• Nenhum resultado encontrado

Elipsômetro automatizado para medição da ressonância de plasmon de superfície por angulação ótica e integração com labview®

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Elipsômetro automatizado para medição da ressonância de plasmon de superfície por angulação ótica e integração com labview®"

Copied!
74
0
0

Texto

(1)

PROGRAMA DE P ´

OS-GRADUAC

¸ ˜

AO EM ENGENHARIA EL ´

ETRICA E

INFORM ´

ATICA INDUSTRIAL

TAYNARA APOEN ˜

A DE OLIVEIRA

ELIPS ˆ

OMETRO AUTOMATIZADO PARA MEDIC

¸ ˜

AO DA

RESSON ˆ

ANCIA DE PLASMON DE SUPERF´ICIE POR ANGULAC

¸ ˜

AO

´

OTICA E INTEGRAC

¸ ˜

AO COM LABVIEW

®

DISSERTAC

¸ ˜

AO

CURITIBA

(2)

ELIPS ˆ

OMETRO AUTOMATIZADO PARA MEDIC

¸ ˜

AO DA

RESSON ˆ

ANCIA DE PLASMON DE SUPERF´ICIE POR ANGULAC

¸ ˜

AO

´

OTICA E INTEGRAC

¸ ˜

AO COM LABVIEW

®

Dissertac¸˜ao apresentada ao Programa de P´os-graduac¸˜ao em Engenharia El´etrica e Inform´atica Industrial da Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a como requisito parcial para obtenc¸˜ao do grau de “Mestre em Ciˆencias” – ´Area de Concentrac¸˜ao: Fotˆonica em Engenharia.

Orientador: Prof. Dr. Hypolito Jos´e Kalinowski

Co-orientador: Prof. Dr. Ismael Chiamenti

CURITIBA 2019

(3)

Oliveira, Taynara Apoenã de

Elipsômetro automatizado para medição da ressonância de plasmon de superfície por angulação ótica e integração com Labview® [recurso eletrônico] / Taynara Apoenã de Oliveira.-- 2019.

1 arquivo texto (72 f.): PDF; 8,88 MB. Modo de acesso: World Wide Web

Título extraído da tela de título (visualizado em 30 set. 2019) Texto em português com resumo em inglês

Dissertação (Mestrado) - Universidade Tecnológica Federal do Pa-raná. Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial, Curitiba, 2019

Bibliografia: f. 52-55

1. Engenharia elétrica - Dissertações. 2. Plasmons (Física). 3. Teoria dos excitons. 4. Teoria quântica. 5. LabVIEW (Programa de computador). 6. Óptica. 7. Difração. I. Kalinowski, Hypolito José. II. Chiamenti, Ismael. III. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-gra-duação em Engenharia Elétrica e Informática Industrial. IV. Título.

CDD: Ed. 23 – 621.3 Biblioteca Central da UTFPR, Câmpus Curitiba

(4)

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação

TERMO DE APROVAÇÃO DE DISSERTAÇÃO Nº 835

A Dissertação de Mestrado intitulada “Elipsômetro Automatizado Para Medição da Ressonância

de Plasmon de Superfície por Angulação ótica e Integração com Labview®” defendida em

sessão pública pelo(a) candidato(a) Taynara Apoenã de Oliveira, no dia 30 de agosto de 2019, foi julgada para a obtenção do título de Mestre em Ciências, área de concentração Fotônia em

Engenharia, e aprovada em sua forma final, pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia

Elétrica e Informática Industrial.

BANCA EXAMINADORA:

Prof(a). Dr(a). José Luís Fabris - Presidente – (UTFPR) Dr(a). Bárbara Rutyna Heidemann - (ISI-EQ)

Prof(a). Dr(a). Ismael Chiamenti - (UTFPR)

A via original deste documento encontra-se arquivada na Secretaria do Programa, contendo a assinatura da Coordenação após a entrega da versão corrigida do trabalho.

(5)
(6)

Agradec¸o primeiramente a Deus, que sempre guia meus passos e me ensina, por seu amor e, a cada dia, ser uma pessoa melhor.

Agradec¸o `a minha fam´ılia que me apoiam, ajudam e s˜ao a base da minha vida: minha m˜ae, padrasto, av´o e irm˜aos. Em especial, agradec¸o ao meu avˆo, Jos´e Carlos Ragonha, que nos deixou cedo, mas ´e meu exemplo de ser humano e me ensinou a sempre amar o pr´oximo. Tamb´em agradec¸o ao meu irm˜ao, meu melhor amigo e companheiro de vida, que esteve comigo nesta jornada e participou deste trabalho.

Agradec¸o aos meus amigos que, para mim, fazem parte da fam´ılia. Aos de Curitiba, meus sinceros agradecimentos: Robsson, Nat´alia, Lays, Ana e Gilber. N˜ao esquecerei das nossas tardes de caf´e que me motivaram a continuar. Aos da It´alia, agradec¸o por me acolherem e serem minhas melhores amigas: Dielle e Lurian, irm˜as de corac¸˜ao. Agradec¸o aos meus mais antigos amigos e presentes que a vida me deu: Guido, Naty e Dani. Obrigada por estarem em todos os momentos de minha vida, bons e ruins.

Agradec¸o `a Patr´ıcia Loren que esteve comigo desde do ´ınicio do projeto e me ajudou em todas as etapas. Obrigada por cada conselho e apoio. Tamb´em agradec¸o ao Gustavo Macioski por toda ajuda.

Agradec¸o aos meus professores da UTFPR, campus Curitiba, pelas disciplinas ministradas. Em especial, agradec¸o ao meu orientador, professor Hypolito Jos´e Kalinowski, e ao meu co-orientador, professor Ismael Chiamenti, pelo suporte, pela paciˆencia, ensinamentos, conselhos e orientac¸˜ao ativa. Sem eles n˜ao seria poss´ıvel o desenvolvimento e conclus˜ao deste trabalho.

`

A Coordenac¸˜ao de Aperfeic¸oamento de Pessoal do N´ıvel Superior (CAPES), Fundac¸˜ao Arauc´aria e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient´ıfico e Tecnol´ogico (CNPq), pelo apoio financeiro.

Por fim, agradec¸o `a UTFPR, campus Cubat˜ao, e `a UNIMORE, Modena, It´alia, pelo acordo de dupla diplomac¸˜ao e todo suporte fornecido para que eu pudesse concluir meus estudos nas duas instituic¸˜oes.

(7)
(8)

DE OLIVEIRA, Taynara Apoen˜a. ELIPS ˆOMETRO AUTOMATIZADO PARA MEDIC¸ ˜AO DA RESSON ˆANCIA DE PLASMON DE SUPERF´ICIE POR ANGULAC¸ ˜AO ´OTICA E INTEGRAC¸ ˜AO COM LABVIEW®. 72 f. Dissertac¸˜ao – Programa de P´os-graduac¸˜ao em Engenharia El´etrica e Inform´atica Industrial, Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a. Curitiba, 2019.

´

E proposto um sistema automatizado para a excitac¸˜ao de Plasmon de Superf´ıcie no Modo de Interrogac¸˜ao Angular. O objetivo do experimento ´e medir a ressonˆancia plasmˆonica nas configurac¸˜oes tradicionais conhecidas como Configurac¸˜ao de Kretschmann e de Otto e analisar as medidas atrav´es da interface gr´afica desenvolvida com a plataforma LabVIEW®. Os resultados obtidos experimentalmente s˜ao comparados com os simulados pelo software livre WinSpall demonstrando-se coerentes dentro das condic¸˜oes estabelecidas para cada medida. Sendo assim, o sistema apresenta ser eficaz em medir ressonˆancia de plasmon na Configurac¸˜ao Kretschmann e modos guiados na Configurac¸˜ao Otto. Ainda, automac¸˜ao do sistema permite an´alises mais r´apidas do que an´alises feitas manualmente, otimizando o processamento e aquisic¸˜ao de dados.

(9)

DE OLIVEIRA, Taynara Apoen˜a. AUTOMATED ELLIPSOMETER FOR SURFACE PLASMON RESONANCE MEASUREMENT BY OPTICAL ANGULATION AND INTEGRATION WITH LABVIEW®. 72 f. Dissertac¸˜ao – Programa de P´os-graduac¸˜ao em Engenharia El´etrica e Inform´atica Industrial, Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a. Curitiba, 2019.

An automated system for the excitation of Surface Plasmon in Angular Interrogation Mode is proposed. The objective of the experiment is to measure the plasmon resonance in the traditional configurations known as the Kretschmann and Otto Configuration and to analyze the measurements through the graphical interface developed with the LabVIEW® platform. The results obtained experimentally are compared with those simulated by the WinSpall free software demonstrating coherence within the conditions established for each measure. Thus, the system is effective in measuring surface plasmon resonance in Kretschmann Configuration and guided modes in Otto Configuration. In addition, system automation allows fast analysis than manual analysis, optimizing data processing and acquisition.

(10)

FIGURA 1 Interface formado por dois meios: diel´etrico e metal. . . 19 –

FIGURA 2 Curva de dispers˜ao: (a) Apresenta a curva de dispers˜ao para a luz no espac¸o livre (κf oton,ar) e para o plasmon de superf´ıcie (κplasmon); j´a em (b) ´e apresentado a curva de dispers˜ao de uma onda evanescente (κx) que em uma determinada frequˆencia e ˆangulo acopla-se com o plasmon (κx= κPS). . . . 20 –

FIGURA 3 Diagrama esquem´atico de uma rede de difrac¸˜ao metalizada. . . 21 –

FIGURA 4 Diagrama esquem´atico de uma fibra ´otica com metal depositado sobre o n´ucleo. . . 22 –

FIGURA 5 Configurac¸˜ao Kretschmann e Configurac¸˜ao Otto, respectivamente. . . 22 –

FIGURA 6 Vista superior e lateral do aparato experimental. . . 25 –

FIGURA 7 Esquem´atico do aparato experimental, onde: (a) Configurac¸˜ao de Otto e (b) Configurac¸˜ao de Kretschmann. . . 26 –

FIGURA 8 Goniˆometro motorizado e acionado por servos motores DC (Thorlabs, modelo PRM1-Z7). . . 27 –

FIGURA 9 Drivers (Thorlabs, modelo TDC001) utilizados no controle dos goniˆometros motorizados. . . 28 –

FIGURA 10 Tela da interface gr´afica do usu´ario do Software APT. . . 28 –

FIGURA 11 Tela da interface gr´afica do programa de alinhamento. . . 29 –

FIGURA 12 Tela da interface gr´afica do programa de varredura angular. . . 30 –

FIGURA 13 Tela da interface gr´afica do espectrˆometro utilizado. . . 31 –

FIGURA 14 Nivelamento do goniˆometro da fonte em relac¸˜ao `a mesa ´otica. . . 31 –

FIGURA 15 Alinhamento com espelho plano. . . 32 –

FIGURA 16 Nivelamento do goniˆometro do detector em relac¸˜ao `a mesa ´otica. . . 32 –

FIGURA 17 Alinhamento do eixo de rotac¸˜ao do goniˆometro da fonte. . . 33 –

FIGURA 18 Pec¸a do goniˆometro do detector com trˆes graus de liberdade: movimento linear em x, y e z. . . 34 –

FIGURA 19 Pec¸a com movimento linear em y para alinhamento da fibra da fonte e do detector em relac¸˜ao aos respectivos eixos de rotac¸˜ao. . . 34 –

FIGURA 20 Alinhamento nos quatro quadrantes, exemplo: detector posicionado em 45◦ e fonte em 225◦; detector posicionado em 315◦e fonte em 315◦. . . 35 –

FIGURA 21 Alinhamento lateral e em altura (tangente `a mesa ´otica): eixo do motor do detector em relac¸˜ao ao eixo do motor da fonte. . . 35 –

FIGURA 22 Alinhamento lateral e em altura (ortogonal `a mesa ´otica): eixo do motor do detector em relac¸˜ao ao eixo do motor da fonte. . . 36 –

FIGURA 23 Pec¸a com trˆes graus de liberdade: movimento linear em x, y e z. . . 37 –

FIGURA 24 Curva de ajuste angular para prisma BK7 na Configurac¸˜ao Otto. . . 38 –

FIGURA 25 Comparac¸˜ao do resultado experimental com a simulac¸˜ao na configurac¸˜ao prisma-ar: (a) Apresenta a reflex˜ao da luz na polarizac¸˜ao P e (b) Apresenta a reflex˜ao da luz na polarizac¸˜ao S. . . 39 –

FIGURA 26 Angulo de incidˆencia externo considerado nas medic¸˜oes experimentais eˆ nos c´alculos das curvas simuladas pelo WinSpall. . . 40 –

(11)

FIGURA 29 Corte em 500nm dos gr´aficos 2D para comparac¸˜ao das curvas experimentais com as simuladas. . . 43 –

FIGURA 30 Corte em 600nm dos gr´aficos 2D para comparac¸˜ao das curvas experimentais com as simuladas. . . 43 –

FIGURA 31 Refletˆancia em func¸˜ao do ˆangulo de incidˆencia na configurac¸˜ao Kretschmann considerando diferentes comprimentos de onda: (a) λ1 = 550 nm, (b) λ2= 636 nm, (c) λ3= 750 nm e (d) λ4= 810 nm. . . 45 –

FIGURA 32 Montagem experimental adaptado para a Configurac¸˜ao Kretschmann. . . 46 –

FIGURA 33 Curvas que demonstram o comportamento da variac¸˜ao das constantes ´oticas utilizadas nas simulac¸˜oes considerando os comprimentos de onda (λ1 = 550 nm, λ2= 636 nm, λ3= 750 nm e λ4= 810 nm): (a) ´Indice de refrac¸˜ao (parte real) e (b) Coeficiente de extinc¸˜ao (parte imagin´aria). . . 47 –

FIGURA 34 Interface gr´afica do software livre WinSpall: comparac¸˜ao entre o experimental (linha pontilhada) e a simulac¸˜ao (linha cheia). . . 48 –

FIGURA 35 Curva de n e κ retirada da base de dados de Raki`c (RAKI´c et al., 1998): (a) ´Indice de refrac¸˜ao (parte real) e (b) Coeficiente de extinc¸˜ao (parte imagin´aria). . . 49

(12)

TABELA 1 Relac¸˜ao entre os ˆangulos do goniˆometro da fonte e os ˆangulos corrigidos do goniˆometro do detector. . . 38 –

TABELA 2 Angulos de ressonˆancia e os erros relativos considerando os diferentesˆ comprimentos de onda (λ1= 550 nm, λ2= 636 nm, λ3= 750 nm e λ4 = 810 nm). . . 46 –

TABELA 3 Constantes ´oticas utilizadas nas simulac¸˜oes realizadas com o software WinSpall considerando os comprimentos de onda: λ1 = 550 nm, λ2 = 636 nm, λ3= 750 nm e λ4= 810 nm. . . 46 –

TABELA 4 Comparac¸˜ao entre o valor da parte real do ´ındice de refrac¸˜ao, retirado do modelo te´orico Raki`c (1998), com o valor da parte real do ´ındice de refrac¸˜ao ajustado por meio da comparac¸˜ao entre experimental e simulac¸˜ao. . . 48 –

TABELA 5 Comparac¸˜ao entre o valor da parte imagin´aria do ´ındice de refrac¸˜ao, retirado do modelo te´orico Raki`c (1998), com o valor da parte imagin´aria do ´ındice de refrac¸˜ao ajustado por meio da comparac¸˜ao entre experimental e simulac¸˜ao. . . 49

(13)

RPS Ressonˆancia de Plasmon de Superf´ıcie TNT Trinitrotoluene

PS Plasmon de Superf´ıcie AIM Angular Interrogation Mode WIM Wavelength Interrogation Mode TE Transversal El´etrico

TM Transversal Magn´etico

APT Advanced Positioning Technology RIT Reflex˜ao Interna Total

(14)

1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 13

1.1 MOTIVAC¸ ˜OES . . . 13

1.2 ESTADO DA ARTE . . . 14

1.2.1 Ressonˆancia de plasmon de Superf´ıcie e suas aplicac¸˜oes . . . 14

1.3 APLICAC¸ ˜OES DE BIOSSENSORES RPS . . . 15

1.4 OBJETIVOS . . . 17

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO . . . 17

2 FUNDAMENTAC¸ ˜AO TE ´ORICA . . . 18

2.1 PLASMON DE SUPERF´ICIE . . . 18

2.2 REDE DE DIFRAC¸ ˜AO METALIZADA . . . 20

2.3 FIBRA ´OTICA METALIZADA . . . 21

2.4 ACOPLAMENTO POR PRISMA . . . 22

3 MATERIAIS E M ´ETODOS . . . 24

3.1 APARATO EXPERIMENTAL . . . 24

3.1.1 Goniˆometros e controladores . . . 27

3.1.2 Software . . . 28

3.1.3 Procedimentos do alinhamento ´otico . . . 30

3.1.4 Ajuste angular . . . 36

4 RESULTADOS E DISCUSS ˜OES . . . 41

4.0.1 Medidas de modos acoplados na configurac¸˜ao Otto . . . 41

4.0.2 Medidas RPS na configurac¸˜ao Kretschmann . . . 44

5 CONCLUS ˜AO . . . 50

REFER ˆENCIAS . . . 52

Anexo A -- PUBLICAC¸ ˜AO RESULTANTE DESTE TRABALHO . . . 56

Anexo B -- MOTOR CODE . . . 57

Anexo C -- SPECTRO OCEAN OPTICS . . . 65

Anexo D -- PROGRAMA ALINHAMENTO . . . 67

(15)

1 INTRODUC¸ ˜AO

Neste cap´ıtulo s˜ao apresentadas as motivac¸˜oes do trabalho, o estado da arte da ferramenta de estudo, o objetivo geral do projeto, os objetivos espec´ıficos e, por fim, a estrutura da dissertac¸˜ao.

1.1 MOTIVAC¸ ˜OES

O fenˆomeno de ressonˆancia plasmˆonica ´e utilizado frequentemente na fabricac¸˜ao de sensores e biossensores ´oticos conhecidos como sensores RPS (Ressonˆancia de Plasmon de Superf´ıcie). Os dispositivos baseados nesta t´ecnica possuem alta sensibilidade e permitem o sensoriamento label-free; tendo potencial aplicac¸˜ao na caracterizac¸˜ao de filmes finos met´alicos, detecc¸˜ao de gases poluentes, detecc¸˜ao de doenc¸as infecciosas, detecc¸˜ao da variac¸˜ao de press˜ao e assim por diante.

O sensoriamento pode ser feito monitorando as mudanc¸as nas propriedades ´oticas da superf´ıcie sensora, caracterizando um sensoriamento refrativo. Al´em disso, a tecnologia RPS tem potencial an´alise em tempo real, a qual torna-se interessante, por exemplo, nas aplicac¸˜oes m´edicas e farmacˆeuticas (AMETEK; REICHERT, 2018), e em outras ´areas.

Neste contexto, ´e necess´ario um sistema capaz de estudar o fenˆomeno de ressonˆancia de plasmon de superf´ıcie, que permita, futuramente, o desenvolvimento de aplicac¸˜oes que utilizem a ferramenta RPS (sensores refrativos). Em vista disto, este projeto prop˜oe o desenvolvimento de um sistema automatizado para a medic¸˜ao da ressonˆancia plasmˆonica na Configurac¸˜ao de Kretschmann e Configurac¸˜ao de Otto. A proposta da automac¸˜ao traz como vantagem a otimizac¸˜ao da aquisic¸˜ao e processamento de dados e a utilizac¸˜ao da Configurac¸˜ao de Kretschmann e Configurac¸˜ao de Otto, pelo fato de serem estruturas sensoras tradicionais para um primeiro estudo da tecnologia RPS. Por fim, o trabalho tamb´em prop˜oe que o sistema automatizado tenha capacidade de realizar medic¸˜oes paralelas da ressonˆancia em m´ultiplos comprimentos de onda.

(16)

1.2 ESTADO DA ARTE

1.2.1 RESSON ˆANCIA DE PLASMON DE SUPERF´ICIE E SUAS APLICAC¸ ˜OES

Um dos primeiros contatos com o efeito RPS foi em 1902, quando o professor Willins Wood verificou linhas claras e escuras no espectro vis´ıvel durante seu experimento com redes de difrac¸˜ao met´alicas. Wood iluminou com uma lˆampada incandescente uma rede de difrac¸˜ao e observou que, em certos ˆangulos de incidˆencia e comprimentos de onda, surgiam bandas claras e escuras. Willins chamou este fenˆomeno de anomalia e destacou o fato de que as linhas apenas apareciam quando a componente el´etrica da luz incidente era perpendicular ao plano de incidˆencia da superf´ıcie da rede (Polarizac¸˜ao S) (WOOD, 1912).

Posteriormente, em 1907, Lord Rayleigh fez uma s´erie de discuss˜oes te´oricas das anomalias encontradas no estudo de Wood descrevendo-as matematicamente apenas para a luz com polarizac¸˜ao perpendicular `a rede de difrac¸˜ao (RAYLEIGH, 1907), ou seja, os estudos te´orico e experimental indicavam que essas anomalias n˜ao existiriam para a componente da luz incidente paralela `a rede (Polarizac¸˜ao P).

No entanto, mais tarde ´e brevemente relado por Wood em suas publicac¸˜oes seguintes (1912 e 1935) a observac¸˜ao destas bandas na polarizac¸˜ao P (WOOD, 1912, 1935), que seriam chamadas de anomalias P.

Em 1941, Fano publicou um artigo que discutia em uma an´alise mais moderna as anomalias de Wood tratando-as em termos de ondas superficiais. O autor explica as anomalias como sendo resultado de uma ressonˆancia entre a onda incidente e as ondas de superf´ıcie que se propagam ao longo da interface da rede, chamando-as de oscilac¸˜oes forc¸adas (FANO, 1941).

Nos anos 50, outros estudos foram realizados por dois autores, Pines e Bohm, correlacionados com a proposta descrita por Fano em 1941. Pines e Bohm fizeram uma nova abordagem para o tratamento das interac¸˜oes que ocorrem em um g´as de el´etrons de alta densidade fazendo uma descric¸˜ao coletiva das part´ıculas. As interac¸˜oes em um g´as de el´etrons de alta densidade podem produzir um comportamento organizado das part´ıculas que resulta em oscilac¸˜oes coletivas chamadas de oscilac¸˜oes de plasma ou plasmons. Assim, baseados em experimentos de outros pesquisadores com filmes met´alicos, Pines e Bohm previram teoricamente que a excitac¸˜ao das oscilac¸˜oes de plasma por meio de um bombardeio de el´etrons poderia provocar a perda de energia destes el´etrons (BOHM; PINES, 1951; PINES et al., 1952).

No mesmo ano (1952) em que Pines e Bohm publicavam sobre suas previs˜oes, Palmer confirmou demonstrando experimentalmente que anomalias de Wood para a polarizac¸˜ao

(17)

P existiam e que o formato das redes de difrac¸˜ao (profundidade dos sulcos) afetariam o aparecimento desses fenˆomenos (PALMER, 1952). Um dos primeiros resultados experimentais que discute a nova anomalia de Wood, que hoje ´e conhecida como RPS.

Mais tarde, em 1957, a partir de c´alculos num´ericos, Ritchie retoma as considerac¸˜oes de Pines e Bohm e apresenta uma an´alise sobre a perda de energia de um el´etron que atravessa um filme fino met´alico. Em sua abordagem, Ritchie faz uma previs˜ao importante dizendo que a perda de energia do el´etron pode ser justificada como consequˆencia da excitac¸˜ao de oscilac¸˜oes de plasma na superf´ıcie do metal, sugerindo, desta forma, uma dependˆencia dessa perda com a interface do material (RITCHIE, 1957). Uma observac¸˜ao relevante do autor pois esta caracter´ıstica pode ser explorada no desenvolvimento de sensores, j´a que a presenc¸a de contaminantes na superf´ıcie do filme poderia afetar a oscilac¸˜ao coletiva dos el´etrons e uma detecc¸˜ao poderia ser feita avaliando a mudanc¸a na frequˆencia de plasma (veja sec¸˜ao 2). A proposta de Ritchie foi logo confirmada experimentalmente por Powell e Swan (POWELL; SWAN, 1959) e, em 1960, as oscilac¸˜oes de plasma de superf´ıcie foram chamadas de plasmon de superf´ıcie por Stern e Ferrell em seu trabalho sobre as oscilac¸˜oes de plasma superficial, quando o metal ´e revestido de uma camada oxidada (STERN; FERRELL, 1960).

Assim, com a descoberta e o desenvolvimento deste campo, foram estudadas outras poss´ıveis maneiras de excitac¸˜ao destas ondas de superf´ıcie e, no final dos anos 60 e in´ıcio dos anos 70, foi demonstrado por Otto e Kretschmann a excitac¸˜ao ´otica dos plasmons de superf´ıcie por meio da reflex˜ao interna total utilizando um prisma ´otico para o acoplamento (veja sec¸˜ao 2.4) (OTTO, 1968; Kretschmann, 1971). Os experimentos realizados em 1968 e 1971 por Otto e Kretschmann, respectivamente, produziram duas importantes estruturas chamadas Configurac¸˜ao de Otto e Configurac¸˜ao de Kretschmann que, atualmente, s˜ao as configurac¸˜oes tradicionais utilizadas no sensoriamento qu´ımico e biol´ogico.

1.3 APLICAC¸ ˜OES DE BIOSSENSORES RPS

Os biossensores baseados na ressonˆancia plasmˆonica tˆem sido ferramentas eficazes nos estudos de biomedicina (interac¸˜oes biomoleculares), monitoramento ambiental e testes de alimentos (WANG et al., 2013).

A aplicac¸˜ao do biossensor RPS em an´alises das interac¸˜oes biomoleculares ´e baseada em monitorar as mudanc¸as no ´ındice de refrac¸˜ao pr´oximo `a superf´ıcie do mesmo, apresentando como resultado um deslocamento do ˆangulo de sa´ıda (θ ) associado `a intensidade m´ınima de luz refletida. Os sensores fundamentados na configurac¸˜ao Kretschmann tradicional s˜ao

(18)

constitu´ıdos de um diel´etrico revestido de uma fina camada met´alica, onde a substˆancia a ser estudada est´a imobilizada (SADROLHOSSEINI et al., 2012). Nessa superf´ıcie ocorre a interac¸˜ao biomolecular entre a biomol´ecula imobilizada e seu ligante, dispon´ıvel em um sistema de fluxo (cˆamara) com concentrac¸˜ao constante. Conforme a associac¸˜ao vai acontecendo a taxa de ligac¸˜ao diminui at´e que o sistema encontra-se em equil´ıbrio (saturac¸˜ao). Em seguida, o processo de dissociac¸˜ao ocorre e, portanto, o biossensor retorna `a linha de base (regenerac¸˜ao) que foi estabelecida na injec¸˜ao inicial da soluc¸˜ao (tamp˜ao com o ligante adicionado) (ENGLEBIENNE et al., 2003).

Outra aplicabilidade para o biossensor RPS pode ser encontrada no monitoramento do meio ambiente. Devido algumas atividades realizadas pelo homem e suas tecnologias, produtos qu´ımicos e t´oxicos podem ser liberados, contaminando o meio ambiente (SHANKARAN et al., 2007). A detecc¸˜ao de explosivos e outros produtos degradados de minas terrestres (SHANKARAN et al., 2004), por exemplo, ´e um caso importante no campo de monitoramento ambiental, pois estes produtos normalmente s˜ao descartados no solo e ´aguas residuais (YINON, 2002). Estudos tˆem sido desenvolvidos para monitorar mol´eculas explosivas como 2,4,6 trinitrotolueno (TNT) utilizando biossensores baseados em ressonˆancia de plasmon. Neste caso espec´ıfico, a mol´ecula TNT ´e considerada pequena suficiente para a utilizac¸˜ao do m´etodo indireto de detecc¸˜ao onde o analito ´e incubado com o anticorpo e a soluc¸˜ao ´e injetada, de forma que o conjugado imobilizado livre na superf´ıcie do sensor ir´a se ligar com o respectivo anticorpo.

Para al´em desses tipos de an´alises, a tecnologia de biossensores RPS ´e potencialmente utilizada no monitoramento e verificac¸˜ao da qualidade de alimentos e/ou a qualidade de vida dos animais fornecedores desses alimentos. Em 1995 foi publicado o primeiro trabalho utilizando instrumento Biacore3 para a detecc¸˜ao de res´ıduos de drogas veterin´arias em alimentos (STERNESJ ¨O et al., 1995). Para a ind´ustria de alimentos, segundo INDYK (2006), os analitos relevantes na an´alise de concentrac¸˜ao s˜ao classificados em trˆes categorias: nutrientes de baixo peso molecular ou contaminantes, prote´ınas ou outras macromol´eculas imunogˆenicas e microrganismos intactos. As t´ecnicas utilizando RPS baseadas em imunoensaios de concentrac¸˜ao podem ser utilizadas para cada tipo de categoria de analitos citadas anteriormente. Um exemplo do uso de imunossensores plasmˆonicos ´e monitorar a concentrac¸˜ao de progesterona no leite a fim de usar esse valor como um indicador de estro bovino e assim melhorar o monitoramento da fertilidade em rebanhos. A progesterona pode ser imobilizada diretamente via prote´ına conjugada e o anticorpo espec´ıfico ´e ligado ao ant´ıgeno (INDYK,

3Biacore ´e uma empresa que estuda interac¸˜oes biomoleculares utilizando a tecnologia de Ressonˆancia de

(19)

2006).

1.4 OBJETIVOS

O objetivo principal desta dissertac¸˜ao ´e desenvolver um equipamento no formato de elipsˆometro para a medic¸˜ao da ressonˆancia de plasmon nas configurac¸˜oes tradicionais com prisma (Configurac¸˜ao de Kretschmann e Configurac¸˜ao de Otto). Al´em disso, ´e proposto a automac¸˜ao do sistema, otimizando, desta forma, a aquisic¸˜ao e processamento de dados. Para realizar o objetivo geral do trabalho foram planejados os seguintes objetivos espec´ıficos:

• Montar o sistema e automatiza-lo por meio da interface gr´afica LabVIEW®;

• Realizar o alinhamento ´otico do sistema;

• Medir a ressonˆancia de plasmon de superf´ıcie e;

• Validar a metodologia de medic¸˜ao para que, posteriormente, o equipamento possa ser utilizado no desenvolvimento de sensores RPS aplicados ao campo de sensoriamento refrativo.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

O documento foi divido em cinco cap´ıtulos que s˜ao: Introduc¸˜ao, Revis˜ao da literatura, Materiais e M´etodos, Resultados e Discuss˜oes, e Conclus˜ao. No cap´ıtulo 2 ´e discutido brevemente a teoria de ressonˆancia de plasmon e as configurac¸˜oes comuns utilizadas para medic¸˜ao do fenˆomeno. O cap´ıtulo 3 discute os materiais necess´arios para a montagem do elipsˆometro e a realizac¸˜ao dos ensaios experimentais, portanto essa sec¸˜ao descreve sobre o aparato experimental, os programas desenvolvidos para automatizar o equipamento e os procedimentos de alinhamento do sistema ´otico. Os resultados obtidos foram discutidos no cap´ıtulo 4 e conclu´ıdos no cap´ıtulo 5. No final do documento encontram-se os Anexos A, B, C, D e E, que s˜ao respectivamente, as publicac¸˜oes resultantes deste trabalho, a descric¸˜ao do programa principal (Motor Code) desenvolvido para tornar o elipsˆometro automatizado e capaz de realizar a varredura angular, a descric¸˜ao do programa secund´ario (Spectro Ocean Optics) que permite selecionar os comprimentos de onda em que se deseja realizar o experimento, a descric¸˜ao do programa de alinhamento (Programa Alinhamento) que auxilia no procedimento e, por fim, o Manual Operacional para a utilizac¸˜ao adequada do equipamento e dos programas.

(20)

2 FUNDAMENTAC¸ ˜AO TE ´ORICA

Neste cap´ıtulo ´e realizada a fundamentac¸˜ao te´orica sobre plasmons de superf´ıcie e as configurac¸˜oes tradicionais utilizadas para a medic¸˜ao da ressonˆancia de modo a demonstrar diferentes t´ecnicas de medic¸˜ao RPS.

2.1 PLASMON DE SUPERF´ICIE

Os metais nobres, como o ouro e a prata, possuem el´etrons livres que oscilam em uma frequˆencia espec´ıfica chamada de frequˆencia de plasma (Equac¸˜ao (1)) que depende do n´umero de el´etrons livres por unidade de volume (n), da carga el´etrica (e), a permissividade el´etrica do v´acuo (ε◦) e da massa efetiva do el´etron (m). Quando estas oscilac¸˜oes coletivas acoplam com o campo eletromagn´etico de uma determinada fonte de excitac¸˜ao surge uma onda transversal magn´etica chamada Plasmon de Superf´ıcie (PS). Esta se propaga nas proximidades de uma interface formada por um meio met´alico e um meio diel´etrico, e decai exponencialmente em ambos os meios (COSTA, 2016; LAIS et al., 2017).

ω2p= ne 2 ε◦m

(1)

Considerando o modelo da Figura 1 de uma interface formada por um meio de permissividade ε1 (diel´etrico) e um meio com permissividade el´etrica ε2 (metal), o plasmon existir´a se a condic¸˜ao descrita nas express˜oes (2) e (3) for satisfeita.

ε1× ε2< 0 (2)

(21)

Figura 1 - Interface formado por dois meios: diel´etrico e metal. PS Metal Meio transparente

ε

1

ε

2

Fonte: Autoria pr´opria

Desta forma, justifica-se a utilizac¸˜ao do metal para o surgimento do modo PS pois possui permissividade negativa, conforme apresentado em (4), onde a parte imagin´aria (ε200) est´a associada ao coeficiente de extinc¸˜ao do material.

ε2= ε2+ ε200 (4)

A excitac¸˜ao do plasmon exige uma condic¸˜ao de casamento de fase, onde a componente κx da onda incidente dever ser igual `a parte real da constante de propagac¸˜ao κPS do plasmon de superf´ıcie - relac¸˜ao expressa em (5) - sendo que κ◦´e a constante de propagac¸˜ao no espac¸o livre, εpa permissividade el´etrica do meio e θ o ˆangulo de incidˆencia (COSTA, 2016).

ℜκPS} = κ◦ √

εpsen θ ) (5)

Quando o acoplamento ressonante acontecer parte da luz incidente fica confinada e propaga-se ao longo da interface. Contudo, devido `a dispers˜ao plasmˆonica a ressonˆancia n˜ao pode ser alcanc¸ada diretamente conforme a configurac¸˜ao apresentada na Figura 1. Considerando apenas uma interface ar/metal, a curva de dispers˜ao do plasmon de superf´ıcie pode ser observada na Figura 2(a), a qual demonstra que a constante de propagac¸˜ao do plasmon de superf´ıcie ´e maior que a constante de propagac¸˜ao que a luz excitante no espac¸o livre. Para que o modo plasmˆonico possa ser excitado, o vetor de onda da luz deve ser aumentado permitindo o acoplamento. Ao acrescentar um prisma ´otico, por exemplo, a condic¸˜ao de dispers˜ao do plasmon ´e contornada e ocorre o casamento de fase para um ˆangulo particular como a Figura 2(b) apresenta (KO, 2009; SHARMA et al., 2007).

(22)

Figura 2 - Curva de dispers˜ao: (a) Apresenta a curva de dispers˜ao para a luz no espac¸o livre (κf oton,ar) e para o plasmon de superf´ıcie (κplasmon); j´a em (b) ´e apresentado a curva de dispers˜ao de uma onda evanescente (κx) que em uma determinada frequˆencia e ˆangulo acopla-se com o plasmon (κx= κPS).

Fonte: Autoria pr´opria

Dependendo da configurac¸˜ao utilizada (redes de difrac¸˜ao, fibra ´otica ou prisma ´otico) o efeito RPS pode ser verificado em reflex˜ao ou transmiss˜ao medindo a atenuac¸˜ao da intensidade de luz incidente em func¸˜ao do ˆangulo (Modo de Interrogac¸˜ao Angular1) ou do comprimento de onda (Modo de Interrogac¸˜ao Espectral2).

2.2 REDE DE DIFRAC¸ ˜AO METALIZADA

A rede de difrac¸˜ao metalizada possui uma interface diel´etrico/metal com perturbac¸˜oes peri´odicas na superf´ıcie (Figura 3). Ao incidir luz linearmente polarizada (Polarizac¸˜ao P) nesta estrutura sob um determinado ˆangulo de incidˆencia (θi), a onda ´otica ´e parcialmente refletida e difratada em m´ultiplos feixes.

As ordens de difrac¸˜ao evanescentes, ou seja, as componentes do vetor de onda κx (Equac¸˜ao (6)) paralelas `a interface com a mesma velocidade de fase que o plasmon de superf´ıcie podem excit´a-lo e assim medir a ressonˆancia em reflex˜ao (DAI et al., 2018). Na Equac¸˜ao (6), κ◦ ´e a constante de propagac¸˜ao no espac¸o livre, nd ´e o ´ındice de refrac¸˜ao do diel´etrico, θi ´e o ˆangulo de incidˆencia, Λ indica o per´ıodo da rede e o n´umero inteiro m ´e a ordem de difrac¸˜ao.

1Angular Interrogation Mode (AIM) 2Wavelength Interrogation Mode (WIM)

(23)

Figura 3 - Diagrama esquem´atico de uma rede de difrac¸˜ao metalizada. Luz com polarização P

incidente Luz refletida

m > 0

m < 0

Λ

θ

i

Dielétrico

Fonte: Autoria pr´opria

±κx= κ◦ndsenθi+ m2πΛ (6)

A conservac¸˜ao do momento para uma onda ´otica que excita a onda de plasmon por meio da rede de difrac¸˜ao pode ser expressa pela Equac¸˜ao (7), sendo que o θRPS ´e o ˆangulo ressonante que depende do ´ındice de refrac¸˜ao do diel´etrico (nd); a ordem de difrac¸˜ao m pode ser positiva (m > 0) ou negativa (m < 0) (HU, 2011; SU et al., 2012).

±κ◦ndsenθRPS+ m2πΛ = κ◦ √

εpsen θ ) (7)

2.3 FIBRA ´OTICA METALIZADA

Em fibras ´oticas metalizadas (Figura 4) a medic¸˜ao de ressonˆancia de plasmon ´e feita em transmiss˜ao. Normalmente, a casca ´e removida at´e aproximar-se do n´ucleo e, desta forma, a deposic¸˜ao do metal pode ser feita facilitando o acesso ao campo evanescente respons´avel pela excitac¸˜ao do plasmon.

Diferente do acoplamento por prisma ´otico (sec¸˜ao 2.4), os sensores RPS baseados em fibra ´otica n˜ao necessitam garantir a polarizac¸˜ao da luz incidente, pois tanto os modos TE (Transversal El´etrico) quanto os modos TM (Transversal Magn´etico) podem existir no guia de onda (WANG et al., 2018).

(24)

Figura 4 - Diagrama esquem´atico de uma fibra ´otica com metal depositado sobre o n ´ucleo. kSP Metal Casca Luz incidente Luz transmitida

Fonte: Autoria pr´opria

O princ´ıpio para excitac¸˜ao do plasmon ´e baseado na reflex˜ao interna total atenuada, sendo assim, os modos ressonantes ser˜ao aqueles com um ˆangulo maior que o ˆangulo cr´ıtico (θc), calculado pela Equac¸˜ao (8) (HU et al., 2016), lei de Snell-Descartes, onde ncasca ´e o ´ındice de refrac¸˜ao da casca e nnucleo´ o ´ındice de refrac¸˜ao do n´ucleo.

θSP> θc, onde, θc= arcsen

 ncasca nucleo



(8)

2.4 ACOPLAMENTO POR PRISMA

As configurac¸˜oes tradicionais, conhecidas como configurac¸˜ao de Kretschmann e de Otto (Figura 5), utilizam o prisma ´otico de alto ´ındice de refrac¸˜ao na estrutura do sensor RPS.

Figura 5 - Configurac¸˜ao Kretschmann e Configurac¸˜ao Otto, respectivamente.

P

θ

i kSP P

θ

i kSP

Fonte: Autoria pr´opria

Na configurac¸˜ao Kretschmann o filme met´alico entra em contato ´otico com o prisma e ´e exposto a uma camada externa de detecc¸˜ao (ar, ´agua, etc) formando uma interface metal/diel´etrico. Esse contato pode ser feito por deposic¸˜ao direta do metal ou o uso de uma

(25)

lˆamina metalizada unida ao prisma por um ´oleo/gel casador de ´ındice de refrac¸˜ao. A espessura do metal, neste caso, deve ser fina o suficiente para que o campo evanescente possa atingir a interface metal/diel´etrico (CAVALCANTI, 2013), onde o acoplamento plasmˆonico ocorre.

J´a a configurac¸˜ao de Otto apresenta uma estrutura formada por um metal espesso, tipicamente centenas de nm, em comparac¸˜ao `a configurac¸˜ao de Kretschmann, e uma camada de ar entre o diel´etrico e o metal. A ressonˆancia est´a fortemente ligada `a espessura do gap de ar pois esta, juntamente com o prisma, forma a interface onde a onda evanescente que excitar´a o modo PS ´e gerada.

A medic¸˜ao do efeito RPS nas duas ´ultimas configurac¸˜oes (Kretschmann e Otto) ´e geralmente realizada pela an´alise da intensidade de luz refletida em func¸˜ao do ˆangulo ou comprimento de onda incidente (depende do modo de interrogac¸˜ao). Isto implica que a condic¸˜ao de ressonˆancia do plasmon pode ser escolhida pela posic¸˜ao angular do feixe de entrada, pois isso seleciona uma componente espec´ıfica do vetor de propagac¸˜ao do feixe de luz na direc¸˜ao do filme met´alico, ou ainda, pode ser escolhida variando o comprimento de onda do feixe incidente at´e o comprimento de onda ideal. O efeito RPS ser´a medido quando o feixe incidente sofrer reflex˜ao interna total gerando um campo evanescente na interface que acoplar´a ao plasmon de superf´ıcie em um ˆangulo espec´ıfico chamado ˆangulo de ressonˆancia (θRPS) ou em um comprimento de onda espec´ıfico chamado comprimento de onda ressonante (λRPS).

(26)

3 MATERIAIS E M ´ETODOS

O cap´ıtulo descreve os materiais utilizados durante o desenvolvimento experimental como a montagem do sistema automatizado e o alinhamento. Por fim, explica os m´etodos empregados na medic¸˜ao da ressonˆancia de plasmon e modos acoplados.

3.1 APARATO EXPERIMENTAL

O sistema consiste de uma fonte ´otica - selecionada de acordo com a cobertura espectral desejada - um detector e dois goniˆometros motorizados que fazem a varredura angular. O sistema ´e automatizado e adaptado na Configurac¸˜ao de Kretschmann ou Configurac¸˜ao de Otto.

A montagem experimental em diferentes perspectivas pode ser vista na Figura 6, onde na imagem superior, o experimento ´e visto em uma perspectiva de cima e na imagem inferior, o experimento ´e observado lateralmente. Considerando o sistema de coordenadas adotado nas figuras observa-se que os eixos de rotac¸˜ao dos goniˆometros, que est˜ao dispostos sobre a mesa ´otica, s˜ao paralelos entre si e entre o eixo Z do sistema de coordenadas. Ainda, como o aparato experimental tem o formato de um elipsˆometro, no centro e entre os goniˆometros, ´e disposto o prisma ´otico das configurac¸˜oes utilizadas para a medic¸˜ao de RPS neste experimento.

O acoplamento ´e realizado utilizando um prisma ´otico BK7 de ˆangulo reto (20 mm × 20 mm e nprisma= 1, 5150 para λ = 636 nm, aproximadamente) e um filme de ouro depositado em uma lˆamina de vidro soda-lime com 1 mm espessura (nsoda−lime= 1, 5215 para λ = 636 nm). Para a excitac¸˜ao do plasmon de superf´ıcie na configurac¸˜ao Kretschmann foi empregado uma fonte de luz de banda larga (NKT-Photonics, modelo SuperK Compact) com faixa espectral de 500 nm `a 1700 nm; na configurac¸˜ao de Otto foi empregado uma fonte de banda larga YOKOGAWA, modelo AQ4305, baseada em lˆampada hal´ogena, com uma faixa espectral de 400 a 1800 nm, e potˆencia de aproximadamente 0, 1 µW. A fonte de excitac¸˜ao ´e conectada a uma fibra multimodal que, por sua vez, ´e conectada em uma lente colimadora (Thorlabs, modelo F230FC-B) tornando o feixe de luz paralelo. A luz ´e polarizada por um polarizador linear com

(27)

Figura 6 - Vista superior e lateral do aparato experimental.

Fonte: Autoria pr´opria

banda de 300 − 825 nm (Linos, relac¸˜ao de rejeic¸˜ao 1:4.000). Na captac¸˜ao da luz refletida ´e utilizado uma fibra ´otica de grande diˆametro (≈ 1000 µm) conectada ao espectrˆometro (Ocean Optics, modelo QE65000) respons´avel por registrar a medida espectral.

Os goniˆometros motorizados (Thorlabs PRM1-Z7) s˜ao controlados por dois drivers (Thorlabs TDC001) programados por meio da interface gr´afica LabVIEW®, na qual tamb´em foi implementado o processamento de dados e a exibic¸˜ao dos resultados.

A Figura 7(a) demonstra o esquem´atico do aparato experimental na Configurac¸˜ao Otto. Neste experimento, o gap de ar ´e controlado por um sistema de press˜ao simples de modo a variar a espessura desta camada formada entre o metal e o prisma, a fim de obter o melhor acoplamento plasmˆonico. O filme de ouro que possui centenas de nanˆometros foi depositado sobre a lˆamina soda-lime atrav´es do processo de evaporac¸˜ao t´ermica `a v´acuo, a uma press˜ao de aproximadamente 1 × 10−5 torr. O primeiro passo para a limpeza do substrato de vidro foi a imers˜ao em uma soluc¸˜ao sulfon´ıtrica por 30 minutos. O segundo passo foi um banho no ultrassom em ´agua destilada por 15 minutos e sua secagem em jato de ar. Repete-se o segundo passo por trˆes vezes. Depois das lˆaminas limpas, uma etapa de sinalizac¸˜ao da superf´ıcie do vidro foi empregada a fim de melhorar a aderˆencia entre o filme e a lˆamina (GOSS et al., 1991). Logo ap´os a limpeza o filme de ouro foi depositado sobre o substrato de vidro.

(28)

conforme a Figura 7(b). O filme de ouro com 35nm de espessura foi depositado sobre a lˆamina pelo m´etodo pulverizac¸˜ao cat´odica (MARTIN, 1986), do inglˆes sputtering, atrav´es de um Sputter Coater modelo 208HR da Cressington. A espessura do filme foi determinada no pr´oprio equipamento. Para a limpeza da superf´ıcie do vidro antes da deposic¸˜ao foi utilizado ´alcool isoprop´ılico.

Figura 7 - Esquem´atico do aparato experimental, onde: (a) Configurac¸˜ao de Otto e (b) Configurac¸˜ao de Kretschmann. Detector  Polarizador Prisma BK7 Lente de colimação Fonte de luz Polarizador Lente de colimação

Fonte de luz Detector 

Gap de ar Filme de ouro Soda - lime Mesa ótica Glicerina M2 M1 Soda - lime Filme de ouro Prisma BK7 M1 M2 Ar (a) (b) z x y z x y

Fonte: Autoria pr´opria

Com o objetivo de permitir o casamento de ´ındice de refrac¸˜ao e assim eliminar o gap de ar entre o prisma e a lˆamina de vidro na qual o filme est´a depositado, foi utilizado uma camada de glicerina (nglicerina= 1, 4706 para λ = 636 nm). Apesar do ´ındice de refrac¸˜ao da glicerina n˜ao ser igual ao valor do ´ındice da lˆamina de vidro e do prisma, ´e suficiente para garantir o casamento de ´ındice, conforme o c´alculo expresso em (9), utilizando a lei de Snell-Descartes para uma interface glicerina/vidro, onde θi ´e o ˆangulo de incidˆencia, θr ´e o ˆangulo de refrac¸˜ao, n1o ´ındice da glicerina e n2o ´ındice da lˆamina de vidro:

(29)

senθi senθr =n1 n2 =1, 4706 1, 5215 ≈ 0, 96 (9)

O resultado de 0,96 ou 96% significa que os dois ˆangulos, incidente e refratado, s˜ao pr´oximos e, portanto, a refrac¸˜ao ´e pequena. Ainda, se for calculado a refletividade, utilizando a equac¸˜ao de Fresnel e considerando incidˆencia normal `a interface, conforme a Equac¸˜ao (10), ´e poss´ıvel observar que o valor refletido, devido a multicamda formada pela glicerina e a lˆamina de vidro, ´e pequeno, sendo, aproximadamente, 0,028%. Da Equac¸˜ao (10), R ´e a refletividade, n1o ´ındice da glicerina e n2o ´ındice da lˆamina de vidro.

R= (n1 − n2) (n1+ n2) 2 = (1, 4706 − 1, 5215) (1, 4706 + 1, 5215) 2 ≈ 0, 00028 (10)

3.1.1 GONI ˆOMETROS E CONTROLADORES

Os goniˆometros (Figura 8), tamb´em conhecidos como transferidores de grau, s˜ao motorizados e acionados por servos motores DC (PRM1-Z7). Sua faixa angular ´e de 360◦ cont´ınuos e velocidade m´axima de rotac¸˜ao de 14◦ /s. Possuem uma escala de medic¸˜ao Vernier em conjunto com a escala angular graduada com incremento de 1◦ e resoluc¸˜ao de aproximadamente 0.0003◦. Apesar do disco de Vernier e a escala angular graduada, a leitura da medic¸˜ao angular neste trabalho ´e realizada atrav´es de software (Sec¸˜ao 3.1.2) (THORLABS, 2006).

Figura 8 - Goniˆometro motorizado e acionado por servos motores DC (Thorlabs, modelo PRM1-Z7).

Fonte: Autoria pr´opria

Os drivers TDC001 (Figura 9) utilizados para controlar os goniˆometros possuem apenas um ´unico canal de entrada, controle manual e uma plataforma para a programac¸˜ao

(30)

via software: APT Software (Advanced Positioning Technology, em inglˆes). Ter apenas um canal de entrada significa que cada driver ´e capaz de controlar apenas um goniˆometro por vez (THORLABS, 2015).

Figura 9 - Drivers (Thorlabs, modelo TDC001) utilizados no controle dos goniˆometros motorizados.

Fonte: Autoria pr´opria

3.1.2 SOFTWARE

O software APT (Figura 10) possui pacotes que permitem a programac¸˜ao com o LabVIEW®, possibilitando a automac¸˜ao do elipsˆometro. Foram desenvolvidos trˆes programas: um para o alinhamento do sistema ´otico, outro para medic¸˜ao da intensidade de luz refletida em func¸˜ao do ˆangulo e, por ´ultimo, um programa que recebe os dados registrados pelo espectrˆometro.

Figura 10 - Tela da interface gr´afica do usu´ario do Software APT.

(31)

O programa de alinhamento desenvolvido permite que o usu´ario defina a posic¸˜ao de origem (posic¸˜ao 0◦) dos goniˆometros e o passo angular (Figura 11) durante o ajuste angular do equipamento. A definic¸˜ao do passo angular definir´a quantos pontos (para uma determinada faixa angular de varredura) a curva de ajuste ter´a.

Figura 11 - Tela da interface gr´afica do programa de alinhamento.

Fonte: Autoria pr´opria

O segundo programa ´e destinado a realizar o experimento, processar os dados e exibir os resultados simultaneamente (Figura 12). A interface permite a entrada dos valores angulares m´aximo e m´ınimo, passo angular e o tempo da varredura. Os gr´aficos que s˜ao plotados durante a medic¸˜ao, podem ser salvos no formato texto (.txt) para posterior utilizac¸˜ao dos dados. A ressonˆancia pode ser medida para um mesmo sensor em quatro comprimentos de onda diferentes quando utilizada uma fonte de iluminac¸˜ao de banda larga.

A selec¸˜ao dos comprimentos de onda ´e realizada no terceiro programa, que recebe as informac¸˜oes espectrais registradas pelo espectrˆometro e as mostra graficamente, conforme a Figura 13.

(32)

Figura 12 - Tela da interface gr´afica do programa de varredura angular.

Fonte: Autoria pr´opria

3.1.3 PROCEDIMENTOS DO ALINHAMENTO ´OTICO

Antes de iniciar o sistema de medic¸˜ao RPS ou modos acoplados uma etapa de alinhamento de todo o sistema ´otico deve ser realizada e portanto foi pensado em desenvolver um programa auxiliar, cujo nome ´e ”Programa de alinhamento”, capaz de facilitar e agilizar o procedimento (veja sec¸˜ao 3.1.2).

Em um primeiro momento, ´e necess´ario definir o ˆangulo de posic¸˜ao inicial do goniˆometro da fonte de luz e do detector. O goniˆometro da fonte deve ser posicionado normal `a mesa ´otica e o goniˆometro do detector posicionado tangente `a mesa. A referˆencia para o alinhamento ´otica do sistema ´e o eixo de rotac¸˜ao do goniˆometro da fonte e, em vista disto, ´e o primeiro a ser alinhado.

(33)

Figura 13 - Tela da interface gr´afica do espectrˆometro utilizado.

Fonte: Autoria pr´opria

O goniˆometro da fonte ´e ent˜ao posicionado ortogonalmente `a mesa ´otica e, com um n´ıvel de alum´ınio com base magn´etica, um primeiro ajuste ´e realizado (Figura 14). Ap´os este procedimento, o laser ´e ligado e sobre a mesa ´otica ´e posto um espelho plano de modo que a reflex˜ao da luz esteja alinhada ao spot da fibra multimodal conectada `a fonte de luz (Figura 15).

Figura 14 - Nivelamento do goniˆometro da fonte em relac¸˜ao `a mesa ´otica.

(34)

Figura 15 - Alinhamento com espelho plano. spot da fibra feixe refletido feixe emitido mesa ótica espelho plano

Fonte: Autoria pr´opria

Estando esta condic¸˜ao satisfeita a posic¸˜ao pode ser salva no programa como a posic¸˜ao 0◦do goniˆometro da fonte. A posic¸˜ao 0◦do est´agio de rotac¸˜ao do detector ou espectrˆometro ´e definida alinhando este goniˆometro tangencialmente `a mesa ´otica usando novamente o n´ıvel de alum´ınio com base magn´etica (Figura 16).

Figura 16 - Nivelamento do goniˆometro do detector em relac¸˜ao `a mesa ´otica.

Fonte: Autoria pr´opria

O segundo passo ´e ajustar o eixo de rotac¸˜ao do goniˆometro da fonte para que este movimente-se em uma linha horizontal a fim de que durante as medic¸˜oes o feixe de luz n˜ao caminhe em diferentes posic¸˜oes na amostra. O programa de alinhamento auxilia nesta etapa movimentando o goniˆometro simetricamente para ambos os lados (315◦ e 45◦) com

(35)

a func¸˜ao ” ˆAngulos para o alinhamento” (veja sec¸˜ao 3.1.2). Este alinhamento ´otico pode ser realizado com o apoio de uma r´egua posicionada horizontalmente sobre a mesa ´otica, conforme a Figura 17 demonstra. Se o feixe de luz acompanhar a r´egua sem desvios o eixo de rotac¸˜ao estar´a alinhado.

Figura 17 - Alinhamento do eixo de rotac¸˜ao do goniˆometro da fonte.

1 2 4 3 7 10 8 9 12 13 14 11 6 5 Eixo do motor alinhado feixe de luz Eixo do motor desalinhado 2 4 3 7 10 8 9 12 13 11 6 5 14 1 x z y

Fonte: Autoria pr´opria

A terceira etapa consiste em alinhar o goniˆometro do detector em relac¸˜ao ao primeiro est´agio de rotac¸˜ao uma vez que este j´a est´a alinhado, ou seja, neste passo todo o conjunto do detector ´e ajustado lateralmente e em altura. O goniˆometro do detector possui uma pec¸a com trˆes graus de liberdade que permite o alinhamento em x, y e z (Figura 18), somando com os graus de liberdade dispon´ıveis nas pec¸as que cont´em a fibra da fonte e do detector, permitindo tamb´em um movimento linear ao longo do eixo y (Figura 19). Note que na Figura 18 foi adotado um padr˜ao para o nome dos eixos de forma a auxiliar o entendimento do alinhamento ao citar o respectivo grau de liberdade. Ainda, ao se dizer desalinhamento em altura ou lateral deve ser entendido que o feixe de luz pode estar posicionado acima do spot da fibra do detector ou ao lado, respectivamente.

O m´etodo neste procedimento ´e aproximar o feixe de luz ao spot da fibra conectada ao espectrˆometro de forma que o eixo de rotac¸˜ao deste goniˆometro esteja alinhado com o eixo de rotac¸˜ao do goniˆometro da fonte. O alinhamento do feixe de luz com o spot da fibra ´e realizado nos quatro quadrantes, ou seja, com o goniˆometro do detector posicionado em 45◦ e o goniˆometro da fonte em 225◦(Figura 20), em seguida, o detector em 315◦e a fonte de luz em 315◦, e assim por diante at´e completar o ciclo (360◦).

(36)

Figura 18 - Pec¸a do goniˆometro do detector com trˆes graus de liberdade: movimento linear em x, y e z.

y

- z x

Fonte: Autoria pr´opria

Figura 19 - Pec¸a com movimento linear em y para alinhamento da fibra da fonte e do detector em relac¸˜ao aos respectivos eixos de rotac¸˜ao.

(37)

Figura 20 - Alinhamento nos quatro quadrantes, exemplo: detector posicionado em 45◦e fonte em 225◦; detector posicionado em 315◦e fonte em 315◦.

y x 45° 225° Fonte de luz Detector 315° 315° x y

Fonte: Autoria pr´opria

Primeiramente ´e realizado um ajuste de altura com os motores postos na horizontal (0◦ e 270◦) utilizando os dois graus de liberdade dispostos nas pec¸as que cont´em as fibras e o grau de liberdade em y do goniˆometro do detector. Ap´os a altura, alinha-se lateralmente ainda na horizontal utilizando o grau de liberdade em z (Figura 21).

Figura 21 - Alinhamento lateral e em altura (tangente `a mesa ´otica): eixo do motor do detector em relac¸˜ao ao eixo do motor da fonte.

Desalinhado (eixo z) 270° 0° Desalinhado  (eixo y) Alinhado Detector Fonte

Fonte: Autoria pr´opria

Uma correc¸˜ao tamb´em ´e realizada na vertical com o detector em 270◦ e a fonte em 0◦(Figura 22), utilizando o grau de liberdade em z e/ou em x. Se o detector estiver desalinhado lateralmente, usa-se o ajuste linear em z, por´em, caso seja um desalinhamento na altura, usa-se o eixo x para corrigir. Por fim, o alinhamento nos quatros quadrantes ´e feito at´e que tudo esteja consistente.

(38)

Figura 22 - Alinhamento lateral e em altura (ortogonal `a mesa ´otica): eixo do motor do detector em relac¸˜ao ao eixo do motor da fonte.

Desalinhado (eixo z) Desalinhado (eixo x) Alinhado 0° 270° Fonte Detector

Fonte: Autoria pr´opria

Caso o sistema esteja muito desalinhado lateralmente ´e necess´ario alterar sutilmente a posic¸˜ao de todo o conjunto do detector e reiniciar o processo de alinhamento discutido no par´agrafo anterior.

Ap´os estas etapas, os motores s˜ao colocados em 45◦ e a altura da mesa de base das amostras ´e alinhada conforme a configurac¸˜ao e testes a serem realizados pelo experimento. Esta mesa base possui uma pec¸a com 3 graus de liberdade para um ajuste fino se necess´ario, ou seja, ela permite a correc¸˜ao linear em x, y e z (Figura 23). A mesa utilizada permite giro em torno dos trˆes eixos do sistema cartesiano.

3.1.4 AJUSTE ANGULAR

Ap´os o alinhamento de todo o sistema ´otico, ´e realizado um ajuste fino do alinhamento de acordo com a configurac¸˜ao (Kretschmann ou Otto) e interface utilizada (vidro, metal e etc). Perceba que muitas vezes ser˜ao utilizadas as express˜oes Configurac¸˜ao Kretschmann e Configurac¸˜ao Otto para descrever experimentos que n˜ao necessariamente medem a ressonˆancia de plasmon mas que indicam a posic¸˜ao do prisma no elipsˆometro (veja sec¸˜ao 3.1).

A primeira correc¸˜ao angular foi feita apenas com o prisma BK7 na Configurac¸˜ao Otto e o laser semicondutor (λ = 636 nm). O programa de alinhamento ´e utilizado para auxiliar no processo, sendo assim, os goniˆometros s˜ao posicionados no valor m´aximo da faixa angular definida no programa (Configurac¸˜ao Otto: 345◦e Configurac¸˜ao Kretschmann: 270◦). Com os

(39)

Figura 23 - Pec¸a com trˆes graus de liberdade: movimento linear em x, y e z.

Fonte: Autoria pr´opria

motores colocados na posic¸˜ao inicial, o passo angular definido, inicia-se a etapa de ajuste fino e coleta de dados para o c´alculo da curva de ajuste deste sistema.

Utilizando a func¸˜ao ”MOVER MOTORES (ROTAC¸ ˜AO NEGATIVA)” os goniˆometros movimentam-se em posic¸˜oes opostas de acordo com o passo. A cada posic¸˜ao angular a reflex˜ao da luz nesta interface ´e analisada e se necess´ario for, uma correc¸˜ao angular referente ao motor do espectrˆometro ´e feita. Este ajuste se resume em posicionar o goniˆometro de maneira que o spot da fibra ´otica esteja alinhado ao feixe de luz refletido na interface do prisma. A correc¸˜ao ´e feita at´e o valor m´ınimo definido no programa (Configurac¸˜ao Otto: 290◦ e Configurac¸˜ao Kretschmann: 217◦) e, por fim, os valores corrigidos s˜ao anotados conforme a Tabela 1.

Note que com os motores posicionados em 45◦ ou 315◦ nenhum ajuste ´e feito ou apenas uma pequena correc¸˜ao ´e necess´aria. Isto ocorre pois a ´ultima etapa do alinhamento ´otico ´e justamente corrigir a altura da mesa de base com os goniˆometros colocados em 45◦ conforme a superf´ıcie e configurac¸˜ao escolhida (veja sec¸˜ao 3.1.3).

A Figura 24 representa o gr´afico dos dados coletados e a respectiva curva de ajuste angular trac¸ada no software Origin vers˜ao 8.6. A equac¸˜ao que gerou esta correc¸˜ao linear ´e aderida ao programa de varredura (Motor Code) gerando uma base de dados que pode ser

(40)

Tabela 1 - Relac¸˜ao entre os ˆangulos do goniˆometro da fonte e os ˆangulos corrigidos do goniˆometro do detector.

ˆ

Angulo - Fonte de luz (◦) Angulo - Detector (ˆ ◦)

340, 0000 66, 8115 339, 9023 66, 8467 335, 0000 62, 2896 330, 0000 57, 8965 325, 0000 53, 3979 320, 0000 49, 2993 315, 0000 45, 0000 310, 0000 40, 5073 305, 0000 35, 9063 300, 0000 31, 2979 295, 0000 27, 252 290, 0000 22, 7007 285, 0000 18, 6987 280, 0000 14, 2998 275, 0083 10, 3682 275, 0000 10, 2964

Fonte: Autoria pr´opria

atualizada sempre que uma nova configurac¸˜ao e, portanto, uma nova superf´ıcie ou conjunto de superf´ıcies aparecerem. O valor de ”y” ´e a posic¸˜ao corrigida do goniˆometro do detector em relac¸˜ao a posic¸˜ao do goniˆometro da fonte (x).

Figura 24 - Curva de ajuste angular para prisma BK7 na Configurac¸˜ao Otto.

(41)

Depois da correc¸˜ao angular dos goniˆometros a primeira medic¸˜ao realizada com o equipamento com o objetivo de validar o m´etodo foi a Reflex˜ao Interna Total (RIT) na superf´ıcie formada pelo prisma e ar. A Figura 25 mostra a medida experimental nas duas polarizac¸˜oes (P e S) que acompanha em comportamento a simulac¸˜ao obtida atrav´es do software livre WinSpall 2. Observe que o ˆangulo cr´ıtico calculado para esta interface (nprisma > nar, ou seja, ´ındice do meio 1 maior que o ´ındice do meio 2) pela lei de Snell-Descartes (Equac¸˜ao (11) ) ´e de aproximadamente 41, 30◦e na Figura 25 a descontinuidade ´e demonstrada em aproximadamente 39, 50◦. θc= arcsen  nmeio2 nmeio1  = arcsen  1 1, 515  ≈ 41, 30◦ (11)

Figura 25 - Comparac¸˜ao do resultado experimental com a simulac¸˜ao na configurac¸˜ao prisma-ar: (a) Apresenta a reflex˜ao da luz na polarizac¸˜ao P e (b) Apresenta a reflex˜ao da luz na polarizac¸˜ao S.

Fonte: Autoria pr´opria

A discrepˆancia entre o ˆangulo cr´ıtico, calculado pela lei de Snell-Descartes, e o ˆangulo apresentado nas curvas simulada e experimental, pode ser justificada pelo fato de que tanto o experimento como o software WinSpall consideram o ˆangulo de incidˆencia externo (θex), conforme a Figura 26, e n˜ao o ˆangulo interno do prisma (θi). O ˆangulo θexrepresenta a posic¸˜ao angular medida diretamente no controlador do goniˆometro. Para relacionar o ˆangulo interno e o externo foi desenvolvido uma relac¸˜ao trigonom´etrica (Equac¸˜ao (12)), utilizando a lei de Snell-Descartes e, tamb´em, analisando a Figura 26.

θi= arcsen

 sen(θex− A) n1



+ A (12)

2WinSpall ´e um software livre desenvolvido pela empresa RES-TEC que utiliza como base as equac¸˜oes de

(42)

Figura 26 - ˆAngulo de incidˆencia externo considerado nas medic¸˜oes experimentais e nos c´alculos das curvas simuladas pelo WinSpall.

P

N

A

A

1

2

Fonte: Autoria pr´opria

Por meio da Equac¸˜ao (12), ´e poss´ıvel verificar que o ˆangulo cr´ıtico medido pelo aparato experimental e simulado pelo WinSpall correlaciona-se com o calculado pela lei de Snell-Descartes, com um valor de aproximadamente 41, 37◦(Equac¸˜ao (13)):

θi= arcsen

 sen(39, 50◦− 45◦) 1, 515



(43)

4 RESULTADOS E DISCUSS ˜OES

Neste cap´ıtulo ´e discutido os resultados obtidos a partir dos experimentos realizados com o sistema automatizado na Configurac¸˜ao de Otto e na Configurac¸˜ao de Kretschmann. Estes resultados s˜ao comparados com as simulac¸˜oes realizadas pelo software WinSpall. Os gr´aficos da sec¸˜ao 4.0.2 foram gerados no software Origin vers˜ao 8.6.

4.0.1 MEDIDAS DE MODOS ACOPLADOS NA CONFIGURAC¸ ˜AO OTTO

A primeira configurac¸˜ao montada para a medic¸˜ao da ressonˆancia de plasmon foi a Configurac¸˜ao de Otto tradicional (Figura 27). Neste arranjo o prisma BK7 ´e pressionado contra o filme de ouro depositado em uma lˆamina de vidro soda-lime, conforme descrito no subcap´ıtulo 3.1.

Figura 27 - Montagem experimental adaptada para a Configurac¸˜ao Otto.

Fonte: Autoria pr´opria

A Figura 28(a) mostra a simulac¸˜ao e a Figura 28(b) a medida experimental, respectivamente, para v´arias condic¸˜oes de comprimento de onda (425 − 825 nm). A medida

(44)

experimental foi normalizada em relac¸˜ao a intensidade registrada para o ˆangulo de 40◦, onde a curva apresenta-se com menos ru´ıdo. A simulac¸˜ao foi realizada pelo software WinSpall.

Figura 28 - (a) Medida experimental e (b) Simulac¸˜ao na Configurac¸˜ao Otto. A barra de cores indica a intensidade de luz normalizada.

Fonte: Autoria pr´opria

Dos resultados foi estimado um gap de ar de 2550 nm, cuja simulac¸˜ao melhor se aproxima, qualitativamente, do resultado experimental obtido em termos do n´umero e posic¸˜ao das bandas de ressonˆancia apresentadas. Os valores do ´ındice de refrac¸˜ao e da permissividade diel´etrica do filme e prisma foram ajustados de acordo com o comprimento de onda considerado (425 − 825 nm) no experimento atrav´es da base de dados Refractive Index Data Base (POLYANSKIY, 2008) e, o mapa 2D foi gerado por meio do software livre SciLab 6.0.2 utilizando os dados coletados do experimento e da simulac¸˜ao.

Nas Figuras 28(a) e (b) observam-se os modos acoplados para os ˆangulos entre 32◦ `a 38, 5◦em uma faixa angular de 32◦`a 45◦. As bandas de ressonˆancia s˜ao representadas no mapa

(45)

2D pelas regi˜oes em azul de acordo com a normalizac¸˜ao. Para analizar o resultado avaliando, por exemplo, apenas um comprimento de onda por vez, foi realizado um corte dos gr´aficos 2D nos comprimentos de onda de 500 nm (Figura 29) e 600 nm (Figura 30), comparando as curvas experimentais com as simuladas.

Figura 29 - Corte em 500nm dos gr´aficos 2D para comparac¸˜ao das curvas experimentais com as simuladas.

Fonte: Autoria pr´opria

Figura 30 - Corte em 600nm dos gr´aficos 2D para comparac¸˜ao das curvas experimentais com as simuladas.

Fonte: Autoria pr´opria

No entanto, as medidas e simulac¸˜oes para as condic¸˜oes estabelecidas n˜ao s˜ao ressonˆancias plasmˆonicas mas ressonˆancias secund´arias ou modos guiados que podem

(46)

acontecer na Configurac¸˜ao Otto devido o gap de ar criado entre o vidro e o filme, como sugerido por Tillin e Sambles (1988) e Chimento (2013). Os vales observados ocorrem antes do ˆangulo cr´ıtico desta interface, j´a calculado anteriormente (veja sec¸˜ao 3.1.4), o que significa que estas ressonˆancias n˜ao ocorreram devido o campo evanescente. Cada vale apresentado nas Figuras 29 e 30 representa um modo acoplado na cavidade ou gap de ar.

Contudo, os ensaios experimentais apresentam resultados pr´oximos aos te´oricos obtidos pelo simulador. Observa-se a semelhanc¸a no n´umero de modos acoplados e suas posic¸˜oes angulares. As diferenc¸as entre os resultados podem ser justificadas pelo fato de que o sistema experimental n˜ao possui um mecanismo preciso para controlar a espessura do gap e, em termos de simulac¸˜ao, n˜ao se possuem dados exatos sobre os materiais em relac¸˜ao a sua qualidade qu´ımica.

O valor ideal da camada de ar para obter a condic¸˜ao otimizada da ressonˆancia de plasmon de superf´ıcie nesta configurac¸˜ao ´e da ordem de grandeza do comprimento de onda da luz incidente, ou seja, ´e necess´ario um mecanismo que permita o controle do gap de forma a encontrar para cada comprimento de onda de excitac¸˜ao a espessura ideal.

4.0.2 MEDIDAS RPS NA CONFIGURAC¸ ˜AO KRETSCHMANN

A Figura 31 apresenta a ressonˆancia de plasmon obtida em diferentes comprimentos de onda na configurac¸˜ao Kretschmann tradicional. Os resultados experimentais e simulados pelo software WinSpall s˜ao apresentados considerando a intensidade normalizada em func¸˜ao do ˆangulo de incidˆencia. Os dados experimentais s˜ao normalizadas em relac¸˜ao ao m´aximo da simulac¸˜ao seguindo a Equac¸˜ao (14):

Inormalizada=Experimental× WinSpallmax Experimentalmax

(14)

Observe que as curvas simuladas seguem o padr˜ao estabelecido pelos resultados experimentais considerando diferentes comprimentos de onda (λ1 = 550 nm, λ2 = 636 nm, λ3= 750 nm e λ4= 810 nm). Para maiores comprimentos de onda as condic¸˜oes de acoplamento plasmˆonico ´e melhor, pois a curva apresenta-se com uma seletividade maior e, para aplicac¸˜ao em sensoriamento refrativo, ´e uma caracter´ıstica interessante j´a que a detecc¸˜ao, utilizando a t´ecnica RPS, ´e realizada observando o deslocamento da curva.

(47)

Figura 31 - Refletˆancia em func¸˜ao do ˆangulo de incidˆencia na configurac¸˜ao Kretschmann considerando diferentes comprimentos de onda: (a) λ1= 550 nm, (b) λ2= 636 nm, (c) λ3= 750 nm e (d) λ4= 810 nm.

Fonte: Autoria pr´opria

A boa aproximac¸˜ao entre o resultado experimental e a simulac¸˜ao pode ser avaliada observando o ˆangulo de ressonˆancia (θSPR). A Tabela 2 compara os ˆangulos de ressonˆancia e mostra o erro relativo entre o θSPR experimental com o θSPR simulado para cada comprimento de onda, sendo que, o maior erro ´e menor que 0, 5%. O erro relativo ´e calculado em relac¸˜ao `a simulac¸˜ao, pois ´e um resultado te´orico baseado nas equac¸˜oes de Fresnel conforme destacado na nota de rodap´e n´umero 2.

A configurac¸˜ao experimental descrita na sec¸˜ao 3.1 pode ser vista na Figura 32. A montagem foi adaptada para a Configurac¸˜ao Kretschmann. Assim como no experimento realizado com a Configurac¸˜ao Otto, as constantes ´oticas (´ındice de refrac¸˜ao - parte real - e, coeficiente de extinc¸˜ao - parte imagin´aria) dos materiais utilizados, foram ajustadas de acordo

(48)

Tabela 2 - ˆAngulos de ressonˆancia e os erros relativos considerando os diferentes comprimentos de onda (λ1= 550 nm, λ2= 636 nm, λ3= 750 nm e λ4= 810 nm).

θSPR

Comprimento de onda WinSpall Experimental Erro relativo (%)

λ1= 550 nm 51, 03◦ 50, 78◦ 0,489

λ2= 636 nm 45, 65◦ 45, 56◦ 0,197

λ3= 750 nm 43, 08◦ 42, 95◦ 0,302

λ4= 810 nm 42, 50◦ 42, 55◦ 0,117

Fonte: Autoria pr´opria

com o comprimento de onda baseado nos dados de Refractive Index Data Base (POLYANSKIY, 2008), conforme a Tabela 3.

Figura 32 - Montagem experimental adaptado para a Configurac¸˜ao Kretschmann.

Fonte: Autoria pr´oria

Tabela 3 - Constantes ´oticas utilizadas nas simulac¸˜oes realizadas com o software WinSpall considerando os comprimentos de onda: λ1= 550 nm, λ2= 636 nm, λ3= 750 nm e λ4= 810 nm.

Comprimento de onda nprisma nglicerina nsoda−lime λ1= 550 nm 1, 5185 1, 4734 1, 5251 + j0, 00000022 λ2= 636 nm 1, 5150 1, 4706 1, 5215 + j0, 00000074176 λ3= 750 nm 1, 5118 1, 4675 1, 5183 + j0, 00000183 λ4= 810 nm 1, 5106 1, 4662 1, 5170 + j0, 000002617

Fonte: Autoria pr´opria

No caso do filme de ouro as constantes ´oticas dependem de fatores como a espessura da camada e pureza da superf´ıcie. Sendo assim, os parˆametros ´oticos (n e κ) do ouro n˜ao s˜ao

(49)

estritamente conhecidos e por isto os valores foram estimados para cada comprimento de onda considerando o comportamento de variac¸˜ao da Figura 33(a), curva do ´ındice de refrac¸˜ao em func¸˜ao do comprimento de onda, e da Figura 33(b), curva do coeficiente de extinc¸˜ao em func¸˜ao do comprimento de onda. As curvas cheias s˜ao retiradas da literatura para comparar com as curvas tracejadas, que s˜ao as curvas do n e do κ do filme de ouro deste experimento.

Figura 33 - Curvas que demonstram o comportamento da variac¸˜ao das constantes ´oticas utilizadas nas simulac¸˜oes considerando os comprimentos de onda (λ1= 550 nm, λ2= 636 nm, λ3= 750 nm e λ4= 810 nm): (a) ´Indice de refrac¸˜ao (parte real) e (b) Coeficiente de extinc¸˜ao (parte imagin´aria).

Fonte: Autoria pr´opria

Os dados das curvas em preto, vermelho e azul foram retirados da base de dados Yakubovsky (YAKUBOVSKY et al., 2017). Estes dados s˜ao experimentais com diferentes espessuras de filme (25nm, 53nm e 117nm). As curvas em verde foram obtidas por meio da base de dados Babar e Weaver (BABAR; WEAVER, 2015) que tamb´em s˜ao dados experimentais de um filme de ouro espesso (bulk). Os dados da base de dados Raki`c (RAKI´c et al., 1998), curva azul marinho, s˜ao valores te´oricos calculados (Modelo de Lorentz-Drude, 1998).

A curva tracejada da Figura 33 foi obtida analisando as curvas simuladas pelo WinSpall com curva RPS experimental, m´etodo utilizado tamb´em por Liang et al. (2010), Luhaybi (2014) e S´anchez (2018). Ou seja, os valores das constantes ´oticas do ouro foram ajustados at´e minimizac¸˜ao da diferenc¸a entre o resultado experimental e a simulac¸˜ao. Esta correc¸˜ao ´e realizada diretamente no software WinSpall, que permite comparar em seu ambiente gr´afico suas curvas simuladas com outras curvas, conforme a Figura 34. Na Figura 34 a linha

(50)

pontilhada refere-se ao dado experimental da Figura 31(d) ainda n˜ao normalizado de acordo com a Equac¸˜ao (14), pois o ajuste das constantes ´oticas foi realizado antes da normalizac¸˜ao final.

Figura 34 - Interface gr´afica do software livre WinSpall: comparac¸˜ao entre o experimental (linha pontilhada) e a simulac¸˜ao (linha cheia).

Fonte: Autoria pr´oria

Para estimar o valor do n e do κ, utilizou-se o modelo te´orico Raki`c (RAKI´c et al., 1998) como referˆencia, pois os ajustes, ao redor do valor retirado desta base de dados, foram menores comparados com `as demais bases. No ambiente gr´afico do WinSpall, o n e κ foram modificados, a partir do valor de referˆencia do modelo te´orico, at´e chegar nos resultados da Figura 31. Para efeito de comparac¸˜ao, as Tabelas 4 e 5, demonstram os valores originais obtidos do modelo de referˆencia e os valores corrigidos. Al´em disso, ´e avaliado a diferenc¸a percentual entre o n e o κ te´orico com o n e o κ estimado.

Tabela 4 - Comparac¸˜ao entre o valor da parte real do ´ındice de refrac¸˜ao, retirado do modelo te´orico Raki`c (1998), com o valor da parte real do ´ındice de refrac¸˜ao ajustado por meio da comparac¸˜ao entre experimental e simulac¸˜ao.

Comprimento de onda nouro: Raki`c (1998) nouro: Corrigido Diferenc¸a (%)

λ1= 550 nm 0, 49785 0, 61553 23, 63%

λ2= 636 nm 0, 30860 0, 34302 11, 15%

λ3= 750 nm 0, 23797 0, 24745 3, 98%

λ4= 810 nm 0, 22896 0, 23306 1, 76%

Fonte: Autoria pr´opria

´

E importante observar que na Tabela 4, a diferenc¸a percentual nos comprimentos de onda de 750nm e 810nm s˜ao menores em relac¸˜ao a diferenc¸a percentual nos comprimentos de

(51)

Tabela 5 - Comparac¸˜ao entre o valor da parte imagin´aria do ´ındice de refrac¸˜ao, retirado do modelo te´orico Raki`c (1998), com o valor da parte imagin´aria do ´ındice de refrac¸˜ao ajustado por meio da comparac¸˜ao entre experimental e simulac¸˜ao.

Comprimento de onda κouro: Raki`c (1998) κouro: Corrigido Diferenc¸a (%)

λ1= 550 nm 2, 3703 2, 1251 −10, 34%

λ2= 636 nm 3, 1742 2, 9503 −7, 05%

λ3= 750 nm 4, 1198 3, 8860 −5, 68%

λ4= 810 nm 4, 5854 4, 3002 −6, 22%

Fonte: Autoria pr´opria

onda de 550nm e 636nm. Isto ocorre porque nestes comprimentos de onda o valor da constante n tem pouca variac¸˜ao em func¸˜ao do comprimento de onda, conforme a 35(a) demonstra (c´ırculo em verde), ent˜ao, a correc¸˜ao ´e menor. Em 550nm e 636nm, a variac¸˜ao percentual ´e maior devido o coeficiente angular da curva nesta regi˜ao ser maior (c´ırculo em preto). As mesmas observac¸˜oes se aplicam para a parte imagin´aria do ´ındice de refrac¸˜ao, Figura 35(b). Repare que, nos comprimentos de onda do experimento (550nm, 636nm, 750nm e 810nm), o coeficiente angular da curva ´e maior em relac¸˜ao ao coeficiente angular dos comprimentos de onda inferiores, portanto, a variac¸˜ao percentual ´e maior, sendo que, o menor valor, em m´odulo, ´e maior que 5% (Tabela 5). Essas considerac¸˜oes s˜ao discutidas para demonstrar que dependendo do comprimento de onda os ajustes das constantes podem ser maiores ou menores, devido o comportamento da curva da base de dados utilizada (Figura 35). Al´em do mais, fatores como espessura do filme e t´ecnica de deposic¸˜ao podem influenciar no valor dos parˆametros ´oticos e, portanto, a curva do n e do κ pode mudar em cada caso, como foi demonstrado na Figura 33.

Figura 35 - Curva de n e κ retirada da base de dados de Raki`c (RAKI´c et al., 1998): (a) ´Indice de refrac¸˜ao (parte real) e (b) Coeficiente de extinc¸˜ao (parte imagin´aria).

Referências

Documentos relacionados

A presente investigação teve como objetivo geral o estudo dos fatores de risco e de proteção internos e externos utilizados perante a violência social, nomeadamente o bullying

O mecanismo de competição atribuído aos antagonistas como responsável pelo controle da doença faz com que meios que promovam restrições de elementos essenciais ao desenvolvimento

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

Os maiores coeficientes da razão área/perímetro são das edificações Kanimbambo (12,75) e Barão do Rio Branco (10,22) ou seja possuem uma maior área por unidade de

• The definition of the concept of the project’s area of indirect influence should consider the area affected by changes in economic, social and environmental dynamics induced

O primeiro passo para introduzir o MTT como procedimento para mudança do comportamento alimentar consiste no profissional psicoeducar o paciente a todo o processo,

3 O presente artigo tem como objetivo expor as melhorias nas praticas e ferramentas de recrutamento e seleção, visando explorar o capital intelectual para

Certain it is, this was not the case with the redoubtable Brom Bones; and from the moment Ichabod Crane made his advances, the interests of the former evidently declined: