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Revista
Brasileira
de
CIÊNCIAS
DO
ESPORTE
ARTIGO
ORIGINAL
(Des)
motivac
¸ão
na
educac
¸ão
física
escolar:
uma
análise
a
partir
da
teoria
da
autodeterminac
¸ão
Juliana
Pizani
a,∗,
Ieda
Parra
Barbosa-Rinaldi
b,
Antonio
Carlos
Monteiro
de
Miranda
be
Lenamar
Fiorese
Vieira
baUniversidadeEstadualdeMaringá(UEM),ProgramadePós-Graduac¸ãoAssociadoemEducac¸ãoFísicaUEM/UEL,Maringá,PR,
Brasil
bUniversidadeEstadualdeMaringá(UEM),CentrodeCiênciasBiológicas,DepartamentodeEducac¸ãoFísica,Maringá,PR,Brasil
Recebidoem14defevereirode2014;aceitoem12deabrilde2014
DisponívelnaInternetem8dedezembrode2015
PALAVRAS-CHAVE
Motivac¸ão; Aprendizagem; Educac¸ãofísica; Teoriada
autodeterminac¸ão
Resumo O estudo objetivou identificar a presenc¸a da desmotivac¸ão na educac¸ão física escolar,pormeiodateoriadaautodeterminac¸ão,comvistasàcompreensãodepossibilidades deintervenc¸ão.AplicamosoquestionáriodeGoudas,BiddleeFox(1994)para371alunosde educac¸ãofísicadoensinomédio.NaanálisedosdadosusamosotestedeMann-Whitneyeoalpha deConbrach.Osresultadosindicarambaixaprevalênciadedesmotivac¸ão(7,3%);evidenciaram queparaessecontextodeestudoamotivac¸ãoprevaleceuecontrariaramachadosanteriores. Apesquisaapontaalgumasestratégiasquepodemauxiliarnoprocessodeensino-aprendizagem. ©2015Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados.
KEYWORDS
Motivation; Learning;
PhysicalEducation; Self-determination theory
(De)motivationinschoolphysicaleducation:ananalysisfromthetheoryof self-determination
Abstract The studyaimed toidentifythepresence ofdemotivationinphysicaleducation, throughtheself-determinationtheory,withaviewtounderstandingpossibilitiesof interven-tion.Weapplythequestionnaire elaboratebyGoudas,BiddleeFox (1994)to371studentsin highschoolphysicaleducation.InthedataanalysisweusedtheMann-Whitneytestandalpha
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:jupizani@hotmail.com(J.Pizani).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbce.2015.11.010
Conbrach.Theresultsshowedalowprevalenceofunmotivated(7,3%);showingthatthecontext for thisstudy motivation prevailed,contradictingprevious findings. The researchidentifies somestrategiesthatmayhelpintheteaching-learningprocess.
©2015Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Allrights reserved.
PALABRASCLAVE
Motivación; Aprendizaje; EducaciónFísica; Teoríadela autodeterminación
(Des)motivaciónenlaeducaciónfísicaescolar:unanálisisatravésdelateoríadela autodeterminación
Resumen Elobjetivodelestudiofueidentificarlapresenciadeladesmotivaciónenla edu-caciónfísica através de la teoríade la autodeterminación conmiras ala comprensión de lasposibilidadesde intervención. Aplicamos el cuestionarioGoudas,Biddley Fox (1994)a 371 estudiantesdeeducaciónfísicadeense˜nanzamedia.Enelanálisisdelosdatosseutilizó lapruebadeMann-WhitneyyalfaConbrach.Losresultadosmostraronunabajaprevalenciade ladesmotivación(7,3%),loquemostróqueenestecontextodeestudiolamotivación prevale-ció,contrariamentealasconclusionesanteriores.Elestudioidentificaalgunasestrategiasque puedenayudarenelprocesodeense˜nanza-aprendizaje.
©2015Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todoslos derechosreservados.
Introduc
¸ão
Na sociedade atual, a escola representa um dos princi-paisespac¸oseducacionais.Paraalcanc¸arseusobjetivos,os alunosnecessitam,alémdecompreendersuaimportância, motivar-sena busca pela aprendizagem. Sobreo assunto,
Guimarãese Boruchovitch (2004) salientamque um estu-dantemotivadoapresentainteresseduranteoprocessode ensino-aprendizagem,envolve-sedeformapersistente em tarefasdesafiadoras.
Entretanto,CheneEnnis(2009)observaramqueas tro-casde conteúdos na educac¸ãofísica escolar,inicialmente centrados nos esportes relacionados à saúde, têm reque-ridoumaltoníveldemotivac¸ão dos alunose evidenciado anecessidadedepessoasautodeterminadasnocontextoda aprendizagem.
Nessesentido,aeducac¸ãofísicacomocomponente cur-ricular da escola necessita ser provocadora de desejos, despertar nos alunos o interesse em aprender. Deacordo comSnyders (1988,p.14),‘‘trata-sede conhecer alegrias diferentesqueasdavidadiária;coisasquesacodem, inter-pelam,apartirdoqueosalunosmudarãoalgoemsuavida, darãoumnovosentidoaela’’.
Para muitos é difícil imaginar como esse processo de ensino,ditoobrigatório,permeadoporestímulosquevisam àproduc¸ãoeaaprendizagemporaproximadamente12anos, possaseragradáveleenvolvente.Emsíntese,aescolaaqui idealizada,quetemcomofocoasaulasdeeducac¸ãofísica, orienta-separaeducar eexaltaraautonomia,extrair ale-griadoobrigatório,teraparticipac¸ãointensadosalunosna aventuradoaprenderenãofrequentarasaulasapenaspor motivosexternos,comoaobtenc¸ãodenotaseelogios.
De acordo com Braghirolli et al. (2001), um compor-tamentomotivadocaracteriza-sepela energiadespendida emdirec¸ãoaumobjetivoouumameta.Nossopressuposto
teóricoé baseado na teoriadaautodeterminac¸ãode Deci e Ryan(1985),quecompreendemamotivac¸ãoa partirde umcontinuum de autodeterminac¸ão, o qual seapresenta naformamotivacionaldesmotivadaparaautodeterminada, apresenta umapossibilidade de compreender os determi-nantesmotivacionaisedescobrircontextosquepromovam oenvolvimentodosestudantescomaeducac¸ãofísica.
Medianteospressupostos apresentados,alacuna deste estudoencontra-sepautadanapreocupac¸ãoexistentecom as aulas de educac¸ão física escolar, principalmente no tocante à participac¸ão espontânea e voluntária, em que os alunos estejam dispostos a buscar novos conhecimen-tos. Outro fator relevante para o desenvolvimento desta pesquisa é a problemática acerca da ausência de traba-lhosnoBrasilrelacionadosaocomportamentodesmotivado em estudantes no processo de ensino-aprendizagem da educac¸ãofísica.
Levando em considerac¸ão que a educac¸ão física é entendida como uma disciplina que faz parte do currí-culo escolar e que tem sua importância para a formac¸ão integraldoaluno, elegemosasseguintes perguntas norte-adoras: será que os alunos encontram-se motivados para as aulas? Será que a identificac¸ão de comportamentos desmotivados seria um fator determinante para possíveis intervenc¸ões nas dificuldades encontradasdurante a fase escolar?
dateoriadaautodeterminac¸ão,seguidospelos encaminha-mentosmetodológicos.Finalizamoscomosachadosacerca dosestilosmotivacionaispesquisados.
Comesteestudo,esperamosfornecerinformac¸ões àque-lesqueestãopreocupadoscomaeducac¸ãofísicaeindicar possíveisinadequac¸õesdomodeloescolarbrasileiro,oque podecontribuirparaaconquistadetransformac¸õesnaárea, hajavistaquereflexõesemtornodemudanc¸assão neces-sárias,considerandooprocessoeducacionalcomopartede umprocessocontínuoemutáveldecrescimentodosalunos.
Estilosmotivacionais:teoriadaautodeterminac¸ão comoprincípionorteador
Abaseinicialdateoriadaautodeterminac¸ãoéaconcepc¸ão do ser humano como organismo vivo, orientado para o crescimento,desenvolvimentodoselfeintegrac¸ãocomas estruturas sociais. O comportamento humano, de acordo comessateoria,encontra-sereguladoportrêsnecessidades psicológicas inatas (autonomia, competência e relaciona-mento) epodeserintrínseca e extrinsecamentemotivado oudesmotivado.
Autonomia é o grau pelo qual o indivíduo percebe si própriocomoresponsávelpeloseucomportamento;a com-petência refere-seaograu deefetividadeparaseengajar efazeratividades; eorelacionamentoédefinidocomoas conexõesqueosujeitofazcomacomunidadeemque con-vive(DecieRyan,2002).
Essas necessidades psicológicas básicas são integradas umas às outras, mas atuam de forma interdependente e são consideradas essenciais para o crescimento psicoló-gico e bem-estar. De acordo com Deci e Ryan (2000, p. 229), a satisfac¸ão de cada uma delas reforc¸a e fortalece asdemais,sãoconsideradas‘‘nutrientespsicológicosinatos paraocrescimento,aintegridadeeobem-estar’’.
Na escola, a aprendizagem deveria direcionar-se para a satisfac¸ão dessas necessidades, que podem facilitar ou dificultaramotivac¸ão.Sune Chen(2010)ressaltamqueo professorcomoagente externopodeauxiliar oaprendiz a regularemantersuamotivac¸ãoautodeterminada, conside-randoquenasfasesiniciaisdeaprendizagemsãonecessárias asforc¸asexternas,taiscomoregrasdaescolaeosreforc¸os dadospeloprofessor.
Sobre o assunto, Deci e Ryan (2000) argumentam que quandoaautonomiaésubestimada,oindivíduoéinduzido àmotivac¸ãoextrínsecaesenomesmoambienteas necessi-dadesdecompetênciaerelacionamentotambémestiverem impedidas, oindivíduo sesentirádesmotivado. Deacordo com Ntoumanis et al. (2004), a desmotivac¸ão é o medi-ador entreo impedimentodasatisfac¸ão dasnecessidades eváriosresultadosafetivos,cognitivosecomportamentais negativos. Assim, o comportamento busca uma regulac¸ão em func¸ãodasatisfac¸ão dessastrês necessidades, resulta naocorrênciadamotivac¸ãointrínsecaautodeterminadanas formasdemotivac¸ãoextrínseca.
DecieRyan(1985),comateoriadaautodeterminac¸ão, desenvolvem a teoria da integrac¸ão do organismo, que estabelece amotivac¸ão comocontínua, caracterizada por níveis de autodeterminac¸ão. Desse modo, os comporta-mentos motivacionais podem ser compreendidos a partir deumcontinnumque seposiciona entreo nívelbaixo de
autodeterminac¸ão(desmotivac¸ão)eonívelalto(motivac¸ão extrínsecaeintrínseca).
Amotivac¸ãointrínseca, paraDeci eRyan(1985,2000), estárelacionadaàsnecessidadesdeautonomia, competên-cia e vínculos sociais, é a base para o crescimento e a integridadesocialepsicológica.Nessecaso,aparticipac¸ão em uma atividade acontece voluntariamente e não há a presenc¸a de recompensas extrínsecas, como, por exem-plo, dinheiro e prêmios. Esse tipo de comportamento, segundoNtoumanis(2001),éembasadonodivertimento,na satisfac¸ãoenoprazerqueseobtêmdessaparticipac¸ão.Essa éconsideradaaformamaisautodeterminadaeaescolhapor certasatividadestemorigemnopróprioindivíduo, desempe-nhaumpapel importantenãosónocontextoeducacional, maspara quasetodosos domíniosda vida.No âmbito da educac¸ãofísica escolar, amotivac¸ão intrínseca associa-se à disposic¸ãode participar voluntariamente das aulas sem vislumbrarrecompensas.
Emrelac¸ãoàconceituac¸ãodamotivac¸ãoextrínseca,essa podeserdefinidacomoumcomportamentoquelevao indi-víduoafazerumaatividadevislumbrandorecompensas.De acordocomNtoumanisetal.(2004),amotivac¸ãoextrínseca éaparentequandoaatividadeéfeitaporpessoasque valo-rizamosresultados, maisdo que aatividade em si. Caso essasrecompensas sejam retiradas, a motivac¸ão diminui-ria, segundo Biddleet al. (2001). Isso evidenciaria que o envolvimentona atividade acontececom vistasaumfim, nãohá a presenc¸a de qualquer interesse intrínseco. Esse comportamentomotivacional consistenum conjunto vari-adodecomportamentos.Existem,assim,diferentestiposde regulac¸ãodessamotivac¸ão:integrada,identificada, introje-tadaeexterna.
Aformamaisautodeterminadadaregulac¸ãoexternade umcomportamentoé a regulac¸ãointegrada (Fernandes e Vasconcelos-Raposo,2005),consideradacomovolitiva,pelo fatodeo indivíduopoderescolhera atividade aser feita devido à importância e utilidade para o alcance de seus objetivospessoais.Porexemplo,osalunosqueseenvolvem comasatividadesescolaresreconhecemsuaimportânciano processodeensino-aprendizagem.Noentanto,DecieRyan (1985) salientam que mesmo sendo uma forma integrada eautodeterminada, aindarefere-se aumcomportamento motivadoextrinsecamente,vistoqueasatividadessão fei-tasna buscadeconcretizarseusobjetivosesuas escolhas pessoais.
A regulac¸ão identificada é menosautodeterminada do queoestiloanteriorepodeserverificadaquandoum com-portamentoémotivadopelosbenefíciosqueumaatividade podeproporcionar, mesmo que essa nãoseja considerada agradável ou interessante para o indivíduo (Ntoumanis, 2001),comopodeacontecernaparticipac¸ãoematividades físicas,na qualse buscaa melhoria dacondic¸ão física,a prevenc¸ãodedoenc¸as,aestéticaetc.Nessescasos,o envol-vimentocomaatividadesedápelodever,enãopeloquerer participar.
resultadopodesernegativoeanotabaixapodeser enten-didacomoumcastigo.Assim,essecontroleexternotorna-se umincentivoparaoenvolvimentocomaatividade.
Aregulac¸ãoexternaéoefeitoregulatórioquese encon-trano extremo do continnum de autorregulac¸ão e não é consideradocomoautônomo.Nessecasoocomportamento écontroladoporrecompensaseameac¸aseaparticipac¸ão ematividadesnãosedácomoumaformadediversãoe pra-zer.Porexemplo,nocontextoescolaroalunoestudapara obternotasaltas,busca ganhardestaquedemelhor estu-dantee/ouadquirirbolsasdeestudos,eissopodedespender maiordedicac¸ão,alémdeobjetivaroreconhecimentodos professores.
Porfim,apresenta-seadesmotivac¸ão,quedeacordocom
DecieRyan(1985,2000),refere-seàausênciadamotivac¸ão intrínsecae extrínseca,autodeterminac¸ão easpirac¸ão em relac¸ão ao comportamento alvo. Os autores argumentam aindaqueadesmotivac¸ãoémenosdoqueafaltade neces-sidadedesatisfac¸ãoeoscomportamentosnãosãoregulados porumcontroleintencional doindivíduo.Assim,um estu-dantedesmotivadonãovêpropósitosnasaulasdeeducac¸ão físicaescolar,oquepoderesultaremumabaixafrequência ouemumaparticipac¸ãoapenasporobrigac¸ão.
Considerandoque ofoco donossoestudoé apresenc¸a docomportamentonãoautodeterminadoemestudantesnas aulas de educac¸ão física escolar, usamos essa teoria na buscada promoc¸ão dointeresse dos alunos pela aprendi-zagem,confianc¸anascapacidadesindividuaisevalorizac¸ão da educac¸ão, que, segundo Guimarães e Boruchovitch (2004), são características da aplicac¸ão da teoria da autodeterminac¸ãoaocontextoeducacional.
Encaminhamentosmetodológicos
Opresenteestudo caracterizou-se comodescritivo e teve a participac¸ão de alunos do ensino médio. A amostra constituiu-sepor371alunos,comidademédiade15,7anos, deduasescolas,umaprivada(64meninose112meninas)e umapúblicaestadual(51meninose144meninas),ambasna RegiãoSuldoBrasil.Foiusadocomocritérioparaaselec¸ão dasescolasasdemaiornúmerodealunosmatriculadosno ensinomédio e os alunos selecionados para participar da pesquisa deveriam estar presentes nasaulas deeducac¸ão físicanomomentodacoleta.Asturmaspesquisadasforam escolhidasaleatoriamente.
Paramedirosdiferentestiposdemotivac¸ão(intrínseca, regulac¸ão identificada, regulac¸ão introjetada, regulac¸ão externa e desmotivac¸ão) postulados pela teoria da autodeterminac¸ão, usamos um questionário apresentado porGoudas, Biddlee Fox (1994) e validado paraa língua portuguesaporFernandeseVasconcelos-Raposo(2005).Os alunosresponderama20itensmedidosemumaescalaLikert de 1 a 7, em que 1 significa que discorda plenamente; 2 que discorda bastante; 3 que discorda no geral; 4 que não concorda nem discorda; 5 que concorda no geral; 6 que concorda bastante; e 7 que concorda plenamente. Cada item dos diferentes tipos de motivac¸ão abordados seguiu a frase ‘‘Eu realizo a aula de educac¸ão física’’, representada por alguns itens, como motivac¸ão intrín-seca(MI) -(porque éemocionante);motivac¸ão extrínseca regulac¸ão identificada (MERID) - (porque quero apren-der novas habilidades); motivac¸ão extrínseca regulac¸ão
introjetada(MERIN)-(porqueficopreocupadosenãofizer); motivac¸ãoextrínsecaregulac¸ãoexterna(MERE)-(porqueé obrigatório);e,desmotivac¸ão(AMOT)-(masrealmentenão seiporquê).
Os questionários foram aplicados no início das aulas de educac¸ão física após a apresentac¸ão da pesquisa e explicac¸ão do instrumento de coleta. Garantiu-se que as respostasseriamconfidenciais,comoobjetivodeummaior comprometimentodosalunosecontribuirparaa fidedigni-dadedoestudo.Todososalunospresentesnomomentoda coletaresponderam aoquestionário.Pode-seobservarum maiornúmerodealunosdosexofeminino,oqueexplicaa maiorparticipac¸ãodessegruponoestudoemquestão.
O questionário tinha como propósito identificar estu-dantes desmotivados para as aulas de educac¸ão física, para num segundo momento propor estratégias para pro-moverointeresseeavalorizac¸ãodetaisaulas,apartirde aspectosquevisamàreduc¸ãodadesmotivac¸ão eelevac¸ão da motivac¸ão intrínseca, tendo como suporte a teoria da autodeterminac¸ão.Para aidentificac¸ãodos alunos desmo-tivados,usamososseguintescritérios:obterpontosacima de 5 na escala desmotivac¸ão (AMOT), abaixo de 3,5 na motivac¸ão intrínseca (MI) e abaixo de 4 na motivac¸ão extrínseca regulac¸ão identificada (MERID) de acordo com o postuladopor Ntoumanisetal.(2004) sobreateoriada autodeterminac¸ão.
Paraanálise dos dadosusou-sea estatísticadescritiva. FoiusadootestealphadeConbrach(MI[0,80],MERID[0,81], MERIN[0,73],MERE[0,70]eAMOT[0,82]),oqueindicouboa confiabilidadeinterna doquestionário,otestede normali-dadeShapiro-Wilk(adistribuic¸ãodosdadosnãoapresentou normalidade),otestedeMann-Whitneyparaacomparac¸ão degrupos(sexoentreescolaresdaredepúblicae particu-lar).Adotou-seumníveldesignificânciadep<0,05.
Ressaltamosque todosospesquisados, bemcomo seus responsáveis, foram informados sobre a divulgac¸ão e publicac¸ão dos dados coletados no estudo, que foi apro-vadopeloComitêPermanentedeÉticaemPesquisaemSeres Humanos,soboparecerna.238/2011.
Análiseediscussãodosresultados
Na tabela 1 são apresentados os valores referentes aos sexosmasculinoefemininodeestudantesdeeducac¸ãofísica deescolapúblicaeprivada,respectivamente.Nota-seque nãohouvediferenc¸aestatísticasignificativaentrealunosda mesmainstituic¸ão deensinoparaasdiferentessubescalas abordadasnocontinnumdaautodeterminac¸ão(p<0,05),o quepodeserjustificadopelofatodeestareminseridosem umarealidadeescolarcomum.
Aose compararemosresultados dos estilos motivacio-nais,daescolapúblicacomaprivada(tabela2), constatam--se diferenc¸as significativas entre os sexos da amostra total, principalmente em relac¸ão à motivac¸ão extrínseca regulac¸ãoidentificada(MERID),regulac¸ãoexterna(MERE)e desmotivac¸ão(AMOT).Asduasúltimastambém apresenta-ramdiferenc¸asdentrodogrupofeminino.
Tabela1 Medianaeintervalointerquartílicodamotivac¸ãoentreosestudantesdossexosmasculinoefemininodaescolapública eprivada
Rededeensino
Pública Privada
Masculino FEMININO Masculino Feminino
Motivac¸ão Med (25-75) Med (25-75) p≤0,05 Med (25-75) Med (25-75) p≤0,05
MI 4,5 (4,0-5,5) 4,5 (3,3-5,1) 0,090 4,5 (3,5-5,2) 4,1 (3,0-5,0) 0,066 MERID 5,0 (4,25-6,0) 5,0 (4,0-5,75)a 0,317 4,6 (4,0-5,5) 4,5 (3,5-5,25) 0,412
MERIN 3,0 (2,25-4,0) 3,0 (1,75-4,25) 0,587 2,5 (1,75-3,75) 2,5 (1,75-3,43) 0,460 MERE 2,8 (1,75-4,5) 2,8 (1,75-4,0) 0,558 3,5 (2,25-4,75) 3,8 (2,75-4,75)c 0,225
AMOT 2,0 (1,25-3,5) 1,5 (1,0-2,5)b 0,065 2,5 (1,31-4,43) 2,6 (1,56-4,00) 0,590
p≤0,05.
a,bec;diferenc¸asignificativaentreosexofemininodasescolaspúblicaeprivada(MERID;MEREeAMOT).
(cincomeninose13meninas).Essesresultadosdemonstram que ambosos sexosapresentaram índicessemelhantes de desmotivac¸ão para as aulas de educac¸ão física. Contudo, quandoseanalisamastendênciasdomotivodo comporta-mentodesmotivado,é precisoentenderqueessesnãosão iniciadosereguladosporforc¸asqueestãoalémdocontrole intencionaldoindivíduoepormotivosintrínsecosou extrín-secos, mas sim pela ausência de intenc¸ão e pensamento proativo(DecieRyan,1985).
Aoanalisarosvaloresmédios(tabela3)apartirdo con-tinnum da autodeterminac¸ão, nota-se que enquadram-se naproposta,apresentamíndicesbaixosparaasmotivac¸ões consideradas extrínsecas e altos para a desmotivac¸ão (AMOT). Seguem, assim,uma ordem crescentenas subes-calas,asquais caminhamdaformamaisautodeterminada paraamenosautodeterminada(fig.1).
Tabela2 Comparac¸ãodosestilosmotivacionais, conside-randosexoseescolas
Masculino Públicaeprivada
Feminino Públicaeprivada
p p
MI 0,355 0,202
MERID 0,103 0,048a
MERIN 0,117 0,135
MERE 0,317 0,000b
AMOT 0,313 0,000b
p≤ 0,05.
a Diferenc¸asignificativanaamostratotal. b Diferenc¸asignificativadentrodogrupofeminino.
Tabela3 Valoresmédiosdasmotivac¸õesextrínsecas(ME) e desmotivac¸ão (AMOT) de aluno com níveis baixos de motivac¸ão
Pública n=9
Privada n=18
¯x ¯x
ME 2,55 2,83
AMOT 5,06 5,26
Noquadrogeralderesultados,obtivemosumsignificativo percentualdealunosdoensinomédiomotivadosparaaaula deeducac¸ãofísica(92,7%),oquecorroborouosdados divul-gadosporKobal(1996),Bidutte(2001) eMarzinek(2004). Esseresultadoexpressivopodeestarrelacionado,deacordo comPereira(2006),comofatodeaeducac¸ãofísica desen-volversuasaulasemumespac¸odiferenciadodasaladeaula comum,o quelevaosalunosa sentirem-selivres dorigor exigidoemoutrasdisciplinas.
Contráriaa esseresultado citamosapesquisa feitapor
Darido(2004),emqueseconstatouqueasaulasdeeducac¸ão física são consideradas mais motivantes para alunos das sériesiniciaisdo ensinofundamental e decaemno ensino médio; e Chicati (2000), que verificou que as aulas de educac¸ãofísica não estão sendo consideradas motivantes pelosalunosdoensinomédio,oquetemcomoprincipal jus-tificativaofatodeestaremrecebendoo mesmoconteúdo desdeoensinofundamental.
Contudo, na presente pesquisa, o percentual de desmotivac¸ãoencontradonãoérepresentativoparao con-texto geral da educac¸ão física (7,3%). Isso denota que o discurso recorrente entre professores da área de que os alunos não têm interesse pela aula de educac¸ão física apresenta-secontraditório.
Mesmo sendo um percentual baixo comparado com a motivac¸ão apresentada, 92,7% contra 7,3%, é impor-tante destacar alguns pontos que podem contribuir para aintervenc¸ão na área.Assim,salientamos que a falta de interesse dos alunos pelas aulas de educac¸ão física por vezes tem relac¸ão com a carência de professores capa-citados e envolvidos com as problemáticas educacionais (Bidutte,2001).
Forma
motivacional Amotivação
Não auto-determinado
Impessoal Externo
–aprovação social –envolvimento para o ego
–valorização da actividade –importância pessoal
–síntes de regulações identificadas / conscientes
Ausência de:
–competência –comtingência –intenção
Presença de:
–recompensas externas –punições
Externo / interno
Externo / interno
Introjecção Identificação Integração Intrínseco Motivação intrínseca
Interno Interno
Auto-determinado Externo
Motivação extrínseca
Não regulatório Estilos
regulatórios
Comportamento Lócus de percepção de
causalidade
Processos regulatórios
relevantes
–divertimento –prazer –satisfação
Figura1 Continuumdeautodeterminac¸ãoeníveisdeautorregulac¸ão(FernandeseVasconcelos-Raposo,2005,p.386).
Paraobtersucessonasaulasdeeducac¸ãofísicaescolar, éprecisoquehajaapresenc¸adamotivac¸ão,emqueoaluno necessitasuperarlimitesetransporobstáculosqueolevem asentir-seorgulhosoaomostraroseutalento(Weinberge Gould,1999).Paratanto,asatividadespropostasnasaulas deeducac¸ãofísicaprecisam terumgrauótimodedesafio paranãoprovocarafrustrac¸ãonosestudantese consequen-tementeodesinteressepelatarefa.
Samulski (2002) salienta que, para uma aprendizagem motivada,asatividadesdevemterumgraudedificuldade médio, considerando que alunos apresentam diferentes níveis de capacidade e precisam sentir-se valorizados ao exercersuafunc¸ão,paraassim demonstrarum comporta-mentoengajadocomaescola.
Tendoem vistao exposto,oprofessorpodeinfluenciar deformapositivaounegativaamotivac¸ãodoaluno,oque podeserdeterminanteparaoinsucessodaaprendizagem. Issoporqueocomportamentoadotadopelosestudantestem relac¸ãodireta comasestratégiasdeensino-aprendizagem estabelecidaspeloprofessor(Tayloretal.,2008).Vale res-saltar que, mesmo tendo ocorrido mudanc¸as curriculares significativasnaáreadaeducac¸ãoedaeducac¸ãofísica esco-lar, segundo Bracht (2000) e Betti (1998), os professores aindaapresentamlimitac¸õesquantoasuaprática pedagó-gica, haja vista que, como afirma Zeichner (2000), ainda hoje,demaneirageral,nãosãopreparadossuficientemente paraserbem-sucedidos.
Também sedestaca apreocupac¸ão comuma formac¸ão de qualidade que garanta a democratizac¸ão do conheci-mentoeaautonomianaproduc¸ãodeletemsidofortalecida, sobretudoapartirdadécadade1980.Desdeentão,sefaz presentenasdiscussõesepublicac¸õesdaáreadaeducac¸ão física,comoconstaem FariaJúnior(1992),Borges(1997),
MolinaNeto(1997),AndradeFilho(2001),entreoutros. Mediante as problemáticas educacionais expostas, os resultados do presente estudo revelaram que o número de alunos considerados desmotivados, mesmo tendo sido pequeno(7,3%) comrelac¸ãoao númerodaamostra,é um problema existente e que necessita de intervenc¸ões que contribuam para a reduc¸ão do nível de desmotivac¸ão e elevac¸ãodamotivac¸ãointrínseca,para queoprocessode ensino-aprendizagem na educac¸ão física escolar promova satisfac¸ão e prazer sem que esteja pautado em fatores externosaoindivíduo.
Em relac¸ão às médias da motivac¸ão intrínseca e regulac¸ão identificada dos alunos das escolas pública e privada obtidas por meio do intervalo interquartílico, percebe-sequeasmédiasdaescolapúblicaapresentaram menor variac¸ão e resultados mais satisfatórios dentro do continnumdeautodeterminac¸ãotantoparao sexo mascu-lino como parao femininoquandocomparadas comasda escolaprivada.
Essesdadossecontrapõemàideiadequeaparticipac¸ão emaulascommelhoresrecursosfísicosepedagógicos influ-enciaria a obtenc¸ão de satisfac¸ão, prazer e até mesmo divertimento, em que alunos de escolas privadas, por ter acesso a materiais e instalac¸ões adequadas para a realizac¸ão das aulas, apresentariam um comportamento maisautodeterminadocomíndicesmaisaltosdemotivac¸ão intrínseca quando comparados com alunos de escolas públicas.
Ainda,a motivac¸ão intrínseca, por ter uma atribuic¸ão causalinterna intimamenterelacionada com as capacida-des e os esforc¸os do indivíduo, é um estilo motivacional altamentepromotordaautorresponsabilidadenafeiturade ac¸ões pelos alunos não só na vida escolar, mas pode ser projetadaemdiferentesdomíniosdesuavida.Com carac-terísticasopostas,adesmotivac¸ão podeprovocarnoaluno odesinteressenafeituradasatividadespropostasnasaulas deeducac¸ãofísicaepodeseracompanhadopor sentimen-toscomomedo,depressão,frustrac¸ãoeincapacidade(Deci eRyan,1985;Bandura,1986;DecieRyan,1991;DecieRyan, 2000).
Nessesentido,algunspossíveisencaminhamentospodem auxiliar os alunos, tanto de escolapública como privada, paraumcomportamentomaisautodeterminadodentrodo continnum da teoria da autodeterminac¸ão. Acreditamos que alunos intrinsecamente motivados se comprometerão mais com as atividades escolares do que aqueles moti-vados apenas extrinsecamente. Kilpatrick, Bartholomew e Riemer (1999) ressaltam que a motivac¸ão extrínseca não é autodeterminante o suficiente para a frequênciae participac¸ão.
Tabela4 Estratégiaseac¸õesparaaumentaramotivac¸ãointrínsecadosalunosnasaulasdeeducac¸ãofísicaescolar,modificado deKilpatrick,HeberteJacobsen(2002)
Estratégias Ac¸ões
Feedbackpositivo Retomarospontospositivosdaaula,objetivandodesenvolverasensac¸ãodecapacidade
eautoconfianc¸anosalunos.
Metasorientadasparao
processo
Respeitarascapacidadeseoslimitesindividuaisnafeituradasatividadeseevitarapromoc¸ão
decompetic¸õesentreosalunos.
Dificuldademoderada Proporatividadescomnívelmédiodedificuldade,poistarefasfáceistornam-semonótonase
cansativasedifíceisprovocamfracassoefrustrac¸ão.Oalunodeveserorientadoaestabelecer
metasalcanc¸áveis,mesmoqueelasexijammuitoesforc¸o.
Estruturac¸ãoparticipada Permitirqueoalunoparticipedaconstruc¸ãodoconhecimentoabordadoetenhaautonomia
paratomadadedecisõeseiniciativanabuscaderespostasparasuasinquietac¸õesdeforma
independente.
Objetivosdaatividade Apresentarosobjetivosdasatividadesdeformadidática,aproximando-adarealidade
dosalunos,paraqueoconhecimentotrabalhadotenhaumsentido/significadoparaeles.
Relacionamento Promoverainterac¸ãodosalunosunscomosoutros,aumentarocírculoderelac¸õessociais,
evitarquesentimentoscomovergonha,timidez,receio,medo,entreoutros,sefac¸am
presentesepotencializemafaltademotivac¸ãonaparticipac¸ãodasaulas
Recompensas Evitarousoderecompensasexternas,comoprêmiosegratificac¸ões,demaneirainadequada,
pois,porserumaformadecontrolarocomportamento,podemsercompreendidascomoum
reforc¸onegativoereduziramotivac¸ãoeaautonomia.
pelaaprendizagem,segueatabela4comalgumas estraté-gias baseadas noestudo deKilpatrick, Hebert e Jacobsen (2002)queadaptamosparaomeioeducacional.
Assim, a partir daanálise dos dados,constatamos que o melhor caminhopara a superac¸ãodos mecanismos pro-motores do comportamento desmotivado no contexto da educac¸ão física escolar é fazer uso de estratégias meto-dológicasquepromovamodesenvolvimentodasestruturas psicológicasdeautonomia,competênciae relacionamento social e, consequentemente uma elevac¸ão da motivac¸ão intrínseca nosalunos, paraqueo comportamento autode-terminadotenhamaiorprevalêncianoâmbitodaeducac¸ão física.
Conclusão
A pesquisa feita em escolas pública e privada objetivou analisar a presenc¸a da desmotivac¸ão na educac¸ão física escolar,pormeiodateoriadaautodeterminac¸ão,ebuscar compreenderpossibilidades de intervenc¸ão. Osresultados revelarambaixaprevalênciadesseestilomotivacional, evi-denciando que para o contexto estudado de escolas da região sul do Brasil o estilo da motivac¸ão intrínseca está presente nas aulas de educac¸ão física. Por outro lado, tiveramdiferenc¸assignificativasaocompararossexos, mas-culino com o feminino, daamostra total, principalmente emrelac¸ãoàmotivac¸ãoextrínsecaregulac¸ãoidentificada, regulac¸ãoexternaedesmotivac¸ão.
Quanto aocomportamentodosalunos desmotivados,os estudantes apresentaram índices baixospara amotivac¸ão intrínseca e regulac¸ão identificada e altos para a desmotivac¸ão,oqueosenquadranapropostadocontinnum dateoriadaautodeterminac¸ão, quesegue umacrescente nassubescalas,asquaiscaminhamdaformamais autode-terminadaparaamenosautodeterminada(comportamento desmotivado).
As estratégias apresentadas no estudo poderiam ser-virdesuporte paraauxiliarosprofessores noprocessode ensino-aprendizagem,delinearpossíveiscaminhosenãoser entendidascomopartedeummanualdeinstruc¸õesquenão permiteaberturaanovosconhecimentoseadequac¸õespara cadarealidade. Éimportante indicar a feiturade estudos longitudinaisparacompreenderadinâmicadoprocessode desmotivac¸ão.
Finalizamos este estudo compreendendoa importância damotivac¸ãopara a aprendizagem, acreditandoter dado maisumpassoparaquereflexõessignificativasacontec¸am acerca dessa problemática no campo da educac¸ão física escolar.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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