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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO pg 3

OBJETIVOS pg 3

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES pg 4

MEDICINA GERAL E FAMILIAR pg 4

PEDIATRIA pg 5

GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA pg 5

SAÚDE MENTAL pg 6

MEDICINA INTERNA pg 6

CIRURGIA GERAL pg 7

OPCIONAL DE NEUROLOGIA pg 7

ELEMENTOS VALORATIVOS pg 8

REFLEXÃO FINAL pg 9

ANEXOS pg 11

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INTRODUÇÃO

A educação médica pré-graduada tem procurado seguir um modelo de Competency-Based Medical

Education (CBME) desde o final do século XX, altura em que Organização Mundial de Saúde (OMS) propõe

este conceito. A CMBE passa por uma aprendizagem centrada na aquisição de competências chave que, segundo a OMS, deverão contribuir para formar “profissionais de saúde capacitados para exercer medicina

a um nível pré-estabelecido de proficiência de acordo com as condições existentes e para satisfazer as necessidades locais”. As competências a serem alcançadas foram descritas por diversos documentos, como

o Tunning Medical Project ou O Licenciado Médico em Portugal (que materializou o conceito da CBME no nosso país). Tendo em vista alcançar os objetivos definidos nestes documentos, o último ano de medicina é considerado ano profissionalizante em diversos países, propiciando as condições necessárias para o desenvolvimento das capacidades a alcançar pelos estudantes.

O presente relatório resume e faz uma análise crítica do meu ano profissionalizante, que contemplou os estágios obrigatórios de Medicina Geral e Familiar, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Mental, Medicina Interna e Cirurgia Geral. Tive ainda a oportunidade de realizar um estágio opcional de Neurologia. O relatório está organizado em três componentes: (i) discriminação das competências gerais a serem alcançadas; (ii) relato das atividades desenvolvidas em cada estágio parcelar bem como dos objetivos específicos e metas propostas para cada um, sendo que além das atividades que tiveram lugar no contexto dos estágios menciono ainda projetos desenvolvidos durante o curso, com um enfoque particular no presente ano, que contribuíram para alcançar algumas das competências exigidas; (iii) reflexão critica onde irei tecer considerações sobre o meu desempenho face aos objetivos propostos e contextualizo a importância dos elementos valorativos apresentados.

OBJETIVOS

De acordo com o documento O Licenciado Médico em Portugal, os objetivos necessários à conclusão com sucesso da formação pré-graduada implicam o domínio de competências em várias grandes áreas: (i) conhecimento teórico das ciências básicas e do estado da arte; (ii) competências intrínsecas ao ato médico designadamente a realizar uma história clínica completa e precisa, estabelecer diagnósticos através de hipóteses diagnósticas e exploração apropriada das mesmas, elaborar prognósticos e planos de gestão e realizar atos terapêuticos; (iii) conhecer estratégias de prevenção e promoção da saúde; (iv) capacidade de considerar o doente no seu contexto psicológico e social de modo a compreender as suas crenças em saúde e abordá-lo de forma holística; (v) capacidade de comunicação para com os doentes e seus familiares, bem como com colegas e outros profissionais de saúde; (vi) conhecimento dos princípios éticos orientadores da prática clínica; (vii) compreender que áreas como tecnologia, investigação, ensino, gestão e liderança são, também, inerentes à profissão médica.

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4 A título pessoal, defini como metas para este ano: consolidar conhecimentos teóricos através da prática; desenvolver um grau de autonomia que me permita ter as competências necessárias para ser Interna da Formação Geral, reconhecendo sempre quais os limites dessa autonomia e procurando descobrir quais as necessidades de aprendizagem para ser uma melhor profissional; compreender as dinâmicas do funcionamento em equipa na área da Saúde; finalmente, encontrar e desenvolver áreas de interesse pessoal para a minha carreira futura.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

O estágio profissionalizante teve lugar entre 10 de setembro de 2018 e 17 de maio de 2019 e ocorreu em unidades de saúde da área de Cascais, Lisboa e Loures. Discrimino de seguida as atividades desenvolvidas em cada estágio parcelar, por ordem cronológica, seguindo-se as do estágio opcional e outras atividades.

MEDICINA GERAL E FAMILIAR – UCSP CASCAIS, 10 setembro 2018 – 3 de outubro de 2018

Este estágio decorreu sob orientação do Dr. Guilherme Mendes. Os objetivos que defini para o estágio envolviam a compreensão da gestão da saúde de indivíduos saudáveis através de medidas de promoção da saúde ou da realização de rastreios populacionais ou oportunísticos; a sistematização da gestão de patologias de grande prevalência no nosso país em diversas faixas etárias; a sistematização do seguimento em Saúde Infantil e Planeamento Familiar de acordos com os planos nacionais; a compreensão das estruturas familiares e a forma em como este contexto influencia comportamentos de saúde face a uma situação de doença aguda ou crónica; compreender a influência de outros fatores na saúde, como o meio económico, social, ambiental e cultural. Tinha ainda como metas pessoais aprender a conduzir uma consulta de forma organizada, respeitando a agenda do doente e a do médico, melhorar a minha capacidade de escuta ativa e de comunicação e, dado que o meu orientador é membro do Grupo de Estudo de Doenças Respiratória da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, aprofundar o meu conhecimento teórico e prático nesta área em particular.

Observei um total de 150 consultas e conduzi 5 de forma autónoma sob orientação do Dr. Guilherme Mendes. Observei consultas de diversos tipos, nomeadamente Saúde de Adultos, Saúde Materna, Planeamento Familiar, Saúde Infantil, Diabetes, Consulta Aberta/Intersubstituição, e ainda uma visita domiciliária. Considerei muito estimulante aprender a gerir pedidos concretos de métodos auxiliares de diagnóstico ou medicamentos pelos doentes, quando não havia indicação para os mesmos, bem como ter a oportunidade de remover um implante subcutâneo anticoncecional. Apresentei ainda um trabalho sobre

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PEDIATRIA – Hospital Dona Estefânia (HDE), 8 outubro de 2018 – 2 de novembro de 2018

Neste estágio fui orientada pela Dra. Marta Conde, cuja prática clínica se centra em reumatologia pediátrica. Os objetivos que defini para o estágio foram dirigidos às especificidades da população pediátrica, nomeadamente a fisiologia e patologias próprias da mesma e ainda as particularidades da colheita de história clínica e realização de exame objetivo. Considerei ainda bastante desafiante a relação médicos-pais-criança inerente à pediatria pela complexidade dos contextos emocionais que envolve. A maior parte do meu estágio decorreu em consulta de reumatologia pediátrica e tive a oportunidade de participar na dinâmica do serviço de urgência todas as semanas. Neste serviço tive a possibilidade de, sob a orientação da Dra Marta Conde, ter algum grau de autonomia na abordagem de 15 crianças. Assisti ainda a consultas de Pediatria Geral, Nefrologia e Imunoalergologia e durante dois dias desenvolvi atividades na enfermaria de Infeciologia e na de Pediatria Geral, o que me permitiu ficar com uma visão mais abrangente desta especialidade. Assisti igualmente a consultas de neurodesenvolvimento na Unidade da Primeira Infância. Ajudei ainda o serviço na logística de uma palestra da série Baby Talks, que consiste em sessões de sensibilização dos adolescentes para temáticas da primeira infância e boas práticas parentais. Esta ação decorreu na Escola Secundária Camões. A contribuir para a minha formação destaco a possibilidade de assistir diariamente à reunião geral com todos os serviços, a realização de uma história clínica de uma criança com Púrpura de Henoch-Schönlein e a apresentação do trabalho Reconhecer e referenciar crianças com perturbação de stress pós traumático:

guidelines para pediatras.

GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA – Hospital Beatriz Ângelo, 5 de novembro de 2018- 30 de novembro de 2018

Este estágio decorreu sob orientação da Dra Rita Ribeiro. Os principais objetivos delineados compreendiam a consolidação de competências nos cuidados essenciais à saúde da mulher no contexto de exame ginecológico, patologias do foro ginecológico e mamário, rastreios em ginecologia, complexidade da sexualidade humana, seguimento de uma gravidez referenciada para hospital, trabalho de parto (e eventuais complicações ou respostas fisiológicas anormais decorrentes do mesmo). Considerei particularmente interessante a abordagem de questões relacionadas com a fertilidade, infertilidade, interrupções voluntárias da gravidez e abortos espontâneos ou terapêuticos. A prática da Dra Rita Ribeiro centra-se em obstetrícia, pelo que as minhas principais atividades consistiram em assistir a consultas desta área, durante as quais realizei sempre que apropriado a medição da altura do fundo uterino e a auscultação de foco fetal com

doppler. Participei também nas atividades do serviço de internamento onde colaborei na gestão de 31

doentes. Tive igualmente a oportunidade de assistir a 9 partos, 5 eutócicos, 2 distócicos com recurso a ventosa e 2 cesarianas, com participação ativa numa destas. Além disso, colaborei em atividades no serviço de urgência, assisti a consultas de ginecologia e de senologia e observei a realização de ecografias. Finalmente

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6 apresentei no serviço as conclusões do ARRIVE trial – A Randomized Trial of Induction Versus Expectant

Management.

SAÚDE MENTAL – Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, 3 de dezembro 2018 - 11 de janeiro de 2019

O estágio foi orientado pela Dra Beatriz Lourenço. Os objetivos que defini para este estágio consistiam em praticar a colheita de história clínica em psiquiatria e a realização do exame de estado mental, bem como sistematizar sintomas, principais psicopatologias e bases do tratamento. Procurei entender os fatores que contribuem para a etologia das doenças da mente e ainda as particularidades da consulta e internamento em psiquiatria. Tinha como metas pessoais compreender as várias vertentes desta especialidade, nomeadamente as oportunidades de investigação em neurociência e a relação mais próxima com as ciências socias. A Dra Beatriz Lourenço pertence à Clínica 5 do CHPL, que corresponde a um internamento de episódios agudos para doentes da região de Lisboa. Foi neste internamento que a maior parte do meu estágio teve lugar. O motivo de internamento mais frequentemente observado foi ideação suicida ou tentativa de suicido. Foi explicado que habitualmente não é o motivo de internamento mais frequente do serviço, tratando-se de uma exceção que ocorre durante a época natalícia e de passagem de ano. Tive ainda a oportunidade de participar em consultas de psiquiatria geral (onde as patologias mais observadas foram perturbações de humor e esquizofrenia) e na dinâmica do Serviço de Urgência e de triagem do serviço de reabilitação. Assisti às reuniões de internos e reuniões gerais do serviço. Participei ainda numa reunião multidisciplinar de sexologia. As consultas de triagem e de psicologia para indivíduos com disforia de género, pelo seu caracter verdadeiramente multidisciplinar e pela complexidade das situações que surgiram, constituíram uma das experiências que mais me marcaram. Tomei também contacto com projetos de intervenção na comunidade, como o TRAS(PARENTE) ou o Grupo de Teatro Terapêutico e visitei o pavilhão destinado a expor obras de arte desenvolvidas pelos doentes. Finalmente, apresentei uma história clínica de um doente com esquizofrenia.

MEDICINA INTERNA – Hospital Egas Moniz, 21 de janeiro de 2019 – 15 de março de 2019

O estágio decorreu sob a orientação do Dr. Francisco Silva e sua equipa. Defini como prioridades aprender a abordagem de algumas das patologias mais frequentes em Portugal; compreender as particularidades de um doente internado, nomeadamente a gestão do risco trombótico ou a prevenção de úlceras de pressão e saber selecionar métodos complementares de diagnóstico (MCDTs) de forma eficaz. Como meta pessoal procurei desenvolver a autonomia de forma gradual e supervisionada. Fui integrada na equipa do Dr. Francisco Silva, ficando a meu cargo 1 ou 2 doentes por dia. As minhas tarefas incluíam consulta de vigilâncias das notas de enfermagem, realização de anamnese e exame objetivo, interpretação de MCDTs, sugerir a prescrição de medicação ou outras medidas terapêuticas, referenciar a outras especialidades ou

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7 solicitar o apoio de outros profissionais de saúde. A situação mais marcante neste estágio foi ter acompanhado de perto uma doente com neoplasia do pulmão que viria a falecer e ter presenciado a transmissão da notícia aos familiares. Assisti ainda a consultas de medicina interna onde observei maioritariamente doentes em pós-AVC. O serviço de urgência permitiu-me contactar com casos comuns de patologia aguda e descompensação de doença crónica. A principal patologia observada no SU foi gripe e, de facto, segundo o Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe disponibilizado pela DGS, as semanas em que o meu estágio decorreu corresponderam ao pico e início da redução dos casos de gripe. Pude assistir a diversas reuniões do serviço e journal-clubs. Finalmente, apresentei com as minhas colegas um trabalho sobre a abordagem do doente com disfagia e desenvolvemos um panfleto sobre a gestão da disfagia em casa destinado aos doentes e seus familiares.

CIRURGIA GERAL – Hospital Beatriz Ângelo, 18 de março de 2019 – 17 de maio de 2019

Este estágio decorreu sob a orientação do Dr. Gonçalo Luz. Os principais objetivos que tracei visaram consolidar a abordagem e o tratamento cirúrgico de doenças frequentes de vários órgãos e sistemas, utilizando técnicas de abordagem clássicas ou minimamente invasivas como a laparoscopia; compreender o funcionamento e dinâmica da sala operatória; familiarizar-me com várias técnicas e procedimentos pré-operatórios como o posicionamento do doente, desinfeção ou colocação de acessos venosos; rever instrumentos cirúrgicos e diversas estruturas anatómicas. Tinha como metas pessoais conseguir participar em cirurgias com maior confiança que em anos anteriores e relembrar técnicas de sutura. Observei um total de 26 cirurgias e participei como ajudante em 3, durante as quais pude realizar tarefas simples como cortar fios de sutura, ajudar com o posicionamento de Farabeuf, manusear instrumentos de laparoscopia, utilizar o aspirador e colocar os agrafos para encerrar a incisão. Sublinho que a maioria das laparoscopias que observei foram 3D – algo que nunca tinha presenciado. Tive ainda a oportunidade de participar em consultas de cirurgia geral e na dinâmica do Serviço de Urgência cirúrgico. Além disso, durante uma semana, estive no Serviço de Urgência Geral do hospital, onde passei por diversas secções do mesmo. Realizei ainda 2 semanas de estágio opcional em Cuidados Intensivos, visando colmatar o contacto limitado que tinha tido com esta área durante o curso. Finalmente, apresentei um trabalho no minicongresso intitulado: You know nothig Jon

Snow- Um doente complexo com hérnia do hiato.

ESTÁGIO OPCIONAL DE NEUROLOGIA – Hospital de Santa Maria, 20 de maio de 2019 – 31 de maio de 2019

Por ser uma área de interesse pessoal, decidi realizar um estágio em neurologia. O estágio teve lugar no Hospital de Santa Maria e fui orientada pela Dra. Teresa Pinho e Melo e pela sua equipa. No fundamental pretendia com este estágio aprender os processos que envolvem a realização do exame neurológico e consolidar a abordagem de patologias menos comuns da área da neurologia como doenças neuromusculares

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8 e neuropatias periféricas. Uma vez que fui colocada na unidade de AVC, estabeleci como meta pessoal sistematizar a abordagem de um doente com AVC, desde a via verde aos cuidados pós-alta. Ao longo de 15 dias observei cerca de 10 doentes em status pós-AVC, acompanhei a equipa em vias verdes e assisti a trombectomias. Considerei particularmente estimulante a abordagem de um doente jovem em pós-AVC que teve como sequelas uma afasia de expressão e apraxia severas, que foram avaliadas formalmente no laboratório de linguagem do hospital. Tive ainda a oportunidade de assistir a consultas de doenças neuromusculares e neuropatias periféricas e de demências.

ELEMENTOS VALORATIVOS

Integrei a equipa da revista FRONTAL desde 2015 e assumi o cargo de Diretora e Presidente da

Comissão Organizadora da revista para o mandato de 2018. A FRONTAL - revista da Associação de

Estudantes da Faculdade - é gerida na sua totalidade por estudantes de medicina e pretende assumir o estatuto de órgão informativo capaz de ativamente promover uma atualização constante e um debate informado no seio da comunidade estudantil pré-graduada. Fui responsável por uma equipa de cerca de 20 pessoas, desenvolvendo atividades de gestão do website da revista e de escrita de artigos para o mesmo; lançamento da edição impressa número 48 da revista, subordinada ao tema da globalização em medicina; cobertura de diversos congressos (XII Congresso do Sindicato Independente dos Médicos, IV Jornadas Médicas da Nova, iMed Conference 10.0 e TedXCampoSantana); organização do III Choque Frontal, onde se debateu a inteligência artificial em medicina. Na qualidade de Diretora da FRONTAL integrei a comissão organizadora da iMed Conference 10.0 e coordenei o lançamento da edição especial da revista comemorativa dos 10 anos da conferência. Em 2019, como colaboradora, escrevi uma crónica para a edição número 49 – Mulheres na Medicina, sobre uma das consultas de disforia de género, baseando-me na minha experiência no estágio de Saúde Mental.

Entre 2017 e 2018 fui vogal de direção da AEFCM, assumindo durante o primeiro ano as funções de Coordenadora de Imagem e Meios e, no segundo, como Diretora da FRONTAL. No exercício destas funções participei na organização de diversas atividades, como receção de novos alunos no início do ano, eventos lúdicos como festas ou organização de workshops.

Entre setembro de 2017 e dezembro de 2018 trabalhei como estagiária para a incubadora de startups

na área da saúde da Universidade NOVA, a Healthcare City. Fui estagiária voluntária da startup SecondOpinion (com quem desenvolvi um ensaio intitulado Technology in Healthcare) e estagiária

remunerada da Healthcare City, onde integrei a equipa do Future Health Report. Neste âmbito desenvolvi um trabalho de investigação para a empresa acerca da opinião de médicos da área da imagiologia sobre inteligência artificial vocacionada para interpretar exames de imagem.

Em dezembro de 2018 fiz fui voluntária projeto Natal Diferente da Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina de Lisboa. Passei a manhã de dia 24 no Hospital São Francisco Xavier a entregar

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9 presentes, fazer atividades de animação, ou simplesmente conversar com doentes internados na enfermaria de medicina interna e pediatria.

Como experiência internacional, destaco a frequência entre 31 de julho e 4 de agosto 2017 da Future Excellence 9th International Medical Summer School da Universidade de Manchester, no Reino Unido. Nesta escola participei em várias palestras e workshops que transmitiam uma visão abrangente acerca de várias especialidades, forneciam orientações sobre o desenvolvimento de uma carreira de mérito, destacavam áreas de interesse futuro para investigação e aconselhavam sobre publicação científica.

Finalmente, contribuiu também para a minha formação neste ano a participação na 8a Reunião de Imunoalergologia de Lisboa e na The Lancet Comission on Global Mental Health, bem como a frequência do curso TEAM no estágio de cirurgia.

Os certificados referentes a todas estas atividades estão em anexo no final deste documento.

REFLEXÃO CRÍTICA

A conclusão do ano profissionalizante permite-me fazer uma reflexão acerca da pertinência dos objetivos propostos, assumindo uma atitude crítica face ao meu percurso durante o ano, tendo em conta o modelo de Competency-Based Medical Education e as aptidões explicitadas no documento O Licenciado

Médico em Portugal.

No que diz respeito aos objetivos definidos, penso que consegui concretizar a maior parte dos mesmos, em consonância com as expetativas iniciais. Todos os estágios que realizei foram importantes para consolidar

e aprofundar conhecimentos teóricos em medicina e aprender a fazer a gestão do doente em várias áreas

do conhecimento. Os estágios MGF e Ginecologia e Obstetrícia permitiram-me conhecer melhor o valor da

medicina preventiva e de medidas de promoção da saúde, as quais são tão ou mais importantes que as

respostas reativas às situações de doença. Durante os estágios de MGF, Pediatria e Saúde Mental tive oportunidade de desenvolver a minha capacidade de comunicação e melhor dominar a arte da complexa

relação médico-doente. Em Medicina Interna procurei desenvolver de forma gradual a minha autonomia nos atos médicos apropriados a uma fase inicial da carreira. Durante o estágio de Cirurgia-Geral pude

aprofundar as minhas competências na realização de alguns procedimentos invasivos que não tinha tido oportunidade ou confiança para executar anteriormente no curso. Destaco ainda como muito positivo a mudança de paradigma na Prova Nacional de Acesso agora centrada na prática clínica, em simbiose com os objetivos da formação médica pré-graduada - o que contribuiu para reforçar a minha dedicação às atividades dos estágios do ano profissionalizante.

Apesar de acreditar ter alcançado a maioria dos objetivos que defini para cada estágio, não posso deixar de referir algumas componentes debilmente conseguidas. Por exemplo, em MGF gostaria de ter conduzido mais consultas de forma autónoma para uma melhor consolidação das várias etapas de uma consulta bem sistematizada. Em Pediatria acabei por ter uma visão algo fragmentada da especialidade, uma vez que num

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10 centro de referência como o HDE existem serviços muito específicos. Contudo, penso que este aspeto foi mitigado pela forte cultura multidisciplinar dos profissionais da Estefânia e por ter visitado várias consultas e serviços. Em Cirurgia Geral gostaria de ter tido a oportunidade de praticar técnicas de sutura, o que não foi permitido pelo HBA, pelo que terei de colmatar essa falha enquanto Interna da Formação Geral.

Os elementos valorativos que referi anteriormente contribuíram para que alguns dos objetivos explicitados em O Licenciado Médico em Portugal fossem alcançados. Sublinho que foi durante a minha participação na Future Excellence 9th International Medical Summer School que verdadeiramente percecionei a realidade de todos os médicos, de forma mais ou menos preponderante, serem também investigadores, educadores e líderes – algo que moldou o resto do meu percurso académico. Ter sido responsável pela revista FRONTAL permitiu-me conhecer e enfrentar certos desafios do trabalho em equipa e do exercício da liderança, ajudou-me a melhorar as minhas capacidades de comunicação oral e escrita e a refletir sobre diversos problemas éticos na profissão médica. Na Healthcare City reforcei convicções sobre a crescente importância da investigação e das novas tecnologias em medicina, tendo mesmo elaborado trabalhos sobre as mais recentes aplicações de tecnologia na saúde ou da inteligência artificial na imagiologia médica. O projeto de voluntariado Natal Diferente fez-me tomar contacto com a realidade de quem passa uma altura festiva internado e constatar, como aconteceu diversas vezes ao longo do curso, que pode fazer toda a diferença a humanização dos cuidados de saúde. Finalmente, gostaria de sublinhar o significado que teve para mim a Unidade Curricular Opcional de Gestão e Governação Clínica (5º ano), pelos conhecimentos adquiridos na área de gestão e financiamento da saúde, que me permitiram atingir muitos dos objetivos desta área descritos em O Licenciado Médico Em Portugal.

Termino agradecendo aos meus pais, família, amigos e aos tutores, colegas, doentes e seus familiares que contribuíram para a minha formação. Agradeço em particular à Dra Marta Conde e ao Dr. Gonçalo Luz, por terem sido para mim referências de excelência nos planos científico e humano e pelo que me ensinaram sobre a arte da Medicina.

Para concluir, recordo quando, no âmbito das minhas atividades na FRONTAL, entrevistei o Prémio Nobel da medicina e fisiologia de 1995, o biólogo Eric F. Wieschaus, que me deu um conselho que nunca mais esqueci e que vou procurar seguir: para seres uma grande médica e uma boa pessoa sê perfecionista na tua

ciência, mas não negligencies os teus gostos pessoais, os teus hobbies e as tuas pessoas- para levares para a ciência um pouco de ti.

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ANEXOS

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2- iMed Conference

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3- AEFCM

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4- Healthcare City

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5- Natal Diferente

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6 - Future Excellence 9th International Medical Summer School

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7 – Congressos/cursos

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Referências

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