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O design como mediador da arte-educação nos materiais didáticos de museus

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UN IV ERSIDA DE ESTA DUA L PA ULISTA

FACULDADE ARQ UITETURA, ARTES E CO MUNICAÇÃO PRO G RA M A DE PÓ S- G RA DUA Ç Ã O EM DESIG N

O DESIG N C O MO MEDIADO R DA ARTE- EDUC AÇ ÃO

NO S MATERIAIS DIDÁTIC O S DE MUSEUS

LAERC IO C ARLO S RIBEIRO DO S SANTO S

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UN IV ERSIDA DE ESTA DUA L PA ULISTA

FACULDADE ARQ UITETURA, ARTES E CO MUNICAÇÃO PRO G RA M A DE PÓ S- G RA DUA Ç Ã O EM DESIG N

O DESIG N C O MO MEDIADO R DA ARTE- EDUC AÇ ÃO

NO S MATERIAIS DIDÁTIC O S DE MUSEUS

LAERC IO C ARLO S RIBEIRO DO S SANTO S

Disse rta ç ã o a p re se nta d a à UNESP c o mo re q uisito p a ra c o nc lusã o d e c urso no Pro g ra ma d e Pó s-g ra d ua ç ã o e m De sis-g n – Níve l Me stra d o , d a Fa c uld a d e d e Arq uite tura , Arte s e C o munic a ç ã o d a UNESP – C a mp us Ba uru – so b o rie nta ç ã o d o p ro fe sso r Dr. G a ld e no ro Bo tura Junio r.

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De dic a tó ria

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Ag ra de c im e nto s

À UNESP e a o Pro g ra ma d e Pó s-G ra d ua ç ã o e m De sig n, p e la

o p o rtunid a d e d e re a liza r o c urso .

À UFSJ, p o r me p e rmitir re a lizá -lo .

Ao p ro fe sso r G a ld e no ro , p o r a c re d ita r no me u p ro je to e p e la

g e ne ro sid a d e e c o mp re e nsã o .

Ao p ro fe sso r Pa sc ho a re lli, p e la a jud a .

Ao s p ro fe sso re s d o Pro g ra ma , p e lo s e nsina me nto s.

(8)

O e nsino d e a rte s inse re -se na vid a d a s p e sso a s e m d ive rso s lug a re s: e sc o la , a te liê s, muse us e tc . No c a so d o s muse us, e le s se va le m fre q ue nte me nte d e ma te ria is e d uc a tivo s c ria d o s p a ra e xp o siç õ e s e sp e c ífic a s o u p a ra o p ró p rio lo c a l. Esse s ma te ria is sã o vo lta d o s, so b re tud o , p a ra p ro fe sso re s e e stud a nte s q ue fre q ue nta m e sse s lo c a is e m a tivid a d e s e sc o la re s. Assim, b usc o u-se , ne ste tra b a lho , c o mp re e nd e r d e q ue mo d o o d e sig n d e sse s a rte fa to s re la c io na -se c o m a s d ife re nte s me to d o lo g ia s d e e nsino d e a rte , b e m c o mo c o mp re e nd e r d e q ue mo d o e le s se inse re m ne sse s e sp a ç o s. C o mo re sulta d o s no ta -se uma re la ç ã o d ire ta d o d e sig n c o m a me to d o lo g ia d e e nsino e mp re g a d a na visua lid a d e d o ma te ria l. Assim, c o nc lui-se q ue o d e sig n é d e fund a me nta l imp o rtâ nc ia na a rte -e d uc a ç ã o e d e ve se r va lo riza d o ne sse p ro c e sso .

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The te a c hing o f a rt is p a rt o f o ur live s in ma ny p la c e s, sc ho o l, stud io s, muse ums e tc .. In the c a se o f muse ums the y o fte n wo rth o f e d uc a tio na l ma te ria ls c re a te d fo r sp e c ific e xhib itio ns o r the site itse lf. This ma te ria l is d e sig ne d p rima rily fo r te a c he rs a nd stud e nts who a tte nd the se p la c e s in sc ho o l a c tivitie s. Thus, we so ug ht in this stud y to und e rsta nd ho w the d e sig n o f the se a rtifa c ts re la te to the d iffe re nt a p p ro a c he s to te a c hing a rt. As we ll a s und e rsta nd ho w the y fit into the se sp a c e s. It is c o nc lud e d tha t the d e sig n is o f fund a me nta l imp o rta nc e in a rt e d uc a tio n a nd sho uld b e va lue d in this p ro c e ss.

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Fig ura 01 – O o lha r a p re nd iz ... 104

Fig ura 02 – C a d e rno d o p ro fe sso r ... 105

Fig ura 03 – C a d e rno d o p ro fe sso r ... 106

Fig ura 04 – C a d e rno d o p ro fe sso r ... 107

Fig ura 05 – C a d e rno d o p ro fe sso r ... 107

Fig ura 06 – C a d e rno d o p ro fe sso r ... 108

Fig ura 07 – C a d e rno d o p ro fe sso r ... 109

Fig ura 08 – C a d e rno d o p ro fe sso r ... 109

Fig ura 09 – C a d e rno d o p ro fe sso r ... 110

Fig ura 10 – C a d e rno d o p ro fe sso r ... 111

Fig ura 11 – C a d e rno d o p ro fe sso r ... 112

Fig ura 12 – C a d e rno d o p ro fe sso r ... 112

Fig ura 13 – C a d e rno d o e stud a nte ... 113

Fig ura 14 – C a d e rno d o e stud a nte ... 114

Fig ura 15 – C a d e rno d o e stud a nte ... 115

Fig ura 16 – C a d e rno d o e stud a nte ... 116

Fig ura 17 – C a d e rno d o e stud a nte ... 117

Fig ura 18 – O sc a r Nie me ye r: o e sp e tá c ulo a rq uite tura l ... 118

Fig ura 19 – O sc a r Nie me ye r: o e sp e tá c ulo a rq uite tura l ... 119

Fig ura 20 – O sc a r Nie me ye r: o e sp e tá c ulo a rq uite tura l ... 119

Fig ura 21 – O sc a r Nie me ye r: o e sp e tá c ulo a rq uite tura l ... 120

Fig ura 22 – O sc a r Nie me ye r: o e sp e tá c ulo a rq uite tura l ... 121

Fig ura 23 – As o b ra s d e a rte e m jo g o ... 122

Fig ura 24 – As o b ra s d e a rte e m jo g o ... 123

Fig ura 25 – As o b ra s d e a rte e m jo g o ... 123

Fig ura 26 – As o b ra s d e a rte e m jo g o ... 123

Fig ura 27 – As o b ra s d e a rte e m jo g o ... 124

Fig ura 28 – As o b ra s d e a rte e m jo g o ... 124

Fig ura 29 – As o b ra s d e a rte e m jo g o ... 125

Fig ura 30 – As o b ra s d e a rte e m jo g o ... 125

Fig ura 31 – Pe lo s c a minho s d e Ta ub a té ... 126

Fig ura 32 – Pe lo s c a minho s d e Ta ub a té ... 127

Fig ura 33 – Pe lo s c a minho s d e Ta ub a té ... 128

Fig ura 34 – Pe lo s c a minho s d e Ta ub a té ... 129

Fig ura 35 – Pa ra sa b e r ma is ... 130

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Lista de Abre via ç õ e s

AIG A – Ame ric a n Institute o f G ra p hic Arts

C AM – C lub e d o s Artista s Mo d e rno s

C TP – C o mp ute r to Pla te

D.B.A.E. – Disc ip line d Ba se d Art Ed uc a tio n

IBRAM – Instituto Bra sile iro d e Muse us

IC O M – C o nse lho Inte rna c io na l d e Muse us

INEP – Instituto Na c io na l d e Estud o s e Pe sq uisa s Ed uc a c io na is Anísio Te ixe ira

IPHAN – Instituto d o Pa trimô nio Histó ric o e Artístic o Na c io na l

LDB - Le i d e Dire trize s e Ba se s

MAC / USP – Muse u d e Arte C o nte mp o râ ne a d a Unive rsid a d e d e Sã o Pa ulo

MinC – Ministé rio d a C ultura

MO N – Muse u O sc a r Nie me ye r

(13)

C a pítulo 01: Intro duç ã o ... 14

C a pítulo 02: Funda m e nta ç ã o te ó ric a ... 18

2.1 Ensino d e Arte s ... 18

2.1.1 Te nd ê nc ia s e m Arte -e d uc a ç ã o ... 19

2.1.2 O e nsino d e Arte s na C o lô nia e no Imp é rio ... 20

2.1.3 O e nsino d e Arte s no iníc io d a Re p úb lic a ... 23

2.1.3.1 A p e d a g o g ia tra d ic io na l na s a ula s d e Arte s ... 30

2.1.4 Influê nc ia d a Se ma na d e Arte Mo d e rna no e nsino d e Arte s ... 33

2.1.4.1 Pe d a g o g ia Re no va d a e a s a ula s d e Arte s ... 35

2.1.5 Arte -e d uc a ç ã o na Dita d ura Milita r ... 49

2.1.5.1 A p e d a g o g ia te c nic ista e a s a ula s d e Arte s ... 51

2.1.6 A re d e mo c ra tiza ç ã o e o e nsino d e Arte s ... 53

2.1.6.1 Te nd ê nc ia re a lista -p ro g re ssista d e e d uc a ç ã o e sc o la r e m Arte s ... 55

2.1.7 O e nsino d e Arte s na a tua lid a d e ... 57

2.2 O muse u ... 61

2.2.1 Bre ve histó ric o ... 65

2.3 Ed uc a ç ã o e m muse us ... 68

2.3.1 O e nsino d e Arte s no s muse us ... 70

2.4 Ma te ria is d id á tic o s ... 80

2.4.1 Pe sq uisa s e m ma te ria is d id á tic o s ... 81

2.5 De sig n d e ma te ria is d id á tic o s ... 85

2.5.1 Re c e p ç ã o ... 88

C a pítulo 03: Ma te ria is e Mé to do s ... 97

3.1 Le va nta me nto d e ma te ria is d id á tic o s ... 97

3.2 Me to d o lo g ia ... 98

3.2.1 Me to d o lo g ia s e xiste nte s ... 98

(14)

C a pítulo 04: Re sulta do s e disc ussã o ... 103

Muse u O sc a r Nie me ye r – O o lha r a p re nd iz ... 103

To rre s G a rc ia , Ala d d in & Unive rsa lismo C o nstrutivo ... 103

C a d e rno d o p ro fe sso r ... 105

C a d e rno d o e stud a nte ... 113

O sc a r Nie me ye r e o e sp e tá c ulo d a a rq uite tura ... 117

Ma te ria is d a Pina c o te c a d e Sã o Pa ulo ... 121

As o b ra s d e a rte e m jo g o ... 121

Pe lo s c a minho s d e Ta ub a té ... 125

Pa ra sa b e r ma is ... 130

C o nc lusõ e s ... 132

(15)

Ca pítulo 01:: Intro duç ã o

Este tra b a lho te m c o mo o b je tivo , ma is d o q ue tud o ,

c o mp re e nd e r q ue lug a re s o d e sig n o c up a na vid a d a s p e sso a s

e , so b re tud o , q ua l sua re la ç ã o c o m o e nsino d e Arte s d e ntro d o

muse u.

De a c o rd o c o m o Ame ric a n Institute o f G ra p hic Arts

(AIG A), o c o nc e ito d e d e sig n g rá fic o é :

O d e sig n g rá fic o é a ma is ub íq ua d e to d a s a s a rte s. Ele re sp o nd e a ne c e ssid a d e s p e sso a is e p úb lic a s, se g ue re fe rê nc ia s ta nto e c o nô mic a s c o mo e rg o nô mic a s e é info rma d a p o r muita s d isc ip lina s inc luind o a rte e a rq uite tura , filo so fia e é tic a , lite ra tura e ling ua g e m, c iê nc ia s p o lític a s e p e rfo rma nc e .

O d e sig n g rá fic o e stá e m to d o lug a r, to c a nd o tud o o q ue nó s fa ze mo s, tud o q ue nó s ve mo s, tud o o q ue c o mp ra mo s: nó s o ve mo s e m o utdo o rs

e e m b íb lia s, e m um re c ib o d e tá xi e e m we b site s,

e m c e rtid õ e s d e na sc ime nto e e m um va le -p re se nte , no vinc o c irc ula r d e uma a s-p irina e na s p á g ina s d e livro s infa ntis d e b o rd a s g ro ssa s.

De sig n g rá fic o é a e vid ê nc ia d e uma fle c ha ind ic a tiva no s sina is d e trâ nsito o u a sua fa lta d e c la re za , tip o g ra fia fre né tic a na tra nsmissã o d e título d a Ra inha Elisa b e th. É o ve rd e b rilha nte d o s lo g o s d e NY e a p rime ira p á g ina mo no c ro má tic a d o Wa ll Stre e t Jo urna l. Sã o o s e xp o sito re s d e ro up a s e m lo ja s, se lo s d e p o sta g e m e e mb a la g e ns d e c o mid a s, c a rta ze s d e p ro p a g a nd a fa sc ista e c o rre sp o nd ê nc ia se m va lo r.

(16)

De sig n g rá fic o é uma a rte p o p ula r e p rá tic a , a rte a p lic a d a e a ntig a . De uma fo rma simp le s, é a a rte d a visua liza ç ã o d e id e ia s (HELFAND, 2001 a p ud

KO PP, 2009, p . 42).

Ra fa e l C a rd o so (2012) fa la q ue o d e sig n na sc e u c o m o

p ro p ó sito d e c o lo c a r o rd e m na “ b a g unç a ” d o mund o ind ustria l.

Já no iníc io d o sé c ulo XX, a me ta e ra c o nfig ura r o mund o p a ra o

c o nfo rto e b e m-e sta r d e to d o s. Na d é c a d a d e 1970, o s d e sig ne rs

fo ra m c o nvid a d o s a sa ir p e lo mund o e p ro je ta r “ so luç õ e s p a ra o

mund o re a l, q ue se d e sinte g ra va e m fo me e misé ria , c o nflito s

ra c ia is e p ro te sto s p o lític o s.

Assim, c o mp re e nd e r q ua is sã o o s d e sa fio s d o d e sig n, no

mund o c o mp le xo , to rna -se uma ne c e ssid a d e imp e ra tiva . Num

mund o e m q ue a s p e sso a s e stã o c e rc a d a s d e info rma ç õ e s, e

q ue a ssimilá -la s é ne c e ssá rio p a ra q ue se p o ssa re la c io na r c o m o

me io e m q ue vive -se .

Dia nte d o ta ma nho e sfo rç o ne c e ssá rio p a ra d ime nsio na r um p ro b le ma e m to d a sua c o mp le xid a d e , q ua lq ue r um p o d e se se ntir p e q ue no . É b o m q ue se ja a ssim, p o is o s d e sig ne rs p re c isa m se lib e rta r d o le g a d o p ro fissio na l q ue o s e stimula a tra b a lha r iso la d a me nte , d e mo d o a uto ra l, c o mo se um b o m d e sig ne r fo sse c a p a z d e re so lve r tud o so zinho . No mund o c o mp le xo e m q ue vive mo s, a s me lho re s so luç õ e s c o stuma m vir d o tra b a lho e m e q uip e e e m re d e s (C ARDO SO , 2012, p . 24).

Fa yg a O stro we r (2013), ta mb é m p a rtind o d e ssa

c o mp le xid a d e , ma s na a rte , c o nsid e ra q ue e la é re le va nte na

e d uc a ç ã o , p o is e la re fle te na a b o rd a g e m q ue se d a rá a o se

e nsina r. Se nd o a ssim, o sa b e r nã o p o d e se re d uzir a “ fó rmula s

o c a s, inúte is” .

(17)

Me nc io no o p ro b le ma d a c o mp le xid a d e , c uja s p o ssíve is so luç õ e s me o c up a ra m p o r b a sta nte te mp o , p o is c o nsid e ro -o re le va nte p a ra a e d uc a ç ã o . Re fle te -se na visã o p e d a g ó g ic a e no s mé to d o s d id á tic o s a se re m a d o ta d o s, re ve la nd o ta mb é m a mo tiva ç ã o íntima d o e d uc a d o r, mo la -me stra d o e nsino (O STRO WER, 2013, p . 27).

Pa ra O stro we r (2013), na d ivulg a ç ã o d a a rte e d e sua

c o mp re e nsã o , a s ima g e ns sã o p o rta d o ra s d e c o munic a ç ã o

a rtístic a . Assim, a s me nsa g e ns c o ntid a s na s o b ra s, me smo d e

é p o c a s re mo ta s, sã o a ind a le g íve is p a ra nó s. E a a rte p o d e se r

a c e ssíve l p a ra a s p e sso a s e se r e nte nd id a , ne c e ssita nd o a p e na s

d e inte lig ê nc ia e se nsib ilid a d e .

Este tra b a lho na sc e a o se no ta r q ue , e m d ive rso s muse us, o

uso d e ma te ria is d id á tic o s sã o fre q ue nte s. Essa s p e ç a s g rá fic a s

sã o p ro d uzid a s p e lo s p ró p rio s e sp a ç o s p a ra a uxilia r na s sua s

a tivid a d e s e d uc a tiva s. Po r isso , sã o d e fund a me nta l imp o rtâ nc ia

ne ssa s a tivid a d e s p e d a g ó g ic a s. Po rta nto , na p e sq uisa , b usc a -se

re la c io na r o d e sig n c o m o e nsino d e a rte s no s muse us.

É um d o s g ra nd e s d e sa fio s d o s muse us, a tua lme nte e

se mp re , inse rir-se na vid a d a s p e sso a s e c ria r um p úb lic o q ue o

fre q ue nte e q ue a p o p ula ç ã o re a lme nte to me p o sse d e sse lo c a l

c o mo se u ta mb é m. Thistle wo o d (1997) a firma q ue a so luç ã o

p a ra e sse p ro b le ma ine vita ve lme nte é d e re sp o nsa b ilid a d e d a

e d uc a ç ã o . C o rro b o ra nd o e ssa id e ia , Bo urd ie u (1998) a sse g ura

q ue so me nte a e sc o la p o d e c ria r o u d e se nvo lve r a a sp ira ç ã o à

c ultura , o u se ja , ta mb é m é re sp o nsa b ilid a d e d a e d uc a ç ã o .

Pa ra Silva (2008), é no muse us q ue o a luno te m a c ha nc e

nã o a p e na s d e c o nhe c e r a o b ra d e a rte , ma s ta mb é m d e se

inse rir c o mo p úb lic o . Alé m d isso , a o se a p ro xima r o e stud a nte

(18)

Pa rtind o d e ssa p ro b le má tic a , b usc a -se re sp o nd e r à

se g uinte ind a g a ç ã o : “ C o mo o d e sig n p o d e ria c o ntrib uir p a ra

a p ro xima r o e stud a nte e , ta mb é m, fo rma r no vo s p úb lic o s? ”

Pa ra ta nto , e struturo u-se e sta d isse rta ç ã o d e mo d o a

c o mp re e nd e r e sse lug a r híb rid o d o d e sig n na vid a d a s p e sso a s,

so b re tud o d o s e stud a nte s e d o muse u.

No p rime iro mo me nto , re a lizo u-se um le va nta me nto

c ro no ló g ic o d a s d ife re nte s me to d o lo g ia s d e e nsino d e a rte s q ue

fo ra m a p lic a d a s no Bra sil, a fim d e c o mp re e nd e r o c o nte xto e m

q ue e la s se inse rira m e se a ind a fa ze m e c o no mo d o d e se

e nsina r a rte , p o is e la s inva ria ve lme nte sã o utiliza d a s p e lo s se to re s

e d uc a tivo s.

Em se g uid a , to rna -se imp o rta nte c o mp re e nd e r o q ue é o

muse u e q ua l o se u lug a r e m no ssa s vid a s. A p a rtir d isso , d isc ute

-se so b re a s a ç õ e s e d uc a tiva s, sua s funç õ e s, d e sa fio s a tua is e

mo d o d e se inse rir ne sse s e sp a ç o s.

E, fina lme nte , c o m a p e sq uisa so b re o d e sig n e se us uso s,

b usc a -se tra ç a r uma fo rma d e se a na lisa ro s ma te ria is d id á tic o s

p ro d uzid o s p e lo s muse us d e fo rma a re fle tir so b re a s inte

r-re la ç õ e s q ue o d e sig n e sta b e le c e a o c o ne c ta r a s o b ra s d e a rte

(19)

Capítulo 02::

Funda me nta ç ã o te óric a

2 .1 :: Ensino d e A rte s

A inve stig a ç ã o d a á re a d e Arte s é um d e sa fio q ue re q ue r

d e finir a s p o ssib ilid a d e s e a d e limita ç ã o d o c a mp o , b e m c o mo

re fle tir o s p re ssup o sto s te ó ric o s q ue inve stig a m a a rte c o mo me io

e d uc a c io na l.

Se g und o Pe llizza ri (2006), a o se c o mp re e nd e r o p ro c e sso

e d uc a c io na l e m a rte , e nte nd e m-se vá ria s inte rfe rê nc ia s:

e sté tic a s, filo só fic a s, p e d a g ó g ic a s, p o lític a s, so c ia is e c ultura is.

Ela s a c o nte c e m e m d ive rso s níve is e influe nc ia m na s p o lític a s

p a ra a a rte . De sse mo d o , “ o e nsino d e a rte e stá vinc ula d o à s

p o lític a s e d uc a c io na is e nã o e stá iso la d o d a s q ue stõ e s ma is

a mp la s d a so c ie d a d e e d a s injunç õ e s d a s d e ma is p o lític a s” (p .

58).

Pa ra Fusa ri e Fe rra z (2001), o s te rmo s e d uc a ç ã o a tra vé s d a

a rte e a rte -e d uc a ç ã o tê m sid o inc o rp o ra d o s a o vo c a b ulá rio

e d uc a c io na l. Me smo se m um re c o nhe c ime nto instituc io na l,

o c up a m um e sp a ç o e q uiva le nte a o d a d isc ip lina d o siste ma

fo rma l d e e nsino b ra sile iro : a Ed uc a ç ã o Artístic a , c o m e ssa

d e no mina ç ã o d e sd e 1971.

(20)

No ta -se q ue , a tua lme nte , o e nsino d e a rte o u a rte -

e d uc a ç ã o é um a mp lo c o nhe c ime nto q ue a g re g a d ive rso s

e stud o s, fruto s d e p e sq uisa s a c a d ê mic a s na á re a d e Arte s e se u

e nsino .

Em sua tra je tó ria histó ric a , na a rte -/ e d uc a ç ã o id e ntific a m-se a b o rd a g e ns so c io c ultura is q ue d e line ia m a s p rá tic a s e d uc a tiva s d e c a d a é p o c a . O b se rva -se , p o rta nto , q ue ne ste c a so a s p rá tic a s e d uc a tiva s tê m re la ç õ e s c o m o s a c o nte c ime nto s so c ia is, p e d a g ó g ic o s, a rtístic o s e e sté tic o s d a é p o c a c o rre sp o nd e nte (C ARDO SO , 2010, p . 23).

2 .1 .1 :: Te nd ê nc ia s e m A rte - e d uc a ç ã o

De a c o rd o c o m Fusa ri e Fe rra z (2001), p a ra e nte nd e r a s

a trib uiç õ e s d o a rte -e d uc a d o r, é ne c e ssá rio e nte nd e r c o mo a

a rte fo i e é e nsina d a , b e m c o mo sua s re la ç õ e s c o m a

so c ie d a d e .

As p rá tic a s e d uc a tiva s a p lic a d a s e m a ula vinc ula m-se a uma p e d a g o g ia , o u se ja , a uma te o ria d e e d uc a ç ã o e sc o la r. Ao me smo te mp o , a s no ssa s p rá tic a s e te o ria s e d uc a tiva s e stã o imp re g na d a s d e c o nc e p ç õ e s id e o ló g ic a s, filo só fic a s, q ue influe nc ia m ta l p e d a g o g ia . É c la ro q ue isso a c o nte c e no e nsino e sc o la r d e a rte : no ssa c o nc e p ç ã o d e mund o e mb a sa a s c o rre sp o nd ê nc ia s q ue e sta b e le c e mo s e ntre a s a ula s d e Arte e a s mud a nç a s e me lho ria s q ue a c re d ita mo s p rio ritá ria s na so c ie d a d e (FUSARI; FERRAZ, 2001, p . 25).

Po r isso , a o se tra ç a r um p a no ra ma so b re a s te nd ê nc ia s

te ó ric a s d a e d uc a ç ã o e sc o la r, c o mp re e nd e -se ma is a fund o a

p rá tic a e d uc a c io na l d a a rte e sua re la ç ã o c o m a vid a so c ia l.

Pa ra C a rd o so (2010), a e d uc a ç ã o e sc o la r e o me io so c ia l

(21)

mo vime nto s c ultura is se re la c io na m c o m a a rte e c o m a

e d uc a ç ã o e m a rte e e ste s c o m a s p rá tic a s so c ia is vive nc ia d a s

p e la so c ie d a d e .

2 .1 .2 O e nsino d e A rte s na C o lô nia e no Im p é rio

De a c o rd o c o m Bia so li (1999), o iníc io d o e nsino d e a rte no

Bra sil c o me ç o u na c o lo niza ç ã o . C o m a c he g a d a d o s je suíta s,

surg iu o tra b a lho e d uc a tivo e missio ná rio c o m o o b je tivo d e

p ro p a g a r a re lig iã o c a tó lic a . “ Ne ssa s c irc unstâ nc ia s, a

e d uc a ç ã o p a ssa a te r o p a p e l d e a g e nte c o lo niza d o r e a a rte é

um instrume nto d e ssa e d uc a ç ã o , e stá a se rviç o d a d o utrina ç ã o

d a re lig iã o ” (p . 47).

O s je suíta s utiliza va m o te a tro , a músic a , a d a nç a e o s

ve rso s p a ra intro je ta re m e m c ria nç a s e a d ulto s ind íg e na s

c o mp o rta me nto s c o nsid e ra d o s a d e q ua d o s p e la re lig iã o

c a tó lic a . Pa ra fo rma r a c la sse b urg ue sa , utiliza va m a lite ra tura .

C o m isso , p e la a ç ã o d o s je suíta s, a p a re c e ra m a s p rime ira s

ma nife sta ç õ e s d o e nsino d e a rte no p a ís. Me smo c o m a e xp ulsã o

d e le s e m 1759, p e lo Ma rq ue s d e Po mb a l, o mo d e lo d e e sc o la

imp la nta d o p e rma ne c e u se nd o utiliza d o .

So me nte uma d é c a d a ma is ta rd e , Po mb a l inic io u uma

o utra o rg a niza ç ã o e sc o la r. Ele p la ne jo u e e xe c uto u uma re fo rma

e d uc a c io na l q ue se c o nc e ntro u no s a sp e c to s e d uc a c io na is e m

q ue a e d uc a ç ã o d o s je suíta s fo i o missa e b a se o u-se na

re no va ç ã o d a me to d o lo g ia d a s c iê nc ia s, d a s a rte s ma nua is e d a

té c nic a (BARBO SA, 2008).

C o m a re fo rma e mp re e nd id a p o r Po mb a l, na á re a d e

C iê nc ia s fo ra m c ria d a s c a d e ira s d e G e o me tria , na s c a p itâ nia s

d e Sã o Pa ulo (1771) e Pe rna mb uc o (1799). Ta mb é m e xistiu uma

(22)

c ria ç ã o d e uma a ula ré g ia d e De se nho d e Fig ura e m 1800.

Na q ue la é p o c a , o mo d e lo vivo fo i intro d uzid o no e nsino d e

De se nho , ma s q ua se nã o te ve re p e rc ussã o te nd o e m vista q ue a

a rte tinha p o uc a imp o rtâ nc ia na so c ie d a d e b ra sile ira , e a fig ura

nã o e ra d e se nha d a se g uind o a re a lid a d e , ma s sim c o m p a d rõ e s

d o e stilo ne o c lá ssic o (BARBO SA, 2008).

C o m a c he g a d a d a fa mília Re a l a o Bra sil, tra nsfo rmo u-se o

p a no ra ma c ultura l lo c a l. C o m a vind a d a Missã o Fra nc e sa e m

1816, tra zid a p o r D. Jo ã o VI, b usc o u-se g e ra r g ra nd e s mud a nç a s

na vid a c ultura l b ra sile ira . To d o s o s inte g ra nte s e ra m me mb ro s

imp o rta nte s d a Ac a d e mia d e Be la s-Arte s fra nc e sa e tro uxe ra m

c o nsig o o e stilo Ne o c lá ssic o . Isso re p re se nto u um sina l d e g ra nd e

mo d e rnid a d e , p o is o e stilo c he g o u c o nte mp o ra ne a me nte c o m

se u d e se nvo lvime nto na Euro p a .

Ao c he g a re m, o s a rtista s fra nc e se s instituíra m uma Esc o la ne o c lá ssic a d e linha s re ta s e p ura s, c o ntra sta nd o c o m a a b und â nc ia d e mo vime nto s d o no sso b a rro c o : insta lo u-se um p re c o nc e ito d e c la sse b a se a d o na c a te g o riza ç ã o e sté tic a . Ba rro c o e ra c o isa p a ra o p o vo ; a s e lite s a lia ra m-se a o ne o c lá ssic o , q ue p a sso u a se r símb o lo d e d istinç ã o so c ia l (BARBO SA, 1995, p . 61).

No e nta nto , a s o b ra s d e sse s a rtista s e ra m b a sta nte

d ife re nte s d o q ue e ra p ro d uzid o na é p o c a no Bra sil.

(23)

c o mo re a liza ra m uma a rte q ue já p o d e ría mo s c o nsid e ra r c o mo b ra sile ira (BARBO SA, 2008, p . 19).

C rio u-se no s a no s d e 1817 (Vila Ric a e Ba hia ) e 1818 (Rio d e

Ja ne iro ) o c urso d e De se nho Té c nic o , q ue nã o fo i b e m-suc e d id o

d e vid o à tra d iç ã o d e e nsino d e ixa d a p e lo s je suíta s b a se a d a no

e nsino lite rá rio e ma is re tó ric o e m d e trime nto d o s tra b a lho s

ma nua is, q ue d e ve ria m se r e xe rc id o s p e lo s e sc ra vo s. Ta mb é m a

fa lta d e ind ústria s c o ntrib uiu p a ra o insuc e sso d a s a tivid a d e s

ma nua is o u té c nic a s, te nd o e m vista q ue nã o ha via ne c e ssid a d e

d e mã o d e o b ra ne m e sp e c ia liza ç ã o p ro fissio na l. Ba rb o sa (2008)

c o nsid e ra q ue : “ na re a lid a d e , o p re c o nc e ito c o ntra a a tivid a d e

ma nua l te ve uma ra iz ma is p ro fund a , isto é , o p re c o nc e ito c o ntra

o tra b a lho , g e ra d o p e lo há b ito p o rtug uê s d e vive r d e e sc ra vo s”

(p . 27).

A b a se d o e nsino d e Be la s Arte s, o fe re c id o p e la Ac a d e mia

Imp e ria l d e Be la s Arte s, so b re sp o nsa b ilid a d e d o s a rtista s d a

Missã o Fra nc e sa , q ue c he g o u a o p a ís e m 1816, a c a b o u

a c a rre ta nd o um d ista nc ia me nto e ntre a a rte a c a d ê mic a e a

a rte p o p ula r. De p o is d a a b o liç ã o d a e sc ra va tura e m 1888, o s

tra b a lho s ma nua is to rna ra m-se ma is re sp e ita d o s. Esse mo vime nto

c o inc id iu c o m a p rime ira e ta p a d a re vo luç ã o ind ustria l no Bra sil.

Ma s, me smo a ssim, a s Be la s Arte s c o ntinua ra m a se r vista s c o mo

fo rma d e sta tus so c ia l. Po r isso , o q ue p a sso u a se r va lo riza d o

na q ue le mo me nto fo ra m a s a rte s a p lic a d a s à ind ústria .

O e nsino d e Arte s so me nte na a tua lid a d e , e le nta me nte ,

ve m se lib e rta nd o d o p re c o nc e ito d e ma is d e 150 a no s d e sd e

sua imp la nta ç ã o . A o rg a niza ç ã o d o e nsino a rtístic o e m níve l

sup e rio r se o rg a nizo u muito s a no s a nte s d o s Ensino Fund a me nta l

e Mé d io . Isso re fle te uma te nd ê nc ia g e ra l na e d uc a ç ã o b ra sile ira

(24)

sup e rio r. A justific a tiva e ra d e q ue o e nsino sup e rio r se ria a fo nte

d e fo rma ç ã o e re no va ç ã o d o siste ma c o mo um to d o (BARBO SA,

2008).

2 .1 .3 :: Ensino d e A rte s no iníc io d a Re p úb lic a

C o m a q ue d a d a mo na rq uia e a imp la nta ç ã o d a

Re p úb lic a e m 1889, e a p ro mulg a ç ã o d a C o nstituiç ã o d e 1891, a

e d uc a ç ã o p a sso u a se r re sp o nsa b ilid a d e d a Uniã o no Ensino

Sup e rio r e , no s Ensino s Mé d io e Fund a me nta l c o ub e a o s Esta d o s

a o fe rta (BIASO LI, 1999).

No e nta nto , a té o iníc io d o sé c ulo XX, me smo c o m o s

a c o nte c ime nto s p ré -mo d e rnista s, o e nsino d e Arte s nã o p a sso u

p o r ne nhuma influê nc ia no s trê s níve is e d uc a c io na is. O mo d e lo

q ue a ind a imp e ra va e ra o d a Esc o la Na c io na l d e Be la s-Arte s.

Este d uro u a té o s 22 p rime iro s a no s d o sé c ulo XX. Me smo a ssim,

o utro s mo d e lo s ta mb é m influe nc ia ra m d ura nte e sse p e río d o ,

fruto d o imp a c to d o e nc o ntro e ntre a rte e ind ústria e d o

p ro c e sso d e c ie ntifiza ç ã o d a a rte (BARBO SA, 2008).

No iníc io d o sé c ulo XX, a p re o c up a ç ã o p rinc ip a l a re sp e ito

d o e nsino d e Arte s re fe ria -se à sua o b rig a to rie d a d e e

imp la nta ç ã o no s e nsino s p rimá rio s e se c und á rio s.

(25)

Ba rb o sa (2008), a ind a , e sc la re c e q ue o e nsino d e Arte s

ta nto na e sc o la p rimá ria q ua nto se c und á ria e ra re strito a o e nsino

d e De se nho .

Pa ra Rui Ba rb o sa , o e nsino d e De se nho d e via te r fins

ind ustria is. Pa ra isso , e le fe z uso d e re fe rê nc ia s, c o mo o s Livro s d e

Wa lte r Smith, e se g uiu o s fund a me nto s d a p e d a g o g ia intuitiva

c o mo d ire triz d o e nsino p rimá rio . Po rta nto , e le d e fe nd e u um

e nsino b a se a d o no s se ntid o s, d a p e rc e p ç ã o e tra nsc riç ã o d o s

o b je to s.

Entre ta nto , o mé to d o intuitivo , q ue se b a se a va no e stud o d a s c o isa s e fe nô me no s na tura is, fo i re d uzid o no Bra sil a me ra visã o o u d e sc riç ã o d e o b je to s d e slig a d o s d o se u a mb ie nte na tura l e q ua se se mp re se m re la ç ã o c o m a vid a d a s c ria nç a s (BARBO SA, 2008, p . 57).

Assim, o e nsino se d e svirtuo u e to rno u-se um me ro

a uto ma tismo me smo c o m o a le rta d e Rui Ba rb o sa . O d e se nho

e ra usa d o c o mo uma c o ntinuid a d e d a Liç ã o d e C o isa s. Ta mb é m

o d e se nho e ra fe ito a p a rtir d o ma te ria l fro e b le ia no , o u se ja , d e

fig ura s g e o mé tric a s c o mo c ub o , c ilind ro e e sfe ra , e e ssa me to d o lo g ia c o ntinuo u d ura nte a no s a té a d é c a d a d e 1920.

A se g uir, Ba rb o sa (2008) d e sc re ve o s o ito p rinc íp io s

me to d o ló g ic o s e sta b e le c id o s p o r Rui Ba rb o sa , q ue no rte a ra m a s

a ula s d e Arte s na s p rime ira s d é c a d a s d o sé c ulo XX e e nc o ntra m

lug a r no s d ia s d e ho je e m vá ria s e sc o la s:

1. O p ro fe sso r nunc a d e ve fa ze r c o rre ç õ e s no p ró p rio d e se nho d o a luno .

2. To d o e nsino d e d e se nho d e ve te r p o r b a se a s fo rma s g e o mé tric a s a tra vé s d o tra ç a d o à mã o livre .

(26)

3.1 Às fo rma s c o nve nc io na is – já q ue re g ula re s – hã o d e p re c e d e r a s na tura is, irre g ula re s.

3.2 As fo rma s na tura is a d e se nha r hã o d e se r p rime ira me nte re d uzid a s à s fo rma s g e o mé tric a s. 4. É imp o rta nte a utiliza ç ã o d a re d e e stig mo g rá fic a

p a ra o s d e se nho s d e re p ro d uç ã o d e mo d e lo s d e me mó ria o u d ita d o s d a d a a ne c e ssid a d e d e um d e se nho a uxilia d o a nte s d o d e se nho a o lho se m re c o rre r a ré g ua o u c o mp a sso .

(No s p rime iro s e xe rc íc io s, a re d e e stig mo g rá fic a d e ve ria se r c o mp o sta p o r linha s tra ç a d a s a o lho p e lo p ró p rio a luno , fo rma nd o p e q ue no s q ua d ra d o s q ue d e p o is p o d e ria m se r sub stituíd o s p o r p o nto s).

5. O d e se nho p o r mo d e lo s d e ve se r p re c e d id o d e um e stud o d o o b je to e m sua to ta lid a d e e na s sua s p a rte s, c o mp a ra nd o -a s.

6. De se nho a te mp o fixo é e sse nc ia l p a ra ve nc e r a iné rc ia .

7. O d e se nho d e inve nç ã o d e ve c o mp re e nd e r a c o mp o siç ã o c o m o s e le me nto s já a p re e nd id o s. 8. O d e se nho d e ve se r utiliza d o p a ra a uxilia r o utra s

ma té ria s, e sp e c ia lme nte a G e o g ra fia . No p a re c e r so b re o Ensino Primá rio , c he g o u a té a inc luir nume ro so s e xe mp la re s d e ma p a s c o nfe c c io na d o s p o r c ria nç a s, p a ra d e mo nstra r a e xc e lê nc ia d e ta l p ro c e d ime nto (p . 59-60).

O s mé to d o s p ro p o sto s p o r Rui Ba rb o sa tinha m c o mo

o b je tivo s d e se nvo lve r c o nhe c ime nto s té c nic o s d e d e se nho ;

p o rta nto , visa va m à e d uc a ç ã o p o p ula r p a ra o tra b a lho . Ma s,

p a ra e le , a a rte ta mb é m tinha uma c e rta visã o ro mâ ntic a , p o is

e le c o nsid e ra va q ue a na ture za e d uc a va o s se ntime nto s;

p o rta nto , no b e lo na na ture za p o d e -se p e rc e b e r o s e sta d o s d e

â nimo .

(27)

De ssa fo rma , e sse mé to d o p a sso u a se r visto c o mo uma

me to d o lo g ia id e a l d e e d uc a ç ã o d o se ntime nto , se nd o q ue a

“ c a p ta ç ã o d a b e le za d a na ture za e ra c o nsid e ra d a sinto ma d e

um b o m e sp írito ” (BARBO SA, 2008).

Se a s p ro p o sta s d e Rui Ba rb o sa fo sse m a p lic a d a s te ria m

re tira d o d a s e sc o la s p rimá ria s e se c und á ria s a influê nc ia

p e d a g ó g ic a d a Ac a d e mia Imp e ria l d e Be la s Arte s, se nd o q ue ,

c o m a c ria ç ã o d a Esc o la No rma l d e Arte s Ap lic a d a s, d iminuiria m

a s d ife re nç a s e ntre a rte e té c nic a . O s p o sitivista s tinha m:

A a rte c o mo um p o d e ro so ve íc ulo p a ra o d e se nvo lvime nto d o ra c io c ínio d e sd e q ue , e nsina d a a tra vé s d o mé to d o p o sitivo , sub o rd ina sse a ima g ina ç ã o à o b se rva ç ã o id e ntific a nd o a s le is q ue re g e m a fo rma (BARBO SA, 2008, p . 67).

Pa ra a re fe rê nc ia d o s p o sitivista s b ra sile iro s: Aug usto

C o mte , a e d uc a ç ã o e sté tic a b a se a d a no e nsino d e p o e sia ,

músic a e d e se nho livre p a ra a s c ria nç a s, ma s nã o d e ma ne ira

c o mp le ta me nte e sp o ntâ ne a . Entre ta nto , a re fo rma e d uc a c io na l

p o sitivista e mp re e nd id a p o r Be nja min C o nsta nt e m 1890 fo c o u o c urríc ulo no e nsino d e C iê nc ia s. No e nsino se c und á rio , o s e stud o s

d e G e o me tria e ra m ma is lo ng o s, e o d e se nho e ra o b rig a tó rio no

c urríc ulo , nã o o d e se nho g e o mé tric o , ma s sim o d e se nho d e

o rna me nto s fe ito s me d ia nte a o b se rva ç ã o d e mo d e lo s d e g e sso .

(28)

é p o c a , a a rte c o mo b e le za , num c urríc ulo q ue nã o tinha o b je tivo s fo rma tivo s g e ra is, ma s c uja fina lid a d e e ra a p e na s p re p a ra r p a ra a e sc o la sup e rio r (BARBO SA, 2008, p . 74).

Na p rime ira d é c a d a d o sé c ulo XX, e ntre 1901 e 1910, no s

e nsino s p rimá rio e se c und á rio ha via d ua s c o rre nte s: uma

p ro p o sta p o r Be nja min C o nsta nt, p o sitivista , e uma p ro p o sta p o r

Rui Ba rb o sa , lib e ra lista .

C o m a Le i Riva d á via , o c o rre u uma no va re fo rma

e d uc a c io na l e m 1911, q ue d e sc e ntra lizo u o e nsino to ta lme nte ,

d a nd o à e sc o la a uto no mia d id á tic a e a d ministra tiva . Ne sse

c o nte xto , a e sc o la to rno u o s p ro g ra ma s ma is ma te má tic o s, c o m

uso d e instrume nto s d e p re c isã o na g e o me tria . A justific a tiva e ra

b a se a d a numa c o nc e p ç ã o e vo luc io nista d a a rte e m q ue se

a c re d ita va q ue , c o m a c ó p ia d o s o rna to s, p o d e r-se -ia

d e se nvo lve r a c a p a c id a d e ima g ina tiva d o s a luno s. O s o rna to s

re p re se nta va m a fo rç a ima g ina tiva d o ho me m e , no c urso

se c und á rio , e ra o me lho r p e río d o p a ra d e se nvo lve r a

c a p a c id a d e c ria tiva d o s e stud a nte s, já q ue isso o s p re p a ra va

p a ra o e nsino sup e rio r.

(29)

C o m a Re fo rma C a rlo s Ma ximilia no d e 1915, re sta b e le c e

u-se a re sp o nsa b ilid a d e d o Esta d o na fisc a liza ç ã o so b re o s e nsino s

se c und á rio e sup e rio r, re sp e ita nd o a a uto no mia d id á tic a e

a d ministra tiva . Ma ntive ra m-se o s e xa me s p a ra a d missã o p a ra o

g iná sio e o ve stib ula r. C o mo c o nse q uê nc ia d e sse siste ma , a s

a ula s d e De se nho c o me ç a ra m a se r me no sp re za d a s p o r se re m

a s q ue nunc a re p ro va va m.

De a c o rd o c o m Ba rb o sa (2008), é ne c e ssá rio re p o rta r a o

sé c ulo XIX p a ra e nte nd e r o s p rinc íp io s q ue no rte a ra m o e nsino

d a Arte s na s e sc o la s p rimá ria s e se c und á ria s no c o me ç o d o

sé c ulo XX, p o is o q ue o c o rre u fo i um p ro lo ng a me nto id e o ló g ic o

d o sé c ulo XIX.

Fa z-se ne c e ssá rio e sc la re c e r, p rime ira me nte , q ue o e nsino

d e Arte s na s e sc o la s ta nto p rimá ria s q ua nto se c und á ria s se

limita va a o e nsino d e De se nho . De sd e o sé c ulo XIX, o De se nho

e ra d e ntro d a p e d a g o g ia ne o c lá ssic a , o e le me nto p rinc ip a l d o

e nsino d e Arte s.

A imp o rtâ nc ia d e ste s e le me nto s re fle tia a influê nc ia d o s e xe rc íc io s d e o b se rva ç ã o d a e sc ultura a ntig a . Existe nte e m ma io r núme ro d o q ue a p intura , e ra utiliza d a c o m ma io r fre q uê nc ia . Pa ra o s ne o c lá ssic o s, o a rtista e ra um g ê nio , e ra uma inte lig ê nc ia sup e rio r q ue , a tra vé s d o De se nho , se ria limita d a , d o ma d a p e la ra zã o , p e la te o ria , p e la s c o nve nç õ e s d a c o mp o siç ã o p a ra me lho r e nte nd e r a tra d iç ã o e a histó ria (BARBO SA, 2008, p . 34)

Aind a no sé c ulo XX, o e nsino d o De se nho c o ntinua va

imp o rta nte c o m fo rte s a rg ume nto s a fa vo r d e sua inc lusã o na s

e sc o la s p rimá ria e se c und á ria , q ue o e nte nd ia m ma is c o mo uma

(30)

Esta id e ntific a ç ã o d o De se nho c o m a e sc rita q ue ultra p a sso u a s b a rre ira s d o Mo d e rnismo , fo i a rg ume nto nã o só p a ra te nta r ve nc e r o p re c o nc e ito c o ntra a Arte , c o mo ta mb é m a rg ume nto p a ra d e mo nstra r q ue a c a p a c id a d e p a ra d e se nha r e ra na tura l a o s ho me ns o u, p e lo me no s, a c e ssíve l a to d o s e nã o a um d o m o u vo c a ç ã o e xc e p c io na l. (BARBO SA, 2008, p . 36).

C o m o p rime iro surto ind ustria l b ra sile iro , o c o rrid o e ntre o s a no s 1885 e 1895, re fo rç o u-se o c o nc e ito d e e d uc a ç ã o p a ra o

p ro g re sso d o p a ís. C o m isso , a a rte a p lic a d a p a ra a ind ústria nã o

e ra e nte nd id a a p e na s c o mo uma té c nic a , ma s c o mo c a p a z “ d e

e le va r a a lma à s e té re a s re g iõ e s d o Be lo ” (BARBO SA, 2008, p . 38).

Po r isso , fo i ma is ve e me nte me nte d e fe nd id a c o mo inte g ra nte d o

c urríc ulo d a s e sc o la s p rimá ria s e se c und á ria s.

Em 1913, c he g o u a o Bra sil o p into r e xp re ssio nista La sa r

Se g a ll. Já e m 1917, id e ia s mo d e rnista s surg ira m c o m o a rtig o d e

O swa ld d e And ra d e , “ Em p ro l d e uma Arte Na c io na l” , ma s isso

a ind a nã o surtiu e fe ito no e nsino d e Arte s.

C o m a a p ro xima ç ã o d o d e se nho c o m a p sic o lo g ia no

Bra sil, um ma io r re sp e ito surg iu c o m o d e se nho d a c ria nç a , c o mo

um p ro d uto inte rno q ue re fle tia a o rg a niza ç ã o me nta l d a

c ria nç a e a e strutura ç ã o d e d ive rso s a sp e c to s d e se u

d e se nvo lvime nto . “ O o b je tivo p rinc ip a l e ra d e se nvo lve r mé to d o s

d e e xp e rime nta ç ã o e ind a g a ç ã o na s inve stig a ç õ e s a se re m

fe ita s, re la c io na d a s c o m o s mé to d o s p e d a g ó g ic o s e m uso na

e sc o la ” (BARBO SA, 2008, p . 101).

Pa ra isso , d ive rso s instrume nto s a ntro p o mé tric o s fo ra m

insta la d o s, b e m c o mo o utro s p a ra me d ir a a c uid a d e visua l, o

se nso c ro má tic o , a se nsib ilid a d e tá til, o se nso d a fo rma , o se nso

té rmic o e a s a c uid a d e a ud itiva , g usta tiva e o lfa tiva . E a ind a ,

(31)

ta mb é m p a ra o e stud o d a me mo ria c iné tic a e p a ra e xa mina r o

p ro c e sso ló g ic o .

Assim, o d e se nho d a c ria nç a , me smo se nd o visto c o mo um

d e svio d a a rte e m sua p ro d uç ã o , le va va a uma b usc a

me to d o ló g ic a e a o e nriq ue c ime nto d e mo d e lo s inte rno s, e nã o

ma is a mo d e lo s d e o b se rva ç ã o .

A c ria nç a e m si é e vid e nc ia d a c o mo o p o nto d e p a rtid a d a Pe d a g o g ia , c o m c a ra c te rístic a s p ró p ria s e sua s p o te nc ia lid a d e s o rg â nic a s e func io na is sã o vista s c o mo ne c e ssá ria s à inve stig a ç ã o (PELLIZZARI, 2006, p . 72).

2 .1 .3 .1 :: Pe d a g o g ia tra d ic io na l na s a ula s d e A rte s

A p e d a g o g ia tra d ic io na l te m sua g ê ne se no sé c ulo XIX,

a tra ve ssa to d o o sé c ulo XX e c he g a a té o s d ia s d e ho je . Ela

a c re d ita q ue o s ind ivíd uo s sã o “ lib e rta d o s“ p e lo s c o nhe c ime nto s

a d q uirid o s na e sc o la e c o m isso p o d e m c o nstruir uma so c ie d a d e

ma is d e mo c rá tic a .

Na p e d a g o g ia tra d ic io na l, o p ro c e sso d e a q uisiç ã o d o s c o nhe c ime nto s é p ro p o sto a tra vé s d e e la b o ra ç õ e s inte le c tua is e c o m b a se no s mo d e lo s d e p e nsa me nto d e se nvo lvid o s p e lo s a d ulto s, ta is c o mo a ná lise ló g ic a , a b stra ta (FUSARI; FERRAZ, 2001, p . 27).

Ma s na p rá tic a , a a p lic a ç ã o d e ssa te o ria se limita a o

e nsino me c a niza d o , d e svinc ula d o d o s a sp e c to s d o c o tid ia no , e

c o m ê nfa se e xc lusiva me nte no p ro fe sso r q ue tra nsmite p a ra o s

a luno s “ info rma ç õ e s” q ue sã o c o nsid e ra d a s ve rd a d e s a b so luta s.

Na s a ula s d e Arte s d a s e sc o la s b ra sile ira s, e ssa te nd ê nc ia

se ma nife sto u d e sd e o sé c ulo XIX c o m o iníc io d o e nsino a rtístic o

(32)

Rio d e Ja ne iro . C o m isso , fo rma lizo u-se o c o me ç o d o e nsino d e

Arte s no p a ís, se g uind o o mo d e lo e uro p e u vig e nte : Ne o c lá ssic o .

Este se b a se a va no tre ina me nto d e ha b ilid a d e s té c nic a s e

g rá fic a s d o s e stud a nte s, c o m o b je tivo d e e xp a nd ir o

d e se nvo lvime nto ind ustria l d a é p o c a . Po r isso , o De se nho e ra

ma té ria o b rig a tó ria e c o nsid e ra d o a b a se d e to d a s a s a rte s

(C ARDO SO , 2010, p . 25).

Pre d o mina va na s e sc o la s b ra sile ira s uma e sté tic a ma is

mimé tic a , o u se ja , lig a d a à s c ó p ia s d o na tura l e c o m a

a p re se nta ç ã o d e mo d e lo s p a ra o s a luno s imita re m. Esse

mime tismo p a ssa va p o r um p a d rã o d e b e le za q ue p ro d uzia um

p ro d uto a rtístic o , q ue se a p ro xima va d a re a lid a d e , c o mo se re s e

fe nô me no s d a na ture za . Isso se a p re se nta va c o mo c ó p ia s d o

a mb ie nte ma is re a lista o u c o mo g o sta ria m q ue fo sse c o m

p ro d uç õ e s id e a liza d a s. Aind a q ue vig o ra sse e ssa te nd ê nc ia

e sté tic a na Euro p a d o fim d o sé c ulo XIX, já e xistia m o utro s

mo vime nto s e m a sc e nsã o c o mo o Imp re ssio nismo , b e m c o mo

g ra nd e s mud a nç a s te c no ló g ic a s no re g istro d a s ima g e ns c o m a

fo to g ra fia .

No Bra sil, a ssim c o mo na Ing la te rra , Fra nç a e o utro s p a íse s

e uro p e us, o e nsino d e De se nho no sé c ulo XIX to rno u-se utilita rista .

O De se nho se re la c io na va c o m o p ro g re sso ind ustria l b ra sile iro na

visã o d a é p o c a . Po r isso , se u e nsino se vo lta va p a ra q ue stõ e s

té c nic a s lig a d a s à ind ustria liza ç ã o , c o m a fina lid a d e d e p re p a ra r

o s ind ivíd uo s p a ra o tra b a lho ta nto a rte sa na l q ua nto na s

fá b ric a s. C o m a influê nc ia d a Missã o Fra nc e sa , o e nsino d o

De se nho na s e sc o la s p rimá ria s e se c und á ria s vo lta va -se p a ra o

e stilo Ne o c lá ssic o , p o is e nfa tiza va a sp e c to s té c nic o s c o mo a

linha , o c o nto rno , o tra ç a d o e a c o nfig ura ç ã o (FUSARI; FERRAZ,

(33)

No c o me ç o d o sé c ulo XX, a re la ç ã o e ntre o e nsino d o

De se nho e o tra b a lho se mo stro u na s e sc o la s d e ma ne ira fo rte ,

p rinc ip a lme nte na s c a ma d a s ma is b a ixa s d a so c ie d a d e .

O b se rva -se no s p ro g ra ma s d e d e se nho g e o mé tric o , p e rsp e c tiva ,

e xe rc íc io s d e c o mp o siç ã o p a ra d e c o ra ç ã o e d e se nho s d e

o rna to s, vo lta d o s unic a me nte p a ra re p ro d uç õ e s d e mo d e lo s q ue

vinha m d e fo ra d o Bra sil. O s d e se nho s e o rna to s g e o mé tric o s

e ra m c o nsid e ra d o s ling ua g e ns úte is p a ra d e te rmina d a s p ro fissõ e s

e p o r isso d a va -se ê nfa se no s se us a sp e c to s té c nic o s e c ie ntífic o s.

O s p ro fe sso re s utiliza va m mé to d o s q ue tinha m c o mo o b je tivo

e xe rc ita r a vista , a mã o , a inte lig ê nc ia , a ima g ina ç ã o (me mó ria e

no va s c o mp o siç õ e s), o g o sto e o se nso mo ra l (FUSARI; FERRAZ,

2001, p . 29).

De p o is d o iníc io d o sé c ulo XX, e ntre a s d é c a d a s d e 1930 e

1970, o s p ro g ra ma s d o s c urso s d e De se nho a b o rd a ra m a s

se g uinte s mo d a lid a d e s:

- d e se nho na tura l (o b se rva ç ã o , re p re se nta ç ã o e c ó p ia s

d e o b je to s);

- d e se nho d e c o ra tivo (fa ixa s, o rna to s, re d e s, g re g a s,

e stud o s d e le tra s, b a rra s d e c o ra tiva s e p a iné is);

- d e se nho g e o mé tric o (mo rfo lo g ia g e o mé tric a e e stud o

d e c o nstruç õ e s g e o mé tric a s); e

- d e se nho “ p e d a g ó g ic o ” na s Esc o la s No rma is (e sq ue ma s

d e c o nstruç õ e s d e d e se nho p a ra “ ilustra r” a ula s) (FUSARI; FERRAZ, 2001, p . 29).

No ta -se q ue o s p ro g ra ma s d a s a ula s a p re se nta va m o s

c o nte úd o s b e m d isc rimina d o s, c o mo , p o r e xe mp lo , p e rsp e c tiva ,

p ro p o rç ã o , c o nstruç õ e s g e o mé tric a s, c o mp o siç ã o , luz e so mb ra .

Se nd o e ssa s re g ra s e no ç õ e s d e re p re se nta ç õ e s c o nve nc io na is

d a ima g e m, o s c urso s d e De se nho na s Esc o la s No rma is inc luía m

(34)

utiliza va m d e e sq ue ma s d e c o nstruç õ e s g rá fic a s c o mo fo rma d e

ilustra r a s a ula s (C ARDO SO , 2010, p . 27).

A me to d o lo g ia e mp re g a d a p a ra o se u e nsino , d e ntro d o

â mb ito d a e sc o la tra d ic io na l, é o uso d e e xe rc íc io s, c o m

re p ro d uç õ e s d e mo d e lo s p ro p o sto s p e lo s p ro fe sso re s, fixa d o s

p e la re p e tiç ã o , o b je tiva nd o um a p rimo ra me nto e d e stre za

mo to ra , isto é :

No e nsino e a p re nd iza g e m d a Arte na p e d a g o g ia tra d ic io na l é c a ra c te rístic a va lo riza r o c o nte úd o re p ro d utivista , um fa ze r té c nic o e c ie ntífic o , d a nd o ê nfa se a o p ro d uto fina l, sup o nd o -se a ssim q ue e sse c o nhe c ime nto se rá a p lic a d o na so c ie d a d e (C ARDO SO , 2010, p . 27).

So me nte no s a no s 1950, a lé m d e se e nsina r o De se nho na s

e sc o la s, ta mb é m p a sso u-se a e nsina r a s ma té ria s: Músic a , C a nto

O rfe ô nic o e Tra b a lho s Ma nua is, q ue ma ntive ra m d e c e rta fo rma

a me to d o lo g ia d o e nsino d o De se nho Artístic o .

Na p e d a g o g ia tra d ic io na l, o e nsino d e Arte s se d á c o m

fo c o ma io r a o fa ze r té c nic o c ie ntífic o , d e c o nte úd o

re p ro d utivista , c o mo o b je tivo p rinc ip a l d o p ro d uto d o tra b a lho

e sc o la r. Ima g ina -se q ue o s e stud a nte s sa b e rã o a p lic a r e sse

c o nhe c ime nto na so c ie d a d e o u tra b a lha r na so c ie d a d e . Esse

mé to d o d e e nsino d e Arte s c ump re a funç ã o d e ma nte r a

d ivisã o na so c ie d a d e – c a ra c te rístic a p rinc ip a l d a p e d a g o g ia

tra d ic io na l.

2 .1 .4 :: Influê nc ia d a Se m a na d e A rte M o d e rna no e nsino d e A rte s

C o m a Se ma na d e Arte Mo d e rna d e 1922, o e sp o ntâ ne o

d a a rte infa ntil te ve se u va lo r e sté tic o re c o nhe c id o d e vid o à

(35)

Exp re ssio nismo , Da d a ísmo e Futurismo . Ta nto Anita Ma lfa tti

q ua nto Má rio d e And ra d e tive ra m g ra nd e imp o rtâ nc ia ne sse

re c o nhe c ime nto e na intro d uç ã o d e no vo s mé to d o s q ue

va lo riza va m e e xp lo ra va m o e sp o ntâ ne o na c ria nç a .

Aind a a s id e ia s d e te ó ric o s a me ric a no s c o mo Jo hh De we y

(1985), Vic to r Lo we nfe ld e d o ing lê s He rb e rt Re a d se rvira m d e

b a se p a ra o tra b a lho d o s p ro fe sso re s d e Arte s no Bra sil. Se g und o

De we y (1985), a funç ã o e d uc a tiva d a e xp e riê nc ia te m c o mo

c e ntro o p ró p rio a luno .

Pa ra De we y, e xp e riê nc ia é um to d o inte g ra d o q ue se o rg a niza q ua nd o a lg ué m e nfre nta uma situa ç ã o no va . O s há b ito s q ue c o nstitue m o e u e m inte ra ç ã o c o m o me io a mb ie nte sã o o rg a niza d o s e m uma no va c o nfig ura ç ã o o u um no vo to d o (BARBO SA, 2001, p . 157).

Já Lo we nfe ld e Britta in e nte nd e m a a rte c o mo um me io

p a ra se e nte nd e r o d e se nvo lvime nto d a c ria nç a na s sua s

d ife re nte s fa se s, c o mo uma fo rma d e se d e se nvo lve r sua

c o nsc iê nc ia e e sté tic a c ria d o ra . E p a ra Re a d , q ue d isc ute o

o b je tivo d a e d uc a ç ã o , e m sua te o ria d a e d uc a ç ã o p e la a rte , o fund a me nto d e ve e sta r na lib e rd a d e ind ivid ua l e na inte g ra ç ã o

d o ind ivíd uo na so c ie d a d e (BIASO LI, 1999).

A p ro p o sta d e Ed uc a ç ã o Atra vé s d a Arte fo i d ifund id a no

p a ís p o r me io d a s id e ia s d o filó so fo ing lê s He rb e rt Re a d c o m o

a p o io d e e d uc a d o re s, a rtista s filó so fo s, p sic ó lo g o s e tc . “ A b a se

d e sse p e nsa me nto é ve r a a rte nã o a p e na s c o mo uma d a s

me ta s d a e d uc a ç ã o , ma s sim c o mo o se u p ró p rio p ro c e sso , q ue

é c o nsid e ra d o ta mb é m c ria d o r (FUSARI; FERRAZ, 2001, p . 19).

A Ed uc a ç ã o Atra vé s d a Arte é um mo vime nto e d uc a tivo e

c ultura l q ue b usc a a c o nstituiç ã o d e um se r huma no c o mp le to ,

(36)

“ Va lo riza nd o no se r huma no o s a sp e c to s inte le c tua is, mo ra is e

e sté tic o s, p ro c ura d e sp e rta r sua c o nsc iê nc ia ind ivid ua l,

ha rmo niza d a a o g rup o so c ia l a o q ua l p e rte nc e ” (FUSARI; FERRAZ,

2001, p . 19).

2 .1 .4 .1 :: Pe d a g o g ia Re no va d a e a s a ula s d e A rte

C o m sua g ê ne se no fim d o sé c ulo XIX na Euro p a e no s

Esta d o s Unid o s, a Pe d a g o g ia No va , ta mb é m c o nhe c id a p o r

Mo vime nto Esc o la no vismo o u Esc o la No va , te ve se us p rime iro s

re fle xo s no Bra sil q ua nd o c he g o u p o r vo lta d e 1930.

De sd e o se u iníc io , a Esc o la No va se o p ô s à e d uc a ç ã o

tra d ic io na l e a va nç o u e m d ire ç ã o a o o b je tivo d e c o nstruir e

o rg a niza r uma so c ie d a d e ma is d e mo c rá tic a . Isso sig nific a q ue o s

p ro fe sso re s q ue utiliza va m e ssa me to d o lo g ia p a ssa ra m a

a c re d ita r q ue a s re la ç õ e s e ntre a s p e sso a s na so c ie d a d e p o d ia m

se r ma is justa s e sa tisfa tó ria s se a e d uc a ç ã o e sc o la r c o nse g uisse

a d a p ta r o s e stud a nte s a o se u a mb ie nte so c ia l. C o m a fina lid a d e

d e se c he g a r a e sse s o b je tivo s, p ro p õ e m-se e xp e riê nc ia s

c o g nitiva s q ue d e ve m o c o rre r d e ma ne ira p ro g re ssiva e a tiva

le va nd o e m c o nsid e ra ç ã o o s inte re sse s, mo tiva ç õ e s e inic ia tiva s

ind ivid ua is d o s a luno s. Ta mb é m, ne ssa fo rma d e e nte nd e r a

e d uc a ç ã o , é c o nsid e ra d a me no s sig nific a tiva a e strutura ç ã o

ra c io na l e ló g ic a d o s c o nhe c ime nto s a d q uirid o s a d e sp e ito d o

q ue a c o nte c e no e nsino tra d ic io na l (FUSARI; FERRAZ, 2001, p . 31).

O p ro fe sso r utiliza d e ntro d a Esc o la No va a o rie nta ç ã o q ue

c o nsid e ra o e nsino e a a p re nd iza g e m simp le sme nte c o mo um

p ro c e sso d e p e sq uisa ind ivid ua l o u no má ximo d e p e q ue no s

g rup o s. A p a rtir d a s id e ia s d o filo so fo a me ric a no Jo hn De we y

(1985), p a rte -se d e p ro b le ma s o u a ssunto s d o inte re sse d o s a luno s

(37)

c o g nitiva s, num fa ze r a p re nd e nd o . Pa ra se re a liza r e sse mé to d o ,

é ne c e ssá ria a o rd e na ç ã o d a s e ta p a s q ue o b e d e c ia m à

se g uinte se q uê nc ia :

1. c o me ç a r c o m uma a tivid a d e

2. q ue susc ita sse um d e te rmina d o p ro b le ma e

3. p ro vo c a sse le va nta me nto d e d a d o s a p a rtir d o s q ua is

se fo rmula sse m hip ó te se s e xp lic a tiva s d o p ro b le ma e se

d e se nvo lve sse a e xp e rime nta ç ã o , re a liza d a

c o njunta me nte p o r a luno s e p ro fe sso r, p a ra c o nfirma r

o u re je ita r a s hip ó te se s fo rmula d a s (FUSARI; FERRAZ,

2001, p . 32).

Ve rific a -se , p o rta nto , q ue a imp o rtâ nc ia d o tra b a lho re a liza d o p e lo a luno , se us inte re sse s e sua e sp o nta ne id a d e , mo stra m uma p e d a g o g ia c o m c a ra c te rístic a s e xp e rime nta is q ue te m c o mo b a se a Psic o lo g ia e a Bio lo g ia , va lo riza nd o a e xp re ssã o d o ind ivíd uo e c o nsid e ra nd o me no s sig nific a tiva a e strutura ç ã o ra c io na l e ló g ic a d o s c o nhe c ime nto s (C ARDO SO , 2010, p . 28).

O s c o nhe c ime nto s já a d q uirid o s p e la huma nid a d e e

a c umula d o s p e la c iê nc ia nã o p re c isa ria m se r tra nsmitid o s p a ra

o s a luno s, p o is, d o p o nto d e vista d a Esc o la No va , a c re d ita va -se

q ue , p a ssa nd o p o r e sse s mé to d o s, e le s se ria m na tura lme nte

e nc o ntra d o s e o rg a niza d o s.

No q ue ta ng e à s p rá tic a s e te o ria s e sté tic a s, o s p ro fe sso re s

d e te nd ê nc ia p e d a g ó g ic a e sc o la no vista mo stra m uma rup tura

c o m a s c ó p ia s d e mo d e lo s e d e a mb ie nte s c irc und a nte s, c o mo

na p e d a g o g ia tra d ic io na l, e e m c o ntra p a rtid a va lo riza m o s

e sta d o s p sic o ló g ic o s d a s p e sso a s. Se nd o a ssim, a c o nc e p ç ã o

e sté tic a p re d o mina nte p a ssa a se r re sulta nte :

(38)

a mb ie nte (e sté tic a d e o rie nta ç ã o p ra g má tic a c o m b a se na Psic o lo g ia C o g nitiva );

b )Exp re ssã o , re ve la ç ã o d e e mo ç õ e s, d e insig hts, d e

d e se jo s, d e mo tiva ç õ e s e xp e rime nta d a s inte rio rme nte p e lo s ind ivíd uo s (e sté tic a d e o rie nta ç ã o e xp re ssiva , a p o ia d a na Psic a ná lise ) (FUSARI; FERRAZ, 2001, p . 32).

Aind a se g und o Fusa ri e Fe rra z (2001), e ssa te o ria d a a rte

c o m b a se na p sic o lo g ia e c e ntra d a no a luno -p ro d uto r d o s

tra b a lho s a rtístic o s vinha se nd o , a té o iníc io d o s a no s 1990, a ma is

utiliza d a no e nsino d e a rte no Bra sil.

A e sté tic a e o e nsino sup e rio r a rtístic o fo ra m influe nc ia d o s

p e la Psic o lo g ia C o g nitiva , p e la Psic a ná lise e ta mb é m p e la Te o ria

G e stá ltic a no sé c ulo XX. Esse s mo d e lo s p e d a g ó g ic o s e e sté tic o s

c o m c a ra c te rístic a s p sic o ló g ic a s mo stra m uma fo rte re a ç ã o a o s

e xe rc íc io s d e c ó p ia s.

Po is e nfa tiza m o b je tiva me nte a p e rc e p ç ã o e a s a ná lise s d o s e le me nto s e p ro p rie d a d e s e strutura is c o ntid a s na s o b ra s a rtístic a s (se mp re c o nsid e ra d a s c o mo um c o njunto g lo b a l e a utô no mo ). Po d e -se d ize r a ind a q ue , d e to d a s e ssa s c o nc e p ç õ e s e sté tic a s p sic o lo g iza d a s, a g e stá ltic a , a o c e ntra liza r-se na p e sso a c o mo um a na lista p e rc e p tivo e o b je tivo d a s o b ra s d e a rte , d ife re nc ia -se d o s p re ssup o sto s e sté tic o s e e d uc a c io na is e xp re ssio nista s q ue ma rc a m a te nd ê nc ia e sc o la no vista (FUSARI; FERRAZ, 2001, p . 35).

No mo me nto d e sua intro d uç ã o no p a ís, no s a no s 1930 e

1940, o mo vime nto e sc o la no vista e nc o ntro u o Bra sil e m um

g ra nd e mo me nto d e c rise e c o nô mic a e c o me rc ia l, c o m o

d e c línio d o mo d e lo a g rá rio -c o me rc ia l, e xp o rta d o r, d e p e nd e nte ,

e a a sc e nsã o d e um mo d e lo d e se nvo lvime ntista b a se a d o na

ind ústria . Ne sse me smo mo me nto , o p a ís ta mb é m p a ssa va p o r

(39)

e nsino p úb lic o . O a c o nte c ime nto ma is imp o rta nte na á re a d a

e d uc a ç ã o na é p o c a fo i a fund a ç ã o d a Asso c ia ç ã o Bra sile ira d e

Ed uc a ç ã o (ABE), e m 1924, no Rio d e Ja ne iro , e o la nç a me nto d o

Ma nife sto d o s Pio ne iro s d a Esc o la No va , e m 1932, q ue te ve a

p a rtic ip a ç ã o d e e d uc a d o re s, inte le c tua is e a rtista s c o mo : Anísio

Te ixe ira e C e c ília Me ire le s, d e ntre o utro s (FUSARI; FERRAZ, 2001, p .

35).

No á re a d a s Arte s, no ta -se influê nc ia s d a Se ma na d e Arte

Mo d e rna d e 1922, q ue e xp a nd iu o mo vime nto mo d e rnista p e lo

Bra sil me d ia nte a c ria ç ã o e o rg a niza ç ã o d e d ive rso s sa lõ e s d e

a rte c o m c a ra c te rístic a s ma is na c io na lista s e ino va d o ra s.

C o mo influê nc ia s d a re no va ç ã o c ultura l, p e d a g ó g ic a e

a rtístic a , a ume nto u o inte re sse p e la p ro d uç ã o a rtístic a d a s

c ria nç a s. E p o r c o nse q uê nc ia , p o r se us p ro c e sso s me nta is e

ima g ina tivo s, isso le va a té me smo a c o le c io na re m-se d e se nho s

infa ntis. Na c id a d e d e Sã o Pa ulo , um e ve nto ma rc o u

sig nific a tiva me nte e sse inte re sse p e la a rte e sp o ntâ ne a : a

e xp o siç ã o fe ita e m 1933 no C lub e d o s Artista s Mo d e rno s (C AM),

d e no mina d a Se ma na d o s Lo uc o s e d a s C ria nç a s.

Te ó ric o s c o mo Jo hn De we y e Vikto r Lo we nfe ld no s Esta d o s

Unid o s e He rb e r Re a d na Ing la te rra , influe nc ia ra m na s mud a nç a s

na c o nd uç ã o d a s a ula s d o s p ro fe sso re s d e a rte b ra sile iro s,

c o nso lid a nd o e m a lg uns g rup o s a te nd ê nc ia e sc o la no vista .

Uma d a s me to d o lo g ia s fre q ue nte me nte utiliza d a s na

Esc o la No va é a fund a me nta d a na s id e ia s d e Jo hn De we y

(1985), q ue e stimula o s a luno s a a p ro fund a re m se us e stud o s p o r

me io d a p rá tic a , e m q ue se inic ia uma a tivid a d e p o r me io d e um

p ro b le ma o u te ma d e inte re sse d o s e stud a nte s, d e se nvo lve nd o

e xp e riê nc ia s c o g nitiva s e p ro p o rc io na nd o um a p re nd e r fa ze nd o .

Pa ra De we y, p o rta nto , a e xp e riê nc ia te m uma funç ã o

(40)

no p ro fe sso r, e sim no a luno e m c re sc ime nto a tivo e p ro g re ssivo

(FUSARI; FERRAZ, 2001, p . 36).

Ta mb é m influe nte no Bra sil e m a rte -e d uc a ç ã o , Vikto r

Lo we nfe ld , a p ó s te r tra b a lha d o c o m c ria nç a s c e g a s e m Vie na e

te r sid o influe nc ia d o p e la s te o ria s fre ud ia na s, p ub lic o u tra b a lho s

e m q ue se c o lo c a a fa vo r d a p e d a g o g ia e sc o la no vista e

fo rte me nte c o ntra a p e d a g o g ia tra d ic io na l.

Pa ra Lo we nfe ld e Britta in (1977), a a rte p o ssui um p a p e l

fund a me nta l na e d uc a ç ã o d a c ria nç a . De se nha r, p inta r e

c o nstruir sã o p ro c e sso s c o mp le xo s e m q ue a c ria nç a re úne vá rio s

e le me nto s d e sua e xp e riê nc ia p a ra fo rma r o no vo e d a r

sig nific a d o a e sse no vo . Ne sse p ro c e sso d e se le c io na r, inte rp re ta r

e re fo rma r e sse s e le me nto s, a c ria nç a c o nstró i ma is q ue um

q ua d ro o u uma e sc ultura . Ela d e se nvo lve p a rte d e si me sma ,

ta nto c o mo se nte e c o mo vê . “ Pa ra e la , a a rte é a tivid a d e

d inâ mic a e unific a d o ra ” (p . 13).

A e sc o la te m um p a p e l fund a me nta l na vid a d a c ria nç a ,

p o is fa z p a rte d e sua vid a d ura nte muito te mp o . Lo we nfe ld e

Britta in (1977) c ritic a m o fa to d e q ue no siste ma e d uc a c io na l a

ma io r ê nfa se se d á so b re o e nsino d e info rma ç ã o e d e fa to s, e

q ue a a p ro va ç ã o o u re p ro va ç ã o d e uma sé rie o u c urso

d e p e nd e m e xc lusiva me nte d a c a p a c id a d e d e me mo riza ç ã o e

d e c e rto s fra g me nto s d e info rma ç ã o q ue já sã o c o nhe c id o s

p e lo s p ro fe sso re s. Se nd o a ssim, a c ultura e sc o la r c o nsiste e m

fo rma r p e sso a s q ue p o ssa m a rma ze na r fra g me nto s d e

info rma ç ã o e d e p o is p o ssa m a re p ro d uzi-lo s a um sina l d a d o . O

e stud a nte q ue te nha a d q uirid o a c o mp e tê nc ia d e a p re se nta r a s

info rma ç õ e s c o rre ta s no mo me nto c e rto é c o nsid e ra d o a p to a

g ra d ua r-se na e sc o la q ue fre q ue nta . E o q ue ma is inc o mo d a é

(41)

re la ç ã o c o m o q ue a so c ie d a d e e sp e ra q ue a e sc o la p o ssa

fo rma r.

A a p re nd iza g e m se d ife re d e uma id a d e p a ra o utra , b e m

c o mo d e uma p e sso a p a ra a o utra , e e ssa a p tid ã o p a ra

a p re nd e r nã o e nvo lve a p e na s a c a p a c id a d e inte le c tua l, ma s

ta mb é m fa to re s so c ia is, e mo c io na is, p e rc e p tua is, físic o s e

p sic o ló g ic o s. O p ro c e sso d e a p re nd iza g e m é muito c o mp le xo e

nã o e xiste a p e na s uma me to d o lo g ia d e e nsino q ue se p o ssa

c o nsid e ra r id e a l. A fo rma c o mo se e nsina nã o a b a rc a to d a a

g a ma d e fa c uld a d e s inte le c tua is q ue sã o ne c e ssá ria s à

huma nid a d e . Sã o me no sp re za d a s c a ra c te rístic a s c o mo

c a p a c id a d e d e inte rro g a r, d e p ro c ura r re sp o sta s, d e d e sc o b rir

fo rma e o rd e m, d e re p e nsa r, e d e re e strutura r e e nc o ntra r no va s

re la ç õ e s, q ue d e ve ria m e sta r p re se nte s no siste ma e d uc a c io na l

(LO WENFELD; BRITTAIN, 1977, p . 15).

De ve r-se -ia e nsina r na s e sc o la s a p tid õ e s b á sic a s c o mo a

c a p a c id a d e d e p ro c ura r e d e sc o b rir re sp o sta s a o invé s d e

g ua rd a r p a ssiva me nte a s re sp o sta s e instruç õ e s d o p ro fe sso r. As

a tivid a d e s a rtístic a s c o ntrib ue m p a ra q ue isso o c o rra .

Pa ra Lo we nfe ld e Britta in (1977), o ho me m a p re nd e a tra vé s

d o s se ntid o s. C o m a inte ra ç ã o c o m o me io , e le d e se nvo lve a

c a p a c id a d e d e ve r, se ntir, o uvir e c he ira r. O p ro c e sso d e e d uc a r

a s c ria nç a s nã o p o d e se r c o nfund id o c o m o e nsino d e re sp o sta s

limita d a s e d e te rmina d a s. O d e se nvo lvime nto d a se nsib ilid a d e

p e rc e p tiva é a p a rte ma is imp o rta nte d o p ro c e sso e d uc a tivo .

Q ua nto ma is se d e se nvo lve a se nsib ilid a d e , ma io r a

c o nsc ie ntiza ç ã o d o s se ntid o s. C o mo c o nse q uê nc ia d e sse

p ro c e sso , me lho r se rá a a p re nd iza g e m.

Referências

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