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Leucograma e teores plasmáticos de proteínas de fase aguda de eqüinos portadores de abdômen agudo e submetidos à laparotomia.

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Leucograma e teores plasmáticos de proteínas de fase aguda de eqüinos portadores de abdômen agudo e submetidos à laparotomia

[Leukogram and plasma acute phase protein concentrations in horses with acute abdomen submitted to treatment by laparotomy]

J.J. Fagliari1, S.L. Silva2,P.C. Silva1, G.T. Pereira1

1

Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - UNESP Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n

14884-900 – Jaboticabal, SP

2

Universidade Federal do Tocantins – Araguaína, TO

RESUMO

Foram examinados 20 eqüinos adultos portadores de abdômen agudo e submetidos à laparotomia. Dez recuperaram-se sem intercorrência pós-operatória (G1) e 10 foram a óbito sete a 10 dias após a cirurgia, com sinais de choque séptico (G2). Avaliaram-se temperatura retal, freqüências cardíaca e respiratória, tempo de preenchimento capilar e teores plasmáticos das proteínas de fase aguda – fibrinogênio, ceruloplasmina, proteína C-reativa, antitripsina, haptoglobina e glicoproteína ácida -, antes e até sete dias após a laparotomia. As leucometrias às 72h e no sétimo dia pós-operatório dos eqüinos que foram a óbito foram, respectivamente, 34,6% e 57,1%, mais altas que a dos animais curados. Os maiores valores de proteína de fase aguda ocorreram no sétimo dia após a cirurgia; os percentuais de elevação de fibrinogênio, antitripsina, glicoproteina ácida, proteína C-reativa, ceruloplasmina e haptoglobina de eqüinos do G2 em relação ao G1 foram 46,8%, 67,9%, 91,9%, 112,2%, 126,9% e 186,2%, respectivamente.

Palavras-chave: eqüino, laparotomia, proteinograma plasmático, leucócitos

ABSTRACT

Twenty adult horses with acute abdomen were examined and submitted to treatment by laparotomy; ten had no postoperative complication (group 1), and ten showed septic shock symptom and died from seven to ten days after surgery (group 2). Body temperature, heart and respiratory rates, filling capillary time, and plasma acute phase protein concentrations – fibrinogen, ceruloplasmin, C-reactive protein, antitrypsin, haptoglobin, and acid glycoprotein – were evaluated before laparotomy and until seven days after surgery. White blood cell counts at 72h and seven days after surgery in group 2 animals were, respectively, 34.6% and 57.1%, and were higher than those measured in group 1 horses. The highest values of acute phase proteins occurred on the seventh day after surgery. The increase percentages of fibrinogen, antitrypsin, acid glycoprotein, C-reactive protein, ceruloplasmin, and haptoglobin plasma concentrations in group 2 animals in comparison to group 1 animals were 46.8%, 67.9%, 91.9%, 112.2%, 126.9%, and 186.2%, respectively.

Keywords: horse, laparotomy, plasma proteins, leukocytes

Recebido em 15 de maio de 2007 Aceito em 18 de março de 2008 E-mail: fagliari@fcav.unesp.br

INTRODUÇÃO

A síndrome do abdômen agudo (cólica) é uma das principais causas de urgência cirúrgica em eqüinos. Apesar dos avanços nos métodos de diagnóstico, nas técnicas anestésicas e cirúrgicas e na terapia pós-operatória, a taxa de mortalidade permanece elevada. Considera-se

que as indigestões favoreçam a transferência de bactérias e toxinas do lúmen intestinal para a corrente sangüínea, contribuindo para a manifestação de sinais sistêmicos, como choque séptico em eqüinos (Weiss et al., 1997).

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aguda (Gruys et al., 1994). No sítio inflamatório, ocorrem alterações que favorecem a liberação de citocinas, resultando em respostas sistêmicas, como febre, leucocitose e síntese de proteínas de fase aguda (Takiguchi et al., 1990; Godson et al., 1996). Ressalta-se a importância do proteinograma sérico em humanos, no diagnóstico e no monitoramento de várias doenças e na identificação de focos infecciosos decorrentes de procedimentos cirúrgicos (Wicher e Dieppe, 1985).

Como a concentração plasmática das proteínas de fase aguda é diretamente proporcional ao grau de lesão tecidual e/ou de inflamação (Kent, 1992; Cerón et al., 2005), espera-se que animais portadores de complicações pós-operatórias apresentem maior teor protéico (Wicher e Dieppe, 1985; Gruys et al., 1994). O fibrinogênio é a proteína plasmática mais freqüentemente analisada, porém não é a principal proteína de fase aguda dos animais (Godson et al., 1996).

O fracionamento eletroforético é um dos mais confiáveis métodos de identificação de proteínas séricas. As técnicas de eletroforese mais utilizadas em medicina veterinária têm como matrizes fitas de acetato de celulose (Fagliari et al., 1983; Edinger et al., 1992) ou filmes de agarose (Mattews, 1982), as quais apresentam valor limitado porque permitem o fracionamento de apenas cinco a sete grupos de proteínas. Gordon (1995) relatou que a técnica de eletroforese em gel de acrilamida contendo dodecil sulfato de sódio (SDS-PAGE) é relativamente simples e de baixo custo, possibilitando a visualização de concentrações protéicas extremamente baixas e a identificação de 20 a 30 proteínas, necessitando microquantidade de amostra. Com o uso dessa técnica, foi possível identificar 19 frações no proteinograma sérico de eqüinos com laminite (Fagliari et al., 1997) e 18 em soros de bezerros com fotossensibilização hepatógena (Fagliari et al., 2007).

O objetivo do estudo foi verificar possíveis alterações no leucograma e nos teores plasmáticos de proteínas de fase aguda de eqüinos portadores de abdômen agudo submetidos à laparotomia, que sobreviveram ou não.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram examinados 20 eqüinos adultos, de diferentes raças e sexo, os quais constituíram dois grupos experimentais. O grupo 1 foi formado por eqüinos portadores de abdômen agudo, submetidos à laparotomia para correção de torção de cólon maior (três animais), compactação de cólon maior (cinco animais) e encarceramento nefro-esplênico de cólon maior (dois animais), sem intercorrências no pós-operatório. O grupo 2 foi formado por eqüinos portadores de abdômen agudo, submetidos à laparotomia para correção de torção de cólon maior (quatro animais), compactação de cólon maior (quatro animais) e encarceramento nefro-esplênico de cólon maior (dois animais), porém que vieram a óbito sete a 10 dias após a cirurgia, com sinais de choque séptico. Em ambos os grupos, os sintomas de abdômen agudo haviam surgido 12 a 18 horas antes do atendimento.

Ao longo da cirurgia, os animais de ambos os grupos recebiam infusão intravenosa contínua de solução fisiológica. Durante sete dias de pós-operatório, os eqüinos receberam estreptomicina e penicilina, na dose de 22.000UI do antibiótico/kg PC/12h, via intramuscular (IM) e gentamicina, na dose de 6,6mg/kg PC/24h, via IM. Todos os animais foram submetidos ao exame clínico, segundo Speirs (1997), diariamente, às 8 e 17h. Avaliaram-se: temperatura retal, turgor cutâneo, coloração das membranas mucosas ocular e oral, características das fezes, motilidade intestinal, tempo de preenchimento capilar, qualidade do pulso e freqüências cardíaca e respiratória.

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fracionamento, o gel foi corado durante 10min em solução de azul de coomassie e, em seguida, colocado em solução de ácido acético a 7% para retirar o excesso de corante, até que as frações protéicas se apresentassem nítidas. As concentrações dessas proteínas foram determinadas

em densitômetro computadorizado1. Como

referência, utilizou-se uma solução marcadora2

com pesos moleculares 29.000, 45.000, 66.000, 97.400, 116.000 e 205.000 dáltons (Da), além de

proteínas purificadas2 – albumina, IgG,

haptoglobina, α1-antitripsina e transferrina.

Para a análise estatística utilizou-se o SAS (User’s..., 1995). O delineamento foi inteiramente ao acaso, com dois grupos submetidos a avaliações em cinco momentos. Quando se constatou significância entre grupos e momentos, aplicou-se o teste Tukey (P<0,05) para a comparação das médias.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tab. 1, são apresentadas as médias e os desvios-padrão das freqüências cardíaca e respiratória, do tempo de preenchimento capilar e da temperatura retal de eqüinos acometidos por abdômen agudo e submetidos à laparotomia, sem intercorrência pós-operatória (G1), e de eqüinos com abdômen agudo que foram a óbito sete a 10 dias após a cirurgia (G2), com sinais de choque séptico. Não houve diferença entre os valores obtidos durante os exames clínicos realizados pela manhã e à tarde. Todos os parâmetros estudados nos dois grupos elevaram-se a partir da cirurgia; nos animais que evoluíram para cura, esses valores aumentaram entre 24 e 48h após a intervenção cirúrgica e, a partir daí, decresceram; no sétimo dia pós-operatório, notaram-se valores abaixo daqueles constatados antes da cirurgia, indicando que a causa do distúrbio digestivo foi corrigida com sucesso.

Tabela 1. Média e desvio-padrão da freqüência cardíaca (FC), freqüência respiratória (FR), tempo de preenchimento capilar (TPC) e temperatura retal de eqüinos portadores de abdômen agudo submetidos à laparotomia, sem intercorrência pós-operatória (G1), e de eqüinos portadores de abdômen agudo que foram a óbito sete a 10 dias após a cirurgia (G2)

Tempo após realização da laparotomia Parâmetro Antes da

laparatomia 24h 48h 72h 7 dias

FC/min

G1 58,1±3,7Aa 67,4±7,2Ab 65,4±7,7Ab 59,2±6,27Aa 50,8±6,7Ac

G2 60,2±4,4Aa 65,2±8,7Ab 68,9±7,4Ab 66,1±8,97Ab 68,7±9,1Bb

FR/min

G1 28,5±3,2Aa 36,1±5,1Ab 31,5±4,6Aab 25,1±3,17Aa 20,2±1,9Ac

G2 25,4±3,4Aa 33,4±5,0Ab 31,1±5,1Ab 33,2±4,76Bb 27,6±3,8Ba

TPC/seg

G1 3,1±0,27Aa 3,3±0,37Aa 3,3±0,31Aa 3,1±0,30Aa 3,0±0,29Aa

G2 3,3±0,32Aa 3,2±0,45Aa 3,4±0,56Aa 3,5±0,48Aa 3,5±0,41Ba

T.retal (°C)

G1 38,4±0,45Aa 39,2±0,59Ab 40,1±0,52Ac 38,9±0,44Aab 37,9±0,58Aa G2 37,9±0,33Aa 39,0±0,49Ab 39,8±0,87Ab 40,7±0,59 Bc 39,8±0,61Bbc Letras maiúsculas diferentes indicam diferenças significativas entre grupos pelo teste Tukey (P<0,05).

Letras minúsculas diferentes indicam diferenças significativas entre momentos pelo teste Tukey (P<0,05).

1Shimadzu CS 9301 - Tokio, Japan. 2Sigma - Saint Louis, EUA.

É provável que os maiores valores verificados para as freqüências cardíaca e respiratória e para a temperatura retal, 48 a 72h após a laparotomia, devam-se à maior liberação de mediadores inflamatórios decorrente da cirurgia, como relataram Gruys et al. (1994). Também, a dor

deve ter contribuído para a ocorrência de taquicardia e taquipnéia.

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notou-se que a cinética desses parâmetros foi semelhante entre os grupos até 48h após a laparotomia; contudo, a partir de 72h, e principalmente no sétimo dia pós-operatório, constatou-se que esses valores foram maiores nos eqüinos que foram a óbito. Pode-se incriminar como causa do agravamento do quadro clínico a ação de bactérias e endotoxinas presentes em maior quantidade no sangue desses animais, como salientaram Weiss et al. (1997).

As médias e os desvios-padrão do leucograma são apresentados na Tab. 2. Os animais de ambos os grupos manifestaram leucocitose desde a fase pré-cirúrgica; notou-se que a contagem de leucócitos de eqüinos que evoluíram favoravelmente ao tratamento cirúrgico, obtida no sétimo dia pós-operatório, foi menor, à semelhança dos parâmetros clínicos já mencionados, indicando que o controle ou eliminação da causa de abdômen agudo minimizou a leucocitose, em especial as contagens de polimorfonucleares e de bastonetes. Na Tab. 3 mostram-se os percentuais de elevação das contagens de leucócitos dos eqüinos que foram a óbito após a laparotomia, em relação aos demais. As leucometrias desses animais às 72h e no sétimo dia pós-operatório foram, respectivamente, 34,6% e 57,1%,

superiores àquelas dos animais curados. Os percentuais de elevação de polimorfonucleares e de bastonetes, nesses dois momentos, foram de 47,1% e 70,6% e de 73,8% e 132,5%, respectivamente.

Durante toda a fase experimental, a proteinemia foi maior em eqüinos que foram a óbito, porém com valor significativamente mais elevado apenas às 72h após a laparotomia (Tab. 4). Nos animais curados, a proteinemia foi menor a partir de 72h pós-operatório, à semelhança da temperatura retal, freqüências cardíaca e respiratória e tempo de preenchimento capilar.

A análise dos traçados eletroforéticos indica que, no grupo de eqüinos que foram a óbito, a proteína que se elevou mais precocemente foi a haptoglobina, 22,5%, 24h após a laparotomia (Tab. 5 e Fig. 1). A partir daí, os percentuais de acréscimo das demais proteínas de fase aguda tenderam à elevação, culminando com valores mais altos no sétimo dia pós-operatório. Nesse momento da pesquisa, os percentuais de elevação dos teores plasmáticos de fibrinogênio, antitripsina, glicoproteína ácida, proteína-C reativa, ceruloplasmina e haptoglobina de eqüinos do G2 foram 46,8%, 67,9%, 91,9%, 112,2%, 126,9% e 186,1%, respectivamente.

Tabela 2. Média e desvio-padrão da contagem de leucócitos (Leuc.), polimorfonucleares (PMN), bastonetes (Bast.), linfócitos (Linf.), monócitos (Mon.) e eosinófilos (Eos.) de eqüinos portadores de abdômen agudo submetidos à laparotomia, sem intercorrência pós-operatória (G1), e de eqüinos portadores de abdômen agudo que foram a óbito sete a 10 dias após a cirurgia (G2)

Tempo após realização da laparotomia Parâmetro Antes da

laparotomia 24 h 48 h 72 h 7 dias

Leuc/µl

G1 12.070±1.910Aa 13.040±1.610Aab 14.020±1.940Ac 12.350±2.070Aab 10.040±1.700Ad G2 13.340±2.980Aa 14.070±2.270Aa 15.760±2.890Aab 16.630±2.430Bb 15.770±3.050Bb PMN/µl

G1 9.145±1.168Aab 9.600±778Aa 10.022±1.252Aa 8.747±1.137Abc 6.979±1.190Ac G2 9.986±1.321Aa 10.424±1.410Aab 11.854±1.735Abc 12.868±1.895Bc 11.904±1.523Bbc Bast/µl

G1 312±157Aa 427±183Ab 674±266Ac 290±190Aa 120±108Ad

G2 398±132Aa 597±190Ab 722±365Ab 504±395Bb 279±267Ba

Linf/µl

G1 2.006±552Aa 2.255±641Aa 2.168±509Aa 2.334±380Aa 2.485±418Aa G2 2.202±566Aa 2.386±589Aa 2.235±614Aa 2.454±553Aa 2.332±612Aa Mon/µl

G1 440±272Aa 484±220Aa 638±267Aa 559±262Aa 250±141Ab

G2 443±178Aa 468±197Aa 567±231Aa 589±294Aa 443±291Aa

Eos/µl

G1 178±96Aa 271±161Aa 317±197Aa 257±154Aa 204±126Aa

G2 201±104Aa 233±145Aa 336±201Aa 247±211Aa 198±143Aa

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Tabela 3. Percentuais de elevação das contagens de leucócitos, polimorfonucleares (PMN), bastonetes, linfócitos, monócitos e eosinófilos de eqüinos portadores de abdômen agudo que foram a óbito sete a 10 dias após laparotomia, antes e após a cirurgia, em relação aos valores de eqüinos portadores de abdômen agudo, sem intercorrência pós-operatória

Tempo após realização da laparotomia Parâmetro laparotomia Antes da

24 h 48 h 72 h 7 dias

Leucócitos 10,5 7,9 12,4 34,6* 57,1*

PMN 9,2 8,6 18,3 47,1* 70,6*

Bastonetes 27,6 39,8 7,1 73,8* 132,5*

Linfócitos 9,8 5,8 3,1 5,1 -6,2

Monócitos 0,7 -3,3 -11,1 5,4 77,20

Eosinófilos 12,9 -14,1 6,0 -3,9 -2,9

*Aumento significativo (P<0,05).

Tabela 4. Média e desvio-padrão dos teores plasmáticos de proteína total (g/dl) e de proteínas de fase aguda (mg/dl) identificadas no traçado eletroforético (SDS-PAGE) deeqüinos portadores de abdômen agudo submetidos à laparotomia, sem intercorrência pós-operatória (G1), e de eqüinos portadores de abdômen agudo que foram a óbito sete a 10 dias após a cirurgia (G2)

Tempo após realização da laparotomia Proteína, peso molecular e grupo laparotomia Antes da

24 h 48 h 72 h 7 dias

Proteína total (g/dl)

G1 7,55±0,51Aa 7,97±0,37Ab 7,64±0,39Aab 7,16±0,39Ac 7,06±0,30Ac

G2 7,69±0,70Aa 8,01±0,53Aa 7,92±0,61Aa 8,11±0,55Ba 7,78±0,79Aa

Fibrinogênio (340.000; mg/dl)

G1 587±63Aa 689±65Ab 648±60Ab 524±58Aac 506±64Ac

G2 605±54Aa 743±79Ab 786±89Bb 711±84Bb 743±93Bb

Ceruloplasmina (128.000; mg/dl)

G1 54±9Aa 84±10Ab 86±10Ab 66±9Ac 52±7Aa

G2 58±7Aa 90±14Ab 98±11Bbc 106±15Bc 118±23Bc

Proteína C-reativa (105.000; mg/dl)

G1 53±9Aa 67±10Ab 67±11Ab 52±6Aa 41±5Ac

G2 60±8Aa 74±11Ab 71±13Ab 78±15Bb 87±18Bb

Antitripsina (61.000; mg/dl)

G1 456±51Aa 484±53Aa 491±40Aa 371±39Ab 349±38Ab

G2 463±62Aa 498±66Aab 514±71Abc 522±70Bbc 586±81Bc

Haptoglobina (47.000; mg/dl)

G1 185±23Aa 182±22Aa 139±21Ab 111±12Ac 101±10Ac

G2 207±41Aa 223±38Bab 243±37Babc 254±43Bbc 289±51Bc

Glicoproteína ácida (43.000; mg/dl)

G1 49±6Aa 56±7Aab 45±6Aa 36±5Ac 37±4Ac

G2 54±8Aa 63±9Aa 60±8Bab 65±10Bab 71±13Bb

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Tabela 5. Percentuais de elevação dos teores plasmáticos das proteínas de fase aguda (PFA) de eqüinos portadores de abdômen agudo que foram a óbito sete a 10 dias após laparotomia, antes e após a cirurgia, em relação aos valores de eqüinos portadores de abdômen agudo, sem intercorrência pós-operatória

Tempo após realização da laparotomia Proteína laparotomia Antes da

24h 48h 72h 7 dias

Proteína total 1,8 1,7 3,7 13,3 11,6

Fibrinogênio 3,1 7,9 21,3* 35,7* 46,8*

Ceruloplasmina 7,4 7,2 13,9* 60,6* 126,9*

Proteína C-reativa 13,2 10,5 6,0 50,0* 112,2*

Antitripsina 1,5 2,9 4,7 40,7* 67,9*

Haptoglobina 11,9 22,5* 74,8* 128,8* 186,2*

Glicoproteína ácida 10,2 12,5 33,3* 80,5* 91,9*

*Aumento significativo (P<0,05).

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200

0 24h 48h 72h 7dias

Tempo após realização da laparotomia %

Fibrinogênio

Ceruloplasmina

Proteína C-reativa

Antitripsina

Haptoglobina

Glicoproteína ácida

Figura 1. Percentuais de elevação dos teores plasmáticos de fibrinogênio, ceruloplasmina, proteína C-reativa, antitripsina, haptoglobina e glicoproteína ácida de eqüinos portadores de abdômen agudo que foram a óbito sete a 10 dias após laparotomia, antes e após a cirurgia, em relação aos valores de eqüinos portadores de abdômen agudo, sem intercorrência pós-operatória.

Em eqüinos do G1, os teores de proteínas do plasma diminuíram a partir de 72h após a cirurgia em razão da menor liberação de proteínas de fase aguda, sintetizadas no fígado em resposta às citocinas inflamatórias (Wicher e Dieppe, 1985; Takiguchi et al., 1990; Edinger et al., 1992; Gruys et al., 1994; Godson et al., 1996), e em razão do controle ou da eliminação da causa indutora do quadro clínico de abdômen agudo. Os maiores percentuais de elevação constatados nos eqüinos do G2 deveram-se, possivelmente, aos distúrbios inflamatórios e infecciosos decorrentes do agravamento do quadro clínico, indicando que a concentração plasmática das proteínas de fase aguda é diretamente proporcional ao grau de lesão (Kent,

Pode-se considerar que os resultados do leucograma e do proteinograma correspondem à cinética da resposta leucocitária e da resposta das proteínas de fase aguda de eqüinos portadores de abdômen agudo submetidos à laparotomia.

CONCLUSÕES

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abdômen agudo, submetidos à laparotomia. Dentre os exames laboratoriais considerados indicadores de prognóstico para abdômen agudo de eqüinos, destacaram-se as contagens de polimorfonucleares e bastonetes e, dentre as proteínas de fase aguda, os teores plasmáticos de haptoglobina e ceruloplasmina.

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