iz a -do, com a aplicação de até 21,60 kg de EPTC/ha (12).

As dif erenç as de produçã o entr e os dois experimentos devem ser atribuí-das às condiç ões do solo, já que as de cl im a fo ra m mu it o fa vo rá ve is e se me

-lhantes nos dois. o solo barrento do se-gundo ano apresentava melhores condiçõe s fís icas e bom sup rim ent o de fós fo ro , p os si bi li ta nd o me lh or de se nv ol vi -mento do sis tem a rad icul ar. As plantas da cultura cresceram melhor nesse solo, durante todo cicl o (com parar quadros 2 e 3). A produção do Experimento 1, con-co rda con-co m Al mei da et al . (1 ) pa ra a pro duç ão média de tr ês ano s para a re-gião. Já no segundo experimento, a pro-dução foi bem mais elev ada, o que mos-tra a importância das condições de solo (quadros 4 e 5).

Teores de macronutrientes em caules e folhas - A análise química foi re al iz ad a no in ic io do fl or es ci me nt o, pois a porcentagem de nutrientes absor-vi da é mui to gr ande at é esse pont o (9, 17, 21, 25).

Por outro lado, o EPTC é um her-bicida de curta persistência no solo, por ser altamen te vol átil (29) e sua ação so -bre as plantas é muito pronunciada no iní cio do seu cic lo, des aparec end o com o tempo.

Os teores de macronutrientes em caules e fol has no Expe rimento 1 estão no quadro 6 e os do Experimento 2, no quadro 7.

Os teores encontrados nos dois ex pe ri me nt os , de mo do ge ra l, co nc or da m co m aq ue le s en co nt ra do s em o u -tros tra balh os com a variedade Car ioca (8, 13). Quando comparados com os teo-res de outras variedades, são, em geral, mais elevados (9, 17, 21, 25), resultados dev id os às car acterí stic as das vari eda -des. Além disso, as variações nos teores, me smo no s do i s exp er im en tos de st e tra bal ho, se dev em ain da às con diç ões de solo.

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DEUBER, FORSTER

seca. A extração desses nutrientes pelo feijão com essas doses foi sempre menor do que nos tratamentos com 0, 1, 2 ou 4 kg/ha de EPTC, nos dois experimentos. Nestes tratamentos, não se verificou qualquer variaç ão em teor ou ext ração. Os resul tado s mos tr am que mesmo c om o cr e sc im ent o pr ej udi c a do, a s plantas não apresentaram grandes va-riações na absorção de nutrientes.

Em trabalho anterior, com aplicação de EPTC, nas doses de 4,32 e 5,76 kg/ ha, à alt ura de feijão em solo argilo so,

também não se verificou qualquer

alteração nos teores de N, P, K, Ca e Mg em folhas ou caules, aos 32 dias, concor-da ndo , po rt an to, com os re su lt ad os aqui descritos para a aplicação de 4 kg/ ha, nos dois exper imentos (13).

 teor de enxofre foi significativament e meno r no s tr atam ento s com as doses mais elevadas de EPTC, no Expe rim ent o 1, con tra ria ndo o que ocorreu co m os de ma is nu tr ie nt es . No Ex pe ri mento em solo barrento, não ocorreu o mesmo. Também houve diferença em rel açã o ao local de mai or concen tração de en xofr e na s pl an ta s, se nd o o te or mai s ele vad o nos cau les no Experi men to 2 e maior nas folhas no primeiro.

Os resultados diferentes dos dois experimentos devem ser atribuidos a dif ere nça s de dis pon ibi lid ade do S nos dois solo s. Não fora m anal isad os os teo -res de S nos solos, uma vez que não é prática normal essa determinação.

Te or es de ma cr on ut ri en te s em vagens e sementes - Os teores de ma-cronutrientes em vagens e sementes do Experimento 1 estão no quadro 8, e os respectivos teores do Experimento 2, no quadro 9.

Comparando- se os resultados dos dois experimentos, verificou-se que os teores dos nutrientes nas vagens são sempre mais elevados no primeiro, com ex ce ss ão pa ra o N e S qu an do fo ra m iguais. No caso das sementes o mesmo ocorreu para N e K. O P, o Ca e o Mg apresentaram teores iguais e o S mais elevado no segundo.

 teor de N, significativamente mais elev ado em vage ns, sem aplicaçã o de EPTC, parece ter sido casual no Expe-rimento 2.

 teor de K nas vagens foi significativa ment e ma is el ev ado, com apli ca -ção de 8 e 16 kg/ha de EPTC, no Experi-mento 1 e com a dose mais elevada no

Ex pe ri me nt o 2. Ho uv e, ta mb ém el ev a ção no teor de S em va gens com as do -ses de 1, 4, 8 e 16 kg/ha do herbicida, no segundo Experimento.

O potássio é um nutriente muito mó ve l na s pl an ta s e se tr an sl oc a, de mod o ger al, tot alm ent e par a os fruto s. No ca so do s ex pe ri me nt os aq ui re la ta -dos não se pode afirmar que houve uma aç ão dir e ta do EP TC so bre o movi men -to desse nutr ient e no feijão. Parece que o ocorrido é apenas uma decorrência da ma io r co nc en tr aç ão do K no s ca ul es , com o foi vi sto nas análi ses des sas par tes da pla nt a. O atraso no ciclo da cul -tu ra po de te r caus ado abs or çã o po r mais tempo que o normal. De qualquer forma, não houv e elev ação no teor de K na s se me nt es , in di ca nd o qu e o ex ce -dente não é transferido para elas.

Para o caso do S, o fato de ocorre-re m te or es ma is el ev ad os em ap en as um dos experimentos, e justamente naquel e em que os te or es em ca ul es e fo -lhas eram bem menores, dificulta a ex-plicação. Pode-se admitir que houve ab so rç ão de ss e nu tr ie nt e po r pe rí od o mai s lon go que o nor mal , tal vez dev ido ao atr aso do cicl o da cul tur a, com o ocorreu com o K.

Segundo Haag et al. (21) todo S exigid o pel o fei joe iro é abs orv ido até os 60 dias, sendo 98,6% do total absorvido até os 50 dias. O S absorvido mais tardi am en te te ri a se ac um ul ad o na s va -gens diretamente, uma vez que é pouco móvel dentro das plantas.

Considerando a marcha de absorção dos macronutrientes pelo feijoeiro, todo o

N e o K necessários à planta são

absorvidos até os 50 dias do ciclo. São justamente esses dois nutrientes os re-queridos em maior quantidade pelo fei-joeiro , ind ica ndo iss o que é mui to gra nde a qu an ti da de ab so rv id a na me ta de inicial do ciclo.

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EPTC x DESENVOLVIMENTO E NUTRIÇÃO DE FEIJÃO teores serão menor es, proporcionalmen-te, e se for restringido, com menor pro-dução de massa seca, os teores poderão ser proporcionalmente maiores. Assim, par ece que o EPTC não agiu diretamen -te sobre o mecan ismo de absor ção de N e K. Os teores desses nutrientes foram mai s ele vados , mas a ext raç ão do sol o fo i me no r ne ss es tr at am en to s. Para o caso de S, houve redução dos teores em folhas e caules no Experimento 1, mas sem alteração no segu ndo. Par a os de -mais nutrientes, que são requeridos em quanti dades bem me no re s do que N e K, só houve redução da extração, com aplicação da dose máxima do EPTC.

Comparando os teores de macro-nutrientes, nas sementes, da variedade Carioca, encontrados nos dois experi-mentos, com aquelas das variedades Chumbinho-opaco, Pintado e Rico 23, verifica-se que não houve diferenças marcantes (9, 17, 21, 25).

O he rb ic id a EP TC , em qu al qu er das doses aplicadas, não afetou o teor de nenhum dos macronutrientes nas se-ment es. A qua nt ida de abs or vida de qu al qu er de le s po r pl an ta fo i se mp re menor com as doses de 8 e 16 kg/ha do herbicida, em função do menor desen-volvimento das plantas.

Nas vagens ocorreu o mesmo no pri mei ro exp eri men to, com exc eção de K. No Ex pe ri me nt o 2, me sm o co m as du as do se s ma is el ev ad as do EP TC , quas e nã o ocorre u re duçã o da quanti -dade de nutr ient es abso rvid os por plan-ta, sendo, também, o K mais absorvido nesse caso, com a dose maior.

Nã o fo i ve ri fi ca da pr op or ci on al -ment e entr e os te or es de N e S. Hav ia mais enxofre nas sementes, no Experi-mento 2, do que no primeiro, sendo o teor de N um pou co inf eri or naq uel e. Nes te caso, o S poderia ter entrado como cons-ti tu in te de ou tr os co mp os to s qu e nã o a proteína, ou se formaram mais ami-noácidos sulfurados compondo-se uma reserva proteica diferente.

LITERATURA CITADA

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Referências

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