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Acompanhamento da produçâo de alevinos revertidos de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus vr. chitralada), no Centro de Pesquisas em Aquicultura do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS (Pentecoste, Ceará)

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Academic year: 2021

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1UNIVERSIDADE1 DERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PESCA

CURSO DE ENGENHARIA DE PESCA

FELIPE XIMENES LUZ

ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO DE ALEVINOS REVERTIDOS DE TILAPIA DO NILO (Oreochromis nilotictis VIR. CIHTRALADA), NO CENTRO DE PESQUISAS EM AQUICULTURA DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE OBRAS CONTRA AS SECAS — DNOCS (PENTECOS 1E, CEARÁ).

FORTALEZA 2010

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_FELIPE XTMENES LUZ

ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO DE ALEVINOS REVERTIDOS DE TILÁPIA DO NILO (Oreochromis nitoficus YR. CHITRALADA), NO CENTRO DE PESQUISAS EM AQUICULTIJRA DO DEPARTA1VIENTO NACIONAL DE OBRAS CONTRA AS SECAS — DNOCS (PENTECOSTE, CEARÁ).

Trabalho Supervisionado - Modalidade B - Relatório submetido ao Departamento do curso de graduação em Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Ceara, como requisito parcial para a obtenção do titulo de Engenheiro de Pesca.

Área de concentração: Aquicultura Orientador: Prof Rafahel Marques Macedo Fontenele

FORTALEZA 2010

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca Universitária

Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

L994a Luz, Felipe Ximenes.

Acompanhamento da produçâo de alevinos revertidos de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus vr. chitralada), no Centro de Pesquisas em Aquicultura do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas -DNOCS (Pentecoste, Ceará) / Felipe Ximenes Luz. – 2010.

33 f. : il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias, Curso de Engenharia de Pesca, Fortaleza, 2010.

Orientação: Prof. Rafahel Marques Macedo Fontenele. Coorientação: Profa. Josenilde Castro Henrique. 1. Reversão sexual. 2. Produção de tilápia. I. Título.

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FELIPE XEVMNES LUZ

ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO DE ALE:TINOS REVERTIDOS DE

TTLAPIA DO NILO (Oreochromis niloticus YR. CHITRALADA), NO CENTRO DE

PESQUISAS EM AQUICULTURA DO DEPARTAMENTO NACIONAL DE OBRAS CONTRA AS SECAS — DNOCS (PENTECOSTE, CEARÁ).

Relatório de Estagio Supervisionado submetido a coordenação do curso de graduação em Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Ceara', como requisito parcial para a

obtenção do titulo de Engenheiro de Pesca. Aprovado em 30/12/2010

BANCA EXAMINADORA

Prof. Rafahel Marques Macedo Fontenele (Orientador) Universidade Federal do Ceará - UFC

Eng. de Pesca Emanuel Soares dos Santos, M.Sc

Eng. de Pesca Prof. Bruno Braulino Batista Universidade Federal do Ceará - UFC

ORIENTADOR TÉCNICO:

Engenheira de Pesca Josenilde Castro Henrique Centro de Pesquisas em Aqiiicultura DNOCS

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, que sempre me guiou nos momentos difíceis durante toda essa caminhada.

Ao meu pai, Luis Batista Luz Filho, pessoa que me espelho a todo o momenta, por ter-me ensinado tudo o que sei a respeito de princípios e valores morais que fazem de mim o que sou hoje.

A minha mãe, Maria Gizele Ximenes Luz, pelo mcentivo, dedicação, compreensão e por estar sempre presente em minha vida.

A minha tia, Maria de Fátima Ximenes, ao meu irmão, Tiago Ximenes Luz, as minhas avós, Maria Vanda Holanda e Maria Neuman Ximenes, aos meus avôs Luis Batista Luz e Manuel Loreto Ximenes pelo apoio, pela presença e incentivo emocional.

A minha companheira e namorada Aryanne Mota pelo amor, dedicação e compreensão. A minha orientadora-técnica Josenilde Castro, por ter me dado todo o suporte técnico para a realização do trabalho e por todo o incentivo.

Ao Professor Rafahel pela amizade, orientação, apoio e compreensão, especialmente na elaboração desse trabalho.

Aos meus amigos do curso de Engenharia de Pesca, em especial a Atila Elias, Felipe Lima, Felipe Rocha, Tércio Alexandre, Vitor Matheus e Wictor Edney, pela sincera amizade, companheirismo e por terem tornado essa caminhada a mais importante da minha vida.

Aos meus amigos de aventura, Glauber Guimarães, Marcos Antony, Cristiano Lúcio e, em especial, ao meu amigo e irmão Weslley Gomes, vão aqui meus sinceros agradecimentos.

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RESUMO

O estágio supervisionado foi desenvolvido no Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von Ihering — CPAq Rodolpho von Ihering, Pentecoste — CE do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS no período de Junho a Julho de 2010. 0 estágio teve como objetivo acompanhar as técnicas de reprodução e obtenção de tildpias monossexo, através do método da reversão sexual com uso de hormônios masculinizantes As etapas acompanhadas para a produção de alevinos revertidos de tildpia foram: seleção, estocagem e acasalamento dos reprodutores; coleta de ovos, larvas e pós-larvas nos hapas de reprodução; seleção e profilaxia de ovos, larvas e pós-larvas; estocagem das pós-larvas nas calhas e hapas de reversão incubação de ovos; reversão sexual em calhas e hapas; preparação da ração com hormônio masculinizante (17-a-metiltestosterona); taxa de arraçoamento; seleção e comercialização dos alevinos.

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LISTA DE FIGURAS

Pagina FIGURA 1. Exemplar de tildpia do Nilo (Oreochromis nilodctts,

Linnaeus, 1758) do plantei de reprodutores do Centro de Pesquisas em

Aqiiicultura Rodolpho von Ihering CPAq - DNOCS, Pentecoste — CE 14

FIGURA 2. Vista aérea do Centro de Pesquisas em AqUicultura Rodolpho von

Ihering — CPAq - DNOCS, Pentecoste — CE 17

FIGURA 3. Vista parcial do Centro de Pesquisas em AqUicultura Rodolpho

von Ihering CPAq - DNOCS (Campus I), Pentecoste — CE 18

FIGURA 4. Tanques destinados ao descanso dos reprodutores de tildpia do Nilo no Centro de Pesquisas em AqUicultura Rodolpho von Ihering — CPAq - DNOCS, Pentecoste — CE

FIGURA 5. Viveiro contendo os hapas de reprodução da tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus, Linnaeus, 1758), no Centro de Pesquisas em

AqUicultura Rodolpho von Ihering — CPAq - DNOCS, Pentecoste — CE 22

FIGURA 6. Exemplar capturado de fêmea de tiapia do Nilo (Oreochromis niloticus, Linnaeus, 1758) apresentando incubação oral dos ovos, no Centro de Pesquisas em AqUicultura Rodolpho von Ihering CPAq DNOCS, Pentecoste

—CE 22

FIGURA 7. Despesca total de ovos, larvas e pós-larvas, e captura, para repouso, dos reprodutores de tildpia do Nilo, no Centro de Pesquisas em AqUicultura Rodolpho von Ihering — CPAq - DNOCS, Pentecoste — CE

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FIGURA 8. Reprodutores preparados para serem conduzidos aos tanques de repouso, no Centro de Pesquisas em Aqiiicultura Rodolpho von Ihering — CPAq

- DNOCS, Pentecoste — CE 24

FIGURA 9. Separação de ovos, larvas e pós-larvas de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus, Linnaeus, 1758), no Centro de Pesquisas em

Aquicultura Rodolpho von Ihering — CPAq - DNOCS, Pentecoste Ch 25

FIGURA 10. Tratamento dos ovos em formalina, no Centro de Pesquisas em

AqUicultura Rodolpho von Ihering — CPAq - DNOCS, Pentecoste — CE 25

FIGURA 11. Incubadora dos ovos e bandeja plástica para coleta das pós-larvas, no Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von Ihering — CPAq DNOCS, Pentecoste — CE

FIGURA 12. Selecionador de pós-larvas para a reversão sexual (malha 2,5rnm) de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus, Linnaeus, 1758), no Centro de Pesquisas em Aqi.licultura Rodolpho von Ihering CPAq - DNOCS, Pentecoste —CE

FIGURA 13. Calhas utilizadas no inicio do processo de reversão sexual de pós-larvas de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus, Linnaeus, 1758), no Centro de Pesquisas em Aqiiicultura Rodolpho von Ihering — CPAq DNOCS, Pentecoste —CE

FIGURA 14. Hapas de reversão para as pós-larvas de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus, Linnaeus, 1758), no Centro de Pesquisas em

AqUicultura Rodolpho von Ihering — CPAq - DNOCS, CE 29

26

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FIGURA 15. Preparação da ração com o hormônio masculinizante 17-a-metiltestosterona para reversão sexual de pós-larvas de tildpia do Nilo (Oreochromis niloticus, Linnaeus, 1758), utilizada no Centro de Pesquisas em

Aqiiicultura Rodolpho von Ihering — CPAq - DNOCS, Pentecoste — CE 30 FIGURA 16. Selecionador utilizado na separação de alevinos revertidos de

tildpia do Nilo (Oreochromis niloticus, Linnaeus, 1758), realizado no Centro de Pesquisas em AqUicultura Rodolpho von Ihering — CPAq - DNOCS, Pentecoste

—CE 31

FIGURA 17. Comercialização de alevinos de tildpia do Nilo (Oreochromis niloticus, Linnaeus, 1758), acondicionados para comercialização, no Centro de Pesquisas em Aqiiicultura Rodolpho von Ihering — CPAq - DNOCS, Pentecoste

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SUMÁRIO Página RESUMO 5 LISTA DE TABELAS 6 LISTA DE FIGURAS 7 1. INTRODUÇÃO 11

1.1. A situação da pesca e a aqiiicultura no Brasil 11

1.2. Definição de Piscicultura 12

1.3. A piscicultura no Brasil 12

1.4. Tilápia do Nino (Oreochromis nikticus, Linnaeus 1758). 13

2. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO 17

3. ETAPAS ACOMPANHADAS DURANTE O ESTÁGIO 19

3.1. Reprodução da tilápia do Nilo 19

3.1.1. Seleção dos reprodutores 19

3.1.2. Estocagem e acasalamento dos reprodutores nas hapas. 21

3.2. Coleta de ovos, larvas e pós-larvas nos hapas de reprodução 23

3.3. Seleção e assepsia de ovos, larvas e pós-larvas 24

3.4. Estocagem das pós-larvas nas calhas e hapas de reversão 27

3.5. Preparo da ração para a reversão sexual 29

3.6. Comercializnção de alevinos pós-revertidos 31

CONSIDERAÇÕES FINAIS 33

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1. INTRODUÇÃO

1.1. A situação da pesca e aquicultura no Brasil

O Brasil possui um potencial imenso para o desenvolvimento das diversas modalidades de aquicultura (piscicultura, carcinicultura, ranicultura, etc.), pois apresenta uma grande quantidade de recursos hídricos, além de uma produtiva regido costeira. Possui também uma grande riqueza em espécies, diversos microclimas e areas adequadas ao desenvolvimento da atividade (CAMARGO, POLTEY, 2005).

Contudo, a aquicultura no Brasil tem sido desenvolvida muito modestamente, se comparada com outras partes do mundo, onde ocupa um lugar de destaque como produtora de produtos de exportação por excelência. Isto se da, principalmente, devido à falta de uma política setorial que priorize linhas de apoio governamental à produção e, da necessidade de uma definição das alternativas de maior impacto sócio-econômico com vistas ao aproveitamento das potencialidades naturais de cada região. O Brasil ocupa a vigésima

posição mundial entre os produtores de pescado cultivado (FAO, 2008).

Os grandes problemas da aquicultura brasileira são a falta de organização do sistema de transferência de tecnologia, a carência de pesquisa aplicada, do ordenamento e desenvolvimento, bem como a distribuição dos produtos pesqueiros (CASTAGNOLLI, 1995). A médio prazo, a aquicultura sera o setor do pais que mais oferecerá possibilidade de aumento da produção de pescado, sendo necessário um estudo que possibilite a formulação de um programa de desenvolvimento da aquicultura, levando-se em conta as diferentes regiões brasileiras (CAMARGO, POUEY, 2005).

No ano de 2006, o Brasil produziu 271,7 toneladas de organismos aquáticos, representando 0,41% do total mundial. Com relação as regiões do Brasil, a maior captura ocorreu no Sul, apresentando 249.987,5 t e 168.249,5 t para a pesca marinha e continental, respectivamente. Para todo o Brasil, o total capturado foi 779.112,5 t. Com relação aquicultura, a maior produtora foi a região Nordeste em se tratando de maricultura, com um total de 63.750,5 t e 62.823,5 t para região Sul quanto a aquicultura continental. O Ceard capturou um total de 16.552 t e 10.576 t para a pesca marinha e continental, respectivamente, 11

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e produção total de 22.000 t e 17.180 t para a maricultura e aquicultura continental, respectivamente. Nesse ano, o Ceara ocupou a segunda colocação quanto à maricultura (27,32% do total brasileiro) e a primeira colocação quanto à aquicultura continental (8,99% do total brasileiro) (I HAMA, 2008).

Ainda nesse ano, a espécie mais produzida foi a tildpia do Nilo, O. niloticus, com um volume de 71.253,5 t (26,23% do total brasileiro), apresentando um crescimento de 9,86% entre os anos de 2003 e 2006. Em segundo lugar se encontrou o camarão L. vannamei, com 65.000 t (23,92%) (IBAMA, 2008).

1.2. Definição de piscicultura

A piscicultura é o ramo da aquicultura que lida Col11 o cultivo de peixes. Os egípcios já desenvolviam essa atividade ha mais de dois mil anos antes de Cristo, cultivando tildpias em tanques ornamentais para o consumo em ocasiões especiais. Os primeiros registros das atividades aquicoIas naquele pais remontam a 1.100 a. C. Apesar da tradição milenar, o atual crescimento da aquicultura na China se deu a partir da década de 70, tendo sido responsável pela elevação do consumo de pescados, que passou de 10 quilos anuais por pessoa para os atuais 27,7 quilos, nos últimos 20 anos (NOGUEIRA, 2007).

1.3. A piscicultura no Brasil

A piscicultura no Brasil teve seus primeiros registros na década de 30, quando foram realizadas as primeiras experiências, visando obter a desova de espécies nativas em cativeiro. No entanto, a piscicultura como atividade econômica é muito mais recente, embora o Brasil seja um dos países com maior potencial hídrico em todo mundo (NOGUE1RA, 2007). Ainda segundo este autor, os primeiros empreendimentos em caráter comercial, na década de 80, esbarravam em toda a sorte de problemas como o baixo conhecimento das técnicas de manejo, poucos trabalhos de pesquisas, inferior qualidade genética dos alevinos que eram ofertados para os produtores, a inexistência de rações nutricionalmente adequadas para

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atender às exigências específicas das espécies cultivadas na época, dentre outras. Mas, mesmo assim, a atividade foi crescendo e despontando como uma boa opção de geração de renda e de oferta de pescado para os mercados internos e externos.

A produção aquicola brasileira alcançou um milhão de toneladas, entre os anos de 1980 a 1985, em seguida decresceu e se estabilizou próximo de 700 mil toneladas no inicio do século XXI. Mas de 1990 a 2000, a aquicultura brasileira cresceu em media 23,8% enquanto a aquicultura mundial cresceu apenas 10,2%. Em 2005, a produção de pescado foi cerca de 1,1 milhões de toneladas, sendo 750 mil proveniente da pesca e cerca de 270 mil proveniente da aquicultura, na qual a tilápia respondeu por 38%, os redondos (Colossorna macropomum, Piara ctus mesopotamicus e híbridos) com 26,7%, as carpas com 23,8%, as trutas com 1,3% e outras espécies com 10,2% (KLTBITZA etal., 2007).

0 Ceara concentra a maior produção de tildpias do país. Em 2004, o MAMA oficializou uma produção de 18 mil toneladas/ano, baseado em previsões da Associação Cearense de Aquicultura (ACEAq) de que 1,5 mil toneladas de tildpias eram comercializadas mensalmente, provenientes de cultivo, destinado para consumo interno (KUBITZA, 2007).

1.4. A tilipia do Nilo, Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758)

A tildpia do Nib, Oreochromis niloticus, é considerada o peixe mais importante atualmente (Figura 1). É cultivada em mais de cem países, com uma produção anual estimada em 800.000 toneladas (FITZSIMMONS, 2000). No Brasil, essa espécie foi introduzida em 1971. Com o objetivo de melhorar geneticamente o plantei, em 1996 foram importadas matrizes da linhagem tailandesa chitralada, gerando impactos positivos na produção da mesma, observando-se rápido crescimento no cultivo (KUBITZA, 2000).

As tildpias são ciclideos de origem africana contando, atualmente, com mais de 70 espécies, sendo a tildpia do Nib a segunda espécie mais cultivada no mundo, perdendo somente para as carpas. Esta espécie se destaca das demais pelo rápido crescimento, reprodução tardia, alta prolificidade e quando cultivada em águas verdes, a tilapia do Nib,

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apresenta maior taxa de conversão alimentar. Portanto, supera, ern crescimento, as demais espécies (KUBITZA, 2000).

Figura 1 - Exemplar de tilapia do Nilo (Oreochromis niloticus, Linnaeus, 1758) do plantel de reprodutores do Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von Ihering CPAq - DNOCS, Pentecoste — CE.

A maioria das espécies de tilapia amadurece sexualmente entre o 4° e 5° mês de vida e dependendo da temperatura, a precocidade pode ocorrer antes do 40 mês, sendo a energia, que as fêmeas deveriam utilizar para o crescimento, desviada para o ato reprodutivo, salientando, ainda, que algumas espécies de tilápias incubam os ovos na boca, ficando vários dias praticamente sem se alimentar, aumentando ainda mais a diferença de tamanho entre machos e fêmeas (KUBITZA, 2000).

Quando um sexo supera o outro em crescimento, a obtenção de lotes monossexo pode trazer outras vantagens: dependendo da espécie, pode ocorrer a suspensão da reprodução, havendo economia de energia com atividade reprodutiva, alcançando maior tamanho e melhor uniformidade na despesca, gerando uma carne de boa qualidade já que os efeitos da maturação sexual serão diminuídos (BEARDMORE et al., 2001). Atualmente,

algumas técnicas são usadas na tentativa de minimizar os efeitos da precocidade da espécie como: a sexagem manual, hibridização, super macho e a reversão sexual (CÉSAR et al.,

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Tabela 1 - Características das principais espécies de tiltipias cultivadas.

Tildpia do Nilo Tildpia Azul Tildpia de Moçambique Tildpia Zanzibar de Crescimento * * * * * * * * * * * * * * * * * Tolerância ao frio * * * * * * * * * * * * * * * * Tolerância à alta salinidade * * * * * * * * * * * * * * * * * * * Maturação sexual (meses) 5 a 6 4 3 3 a 4 Prolificidade * * * * * * * * * * * * * * *

um. de estrelas refere-se a característica do animal:*** mínimo ******máximo. Fonte: Kubitza et al., 2000.

Das técnicas utilizadas para produção de indivíduos monossexo, a reversão sexual é a mais viável do ponto de vista econômico. Consiste na administração de hormônio masculinizante (17-a-metiltestosterona - MT) adicionados à ração balanceada para as pôs-larvas, antes que o órgão reprodutor seja desenvolvido nas fêmeas (ovários), dando lugar ao desenvolvimento de tecido testicular, produzindo indivíduos que cresçam e funcionem

repro dutivamente como machos.

Desde a década de 80, o processo da reversão sexual vem sendo desenvolvido de forma viável para a obtenção de tildpias monosexo em escala comercial. A alimentação com ração contendo hormônio (MT) tem, geralmente, produzido uma taxa de 95% de eficiência de reversão no período de 21 a 28 dias, dependendo da temperatura (POPMA, GREEN,1990).

A densidade de pós-larvas deve ser de 3.000 a 5.000/m por hapa, com comprimento dos animais variando de 8 a 13 mm, o que reduz a quantidade de alimento natural disponível e as mesmas consumam somente a ração contendo o hormônio. Para isso, a ração deve ser palatável, de boa qualidade nutricional, a fim de assegurar a ingestão de hormônio na quantidade suficiente para que essa técnica seja efetiva (POPMA, LOVSHIN, 1996).

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A taxa de alimentação deve ser de 10 a 20% da biomassa total diária, fracionada em seis tratos (refeições) durante o dia. No inicio do tratamento serão ofertados 20% da biomassa até que as pós-larvas atinjam um comprimento de 15 mm. Posteriormente passarão a receber 10% da biomassa, até o final do tratamento, quando terão peso médio em torno de 0,2 a 0,8 g e com tamanho entre 14 a 25 mm, sendo que 95% destas devem ser maiores que 14 mm (POPMA, GREEN, 1990; POPMA, LOVSFEN, 1996).

O estágio desenvolvido no Centro de Pesquisa em Aquicultura Rodolpho von Ihering - DNOCS — Pentecoste, Ceara, teve como objetivo geral acompanhar as atividades desenvolvidas no mesmo em consideração ao processo de reversão sexual da tildpia do Nilo (Oreochromis niloticus).

Essa atividade teve como objetivos específicos acompanhar e adquirir conhecimentos práticos e teóricos sobre as praticas de cultivo de reprodutores da tildpia do Nilo; manejo e seleção de reprodutores e matrizes; acompanhar as atividades de manejo relativas à obtenção de ovos no sistema de hapas; acompanhar as atividades de manejo durante a fase de incubação dos ovos e reversão sexual das pós-larvas; método de arraçoamento utilizado e preparação da ração com hormônio masculinizante e forma de comercialização de alevinos.

Portanto, consideramos que propiciar ao concludente do Curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Ceará, a oportunidade de conhecer e atuar na produção de alevinos revertidos de tildpia do Nilo, no Centio de Pesquisas em Aquicultura Rodolfo von Ihering (DNOCS, Pentecoste, Ceara.), é uma ação relevante, destinada à formação de pessoal de nível superior altamente qualificado, essencial para o desenvolvimento sustentável de nosso Estado.

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2. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) foi criado em 1945 e ao longo dos anos vem atuando nos açudes públicos (e particulares) do Nordeste (SILVA, 2004) com o auxílio do Centro de Pesquisa em Aquicultura "Rodolpho Von lhering" (CPAq) (Figura 2), que foi fundado pelo engenheiro agrônomo Raimundo Adhemar Braga em 1972.

Fonte: Google (2010).

Figura 2 —Vista aérea do Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von Ihering — CPAq - DNOCS, Pentecoste— CE.

O CPAq localiaa-se na cidade de Pentecoste — CE, distando 89 km de Fortaleza — CE, sendo o acesso ao município pela BR — 222 e CE — 135. 0 Centro de Pesquisa possui uma Area construída de aproximadamente 15 hectares com duas unidades de pesquisa:

0 Campus I possui 48 viveiros de 350 m2, 10 viveiros de 2.500 m2, 01 viveiro de 5.000 m2 e 07 lagos possuindo juntos 21.500 m2; 01 unidade de preservação de linhagem com dois viveiros de 220 m2, 02 tanques de 66 m2 e 24 tanques de 33 m2; tanques para diversos fins, sendo dois de 10 m2 e três de 38 m2; Area administrativa com laboratórios de limnologia,

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aquicultura, genética molecular, tecnologia do pescado, salas do setor administrativo, auditório, restaurante, alojamento e fábrica de ração.

Figura 3 — Vista parcial do Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von Ihering CPAq - DNOCS (Campus I), Pentecoste — CE.

0 Campus II encontra-se desenvolvendo o cultivo do pirarucu Arapaima gigas, com objetivo de fornecer tecnologia e base econômica tornando possível o cultivo dessa espécie em todo o Nordeste.

Promover o povoamento e repovoamento das águas interiores do Nordeste com alevinos de espécies selecionadas são as principais atribuições do CPAq,tendo o objetivo de ofertar proteína animal de alto valor nutritivo e de baixo custo as populações do semi-árido, coordenando e executando pesquisas relacionadas com à aquicultura e pesca continental

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3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O ESTÁGIO

0 presente estagio aqui descrito foi realizado entre os meses de junho e julho de 2010, no Centro de Pesquisa em Aquicultura "Rodolpho Von Ilhering" (CPAq) em Pentecoste - CE. Durante o estágio foi possível acompanhar os procedimentos necessários à reprodução de tildpia do Nilo, Oreochrotnis niloticus, juntamente com o processo de reversão sexual utilizando-se o hormônio 17a-metiltestosterona, como descrito a seguir:

3.1. Reprodução da tilápia do Nilo

3.1.1. Seleção de reprodutores

O plantel de reprodutores utilizado atualmente no CPAq foi formado com alevinos de tildpias oriundas da Tailândia, no ano de 2002 (MATOS, 2003).

Os reprodutores são acondicionados separadamente em 26 tanques de repouso, todos de alvenaria, compreendendo uma area de aproximadamente 300 m2, coberta e revestida com tela de aço para evitar predadores e para manter a linhagem pura (Figura 4). Os indivíduos são estocados em uma densidade de 1,0 peixe/m2, alimentados uma vez ao dia com ração extrusada, contendo 28% de proteína bruta, com taxa de arraçoamento de 1 a 1,5% da biomassa total diária estocada. Este manejo esta de acordo com os relatos de Kubitza (2002).

A estocagem nesses tanques é realizada no intervalo entre desovas (descanso reprodutivo) visando amenizar o estresse e o desgaste energético do acasalamento proporcionando uma maior efetivação na produção de pós-larvas.

Nesta etapa os peixes são separados por sexagem manual após a despesca com o auxílio de um puçá (reduziu-se o nível de água dos tanques para facilitar o manejo).

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Figura 4 - Tanques destinados ao descanso dos reprodutores de tilápia do Nilo, no Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von ffiering — CPAq - DNOCS, Pentec,oste — CE.

A seleção foi feita manualmente levando-se em consideração o feneytipo do animal, as condições nutricionais, sanitárias e de maturação. As fêmeas adquadas a reprodução apresentavam o ventre abaulado, os machos apresentavam a coloração característica para o período reprodutivo e a liberação do liquido espermático ocorria com uma leve compressão no abdômen. Nesse momento, também foi feita uma análise visual do estado fisico dos reprodutores, observando o estado nutricional, presença de possíveis ferimentos, anomalias, tamanho e idade. Segundo Kubitza (2000), peixes grandes dificultam o manejo e as fêmeas, quando são jovens, produzem maior quantidade de óvulos, apresentam maior freqüência de desova, maior taxa de eclosão e melhor desenvolvimento e sobrevivência das pós-larvas.

Para realização do transporte dos reprodutores selecionados para as hapas de reprodução, foram utilizados recipientes com capacidade de 50L, contendo água do viveiro e sal 0 cloreto de sódio é muito utilizado na piscicultura para diminuir o estresse causado pelos constantes transportes e manuseios que removem a camada protetora de muco, ocasionando a perda de sais para a Agua. Quando o transporte é feito com água isotônica, a concentração dos fluidos corpóreos é mantida em equilíbrio com o meio (MESQUITA, 2005). Quando estocados em calhas ou tanques, a principal função do sal é a eliminação da Trichodina ssp,

sendo utilizado em concentrações de 0,1 a 0,3% (1 a 3 kg/m3 de água) estimulando a produção de muco, minimizando a ação da desse protozoário.

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3.1.2. Estocagem e acasalamento dos reprodutores nas hapas

Hapas são estruturas confeccionadas com tela de polietileno e apresentam como vantagens a facilidade no manejo de peixes e na captura de ovos e pós-larvas, tendo o menor custo de construção do que viveiros e tanques destinados a desovas. Outras vantagens são: a não necessidade de esvaziamento do viveiro e o melhor aproveitamento da area, podendo-se manter vários grupos estocados ao mesmo tempo.

Podem trazer como desvantagem a maior necessidade de manutenção baseando-se em limpeza freqüente devido a colrnatação da tela; inspeção da malha, a fim de evitar fuga de larvas, pós-larvas e reprodutores; vida ail curta, devido â exposição às intempéries do tempo e freqüente manuseio e limpeza; maior facilidade de predação por aves e maior risco de roubo.

As hapas utilizadas possuiam malha de 1,5 mm com dimensionamento de 10 x 1,5 x 1,0 m, sendo fixadas por estacas de madeira com auxilio de cordas para fixação da tela a madeira. Com o intuito de nivelar o fundo das hapas com o solo do viveiro, foram dispostos pesos confeccionados com varas de madeira e garrafas pet cheias de areia.

O Centro de Pesquisa Rodolpho Von Ihering do DNOCS possui dois viveiros destinados para a reprodução (Figura 5), que juntos possuem 65 hapas. Estes se localizam próximos A. bateria de tanques de repouso dos reprodutores, com objetivo de diminuir a distância e o estresse dos indivíduos pelos constantes manejos_ O viveiro n° 09 com 48 hapas, em um volume de 2.500m3 (25 x 100 x 1 m) e o viveiro n° 10 com 17 hapas, em 5.000m3 (50 x 100 x 1 m). Nos hapas de reprodução foram estocados os indivíduos selecionados nos tanques de descanso, na proporção de 1 macho para cada 3 fe'meas, mantendo uma densidade 04 peixes/m3 (15 machos e 45 fêmeas) com um total de 60 reprodutores em cada hapa. Este método de estocagem de reprodutores esta de conforme com o descrito por Nobre (2002).

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Figura 5 - Viveiro contendo os hapas de reprodução da tilópia do Nilo (Oreochromis niloticus, Linnaeus, 1758), no Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von Thering — CPAq - DNOCS, Pentecoste — CE.

Os reprodutores permaneceram nos hapas por 15 dias, sendo alimentados na semana inicial com ração extrusada contendo 32% de proteína bruta na taxa de 1% da biomassa estocada duas vezes ao dia, sendo interrompido na semana seguinte. Isso devido as fêmeas se alimentarem pouco e em virtude das mesmas se encontrarem com ovos ou larvas na boca correndo o risco de ingeri-los (Figura 6). Outros motivos para suspensão da alimentação foi aumentar o estresse nas matrizes, servindo de estimulo a desova e também a diminuição das sobras de ração dentro do hapa.

Figura 6 - Exemplar capturado de fêmea de tilápia do Nilo Oreochromis niloticus, (Linnaeus, 1758) realizando

incubação oral dos ovos, no Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von Ihering — CPAq - DNOCS, Pentecoste — CE.

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3.2. Coleta de ovos, larvas e pós-larvas nos hapas de reprodução.

A despesca de ovos, larvas e pós-larvas (Figura 7) 6 realizada no 150 dia após a estocagem dos reprodutores nos hapas de reprodução, sendo efetuada nas primeiras horas da manhã com o intuito de amenizar a ação do estresse.

Esta começa com a soltura das amarras das estacas e a remoção das estruturas de armação dos hapas. Em seguida, foi inserido um cano por baixo da tela, levantando-a ate a superficie tendo cuidado para não permitir a fuga dos reprodutores, forçando o adensamento dos indivíduos em uma das extremidades do hapa, facilitando a coleta.

Figura 7 - Despesca total de ovos, larvas e pós-larvas, e captura, para repouso, dos reprodutores de tildpia do

Nilo Oreochromis niloticus, (Linnaeus, 1758), no Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von 'hexing —

CPAq - DNOCS, Pentecoste — CE.

Primeiramente, com o auxilio de um puçá, foram retirados os reprodutores para evitar injurias nas pós-larvas. A separação do plantel foi feita através da sexagem manual e todas as fêmeas foram observadas para saber quais ainda estavam com ovos na boca e, quando encontrados, os mesmos foram delicadamente retirados da cavidade bucaL Após, os ovos foram colocados em um recipiente de plástico, contendo água, e conduzidos para os tanques de separação. As fêmeas foram colocadas em uma "bombona" com água e cloreto de sódio, sendo conduzidas para os tanques de repouso (Figura 8).

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Ao termino da separação, machos e fêmeas foram levados para os tanques de repouso e os ovos que ainda se encontravam no hapa foram coletados com auxilio de puçá com malha de 1,0 mm e de uma peneira para retirada destes do puçá. E então são transportados para o setor de incubação e reversão em recipiente plástico de 10 litros contendo aproximadamente 5 litros de água. Larvas e pós-larvas foram conduzidos para os tanques de manipulação próximos as incubadoras. Segundo Zimmermann (1999), o rodízio dos reprodutores melhora a sincronia das desovas, aumenta a eficiência das co letas de ovos na boca da fêmea, e diminuem as perdas de ovos, pelas remoções constantes dos mesmos, evitando que sejam ingeridos pela fêmea durante a incubação.

Figura 8— Reprodutores de tildpia do Nilo preparados para serem conduzidos aos tanques de repouso, no Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von Ihering — CPAq - DNOCS,Pentecoste —CE.

3.3. Seleção e assepsia de ovos, larvas e pós-larvas

Nos tanques de manipulação, primeiramente é realizado uma limpeza manual para retirada de escamas, folhas e algumas sujidades (Figura 9) e então larvas e ovos são separados das pós-larvas. Como as larvas e pós-larvas são pelágicas, concentram-se na superficie do recipiente facilitando assim a separação, já que ovos são demersais e concentram-se no fundo do recipiente.

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Figura 9 - Separação de ovos, larvas e pós-larvas de tildpia do Nilo Oreochromis niloficus, (Linnaeus, 1758), no

Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von Ihering — CPAq - DNOCS, Pentecoste — CE

Os ovos recebem uma limpeza para separação de lama e outras sujidades e então passavam por profilaxia e seguiam para as incubadoras. A profilaxia era feita por imersão em solução de formalina a 0,1% por 30 segundos, eliminando a ação de parasitas (Figura 10).

Figura 10 - Tratamento dos ovos de tildpia do Nilo em formalina, no Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von lhering — CPAq - DNOCS, Pentec,oste — CE.

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Após a profilaxia os ovos foram acondicionados em incubadoras (Figura 11), que são recipientes plásticos, formato cilíndrico, com capacidade para dois litros de agua e 300 g de ovos.

Figura 11 - Incubadora dos ovos e bandeja plástica para coleta das pós-larvas de tildpia do Nilo, no Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von Ihering — CPAq - DNOCS, Pentecoste — CE.

Essas incubadoras contam com renovação constante de água, através de um fluxo continuo com vazão de 4,0L/min, no sentido de baixo para cima, onde a água excedente seguia para uma bandeja plástica retangular de 29 x 19 x 5 cm e volume de 2,0L com aberturas nas laterais protegidas por uma tela plástica com malha de 1,0 mm para drenagem, permitindo o fluxo continuo, de forma a manter as larvas dentro das bandejas com troca total de água. Essas aberturas eram limpas constantemente com uma escova para evitar a obstrução da malha e para a retirada de larvas mortas, evitando a proliferação de fungos e parasitas.

0 fluxo de água das incubadoras conduzia as larvas com certo poder natatório as bandejas, onde permanecem por 02 a 03 dias, até a absorção completa do saco vitelino, onde se observou, após esse período, o inicio de um comportamento de agregação das pós-larvas.

Foi realizada então a contagem das pós-larvas com auxilio de uma peneira, funcionando como medida padrão, que suporta em média 5.000 pós-larvas, e logo após é feita uma nova profilaxia para serem então conduzidas ao primeiro estagio da reversão sexual, que ocorre em um sistema de calhas que consistiam em telhas de cimento amianto de 4,0 m x 0,25 m x 0,1 m, pintadas com tinta ep6xi branca, com a função de impermeabilizá-las e facilitar

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sua limpeza, com circulação continua de água numa vazão de 1,0L/min e capacidade para 10.000 pós larvas.

3.4. Estocagem das pós-larvas nas calhas e hapas de reversão

Pós-larvas são separadas por tamanho com auxilio de dois selecionadores encaixados um dentro do outro, o primeiro com malha de 2,5mm e o segundo com 1,5mm. As retidas no selecionador maior como não correspondiam ao tamanho adequado para a reversão sexual foram estocadas em tanques de alvenaria para posterior uso em programas de peixamento de açudes e as retidas no selecionador de 1,5mm foram transferidas para o setor de reversão sexual.

Figura 12 - Selecionador de pós-larvas para a reversão sexual (malha 2,5mm) de tildpia do Nilo Oreochromis

niloticus, (Linnaeus, 1758), no Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von Paering — CPAq - DNOCS,

Pentecoste — CE.

As pós-larvas coletadas das bandejas foram contadas com o auxilio de uma peneira pequena, funcionando como medida padrão, que suporta em média 5.000 pós-larvas. Após a contagem, as pós-larvas passaram por um banho em solução de forrnalina e foram levadas para as calhas (Figura 13), que consistiam em telhas de cimento amianto de 4,0 m x

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0,25 m x 0,1 m, pintadas com tinta ep6xi branca, com a função de impermeabilizá-las e facilitar sua limpeza. As calhas com capacidade para 100 L e 10.000 pós-larvas foram cobertas com telas para evitar a ação de predadores, principalmente aves, e possuíam fluxo continuo de água. Nessas calhas, foi iniciado o processo de reversão sexual.

Figura 13 - Calhas utilizadas no inicio do processo de reversão sexual de pós-larvas de tildpia do Nilo

Oreochromis niloticus, (Linnaeus, 1758), no Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von Ihering — CPAq

- DNOCS, Pentecoste — CE.

As pós-larvas permaneciam nas calhas por cinco dias, sendo alimentadas em seis tratos diários: as 7, 9, 11, 13, 15 e 17h, com ração em pó contendo o hormônio masculini7ante

17-a-metiltestosterona. As remoções dos resíduos orgânicos das calhas foram feitas, diariamente, através de sifonamento. As calhas foram mantidas cobertas por uma tela para evitar predadores. Esse período de reversão em águas claras é essencial para adaptação das pós-larvas ao alimento artificial, sem a interferência do natural, assim como para ganharem peso, evitando uma futura fuga de indivíduos dos hapas de reversão sexual.

Após o período de permanência nas calhas, as pós-larvas eram transferidas para os hapas (Figura 14) até o termino da reversão sexual entrando agora para o período da reversão realizado em aglias verdes. Neste, as pós-larvas são alimentadas também com seis tratos (refeições) diários, servidos dentro de um anel de alimentação.

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Figura 14 - Hapas de reversão para as pós-larvas de tildpia do Nilo Oreochromis niloticus, (Linnaeus, 1758), no

Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von Ihering — CPAq - DNOCS, Peiatecoste — CE.

Cada hapa possui 3 in3 (2,0 x 1,5 x 1,0 m) e abertura da malha de 1,5 mm com tela na parte superior para conter a ação de aves predadoras. Nesses hapas são estocados 10.000 pós-larvas permanecendo ai por 15 a 16 dias. Sendo assim, o tratamento para reverter sexualmente as pós-larvas no CPAq dura de 20 a 21 dias. Segundo Kubitza (2000), o período para a reversão sexual de tilapias é de 21 a 28 dias.

3.5. Preparo da ração para reversão sexual

Para preparo da ração (Figura 15) utilizada durante os 21 dias do período de reversão sexual foi utili7ndo ração comercial em p6, podendo conter 45 a 50% de proteína bruta (PB), com a incorporação do hormônio masculinizante 17-a-metiltestosterona na proporção de 60 mg,/kg de ração.

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Figura 15 - Preparação da ração com o hormônio masculinizante 17-a-metiltestosterona para reversão sexual de pós-larvas de tildpia do Nilo Oreochromis niloticus, (Linnaeus, 1758), utilizada no Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von lhering — CPAq - DNOCS, Pentecoste — CE.

Inicialmente foi preparada uma solução-estoque, onde era utilizado 6,0 g de hormônio 17-a-metiltestosterona diluído em 1 L de álcool etílico PA (99,8%). Sendo este volume suficiente para reverter 30.000 pós-larvas. Essa solução estoque armazenada em frasco de vidro na cor âmbar e mantida sob refrigeração (40°C). Através desse procedimento de armazenagem pode-se utilizar esse material por um período de três meses.

A incorporação do hormônio a ração foi realizada manualmente por um funcionário, onde para evitar-se o contato direto com o hormônio toma-se necessário o uso de equipamentos de proteção individual, como máscara e luvas.

Para cada quilo de ração, foram utilizados 10 mL da solução-estoque em 500 mL de álcool etílico comercial (56-70%). Com este volume, o hormônio (60 mg) contido nos 10 mL, prepara-se um quilograma de ração. Agitou-se a solução e à misturou com a ração até a obtenção de uma consistência homogênea e sem grânulos. Após a homogeneização, a ração foi disposta em camadas de no máximo três centímetros sobre sacos plásticos, e permaneceu em descanso a sombra de 01 a 02 dias, para evaporação do álcool. Após esse período a ração é peneirada e acondicionada a baixas temperaturas, para que possa manter-se adequada ao consumo dentro de três meses.

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3.6. Comercialização de alevinos p6s-revertidos

Terminado o período da reversão sexual, os alevinos foram despescados e submetidos a uma seleção por tamanho, através de um selecionador (Figura 16) com três aberturas de malhas diferentes (5,0; 4,0 e 1,5 mm) e estocados nos tanques de expedição. Os alevinos que ficavam retidos na malha de 5,0 mm apresentavam tamanhos na faixa de 3,0 a 5,0 (An e pesavam entre 1,2 a 2,2 g, e estavam aptos para serem comercializados.

Figura 16 - Selecionador ittilizado na separação de alevinos revertidos de tildpia do Nilo Oreochromis niloticus,

(Linnaeus, 1758), realizado no Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von lhering — CPAq - DNOCS, Pentecoste — CE.

Os alevinos que ficavam retidos na malha de 4,0 mm apresentavam tamanhos variando de 2,5 a 4,0 cm e pesavam de 0,5 a 1,2 g, podendo ser comercializados imediatamente ou serem alimentados por mais uma semana, com ração em pó com 40 a 45% de proteína bruta sem o holidènio masculini7ante, até atingirem o peso ideal para a comercialização.

Os alevinos que ao final da reversão apresentavam tamanhos inferiores a 2,5 cm foram descartados, pois havia grandes possibilidades da existência de fêmeas e/ou de indivíduos em intersexo. Durante o estágio, foi observado que esse descarte não ultrapassou os 5% dos lotes acompanhados.

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Os alevinos aptos à comercialização eram estocados nos tanques de expedição e passavam por jejum de 01 a 02 dias, para limpeza do trato digestivo e eram transportados em sacos plásticos com capacidade para 90 L, contendo 1/3 de agua, 2/3 de oxigênio e aproximadamente 50 g de cloreto de sódio, para manutenção do equilíbrio osmotic°, evitando a perda de eletrólitos dos peixes pelas branquias e reduzindo o efeito do estresse provocado pela captura e transporte (MESQUITA, 2001; URBINATI e CARNEIRO, 2004). Em cada saco de transporte, foram colocados mil alevinos com um grama de peso médio. Segundo Mesquita (2003), os sacos plasticos têm a vantagem de promover um "dumping" na oscilação dos parâmetros fisico-quimicos da água de transporte e reter a desejada mistura de oxigênio dissolvido em contato com a superfície da agua. Em períodos mais longos, isto se torna uma desvantagem, porque também são retidos os gases tóxicos, derivados da respiração dos peixes e da atividade bacteriana.

Figura 17 - Comercia1izac5o de alevinos de tilapia do Nilo Oreochromis niloticus, (Linnaeus, 1758),

acondicionados para comercialização, no Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von Ihering — CPAq - DNOCS, Pentecoste — CE.

Desta forma os alevinos revertidos de tildpia do Nilo revertidos sexualmente a machos estão prontos para serem entregues aos compradores e transportados aos locais de cultivo.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

No estágio supervisionado realizado no Centro de Pesquisas em Aquicultura Rodolpho von Ihering- DNOCS — Pentecoste, Ceara, foi acompanhada uma das técnicas mais importantes, atualmente, utilizadas para a produção de proteína animal de boa qualidade, a reversão sexual.

As técnicas de manipulação de reprodutores de tildpia do Nilo, de coleta de ovos dos mesmos em sistemas de hapas, de manipulação e preparação de ração com hormônio masculinizante desenvolvidas no mesmo são, hoje, consideradas de grande importância para o desenvolvimento da piscicultura nordestina, elevando os níveis de produção e diminuindo os custos dos mesmos.

0 acompanhamento dessas atividades contribuiu para acumular conhecimento e para por em pratica à teoria vista em sala de aula, sendo de grande importância para a formação do estudante de Engenharia de Pesca.

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