SO BR E O C O M P O R T A M E N T O D E D U A S L I N H A G E N S D E SC H I ST O SO M A M A N SO N I SA M B O N , 1 9 0 7 . Pr oposição para m é t odo de e st udo quant it at ivo. *
Lu i z A. Magal hães” José F. de Car v al h o ** *
De p o i s d e t e cer em com ent ár i os so b r e as r e l a çõ e s p a r a si t o - h o sp e d e i r o , o s a u t o r e s p r o p õ e m u m m é t o d o p a r a o e st u d o q u a n t i t a t i v o d e d u a s l i n h a g e n s d e Schi st osom a mansoni. A p ó s a p r o p o si ç ã o d o m é t o d o e su a a p l i ca çã o , o s a u t o r e s c o n c l u e m q u e a l i n h a ge m m i n e i r a d e S. m ansoni é m a i s p a t o gê n i c a d o q u e a l i n h a g e m p a u l i st a d o m e sm o t r e m a t ó d e o
T N T RODU ÇÃO
Cert os de t erm os ingr essado na época da quant ificação dos f enôm enos biol ógicos, propu- semo-nos est udar duas linhagens de u m parasit a que apresent asse grande int eresse em saúde pública.
Railliet 19 em 1895 escreveu " . . . Em verda de, t em os p or const ant e que o par asit ism o com por t a quase sem pr e m odal idade t al que a ação d o parasit a se encont r e equi li br ada pela resist ência d o hospedeir o. Mas est a har m onia biol ógi ca é logo r om pi da q uand o m odi f i cações desvant aj osas vêm produzi r-se na const i t ui ção dest e últ im o. Apar ecem ent ão as per t urbações f unci onai s que car act er izam as d o e n ça s p a r a si t á r i a s".
Percebemos, pela leit ura d o t ext o acima, que os par asit ol ogi st as dos f i ns do século passado j á t i nham com pr eendi do a bilat eralidade d o f enô meno parasit ár io no sent i do de que à ação do parasit a cont r apõe-se a reação d o hospedeiro.
A ação d o parasit a e a reação d o hospedeir o podem ser, pois, consi deradas f or ças oponent es de um sist ema.
Par t indo d o f at o de que os parasit as, para que t enham im por t ânci a médica, devem ser de
algum m odo lesivos ao seu hospedeiro, adm i t i m os que cert as t r ansf orm ações observáveis no hospedeir o possam ser int er pret adas com o f r ut o de at ivi dade d o parasit a, sendo f r eqüent ement e m ensuráveis em unidades de nocividade.
Cr em os ser possível exp r i m i r em núm er os as lesões pr oduzi das no hospedeir o por quant i dade det erm inada de parasit as, consi der ando o núm e ro de lesões em f unção d o núm er o de parasit as. À quant i dade de lesões que um parasit a pr oduz em um t em po predet erm inado e sob condições cont r olávei s em labor at ório, convenci onam os cham ar de gr a u d e n o ci v i d a d e .
Nessas ci rcunst ânci as, t orna-se ób vi o que a sobrevivênci a d os hospedeir os será f unção do grau de noci vidade p r od uzi do pel os parasit as.
Mediant e a análise dest as f unções j ulgamos possível obt er núm er os que seriam ut i li zados na pret endi da mensuração.
C O N SI D E R A Ç Õ E S G E R A I S
Dur ant e o processo evolut ivo, alguns seres vi vos adapt aram-se por seleção nat ural ao para sit ismo. Est a f or m a de vi da poder ia ou não ter evol u íd o para um par asi t i sm o obri gat óri o, de pendendo est a alt ernat iva de um conj unt o de
* Tr abalho realizado com o au x i l i o d o Consel ho Naci onal de Pesquisas (CNPq ) * * Inst i t ut o de Bi ologi a da U N ICA MP. Caixa Post al 1170. Cam pinas SSo Paulo. * * * Inst i t ut o de Ciências Mat em át icas de SSo Carlos, USP, São Carlos, SP.
1 70 Rav. Soc. Bras. Me d. T r op. V O L . X - N P 4
sit uações, as quais p od er íam os r esum ir da se guint e maneira: o parasi t i sm o obr i gat ór i o seria inst alado a medida em que as condi ções f or neci das pelo ambient e de vi da livre ao parasit a nSo permit isse a sobrevivênci a da espécie e, sempre que as novas ci rcunst ânci as f or necidas pelo parasi t ism o propiciassem m eios a um a m elhor adapt ação hospedeiro-parasit a.
A int eração se r d e v i d a l i v r e — e c o ssi st e m a dependeria, ent ão, da adapt abi lidade d o ser vi vo e de f at ores mais ou m enos variáveis d o ambient e; porém, de um m od o geral, poder ía m os consi derar apenas um a variável adapt at iva: o se r v i v o. Di zem os ist o, consci ent es de que, nas relações se r v i v o - e co ssi st e m a , ent r am em j ogo var iados f at ores, incl usi ve os relaci onados com out r os seres vi vos par t ici pant es da biocenose. Ent r et ant o para f i ns de est udo, a adapt ação ao ambient e é m ui t o mais f ácil de ser not ada no ser de vi da livre par t icular m ent e consi derado, que na respost a d o conj unt o da biocenose t omada com o um t odo.
Na int eração p a r asi t a — h o sp e d e i r o , as variá veis adapt at ivas passam não só a corr er p or cont a do parasit a c om o t am bém p or part e d o hospedeiro. Ter íam os nest e segundo caso, um ambient e para o ser vi vo parasit a m ui t o mais dinâm ico sob o p ont o de vi st a adapt at ivo, em bor a que, subm et i do a um pr ocesso de homeost ase. Sobr em aneir a é de se not ar, que a reação pr om ovi da pel o hospedeir o é, em grande part e, dir i gi da cont r a o parasit a, reação t ão evident e, que por vezes p od er íam os m edí-l a at ravés de m odi f i cações obser vadas no or ganis m o do hospedeiro.
Considerando-se os conj unt os p a r a si t a —
e co ssi st e m a e p a r a si t a — h o sp e d e i r o com o grandes sist emas f or m ados p or doi s sist emas menores, quais sej am, os or gani sm os vi vos e o ecossist ema, t er íam os sist emas que passar iam a f uncionar em int er ação e em int erdependência, est ando suj eit a às resul t ant es dest es sist emas a sobrevivência do hospedeir o e d o parasit a.
Exp ost os t ais f at os, p od er íam os sup or que seria mais sim ples o est udo quant i t at ivo das condições de sobrevivênci a de um a espécie de ser vi vo não parasit a, em vi r t ude de usar m os no present e caso, um a só variável adapt at iva. En t ret ant o, os f at ores ligados ao e c o ssi st e m a são t ão num er osos e com pl exos e ao m esm o t em po a variabil idade t ão di f íci l de ser medida, que a obt enção de um m odel o repr esent at ivo da dinâm ica se r d e v i d a l i vr e — e co ssi st e m a , só f oi prat icável em p oucos casos.
Já n o sist em a p a r a si t a — h o sp e d e i r o , pela
li m it ação d o am bient e d o ser parasit a e pel o m ai or núm er o de i nf or m ações obt i das at ravés d o com por t am ent o do or gani sm o d o hospedei ro, seria possível, dent r o de cert os limit es, obt er m os dados que possibil i t assem a m ai or com pr eensão d o f enôm eno parasit ário, t or nan do realizável o cál culo de const ant es e variáveis. De acor do com est e m odelo, p od er íam os obt er um a maneira de avaliar quant i t at ivam ent e o f enôm eno par asit ár io est udado.
A f i m de que pudéssem os est abelecer cr i t é r i os para as diversas variáveis que ent r am na elabor ação d o nosso m odelo, necessi t aríam os lim it á-los dent r o de cert os conceit os, que neces sar iament e não t eriam que concor dar com os concei t os clássicos adot ados, por não corr es ponder em est es a um cr i t ér io d ef i ni do sob o pont o de vist a em que nos col ocam os.
A def i nição adot ada para par asit a e hospe deiro, é con t u d o clássica e pr econizada por Pavl ovsk y1 4 :
" P A R A SI T A - é um a espécie bi ol ógi ca que vive às expensas de out ra, biol ógi ca e ecologica ment e, int im am ent e conect ada c om ela".
"H O SP E D E I R O — é o ser vi vo que alberga em seu or gani sm o ou t r o ser vi vo, em perf eit a int er ação com ele, f at o indispensável para a sobrevivênci a d o albergado, havendo ent re eles um ín t i m o cont at o e vi vendo o parasit a às expensas do pr i m ei r o".
O f at o d o ser vi vo parasit a obr i gat ór i o necessit ar para sua sobrevivênci a d o ínt i m o cont at o com o hospedei r o signif ica que o hospedeir o sem pre lhe f ornece algo: aliment o, calor, espaço, et c. Pod er íam os avent ar a hi pót e se de que o parasi t a ret ira d o hospedeir o det erm inada subst ância indesej ável a est e, f at o indi spensável à sobrevivênci a d o hospedeir o. Est e f at o parece-nos, nunca f oi obser vado na nat ur eza e, m esm o assim, não excl ui r ia a ut i li zação p or part e d o parasi t a de out ras propriedades d o hospedeir o, quant o m ai s não f osse d o espaço ocup ad o pel o parasit a. É t am bém p ouco pr ovável, sob o p on t o de vist a da evol ução, que um ser de vi da livre se t enha t or nad o parasit a, em conseqüênci a de possui r a propri edade de ret irar det erm inada subst ância do or gani sm o de seu f u t u r o hospedeir o, subs t ância lesiva ao hospedeir o. Acr ed i t am os que est e m ecani sm o não se enquadr a dent r o do cr it ério que t eria selecionado as espécies exi s t ent es, ou pel o m enos, t or na est e event o m u i t ís si m o p ouco provávçl.
V O L . X - N P 4 Rev. Soc. Bras. Me d. T r op. 171
Por out r o lado, sabem os que al guns parasit as danif icam o hospedeir o p or vár ios m ecanism os, com o por exem plo, at ravés da ação de t oxinas, ações alergisant es, im unit árias, mecânicas, et c.
O pr ej uízo decor rent e da aç i o d o parasit a sobre o hospedeir o é t r aduzi do at ravés de um Gr au d e No ci v i d a d e .
Com o por exem pl o, n o caso de açSo espolia- t iva p oder íam os m edir o Gr a u d e N o c i v i d a d e mediant e as m udanças observadas n o hospedei ro, em vi rt ude da ret irada de at r ib ut os de seu organi sm o, com o ocorr e n o caso da anemia ancilost omót ica.
Out r o m ecani sm o de noci vid ade seria igual ment e f or neci do pela com pet i ção ent re hospe deiro e parasit a, vi sando à ut i li zação de subst ân cias necessárias a am bos.
Vem os assim, que o t er m o noci vid ade aqui ut i li zado é de sent i do bem am plo, send o sempre usado com o si gni f i cado de t r aduzi r o m al ef íci o causado pel o parasit a ao hospedeiro.
Denom i nam os Gr a u d e N o c i v i d a d e ao m ai or ou m enor m al ef ício causado pel o parasit a ao hospedeiro.
Necessariam ent e a ret irada de at r ib ut os d o hospedeiro pel o parasit a n8o causar ia d ano percept ível ao hospedeiro. É, ent ret ant o, l ógico raciocinar-se que, quant o m ai or a q uant i dade de at ribut os ret irados, mais o hospedeir o sent irá o parasit ismo, havendo assim, um limit e em que a vida do hospedeir o não seria mais possível, t al o m al ef ício pr ovocado pel o parasit a. Em out r as palavras, d i r íam os que, em se t endo um gr upo de hospedeir os par asit ados p or det er m inado núm er o de parasit as, aci m a de det er m inado limit e, o grau de noci vid ade det erm inar ia um a di m i nui ção d o núm er o de hospedeir os que
sobreviver iam um t em po t.
Por out r o lado, pel o f at o de ad m i t i r m os um parasit a obri gat óri o, t er íam os que concor dar que esse parasit a só sobreviveri a m ediant e um a quant i dade m íni m a de at r ib ut os ret i rados do hospedeiro, p r ovocand o dest e m od o um grau m ín i m o de noci vidade.
Em out ras palavras, cada parasit a seria res ponsável por um grau de nocividade. O grau de noci vidade resul t ant e da ação de um det erm ina do núm er o de parasit as seria o resul t ado do conj unt o dos graus de noci vidade de cada parasit a. O G r a u d e N o c i v i d a d e est aria assim r elaci onado ao núm er o de parasit as que conse gui ssem sobreviver no or gani sm o d o hospedeir o
em um t em po t.
O grau de noci vid ade seria conseqüênci a não só d o núm er o de parasit as albergados por
hospedeiro, com o t am bém da pat ogenici dade apresent ada pela li nhagem est udada.
Ter íam os ent ão o seguint e r aciocínio: a per cent agem de sobrevivênci a obser vada em
vári os lot es de hospedeir os num t em po t varia
ria em relação inversa com o Gr a u M é d i o d e
N o c i v i d a d e encont r ado em cada lot e, e a média
do núm er o de parasit as sobrevivent es p or lot e
de hospedeiros, após decor r i d o um t em po t ,
variar ia em relação diret a com o Gr a u M é d i o d e
N o c i v i d a d e encont r ado nos lot es cor r esponden
t es de hospedeiros.
Havendo um a int er ação par asit a-hospedeir o e send o o G r a u d e N o c i v i d a d e a expressão do m al ef íci o causado ao hospedeir o pelo parasit a, é evident e que o G r a u d e N o c i v i d a d e é o m esm o para o conj unt o parasit a-hospedeiro. Ist o é, em d et er m inado m om ent o, e sob det erm inadas condições, o parasit a e o hospedeir o est ão
suj eit os as conseqüênci as de um m esm o Gr a u d e
No ci v i d a d e .
Podem os e xp r i m i r est es r aci ocíni os mediant e as expressões GN = f ( NP) e IS = f ( GN) ; ist o é, o grau de noci vid ade encont r ado nos hospedeir os é f unção d o núm er o de parasit as obt i d os nest es m esm os hospedeir os e o índice de sobrevivênci a d os hospedei r os é f unção d o grau de noci vidade pr ovocad o pel os parasit as nest es m esm os hospe deiros.
Not e-se que, no modelo, GN e NP são variáveis aleat órias que, espera-se, são depen dent es. Tem sent i do as variáveis aleat órias condicionais:
G N y - ( GN/ NP = y) NPX = (NP/ GN = x)
Ad m i t i m os que, casualm ent e, NP "p r e c e d e " (é causa de) GN. Assi m , a regressão E( GN/ NP = y) é um caso com um , ao passo que E( NP/ GN = x) é um pr oblem a de discr i m inação bem def i ni do c om o t écnica est at íst ica. Por t ant o, não há problem a t écni co em se usar E( NP/ GN = x), que será f eit o para f i ns de apresent ação gráf ica, mais adiant e. Ai nda, em f avor dest e em prego, t em os em m ent e que causa e ef eit o não se apresent am sem pr e nest a ordem, se adm i t i m os que exist e reali ment ação (f eed-back) nest e f e nôm eno.
A expressão gráf ica da f unção GN = f (NP) é dada col ocando-se o grau de noci vid ade (GN) nas or denadas e o núm er o de parasit as que sobreviver am a experi ência (NP) nas abcissas (Gr áf i co 1). A f unção obt i da p or est e gr áf ico é
válida dent ro de um t em po t , para espécies
den-172 Rev. Soc. Bras. Me d. T r op. V O L . X - N P 4
t ro de cert os limit es dados peios m eios de A f unção IS - f ( GN) poder i a represent ai-se
primeira r segunda or dem ( Zh d an ov) 2 6 . graf icament e com o apresent ado no Gr áf i co 2.
G R Á F I C O N ; 1
P r e v i sã o d a e x p r e s s ã o g r á f i c a d a f u n ç ã o
GN = f ( N P)
G R Á F I C O N - 2
P r e v i s ã o d a e x p r e s s ã o g r á Yi e a d a f u n ç ã o
i s = f ( GN)
G N "
V O L . X - N P 4 Rev. Soc. Bras. Me d. T rop. 1 73
Os pont os, ob t i d os para o t r açado das f unções, seriam f or neci dos pelas dif er ent es rela ções ent re o Gr a u d e N o c i v i d a d e e a per cent a gem média de sobrevivênci a d o hospedeir o e o núm er o m édio de parasit as que sobrevivessem o per f odo da experiência.
Sabem os que o índice de sobrevivênci a da população de parasit as deverá ser inversament e pr opor ci onal a concent r ação populaci onal por área. Em vi rt ude desse f at o, q uand o nos ref eri mos ao parasit a, evit am os assinalar o índice de sobrevivência f or necendo o núm er o m édio de parasit as que nas condições da experi ência, de
t ermina um grau de noci vidade em um t em po t.
Na nat ureza o grau de inf ecção de cada es pécime de hospedeir o por det er m inado para sit a varia dent r o de li m it es bast ant e am plos, que cert ament e poderão ser r est r i ngidos em labor a t ório, mediant e a t ent at iva de uni f or m i zação das condições ambient es.
É de se esperar t am bém que a noci vidade det er mi nada p or um úni co grau de inf ecção varie dent r o de cert a f aixa. Essa vari abil idade est aria na dependênci a de f at or es i m unol ógi cos e hom eost ásicos, p r ópr i os de cada organism o, or i undos, alguns, de det erm inant es genét icos int ra-específ icos.
Al ém do Gr a u d e N o c i v i d a d e out r as causas poderão ainda i nf l ui r na per cent agem de sobre vivência d o hospedeiro. Ent r et ant o, adm i t i m os que, apesar dest es f at ores const i t uír em um m ot i vo de i nexat idão d o nosso m odelo, haverá um a grande relação ent re o G r a u d e N o c i v i d a d e
( G N ) e a percent agem de sobrevivênci a dos
hospedeir os e o núm er o de parasit as sobr eviven t es, mais ainda se no laborat ór io, t r at arm os de eliminar, t ant o quant o possível, as causas prová veis que poderi am i nf lui r indesej avelment e so bre a experiência.
Q. f at o de consi der ar m os o G N f r ut o da ação do núm er o de parasit as sobrevivent es no per ío do da experiência, f az com que desdenhem os a ação noci va d os parasit as que morressem no decur so da experiência. Em se t rat ando de parasit as longevos, admit e-se que os que sobre vivessem a et apa da f ixação n o hospedeiro, et apa est a cr ít i ca à sobrevivênci a dos mesmos, t eriam gr ande chance de per manecerem vi vos at é o f im da experiência, levando-se em consi de ração não ser est e p er íod o demasiadament e longo.
Mediant e o est udo da f unção GN =■ f (NP), poderem os adm i t ir que sua represent ação gráf i ca nada mais seria que a expressão da média da int ensidade de parasit ismo, del im it ada pela mé dia do núm er o de parasit as sobrevivent es e pelo y a u m édi o de nocividade, causados por eles pr ópr ios.
A int ensidade de parasi t i sm o de um det er m i nado núm er o m édio de parasit as seria f or ne ci do na represent ação gráf ica da f unção GN
= f ( NP) pelo ângul o a. Nas condições da expe
riência a int ensidade média de par asit ism o seria
dada pela r e l a ç ã o ^ - , ou para um det erm inado
núm er o de parasit as ela poderi a ser expressa pel o grau m édio de noci vidade (Gr áf i co 3).
G R A F I C O N : 3 Re p r e se n t a ç ã o g r á f i c a do ân gu l o
1 74 Re v. Soc. Bras. Me d . T r op. V O L . X - N P 4
Poder em os def i ni r a In t e n si d a d e d e Pa r asi t i s
m o M á x i m o c om o a m ai or capacidade d o para
sit a est udado em lesar o hospedeir o, nas cond i ções da experiência, ist o é, o m ai or val or num é rico de
NP
Sabem os que o núm er o de parasit as p or hos pedeiro é l i m it ado por vár i os f at or es inerent es a própria população de parasit as e ao hospedeiro. Em vi r t ude dest es e de out r os f at os, acima de det erm inado lim it e não haverá a m encionada relação GN/ NP.
Ent ret ant o, dent ro de lim it es a serem est abe lecidos poderem os adm i t ir um a relação diret a
ent re o G r a u d e N o c i v i d a d e M é d i o e o núm er o m édio de parasit as. Concor d am os que a I n t e n si d a d e M é d i a d e Pa r a si t i sm o est á diret am ent e re lacionada com o Gr a u M é d i o d e N o c i v i d a d e e é li m it ada pela resist ência of erecida pelo hospe deiro, m anif est ada p or m ecani sm os de def esa (Gr áf i co 4).
Im agi nam os que se f osse possível durant e mil har es de anos acom p anhar m os as relações hospedeiro-par asit as t r aduzi das at ravés da f u n ção GN = f (NP), mant endo-se const ant e o n ú m ero de parasit as ut i l i zados nas sucessivas expe riências p or um a i nf i nidade de gerações, t er ía mos, hipot et icam ent e, a obt enção d o Gr áf i co t eór i co 5.
G R Á F I C O N - 4
Re si st ê n c i a o f e r e c i d a pe lo h o sp e d e i r o a
n o c i v i d a d e p r o v o c a d a pe lo p a r a si t i sm o
Im aginemos um anim al de vi da livre que gradat ivament e f osse, por m ecani sm os de c om pet ição e seleção nat urais, adapt ando-se a vi da parasit ária.
V O L . X - N P 4 Re v. Soc. Bras. Me d. T r op. 1 75
A ausência t em por ária dos m ecani sm os espe cíf icos de def esa d o hospedeiro, explicaria a maior int ensidade da def lexão inicial.
Com a or ganização dos m ecani sm os de def e sa do hospedeir o haveria um a queda da noci vi dade t r aduzida em m enor quant i dade de lesões produzi das pelo parasit a.
Não t ardaria, porém, que os parasit as das gerações post eriores encont r assem novos pr o cessos de agressão, p r od uzi nd o nova def lexão, ainda que mais at enuada.
Com o est abelecemos por p r i ncíp i o que o número de parasit as seria o m esm o dur ant e a inf inidade de sucessivas inf ecções, as variações
de noci vidade decor reriam da capacidade que cada conj unt o de gerações de parasit as p ossuís se de lesar o hospedeiro.
Do conj unt o de r aci ocíni os acima expost os, acham os que com o decor rer do t empo, para um a mesm a espécie de parasit a e hospedeiro, o ângul o <*, que t raduz, com o vi m os ant eri orm en te, a int ensi dade do parasi t i sm o p r od uzi do por um det er m inado núm er o m édio de parasit as, t enderia a dim inuir . Em vir t ude dest e f enôm eno p oder íam os pensar que quant o mais adapt ados f ossém os seres vi vos ao parasit ismo, m enor seria o valor d e», ist o é, m enor seria a noci vida
de dest es parasit as (Gr áf i co 6).
G R A F I C O N - 5
t x p r e s s ã o g r á f i c a t e o n c a d a f u n ç ã o G N : : f ( t ) m a n t e n d o - s e c o n s t a n t e N P
t = r n i l h õ e s d e a n o s
G R A F I C O N - 6
E x p r e s s ã o g r á f i c a d a f u n c á o G N = f ( N P)
176 Re v. Soc. Bras. Me d. T rop. V O L . X - N P 4
O exame d o gr áf ico t eóri co represent at ivo da f unção GN = f (t ) mant endo-se const ant e NP, f az-nos imaginar que, após o est abel ecim ent o do equi l íbr i o hospedeiro-parasit a, a ret irada abrupt a do f at or parasit a, poder ia acarret ar um desequil íbri o no sist ema, pois os m ecani sm os de def esa do hospedeir o poderi am agir em det ri ment o dele próprio.
No t raçado t eóri co da f unção GN = f (t ) (m ant endo-se NP const ant e), levam os em cont a as f orças de def esa d o hospedeir o e as f orças de def esa do parasit a cont rári as às d o hospedeir o, que t enderiam sempre a um grau m édio de
noci vidade mais elevado, u ni d os a f at ores or i u n dos da adapt ação d o hospedeir o à sua nova ci rcunst ânci a or ient ada n o sent ido de supr i r condições de sobrevivênci a a ele m esm o e t am bém ao parasit a.
Pela represent ação da previsão gráf ica da f unção IS = f ( GN) onde IS é o índice m édio percent ual da sobrevivênci a de lot es de hospe deiros, ver i f i cam os que a per cent agem m áxim a de sobrevivênci a possível (PS J 100) édet er m i nada por um valor m édio d o grau de noci vi da de. Ab ai x o dest e valor não t er íam os m ani f est a ções pat ogênicas capazes de det erm inai mort ali dade dos hospedeir os (Gr áf i co 7)
G R Á F I C O N - 7
D e t e r m i n a ç ã o d o p o n t o S n a r e p r e se n t a ç ã o
d a f u n ç ã o I S = f ( G N )
G N
i l
' ►
V O L . X - N P 4 Re v. Soc. Brat . Me d. T r op. 177
0 p ont o det er m inado na f unção IS = f ( GN) Com o as repr esent ações gráf icas de GN
pelo val or IS = 100, cham ar em os de S. O p ont o = f (NP) e IS = f ( GN) são relat ivas ao mesm o
S det er mina no ei x o das or denadas o valor f enôm eno par asit ár io e a escala d o grau de
médio m áx i m o d o grau de noci vidade que não noci vidade é idênt ica para as duas f unções,
po-provoque m odi f i cação da percent agem de so- der em os expr im f -las c om o repr esent ado no
Grá-brevivência d os lot es d os hospedeir os. f i co 8.
G RÁFICO N ! 8 G RAFICO N: 9
Re p r e se n t a ç ã o g r á f i c a d a s f u n ç õ e s G N = f ( N P ) e I S = f ( G N ) D e t e r m m » c â o d a f a i x a T b e d o p o n t o S
c o m e sc a l a c o m u m d e g r á u de n a t i v i d a d e
Sab em os que quand o m ant em os l i nhagens de parasit as em labor at óri o, p or r epiques sucessi vos ut i li zando-se para ist o lot es de hospedeir os, se a percent agem de sobrevivênci a d os hospedei ros p or lot e f or m ui t o baixa, haverá um a per da m ui t o gr ande de parasit as, pr ej udi cando a ma nut enção da linhagem.
Se p or out r o lado a quant i dade de parasit as por hospedei r o f or m ui t o pequena, haverá gr an de dif i culdade na obt enção d o mat erial para os repiques. É, poi s, de conveni ênci a o est abeleci m ent o de li m it es m ín i m o s de sobrevivênci a d os
hospedeir os e de núm er o de parasit as por hos pedeiro a obt er após d ecor r i do o p er íod o da experiência.
Poder em os calcular a quant i dade de inócul o de m od o que o núm er o m édi o de parasit as por hospedeir o mant enha-se acim a de um det er mi nado lim it a m ín i m o arbit rado.
Escolhendo-se p or exem pl o, o lim it e m ín i m o
m édi o A de parasit as a ser em obt i dos após
178 Rev. Soc. Bras. Med. T r op. V O L . X - N P 4
Est e grau m édio de noci vidade a det er mi nar á
um índice m édio de sobrevivênci a dos hospedei ros que será o lim it e m áx i m o m édio de hospe deiros sobrevivent es no f inal da experiência.
Arbit rando-se o limit e m édio m ín i m o de so
brevivent es hospedeir os em B ', est e valor corr es
ponderá ao grau m édio de noci vidade b que por
sua vez cor responder á a um lim it e m áx i m o mé
dio do núm ero de parasit as B.
Nos limit es est abelecidos para a exper iência
o grau m édio de noci vidade variará de a a b.
Convencionam os cham ar o segm ent o a b de f ai
xa de nocividade.
Os valores alcançados de GN dent ro d os mes mos limit es est abelecidos, serão t ant o maiores quant o mais virulent a f or a linhagem d o parasi ta est udado.
0 pont o S corr esponderá a um GN (não capaz de pr oduzi r m or t al idade nos hospedeir os) que por sua vez cor r esponderá a um valor- S' que será o núm er o m édio m áx i m o de paráslt as que no p er íod o da exper iência não pr oduzi r á mort alidade aos hospedeiros.
Al ém da ut ilidade prát ica dest as det erm ina ções na m anut enção das cepas, est es pont os servirão para o est udo com par at i vo d o com por t ament o de duas li nhagens dif er ent es de parasi t as pert encent es a um a mesma espécie.
A p l i c a ç ã o d o m é t o d o p r o p o st o : Escolha do parasit a e do hospedeir o.
Ao escolherm os o Sc h i st o so m a m a n so n i
Sam bon, 1907, para os nossos ensaios, f izemo- lo por diversos m ot ivos:
19) Por que j á há al guns anos vín h am os de senvolvendo um a linha de pesquisas or ient ada para o est udo dest e hel m i nt o e de seus hospe deiros int er mediár ios, adquir i ndo, dest a f orma, prát ica na m anut enção dessas espécies em labo rat ório, e col ocando-nos t am bém a par da vast a bibli ogr af i a sobre o assunt o;
29) Por j ulgarm os que os dados ob t i d os nas exper im ent ações com aquele t r em at ódeo seriam f acilment e aplicáveis à execução d o nosso plano;
39) Por que o S. m a n so n i apresent a li nhagens dist int as. Ao que t udo indica, essas linhagens possuem com por t am ent o dif erent e, t ant o no que diz respeit o às suas relações com os hospe deir os int er mediários, c om o t am bém com os def init ivos.
Paraense & Cor r êa13 em 1963 ref eriram a
exist ência de duas linhagens de S. m a n so n i .
Com a descobert a dos f ocos de esqui st ossom ose
em Sant os p or Mour a, em 1 9 4 5 1 1 e no Vale do Ri o Par aíba em São Paulo p or Piza & col., em 1 9 5 9 17 e em out ras localidades do m esm o est a
do f icou evident e não só a i m por t ânci a dest a
parasit ose no sul d o Brasil, com o t am bém a diversidade de com por t am ent o de várias p op u lações de helm int o.
Escolhem os, p or est es m ot ivos, duas li nha
gens de S. m a n so n i: a primeira, or i unda de
população de Bi o m p h a l a r i a gi a b r a t a 2(> de Belo
Hor izont e; a segunda provenient e de B i o m p h a
l ar i a t e n a go p h i i a do Val e do Ri o Par aíba2 s . Um a vez escolhida as duas linhagens do para sit a, rest ava escolher o hospedei r o def i nit ivo. Dent r e os hospedeir os def i nit ivos do S. m a n so n i é, sem dúvida o cam u n d on go7 que apresent a melhores vant agens, t ant o pela f acilidade de sua m anut enção em labor at ório, com o t am bém por sôf rer um a pat ogenia esqui st ossom ót i ca sem e lhant e à encont r ada no h om e m 1 ’ 6' l 0 , n .
As duas li nhagens do verm e f or am , por t ant o, obt i das e m ant idas em labor at óri o, m ediant e passagens sucessivas, ut i li zando-se com o hospe deiro def i nit ivo cam und ongos alb i nos e, com o hospedeir os int er medi ários, as duas espécies de pl anor bídeos supr a m enci onados e or i gi nal m en te responsáveis pela m anut enção dos respect ivos f ocos na nat ureza.
Com o cr i t ér io para det erm inação do Gr a u d e
N o c i v i d a d e escolhem os a quant i dade de granu-
lom as hepát i cos obser vados nos cam und ongos inf ect ados após o decur so de 60 dias da inf ec ção.
Est a det er m inação par eceu-nos adequada, pois é f at o not ór i o o i m port ant e papel dest as lesões na pat ogenia da esqui st ossom ose e sua est reit a relação com o núm er o de parasit as.
Tam bém det er m inam os o índice de sobr evi vência apresent ado pel os cam und ongos inf ect a dos por dif erent es quant i dades de cercárias e o núm er o de esqui st ossom as sobrevivent es, após o m esm o p er íod o de duração da experiência.
M A T E R I A L E M ÉT O D O S
1. Det er m i nação da per cent agem de sobr evi
vência de cam und ongos al bi nos i nf ect ados por núm er os de pré-f ixados de cercárias de duas linhagens de S. m a n so n i .
For am ut ilizadas, na present e experiência, cercárias das duas linhagens de S. m a n so n i , aci ma ref eridas.
V O L. X - N P 4 Rev. Soc. Bras. Med. T r op. 179
Dest a maneira, pr ocur am os assegurar m ai or probabili dade de dist r i buição igual de vermes machos e f êmeas, por lot es de cercárias ut i li za das.
Usam os cam undongos al bi nos or i und os do biot ério da Faculdade de Medi cina de Ribeir ão
Pret o. For am inf ect adas pela cauda 275 fêmeas, pesando cada um a ent re 14 e 16 gramas. Tais f êmeas f or am d i st r i buídas em lot es, ut ilizando- se, respect ivament e, 200, 100, 60, 30 e 10 cercárias por cam undongo, em cada lot e (Tabe las I e II).
T A B E L A I
Sobr evivência de Cam und ongos por Núm er os Ut i li za dos de Cercárias de S. M a n so n i da Li nhagem de Belo
Hor i zont e
Núm ero de Cercárias
Núm er o de Cam undongos
Inf ect ados
Indi ce de Sobr evivênci a dos Cam und ongos ( ') 2 0 0.
1 0 0. 6 0. 30.
1 0.
13 103 26 10
6
15. 4 19. 4 30, 8 60, 0 1 0 0 , 0
(1) Dados em percent agem
T A B EL A II
Sobr evivênci a de Cam und ongos por Núm er os Ut il iza dos de Cercárias de S. M a n so n i da Li nhagem de São
José d os Cam pos
Núm er o de Indi ce de
Núm er o de
Cercárias Cam undongosInf ect ados Cam undongos ( 1)Sobr evivênci a dos
200 --- 8 25
100 --- 73 28, 8
60 --- 22 59
30 --- 8 75
10 ___ 6 100
(1) Dados em percent agem
A part ir da inf ecção, os c am und ongos f oram i nspecionados diariam ent e e os que m or reram f or am r ecolhi dos e im ediat am ent e necr opsiados a f im de se const at ar a posit ividade ou negat ivi- dade de inf ecção esquist ossom ót ica.
A o f im de 60 dias, cont ados a part ir da dat a da inf ecção, det er m inam os as percent agens de sobrevivência dos cam undongos, para cada li nhagem do parasit a e para cada dose de cercá rias.
T od os os roedor es sobrevivent es f or am sacr i f i cados para veri f i cação da inf ecção.
2. Est ud o da relação ent re o núm er o de
parasit as adult os e o núm er o de granul om as hepát icos.
Est a experiência, c om o a ant erior, f oi reali zada ut i li zando-se os m esm os hospedeir os e as
mesm as linhagens de 5. m a n so n i e envolveu o
est udo de duas variáveis, a saber:
a) Núm er o de S. m a n so n i adult os sobr evi
vent es após p er íod o de 6 0 dias de infecção. b) Núm er o de granul om as hepát i cos em ca
m und ongos de l abor at ór i o inf ect ados p or S.
m a n so n i .
a) Pr i m e i r a var i ável :
Ut i l i zam os f êmeas de cam und ongos albinos pesando ent re 14 e 16 gramas cada uma, prove
nient es d o biot ér io da Faculdade de Medicina de Ri bei r ão Pret o. Separ ados em lot es, f or am inf ect ados pela cauda com os mesm os núm eros de cercárias da experi ência ant erior. Ap ós 60 dias cont ados a part ir da dat a da inf ecção, f o ram sacrif icados e deles f or am ret irados os
exemplares de S. m a n so n i pelo m ét odo de per-
f usão dos vasos mesent éricos e hepát icos2' 2 s com plem ent ado por esmagament o do f ígado ent re lâm inas de vi d r o5' 21.
b) Se g u n d a var i ável :
Pr ocur am os det erm inar não só o número de granul om as hepát icos por cam undongo, com o t am bém a exist ênci a de relação ent re a quant i dade de granul om as e a de helm int os infect an- t es (pri m eir a variável).
Ap ó s a per f usão para colet a dos helmint os adul t os, os f ígados dos cam undongos f oram subm et i dos à cont agem de granulomas, empre gando-se o m ét od o descri t o por Pellegrino & Brener, em 1 9 5 6 15 e por Brener, Pellegrino & Oliveir a em 1 9 5 6 1.
RESU L T A D O S
1. Det erm i nação da per cent agem de sobrevi
vência de cam und ongos al bi nos inf ect ados por núm er os pré-f ixados de cercárias de duas linha gens de S. m a n so n i .
180 Rev. Soc. Bras. Me d. T r op. V O L . X - N P 4
Os cam undongos nest a exper iência f oram convenci onalm ent e consi der ados com o exp os t os à mor t alidade p or ação exclusiva da inf ec ção esquist ossom ót ica, dada a int ensi dade dela para est es pequenos animais.
O processo ut i li zado para a com par ação f oi o "t est e de m or t alidade di f er enci al ", descri t o por Cramér.
Apli cando-se est e t est e aos r esul t ados da ex periência, conclui-se, ao nível de 5%, pela não- aceit ação da hipót ese de igual dade de sobr evi vência para doses idênt icas de cercárias das duas linhagens.
Realment e, a sim ples inspecção dos result a
dos most ra que a linhagem de S. m a n so n i de
Belo Hor izont e f oi mais lesiva para os cam un dongos inf ect ados do que a cepa desse helm int o de São José dos Campos.
2. Est udo da relação ent re o núm er o de
parasit as adult os e o núm er o de gr anul om as hepát icos.
T A B E L A III
Núm ero de £ M a n so n i Ad u l t os Sobr evivent es após 60
dias de Inf ecção de Cam und ongos p or Núm er o Ut ili za do de Cercárias da Li nhagem de Belo Hor i zont e
Núm ero de Cercárias e N ?
de Ordem do Cam undongo Núm er o de Helm int os
1° 18
200 7 ° 15
39 24
Média ... 19, 0
1° 17
70- 18
100 I*> 19
49 16
RO 18
Médi a ... 17, 6
19 . 8
29 10
30 12
49 14
60 89 . 6
69 10
79 14
80 12
Média ... 10, 8
19 9
30 29
39
3 6
49 12
Média ... 7, 3
19 4
10 29 2
39 6
Médi a . . . 3, 7
a) Núm er o de S. m a n so n i adult os sobr evi
vent es após p er íod o de 6 0 d ias de inf ecção. Os resul t ados est ão t r anscri t os nas Tabel as III e IV.
T A B E L A IV
Núm er o de S. M a n so n i Ad u l t os Sobr evi vent es após 60
dias de Inf ecção de Cam und ongos Al b i n o s por Núm e ro Ut i li zado de Cercárias da Li nhagem de São José d os
Cam pos Núm er o de Cercárias e N9
de j Ordem d o Cam und ongo Núm er o de Helm int os
19 . 18
200 29 . 14
39 . 10
Média 14, 0
19 . 11
29 . 15
100 39 . 9
49 . 12
59 . 15
Média ... 12, 4
19 . 10
6 0 29 . 6
39 . 9
49 . 8
Média ... 8, 3
19 . 2
30 29 . 7
39 . 4
Média ... 4, 3
19 . 2
10 29 . 1
39 . 2
Médi a . . . 1. 0
A s cercárias a que f or am exp ost os os cam un dongos e os parasit as adul t os deles ob t i d os nes t a experi ência devem ser consi der ad os com o um a mesm a população, suj eit a à m or t ali dade no t em po ent re a exposi ção e o sacr i f íci o d os roe dores.
A s capacidades de desenvolvim ent o das cer cárias das duas cepas podem , ent ão, ser com pa radas at ravés d o t est e de m ort ali dade dif erencial supr a ut i l i zado n o est udo da sobrevivênci a do hospedeir o.
Feit os os cál culos per t inent es, concl ui -se, ao nível de 1%, pela não rej eição da hipót ese de igualdade das capaci dades de desenvolvim ent o
d o S. m a n so n i das cepas est udadas.
b) Núm er o de gr anul om as hepát i cos em ca
V O L . X - N P 4 Re v. Soc. Bras. Me d. T r op. 181
Os r esul t ados est ão cont i d os nas Tabelas V e VI.
Conf or m e verem os mais adiant e, a relação ent re o grau de noci vid ade e o núm er o de parasit as t em aspect o hiperbóli co. Tom ando-se a relação ent re os logar i t im os dessas duas quan t idades, t r ansf or m am os aquela f or m a f uncional na de um a reta.
A com par ação ent re as duas cepas pode, com essa t r ansf orm ação, ser f eit a at ravés da análise de variância de m odel o regressivo.
Os result ados d os cál culos est ão enum er ados no it em da "An á l i se est at íst i ca d os resul t ados das exper i ências", onde se concl ui , no sub-it em "p ar al el i sm o", que as cepas dif erem signif icat i vament e ao nível de 5%. (F = 14, 41 cont r a o valor t eóri co Fo,9s ( 1 :34) =4 , 1 3 .
T A B E L A V
Núm ero de Gr anul om as Hepát i cos Present es após 60 dias da Inf ecção por Núm er o Conheci d o de Cercárias da Li nhagem de Belo Hor i zont e
Núm er o de Cercárias e Núm er o de Or dem do
Cam und ongo
Núm er o de Gr anul om as
1° 4. 320
200 5® 2. 106
39
Média
2. 457 2. 961
1° 9 7 2
?o 1. 674
100 39 2. 063
49 1. 944
59
Médi a . . . .
2. 106 1. 750
19 8 1 0
7 ° 7 S6
3 9 . 1 . 1 3 4
60 49 . 1. 620
RO 540
69 1. 080
79 1. 080
89
Média . . . .
1. 566 1. 073
19 216
30 ?o 810
39 864
49
Média . . . .
972 716
19 108
10 7 o 108
39
Médi a ...
43 86
T A B E L A VI
Núm er o de Gr anul om as Hepát icos Present es após 60 d a s da Inf ecção p or Núm er o Conheci do de Cercárias da Li nhagem de São José dos Cam pos
Núm er o de Cercárias e N9
de Ordem do Cam undongo Núm er o de Gr anulom as 19 ...
200 29 . . . . 39 ...
Média 19 ... 29 ...
100 % : : : : : : : : 59 ... Média 19 ... • « % : : : : : : : :
49 ... Média 19 ... 30 29 . ... 39 ... Média 19 ... 10 29 ... 39 ...
918 702 1. 836 1. 152 810 594 756 1. 188 1. 242 6 48 756 702 540 324 270 378
9 1 8
662
324
Ut i l i za çã o d o s d a d o s n u m é r i c o s f o r n e c i d o s p e l as e x p e r i ê n ci as.
Ba se s p a r a o s c á l c u l o s d a s d i v e r sas r el ações.
Com os dados ob t i d os nas experi ências ant e ri orm ent e assinaladas, cal culam os várias relações ent re os graus de nocividade, os índi ces de so brevivência dos hospedeiros, o núm er o de cer cárias inf ect ant es e o núm er o de parasit as adul t os ob t i d os p or perf usão.
Com o f i cou ant eri orm ent e convenci onado, d enom i nam os grau de noci vidade de um a li nha gem d o parasit a ao núm er o m édio de gr anul o mas hepát i cos causados, no hospedeir o, por de t er m i nado núm er o de parasit as adult os.
182 Re v, Sòc. Brat . Mad . T r op. V O L . X - N P 4
T A B E L A V I I
Dados para o Cálc ul o da Rel ação: In d i ca Par cant ual de Sobr evivência d o Hosp ed eir o — Gr au de Noci vi d ad e da
Li nhagem d o Parasit a de Bel o Hor i zont e.
.- . . . . . . . Nú m e r o de Gr anu l om as h H t o d e Sob r e vi vê n c i a Hep 4t i co, , m , n d i v íd u o t do Lot e de Hosp ed e. r o. d o s Dl f t r e n t „ ^
de Hosp e d ei r os
. . . .. . . 4 . 3 2 0 15 . . . .. . 2. 1 0 6 . . . .. . . 2. 457
. .. .. .. 9 7 2 . .. .. .. 1. 674 19 . . . .. . . 2. 0 6 3 . .. . . 1. 944 2. 106
. .. .. .. 8 1 0 . .. .. .. 7 5 6 . .. .. .. 1. 134 31 . .. .. .. .. .. .. .. .. . . . .. . . 1. 620 . .. .. .. 5 4 0 . .. .. .. 1. 080 . .. .. .. 1. 080 1. 566
....
^ 2 1 66 0 . . . 8 1 0 . . .. .. . 8 6 4 . .. .. .. 9 7 2
. .. .. .. 108
100 . . . .. .. .. 108
4 3 (1) Em per cent agem T A B E L A I X Dedos para o Cálculo da RelaçSo: Núm er o de Parasit as Ad u l t os da Li nhagem de Belo Hor i zont e — Núm er o de Gr anul om at Hepát i cos no Hospedeir o Núm er o de Parasit as Núm er o de Gr anul om as Hepát i cos 24 . . . 4. 320 19 . . . 2. 106 18 . . . 2. 457 18 . . . 2. 106 18 . . . 1. 944 17 . . . 1. 674 16 . . . 9 72 16 . . . 2. 106 14 . . . 1. 620 14 . . . 1. 566 12 . . . 1. 134 12 . . . 972
12 . . . 1. 080 10 . . . 8 1 0 10 . . . 1. 080 9 . . . 864
8 . . . 756
6 . . . 5 40 5
. . . .
8 10 5 . . . 1084 . . . 108
3 . . . 216
2 . . . 4 3 T A B E L A V I I I De d os per a o Cál cul o d a Rel açSo: ín d i ce Per cent ual de Sobr evivência d o Hosp ed ei r o — Gr au d e Noci vi d ad e da Li n hage m d o Parasit a de Sá o José d os Cam p os ín d i ce d e Sob r evivência d o Lot e de Hosp ed eir os (*) Nú m e r o de Gr anu l om as Hep át i cos em In d i v íd u o s d os Dif er ent es Lot e s de Hosp e d ei r os 28 7 5 100 9 1 8 70 2 1. 836 8 1 0 6 9 4 7 5 6 1. 188 1. 242 6 4 8 7 8 6 70 2 5 4 0 3 2 4 2 7 0 2 7 8 0 0 0 T A B E L A X Dedos para o Cál cul o da RelaçSo: Nú m e r o de Parasit as Ad u l t os da Li nhagem de SSo José d os Cam p os — Núm er o de Gr anul om as Hepát i cos no Hospedei r o Núm er o de Parasit as 1 Núm er o de Gr anul om as . Hepát icos 18 . . . 1. 856 16 . . . 1. 188 15 . . . 1. 242 14 . . . 9 1 8 12 . . . 8 1 0 11 . . . 756
10 . . . 702
10 . . . 756
9 . . . 594
9 . . . 708
8 . . . 648
7 . . . 3 78 6 . . . 5 40 4 . . . .. . . . .. . .. . .. . .. . .. . .. 3 24 2 . . . 270
2 . . . 0
1
. . . .
1V O L. X - N P 4 Rev. Soc. Bras. Me d. T r op. 183
A n á l i se Est a t í st i c a d o s Re su l t a d o s d a s Ex p e r i ênci as.
Os dados obt i dos das exper iências f or am usa dos para a com par ação da parasit ose nas duas linhagens consideradas. Os m odel os adot ados não vi sam a f or m ul ação mat em át ica d os f enô menos pesquisados, mas t ão som ent e a f or necer aproxi m ações razoáveis que t om em as duas li nhagens quant i t at ivam ent e comparáveis.
Int eressa ao est udo a análise com parat i va das seguint es relações ent re:
1) índice de sobrevivênci a do hospedeir o e grau de nocividade; IS = f (GN);
2) núm er o de parasit as e núm er o de cercárias inf ect ant es; NP = f (NC);
3) grau de noci vidade e núm er o de parasit as; GN = f (NP); e um a relação ligada às ant eriores será usada t am bém:
4) índice de sobrevivênci a dos hospedeir os e número de parasit as; IS = f (NP).
Para a análise f ar em os p r im ei r o um aj ust a ment o e depoi s com par ar em os as f unções obt i das em cada it em, das duas linhagens.
Para o aj ust am ent o f or am pr op ost os t rês m o delos:
1) e x p o n e n c i a l , d o t i p o y = a e bx e = 2, 7 1 8 2 8 . . .
2) hiperbólico, do t i po y = ax b
3) pol i nom ial, d o t i p o y = a + bx + c x 2+ d x 3 A priori, sent im o-nos i ncli nados ao em prego da hipérbole, que j á é de em pr ego usual, pelo menos para relações d os t i pos IS = f (GN) e IS = f (NP). Não conf i ant es na seleção a priori, é que resol vem os aj ust ar os d oi s out r os m odel os e com pará-l os com o hiperból ico.
Ut il i zou-se nos cál culos o pr ogram a Regres são Passo a Passo ( "St e p w i se Regr essi on"), no Com put ador IBM- 1 1 3 0 d o Cent r o de Com p u t ação da Uni versi dade Est adual de Cam pinas. Est e progr am a cal cula os coef icient es dos aj us t am ent os e t est a a signif icância da dependência ent re as variáveis. Em part icular, no p ol i nôm i o em nenhum caso o t erm o x 3 t eve coef icient e signif icat i vam ent e dif erent e de zero.
Com par ados os r esul t ados d os aj ust ament os, na grande m ai ori a das f unções a hipér bole reve lou-se mais adequada, pois f or neceu coef icien t es de corr elação maiores d o que as out ras f or mas f unci onai s e d o m esm o m od o q uant o ao valor de F que t est ava a signif icância d o aj ust a ment o.
Const am da Tabel a X V I I os resul t ados dos aj ust am ent os segundo a hipérbole y - ax b, e os valores de p (l og y, l og x), est im at iva d o coef i
cient e de cor relação, F, valor que t est a a signif i cância da dependência e o núm er o de graus de liberdade usados n o t est e.
Convém lem brar que os aj ust ament os na ver dade, são f eit os com os logar i t m os das variáveis. Os coef icient es de corr elação e o t est e concer nem a essas var iáveis t ransf orm adas. Onde ocor reram valores obser vados nulos, est es f oram re t i rados d o cálculo, por m ot i vos óbvios.
Co m p a r a çã o e n t r e a s ce p a s
A f im de com par ar as cepas de S. m a n so n i de Belo Hor i zont e e de São José d os Cam pos, para ef eit os d o present e t rabalho, com par am os as e x p r e ssõ e s I S = f ( G N ) , G N = f (NP) e NP = f ( NC) u t i l i zando o m odel o regressivo para a análise da variância, t r abalhando sempre com os logarit mos.
Com par ação de IS = f (GN)
Os resul t ados da análise est ão cont i dos na Tabel a X V I I I , e m ost r am que:
19) as ret as podem ser consideradas paralelas ( F = 1, 52);
29) as ret as t êm o m esm o coef icient e linear ( F = 1, 15);
logo, as ret as não dif erem signif icat i vam en te, ist o é, podem ser consideradas idênt icas as f unções IS = f ( GN) de am bas as cepas.
Os valores da aj ust ant e IS = f ( G N ) encon- t ram-se nas Tabel as X X e XXI.
Com par ação de GN = f (NP)
Os result ados cont i d os na Tabela XIX, de p r ont o dão resul t ado signif icat i vo no it em para lelismo. Logo, as f unções GN = , f (NP) dif erem signif icat ivament e.
Os valores da aj ust ant e GN = f (NP) encon- t ram-se nas Tabelas X X I I e X X I II.
Com par ação de NP = f (NC)
Já f oi f eit a um a t ent at iva de com parar est a relação para as duas cepas, quand o apli cam os o t est e de m ort ali dade dif erencial, cuj o resul t ado f oi si gnif icat i vo a 1 % e não-signi f icat i vo a 5%, dei xando-nos um a f ai xa de decisão que Cram ér recom enda sej a cor r obor ada p or out r os ar gu ment os.
184
T A B E L A X I
Re v. Soc. Bras. Me d. T rop. V O L . X - N P 4
T A B E L A X I I I
Dados para o Cálculo da Relação: Núm er o de Cercárias Inf ect ant es da Cepa de Belo Hor i zont e — Núm er o de Parasit as Ad ul t os Obt i dos por Perf usão Vascular dos
Hospedeiros Núm er o de Cercárias
Inf ect ant es Núm er o de Parasit as
2 0 0
18 15 24
1 0 0
17 18 19 16 18 60 8 10
12
14 6 1 0 1412
30 9 3 5 12 10Dados para o Cál cul o da Relação: Indi ce Percent ual de Sobr evi vênci a d os Hospedei r os — Núm er o de Parasit as dB Cepa de -Belo Hor i zont e Ob t i dos por Perf usão dos
Vasos Mesent éri cos d os Hosp edei r os Indi ce Percent ual de
Sobr evi vênci a dos
d os Lot es dos Hospedei r os Núm er o de Parasit as
15 18 15 24 19 17 18 19 16 18 31 8 1 0 12 14 6 1 0 14 1 2 6 0 9 3 5 1 2
1 0 0
T A B E L A X I I
Dados para o Cálculo da Relação: Núm er o de Cercárias Inf ect ant es de São José d os Cam p os — Núm er o de Parasit as Ad u l t os Obt i dos por Per f usão Vascul ar d os
Hospedei ros Núm ero de Cercárias
Inf ect ant es Núm er o de Parasit as
18 200 . . . .. . . 14 10 11 15 100 . . . .. . . 9 12 15 10 0 0 . . . 6 9 8 2 3 0 . . . 7 4 0 10 . . . 1 2
T A B E L A X I V
Dados para o Cálculo da Relação: Indi ce Percent ual de Sobr evi vênci a d os Hospedei r os — Núm er o de Parasit as da Cepa de SSo José d os Cam p os ob t i d os p or Perfusão
d os Vasos Mesent éri cos d os Hospedei r os Indi ce Percent ual de
Sobr evi vênci a d os Lot es de Hospedei r os
Núm er o de Parasit as
V O L . X - N P 4 Re v. Soc. Bras. Med. T rop. 185
pont o na ret a x = 0 (F = 12, 97).
Assi m , som os levados a concl ui r pela não- aceit ação da hipót ese de que as relações NP = f ( NC) são iguais para as duas cepas.
Os valores da aj ust ant e IS = f (NP) encon t ram-se nas Tabel as X X V I e X X V I I .
D ISCU SSÃ O
D o d e se n v o l v i m e n t o d a s ce r cá r i a s
No est udo da corr el ação ent re o núm er o de cercárias que penet r am nos cam und ongos e o núm ero de verm es adult os p or hospedeir o, veri f icam os que, de um a m aneir a geral, o núm er o de vermes encont r ados em cam und on gos sobr e vivent es após 6 0 dias cont ados a part ir da dat a da inf ecção, é m ai or nos ani m ai s i nf ect ados por dose t am bém m ai or de cercárias.
Ap ó s a penet r ação das cercárias pelo t egu- ment o, est as f or m as larvares sof rem , evident e ment e, os ef ei t os de um processo de def esa orgânica n o hospedeir o dur ant e o qual m uit as são dest ruídas. Clegg & Sm i t her s4 , em 1968, concl uem que a m ai or barreira à penet r ação das cercárias é o t eci do dér m i co d o hospedeir o. As que conseguem sobreviver a est a barreira, pr ova velment e, ai nda t erão que vencer out r as et apas at é seu com pl et o desenvolvim ent o.
Brener, em 1 9 6 2 * j á havia ver i f i cado que cam und ongos subm et i d os a inf ecção per cut ânea com 100 cercárias de Bel o Hor izont e, apresen t avam, ao f inál da experi ência, a recuper ação de 18, 5% dos vermes. Para as m esm as Quant i dades de cercárias de mesm a origem , obt i vem os o com pl et o desenvol vim ent o de 17, 6%. Apesar d o núm er o de verm es nos 5 0 0 cam und ongos ut i l i zados p or Brener t er var iado de 1 a 73, a grande m ai ori a d os cam und ongos apresent ou um a i n f ecção de 11 a 25 vermes.
Warr en & Pet ers1 4 , em 1967 ref eri ram var ia ções na capacidade de penet r ação e d o desen vol vi m ent o d os hel m i nt os em cam und ongos subm et i d os a dil ui ções dif er ent es de cercárias. Esses aut ores veri f i caram que q uant o m ai or a dil ui ção m enor a penet r ação e m at uração das larvas. A m at uração de 4 0 cer cár ias d i l u íd as em 5, 100 e 4 0 0 ml de água e col ocadas em cont at o com a cauda de cam und ongos f orneceu valor es apr oxi m adam ent e de 40, 3 0 e 2 0 % respect iva ment e. A li nhagem por aqueles aut ores ut i lizada f oi a de Por t o Rico.
Em nossos t r abalhos ut i l i zam os cercárias d i l uíd as em 5 ml de água.
Para a cepa brasileira, War r en23 encont r ou um índi ce de desenvol vi m ent o de cerca de
27 , 2 % ut i l i zando 4 0 cercárias por cam undongo. Em nossas experi ências obt i vem os um índice de desenvolvim ent o dos hel m i nt os m ui t o p r óxi m o aos encont r ados p or Warren. Assi m é que para a li nhagem de Belo Hor izont e, ut ilizando- se 3 0 cercárias por cam undongo, o índice de desenvolvim ent o d os hel m i nt os f oi de 24, 3%.
Ver if icou-se que quant o m ai or o núm er o de cercárias ut ilizadas, m enor o índice de desenvol vi m ent o das mesmas.
D o n ú m e r o d e g r a n u l o m a s h e p á t i co s
Quant o ao núm er o de gr anul om as encont r a dos no f ígad o após 60 dias cont ad os da dat a da inf ecção, nossos r esul t ados f or am semelhant es aos de Brener. Brener ut i l i zou a cepa mi neira i nf ect ando cada cam und ongo com 100 cercá rias. Ap ó s o 529 dia da dat a da inf ecção, con t ou em média 2295 gr anul om as por f ígado. Para 100 cercárias da mesm a linhagem, encon t ram os um a média de 1750 granulom as.
Com relação a cepa de São José d os Cam pos, não encont r am os dados na lit erat ura.
Para am bas as linhagens houve corr elação posit iva ent r e o núm er o de parasit as adult os e o núm er o de gr anul om as hepát i cos por cam un dongo.
A li nhagem de Bel o Hor i zont e apresent ou núm er o de gr anul om as signif icat i vam ent e mai or d o que a li nhagem paulist a.
Sabendo-se que a f or m ação dos granul om as hepát i cos é decorr ência da presença de ovos de
£ m a n so n i naquele ór gão, o m ai or núm er o de
gr anul om as encont r ados na linhagem mineira, poder i a ser decorr ência d os seguint es f at ores:
Mai or ovi p osi ção das f êmeas de S. m a n so n i da li nhagem mineira;
Mai o r quant i dade de f êmeas da linhagem de Belo Hor i zont e obser vados dent re os helm int os assinalados;
Di f er ent e di st r i bui ção dos ovos no organis m o d o hospedeir o para as duas cepas est udadas. Ten d o em vi st a nossos est udos ant erior es9 , em que assinalam os, nas condi ções da experi ên cia, a mesm a relação ent re m achos e f êmeas nas duas li nhagens, d ei xam os de discut i r aqui a se gunda hipót ese.
ri-1 86 Re v. Soc. Bras. Me d. T r op. V O L X - N P 4
T A B E L A X V
Dados para o cálculo da relaçSo: (ndice per cent ual de sobrevivência d os hospedeir os por gr upo de cam un dongos inf ect ados — núm er o de cercárias inf ect ant es dB CEPA de Belo Hor i zont e
T A B E L A XV I
Dad os para o cálculo da relaçSo: Indi ce per cent ual de sobrevivência d os hospedei ros por gr upo de cam un dongos inf ect ados — núm er o de cercárias inf ect ant es da CEPA de SSo José d os Cam pos
Núm er o de Cercárias Inf ect ant es
índi ce Percent ual de Sobr evi vênci a d os Hosp edei r os por Gr upo
de Cam und ongos Inf ect ados
Núm er o de Cercárias Inf ect ant es
Indi ce Percent ual de Sobr evi vênci a dos Hospedei r os por Gr up o
de Cam und ongos Inf ect ados 2 00 . . . 1 5 , 2 %
100 . . . 1 9 , 4 % 60 . . . 30, 7 % 30 . . . 60, 0 %
10 1 0 0 ,0 %
200 . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 25, 0 % 100 . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 8, 7 %
6 0 . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 6 9 , 9 % 3 0 . . . 75, 0 %
1 0 1 0 0,0%
T A B E L A X V I I
Result ados d os Aj ust am ent os (y = ax b )
Ti p o de f unção
e cepa a b f>
F
Test e ( 1) 0.1. (num. )
g.l. (dens. )
IS - f ( GN) B H . . . 860, 10 - 0, 4826 -0, 8721 66, 7 1 21
SJ 3854, 30 - 0, 6954 -0, 7697 18, 9 1 13
GN= f {NP) B H ... 21, 266 1, 6040 0, 9299 134, 33 1 21
SJ 112, 679 0, 8312 0, 9264 78, 65 1 13
IS ~ f (NP) B H . . . 219, 64 . , -0, 8222 -0, 8614 60, 417 1 21
SJ ... 130. 69 -0, 5348 -0. 8381 35, 416 1 13
N P= f ( NC) B H . . . 0, 802 0, 6289 0, 8480 53, 775 1 21
SJ 0, 264 0, 7993 0, 8986 62, 912 1 13
(1) O t est e, f eit o pel o (F) indi ca dependênci a f uncional ent re as variáveis; se F < Fo. as var iáveis não guardam relaçSo ent re si. Fq é o val or cr it i co, d ad o p or F 0 (1, 21) = 4, 35 e Fq (1, 13) = 4, 75; ao nível de 5%. Tod os
os val ores encont r ados são signif icat ivos.
T A B E L A X V I I I Anál i se de Var i ânci a
IS = f (GN)
Font e de Som a d os qua- Gr aus de li- Quadr ado p
variação dr ados berdade m édi o
Hori zont ali dade . .. .. .. .. . 8, 429698 1 8, 42 9 69 8 88, 22
Ent r e b e b . . .. . . .. 0, 109557 1 0, 109557 1, 15
Paralelismo . . .. .. .. .. 0, 145223 1 0, 145223 1, 52
Desvio em t or no das
ret as de regr essão 3, 248700 3 4 0, 09 5 55 0
V O L . X - N P 4 Re v. Soc. Bras. Me d. T r op. 187
T A B E L A X I X Análi se de Var i ânci a
GN = f (NP)
Font e de variação
Som a d os qua drados
Gr aus de li berdade
Quadr ado
m édio F
Hor i zont ali dade . . . 25, 565463 1 25, 565463 202, 95
Ent re b e b . . . 0, 021264 1 0, 021264 0, 17
Paralelismo . . . .. . . .. . 1, 815672 1 1, 815672 14, 41
Desvi o em t or no das
ret as de regr essão. . .. . . .. 4, 282920 34 0, 125968
Tot al 31, 685319 37
F( 1, 34) = 4 , 1 3 0, 95
T A B E L A X X
Valores da Aj ust ant e IS =( GN) (1) Li nhagem de Belo Hor i zont e
Gr aus de nocividade Percent agem de
( GN) (2 ) Sobr evi vênci a ( IS)
4. 320 . . . 15, 2 2. 457 . . . 19, 9
2. 106 21, 3
2. 053 . . . 21, 5 1. 944 . . . 22, 2 1. 674 . . . 23, 8 1. 620 . . . 24, 3 1. 566 . . . 24, 8 1. 134 . . . 28, 8 1. 080 . . . 29, 4 9 72 . . . 31, 2 8 64 . . . 32, 2 8 1 0 . . . 33, 8 7 56 . . . 36, 2 5 40 . . . 41, 3 2 16 . . . 64, 1 108 . . . 90, 0
(1) IS = 8 6 0 , 1 0 ‘ G N ‘ ° '4 8 í 6 (2) Núm er o de gr anul om as hepát icos
T A B E L A X X I
Valor es da Aj ust ant e IS = f ( GN) (1) Li nhagem de São José d os Cam pos
Gr aus de nocividade Percent agem de
( GN) (2 ) Sobr evivênci a (IS)
1. 836 . 20, 9
1. 242 . 27, 4
1. 188 . 28, 2
9 1 8 . 33, 8
8 1 0 . 37, 0
756 . 38, 5
702 . 40, 4
648 . 42, 9
594 . 45, 6
540 . 48, 9
3 7 8 . 62, 8
324 . 69, 4
270 79, 0
188 Rev. Soc. Bras. Med. Trop. VOL. X - NP 4
T A B E L A X X I I T A B E L A X X V
Val or es da Aj ust ant e GN = f ( NP) (1) Linhagem de Belo Hor i zont e
Gr aus de nocivid ade ( GN) (2)
Nú m e r o de parasi t as ( NP)
4. 320 . . . .. . . .. . . . .. . 27, 4 2 4 5 7 . .. . .. . .. . .. . . .. . .. . . 19, 3 2. 106 . .. . .. . .. . .. . . .. . .. . . 17, 5 2. 053 . .. . .. . .. . .. . . .. . .. . . 17, 3 1. 944 . . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . 16, 6 1. 674 . . . 15, 2 1. 620 . . . 14, 9 1. 566 . . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . 14, 6 1. 134 . . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . 11, 8
1. 080 11, 6
9 7 2 . . . 10, 8 8 6 4 . . . 10, 1 8 1 0 . . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . 9, 7 756 . . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 9,1 5 4 0 . .. . .. . .. . .. . . .. . .. . . 7, 5 216 . .. . .. . .. . .. . . .. . .. . . 4, 3 108 . .. . .. . .. . .. . . .. . .. . . 2, 7 4 3 . . . 1, 6
(1) NP = 0 , 1 4 9 4 ’ GN ° - 62344 (2) Núm er o de gr anulom as hepát i cos
T A B E L A X X I I I
Val or es da Aj ust ant e G N f ( NP) (1) Lin hagem de São José d o s Cam p os
Gr aus de nocivid ade ( GN) (2)
Núm er o de parasit as ( NP)
1. 836 . . . 28, 8 1. 242 . . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . 18, 0 1. 188 . . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . 17, 0 9 1 8 . . . .. . . .. . . . .. . 12, 4 8 1 0 . . . 10, 7 7 5 6 . . . .. . . .. . . . .. . 9, 9 7 0 2 . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . 9, 0 6 4 8 . . . .. . . .. . . . .. . 8. 2 594 . . . .. . . 7, 3 5 40 . . . .. . . 6, 6 3 7 8 . . . .. . . 4, 3 3 2 4 .. . . 3, 6 270 . . . .. . . 2, 9
(1) NP = 0 , 0 0 3 3 'G N 1' 20308 (2) Núm er o de gr anul om as hepát icos
T A B E L A X X I V
Val or es da Aj ust ant e NP = f ( NC) Li nhagem de Bel o Hor i zon t e
Núm er o de cercár ias
Inf ect ant es Nú m e r o de par asit as
200
1 0 0 6 0 30
10
22, 45 14. 50 10. 50 6, 80 3, 40Val or es da Aj ust ant e NP = f ( N C ) Li nhagem de São José d o s Cam p os
Nú m e r o de cercár ias
inf ect ant es Nú m e r o de parasit as
2 0 0 1 0 0 6 0 30
10
18, 30 10, 50 7. 00 4. 00 1, 70T A B E L A X X V I
Val or es da Aj ust agem IS = f (NP) Li nhagem de Bel o Hor i zont e
Núm er o de parasit as
Ind ice Per cent ual de Sob r evi vênci a d os
Hosp edei r os
18 . . . 20, 4 15 . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 23, 7 24 . . .. . . 16, 1 17 . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 21, 4 18 . . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 20. 4 19 . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 19, 5 16 . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 22. 5 18 . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 20, 4 8 . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 39, 7 10 . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 33, 1 12 . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 28, 5 14 . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 25, 1 6 . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 50, 3 10 . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 33, 1 14 . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 25, 1
12 28, 1
9 . . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 36, 1 3 . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. 89, 0 5 .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 58, 5 12 .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . 28, 5 4 . . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . 70, 3 2 . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 124, 22 5 . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. 58, 5
T A B E L A X X V I I
Val or es da Aj ust ant e IS - f ( NP) Li nhagem de São José d os Cam p os
Nú m e r o de parasit as
Ind ice Per cent ual de Sob r evi vênci a d os
Hosp edei r os