DEPARTAMENTO
DE
CIÊNCIAS
CONTÁBEIS
TRABALHO
DE
CONCLUSÃO
DE CURSO
PROPOSTA
DE
UM
SISTEMA DE CUSTOS
VOLTADO A
UMA
EMPRESA
COMERCIAL: um
estudode
casoda Hals Smolenaars Confecções
Ltda.-
ME
ROSIMERE
ALVES DE
BONA PORTON
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE
SANTA CATARINA
CENTRO
SÓCIO-ECONOMICO
DEPARTAMENTO
DE
CIENCIAS
CONTÁBEIS
PROPOSTA DE
UM
SISTEMA
DE
CUSTOS
VOLTADO
A
UMA
EMPRESA
COMERCIAL: um
estudode
casoda
Hals
Smolenaars Confecções
Ltda.-
ME
Trabalho de Conclusão de
Curso
submetido aoDepartamento
de Ciências Contábeis,do
Centro SócioEconômico, da
Universidade Federal de SantaCatarina,
como
requisito parcial para obtençãodo
título de bacharel
em
Ciências Contábeis.Acadêmica: Rosimere
AlvesDe Bona
Porton
Orientadora: Prof. ” Dr.”
Ilse
Maria Beuren
PROPOSTA
DE
UM
SISTEMA
DE CUSTOS
VOLTADO
A
UMA
EMPRESA
COMERCIAL: um
estudode
casoda Hais
Smolenaars Confecções
Ltda.-
ME
Acadêmica:
ROSIMERE
ALVES DE
BONA PORTON
Esta
monografia
foi apresentadacomo
trabalho de conclusãodo
Curso de Ciências Contábeisda
Universidade Federal de Santa Catarina, obtendo a notamédia
de ... ..atribuída pela banca constituida pelo professores abaixo mencionados.
Florianópolis, 09 de
novembro
de 2000._
Prof”.
Maria
Den'
eHenri~agrande,
M.Sc
Coordenadora
de
Monografi
deDepartamento
de
CiênciasContábeis
Professores
que
compuseram
a banca:~
Á(Í(Ôt‹/:fit/\/\
Prof”. Ilse
Maria
Beuren, Dra.
Presidente/audi
Prof.
Vladimir
Arthur Fey
Membro
\,/~~¬--N
é s Prof.×Erves DucatiM.Sc
`*Membro
A
sabedoria é radiante e imarcescível, eY
)fac`E'
I
fl " ÉF G? se deixacontemplar
eencontrar pelos
que
aamam
eprocuram
99AGRADECIMENTOS
Ao
atingirmais
um
objetivo de vida, gostaria de e>_<temarmeus
agradecimentos a todos que contribuíram para esta realização.
A
Deus
pela vida e presençaem
todos osmeus
desafios;A
meu
esposoF emando,
pelo carinho, apoio e motivação para a realizaçãodeste trabalho;
Aos meus
pais Anita» e José pelo incentivo de seguir sempreem
frente enunca
desanimar;Aos
demais
familiares pelacompreensão
e apoio;ç
A
professora IlseMaria
Beuren, pelos conhecimentos transmitidos, dedicação e atenção desde o projeto até a finalização deste trabalho;A
A
todos os professores,do
curso de graduaçãoem
Ciências Contábeis, pelos conhecimentosque
me
permitiram absorvercomo
verdadeiros legadosdo
saber;Aos meus
amigos do
NUPEC
Ana
Lúcia, Artur, Cristiane, Fabian, Juliana,Yerônica pela
amizade
e apoio;Aos meus
amigos
Fabiano e Renata pela amizade;Aos
colegasdo
curso, pelocompanheirismo
durante toda a realizaçãodo
curso;
A
empresa
,Hals Smoleaars Confecções Ltda V-ME,
na
pessoade
suaproprietária Sr.” Ivanilde Costa Smoleaars, pela oportunidade de realizar este estudo
na
empresa.SUMÁRIO
LISTA
DE
FIGURAS
... ..VIILISTA
DE
QUADROS
... ..VIIICAPÍTULO
1 ... _.1 1.1INTRODUÇÃO
... .. 1.1.1 Prolegómerios ... .. 1.1.2Problema
... .. 1.1.3 Objetivos ... .. 1.1.4 Justificativado
estudo ... .. 1.1.5Organização do
estudo ... .. 1.2METODOLOGIA
... .. 1.2.1Metodologia
da
pesquisa ... .. 1.2.2Metodologia
aplicada ... ._ 1.2.3 Limitaçãoda
pesquisa ... .. 00\lO\O\CAPÍTULO
2 ... ..9 2.1REVISÃO
BIBLIOORÁPICA ... ..92.2
CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA COMERCIAL
... ..92.3
Os
CUSTOS
EM
UMA
EMPRESA COMERCIAL
... .. 122.4
IMPORTÂNCIA
DO
SISTEMADE
CUSTOS
... .. 152.5
MÉTODOS
DE
CUSTEIO
... .. 172. 5. 1 Custeio
por
absorção ... ..18
2.5.2 Custeio direto
ou
variável ... ..19
2.5.3
Custeamento
baseadoem
atividades (ABC-ActivityBased
Costing) ... ..22
2.6
COMPOSIÇÃO
DOS
CUSTOS
TOTAISDA
EMPRESA
... ..25
CAPÍTULO
3 ... ..2sAPRESENTAÇÃODA
EMPRESA
... ..28
IMPORTÂNCIA DE
UM
SISTEMA
DE
CUSTOS
PARA
A
EMPRESA
OBJETO"DE
ESTUDO
29
PROPOSTA
DO
SISTEMA
DE
CUSTOS
... .. 313.3.1 Elementos de custos ... .. 31
3.3.2 Controle de estoques ... ..
36
3.3.3
Método
de custeio aplicável ... ..40
3.3.4 Estrutura
do
sistema de custos ... _. 41 - ~CONCLUSAO
E
RECOMENBAÇOES
... ..44
UJUJÊAJ bJl\)›--1
Figura
1 -Funções
básicasda
empresa
comercial ... _.Figura
2 -Composição
dos
custos totaisem
empresas
comerciaisLISTA
DE
QUADROS
Quadro
1 -Código de
classificaçãodos
grandes grupos de produtos
e suasSubdivisoes ... ..
Quadro
2 - Fichade
controlede
estoque (modelo) ... ..Quadro
3 - Planilhade
sistemade
custos ... ..oooooooo no
37
39
RESUMO
Este trabalho objetiva o desenvolvimento de
um
sistema de custos para empresas comerciais, através deum
estudo caso daempresa
Hals SmolenaarsConfecções
Ltda ~
ME.
-Desse
modo,
inicialmente apresentou-se otema
eproblema
de pesquisa.Em
seguida evidenciou-se os objetivos geral e específicos, a justificativa do estudo e a organizaçãodo
trabalho.Além
disso, abordou-se a metodologiada
pesquisaempregada no
presente estudo.q
Na
fundamentação teórica contemplou-se as características deuma
empresa
comercial.
Em
seguida fez-seuma
abordagem
sobre suas funções e os custos existentes neste tipo de empresa.Além
disso, fez-seuma
breve discussão da importância deum
sistema de custos para qualquer empresa.
Na
seqüênciaforam
apresentados dentre osvários
métodos
existentes na literatura contábil, quepodem
ser adotados pelasempresas
para o custeamento dos seus produtos, abordou-se o custeio por absorção, o custeio diretoou
variável e o custeio baseadoem
atividades(ABC
-
ActivityBased
Costing),mostrou
suas características, semelhanças e diferenças,
bem como
os aspectos positivos e negativosde cada método. Por
fim,
demonstrou-se acomposição
dos custos totaisda
empresa. 'Com
basena
fundamentação teórica e nas informações obtidas junto aempresa, foi desenvolvida
uma
metodologia de custosfundamentada
no
custeio diretoou
variável, para alocação dos gastosem
empresas comerciais.Assim, inicialmente
foram
identificados os custos e despesas que aempresa
incorre,
além
de classificarem
grandes grupos os produtos. existentesna
empresa,afim
defacilitar a alocação dos gastos variáveis a cada grande grupo.
Na
seqüênciaforam
separados os custos e despesasem
fixos e variáveis. Por fim, atravésdo
uso damargem
decontribuição, conseguiu-se analisar o quanto cada grupo de produtos contribui para
absorver os custos e despesas fixas e formar o resultado total
da
empresa.Com
isso, observou-se que o desenvolvimentode
um
sistema de custostambém
é viável e importante para pequenas empresas comerciais, fornecendo infomiações de grande relevância aos gestores, auxiliando-osno
processo detomada
de decisões.Neste capítulo apresenta-se '
uma
noção geraldo
trabalho que sebuscou
desenvolver.Desse
modo,
paraum
melhor
entendimento, foi divididoem
duas seções.Na
primeira contempla-se a introdução da pesquisa e
na segunda
e' evidenciada a metodologia utilizada na execução deste estudo.1.1 Introdução
Nesta seção, são apresentadas as considerações iniciais,
com
ênfasena
importância
do
tema
da presente pesquisa.Em
seguida são evidenciados oproblema
e osobjetivos do estudo.
Na
seqüência apresenta-se ajustificativado
estudo e a organizaçãodo
trabalho.
1.1.1
Prolegômenos
Uma
série de acontecimentos significativosforam
modificando as empresas,tanto
no
cenário mundialcomo
nacional.Em
termos mundiais pode-se citar a globalizaçãoe a quebra de barreiras comerciais para alguns paises.
No
Brasil, juntamentecom
taismodificações
e suas conseqüências, ocorreu a implantação deum
plano econômico, o Plano Real, que buscou a estabilização damoeda.
A
globalizaçãoeconômica
resultaem
preocupação para as empresasem
funçãodo
acirramento da concorrência. Neste sentido, precisam procurar dar ênfasena
redução de custos,aumento
de produtividade e a introdução de novas tecnologias, visandoa qualidade dos seus bens e/ou serviços.
A
quebra de barreiras comerciais e a criação demercados
de livre comércio,como
aComunidade
Econômica
Européia e o Mercosul, entre outras, implicaem
maior
acirramento na competição no ambiente empresarial.A
adequação
à essanova
realidade éAs
implicações dessesfenômenos
ocorridosno
cenário mundialexigem que
as organizações
busquem
estratégias de gestão que lhespermitam
continuar nessemercado
concorrido. _
'
' Neste cenário torna-se imprescindível a
adequação
dos requisitos de custos versus qualidade, na produção evenda
de bens e serviços, independentedo
ramo
deatuação empresarial,
sem
importar,também,
otamanho
da empresa, seja elade
pequeno,médio ou
grande porte.No
que concerne aos custos,em
funçãodo mercado
atual, as empresasque
não sepreocuparem
com
o seu controle e gerenciamento poderão não resistir a esseambiente
onde
diversos atores 'secomplementam
(fornecedores, clientes, acionistas,colaboradores, instituições financeiras etc.)
ou concorrem
entre si (os concorrentes,não
apenas da região,mas
do
mundo
inteiro).A
Neste contexto,
também
as empresas comerciais constituemum
segmento
daeconomia que
requeruma
reorganização na gestão de custos, a fim de garantir suacontinuidade
no
mercado. 'A
falta de gerenciamento das informações nas empresas comerciais,especialmente nas de
pequeno
porte,pode
provocar distorções natomada de
decisões,inclusive resultar
em
perda devantagem
competitiva, devido a falta de conhecimentomais
profundo sobre seus processos, fornecedores, clientes, produtos, funcionários e
demais
situações
que
envolvem
as atividades pertinentes.Assim, a
pequena empresa
comercial, inserida nesse ambiente,também
tem
a necessidade de melhorar sua gestão.Nesse
sentido,um
sistema de custosadequado
reveste-se de importância,
dada
a sua utilidade para avaliar os elementosdo
custo relacionados às mercadorias aserem
comercializadas,bem
como
medir o resultadocom
maior acurácia.
Portanto, percebendo a importância de
um
sistema de custosque
proporcioneum
gerenciamento compatível'com
as condições e necessidades dessasempresas, propõe-se o desenvolvimento de
um
sistema de custos que auxilienos
processos detomada
de decisões nas pequenas empresas comerciais.1.1.2
Problema
As
empresas brasileiras, atébem
pouco
tempo, vivenciavamum
ambiente de inflação muito elevada ecom
algumas
proteções quanto à concorrência deempresas
deoutros países.
As
desregulamentaçõesgovemamentais
e aqueda
sucessiva de fronteirascomerciais trouxeram grande concorrência mercadológica, acelerando o ritmo de
mudanças
tecnológicas eaumentado
o nivel de saturação dedemanda
para todo tipo de produto e serviço. Para subsidiar os reflexos colocados. anteriormente, as empresas. estãosendo obrigadas a rever suas estruturas de gastos a fim de se tornarem
mais
competitivas.O
desenvolvimento de sistemas de custos para a indústria parecenão
constituir-se
em
um
problema
muito significativo, pois para essesegmento
de negócios jáhá modelos que
são utilizados nas empresas e pré-definidosna
literatura contábil.No
entanto, para empresas prestadoras de serviços e comerciais a literatura não é tão generosa, poispoucas
obrascontemplam
formas de gerenciar e controlar custosem
empresas
destessegmentos
econômicos.Não
obstante, para pequenas empresas esse éum
tema
que
ainda étratado
de
forma
incipiente, o que leva os gestores dasmesmas
encontrar dificuldades paraadministrar seus custos,
bem como
dificulta melhorar o nivel das informações para o processo detomada
de decisão. 'As
empresas comerciais, deum
modo
'geral, utilizam-se
de
sistemastradicionais para mensurar seus resultados,
gerandopoucas
informações para dar subsídios nas decisões de seus administradores.Cabe
ainda apontarque
para esses administradores a importânciado
contador está relacionada à contabilidade ñscal,não
auxiliandono
processodecisório
da
empresa. ' ~.
Neste sentido, a problemática desta pesquisa está
em
identificar a configuração deum
sistema de custos parauma
pequena empresa
comercialdo
ramo
deconfecções. .
1.1.3 Objetivos
»
O
objetivo geral d Odo
consisteem
desenvolveruma
proposta“U v-i CD cn (D3 r-Q (D rb u› 'Z' Ç..
de confecções.
Para atingir o objetivo geral tem-se
como
objetivos específicos os seguintes:>
caracterizaruma
pequena
empresa comercial e seus custos;>
explicitarmétodos
de custeio aplicáveis àuma
empresa
comercial; e>
proporum
sistemade
custos parauma
pequena empresa
comercial,que
possa dar suporte ao processo de gestão da
mesma.
1.1.4 Justificativa
do
estudoA
necessidade dos gestorestomarem
decisões afeta diariamente a vida dasempresas, independente
do
tamanho, natureza das operaçõesou
setoreconômico
em
que
atuam.A
dificuldade de tomar decisões atinge várias esferas da cadeia produtiva, e levaogestor a questionar sobre a
melhor
maneira de se obter as informações, necessárias.Neste sentido, a presente pesquisa
tem
sua validade justificada ao procurarfornecer informações contábeis e gerenciais pbr
meio
deum
sistema de custos parauma
pequena empresa
comercial, ressaltando sua importânciacomo
auxílio administrativo econtribuindo para a eficácia
do
processo de gestão empresarial.Do
ponto de vista teórico, oramo
comercial dispõe depoucos
trabalhosque
evidenciemum
formatoadequado
deum
sistema de custos.Um
dos motivos para estaafirmativa encontra-se
no
fato de ser a contabilidade de custosuma
técnicaque
sedesenvolveu para atender a indústria, a partir
do
adventoda Revolução
Industrial.Outro
motivo que
pode
ser citado é a dificuldade de se obterum
sistema de custos.“padrão”,dado
os diversos tipos de empresas comerciais existentes,com
suas diferenças e particularidades.No
entanto, a evolução e o usoda
contabilidade de custostambém
se fez necessárioem
outros campos,que
não o industrial, porque os produtos fabricados pelasindústrias precisavam ser comercializados. Para
que
esse cicloeconômico
se concluíssefez-se necessário a intermediação da
empresa
comercial, para repassar aosconsumidores
os produtos fabricados pelas indústrias. VSalienta-se,
também,
que,com
a globalização, a competição entre asempresas ficou mais acirrada.
A
continuidade daempresa
é garantida pela otimizaçãodo
conseqüência
do
sucessoou
insucesso da decisãodo
gestor.Sendo
assim, para melhorar sua atuaçãono
mercado, as empresas sentiramnecessidade de desenvolver e implementar formas de controlar os custos e
maximizar
odesempenho
de seus produtos, demodo
quepossam
diminuir seus custos, transformandoessa redução
em
vantagem
competitiva.Sob
o ponto de vista prático, esta pesquisa justifica-se pelo fato de que, apartir de
um
embasamento
teórico, desenvolveu-seum
sistema de custos que poderá ser utilizado porpequenas
empresas comerciais. Dessemodo,
a propostaesboçada
consubstancia-se deum
sistema de custosem
consonânciacom
asatuais exigênciasdo
mercado. Este sistema poderá ser utilizado,com
as devidas adaptações, por empresascom
características semelhantes.
1.1.5
Organização do
estudoConsiderando-se o
problema
de pesquisaetos
objetivos propostos, otrabalho foi organizado
em
três capítulos,além
das conclusões erecomendações
parafuturos trabalhos.
No
capítulo 1 apresenta-seuma
idéia geral sobre otema
em
estudo,salientando a importância
do
mesmo.
Na
seqüência, evidencia-se oproblema
de pesquisa, os objetivos geral e específicosque
se buscou alcançar, a justificativa do trabalho e a organizaçãodo
estudo. Por último, é exposta a metodologia utilizadana
elaboração destamonografia, a qual se encontra subdividida
em
metodologiada
pesquisa, metodologiaaplicada e limitações da pesquisa.
4
No
capítulo 2 é evidenciada a fundamentação teóricado
estudo. Inicialmente foi caracterizada aempresa
comercial, explicitando sua função.Em
seguidaapresenta-se a conceituação e classificação dos custos.
Além
disso, émencionada
a importânciado
sistema de custos.Na
seqüência foram apresentados os principaismétodos
de custeamento: absorção, direto
ou
variável e o custeio baseadoem
atividades(ABC).
Por último, fezuma
abordagem
dacomposição
dos custos totais da empresa.No
capítulo 3 fez-se a descrição e análisedo
estudo de caso. Primeiramentefoi apresentada a empresa.
Em
seguida evidenciou-se a importância deum
sistema dede custos para
uma
empresa
comercialdo
ramo
de confecções.Por fim, são apresentadas as conclusões
da
presente pesquisa ealgumas
recomendações
paranovos
estudos sobre o tema. `~
1.2
Metodologia
Esta' seção foi subdividida
em
duas partes,com
o intuito de facilitar oentendimento do estudo.
Na
primeira parte é apresentado o signiñcado de metodologiada
pesquisa.Na
seqüência é evidenciada a metodologia da pesquisa aplicadano
presentetrabalho. Por último, foram expostas
algumas
limitações relativas a esta pesquisa.1.2.1
Metodologia da
pesquisaV
Um
trabalhomonográfico,
segundoINÁCIO FILHO
(1994; p.59), “éuma
síntese de leituras, observações, reflexões e criticas, desenvolvidas de
fonna
metódica esistemática por
um
pesquisadorque
relata aum
ou mais
destinatáriosum
determinadoescrito que seja o resultado de suas investigações, as quais por sua vez
têm
origemem
suas inquetações acadêmicas.”SALVADOR
(1980; p.32-33) ressaltaque
o termomonografia
“é designadoa
um
tipo de trabalho científico especial, que aborda apenasum
assunto,problema
ou tema
com
extensão limitada.A
monografia resulta deuma
investigação feita através deuma
documentação
escritaou
por observação e experimentação, apresentandouma
contribuiçãooriginal ao progresso da ciência.”
A
Assim
sendo, pode-se inferir que a monografia éum
trabalho acadêmico,dentro de
normas
técnicas, o qual surgeem
decorrência deuma
dúvidaou problema
sobreum
detemiinado assunto e que o pesquisador procura responder utilizando deum
método
de investigação.
1.2.2.
Metodologia
aplicadaO
conhecimento científico não atinge simplesmente osfenômenos na
sua manifestação global,mas
atingeem
suas causas,na
sua constituição íntima, caracterizando-se, desta forma, pela capacidade de analisar, de explicar, de desdobrar,de
justificar, de induzir
ou
aplicar leis, de predizercom
segurança eventos futuros.É
um
instrumento de pesquisa, trabalho programado, metódico, sistemático e,
acima
de tudo,verificável. '
RICHARDSON
(l989; p.16) explicita que,"como
ferramenta para adquirirconhecimento, a pesquisa
pode
ter os seguintes objetivos: resolver problemas especificos,gerar teorias
ou
avaliar teorias existentes.Em
termos gerais, nao existe pesquisasem
teoria, seja explícita
ou
implícita, ela está presenteem
todo o processo de pesquisa. Y'LAKATOS
eMARCONI
(l985; p.15) enfatizam que pesquisa éh“uma
indagação minuciosa
ou
exame
critico e exaustivona
procura de fatos e princípios,uma
diligente busca para averiguar algo. Pesquisa não é apenas. procurar a verdade, é encontrar respostas para questões propostas utilizandométodos
científicos.”'
- Portanto, a presente pesquisa foi
realizada a partir de levantamentos
bibliográficos, procurando explicar o
tema
proposto, principalmente atravésde
livros eperiódicos.
O
nivel de análiseda
presente pesquisa oçorreu,também,
pelométodo
de
investigação, por inicio de
um
estudo de caso, afim
de se estudar os fatoresque
intervêmno
sistema de custos deuma
empresa
comercial. 'A
monografia configura-secomo
uma
atividade de pesquisa científica,em
função dos recursos metodológicos
que
exigena
sua elaboração, sendo geralmentesolicitada nos últimos anos dos cursos de graduação.
SALOMON
( 1978; p.219)aduz
que a monografia “consisteem
um
trabalhocientífico
que
se reduz àabordagem
deum
só assuntoou
deum
só problema. Etimologicamente:mónos
=
um
só, e graphein=
escrever, o que significa: dissertação arespeito de
um
único assunto.” ' _A
empresa que
foi estudada localiza-se na grande Florianópolis (SC) e estáno mercado há
oito anos.Sua
razão social é l-lals Smolenaars Confecções Ltda. -ME,
tendo
comonome
fantasia "Quatro Ilhas". '-
A
execução deste trabalho foi dividida nas seguintes etapas: coleta de dados,tratamento de dados, análise e interpretação dos dados, apresentação
da
conclusão erecomendações
para futuras pesquisas.-
`Em
se tratando
da
coleta de dados, esta foi realizadacom
basena
bibliografia disponível. Adicionalmente, foram coletadosdados
junto àempresa
objeto deestudo.
Com'
relação ao tratamento dos dados, confeccionou-se fichas, após a coletade dados, para
os
apontamentos necessários, os quaisforam
tabulados e iclassificados,obedecendo, de
forma
sistemática, os critérios dos objetivos pré-estabelecidos.No
que concerne à análise e interpretação dos dados, esta é a etapamais
importanteda
pesquisa, pois através da elaboração dasfichas
anteriormente citadas e aanálise detalhada dos
documentos
contábeis da empresa, fez-seuma
triagem, afim
de retersomente as informações que irão responder às questões
da
presente pesquisa.~
Por
fim
foram apresentadas as conclusões, pois esta é a última fasedo
estudo, quetem
como
objetivo geral produzirum
sistema de custos parauma
empresa
comercial. i1.2.3
Limitação da
pesquisa ›_ _
Conforme
LAKATOS
-e
MARCONI
(l99l'; p.235) , “a característicaessencial
não
é a extensão,como
querem
alguns autores,mas
o caráterido trabalho (tratamento deum
tema
delimitado) e a qualidadeda
tarefa, isto é, 0 nível de pesquisa,que
está intimamente ligado aos objetivos propostos para a sua elaboração.”
Neste trabalho, pretende-se elaborar
um
sistema de -custos parauma
empresa
comercial. Contudo, esta pesquisa terá algumas limitações, pois de acordocom
GIL
( 1995; p.79) “a impossibilidade de generalização dos resultados obtidos-
com
o estudo decaso constitui séria limitação deste tipo de delineamento.” .
Assim
tratar-se deum
estudo de caso, o sistema de custos proposto neste trabalho apresenta limitações quanto a sua aplicabilidadeem
outras empresas comerciais,visto que cada organização possui suas particularidades.
No
entanto, a metodologiaproposta poderá ser utilizada por outras empresas comerciais a partir de
algumas
adaptações.
CAPÍTULO
2Neste capítulo, contempla~se a revisão bibliográfica pertinente ao
tema da
pesquisa. Busca-se, portanto, fundamentar os objetivos específicos que norteiam estapesquisa.
p
2.1
Revisão
bibliográficaAtravés da fundamentação teórica, é caracterizada a
empresa
comercial, explicitando sua função. Enfatizou-setambém
a identificação dos custosem uma
empresa
comercial e a importânciado
sistema de custos. Adicionalmenteforam
apresentados osconceitos, básicos dos principais sistemas de custeio abordados
na
literatura: absorção,direto
ou
variável e o custeio baseadoem
atividades(ABC
- ActivityBased
Costing).Finalmente, a fundamentação teórica contempla a
composição
dos custos totais das empresas comerciais. -2.2 Caracterização
da
empresa
comercialA
práticado
comércio surgiucom
os primitivos sistemas de trocas, baseadosno escambo,
isto é,na
troca pura e simples de produtos.Uma
família que dispusessede
excedentes de
um
detenninado produto ia aomercado
trocá-los por unidadesdo
produtoque
não possuísse edo
qual necessitasse. Realizavam-se, portanto, as trocas diretasem
espécie,não
existindo na época regrasque
regulamentassem essas transações. Surgindo, assim, o comercio antesmesmo
da própria industrialização dos produtos._ Neste sentido,
MARTINS
(l997; p.2) explica que:"hoje se entende por
venda
apenas a troca de mercadoria pordinheiro, sendo a permuta de
uma
mercadoria por outrachamada
simplesmente de troca, facilitou grandemente,
como
e óbvio, acirculação das riquezas.
E
à atividade consistenteem
pôrem
nome
de comércio, tendocomo
figuras centrais as pessoasque
servem
de intemediárias entre os produtores e consumidores, istoé, pessoas que adquirem- dos produtores aquilo que eles
possuem
ecolocam
esses bens à disposição dos consmnidores, trocando-ossempre
por dinheiro."Q
MARTINS
(2000; p.19) “aponta que até aRevolução
Industrial (séculoXVIII) quase só existia a contabilidade financeira, que desenvolvida
na
Era Mercantilista,estava
bem
estruturada para servir as empresas comerciais.Mas,
com
0 advento dasindústrias, tornou-se
mais
complexa
a função do contador que, para levantamentodo
balanço e apuraçãodo
resultado, não dispunha agora tão facilmente dos dados parapoder
atribuir valores aos estoques.”
Na
medida
em
que
o ambiente empresarial se transformava,com
oaumento
constante de indústrias, percebia-se a necessidade deuma
contabilidade de custo paraauxiliar
na
gerência dessenovo
segmento.Neste sentido,
ANGELO
(1994; p.l3)afirma
que,"em
1989 a indústria era responsável por quase ametade do
produtoeconômico do
país (48%), cabendo ao setor deserviços
uma
participaçãoaproximada
de40%,
restando ao setor primário - agropecuária(principalmente extração) -
12%
da
populaçãoeconômica do
Brasil."Particularmente
no
caso brasileiro, por volta dos. anos noventado
séculoXX,
a constante evoluçãoeconômica
nacionaltoma
visível a importânciado
comércio,setor este
que
nos últimos anos teveum
crescimento superior aodo
setor secundário eprimário. I
9
ANGELO
(1994, p.14) cita que "o maior grau de importância atribuído ao comércio prende-se ao fato deque
este segmento e 0 responsável pela maior participaçãono
produto,combinado
com
o elevadonúmero
de empresas." 'BERNARDI
(l998; p.98) diz que “toda e qualquer atividade exercida porprática de atos de comércio é considerada comercial, o que envolve troca, permuta,
intermediação, entre o produtor e o consumidor,
com
objetivo de lucro”.O
comércio,além
de ter por finalidade a circulação de bens e serviços,tem
também,
um
sentido econômico,uma
vez que consiste de toda atividade destinada àinterposição entre produtores e consumidores para efetivar e auxiliar a troca de bens, isto é,
compreende
também
a intermediação.Diante
do
exposto, verifica-se a importânciado
comérciona
vidado
pais.
Também
faz-se necessário destacar as duas fomias distintas de realizar o comércio: 0atacado e o varejo.
O
atacado trabalhaem
grandes quantidades,compradas
e vendidascom
o propósito de atendero
varejo. Já o varejoitemcomo
cliente 0consumidor
final,vendendo
em
menor
quantidade.COBRA
(l993; p.304)aduz
que "a funçãodo
varejo é realizar avenda de
produto e/ou serviços a
consumidores
finais.Como
elo de ligação entre aprodução
e oconsumo,
o varejistadesempenha
importante papel na sociedademodema.
De
um
lado,ajuda a escoar a produção dos fabricantes, de outro, ajuda as pessoas a realizarem sonhos
através
da
posse de produtos."Independente
da
forma
de realizar o comércio, algumas funções sãoinerentes a
empresa
comercial.De
acordocom
aIOB
(34/98; p.2), “paramanter
acontinuidade das operações
da
empresa, é necessário coligar as funções de aquisição edistribuição por
meio
das funções de controle, quecorrespondem
àmanutenção
das condições necessárias ao desenvolvimento das outras funções."A
Figura 1demonstra
um
esquema
das funções deuma
empresa
comercial.Figura
1 -Funções
básicasda
empresa
comercialFUNÇÕES
.
`
I
AQurs|ÇÃo (COMPRA DISTRIBUIÇÃO (VENDA coNrRo1.E
DE MERCADORIA OU DE MERCADORIAS OU DA
SERVIÇOS) SERVIÇOS ORGANIZAÇÃO '
RECEITAS E CUSTOS CUSTOS
COMUNS
ACUSTOS TODAS AS OPERAÇÕES
DIRETOS OU CUSTOS DIRETOS E DESPESAS DE
PRIMARIOS INDIRETOS
~
ADMINISTRACAOI
RESULTADO
Í
Fonte: Adaptado de IOB. Infonnações Objetivas. Temática Contábil e Balanços. Custos
em
empresascomerciais (l° parte). São Paulo,
ANO
XXXII, n. 34, p. 2, 1998. 'O
desenvolvimentodo
ambiente competitivo,no
qual asempresas
comerciais estão inseridas, faz
com
que
os relatórios gerenciais sejam indispensáveis, porapresentado pela contabilidade para cumprir as obrigações perante o fisco, hoje está
ampliado,
com
vistas à atender os diversos tipos de usuários da infomração, especialmenteno
sentido de auxiliar no processo gestão das empresas.2.3
Os
custosem
uma
empresa
comercialPara que as empresas comerciais
tenham
condições de manter a suacontinuidade
no mercado
é de fundamental importância que os gestores estejammunidos
de informações precisas, úteis e ágeis, demodo
a suprir as necessidades informativas paraa
tomada de
decisões na empresa.OSTRENGA,
et al (1997) dizque
a principal finalidade dos relatóriosgerenciais periódicos deveria ser a de fornecer aos gerentes
um
meio
de monitorar a evoluçãoem
direção às metas e dirigir as energias para as situações que necessitam deatenção. Esses relatórios, porém, só atingirão seus
fins
se organizarem e calcularem oscustos de
forma
a refletir a verdadeira dinâmica da empresa.E
isso acontecerá apenas se otempo
de geração de cada relatório estiver sincronizadocom
asmudanças na
atividadesubjacente. _
Os
diferenciais quefazem
os consumidoresoptarem
poruma
empresa,certamente, está fortemente atrelado a qualidade dos produtos, atendimento personalizado
e
menores
preços. Tal implicauma
equação complexa, unir essas diferenças paraque
aempresa
setome
mais atrativa para seus consumidores eque
consiga semanter
competitivano
mercado. _Neste sentido, a contabilidade
tem
como
obrigação oferecer informaçõessuficientes aos administradores para
que
possam
atender essas exigências dos consumidores, inclusive para oferecer melhores preços. Assim, faz-se necessário aformulação de eficientes técnicas que
permitam
determinar a rentabilidade dos produtoscom
os quaisoperam
e que proporcione àempresa
condições de controlar seus custos. Pois,conforme
SANTOS
(l987; p.l9),"o controle dos custos representa o cérebroou
opulmão ou
o coraçãoou
o espíritosem
o qualuma
entidadenão
sobreviven`a".LEONE
(l997; p.46) enfatiza que o custo "é o valor dos fatores deprodução
consumidos
poruma
firma para produzirou
distribuir produtosou
serviços, ou ambos."BERNARDI
(1998; p.l02) explicita que, "para qualquer atividade comercial, custos referem-se aos gastos efetuadosna
compra
de mercadorias, objetoda
comercialização, que irão gerar as vendas e o resultado da empresa."De
acordocom
aIOB
(34/98; p.02), "o custo comercial por suavez
compreende
cálculos feitos pormeio
de fichasou
registros próprioscom
o objetivo dedeterminar o preço de aquisição das mercadorias objeto de
compra
e venda, assimcomo
asdespesas diretamente relacionadas
com
essas operações, taiscomo
transportes, impostos,comissões etc."
O a
Independente
do
tipo de empresa, duas categorias de custos estão presentes nas atividades que desenvolvem: os custos diretos e os indiretos.Para
HORNGREN,
FOSTER
eDATAR
(2000; p.20), "custos diretosde
um
objeto de custo são os custosque
estão relacionados aum
determinado objetode
custo eque
podem
ser identificadoscom
este de maneiraeconomicamente
viável (custo efetivo)." E,no
queconceme
aos custos indiretos, diz que "são os custosque
estão relacionados aum
determinado objeto de custo
mas
não
podem
ser identificadoscom
este demaneira
economicamente
viável (custo efetivo).Os
custos indiretos são alocados ao objeto decusto através de
um
método
de alocação de custodenominado
rateio." 'Segundo
IUDÍCIBUS
eMARION
(l999; p.l85), "custos diretos são aquelesque se identificam
com
o produto.São
apropriados (acumulados) diretamente ao produto.Conhece-se exatamente quanto cada produto absorveu de custo." Por sua vez, os "custos
indiretos são aqueles
não
identificáveis por produto.Não
há
uma
medida
objetiva,mas
há
a necessidade de estimar, de distribuir os custos aleatoriamente por produto (rateio)."
Neste sentido,
LEONE
(l997; p.49)afirma
que:"os custos diretos são aqueles custos (ou despesas) que
podem
serfacilmente identificados
com
o objeto de custeio. São os custos diretamente identificados a seus portadores. Para que seja feita aidentificação,
não
há necessidade de rateio.Os
custos indiretos sãoaqueles custos que não são facilmente identificados
com
o objetodo
custeio.Às
vezes, por causa de sua não-relevância, alguns'custos são alocados aos objetos
do
custeio através de rateios. Nestecaso, adotando o rateio, os custos serão considerados indiretos.
É
preciso
que
a Contabilidade de Custos divulgue para os usuários das informações de custos esses conceitos básicos e aponte, para cada usuário, seus custos (ou despesas) diretos e indiretos."De
acordocom
aIOB
(34/98; p.02),em uma
empresa
comercial "são considerados custos diretos todos aqueles ouepodem
ser atribuídos diretamente auma
determinada mercadoria, e indiretos aqueles
que não
se referem direta e imediatamente auma
determinada mercadoria, por seremcomuns
a todas as mercadorias que seencontram
em
estoqueem
um
determinadomomento."
''
Estes
mesmos
custospodem
ser classificadosem
fixos e variáveis. Paraisso leva
em
consideração a relação entre os custos e ovolume
de atividade deuma
entidade,
em
um
determinado intervalo de tempo.Para
MARTINS
(2000; p.56), "custos fixos e variáveis sãouma
classificação .que não leva
em
consideração o produto, esim
o relacionamento entre o valortotal
do
custonum
período eo volume
de produção. Fixos são osque
num
periodotêm
seumontante
fixado
nãoem
fruição de oscilaçõesna
atividade, e variáveis osque
têm
seu valor determinadoem
função dessa oscilação."PADOVEZE
(1994; p.2l7) dizque
sãochamados
de custos e despesasvariáveis todos aqueles cujo montante
em
unidades monetárias variamna
proporção diretadas variações
do
nível de atividades.Os
custos fixos conceitualmente nãovariam
em
relação aovolume
produzidoou
vendido.LEONE
(1997; p.53-) prefere definir custo variável"como
aquele que variacom
ovolume
de qualquer 'atividadeque
tenha sido escolhidacomo
referência. Atente,ainda, para o fato de que o 'custo variável'
no
total é variável,mas, quando
consideradocomo
custo unitário diantedo
quantitativo da base de volume, ele é fixo." 'Referindo-se aos custos fixos,
LEONE
(l997; p.55) elucidaque
"é precisodefinir os custos fixos
como
aqueles quenão
variamcom
o volrurrede
uma
atividadequalquer
tomada
como
medida de
referência. Atente, aqui,também,
para o fato deque
ocusto fixo
quando tomado
em
seus totais é realmente fixoquando
analisadoem
faceda
variabilidade da base de volume. Entretanto, setomado
por seus valores unitáriosem
faceda unidade de
medida
da basede
volume,o
custofixo
é variável."Segundo
PEREIRA
(l999; p.O3), “custos variáveis deuma
empresa
são aquelesque
só acontecemem
função direta da produção e vendas. Por exemplo, matéria-prima
deum
item, mão-de-obra 'temporária paraalguma
tarefa, comissões, despesas deentrega de mercadorias e outras despesas que
dependem
exclusivamente dovolume
deitens produzidos
ou
vendidos.”E
Note-se que a classificação dos custos
em
direto e indiretos restringe-se aoselementos de custos. Por sua vez, a classificação dos custos
em
variáveis e fixos estende-se tanibérn às despesas, isto é, tanto os custos quanto as despesas
podem
ser submetidas a2.4
Importância do
sistemade
custosDiante
do
desafio da competição global e da rápidamudança
tecnológica, osgestores, para aproveitar as oportunidades disponíveis necessitam conhecer
novos
nichos demercado
e adotar estratégias eficientes.de
gerenciamento de custos, entre outras providências,_a fim de que as-empresas, sob sua responsabilidade,consigam
assegurar sua continuidade e competitividade neste ambiente empresarial. 4^
Sob
este aspecto,BEUREN
(1998; p.l4-15)afirma
que: -"a globalização da
economia
tem
levado ao acirramento e buscada
competitividade e, consequentemente,
mudanças
signiñcativas sãovisualizadas nos paradigmas de gestão,
no
desenvolvimentotecnológico e na ênfase da qualidade dos processos e produtos,
com
vista a maior satisfação
do
cliente.Assim,
devido à rapidezcom
que
ocorrem
essas alterações, nesse ambiente conturbado,há
valorizaçãoda
informaçãocomo
recursoeconômico
para a sobrevivência da empresa." 'As
empresasbuscam
a lucratividade. Neste sentido,na
atual conjuntura econômica, para alcançar esta meta, é precisoque
as empresastenham
um
adequado
sistemade
informações, especialmenteno que
conceme
ao controlede
custos. Este controle é importante paraque
o gestor possa tomar suas decisõesem
tempo
hábil,com
omínimo
de erros possíveis. --e.
Na
visão deERNEST
&
YOUNG, SOTEC
(l997; p.277), “os gestorestêm
grande dependência
do
recurso “informaçãoíA
informação é a matéria-prima detomada
de decisão.
A
informação útil é aquela» que atende as necessidades específicas dosgestores,
segundo
as áreasque
atuam, operaçõesque desenvolvem
e conceitosque
lhesfaçam
sentido lógico.” -MASON
JR.apud
BEUREN
(1998; p.28) “registra que o sistema de informações gerenciais deve fornecer informações básicas deque
os gestores necessitamem
suastomadas
de decisão. Assim, quanto maior a sintonia entre a informação fornecidae as necessidades informativas dos gestores, melhores decisões poderão ser tomadas.”
Neste sentido,
FIGUEIREDO
(l995; p.29) explanaque
“o propósito básicoda informação é habilitar a organização a alcançar seus objetivos, pelo uso eficiente dos
recursos disponíveis, nos quais se inserem: pessoas, materiais, equipamentos, tecnologias,
Há
um
desejoveemente
por parte das organizaçõesem
encontrarum
sistemaque
auxilie a reagir mais rapidamente ao mercado, inovarcom
maior agilidade eveicular informações dentro
da
organizaçãocom
mais facilidade.Nesta perspectiva,
Iunícnsus
eMAR1oN
(1999, p.57)enem
quez“compreende-se por sistema de infonnação
um
conjunto articuladode dados, técnicas de acumulação, ajustes e editagens de relatórios
que
permite: a) tratar as informações de natureza repetitivacom
omáximo
possível de relevância e ominimo
de custo; b) darcondições para, através da utilização de informações primárias
constantes,
do
arquivo básico, juntamentecom
técnicas derivantesda própria Contabilidade e/ou outras disciplinas, fornecer relatórios
de exceção para finalidades específicas,
em
oportunidadesdefinidas
ou
não.”Na
concepção deIUDICÍBUS
(1997; p.26), “a contabilidadepode
serconceituada
como
ométodo
de identificar, mensurar ecomunicar
infonnações. econômicas,financeiras, ñsica e social, a
fim
de pemitir decisões e julgamentos adequados por partedos usuários da informação.”
De
acordocom BIO
(1985;mp.25), “sistema de informação éum
subsistemado
sistema empresa, e dentro damesma
linha de raciocínio pode-se concluirque
sejacomposto
deum
conjunto de subsistemas de informação, por defmição, interdependentes.”BEUREN
(l998; p.38) elucidaque
“o sistema de informaçõesconsubstancia-se
no
'conjunto de elementos“humanos,
tecnológicos, materiais e financeiros).que
viabiliza- a captação de dados, seu processamento e a geração e divulgação de informações,em
todas as etapasdo
processo de gestão (planejamento,execução
econtrole), para os diferentes niveis hierárquicos e áreas funcionais
da
empresa.”Devido
a este cenário competitivo, os executivos precisam ter à disposiçãodeles informações pertinentes aos custos de suas empresas, de
modo
que
estas informaçõessejam subsídios úteis para otimizar seu desempenho.
MARTINS
(2000; p.25) define custoscomo
o "gasto relativo abem
ou
serviço utilizadona
produçãode
outros bensou
serviços."Sendo
assim, todas asempresas
incorremem
custosna
'produção de seus produtos, sejam bensou
sen/iços, os quaisrequerem
uma
quantificação acurada para servir de suporte ao processo de gestão. .'
A
necessidade daempresa
definir seumodelo de
gerenciamentode
custos decorredo
fatoque
estemodelo
ajudará a conhecer a qualquer tempo, pormeio da
análise, sua nosicão, atual e futura.com
relação aos custos daempresa
edo
produto.O
gerenciamento de custos irá proporcionar à
empresa
trabalharcom
um
mix
de venda, demodo
a pennitir amaximização
de seus lucros,além de
visualizarpermanentemente
ocusto da estrutura da empresa. _
TRINDADE
apud
PEREIRA
(1998, p.824) enfatizaque
"independentemente
do
tipo de atividade desenvolvida, oque mais
requer a atenção porparte dos executivos e' o custo
que
envolve o negócio enquanto informaçãoque
subsidia oprocesso de
tomada
de decisão empresarial.A
partir de sua metodologia de cálculo,do
seucontrole e
da
capacidade de sua redução, vai depender o sucesso de qualquer empreendimento."De
acordocom
LOPES
DE
SÁ
(1998, p.20), "todo e qualquerfenômeno
patrimonial precisa ser observadoem
suas relações essenciais, dimensionais e ambientais,e
nada mais
que isso é oque
se tenta hoje fazercom
a apresentação doque
setem
denominado
denovos
conceitosdo
custo."É
importante salientar que,quando
aempresa
estáem
busca derentabilidade, concomitantemente está a procura da eficácia
do
seu negócio. E, nestemomento,,necessita ter informações, saber compreendê-las e interpreta-las,
de
modo
aauxiliar
na
obtenção deum
resultado satisfatório. Pois, principalmente, após asmudanças
econômicas, sociais e políticas,
em
escala mundial, estamos vivenciandoum
ambienteempresarial de grande alterações.
Os
avanços tecnológicos impulsionaram as necessidadese desejos da sociedade e
geraram
umademanda
heterogênea, sensível aosnovos
paradigmas de forma, conteúdo, preço e qualidade.-A
Diante
do
exposto, observa-se a necessidadeda
elaboração deum
sistemade custos para qualquer tipo de empresa, seja ela comercial, industrial
ou
prestadora deserviços, e mais, pequena,
média
ou
grande,com
vista ao seu processo de gestão. Pois, o ambienteonde
estão inseridas é altamente concorrido, eum
sistema de custos inadequadopode
induzir os gestores a erros irreversíveisna
tomada
de decisões.2.5
Métodos
de
custeioMétodo
de custeio refere-se àforma
de apropriação dos custos deuma
detemiinada empresa.LEONE
(l981; p.32) explana que "a contabilidadede
custosemprega
vários sistemas que representam conjuntos de critérios, convenções,determinadas finalidades.”
Dentre os vários
métodos
existentes na literatura contábil, quepodem
seradotados pelas empresas para o custeamento dos seus produtos, aborda-se aqui o custeio
por absorção, o custeio direto
ou
variável e o custeio baseadoem
atividades(ABC
-Activity
Based
Costing),mostrando
suas características, semelhanças e diferenças,bem
como
os aspectos positivos e negativos de cada método.2.5.1 Custeio
por absorção
O
que caracteriza o custeio por absorçao é a apropriação ao produto detodos os custos
da
produção, quer sejam diretosou
indiretos, decomportamento
fixo
ou
variável. .
MARTINS
(2000; p.4l-42) explica que o custeio por absorção "consistena
apropriação de todos os custos deprodução
aos bens elaborados, e só os de produção;todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuidos para todos os produtos
feitos."
- Por sua
vez,
CREPALDI
(l998; p.83)afinna
que:"O
custeio por absorçãoou
custeio pleno consiste na apropriaçãode todos os custos (sejam eles fixos
ou
variáveis) àprodução do
período.Os
gastos não fabris (despesas) são excluídos.A
distinçãoprincipal
no
custeio por absorção é entre custos e despesas.A
separação é importante porque as despesas são jogadas.
imediatamente contra o resultado
do
período, enquantosomente
oscustos relativos aos produtos vendidos terão idêntico tratamento.
Os
custos relativos aos produtosem
elaboração e aos produtos acabadosque não tenham
sido vendidos estarão ativados nos `estoques destes produtos." t
SANTOS
(l990; p.34)aduz
que a metodologia de custeamento pelométodo
por absorção "é considerada básica para a avaliação de estoques pela Contabilidade Financeira, para
fins
de Balanço Patrimonial e de Resultados,com
a finalidade de atender a exigências fiscais e societárias, entre outras."A
respeito das vantagensna
utilização deste método,conforme
CREPALDI
(1998), pode-se elencar as seguintes: '- .¢m‹›nr¬lê 2 lpniclârãn ficral'
- permite a apuração
do
custo por centro de custo, visto que sua aplicaçãoexige a organização contábil nesse sentido, permitindo o
acompanhamento
do
desempenho
de cada área se forem alocados deforma adequada
aos departamentos;- proporciona preços de
venda
mais reais, pois reúne todos os custosda
empresa por
meio
dos custos unitários dos produtos;- indica indices de liquidez mais reais; e ›
- é derivado da aplicação dos princípios fundamentais de contabilidade.
No
queconceme
as desvantagensdo
uso deste método,segundo
CREPALDI
(1998), pode-se citar al- devido a distribuição dos custos fixos por critérios, por vezes, subjetivos,
Ê* :š CO 5/3
nem
sempre reflete o resultado maisadequado na
apuraçãodo
custo de cadaproduto,
podendo
penalizar alguns produtos em- beneñcio de outros;- nos processos de rateio é possível perder de vista detenninados custos
controláveis do período e as áreas funcionais às quais eles se aplicam;
- os lucros variam de acordo
com
ovolume
de produçãodo
periodo ecom
asquantidades de produtos elaborados
no
período anterior, nãodependendo
somente do
volume
de vendas; e- alocação de custos
fixos
indiretospodem
distorcer análises parafins
gerenciais. `
Infere-se pelo exposto que, a principal
desvantagem do método de
custeiopor absorção, dentre'
asmencionadas,
consiste nos critérios de rateio para os custosindiretos,
que
sendo arbitráriospodem
distorcer o resultado. 'A partir desseargumento
surgiu a idéia de se considerar os custos fixoscomo
despesasdo
período, deixando de seincorporá-los aos produtos. ..
`
2.5.2 Custeio direto
ou
variávelO
surgimento de outrométodo
de custeio,conforme
MARTINS.
(2000;p.222), decorreu "pela própria natureza dos custos fixos (invariabilidade), arbitrariedade
no
seu rateio e variação por unidade
em
função de oscilaçõesdo
volume
global, e poraltemativo ao Custeio por Absorção. Trata-se
do
Custeio Variável (ou Direto)onde
só sãoagregados aos produtos seus custos variáveis, considerando~se os custos fixos
como
sefossem despesas."
CREPALDI
(l998; p.11l)aduz
que:"é
um
tipode
custeamento que consisteem
considerarcomo
custode produção
do
período apenas os custos variáveis incorridos.Os
custos fixos, pelo fato de existirem
mesmo
que não haja produção, não são consideradoscomo
custo de produção e simcomo
despesas, sendo encerrados diretamente contra o resultado'do
período.Desse
modo,
o custo dos produtos vendidos e os estoquesfinais de produtos
em
elaboração e produtos acabados só conterão custos variáveis."TERCO
AUDITORLA.
E
CONSULTORIA
(2000; p.l9)também
asseveraque "o sistema de custeio direto prevê
uma
apropriação de caráter gerencial, consideradosapenas os custos variáveis de nossos produtos vendidos, os custos fixos ficam separados e considerados
como
despesado
período, indo diretamente para resultado, dessa forma,possibilitam .a apuração da
margem
de contribuição,quando
confrontados os custosvariáveis aos valores da receita líquida
do
periodo objetode
análise."Assim
sendo,no
custeio variável os custos fixosnão
são apropriados para cada unidade.Não
existe "lucro" por produto,mas
simmargem
de contribuição, pois os custos fixos são deduzidos dasoma
de todas asmargens
de contribuição, já que de fatonão
pertencem a esteou
àquele produto e sim ao global.Segundo
SANTOS
(l99(_); p.39), "cada produto absorve somente os custosque
incidem diretamente sobre simesmo
(custos e despesas variáveis para produzir e vender),mas
a diferença entre o preço líquido devenda
e o custo unitário variável,chamado
Margem
de ContribuiçãoMC,
deve
contribuir tanto para absorção dos custosfixos,
como
para a obtençãodo
lucro total da empresa.” «Este
método
possuiuma
flexibilidade, que possibilita o gestor teruma
visãomais
ampla
dos negócios da sua empresa. Permite que se visualize quais produtosou
serviços
tem
r^ ša. C) "1 'C3 E3 -L icipação nos lucros, consequentemente, determina qual produtodeve receber mais esforço de
venda
e atémesmo
qual deve ser excluído.SANTOS
(1990; p.4l) explicitaque
“a apuração de custoscom
destaquepara a
margem
de contribuição ajuda os gerentes aentenderem
a relação entre custos,De
acordocom
BERNARDI
(l998; p.l59),"margem
de contribuição deum
produto, mercadoria
ou
serviço é a diferença entre o valor das vendas, os custos variáveis e as despesas variáveisda
venda. Isto significa que pode-'se avaliar o quanto cadavenda
contribui para pagar os custos fixos e despesas fixas."
Neste sentido, verificou-se
que
amargem
de contribuição é o valorque
cada produto gera,quando
comercializado, e esta coberturadeve
ser suficiente para cobrir os custos fixosda
empresa. Utilizando o conceitoda
margem
de contribuição, ponto deequilíbrio é
quando
o valor total dasmargens
de contribuição de todos os produtos vendidos é igual ao total de custosfixos
da empresa.É
importante salientar que,quando
aempresa
tiver calculado o seu ponto de equilíbrio saberá qual a quantidademínima
que
deverá vender para cobrir seus custosfixos
e, consequentemente, nao entrarem
prejuízo.O
usodo método
de custeio diretoou
variável traz algumas vantagens, elencadas peloTERCO
AUDITORIA
E
CONSULTORIA
(l995; p.3 8),como
segue:“~ eliminação das flutuações nos resultados decorrentes dos
volumes
de produção e vendas versus absorção de custos fixosdo
período; _
- conhecimento da
margem
de contribuição efetiva de cada produtoou
linha de produto;- otimização dos resultados operacionais
da empresa
com
basena
identificação
do
mix
maisadequado de
vendas; e .- simplificação dos trabalhos de custos
em
face da eliminação dasoperações contábeis de rateio de custos
fixos
de produção.” ANo
que
concerneàs desvantagens,
confomie
TERCO
AUDITORIA E
CONSULTORIA
(l995; p.3 8), pode-se elencar as queseguem:
. t“~ o sistema sofre restrições de
ordem
tributária,em
que
osresultados apurados
não
são reconhecidos pela ReceitaFederal
para
fins
de cálculodo
lucro real (lucro tributável)como
base para o cálculodo
imposto de renda devido pela pessoa jurídica;- o sistema
também
não
recebeum
reconhecimento técnicodo
ponto
de vista contábil tradicional, pois a utilizaçãodo
sistemade
custeio direto, para fins de preparo de demonstrativos financeiros,sem
dúvida, provocariauma
ressalvano
parecer' dos auditores independentes;- apresentação de maior grau de flutuação nos resultados apurados
por causa
do
não-diferimento de custos fixos através dos produtos mantidosem
estoque ouno
processo de fabricaçãono
final de cadaperíodo contábil;
- dificuldade quanto à definição dos custos de
comportamento
efetivamente variáveis; e