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O fluxo de caixa como base para a estruturação de uma gestão financeira em uma empresa familiar

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Academic year: 2021

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FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

ANDRÉ FELIPE SOUSA CLAUDINO

O FLUXO DE CAIXA COMO BASE PARA A ESTRUTURAÇÃO DE UMA GESTÃO FINANCEIRA EM UMA EMPRESA FAMILIAR

FORTALEZA 2019

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O FLUXO DE CAIXA COMO BASE PARA A ESTRUTURAÇÃO DE UMA GESTÃO FINANCEIRA EM UMA EMPRESA FAMILIAR

Trabalho de conclusão de curso da Faculdade de Economia, Administração, Atuárias e Contabilidade como requisito para alcançar o título de graduado em Administração.

Orientador: Prof. Dr. Jocildo Figueiredo Correia Neto.

FORTALEZA 2019

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O FLUXO DE CAIXA COMO BASE PARA A ESTRUTURAÇÃO DE UMA GESTÃO FINANCEIRA EM UMA EMPRESA FAMILIAR

Trabalho de conclusão de curso da Faculdade de Economia, Administração, Atuárias e Contabilidade como requisito para alcançar o título de graduado em Administração.

Aprovado em: ____/______/______

BANCA EXAMINADORA

Profº. Dr. Jocildo Figueiredo Correia Neto. (Orientador) Universidade Federal do Ceará (UFC)

Prof. João da Cunha Silva Universidade Federal do Ceará (UFC)

Prof. Álvaro Luiz Bandeira de Paula Universidade Federal do Ceará (UFC)

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À minha família, pelo suporte em toda minha trajetória acadêmica.

Aos meus queridos amigos, Talison e Yuri, que participaram de maneira onipresente em todas as etapas do caminho até aqui.

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A administração financeira tem como uma de suas ferramentas o fluxo de caixa, que possibilita planejamento, controle e identificação da situação da empresa através da relação entre as entradas e saídas dos recursos financeiros. O presente trabalho visa analisar retrospectivamente o desempenho financeiro de uma empresa familiar do setor da construção civil, onde está inativa, e atua no ramo imobiliário, de 2015 a 2018. Por meio da estruturação de um fluxo de caixa, instrumento não utilizado pela empresa, pode-se verificar se suas ações foram corretas ou influenciaram negativamente no resultado financeiro desse período. Consequentemente, é possível avaliar a importância dessa ferramenta como base para tomada de decisões, planejamento e controle financeiro. O estudo de caso é caracterizado como descritivo, holístico e tem como unidade de análise planilhas com os registros de entradas e saídas financeiras fornecidos pela empresa. Ao final, identificou-se como o fluxo de caixa trabalha no encontro dos pontos positivos e negativos que permitem a geração ou não de caixa e, assim, permitir uma visualização melhor da saúde financeira da empresa e consequentemente influenciar na tomada de decisão.

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Financial management has as one of its tools the cash flow that enables planning, control and identification of the company's situation through the relation between inflows and outflows of financial resources. The present work aims to analyze retrospectively the financial performance of a family-owned company in the construction industry, but also in the real estate sector, from 2015 to 2018. By means of structuring a cash flow, an instrument not used by the company, whether its actions were correct or had a negative impact on the financial result for that period. Consequently, it is possible to evaluate the importance of this tool as a basis for decision-making, planning and financial control. The case study is characterized as descriptive, holistic and has as a unit of analysis spreadsheets with the records of financial inputs and outputs provided by the company. In the end, it was identified how the cash flow works in the meeting of the positive and negative points that allow the generation of cash and thus, to allow a better visualization of the financial health of the company and consequently to influence in the decision making

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ILUSTRAÇÃO 1 – Balanço patrimonial inicial ... 18

ILUSTRAÇÃO 2 – Abordagem em variação de caixa... 20

ILUSTRAÇÃO 3 – Modelo de fluxo de caixa ... 23

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GRÁFICO 1 –Fluxos de atividades x caixa líquido de 2015 ... 39

GRÁFICO 2 – Lucratividade x liquidez de 2015 ... 39

GRÁFICO 3 – Ativo circulante x passivo circulante de 2015 ... 40

GRÁFICO 4 – Fluxos de atividades x caixa líquido de 2016 ... 42

GRÁFICO 5 – Lucratividade x liquidez de 2016 ... 42

GRÁFICO 6 – Ativo circulante x passivo circulante de 2016 ... 43

GRÁFICO 7 – Fluxos de atividades x caixa líquido de 2017 ... 44

GRÁFICO 8 – Lucratividade x liquidez de 2017 ... 45

GRÁFICO 9 – Ativo circulante x passivo circulante de 2017 ... 45

GRÁFICO 10 – Fluxos de atividades x caixa líquido de 2018 ... 46

GRÁFICO 11 – Lucratividade x liquidez de 2018 ... 46

GRÁFICO 12 – Ativo circulante x passivo circulante de 2018 ... 47

GRÁFICO 13 – Fluxos de atividades x caixa líquido de 2015 a 2018 ... 47

GRÁFICO 14 – Lucratividade x liquidez de 2015 a 2018 ... 47

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TABELA 1 – Nova estrutura do balanço patrimonial ... 16

TABELA 2 – Exemplo do método direto ... 26

TABELA 3 – Exemplo do método indireto ... 29

TABELA 4 – Fluxo de caixa consolidado dos anos de 2015 a 2018 ... 37

TABELA 5 – Comparativo dos índices de liquidez e lucratividade entre os anos de 2015 a 2017. ... 43

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC – Ativo Circulante

BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento BP – Balanço Patrimonial

CGL – Capital de Giro Líquido

DFC – Demonstração de Fluxo de Caixa

DRE – Demonstração do Resultado do Exercício

Ebitda – Earnings before interest, taxes, depreciation and amortization

LTN - Letra do Tesouro Nacional

ILC – Índice de Liquidez Corrente ILI – Índice de Liquidez Imediata MPE – Micro e Pequenas Empresas NTN – Nota do Tesouro Nacional PC – Passivo Circulante

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1 INTRODUÇÃO ... 10

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 12

2.1 Administração Financeira ... 12

2.2 Liquidez ... 13

2.3 Capital de giro ... 15

2.4 Aplicação dos indicadores financeiros ... 17

2.5 Caixa ... 19

2.5.1 Fluxo de caixa ... 21

2.5.1.1 Ciclo operacional ... 23

2.5.1.2 Ciclo de caixa ... 24

2.5.2 Demonstração de fluxo de caixa ... 24

2.5.2.1 Método direto ... 26

2.5.2.2 Método indireto ... 27

2.6 Contexto das Micro e Pequenas Empresas... 29

3 METODOLOGIA ... 32

4 ANÁLISE DE DADOS ... 35

4.1 Estruturação dos fluxos de caixa ... 35

4.2 Análise Anual ... 37 4.2.1 Análise de 2015 ... 38 4.2.2 Análise de 2016 ... 40 4.2.3 Análise de 2017 ... 43 4.2.4 Análise de 2018 ... 45 5 CONCLUSÃO ... 49 REFERÊNCIAS ... 52

APÊNDICE A - FLUXOS DE CAIXA DE 2015 ... 55

APÊNDICE B - FLUXOS DE CAIXA DE 2016 ... 56

APÊNDICE C - FLUXOS DE CAIXA DE 2017... 57

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1 INTRODUÇÃO

“O termo finanças pode ser definido como a arte e a ciência de administrar o dinheiro” (GITMAN, 2010).

Ross, Westerfield e Jaffe (1998) entendem que a Administração financeira é um campo muito amplo, mas que o objetivo é a maximização do lucro, então é necessário analisar com atenção cada empresa e definir em que cenário busca-se alcançar essa maximização.

Para ter sucesso na administração do dinheiro e maximização do lucro, uma das ferramentas mais utilizadas e de fundamental importância na gestão financeira é o fluxo de caixa. Na visão de Assaf Neto e Silva (2012) o fluxo de caixa é um instrumento que possibilita o planejamento e controle dos recursos através da identificação das entradas e saídas de caixa em um espaço de tempo predefinido.

SEBRAE (2018) afirma, baseado na Lei Geral instaurada em 2006, que a microempresa possui receita anual igual ou inferior a R$ 360.000,00 e a empresa de pequeno porte se tem receita anual entre R$ 360.000,00 e R$ 4.800.000,00. É no rol das empresas de pequeno porte que a organização objeto do estudo se encontra. Ela possui nove funcionários; possui uma receita anual entre um milhão e um milhão e meio de reais; no contrato social tem como atividade principal a construção civil, mas atualmente está inativa e atua no ramo imobiliário e sua receita vem majoritariamente dos aluguéis de imóveis próprios.

Porém a empresa tem em seu histórico pouco contato com qualquer aspecto de uma gestão financeira estruturada e aplicada ao seu cotidiano. Há apenas o registro da entrada e saída dos recursos financeiros.

Visto essa situação, o estudo partiu do seguinte questionamento: Qual foi o desempenho de caixa da empresa entre os anos de 2015 a 2018? Então, o objetivo principal foi implementar a ferramenta fluxo de caixa na empresa, planejar e estruturá-lo através do desmembramento em quatro atividades: operacional, de investimento, de financiamento e não operacional; e analisar esses fluxos de caixa mensais baseados nos registros de entrada e saída financeiras do Excel da empresa entre os anos de 2015 a 2018.

Os objetivos inerentes ao principal foram: definir a importância e as consequências que os fluxos de caixa poderiam ter tido sobre o planejamento

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financeiro empresarial ao analisar se a tomada de decisões, no período, foram corretas baseado nos índices de liquidez e lucratividade e seus comportamentos de maneira positiva ou negativa; os tipos de atividades que prejudicaram e beneficiaram o caixa; a relação entre os ativos e passivos e os comparativos dos anos de análise.

A metodologia desse estudo, caso único, teve como característica o método descritivo de dados históricos levantados de planilhas e documentos contábeis entre os anos de 2015 a 2018. Para embasar a estruturação do fluxo de caixa foram utilizados como fontes: livros; artigos de revistas, correios eletrônicos e monografias relacionadas ao assunto.

Nesta primeira seção foi introduzido o objetivo geral e os objetivos específicos do estudo, a metodologia aplicada e um breve resumo de como será o desenvolvimento do trabalho. O estudo segue com mais quatro seções: na segunda seção serão expostos os conceitos de caixa, fluxo de caixa, as demonstrações do fluxo de caixa e seus métodos de elaboração e os assuntos inerentes às suas composições; na terceira seção será destinada a metodologia utilizada no estudo com o detalhamento de todo o processo de estruturação dos dados adquiridos e transformados em informações; na quarta seção será voltada para a análise das informações levantadas dos fluxos de caixas criados, a fim de identificar as causas de eventuais lucros, estagnação ou prejuízos da empresa; na última seção será feita a conclusão do trabalho com considerações sobre a importância do fluxo de caixa na empresa objeto do estudo e sua essencialidade para uma boa gestão financeira nela.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Na pesquisa teórica serão abordados assuntos que estão diretamente ligados ao tema central do estudo e o objeto de estudo.

O fluxo de caixa faz parte da administração financeira e como veremos a seguir, a partir dessa ferramenta podemos calcular liquidez e lucratividade da empresa, ajudar no desenvolvimento do balanço patrimonial, definir o necessário de capital de giro para financiamentos e investimentos, e apoio para tomadas de decisões mais precisas.

Será explanado sobre a composição do caixa e seus ciclos operacional e financeiro para imergir sobre a forma como o fluxo é feito e como montar sua demonstração da maneira direta e indireta.

Por fim, serão expostos alguns problemas financeiros que ocorrem em micro e pequenas empresas, que está enquadrada a empresa objeto de estudo e como ter um fluxo de caixa bem estruturado é parte fundamental para uma boa gestão.

2.1 Administração Financeira

“Chamamos de gestão financeira o conjunto das ações e procedimentos administrativos relacionados com o planejamento, execução, análise e controle das atividades financeiras do pequeno negócio.” (SEBRAE, 2018).

O estudo de finanças compreende o registro e análise da vida econômica das organizações, metas a serem atingidas em determinado prazo, gerência das fontes de renda e dos investimentos destinados a gerar recursos que a sustentem. Por isso surge a necessidade de sua prática dentro das empresas, pois dessa forma o gestor poderá avaliar a situação da empresa, não só econômica, mas também se a empresa está vendendo bem, como anda o grau de inadimplência, poderá economizar em seus processos e atividades. (NOELY, 2012, p.1).

“A administração financeira é um campo de estudo teórico e prático que objetiva [...] assegurar um melhor e mais eficiente processo empresarial de captação (financiamento) e alocação (investimento) de recursos de capital.” (ASSAF NETO, 2014, p.11).

Para Aboim Costa et al. (2011, p.15) a análise econômica financeira de uma empresa objetiva analisar quantitativamente o resultado das tomadas de

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decisões da empresa em determinada época, seja investimentos, operações ou financiamentos.

Oliveira (2016, p.5) afirma que a organização é tomadora de três grandes decisões: aplicação de recursos, captação de recursos e distribuição de dividendos. A aplicação dos recursos refere-se à decisão de investimento. E a captação de recursos e distribuição de dividendos estão ligados à decisão de financiamento.

Para Assaf Neto (2014, p.16-18), a administração financeira moderna orienta-se pelas ideias de Adam Smith que, em sua visão, a empresa deve ter em sua essência o objetivo de maximizar a riqueza do dono do meio de produção através das tomadas de decisões racionais que resultarão no bem-estar econômico do proprietário.

Ross et al. (2015, p.11-13) corroboram o pensamento citado no parágrafo anterior da seguinte forma: maximizar o lucro de uma empresa é o que geralmente se ouve quando se é perguntado qual o principal objetivo da administração financeira, porém os autores consideram esse objetivo muito vago e cheio de paradoxos. Maximizar a curto ou longo prazo? Lucro líquido contábil ou por ação? Diante disso, eles concluem que o objetivo da administração financeira é maximizar o valor recebido por um acionista que investe em determinada empresa de capital aberto, pois o mesmo só recebe quando todos os outros stakeholders têm seus vencimentos liquidados. Ainda assim ele complementa que nem toda empresa possui capital aberto, então ele define que o objetivo geral da administração financeira é “maximizar o valor do patrimônio dos proprietários atuais”.

Para que esse objetivo aconteça, Oliveira (2016, p.4) afirma que se deve levar em conta os recursos escassos, então a captação e alocação de tais recursos, e sua administração, é de fundamental importância para continuidade da empresa e geração de valor para os acionistas ou proprietários.

2.2 Liquidez

Sebrae (2018) afirma que o ativo circulante é composto por: disponível em caixa, nos bancos, em aplicações financeiras e nas contas a receber de curto prazo. E o passivo circulante é tudo o que se deve em curto prazo: fornecedores, contas a pagar e bancos.

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A avaliação da liquidez é frequentemente realizada com a utilização de

indicadores calculados a partir das informações contidas nas

demonstrações financeiras e tem por objetivo verificar a capacidade da empresa em pagar os compromissos financeiros assumidos. (VIEIRA, 2008, p. 49).

Para Assaf Neto (2012, p. 20-22), existem diferente formas de calcular a liquidez de uma empresa e ter em mãos todas elas é fundamental para não haver precipitações na análise da liquidez da empresa, pois, como afirma o autor, a organização pode ter um excedente no CGL (Capital de Giro Líquido), que veremos a seguir é a diferença entre o ativo circulante (AC) e o passivo circulante (PC), Matias (2007, p. 34), e mesmo assim possuir um caixa deteriorado e vice-versa. O autor lança mão da liquidez imediata que é calculada a partir da subtração do passivo circulante do disponível e identifica a percentagem que a empresa tem de saldar suas dívidas correntes apenas com o saldo disponível; Na liquidez seca subtraem-se do ativo circulante os estoques e o saldo subtrairá o passivo circulante mostrando a capacidade de a empresa saldar seus compromissos com ativos monetários de maior liquidez; e por último a liquidez corrente que calcula quanto existe de ativo circulante para cada unidade monetária do passivo circulante.

“A liquidez diz respeito à facilidade e à rapidez com que os ativos podem ser convertidos em caixa (sem perda significativa de valor)”. (ROSS et al,. 2015, p. 23).

Ross et al. (2015, p. 23) acrescentam que a alta liquidez traz tranquilidade quanto a probabilidade de eventuais problemas financeiros, porém o retorno de ativos líquidos é bastante inferior quando comparado aos ativos imobilizados.

A partir do enunciado anteriormente pode-se inferir que o indicador de liquidez é essencial para a saúde da empresa quando se quer decidir o quanto investir ou subtrair de caixa, estoque, investimentos de curto prazo; no ativo circulante em si ou na busca de diminuir o passivo.

Ross et al. (2015, p. 52-54) deixam essa afirmação mais clara quando traz o exemplo da Pedreira S/A que tem no seu ativo circulante R$ 708,00 e ele é formado por R$ 98,00 de caixa, R$ 422,00 de estoque e R$ 188,00 de contas a receber e passivo circulante de R$ 540,00.

Calculando o índice de liquidez corrente, observa-se:

ILC = AC/PC => 708/540 = R$ 1,31 de ativo circulante para cada R$ 1,00 de passivo circulante.

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Calculando o índice de liquidez imediata, observa-se:

ILI = Disponível/PC => 708 – 610 / 540 = 0,18 de AC menos o item de menor liquidez do ativo para cada R$ 1,00 de passivo circulante.

Caso a empresa não trabalhasse com estoques, a vulnerabilidade da mesma para eventuais crises financeiras seria negativa. Então, partindo dos cálculos relacionados acima, deduz-se que empresas com alta sazonalidade em seus negócios devem investir nos componentes do ativo circulante de maior liquidez para uma maior segurança financeira.

2.3 Capital de giro

“O capital de giro tem participação relevante no desempenho operacional das empresas, cobrindo geralmente mais da metade de seus ativos totais investidos”. (ASSAF NETO, 2012, p.1).

“A administração de capital de giro (circulante) envolve basicamente as decisões de compra e vendas tomadas pela empresa, assim como suas mais diversas atividades operacionais e financeiras”. (ASSAF NETO, 2014, p. 646).

“O capital de giro é formado basicamente por três importantes ativos circulantes: disponível (caixa e aplicações financeiras), valores a receber e estoques”. (ASSAF NETO, 2014, p. 646).

“O capital de giro é definido como os recursos necessários para financiar a diferença entre ativos circulantes operacionais e os passivos circulantes operacionais”. (ROSS et al,. 2015, p. 174).

Vieira (2008, p.32) acrescenta que a administração do capital de giro está voltada para a gestão dos ativos e passivos circulantes, componentes do balanço patrimonial, e através dessa boa gestão serão respondidas duas perguntas: Quanto deve ser investido no ativo circulante? Como esse investimento será financiado?

O balanço patrimonial é considerado um dos principais relatórios e métricas gerenciais de uma empresa. Ele é obrigatório por lei e apresenta a real situação financeira do negócio em um determinado período. (BEMACASH, 2019).

Desde 2010 o Balanço Patrimonial passou por alterações para atender aos novos dispositivos contidos nas Leis nº 11638/07 e nº 11941/09, para adaptação

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às práticas contábeis brasileiras aos padrões internacionais de contabilidade. (PADOVAZE, 2012).

TABELA 1 – NOVA ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL

Fonte: Curcino et al. (2010, p. 8).

[...] os ativos circulantes são ativos (bens e direitos) que se espera que sejam convertidos em dinheiro no prazo de até um ano, enquanto os passivos circulantes são passivos (obrigações) que se espera que sejam exigidos também no prazo de um ano. (VIEIRA, 2008, p. 33).

Assaf Neto (2012, p. 2) vê uma relação de interdependência entre os ativos circulantes e os passivos circulantes e cita exemplos como: quando se tem muitos passivos de curto prazo é necessário haver um caixa mais volumoso. O autor ainda completa que a decisão sobre o montante do capital de giro, que é apenas o ativo circulante, é muito sensível, pois há diversos fatores, controlados ou não pela empresa, que influenciam diretamente no negócio, como: sazonalidade; mudanças no cenário econômico; volume do estoque; prazo para liquidação das obrigações e etc.

Essa decisão irá influenciar diretamente em um capital circulante líquido positivo ou negativo, pois Assaf Neto (2012, p. 5-6) afirma que o CGL é a subtração do ativo circulante com o passivo circulante. Se o resultado for positivo, o saldo será destinado a financiar o capital de giro da empresa, resultando em uma folga financeira. Caso o resultado seja negativo, o diagnóstico é que os recursos de longo prazo da empresa não serão suficientes para liquidar as obrigações (passivo) de

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longo prazo, então será necessário lançar mão dos recursos passivos correntes para financiar os investimentos permanentes.

Para algumas empresas que têm em seus negócios um fluxo previsível a adoção de um CGL negativo pode ser uma estratégia oportuna, porém no caso da empresa objeto de estudo é de extrema importância o CGL positivo e com um saldo positivo considerável, pois a sazonalidade do negócio é elevada.

2.4 Aplicação dos indicadores financeiros

Aboim Costa et al. (2011, p.16) afirmam que jamais se deve usar indicadores isoladamente e, sim, em conjunto, pois dessa maneira será possível entender o que está acontecendo na empresa e os rumos que ela está tomando.

Os índices econômico-financeiros são meios para análise da empresa quanto à capacidade de pagar obrigações, retorno sobre as receitas ou o desempenho competitivo no meio dela, afirmam Aboim Costa et al. (2011, p.15)

“[...] a técnica mais comumente empregada na análise de demonstrações financeiras baseia-se na apuração de índices econômico-financeiros.” (ASSAF NETO, 2014, p. 235).

Como foi enunciado na primeira seção, os índices analisados foram a liquidez e a lucratividade atrelados aos objetivos específicos e indicadores de desempenho do fluxo de caixa do estudo

Porém, Matias (2007, p. 47) levanta uma análise sobre dilema entre a liquidez e a rentabilidade. O autor explica que a liquidez está diretamente ligada ao investimento sobre o CGL, porém os ativos do ativo circulante têm baixos índices de retorno para a empresa, que afeta diretamente a sua rentabilidade.

Há diversas maneiras de buscar o equilíbrio entre esses dois índices para uma boa gestão financeira. O autor exemplifica que o gestor pode diminuir os estoques (10) e o passivo não circulante (10), que são obrigações a serem liquidadas depois de um ano ou mais a partir da obtenção da dívida, a fim de diminuir os custos financeiros causados por esses dois componentes do balanço patrimonial. Porém, quando o administrador retira de ativos circulantes e de passivo não circulante, o resultado é queda no CGL e aumento da rentabilidade.

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Caso o gestor deseje manter o CGL e aumentar a rentabilidade, ele tem a alternativa de diminuir o estoque (10), que é o componente do ativo circulante com menor liquidez, como veremos a seguir, e que incide sobre ele custos financeiros e diminuir despesas do passivo circulante (10) a diferença entre AC e PC será a mesma, porém a diminuição dos custos do estoque aumentará a rentabilidade da empresa em questão.

Porém, como a empresa do estudo não trabalha com estoques e o escopo da pesquisa relaciona-se aos ativos e passivos circulantes, a relação entre a liquidez e a rentabilidade é motivo de atenção para observar como a liquidez se comporta em diversos cenários e como ela pode ser maximizada.

ILUSTRAÇÃO 1 – BALANÇO PATRIMONIAL INICIAL

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2.5 Caixa

“O caixa compreende o numerário em espécie e depósitos bancários disponíveis”. (COUTINHO et al., 2015, p. 90).

“O termo caixa [...] refere-se a dinheiro em espécie mantido pela empresa em cofres próprios, recursos depositados em conta correntes bancárias à vista, e aplicações financeiras de liquidez imediata”. (ASSAF NETO, 2014, p. 670).

No entendimento de Assaf Neto (2012, p. 35), o saldo de caixa deve ter um nível equilibrado, pois um saldo muito baixo pode ocasionar perdas no custo de oportunidade pela incapacidade de efetuar compras à vista. Um saldo equilibrado garante segurança financeira e aproveitamento de custos de oportunidade.

“O objetivo básico da gestão de caixa é manter o investimento em caixa o mais baixo possível enquanto a empresa permanece operando de maneira eficiente e eficaz.” (ROSS et al., 2015, p. 972).

Ross et al. (2015, p. 972-973) possuem a mesma interpretação do que foi explicitado no primeiro parágrafo ao afirmarem que é importante possuir saldo em caixa para eventuais aplicações financeiras, seja em títulos negociáveis ou fundo de renda fixa, pois essas ações geram retorno através de juros.

Os autores ainda completam que é importante que esses investimentos livres de riscos, pois, do contrário, comprometeria o caixa investido.

Além do custo de oportunidade, Ross et al. (2015, p. 972-973) afirmam que é essencial possuir saldo em caixa por motivos de preocupação: para segurança financeira; especulação: para eventuais compras vantajosas ou taxas de juros atrativas que possam aparecer; e transação: para cumprimento das obrigações da organização.

Iudicibus et al. (2000, p.124-125) enumeram diversas transações que beneficiam o caixa empresarial e as que prejudicam. Dentre as que beneficiam temos: empréstimos bancários e financiamentos; venda de parte do ativo permanente; integralização do capital dos sócios; vendas à vista e adiantamento de duplicatas a receber. As operações que prejudicam o caixa são: o pagamento de dividendos; aumento do ativo permanente; compras à vista e pagamento a fornecedores; pagamento de juros e amortizações da dívida; e contas a pagar (muito relacionada a despesas administrativas).

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ILUSTRAÇÃO 2 – ABORDAGEM EM VARIAÇÃO DE CAIXA

Fonte: Iudicibus et al. (2000, p. 126)

Iudicibus et al. (2000, p.127) aborda de forma didática como analisar o aumento ou diminuição de caixa a partir da análise do balanço patrimonial e DRE de determinado período.

Ainda em relação à ilustração 2, primeiramente o autor analisa o movimento das entradas e como elas afetaram o caixa. O período é “X1” e começamos pelas receitas do período, que foram R$ 5.650.000,00, porém deduz-se desse valor R$ 550.000, pois serão recebidos apenas no próximo período, já que estão no contas a receber. Então temos de disponível no caixa R$ 5.100.00,00 de receita equivalente aos recebidos à vista mais R$ 450.000,00 de contas a receber do período anterior mais R$ 200.000,00 do saldo do período anterior.

Ao analisar as saídas, começamos pelos fornecedores que representam na DRE o custo do serviço, que custou R$ 3.600.000,00, mas apenas R$ 3.000.000,00 foram pagos à vista e o restante foi registrado no passivo para pagamento no período seguinte. Os custos totais com fornecedores foram R$ 3.500.00,00 devido a R$ 500.000,00 de conta a pagar do período anterior.

O imobilizado variou de R$ 6.000.000,00 para R$ 6.600.000,00 mostrando que houve um dispêndio de R$ 600.000,00 para implementar novos ativos.

Na operação de financiamento houve um déficit de R$ 300.000,00. Nas despesas operacionais registrou-se R$ 900.000,00 e o pagamento de dividendos chegou a R$ 200.000,00.

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Quando fazemos a soma do disponível em caixa no período com todas as despesas de caixa, chegaremos ao valor de R$ 250.000,00 como saldo de caixa no fim do período X1 e mostrado no ativo circulante do BP na ilustração três.

2.5.1 Fluxo de caixa

“O item mais importante que pode ser consultado em demonstrações contábeis talvez seja o fluxo de caixa real da empresa”. (ROSS et al., 2015, p. 32).

Assaf Neto (2012, p. 36) diz que o fluxo de caixa, de forma ampla, gera e aplica os recursos financeiros de diversas áreas da empresa através da gerência das entradas e saídas financeiras de diversos setores.

“Quase sempre os problemas de insolvência ou iliquidez ocorrem por falta de adequada administração do fluxo de caixa.” (ABOIM COSTA et al., 2011, p. 39).

A análise do fluxo de caixa da companhia permite avaliar a capacidade de a companhia gerar recursos para cobrir o incremento de suas necessidades de capital de giro, dos investimentos em ativos, além de satisfazer as necessidades relativas ao pagamento de dividendos, de imposto de renda, de juros e das parcelas de longo prazo que estejam vencendo. (ABOIM COSTA et al., 2011, p. 39).

Podemos afirmar que o fluxo de caixa é a causa e a consequência das sobras e faltas de caixa na empresa e como afirma Tocantins (2019) um fluxo de caixa bem feito permite trabalhar melhor o crédito, identificar taxas elevadas de juros que estão deteriorando o caixa da empresa, indicar soluções para o aumento do faturamento e outros problemas e soluções inerentes a toda empresa.

Tocantins (2019) ainda afirma que quanto menor o período entre os fluxos de caixa, maior é o retorno positivo para a empresa, porém o trabalho de se manter o controle desses é bem mais custoso.

Iudicibus et al. (2000, p.131) apresentam um modelo de fluxo de caixa baseado em sete itens, cada um com suas especificidades, que chegarão ao caixa líquido final e é apresentado na ilustração 3 da página seguinte.

No “a” temos o caixa bruto que é gerado a partir da subtração dos dispêndios feitos na produção da receita recebida. Dele serão subtraídas ainda as despesas operacionais (vendas, despesas administrativas e antecipadas) gerando o que o autor chama de caixa do negócio, que no seu entendimento é vital que seja

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suficiente para liquidar todos os outros encargos estabelecidos nos itens seguintes. (ilustração 3).

No item “c” chegamos ao caixa após despesas não operacionais que basicamente são despesas extraordinárias e que nada têm a ver com a atividade final da empresa. (ilustração 3).

O caixa líquido após a remuneração ao capital obtido deve ser positivo, pois ele é resultado da dedução de despesas financeiras como juros para capital de origem de terceiros e pagamento de dividendos quando a origem é capital próprio. Caso seja negativo, mostrará que a empresa se encontra em uma situação crítica, pois não é capaz de pagar a despesas de empréstimos, não poderá pagar os próprios empréstimos.

O item “f” representa o resultado após as despesas relacionadas à amortização dos empréstimos. Para o autor, seria ideal o saldo ser positivo, pois demonstraria que a empresa teria capacidade de usar capital próprio para futuros investimentos, mas caso haja caixa para pagar mais que 50% da dívida, a situação é contornável. (ilustração 3).

Após todas as despesas citadas a empresa buscará novos recursos dependendo da situação do caixa que chegou ao item passado. É importante reiterar que ter recursos próprios é importante porque na hora de pagar dividendos a empresa pode postergar enquanto espera uma eventual situação caótica passar. Caso necessite de recurso de terceiros, buscar empréstimos com juros menos onerosos e ter capital próprio para pagar ao menos a depreciação do período é um cenário positivo para a organização.

No fim teremos a quantidade de caixa registrada no ativo circulante registrado no balanço patrimonial da empresa no período estudado.

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ILUSTRAÇÃO 3 – MODELO DE FLUXO DE CAIXA

Fonte: Iudicibus et al. (2000, p. 131) 2.5.1.1 Ciclo operacional

“Ciclo operacional é o período identificado desde a compra de matéria-prima (ou mercadoria) até a venda e recebimento do produto vendido”. (ASSAF NETO, 2014, p. 646).

Nesse período haverá a necessidade de financiamento do capital de giro para que as atividades operacionais se mantenham até o recebimento do produto ou serviço final.

Assaf Neto (2012, p.8-9) afirma que quanto menor for esse ciclo, melhor será para a empresa, pois a necessidade de imobilizar capital no ativo circulante,

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assim como a necessidade de financiamento, pois nesse período não há entrada de capital, será menor e o resultado será uma maior rentabilidade para a empresa.

2.5.1.2 Ciclo de caixa

Assaf Neto (2014, p. 672-673) afirma que o ciclo de caixa é determinado desde o primeiro dispêndio até o recebimento do produto ou serviço vendido e para calcular quantas vezes o mesmo gira ao ano, basta pegar o período de cada ciclo e dividi-lo por dois.

“O ciclo de conversão de caixa é a resultante dos diversos prazos de conversão com os quais a empresa opera e pode ser entendido como o período médio compreendido entre os pagamentos e os recebimentos operacionais”. (VIEIRA, 2008, p. 54).

Ciclo de caixa é igual o Ciclo operacional menos o prazo de pagamentos e o prazo de vendas.

É nesse período em que a empresa terá que utilizar o saldo de caixa para poder financiar o ciclo operacional dela.

E para melhor controle do saldo de caixa, Assaf Neto (2014, p. 674-675) lança mão de dois tipos de medidas para isso: “medidas de caixa” que incluem planejamento das datas de pagamentos e recebimentos e maior controle dos registros a receber. No que tange às “medidas da empresa” é destacado uma política racional de concessão de crédito para uma diminuição na inadimplência, mas que também não restrinja clientes potencialmente bons.

2.5.2 Demonstração de fluxo de caixa

“A elaboração e publicação da DFC se tornou obrigatória através da Lei 11.638/07 em substituição à DOAR.” (ASSAF NETO, 2014, p.213).

Iudícibus et al. (2000, p.121-122) afirma que apurar o resultado da empresa há dois regimes: (1) de competência – onde as entradas e saídas são registradas no período em que foram geradas e não efetivadas. O autor dá o exemplo de uma empresa que vendeu a prazo no período T1, mas irá receber apenas no período T2 e o pagamento dos salários será efetuado no período T2,

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porém ele se refere ao período trabalhado em T1. Então o registro dessas receitas e despesas será incluído em T1; (2) de caixa – o registro das receitas e despesas se dará no momento em que forem efetivadas as transações financeiras.

O Sebrae (2018) exemplifica esses regimes da seguinte maneira: uma MPE vende uma mercadoria por R$ 120,00 parcelada em três com pagamento da primeira parcela no ato da compra e a segunda e terceiras parcelas com prazo de vencimento de trinta e sessenta dias, respectivamente. No regime de competência a entrada registrada no DRE será de R$ 120,00 e no regime de caixa a entrada será R$ 40,00 porque foi o valor efetivamente pago pelo devedor.

“É a demonstração que mostra os recebimentos e os pagamentos efetuados pela empresa em caixa, bem como suas atividades de investimentos e financiamentos.” (ASSAF NETO, 2014, p.213).

Para Andrade et al. (2017, p.3 apud MATARAZZO, 2010, p. 234), a Demonstração do Fluxo de Caixa baseia-se nas seguintes finalidades:

Avaliar alternativas de investimentos. Avaliar e controlar ao longo do tempo as decisões importantes que são tomadas na empresa, [...]. Avaliar as situações presente e futura do caixa na empresa, posicionando-a para que não chegue a situações de iliquidez. Certificar que os excessos momentâneos de caixa estão sendo devidamente aplicados.

Assaf Neto (2014, p. 213) divide a demonstração do fluxo de caixa em três categorias: (1) Fluxo de caixa operacional: diretamente relacionado à entrega de bens e serviços, tem como entrada os pagamentos à vista e das contas a receber, caso existam, e outros pagamentos que não estejam ligados a financiamentos ou investimentos, que é o caso dos juros de aplicações bancárias. As saídas são identificadas nas despesas correntes como o pagamento de fornecedores, salários, impostos, taxas e juros; (2) Fluxo de caixa das atividades de financiamento: o nome já é autoexplicativo e refere-se além de atividades de financiamento, incluem também empréstimos. As entradas são os recebimentos desses empréstimos e pagamentos relacionados às atividades financeiras citadas. As saídas desse fluxo são identificadas como pagamento de dividendos, amortizações e bens adquiridos; (3) Fluxo de caixa das atividades de investimento: atividades referentes a ativos de longo prazo diretamente ligados na produção de bens e serviços.

Assaf Neto (2014, p. 214) ainda sintetiza as duas formas de se implementar uma demonstração do fluxo de caixa: (1) o método direto parte desde o começo do período analisado, o registro das entradas e saídas no caixa, detalhando

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cada componente do demonstrativo; (2) o método indireto parte do resultado do exercício, o lucro líquido, e dele são adicionados ou subtraídos os componentes inerentes ao caixa.

Coutinho et al. (2015, p. 94) afirma que dentre os dois métodos o mais utilizado é o método indireto, pois exige-se “apenas” notas explicativas sobre imposto de renda, juros e contribuição social originadas do lucro líquido. Enquanto no método direto há a necessidade de notas sobre operações com o objetivo de conciliar os ativos circulantes, passivos circulantes e o resultado líquido do período.

2.5.2.1 Método direto

O método direto para a construção de um fluxo de caixa é abordado por Aboim Costa et al. (2011, p.41) da seguinte maneira: o início se dará a partir das receitas das vendas e então serão deduzidos os fluxos de pagamentos ligados à operação.

TABELA 2 – EXEMPLO DO MÉTODO DIRETO

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“As informações para a elaboração da DFC pelo método direto são obtidas principalmente nas contas cujas movimentações afetam as disponibilidades financeiras da empresa. São listadas todas as entrada e saídas efetivas.” (COELHO et al., 2008, p. 168).

Analisando a imagem extraída do autor Coelho et al. (2008, p. 169) podemos entender que nas entradas operacionais efetivadas do período R$ 20.000,00 em vendas mais R$ 1.000,00 em duplicatas advindas de instituições financeiras. Deduzindo as despesas operacionais do período (impostos, salários e fornecedores) teremos um saldo operacional de R$ 11.400,00.

Ainda na DFC direta vemos que a empresa dispendeu recursos em imobilizados por R$ 31.000,00, mas alienou imobilizados antigos por R$ 23.000,00 resultando em um déficit de R$ 8.000,00 nas atividades de investimento.

Por fim, a empresa registrou em suas atividades de financiamento a entrada de R$ 7.500,00 em integralizações dos sócios ou proprietários e saída de R$ 500,00 em dividendos, resultando em um saldo de R$ 7.000,00.

O saldo da DFC será demonstrado pela soma entre as disponibilidades encontradas nas atividades operacionais, de financiamento e investimento do período que resultam em: R$ 11.400,00 – R$ 8.000,00 + R$ 7.000,00 = R$ 10.400,00 em aumento de disponibilidades.

2.5.2.2 Método indireto

Ebitda é a sigla em inglês para Earnings before interest, taxes, depreciation and amortization. Em português, “Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização”. (BTG, 2017).

O método indireto partindo do Ebitda, como explica Aboim Costa et al. (2011, p.43), consiste em elaborar um fluxo de caixa a partir de operações que será descontado de impostos, taxas, amortizações e depreciações. O Ebitda é analisado no mercado como índice de avaliação das empresas e sua capacidade de arcar com as obrigações firmadas a partir do resultado operacional do período.

Simplificadamente devem-se agregar ao valor do lucro líquido as variações do capital de giro, exceto os empréstimos bancários; somar (ou subtrair) as despesas e receitas que não representam desembolso de recursos; e retirar os itens que estão na demonstração do resultado que não estão diretamente relacionados com as operações da empresa, como por exemplo, o resultado da venda de imóveis. (ASSAF NETO, 2012, p. 46).

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Assaf Neto (2012, p. 47) afirma que tanto o método direto como o método indireto chegará ao mesmo resultado, porém o autor prefere a utilização do método direto por ser um método mais “claro” de enxergar a movimentação dos recursos financeiros da empresa. Porém, na prática, o mais comum nas empresas é utilização do método direto em que se utiliza o resultado do exercício para chegar ao fluxo de caixa.

No quadro da próxima página, Coelho et al. (2008, p. 170) explica como se origina uma DFC pelo método indireto. Primeiramente nós podemos construí-lo a partir de demonstrações como o DRE ou o Balanço Patrimonial (BP) e no topo da demonstração vem o lucro líquido do período e adicionado a ele, a depreciação. A depreciação apesar de não afetar o caixa por ser “apenas” a representatividade do desgaste de um bem físico ela é incluída, pois na DRE ela é deduzida do lucro e para reverter esse efeito é necessário a sua adição ao lucro líquido. Ademais, podemos perceber o registro do aumento de conta a receber e de fornecedores que, segundo o autor, significa o financiamento da empresa aos clientes por ter efeito negativo no caixa e financiamento dos fornecedores à empresa devido ao efeito positivo no caixa.

Nas atividades de financiamento vemos a dedução de R$ 5.000,00 por dedução via distribuição de dividendos e nas atividades de investimento temos R$ 22.000,00 de adição ao caixa devido à venda de imobilizado(s).

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TABELA 3 – EXEMPLO DO MÉTODO INDIRETO

Fonte: Coelho et al. (2008, p. 171)

2.6 Contexto das Micro e Pequenas Empresas

O Sebrae (2018) define três formas de se gerir um negócio, manter a empresa estruturada e em crescimento. O serviço de auxílios às MPEs afirma que a gestão do caixa do dia a dia é basicamente responsável pela gestão dos ativos e passivos circulantes, como: entrada de recursos relativos à venda de bens ou serviços, pagamento de fornecedores, salários, tributos e outros. Ele ainda acrescenta a gestão de investimento, que voltado ao balanço patrimonial está ligada aos ativos imobilizados e passivos que serão liquidados a longo prazo, como: expansão, aquisição de novos equipamentos, máquinas e outros. Por último e não menos importante, o Sebrae indica que ter um setor de “Gestão de crises” é importante pois serão negociados prazos com credores e devedores no intuito de permitir a continuidade da MPE caso haja indícios de desequilíbrio financeiro empresarial.

No que tange à gestão de investimento, o Sebrae (2018) afirma que um dos grandes erros do micro e pequeno empresário é utilizar o próprio capital de giro para adquirir imobilizados, como: compra de imóveis, tecnologia, expansão e outros, pois essa decisão reduz significativamente o capital excedente e consequentemente

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a liquidez da empresa. Esse fato deixa a empresa com menos credibilidade com os stakeholders. O que se indica é que junto com instituições de crédito voltadas fundamentalmente para MPEs, como o BNDES e seus programas: Finame e Fundos Constitucionais busque o capital necessário para o investimento desejado.

Quando o negócio entra em crise, é comum colocar-se a culpa na falta da entrada de receitas e excesso de despesas, porém os problemas financeiros costumam estar ligados a custos variáveis diretos e indiretos, nas despesas operacionais, nos gastos extraordinários e nas performances de faturamento. Sebrae (2018) ainda afirma que focar no pagamento de dívidas que possuem taxas de juros mais elevadas é fundamental para desafogar a crise financeira. Concomitantemente à tomada dessas decisões, a organização aconselha a adotar fluxo de caixa diários e semanais para um controle mais rigoroso e definição objetiva das medidas necessárias a serem tomadas no futuro.

Na pesquisa feita por Bedê (2016, p. 74) foi constatado que para uma empresa “morrer” ou ser declarada inativa pelo proprietário têm vários fatores determinantes e que se combinam para que haja a extinção da organização. Esses fatores levaram a construção da ilustração 4 da página seguinte, que demonstra a porcentagem da taxa de sobrevivência de cada tipo de empresa, com dois anos de existência, entre os anos de 2008 e 2012. Dentre esses fatores foi analisado o rigor que era feito o acompanhamento das entradas de receitas e despesas ao longo tempo. Empresas que se mantêm ativas possuem 74% da população acompanhando rigorosamente o que entra e sai, enquanto apenas 65% das inativas tinham comprometimento nessa área.

Boa parte desse escopo de empresas inativas estão incluídas as micro empresas que têm o maior percentual de abertura, participação e fechamento no mercado, Bedê (2016, p. 23). Dentre os principais problemas encontrados como causa para o fechamento de empresas na pesquisa de Bedê (2016, p. 74) estão planejamento do negócio, gestão do negócio e capacitação dos donos de gestão do negócio.

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ILUSTRAÇÃO 4 – TAXA DE SOBREVIVÊNCIA DE EMPRESAS DE DOIS ANOS POR PORTE

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3 METODOLOGIA

Para Yin (2010, p.39) o estudo de caso é uma investigação empírica de um fenômeno contemporâneo e sua aplicação na vida real analisando os limites entre esse fenômeno e sua aplicação quando não são evidentes.

Baseado nisso, o estudo, através de uma pesquisa empírica, analisa os fenômenos financeiros ocorridos entre 2015 e 2018 para geração de um relatório em que ligue a teoria apresentada com a causa dos resultados financeiros identificados na empresa a partir da elaboração de fluxos de caixa posteriores. O autor usou esse período, pois até o ano de 2014 o lançamento de entradas e saídas financeiras estava incompleto na rede compartilhada usada para extrair os arquivos utilizados no estudo.

Yin (2010, p.41) ainda afirma que apesar do caráter qualitativo de todo estudo de caso, há também o uso de uma pesquisa quantitativa. Essa afirmação se encontra nesse estudo quando o pesquisador recolhe dados documentais e faz uma pesquisa bibliográfica e após vem a pesquisa qualitativa descritiva através da análise dos dados recolhidos anteriormente de acordo com a visão subjetiva do pesquisador.

“O papel do observador-participante pode ser tanto formal como informal, encoberto ou revelado, pode ser parte integrante do grupo social ou simplesmente periférico em relação a ele” (MARTINS, 2008, p. 25).

“Para se compor uma plataforma teórica de um Estudo de Caso [...] são conduzidas pesquisas bibliográficas [...] todavia não levanta material editado [...], mas busca material que não foi editado como [...] relatórios, estudos, avaliação etc. (MARTINS, 2008, p. 46).

Na diferença tênue que existe entre a pesquisa documental e a bibliográfica, Gil (2010, p. 30) explica que a bibliografia está destinada àquele determinado público-alvo e a fonte documental foi elaborada para diversos outros objetivos.

A pesquisa bibliográfica deu-se através de livros, artigos, monografia e sites que abrangeram todo o assunto do escopo da pesquisa: administração financeira, micro e pequenas empresas e o fluxo de caixa como assunto mais

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aprofundado. A margem das publicações vai desde o ano de 1998 até o último ano, a fim de dar mais robustez e validade à pesquisa.

Na coleta de dados documentais o pesquisador usou a técnica “observação participante” já que o mesmo está inserido na empresa e desempenha funções financeiras nela.

Foram utilizadas planilhas, com dados primários, elaboradas na própria empresa com registros de entradas e saídas de recursos financeiros nos quatro anos estudados.

Os arquivos de Excel onde se encontravam as planilhas utilizadas foram extraídos de uma unidade de rede da empresa. As planilhas estavam dispostas com lançamentos de entradas e saídas financeiras e identificadas de acordo com o nicho que se encontravam. As principais eram: aluguéis e acessórios, energia, expediente, manutenção, pessoal (referente às despesas com funcionários), e particular (gastos com familiares).

As limitações encontradas durante a coleta foram a falta de uniformidade no ato de lançamento das entradas e saídas financeiras constatada diversas vezes erros de digitação na identificação de receitas e despesas que dificultaram a compreensão do autor sobre a que se referia determinadas movimentações financeiras. A falta de atenção nos registros acarretou em eventuais trocas de receitas por despesas, que por algumas vezes alterou no saldo final de determinados períodos. Porém, o principal fator causador de distorções nas análises foi a falta de detalhamento de algumas movimentações, que causaram dúvida na alocação das mesmas em um dos quatro fluxos de atividades retratados na pesquisa. Todas as distorções foram solucionadas durante o estudo para que resultado estivesse de acordo com a realidade.

Essas movimentações foram dispostas de acordo com suas características no modelo de fluxo disposto pelo autor Iudicibus na parte operacional e não operacional, de financiamento e de investimento.

Apesar de o pesquisador estar diretamente envolvido com o objeto de estudo, a coleta de dados se deu maneira totalmente imparcial e o resultado da análise livre de qualquer vício.

Entender a dinâmica da empresa e como ela funciona foi essencial para a compreensão dos defeitos dispostos no modelo de gestão financeira e entendimento

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dos passos para poder mudá-los e definir o que pode ser feito para a otimização do ganho empresarial.

Após o lançamento das entradas e saídas mensais em cada fluxo mensal foi buscado entender como se deu a variação das receitas ao longo do período estabelecendo, a média e o desvio padrão para definir se as entradas foram suficientes para cobrir as obrigações do período respectivo e se as obrigações possuíam alguma característica peculiar que influenciassem no resultado esperado do fluxo. A partir desse dado foi calculada a liquidez mensal e a total a partir do quociente entre o AC e o PC para chegar ao questionamento de como essa análise pode melhorar o desempenho financeiro da empresa.

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4 ANÁLISE DE DADOS

Nesta parte do trabalho, os dados foram postos e analisados a fim de encadeá-los e transformá-los em informações que possam esclarecer e responder as questões propostas no começo do estudo.

No primeiro subitem – estruturação dos fluxos de caixa - estão localizados todos os procedimentos de coleta e filtragem dos dados encontrados e dispostos em planilhas, do Excel, armazenadas na unidade de compartilhamento da empresa. Os mesmos foram reagrupados nos quatro tipos de atividades inerentes ao fluxo de caixa: operacional, não operacional, financiamento e investimento.

Posteriormente, após a estruturação e consolidação dos fluxos, foi analisado ano a ano o desempenho de índices, como: lucratividade, liquidez e geração de caixa.

4.1 Estruturação dos fluxos de caixa

De acordo com o exposto anteriormente, as planilhas de entradas e saídas financeiras dos anos de 2015 a 2018 estavam disponibilizadas em uma unidade de rede compartilhada entre os funcionários responsáveis pela gerência da empresa. Assim, o pesquisador teve livre acesso para analisar os dados primários inclusos nelas.

Apesar de a empresa estar no ramo imobiliário, no seu contrato social ela localiza-se no ramo da construção civil como atividade fim e o ramo imobiliário como atividade secundária. Porém, a mesma parou de construir prédios em causa própria, para aluguel, na década de noventa e agora tem como atividade fim a prestação de serviço de hospedagem, apesar de essa atividade ainda não ter sido alterada no contrato social da empresa.

As planilhas têm seis colunas. Na primeira localiza-se a data da movimentação financeira. Na segunda há a identificação se aquela movimentação refere-se a um imóvel que está no nome de pessoa física ou jurídica. Na terceira, uma abreviação da rua e numeração do local a que se refere à movimentação. Na quarta é identificado o grupo em que a movimentação se encaixa, podendo ser uma receita de aluguel ou energia, ou uma despesa operacional, de investimento ou de

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financiamento. Na quinta foi detalhada a movimentação para eventuais dúvidas que possam surgir futuramente. Na sexta pôs-se o valor da movimentação financeira.

Assim, as receitas são majoritariamente advindas dos aluguéis e inerentes a eles estão as energias de cada período alugado para o cliente. Receitas diversas que eventualmente aparecerão são ligadas a familiares que eventualmente reembolsam parte dos gastos que a empresa tem com os mesmos. Ocasionalmente há o resgate automático efetuado pelo banco da empresa quando o saldo fica zerado ou negativo, que é identificado nas operações de financiamento.

As despesas, entretanto, são mais variadas e são diferenciadas ao longo da cronologia em despesas operacionais e não operacionais; despesas de financiamento; e despesas de investimento.

Baseado na identificação realizada nas planilhas usadas para o estudo, temos que no nicho das despesas operacionais estão: os gastos com manutenção dos imóveis e sua mobília: eventuais despesas cotidianas caracterizadas como expediente; pagamento de água, luz, condomínio, internet e telefone; despesas antecipadas relacionadas à devolução de caução no vencimento dos contratos de locação; pagamento de impostos; e despesas administrativas que incluem pagamento dos funcionários, de prestadores de serviços e corretores; e o pró-labore.

Na parte não operacional, a maior parte dos gastos é destinado às despesas com familiares e eventualmente há doações a institutos de caridade ou ONG’s que são identificadas como “despesas diversas”.

Na parte das operações de financiamento há movimentações de aplicações na poupança sempre que há saldo no fim do dia e resgate de ativos quando o saldo é zerado ou negativado. As despesas dessa parte estão projetadas em duas vertentes: pagamento de dividendos e de tarifas advindas das movimentações financeiras ao longo do mês.

No período estudado não houve alienação ou venda de imóveis que caracterizariam atividades de investimento, porém houve obras que agregaram valor aos imóveis já disponíveis e por isso essas despesas foram identificadas como operações de investimento.

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A seguir, é apresentado o fluxo anual consolidado e nos apêndices A, B, C e D são possíveis encontrar as movimentações mensais de cada ano de forma detalhada.

4.2 Análise Anual

Os fluxos mensais tiveram em sua estrutura a divisão do todo em quatro partes ou atividades, como demonstrado ao longo dos gráficos, para uma análise mais detalhada e que demonstrasse onde a geração do caixa é mais positiva e também em que ponto a atividade analisada é prejudicial a essa geração de caixa.

A atividade operacional abrange tudo que está diretamente ligado à atividade fim da empresa, que é a hospedagem. A atividade não operacional é o oposto; ela está relacionada à movimentações alheias ao negócio da empresa. A atividade de investimento é basicamente as despesas relacionadas aos custos em melhorias e valorização dos imóveis. E a atividade de financiamento é tudo aquilo que remunera o capital.

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Fonte: autor (2019)

4.2.1 Análise de 2015

Ao longo da análise dos anos estudados é perceptível que a atividade operacional é a principal remuneradora do caixa. Quando a mesma possui quedas de entradas financeiras, o caixa líquido tem queda no seu saldo positivo. Durante o ano de 2015 esse comportamento é notado em quase todos os meses, com exceção de fevereiro e setembro em que as atividades não operacionais e de financiamento tiveram nos respectivos meses saldos positivos alheios ao comportamento habitual do ano, que são deficitárias e estão detalhadas no gráfico 1.

Esses saldos positivos devem-se às entradas de receitas pagas por familiares e incorporadas ao caixa e um resgate financeiro maior do que o pagamento de dividendos e do valor aplicado na poupança no período, nos meses de fevereiro e setembro, respectivamente.

A lucratividade do ano de 2015 foi em média 17%, ou seja, para cada R$ 1,00 de receita gerada a empresa embolsou de forma líquida R$ 0,17. A tendência para com a liquidez do mesmo período é a mesma da lucratividade. São diretamente proporcionais. Se uma desce, a outra faz o mesmo caminho e o inverso também é aplicado quando há uma alta de liquidez ou lucratividade. Isso acontece porque no cálculo da lucratividade: Lucro/receitas e o cálculo da liquidez: AC/PC têm em suas fórmulas a mesma variável: as entradas financeiras do período. Então a liquidez também é positiva e sua média no ano de 2015 é R$ 1,20. Ou seja, para cada R$ 1,00 de despesa a pagar da empresa eu tenho R$ 1,20 de receitas disponíveis para que a liquidação seja efetuada. O comportamento que gerou essas média está indicado no gráfico 2 e o consolidado encontra-se no gráfico 14.

O ano de 2015 teve um resultado positivo em todos os aspectos. A liquidez sempre se manteve acima de um e a organização sempre teve lucro em todos os meses. Atingiram seu auge em setembro devido ao resgate de recursos financeiros, ligados à atividade de financiamento, que resultou na incorporação de R$ 33.109,73 ao caixa e tiveram seu índice mais baixo em maio quando a mesma atividade de financiamento resultou no segundo pior resultado do ano, negativando o caixa em R$ 23.037,00 devido a aplicações de recursos na poupança.

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A). As atividades de financiamento foram as principais responsáveis por corroer parte desse caixa com suas movimentações majoritariamente voltadas a aplicações na poupança dando um total de R$ 92.084,16.

GRÁFICO 1 – FLUXOS DE ATIVIDADES X CAIXA LÍQUIDO DE 2015

Fonte: autor (2019)

GRÁFICO 2 – LUCRATIVIDADE X LIQUIDEZ DE 2015

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GRÁFICO 3 – ATIVO CIRCULANTE X PASSIVO CIRCULANTE DE 2015

Fonte: autor (2019)

4.2.2 Análise de 2016

O ano de 2016 mantém durante todo o seu exercício o fluxo operacional com saldo positivo e os influenciadores para a corrosão do caixa são os fluxos não operacionais e de financiamento deficitários.

Ainda nesse período, foi encontrado um cenário inédito nessa análise, o caixa líquido ficou negativado no mês de maio. O mesmo mês foi um dos piores de 2015. Esse saldo negativo foi decorrente da baixa no saldo gerado pelas atividades operacionais da empresa. As receitas recebidas tiveram o quinto pior resultado anual, porém o que levou à negativação do caixa do período foram três movimentações nas três atividades ativas da empresa: o custo com manutenções foi o terceiro maior do ano (R$ 23.444,03) assim como as despesas voltadas à família (R$ 22.666,98) e o segundo maior pagamento de dividendos do ano (R$ 10.000,00) resultaram em uma lucratividade negativa (-3%) e liquidez igual a 0,97 (gráfico 5).

Diferentemente do ano de 2015 que teve uma trajetória mais linear. Tanto dos índices de liquidez e lucratividade como do quociente entre o ativo circulante e do passivo circulante, vê um caminho mais tortuoso ao longo do ano de 2016, pois, apesar da variação do ativo observado no gráfico 3, relacionado ao ano de 2015, o passivo o acompanha e essa afinidade passa a não existir no ano de 2016 e esse

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fenômeno é identificado nos meses de maio, abril, outubro e novembro onde é possível observar uma escalada do passivo em detrimento da queda do ativo.

A queda das receitas nas atividades operacionais mais o déficit causado por gastos excessivos voltados aos familiares quando não há retorno, exceto no mês de outubro, e pagamento de dividendos nos meses em que a entrada de receitas não tem seu melhor desempenho levam os índices de liquidez e lucratividade a um declínio nos respectivos períodos.

No entanto, vale ressaltar que a geração de caixa líquido gerado nesse ano foi apenas 10% menor que no ano anterior (R$ 260.374,52/289.165,47). As receitas adquiridas em 2016 foram 9% menores que em 2015. O 1% que complementa o déficit em relação ao caixa de 2015 está relacionado com o aumento total do déficit gerado pelas atividades não operacionais e de financiamento.

No que tange as atividades de financiamento, o gasto com a mesma caiu quase pela metade – 48% - R$ 48.051,68 / R$ 92.084,16. Porém o gasto não operacional (majoritariamente com a família) mais que quadruplicou. Passando de R$ 14.944,03 para R$ 66.689,56. Porém o déficit de R$ 15.009,65 relacionados ao fluxo de investimento de 2015 define que nesse ano os gastos foram maiores que neste de 2016, pois não houve custos com investimento no atual período.

Porém, apesar de uma variação maior nos dois índices comentados anteriormente, os mesmos possuem um crescimento em relação ao período anterior. A lucratividade do ano de 2016 teve média de 19%. Foi obtida uma porcentagem menor de receita (R$ 1.352.780,65) em comparação com 2015 (R$ 1.717.742,26) e também de caixa líquido – 2016 (R$ 260.374,52) e 2015 (R$ 289.165,47) – porém a diferença de porcentagem entre essas duas variáveis é maior no que tange a receita do que na geração de caixa e o aumento da lucratividade se explica porque os gastos de 2016 foram menores que no exercício anterior. Principalmente nos fluxos de financiamento.

A liquidez desse período segue o mesmo raciocínio. O ativo circulante de 2016 foi menor que o de 2015 (R$ 1.352.780,65 e R$ 1.717.742,26) respectivamente, mas as obrigações a pagar relacionadas ao passivo circulante tiveram uma queda maior que o visto entre os ativos – 1.092.406,13/1.429.586,44=> 24% – enquanto que a queda da receita foi de 21% quando calculado o quociente entre o ativo de 2016 e 2015. Assim, a liquidez de 2016 foi igual a 1,24, como

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demonstrado na tabela 4 e no gráfico 14.

Então, é possível afirmar que esse exercício foi melhor por alcançar o objetivo de maximizar o lucro, mesmo tendo gerado menos receitas que no período anterior.

GRÁFICO 4 – FLUXOS DE ATIVIDADES X CAIXA LÍQUIDO DE 2016

Fonte: autor (2019)

GRÁFICO 5 – LUCRATIVIDADE X LIQUIDEZ DE 2016

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GRÁFICO 6 – ATIVO CIRCULANTE X PASSIVO CIRCULANTE DE 2016

Fonte: autor (2019)

4.2.3 Análise de 2017

No inicio do ano de 2017 há indícios de que o resultado final terá problemas de acompanhar os dois últimos anos, pois o saldo das atividades operacionais no primeiro mês do ano, em comparação com o ano anterior, caiu cerca de 45% - R$ 26.376,65 / R$ 47.796,49 – pois as receitas declinaram cerca de 6% e as despesas com manutenção quase duplicaram nesse período. Esse resultado influenciou diretamente a geração de caixa líquido. Como visto previamente, a geração de caixa da empresa é quase o seu total advindo do fluxo operacional. Então, a queda de 45% no saldo operacional resultou no declínio de 23,5% na geração de caixa do período anterior.

Esse comportamento não será exclusivo apenas no primeiro mês. A geração de saldo no fluxo operacional representa apenas 41% do período anterior (R$ 152.841,28/ R$ 375.115,76) e o impacto em cima da geração de caixa foi bem maior, o saldo final representa somente 33% do período anterior (R$ 60.440,34/ R$ 260.374,52). Em contrapartida, a diminuição do déficit dos outros três fluxos foi somente de 19,5% (R$ 92.400,94/ R$ 114.741,24). Então, com uma arrecadação em uma curva decadente maior que a dos gastos foi observado que a lucratividade e a liquidez, como esperado, ficaram muito abaixo do que foi constatado nos dois exercícios anteriores:

TABELA 5 – COMPARATIVO DOS INDICES DE LIQUIDEZ E LUCRATIVIDADE ENTRE OS ANOS DE 2015 A 2017.

(47)

Liquidez Lucratividade

2015 1,20 0,17

2016 1,24 0,19

2017 1,06 0,06

Fonte: autor (2019)

Apesar do controle maior na negativação dos fluxos de financiamento e não operacional, no fim do ano de 2017 há um início nas atividades de investimento e somada à queda das receitas, é possível enxergar uma inconstância maior no comportamento da geração de caixa líquido ao longo do ano, com cinco meses de retração ou estagnação do caixa, como é possível observar no gráfico 7.

O comportamento entre o AC e o PC, como mostrado no gráfico 15, é bastante semelhante já no penúltimo ano e a liquidez apresentada na tabela acima foi dada pelo quociente entre R$ 1.069.682,23 de ativo do período e R$ 1.009.241,89 do mesmo período. A lucratividade de 2017 também foi encontrada através de uma divisão: R$ 60.440,34 de caixa líquido (lucro) sobre os R$ 1.069.682,23 de receita gerada.

GRÁFICO 7 – FLUXOS DE ATIVIDADES X CAIXA LÍQUIDO DE 2017

(48)

GRÁFICO 8 – LUCRATIVIDADE X LIQUIDEZ DE 2017

Fonte: autor (2019)

GRÁFICO 9 – ATIVO CIRCULANTE X PASSIVO CIRCULANTE DE 2017

Fonte: autor (2019)

4.2.4 Análise de 2018

A liquidez e a lucratividade do ano de 2018 são as menores constatadas no período observado: 1,05 e 5%, respectivamente. Como foi explanado anteriormente, a lucratividade é o quociente entre o lucro adquirido sobre a receita recebida do período. O ano de 2018 foi o único a não bater a casa do milhão na geração de receitas, como é possível observar no gráfico 15 e apesar das despesas também declinarem e não alcançarem o milhão como nos três períodos anteriores, a queda dos custos é de 7% enquanto a queda das receitas é de 8%. Como o lucro, no sentido mais raso, é basicamente o que sobra depois de pagar todas as despesas, a queda mais acentuada das receitas gera um lucro menor e consequentemente a queda da lucratividade.

Porém, é observável que no gráfico 13 o saldo do fluxo operacional, principal influenciador da geração de caixa em todos os períodos tem uma leve alta em relação ao exercício anterior, mas viu o déficit nas atividades de financiamento

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