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O Sebrae (2018) define três formas de se gerir um negócio, manter a empresa estruturada e em crescimento. O serviço de auxílios às MPEs afirma que a gestão do caixa do dia a dia é basicamente responsável pela gestão dos ativos e passivos circulantes, como: entrada de recursos relativos à venda de bens ou serviços, pagamento de fornecedores, salários, tributos e outros. Ele ainda acrescenta a gestão de investimento, que voltado ao balanço patrimonial está ligada aos ativos imobilizados e passivos que serão liquidados a longo prazo, como: expansão, aquisição de novos equipamentos, máquinas e outros. Por último e não menos importante, o Sebrae indica que ter um setor de “Gestão de crises” é importante pois serão negociados prazos com credores e devedores no intuito de permitir a continuidade da MPE caso haja indícios de desequilíbrio financeiro empresarial.

No que tange à gestão de investimento, o Sebrae (2018) afirma que um dos grandes erros do micro e pequeno empresário é utilizar o próprio capital de giro para adquirir imobilizados, como: compra de imóveis, tecnologia, expansão e outros, pois essa decisão reduz significativamente o capital excedente e consequentemente

a liquidez da empresa. Esse fato deixa a empresa com menos credibilidade com os stakeholders. O que se indica é que junto com instituições de crédito voltadas fundamentalmente para MPEs, como o BNDES e seus programas: Finame e Fundos Constitucionais busque o capital necessário para o investimento desejado.

Quando o negócio entra em crise, é comum colocar-se a culpa na falta da entrada de receitas e excesso de despesas, porém os problemas financeiros costumam estar ligados a custos variáveis diretos e indiretos, nas despesas operacionais, nos gastos extraordinários e nas performances de faturamento. Sebrae (2018) ainda afirma que focar no pagamento de dívidas que possuem taxas de juros mais elevadas é fundamental para desafogar a crise financeira. Concomitantemente à tomada dessas decisões, a organização aconselha a adotar fluxo de caixa diários e semanais para um controle mais rigoroso e definição objetiva das medidas necessárias a serem tomadas no futuro.

Na pesquisa feita por Bedê (2016, p. 74) foi constatado que para uma empresa “morrer” ou ser declarada inativa pelo proprietário têm vários fatores determinantes e que se combinam para que haja a extinção da organização. Esses fatores levaram a construção da ilustração 4 da página seguinte, que demonstra a porcentagem da taxa de sobrevivência de cada tipo de empresa, com dois anos de existência, entre os anos de 2008 e 2012. Dentre esses fatores foi analisado o rigor que era feito o acompanhamento das entradas de receitas e despesas ao longo tempo. Empresas que se mantêm ativas possuem 74% da população acompanhando rigorosamente o que entra e sai, enquanto apenas 65% das inativas tinham comprometimento nessa área.

Boa parte desse escopo de empresas inativas estão incluídas as micro empresas que têm o maior percentual de abertura, participação e fechamento no mercado, Bedê (2016, p. 23). Dentre os principais problemas encontrados como causa para o fechamento de empresas na pesquisa de Bedê (2016, p. 74) estão planejamento do negócio, gestão do negócio e capacitação dos donos de gestão do negócio.

ILUSTRAÇÃO 4 – TAXA DE SOBREVIVÊNCIA DE EMPRESAS DE DOIS ANOS POR PORTE

3 METODOLOGIA

Para Yin (2010, p.39) o estudo de caso é uma investigação empírica de um fenômeno contemporâneo e sua aplicação na vida real analisando os limites entre esse fenômeno e sua aplicação quando não são evidentes.

Baseado nisso, o estudo, através de uma pesquisa empírica, analisa os fenômenos financeiros ocorridos entre 2015 e 2018 para geração de um relatório em que ligue a teoria apresentada com a causa dos resultados financeiros identificados na empresa a partir da elaboração de fluxos de caixa posteriores. O autor usou esse período, pois até o ano de 2014 o lançamento de entradas e saídas financeiras estava incompleto na rede compartilhada usada para extrair os arquivos utilizados no estudo.

Yin (2010, p.41) ainda afirma que apesar do caráter qualitativo de todo estudo de caso, há também o uso de uma pesquisa quantitativa. Essa afirmação se encontra nesse estudo quando o pesquisador recolhe dados documentais e faz uma pesquisa bibliográfica e após vem a pesquisa qualitativa descritiva através da análise dos dados recolhidos anteriormente de acordo com a visão subjetiva do pesquisador.

“O papel do observador-participante pode ser tanto formal como informal, encoberto ou revelado, pode ser parte integrante do grupo social ou simplesmente periférico em relação a ele” (MARTINS, 2008, p. 25).

“Para se compor uma plataforma teórica de um Estudo de Caso [...] são conduzidas pesquisas bibliográficas [...] todavia não levanta material editado [...], mas busca material que não foi editado como [...] relatórios, estudos, avaliação etc. (MARTINS, 2008, p. 46).

Na diferença tênue que existe entre a pesquisa documental e a bibliográfica, Gil (2010, p. 30) explica que a bibliografia está destinada àquele determinado público-alvo e a fonte documental foi elaborada para diversos outros objetivos.

A pesquisa bibliográfica deu-se através de livros, artigos, monografia e sites que abrangeram todo o assunto do escopo da pesquisa: administração financeira, micro e pequenas empresas e o fluxo de caixa como assunto mais

aprofundado. A margem das publicações vai desde o ano de 1998 até o último ano, a fim de dar mais robustez e validade à pesquisa.

Na coleta de dados documentais o pesquisador usou a técnica “observação participante” já que o mesmo está inserido na empresa e desempenha funções financeiras nela.

Foram utilizadas planilhas, com dados primários, elaboradas na própria empresa com registros de entradas e saídas de recursos financeiros nos quatro anos estudados.

Os arquivos de Excel onde se encontravam as planilhas utilizadas foram extraídos de uma unidade de rede da empresa. As planilhas estavam dispostas com lançamentos de entradas e saídas financeiras e identificadas de acordo com o nicho que se encontravam. As principais eram: aluguéis e acessórios, energia, expediente, manutenção, pessoal (referente às despesas com funcionários), e particular (gastos com familiares).

As limitações encontradas durante a coleta foram a falta de uniformidade no ato de lançamento das entradas e saídas financeiras constatada diversas vezes erros de digitação na identificação de receitas e despesas que dificultaram a compreensão do autor sobre a que se referia determinadas movimentações financeiras. A falta de atenção nos registros acarretou em eventuais trocas de receitas por despesas, que por algumas vezes alterou no saldo final de determinados períodos. Porém, o principal fator causador de distorções nas análises foi a falta de detalhamento de algumas movimentações, que causaram dúvida na alocação das mesmas em um dos quatro fluxos de atividades retratados na pesquisa. Todas as distorções foram solucionadas durante o estudo para que resultado estivesse de acordo com a realidade.

Essas movimentações foram dispostas de acordo com suas características no modelo de fluxo disposto pelo autor Iudicibus na parte operacional e não operacional, de financiamento e de investimento.

Apesar de o pesquisador estar diretamente envolvido com o objeto de estudo, a coleta de dados se deu maneira totalmente imparcial e o resultado da análise livre de qualquer vício.

Entender a dinâmica da empresa e como ela funciona foi essencial para a compreensão dos defeitos dispostos no modelo de gestão financeira e entendimento

dos passos para poder mudá-los e definir o que pode ser feito para a otimização do ganho empresarial.

Após o lançamento das entradas e saídas mensais em cada fluxo mensal foi buscado entender como se deu a variação das receitas ao longo do período estabelecendo, a média e o desvio padrão para definir se as entradas foram suficientes para cobrir as obrigações do período respectivo e se as obrigações possuíam alguma característica peculiar que influenciassem no resultado esperado do fluxo. A partir desse dado foi calculada a liquidez mensal e a total a partir do quociente entre o AC e o PC para chegar ao questionamento de como essa análise pode melhorar o desempenho financeiro da empresa.

4 ANÁLISE DE DADOS

Nesta parte do trabalho, os dados foram postos e analisados a fim de encadeá-los e transformá-los em informações que possam esclarecer e responder as questões propostas no começo do estudo.

No primeiro subitem – estruturação dos fluxos de caixa - estão localizados todos os procedimentos de coleta e filtragem dos dados encontrados e dispostos em planilhas, do Excel, armazenadas na unidade de compartilhamento da empresa. Os mesmos foram reagrupados nos quatro tipos de atividades inerentes ao fluxo de caixa: operacional, não operacional, financiamento e investimento.

Posteriormente, após a estruturação e consolidação dos fluxos, foi analisado ano a ano o desempenho de índices, como: lucratividade, liquidez e geração de caixa.

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