RECENTES AVANÇOS E NECESSIDADES DE PESQUISA EM TÉTANO*
Wal t er Tavar es* *
O a u t o r f a z u m a a n á li se s o b r e a b a c t e r i o l o g i a d o Clo st r id iu m t et an i, c i t a n d o t r a b a l h o s r e cen t es q u e e v i d e n ci a m a t e r m o - se n sib i l id a d e e a n ã o - f e r m e n t a çã o d a g l i c o s e c o m o c a r a c t e r ís t i c a s d a s cep a s t o x ig ên cia s. Es c la r e c e a i n d a d iv e r s o s a s p e c t o s d a p a t o g e n ia d o t é t a n o , d e i x a n d o v ár ias q u e st õ e s d a m es m a em a b e r t o e t r a ç a u m es q u e m a d e p r o f i i a x f a p a r a a d o en ça .
I N TROD U ÇÃO
Conhecido desde a antigüidade, o t ét ano sempre despertou o interesse dos cient ist as pe los seus aspectos clín ico s e epidem iológicos, as características de seu agente et iolóqico, sua alta gravidade, as d if iculdades t erapêut icas e o elevado custo do t rat am ent o. O interesse pela doença, a necessidade de divulgação de novos conhecimentos e de debate sobre seus vários aspectos, fizeram com que nos últ im os anos pesquisadores de t od o o m undo se reunissem, a cada 4 anos, em conferências sobre o t étano, a terceira das quais ocorreu em 1970, em São Paulo, ea últim a em Dacar, Senegal, em 1975.
A soma de inform ações t razidas por traba lhos isolados e apresentados nas Conferências I nternacionais sobre o t ét ano faz com que esta doença seja das mais conhecidas em seus as pectos etiológicos, clínicos, epidem iológicos, terapêuticos e profilát icos. É este con hecim en to que perm ite a afirm ação de ser o tétano uma das poucas doenças infecciosas erradicá- veis na Terra. Com o afirm a Furste, o t ét ano deveria ser som ente uma recordação. . ., mas
não é, principalm ent e nos países de menor desenvolvim ent o, onde const it ui um a das prin cipais causas de morte.
Sendo o Brasil um dos países com ilnaiores índices de m orbidade e m ort alidade pelo t éta no, está perfeitam ent e j ust ificado a inclusão do tem a no Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tr op ical, realizado no Rio de Ja neiro em 1975, onde se discut iram os proble mas priorit ár ios em Saúde Pública. Assim , pro curam os apresentar os recentes avanços e as necessidades de pesquisa sobre a doença, sub d iv id in d o o tem a nos seguintes itens:
Etiologia
Desde os t rabalhos originais de Nicolaier, Rosenbach, Kitasat o, Faber e Tizzon i e Catani reconhece-se que o t ét ano é causado por exo- t ox inas elaboradas pelo Clo st r id iu m t et ani, ba
cilo Gram - posit ivo, anaeróbio est rito, não fer- m ent ador de açúcares, pr odut or de esporos termo-resistentes. Est udos recentes dem ons t ram que estes aspectos clássicos do bacilo te- t án ico variam com a am ostra em estudo, ha
vendo em a natureza cepas não produt oras de
* - Tr a b a lh o a p r e se n t a d o n o Pa i n e l s o b r e T é t a n o r e a l iz a d o d u r a n t e o X I Co n g r esso d a S o ci e d a d e B r a sil e ir a d e M e d i ci n a T r o p i c a l , n o R i o d e Ja n e i r o , em 1 9 7 5
* * — Pr o f . A d j u n t o d o D e p a r t a m e n t o d e M e d i c i n a C l ín i c a ( D i s c i p l i n a d e D o e n ç a s I n f e ccio sa s e Pa r a sit á r ia s) , Fa cu ld a d e a e M e d i c i n a d a O . F . F
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t ox ina, am ostras ferm ent adoras de glicose e cepas cuj os esporos são sensíveis à ação da tem peratura. Os t rabalhos de Sanada e Nishida e oút ros autores t êm revelado que os esporos das cepas t ox inogênicas são mais sensíveis ao calor, sendo inativadas a 80 ° C ou 100° C por 10 a 30 m inutos. Sanada e Nishida relatam , ainda, que as am ostras ferm ent adoras da gligo- se em geral não são t ox inogênicas. Estes acha dos revestem-se de im port ância, v ist o que a não ferm ent ação de açúcares era um dos da dos considerados na caract erização do C.
te-t ani, bem com o o aquecim ent o do m aterial
suspeito era ut ilizad o com o t écnica de isola m ento do germe em cult ura pura.
Out ros avanços relacionados à bact eriologia do t ét ano dizem respeito à caract erização de um t erceiro com ponent e da t ox in a tet ânica, a neurot ox ina não espasmogênica, da qual fala remos adiante; a descoberta de novos m eios de cultura e t écnicas de obt enção da t ox in a t et â nica; a individualização de form as L d o bacilo. No entanto, alguns elem ent os ligados à b iolo gia do germe necessitam de ser investigados. Neste sent ido sugerimos:
a) Estudos sobre a adapt ação d o C. t et a n i à
vida aeróbia e sua reversão ao estado anaeró- bio, conform e sugestão de D 'An t on a e out ros autores italianos.
b) Est udos sobre as necessidades n u t ricio nais do C. t et a n i e a im port ância que elem en
tos q u ím icos exercem sobre a produção da t o xina, t om ando por base os t rabalhos de Feeney, Mueller e Miller m ost rando ser o ferro um elem ent o essencial ao crescim ent o e t ox i- nogênese d o bacilo.
c) Est udos sobre a influência de germes associados na produção da t ox in a t etânica, t o m ando por base os ant igos t rabalhos de Tu lloch , Nin n i e Tenb roeck e Bauer que refe riam inibição da toxinogênese quan do o C. t et an i encontra-se em cult ura mista. Dent ro desta mesma linha, e ao con t rário dos aut ores anteriores, Regam ey e Adam son referem uma ação sinérgica, na produção da t ox in a t et â nica, com a presença de ou t r os germes.
d) Est udos da im port ância das form as L do bacilo t et ânico, induzidas pela penicilina, nas recaídas do t étano.
Patogenia
A patogenia do t ét ano f o i recentem ente esclarecida em num erosos aspectos, graças aos t rabalhos de Wrigt h, Fedinec, Kry zhanovsk y,
Van Heyningen e Mellam by , Feigen e col. e Kerr e col., ent re m uit os ou t r os autores. De um a m aneira resum ida, a patogenia do tétano é assim com preendida:
O C. t et a n i produz três t ip os de t oxinas: -
tetanospasm ina, neurot ox ina não espasmogê nica e t et anolisina, das quais a últ im a não pa rece exercer m aior im port ância. Ap ós a pene tração nos t ecidos, o bacilo t et ânico pode per m anecer num estado latente ( esporulado) por algum as horas ou dias, na dependência das condições de anaerobiose e fagocit ose local. Quando presente um baix o pot encial de oxire- dução, a germ inação ocorre em cerca de 6 ho ras e a form a vegetativa logo inicia a produção da t ox ina, a qual at inge nív el m áxim o em t or no da 40a hora. Um a vez produzida, a teta nospasm ina at inge os cent ros m edulares e bul- bares por via nervosa, t ransport ada pelos lí qu id os presentes no epinêurio e perinêurio, em um m ovim ent o cen t r íp et o dev ido a um gradient e de pressão gerado pelos músculos em cont ração. Tal absorção neural se dá não som ente nos nervos da região onde se injeta ou é liberada a t ox in a, mas t am bém pelas ter m inações de out ros nervos, onde chega trans port ada pelo sangue e linfa. Este mecanismo ex plicaria a int ox icação precoce de nervos mo tores cranianos, responsáveis pelo t rism o, fa- cies t et ânico e rigidez de nuca, dev ido à rápida absorção da t ox in a t et ânica pelo m enor com prim ent o e m aior suscept ibilidade de t ais ner vos. A tet anospasm ina é rapidam ent e absorvi da, chegando ao S.N.C. em horas (8 a 9 horas em ratos), indo agir na sinapse dos neurônios m ot ores inferiores com os int erneurônios ini bidores de Renshaw, desta m aneira inibin do a ação inibidora destes sobre os prim eiros. Com isto, os neurônios m ot ores inferiores perma necem est im ulados por im pulsos que vêm do { cérebro e regiões sensoriais. Na ausência de inibição reflexa entre m úsculos agonistas e antagonistas, t oda a m usculat ura permanece estim ulada, cont raindo- se. A o nív el m olecular, está est abelecido que os recept ores da mem brana pré- sináptica ao qual a t ox in a se fix a são gangliosídeos, form ados sobret udo pelo ácido N- acetil- neuram ínico, sendo a fix ação favore cida por cerebrosídeos da célula. O mecanis m o ín t im o de ação da t o x in a consist e em blo quear a liberação do m ediador neuro- quím ico, que se supõe ser a glicina.
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membrana pré- sináptica, im pedindo a libera ção do m ediador q u ím ico, que é a acet ilco- lina. Mais recentem ente, Feigen e col. dem ons traram um out ro efeit o na placa m ot ora, de vido ao com ponent e não espasm ogênico da t o xina tetânica, o qual d im in u i o pot encial da placa.
Com o se observa, na com plex a patogenia do t étano dois t ipos de fenôm enos ocorrem : — uma estim ulação m uscular perm anent e causa da pela liberação do neurônio m ot or inferior e pela dim inuição do pot encial da placa m otora: e um dist úrbio na t ransm issão neuro- m uscular levando à flacidez, a qual não é observada na maioria dos casos pela m aior int ensidade do efeito anterior.
Além destes efeit os neurológicos, Kerr e col. adm item que a t ox in a t et ânica t enha ação sobre o sistema nervoso aut ônom o prov ocan do uma hiperat ividade d o sim pát ico, m anifes tada pela t aquicardia, sudorese, hipert erm ia e hipertensão arterial. Este aspect o da patogenia do tétano necessita de m aiores esclarecim en tos, bem com o out ras questões que perm ane cem em aberto:
a) Qual o dest ino b iológico da t ox in a após a fixação no recept or? Ou seja, com o se dá a metabolização das t ox inas?
b) Que alteração biológicas ocorrem nas cé lulas nervosas int ox icadas?
c) Qual o papel dos nervos sensitivos na absorção da t ox ina, uma vez que experim en talmente a t ox in a pode ser det ect ada em tais nervos?
d) Porque a infecção t et ânica num anim al se manifesta por sinais localizados no m em bro onde se inj et ou a t ox ina, enquant o no hom em o prim eiro sinal da doença é o t rism o e a rigi dez de nuca, qualquer que seja o fo co de in fecção?
e) Qual a im port ância da via hem atogênica na chegada da t ox in a ao sistema nervoso?
f) Qual a ação da t ox in a sobre os cent ros vegetativos, m úsculos e ou t r os órgãos?
g) Qual a possibilidade d o esporo t et ânico permanecer num fo co cicat r izado por meses e anos, ex plicando casos de t ét ano com longos períodos de incubação?
I munidade
É clássica a noção de que o t ét ano não pro voca im unidade, t endo por base os relat os de recidivas da doença e a ausência de ant icorpos circulantes em pacient es recuperados. Esta
ausência de im unidade t em sido ekplicada pela alta potência da t ox in a tet ânica, de t al form a que quant idades m ínim as são capazes de cau sar a doença e até matar o hom em , mas são insuficient es para a estim ulação do sistema im unit ário (Warter). Um a out ra ex plicação é for necida recent em ent e por Hiot ak is e col. que dem onst ram uma ação linfodepressora da t ox in a t et ânica sobre o sistema linfát ico. Este e out r os pont os ainda não definit iv am ent e so lucionados necessitam de m aiores estudos.
Um aspecto, de con firm ação recente, diz respeito à im unidade nat uralm ent e adquirida cont ra o t ét ano. An t igos t rabalhos de Ten- broeck e col. adm it iam a aquisição de prot e ção an t it óx ica pela est im ulação antigênica do
C. t et a n i presente no tubQ digestivo. Mu it o em bora sabendo-se que a t ox in a tet ânica é ina- tivada pelos sucos digestivos e não é absorvida pela m ucosa intestinal, sempre haveria a possi bilidade de infecções subclínicas na mucosa digestiva. Em recentes t rabalhos, Veronesi e col. encont raram t ít u lo s de ant it ox inas em indiv íduos v ivendo em área de alta cont am ina ção d o solo pelo bacilo t et ânico, at ribuindo t al im unidade natural a infecções sub- clínicas.
A im unidade cont ra o t ét ano é facilm ent e adquirida pela inj eção do t ox óide tetânico, especialm ent e quando absorvido em adjuvan- tes. Neste sent ido, vêm os pesquisadores se dedicando à possibilidade de im unização com o uso de uma única dose de t ox óides altam en te concent rados e cont endo diferent es t ipos de adj uvantes e, m esm o, a possibilidade d e' im unização por via oral ou sob a form a de aerosol.
Podem os, então, sugerir algumas linhas de pesquisa quant o à im unidade do t étano:
a) Qual a im port ância da depressão linfoci- tária no não surgim ent o da im unidade em te- t ânicos?
b) Est udos no sent ido de averiguar se a doença é capaz de despertar uma im unidade básica e que se t ornaria m anifesta pela injeção de uma só dose da vacina cont endo adj uvan tes
c) Am pliação dos estudos sobre im unidade nat uralm ent e adquiridas por infecções sub clínicas.
d) Am p liação dos estudos com t ox óides cont endo diferent es adjuvantes.
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Tratamento
Basicam ente o t rat am ent o do t ét ano con siste na aplicação da ant it ox ina, debridam ent o do foco, sedação, m iorrelaxam ent o, uso de ant ibiót icos e m edidas gerais de suporte.
Os principais avanços neste it em dizem res peito ao largo uso dos benzodiazepínicos, à ut ilização da respiração assistida nos casos de m aior gravidade e à subst ituição do soro anti- t et ânico pela gam aglobulina ant it et ânica de origem humana. Apesar da exist ência de novos m edicam entos e m eios de assistência aos tetâ- nicos, a letalidade ainda é elevada. Dai' a im port ância de três novas concepções t erapêu ticas, que necessitam m aiores estudos. A p r i meira refere-se aos t rabalhos de lld ir im , de m onstrando que a ut ilização do soro antitetâ- nico j unt o com cor t icóides por via intrara- quiana apresenta excelent e ação terapêutica. A segunda refere-se ao uso de doses elevadas do t ox óide t et ânico com a fin alid ad e de deslo car a t ox in a fix ada a assum ir seu lugar nos receptores nervosos. Um t erceiro aspect o diz respeito ao uso de bloqueadores adrenérgicos no t rat am ent o e pr ofilax ia da hiperat iv idade do sistema sim pát ico, especialm ent e nos casos de m aior gravidade.
Epidemiologia
A epidem iologia do t ét ano t em sido larga mente estudada em t od o o m undo, sendo afe tada por fat ores regionais tais com o clim a, condições sócio- econôm icas da população e medidas profilát icas em uso, sendo bastante claro que os fat ores sócio- econôm ico- cult urais são da m aior im port ância na ocorrência da doença.
Nos países em desenvolvim ent o, a epide m iologia do tét ano encont ra obst áculos ao seu conhecim ent o, dev ido à not ificação defeituosa dos casos. Este problem a t am bém ocorre no Brasil, devendo-se conclam ar os m édicos e as autoridades de saúde em geral para a n o t if i cação, não só do t ét ano com o de out ras doen ças t ransm issíveis, a fim de que se possa fazer o diagnóst ico da saúde em nosso país.
Cvj et anovic ressalta a necessidade de id en t i ficação dos fat ores ligados à ocorrência do t é tano, no sent ido de m elhor se proceder ao cont role da doença, concent rando- se as m edi das profilát icas nos grupos que apresentam m aior risco de adquirir a infecção. Fat ores co m o idade, sexo, profissão, hábitos, nív el so cial, assistência à m aternidade, relacionam - se à ocorrência da doença.
Dent re os fat ores acim a m encionados, t ra balhos recentes destacam a influ ên cia d o grau de cont am inação do solo pelo C. t et ani. Neste part icular, est udos devem ser realizados para o m elhor conhecim en t o da d ist r ib uição do baci lo t et ânico e dos fat ores que possam int ervir nesta dist ribuição. Assim , em t rabalho que realizam os no Rio de Janeiro, v erificam os que o bacilo está presente em alt o percent ual no solo das cidades, o que at r ib u ím os à con cen t ração d o germ e con dicionada pelos fat ores de urbanização. Out r os aspectos precisam t am bém ser investigados, tais com o a relação entre a presença do germ e e as con dições físicas do solo, o pH, associações com out r os microrga- nismos, o t ip o de vegetação etc.
Profilaxia
A p r ofilax ia do t ét ano con st it u i, acredit a mos, a part e mais im port ant e de qualquer se m inário a respeito da doença. Torna- se im pres cin dív el enfat izar que o t ét ano é uma das pou cas doenças que na at ualidade podem ser erra dicadas, graças à v acinação da população. É cert o que a im unização não é o ú n ico m eio de cont role, pois a m elhoria das con dições sócio- - econôm icas e de assistência aos t raum at izados e à m at ernidade t am bém são elem ent os efet i vos para o com bat e a doença. Mas, sem dúv i da, a im unização ant it et ânica da população con st it u i o principal m eio para este com bat e. Tal m edida é altam ente eficaz e de fácil realiza ção, sendo num erosos os t rabalhos dem ons t rando que, em t erm os econôm icos, a p r ofila xia ativa é altam ent e com pensadora em rela ção ao t rat am ent o dos casos d o t ét ano. Estes dados levaram os est udiosos em t o d o o m undo a solicit ar que as aut oridades de Saúde Pública estabeleçam em regim e priorit ár io, a vacinação sistem ática da população.
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A r espeito do t ét ano neonat orum , as m edi
das profilát icas indicadas são os cuidados hi giênicos do part o e do cot o um bilical e a vaci nação da gestante no ú lt im o t rim est re da ges tação.
No at endim ent o ao in d iv íd u o t raum at iza do, sem im unidade ou com estado im unit ário, ignorado, recom enda-se a lim peza cirúrgica adequada da ferida, uso d o S.A.T. ou gamaglo- bulina específica e aplicação da 1? dose de t oxóide t et ânico, com inst ruções para prosse guir a vacinação. Nos I n div ídu os previam ente vacinados, faz-se o curat iv o e aplica-se som en te a dose da vacina (dose de reforço) . A n t ib ió ticos do grupo das t et racilinas poderão ser usa dos com o uma opção ao S.A.T. e naqueles casos com feridas alt am ent e infectadas. A pe nicilina benzatina não oferece prot eção ade quada contra o t étano.
Para finalizar, querem os cit ar 2 out ras me didas profilát icas que poderão ser ut ilizadas nos pacientes t raum at izados sem im unização prévia, após estudos mais apurados. A prim ei ra refere-se ao uso do t ox óid e t et ânico em al tas doses, com a fin alid ad e de saturar os recep tores nervosos, prev enindo desta form a a f ix a ção da t oxina. A segunda d iz respeito ao uso, logo após o ferim ent o, de uma m istura de gan- gliosídeos e cerebrosídeos, por via parenteral, a fim da t ox ina ser absorvida pela m ist ura cir culante e,«desta form a, ser t ornada inofensiva.
SUM MARY
The au t h or s an aly sis Clo st r id iu m t et a n i bact er iology , m en t io n in g r e cen t r ep o r t s w h ich proves t he t h er m ic- sen sib ilit y a n d g lu cose non- fer m ent at ion as st r ain t o x ig e n ic ch ar act e-ristic. He s t ill clear s u p a b o u t severa/ aspect s fr om t et anus p a t h o g en y a n d m ak es an ou t -line o f p r op h y t ax is t o t h e disease.
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