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Reconfiguração de uma linha de produção do setor automotivo usando análise de variação dimensional do produto

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C ˆ

AMPUS CURITIBA

ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAC

¸ ˜

AO

RUAN RITHELLE DE FARIA FRANCO CHAGAS

RECONFIGURAC

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AO DE UMA LINHA DE PRODUC

¸ ˜

AO DO SETOR

AUTOMOTIVO USANDO AN ´

ALISE DE VARIAC

¸ ˜

AO DIMENSIONAL

DO PRODUTO

TRABALHO DE CONCLUS ˜

AO DE CURSO

CURITIBA 2018

(2)

RECONFIGURAC

¸ ˜

AO DE UMA LINHA DE PRODUC

¸ ˜

AO DO SETOR

AUTOMOTIVO USANDO AN ´

ALISE DE VARIAC

¸ ˜

AO DIMENSIONAL

DO PRODUTO

Trabalho de Conclus˜ao de Curso de Graduac¸˜ao, apresentado `a disciplina de Trabalho de Conclus˜ao de Curso 2, do curso de Engenharia de Controle e Automac¸˜ao do Departamento Acadˆemico de Eletrot´ecnica (DAELT) da Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a (UTFPR) como requisito para obtenc¸˜ao do t´ıtulo de Engenheiro de Controle e Automac¸˜ao.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo L¨uders

Coorientador: Eng. Anderson Almeida de Macedo Carvalho

CURITIBA 2018

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Afolhadeaprovaçãoassinadaencontra-senaCoordenaçãodoCursodeEngenhariadeControleeAutomação

Reconfiguração de uma linha de produção do setor automotivo

usando análise de variação dimensional do produto

Este Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação foi julgado e aprovado como requisito parcial para a obtenção do Título de Engenheiro de Controle e Automação, do curso de Engenharia de Controle e Automação do Departamento Acadêmico de Eletrotécnica (DAELT) da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Curitiba, 27 de agosto de 2018.

____________________________________ Prof. Paulo Sérgio Walenia, Eng.

Coordenador de Curso Engenharia de Controle e Automação

____________________________________ Prof. Marcelo de Oliveira Rosa, Dr.

Responsável pelos Trabalhos de Conclusão de Curso de Engenharia de Controle e Automação do DAELT

ORIENTAÇÃO BANCA EXAMINADORA

______________________________________ Ricardo Lüders, Dr.

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Orientador

______________________________________ Anderson Almeida de Macedo Carvalho, Eng. Renault do Brasil

Co-Orientador

_____________________________________ Ricardo Lüders, Dr.

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

_____________________________________ Leandro Magatão, Dr.

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

_____________________________________ Milton Borsato, Dr.

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Agradec¸o primeiramente a Deus por todas as oportunidades que ele colocou em minha vida e por ter guiado meus passos at´e este momento. Agradec¸o a minha m˜ae e ao meu pai por terem me criado da melhor forma poss´ıvel e com muito trabalho duro. Agradec¸o as minhas irm˜as e meu irm˜ao pelo apoio emocional e pela companhia di´aria. Agradec¸o ao meu orientador Professor Doutor Ricardo L¨uders pelos s´abios ensinamentos, dedicac¸˜ao, paciˆencia e orientac¸˜ao exemplar. Agradec¸o ao meu coorientador Anderson Almeida de Macedo Carvalho, por todo o aux´ılio no desenvolvimento do trabalho, e por ter me ajudado a construir um pensamento mais criterioso e cr´ıtico. Tamb´em quero agradecer a Fundac¸˜ao Arauc´aria e `a Renault do Brasil pelo apoio financeiro. Por fim, agradec¸o `a cada um dos meus amigos por estarem ao meu lado, me ajudando nos momentos mais dif´ıceis.

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CHAGAS, Ruan Rithelle de Faria Franco. RECONFIGURAC¸ ˜AO DE UMA LINHA DE PRODUC¸ ˜AO DO SETOR AUTOMOTIVO USANDO AN ´ALISE DE VARIAC¸ ˜AO DIMENSIONAL DO PRODUTO . 78 f. Trabalho de Conclus˜ao de Curso – Engenharia de Controle e Automac¸˜ao, Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a. Curitiba, 2018.

O mercado da ind´ustria automotiva ´e muito competitivo e exige uma constante melhoria na qualidade dos ve´ıculos produzidos, assim como o aumento de produtividade. Este trabalho de conclus˜ao do curso de Engenharia de Controle e Automac¸˜ao avalia a qualidade e os impactos esperados na linha de produc¸˜ao de ve´ıculos ao propor uma modificac¸˜ao na forma de montagem do para-choque do ve´ıculo. Duas variantes s˜ao consideradas: “closed”(D1) e “opened front end”(D2). A qualidade do produto ´e avaliada por uma an´alise de variac¸˜ao dimensional da montagem e o impacto na linha de produc¸˜ao ´e avaliado por simulac¸˜ao de eventos discretos. Os resultados da an´alise de variac¸˜ao dimensional mostram que a montagem D2 fornece melhores indicadores de qualidade, dados pelo ´ındice de capacidade de processos centrados e ´ındice de capacidade para processos n˜ao centrados, gerando alterac¸˜ao no processo de produc¸˜ao do ve´ıculo. Os resultados de simulac¸˜ao da linha de produc¸˜ao mostram que o tempo de ciclo ´e significativamente alterado pelo mix de produc¸˜ao, ou seja, pela proporc¸˜ao de modelos diferentes a serem produzidos, assim como pela sequˆencia em que s˜ao produzidos. Para tanto, diversos cen´arios s˜ao simulados com diferentes mixes e sequˆencias de produc¸˜ao.

Palavras-chave: An´alise de variac¸˜ao dimensional, Simulac¸˜ao de eventos discretos, Qualidade do produto, Manufatura, Ind´ustria automotiva

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CHAGAS, Ruan Rithelle de Faria Franco. AUTOMOTIVE ASSEMBLY LINE RECONFIGURATION USING DIMENSIONAL VARIATION ANALYSIS. 78 f. Trabalho de Conclus˜ao de Curso – Engenharia de Controle e Automac¸˜ao, Universidade Tecnol´ogica Federal do Paran´a. Curitiba, 2018.

The automotive industry market is very competitive and requires constantly improvement on quality, and productivity. This final project of Control and Automation Engineering major evaluates the quality and expected impacts on vehicles’ assembly line when into a change in the bumper assembly method is proposed. Two variants are taken into account: closed (D1) and opened front end (D2). The product quality is evaluated by dimensional variation analysis and the assembly line impacts are evaluated by discrete event simulation. The results of dimensional variation analysis show that the D2 assembly has the best quality indicators, given by the process capability and process capability of non-centered distribution. The results of assembly line simulation show that the cycle time is significantly changed by both the production mix - i.e., by the number of different models to be produced, and the production sequencing. Many scenarios are simulated with different mixes and production sequences.

Keywords: Dimensional variation analysis, Discrete event simulation, Product quality, Manufacturing, Automotive industry

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FIGURA 1 Modelos de linha de produc¸˜ao . . . 12 –

FIGURA 2 Carroceria para Opened Front End . . . 15 –

FIGURA 3 Carroceria para Closed Front End . . . 15 –

FIGURA 4 Ilustrac¸˜ao dos seis graus de liberdade . . . 20 –

FIGURA 5 Exemplo de isostatismo 3-2-1 . . . 21 –

FIGURA 6 Exemplo de isostatismo utilizando plano, furo e oblongo . . . 21 –

FIGURA 7 Quadro de tolerˆancias . . . 23 –

FIGURA 8 Exemplos com Cpe Cpk . . . 25

FIGURA 9 Exemplo de espac¸amento entre o capˆo e o para-lama de um ve´ıculo . . . 27 –

FIGURA 10 Exemplo de desn´ıvel entre o capˆo e o para-lama de um ve´ıculo . . . 27 –

FIGURA 11 Exemplo de paralelismo entre o capˆo e o para-lama de um ve´ıculo . . . 28 –

FIGURA 12 Exemplo de simetria entre o capˆo e o para-lama de um ve´ıculo . . . 28 –

FIGURA 13 Exemplo de ModelEntity . . . 31 –

FIGURA 14 Exemplo de Worker . . . 31 –

FIGURA 15 Exemplo de Source . . . 32 –

FIGURA 16 Exemplo de Sink . . . 32 –

FIGURA 17 Exemplo de Nodes e conectores . . . 33 –

FIGURA 18 Exemplo de selec¸˜ao dos datums no 3DCS (2018) . . . 35 –

FIGURA 19 Exemplo de selec¸˜ao dos elementos que far˜ao interface com os datums no 3DCS (2018) . . . 35 –

FIGURA 20 Exemplo de movimento no 3DCS (2018) . . . 36 –

FIGURA 21 Exemplo de medida no 3DCS (2018) . . . 36 –

FIGURA 22 Exemplo de tolerˆanica geom´etrica no 3DCS (2018) . . . 37 –

FIGURA 23 GD&T do farol dianteiro esquerdo . . . 38 –

FIGURA 24 GD&T do para-lama esquerdo . . . 39 –

FIGURA 25 GD&T do suporte esquerdo de para-choque . . . 40 –

FIGURA 26 GD&T do capˆo (Parte 1) . . . 41 –

FIGURA 27 GD&T do capˆo (Parte 2) . . . 41 –

FIGURA 28 GD&T do para-choque (Parte 1) . . . 42 –

FIGURA 29 GD&T do para-choque (Parte 2) . . . 42 –

FIGURA 30 GD&T do para-choque (Parte 3) . . . 43 –

FIGURA 31 GD&T do para-choque (Parte 4) . . . 43 –

FIGURA 32 GD&T do para-choque (Parte 5) . . . 44 –

FIGURA 33 GD&T do dispositivo . . . 45 –

FIGURA 34 Tolerˆancias carroceria . . . 46 –

FIGURA 35 GD&T do dispositivo . . . 47 –

FIGURA 36 Tolerˆancias carroceria . . . 48 –

FIGURA 37 GD&T do modulo . . . 49 –

FIGURA 38 Ordem de montagem do modelo Closed Front End . . . 50 –

FIGURA 39 Ordem de montagem do m´odulo . . . 50 –

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TABELA 1 Mixpadr˜ao . . . 51 –

TABELA 2 Postos de trabalho . . . 52 –

TABELA 3 Tempo das tarefas realizadas no posto 11E . . . 53 –

TABELA 4 Tempo das tarefas realizadas no posto 11D . . . 53 –

TABELA 5 Tempo das tarefas realizadas no posto 12E para Closed Front End . . . 53 –

TABELA 6 Tempo das tarefas realizadas no posto 12E para Opened Front End . . . 53 –

TABELA 7 Tempo das tarefas realizadas no posto 13D . . . 54 –

TABELA 8 Tempo das tarefas realizadas no posto 13E . . . 54 –

TABELA 9 Tempo das tarefas realizadas no posto 14D . . . 54 –

TABELA 10 Tempo das tarefas realizadas no posto 14E . . . 54 –

TABELA 11 Tempo das tarefas realizadas no posto 15D . . . 54 –

TABELA 12 Tempo das tarefas realizadas no posto 15E . . . 55 –

TABELA 13 Tempo das tarefas realizadas no posto 16D . . . 55 –

TABELA 14 Tempo das tarefas realizadas no posto 16E . . . 55 –

TABELA 15 Tempo das tarefas realizadas no posto 17E para Closed Front End . . . 56 –

TABELA 16 Tempo das tarefas realizadas no posto 17E para Opened Front End . . . 56 –

TABELA 17 Resultado dos espac¸amentos . . . 59 –

TABELA 18 Resultado de paralelismo dos espac¸amentos . . . 60 –

TABELA 19 Resultado de simetria dos espac¸amentos . . . 61 –

TABELA 20 Resultado dos desn´ıveis . . . 62 –

TABELA 21 Resultado de paralelismo dos desn´ıveis . . . 63 –

TABELA 22 Resultado de simetria dos desn´ıveis . . . 63 –

TABELA 23 Experimentos realizados . . . 65 –

TABELA 24 Experimento 1 para SEDD1 . . . 65 –

TABELA 25 Experimento 2 para SEDD1 . . . 66 –

TABELA 26 Experimento 3 para SEDD1 . . . 66 –

TABELA 27 Experimento 4 para SEDD1 e SEDD2 . . . 67 –

TABELA 28 Ordem de desempenho dos modelos na linha de produc¸˜ao . . . 67 –

TABELA 29 Diferentes Mixes de montagem . . . 68 –

TABELA 30 Experimento 5 para SEDD1 e SEDD2 . . . 68 –

TABELA 31 Experimento 6 para SEDD1 e SEDD2 . . . 69 –

TABELA 32 Experimento 7 para SEDD1 e SEDD2 . . . 69 –

TABELA 33 Experimento 8 para SEDD1 e SEDD2 . . . 70 –

TABELA 34 Experimento 9 para SEDD1 e SEDD2 . . . 70 –

TABELA 35 Experimento 10 para SEDD1 e SEDD2 . . . 71 –

TABELA 36 Experimento 11 para SEDD1 e SEDD2 . . . 71 –

TABELA 37 Experimento 12 para SEDD1 e SEDD2 . . . 72 –

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AVD An´alise de Variac¸˜ao Dimensional CAD Computer Aided Design

CAT Computer Aided Tolerancing

GD&T Geometric Dimensioning and Tolerencing PMI Product Manufacturing Information SED Sistemas a Eventos Discretos

SEDD1 Modelo de Simulac¸˜ao de Eventos Discretos contendo o ve´ıculo D1 SEDD2 Modelo de Simulac¸˜ao de Eventos Discretos contendo o ve´ıculo D2

TC Tempo de Ciclo

UT Unidades de Tempo

VC N´umero de Ve´ıculos Completos VI N´umero de Ve´ıculos Incompletos

(12)

1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 12 1.1 TEMA . . . 12 1.1.1 Delimitac¸˜ao do Tema . . . 13 1.2 DESCRIC¸ ˜AO DO PROBLEMA . . . 14 1.3 JUSTIFICATIVA . . . 16 1.4 OBJETIVOS . . . 17 1.4.1 Objetivo Geral . . . 17 1.4.2 Objetivos Espec´ıficos . . . 17 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO . . . 18 2 FUNDAMENTAC¸ ˜AO TE ´ORICA . . . 19

2.1 AN ´ALISE DE VARIAC¸ ˜AO DIMENSIONAL . . . 19

2.1.1 Graus de Liberdade . . . 19

2.1.2 Isostatismo . . . 20

2.1.3 Datum . . . 22

2.1.4 Tolerˆancias Geom´etricas . . . 22

2.1.5 ´Indices de capacidade de processo . . . 24

2.1.6 Qualidade . . . 25

2.1.7 Medidas importantes . . . 26

2.1.8 M´etodo de Monte Carlo . . . 29

2.2 SIMULAC¸ ˜AO DE EVENTOS DISCRETOS . . . 29

2.2.1 O pacote de simulac¸˜ao Simio . . . 30

2.3 SUM ´ARIO DO CAP´ITULO . . . 33

3 DESENVOLVIMENTO . . . 34

3.1 AN ´ALISE DE VARIAC¸ ˜AO DIMENSIONAL . . . 34

3.1.1 Pec¸as comuns . . . 37

3.1.2 Pec¸as exclusivas do modelo Closed Front End . . . 44

3.1.3 Pec¸as exclusivas do modelo Opened Front End . . . 46

3.1.4 Ordens de montagem . . . 49

3.2 SIMULAC¸ ˜AO DE EVENTOS DISCRETOS . . . 51

3.2.1 Coleta de dados . . . 51

3.2.2 Desenvolvimento da simulac¸˜ao de eventos discretos . . . 56

3.3 SUM ´ARIO DO CAP´ITULO . . . 57

4 RESULTADOS . . . 58

4.1 AN ´ALISE DE VARIAC¸ ˜AO DIMENSIONAL . . . 58

4.2 SIMULAC¸ ˜AO DE EVENTOS DISCRETOS . . . 63

4.3 SUM ´ARIO DO CAP´ITULO . . . 73

5 CONCLUS ˜AO . . . 74

(13)

1 INTRODUC¸ ˜AO

1.1 TEMA

A ind´ustria automotiva tem sua base de produc¸˜ao nas linhas de montagem, onde ve´ıculos s˜ao montados a partir de pec¸as individuais por uma sequˆencia de estac¸˜oes de montagem dispostas em linha. Linhas de montagem podem possuir centenas de estac¸˜oes. Algumas estac¸˜oes requerem montagem manual, pela ac¸˜ao de operadores humanos, enquanto outras s˜ao estac¸˜oes automatizadas que realizam tarefas pr´e-programadas espec´ıficas, podendo ou n˜ao ter a presenc¸a de operadores.

Linhas de montagem com apenas um produto espec´ıfico e sem variac¸˜oes s˜ao conhecidas como linhas de modelo ´unico. Quando mais de um tipo de produto ´e fabricado na mesma linha, temos o chamada linha de modelo misto, como se pode observar na Figura 1. A sequˆencia de montagem dos itens e pec¸as em uma linha de produc¸˜ao ´e um importante tema de estudo, pois diferentes sequˆencias produzem diferentes medidas de desempenho da produc¸˜ao, notadamente em termos de tempo de montagem e qualidade do produto final (BECKER; SCHOLL, 2006). Assim, no projeto da linha de montagem devem ser considerados o n´umero e a sequˆencia das estac¸˜oes, assim como a atribuic¸˜ao de atividades a cada estac¸˜ao.

Figura 1: Modelos de linha de produc¸˜ao

Fonte: Adaptac¸˜ao de Becker e Scholl (2006)

Particularmente importante para a qualidade do produto final ´e o estudo da sequˆencia de montagem em cada estac¸˜ao. Anteriormente, o planejamento de montagens considerava que

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a geometria, posic¸˜ao e orientac¸˜ao das pec¸as eram bem definidas. Contudo, variac¸˜oes de forma e tamanho ocorrem durante a fabricac¸˜ao das pec¸as. Estas variac¸˜oes se propagam dependendo da sequˆencia de montagem das pec¸as, gerando a possibilidade da montagem n˜ao ser fact´ıvel (OSTROVSKY-BERMAN; JOSKOWICZ, 2005).

Devido `a necessidade de se fazer planejamentos de montagem fact´ıveis, surgiu o conceito de Geometric Dimensioning and Tolerencing (GD&T). Por meio de uma linguagem simples e com algumas simbologias que podem ser encontradas na norma ASME Y14.5M-1994 (Y14.5M-1994), o GD&T busca definir a tolerˆancia, forma, tamanho, orientac¸˜ao entre outras caracter´ısticas dos componentes de uma montagem (QIN et al., 2015).

Durante a fase de planejamento do produto existem algumas maneiras de saber se a montagem est´a atendendo os requisitos do projeto. Uma delas ´e produzir centenas de pec¸as com os meios de produc¸˜ao e medi-las uma a uma. Entretanto, isso pode n˜ao ser vi´avel economicamente, existindo uma soluc¸˜ao mais barata e suficientemente precisa: o uso de simulac¸˜ao computacional. Estas simulac¸˜oes s˜ao feitas por meio de um software de Computer Aided Tolerancing(CAT), que simula milhares de montagens dos itens do produto e calculam os desvios dimensionais do produto montado, conforme especificac¸˜oes do usu´ario (MAKELAINEN et al., 2001).

Na busca de um bom planejamento de montagem ´e preciso levar em considerac¸˜ao outros fatores al´em da qualidade do produto. ´E necess´ario observar a viabilidade do projeto. Visto que os transtornos gerados na linha de produc¸˜ao para atender os requisitos de projeto podem ser muito maiores do que os benef´ıcios de um produto de alta qualidade. Assim ´e necess´ario encontrar maneiras eficazes e baratas de analisar esses processos nas linhas de produc¸˜ao.

Assim, uma importante ferramenta que contribui para verificar a viabilidade do projeto ´e a simulac¸˜ao de eventos discretos. Esta forma de simulac¸˜ao ´e essencial para a an´alise do comportamento de linhas de produc¸˜ao, conseguindo reproduzir com bastante precis˜ao os sistemas existentes no mundo real (DEHGHANIMOHAMMADABADI; KEYSER, 2017). Com isso, obt´em-se opc¸˜oes mais baratas para fazer an´alises e tomar decis˜oes em uma empresa.

1.1.1 Delimitac¸˜ao do Tema

Este trabalho de conclus˜ao de curso aborda o problema de montagem de um subsistema da linha de produc¸˜ao de uma empresa do ramo automotivo. Essa linha possui dois processos distintos de montagem de para-choque: um em que a parte dianteira da carroceria fica aberta

(15)

(Opened Front End) durante o processo de montagem e outro no qual a parte dianteira da carroceria chega fechada (Closed Front End) no processo montagem. Esses processos influenciam n˜ao somente a produc¸˜ao dos ve´ıculos, como tamb´em podem causar impactos na qualidade dos ve´ıculos.

A partir das an´alises de simulac¸˜oes das diferentes montagens, ser˜ao consideradas alterac¸˜oes na linha de montagem de para-choque.

1.2 DESCRIC¸ ˜AO DO PROBLEMA

Ao longo de toda hist´oria da ind´ustria automotiva, diversas tecnologias j´a foram desenvolvidas para atender esse mercado. A competˆencia na construc¸˜ao de ve´ıculos foi sendo aprimorada, gerando uma infinidade de t´ecnicas que buscam melhorar a qualidade do ve´ıculo, buscando uma maior lucratividade. Neste trabalho ´e apresentado um estudo, com o uso de simulac¸˜ao, visando identificar os impactos gerados pela mudanc¸a da maneira de se montar a parte dianteira de um ve´ıculo.

No processo de montagem de um ve´ıculo existem duas formas de montagem do para-choque e outras pec¸as que comp˜oem essa regi˜ao do ve´ıculo. Essas montagens s˜ao conhecidas como Opened Front End e Closed Front End. No Opened Front End a parte dianteira da carroceria ´e mais aberta, contendo na maioria dos casos duas hastes que posteriormente receber˜ao um m´odulo que ´e acoplado `a carroceria pelas hastes. Este modelo est´a representado na Figura 2. Este m´odulo cont´em o para-choque, far´ois e outras pec¸as que comp˜oem a parte dianteira do ve´ıculo. Sendo montado em outra parte da linha de produc¸˜ao. No modelo Closed Front End, a parte dianteira da carroceria ´e fechada, assim o para-choque e as demais pec¸as ser˜ao montadas diretamente na carroceria, como pode ser observado na Figura 3.

(16)

Figura 2: Carroceria para Opened Front End

Fonte: Adaptac¸˜ao de PVG (2018)

Figura 3: Carroceria para Closed Front End

Fonte: Adaptac¸˜ao de Bostik (2016)

Na empresa a ser analisada existem quatro fam´ılias de ve´ıculos a serem estudados. As fam´ılias ser˜ao separadas em modelos A, B, C e D. Todos essas fam´ılias s˜ao montadas com Closed Front End. Contudo deseja-se analisar a mudanc¸a do modelo D de Closed Front End (que ser´a denominado D1) para Opened Front End (que ser´a denominado D2). Esta mudanc¸a vai exigir uma alterac¸˜ao na linha de produc¸˜ao, que segundo Godofredo et al. (2017) ´e formada por uma sequˆencia de estac¸˜oes dispostas em linha por onde passam elementos que sofrem ac¸˜ao de tarefas em cada posto de trabalho, transformando esta unidade at´e a obtenc¸˜ao do produto final na ´ultima estac¸˜ao.

(17)

onde s˜ao realizadas tarefas, sendo divididos em tripulados e n˜ao tripulados. As estac¸˜oes tripuladas contˆem trabalhadores que operam as m´aquinas e ferramentas necess´arias para a realizac¸˜ao das tarefas. As n˜ao tripuladas contˆem m´aquinas n˜ao assistidas, ou seja, que n˜ao precisam de um operador para realizar as tarefas (GAITHER; FRAZIER, 2002). Tarefas segundo Boysen et al. (2007) s˜ao unidades indivis´ıveis de trabalho no qual cada tarefa tem associado a si um tempo conhecido como durac¸˜ao da tarefa. Gaither e Frazier (2002) descrevem durac¸˜ao de tarefa como o tempo necess´ario para que um trabalhador experiente ou uma m´aquina n˜ao assistida realizem uma tarefa.

A mudanc¸a de montagem de D1 para D2 leva a necessidade da criac¸˜ao de um posto no estoque para `a montagem do m´odulo de D2. Ao mesmo tempo que ir´a diminuir as tarefas dos operadores na linha principal pois n˜ao estar˜ao realizando mais as operac¸˜oes relacionadas com as pec¸as que ser˜ao montadas no m´odulo de D2.

Para analisar a linha de produc¸˜ao ser˜ao utilizadas medidas de desempenho como:

• Tempo de ciclo: segundo Gaither e Frazier (2002) ´e o “per´ıodo de tempo em minutos entre cada produto que sai no final de uma linha de produc¸˜ao”.

• N´umero de ve´ıculos completos (VC): ve´ıculos que terminaram o processo com todas as tarefas realizadas.

• N´umero de ve´ıculos incompletos (VI): ve´ıculos que terminaram o processo com tarefas n˜ao realizadas e que dever˜ao passar por algum tipo de retrabalho.

1.3 JUSTIFICATIVA

Roth e Miller (1992) afirmam que o processo de manufatura ´e um ingrediente importante para obter sucesso industrial e gerar crescimento no pa´ıs. ´E not´avel que quanto maior a busca de diferentes estrat´egias na manufatura maior ser˜ao as vantagens competitivas e os lucros de uma empresa.

Chao et al. (2009) afirmam que o grande n´umero de product recalls e ac¸˜oes judiciais recebidas pelas empresas automobil´ısticas s˜ao fortes indicativos de como problemas de qualidade podem causar preju´ızos. Assim, a busca pela qualidade dos produtos ´e uma preocupac¸˜ao do setor automotivo.

Baseado na necessidade de melhorar a qualidade dos ve´ıculos de uma ind´ustria do ramo automotivo. Este trabalho prop˜oe uma alterac¸˜ao em uma das fam´ılias de ve´ıculos

(18)

montados nessa ind´ustria. Mudando o modelo D de Closed Front End (D1) para Opened Front End(D2).

Contudo antes de aplicar alterac¸˜oes desse porte ´e necess´ario avaliar os impactos que ser˜ao gerados no produto. Identificar se a mudanc¸a vai melhorar de fato a qualidade do ve´ıculo. Assim ser´a feita uma an´alise de variac¸˜ao dimensional, buscando identificar se as mudanc¸as realizadas continuar˜ao atendendo os targets previamente estabelecidos.

Outra preocupac¸˜ao ´e o fato de alterac¸˜oes do produto tamb´em influenciarem no processo. Com a mudanc¸a do modelo de um dos ve´ıculos de D1 para D2, pode ser necess´aria a implementac¸˜ao de um posto, ou at´e mesmo uma linha paralela. Essa mudanc¸a pode gerar problemas no processo, tais como: pouca utilizac¸˜ao dos operadores, necessidade de implementac¸˜ao de buffers, desbalanceamento das atividades realizadas pelos operadores, ou necessidade de acrescentar novos operadores na linha. E para realizar este tipo de an´alise se mostra necess´ario o uso de simulac¸˜ao a eventos discretos. Este tipo de simulac¸˜ao busca representar uma linha de produc¸˜ao possivelmente com a introduc¸˜ao de incertezas inerentes ao processo de produc¸˜ao.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

O trabalho prop˜oe analisar a qualidade da montagem do para-choque de um ve´ıculo utilizando an´alise de variac¸˜ao dimensional e o desempenho da linha de produc¸˜ao deste ve´ıculo utilizando simulac¸˜ao de eventos discretos.

1.4.2 Objetivos Espec´ıficos

1. Desenvolver uma an´alise dimensional das duas opc¸˜oes de montagem dos para-choques dos modelos de ve´ıculos D1 e D2;

2. Identificar a melhor opc¸˜ao de montagem, segundo crit´erios de qualidade definidos na an´alise dimensional do item 1;

3. Detalhar os processos de montagem do para-choque dos modelos D1 e D2 na linha de produc¸˜ao;

4. Desenvolver um modelo de simulac¸˜ao `a eventos discretos dos processos de montagem do item 3;

(19)

5. Avaliar os resultados da simulac¸˜ao do item 4;

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho de conclus˜ao de curso est´a organizado da seguinte forma.

O segundo cap´ıtulo trata dos conceitos que ser˜ao utilizados para o desenvolvimento do trabalho, tais como o m´etodo de Monte Carlo, graus de liberdade, isostatismo, datum, tolerˆancias geom´etricas, qualidade e medidas importantes. Apresenta ainda conceitos de simulac¸˜ao de eventos discretos usando um pacote de simulac¸˜ao comercial.

No terceiro cap´ıtulo ´e apresentado o desenvolvimento do trabalho. A primeira parte desse cap´ıtulo foca na parte de an´alise de variac¸˜ao dimensional, onde s˜ao descritas as premissas adotadas, os passos necess´arios para a construc¸˜ao do modelo de simulac¸˜ao e os parˆametros utilizados para obter os resultados. E a segunda parte do cap´ıtulo descreve as premissas utilizadas para a criac¸˜ao da simulac¸˜ao de eventos discretos.

O quarto cap´ıtulo apresenta os resultados da an´alise de variac¸˜ao dimensional e da simulac¸˜ao da linha de produc¸˜ao.

O quinto cap´ıtulo traz a conclus˜ao do trabalho e apresenta temas para poss´ıveis trabalhos futuros.

(20)

2 FUNDAMENTAC¸ ˜AO TE ´ORICA

An´alise de variac¸˜ao dimensional e simulac¸˜ao de eventos discretos s˜ao assuntos, em geral, abordados de maneira muito breve nas disciplinas correntes de graduac¸˜ao. Portanto, este cap´ıtulo busca estreitar a relac¸˜ao do leitor com essas tem´aticas. Assim, s˜ao apresentados diversos conceitos relativos a essas ´areas de conhecimento. O entendimento destes t´opicos ´e de suma importˆancia para a compreens˜ao deste trabalho.

2.1 AN ´ALISE DE VARIAC¸ ˜AO DIMENSIONAL

De acordo com Sleath (2014) an´alise de variac¸˜ao dimensional (AVD) ´e uma simulac¸˜ao computacional que busca identificar poss´ıveis problemas de montagem gerados pelas tolerˆancias geom´etricas das pec¸as e as dispers˜oes geradas no processo de manufatura. Podendo, encontrar poss´ıveis problemas de montagem. AVD ´e largamente utilizada na ind´ustria automotiva e aeroespacial para garantir que a variac¸˜ao dimensional das pec¸as e montagens sejam controladas (RAUSCH et al., 2017).

2.1.1 Graus de Liberdade

O conceito de graus de liberdade ´e o ponto de partida para entender isostatismo, datum e tolerˆancias geom´etricas. No caso do isostatismo de uma pec¸a em um ve´ıculo, por exemplo, ´e necess´ario ter conhecimento que um objeto tem seis graus de liberdade, e que para a pec¸a ficar fixa ´e necess´ario que todos os seus graus de liberdade sejam imobilizados. Estes conceitos foram utilizados para a construc¸˜ao do modelo de an´alise de variac¸˜ao dimensional.

Segundo Norton (2010) os graus de liberdade s˜ao parˆametros independentes respons´aveis por definir uma ´unica posic¸˜ao de um sistema no espac¸o em qualquer instante de tempo. Todo elemento tridimensional possui obrigatoriamente seis graus de liberdade. Trˆes graus de liberdade s˜ao relativos as coordenadas lineares, que est˜ao compreendidas nos eixos X, Y e Z. Os outros trˆes graus de liberdade s˜ao relativos `as coordenadas angulares, que representam

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a rotac¸˜ao do elemento analisado em torno dos eixos X, Y e Z.

O conceito de grau de liberdade ´e importante para descrever a movimentac¸˜ao de um corpo. De maneira simplificada existem duas formas principais de um corpo se movimentar. Todas as outras formas de movimentos s˜ao combinac¸˜oes destas. A primeira ´e a translac¸˜ao que ocorre quando todos os pontos de um corpo descrevem caminhos paralelos. Uma linha de referˆencia criada nesse elemento mudaria apenas sua posic¸˜ao linear. A segunda forma de movimento ´e a rotac¸˜ao. A princ´ıpio definimos um ponto que ser´a o centro de rotac¸˜ao, ao realizar esse movimento todos os pontos do corpo descrevem arcos em torno do centro. Uma linha de referˆencia criada desenhada no corpo atrav´es do centro muda apenas a posic¸˜ao angular (NORTON, 2010). Na Figura 4 est´a ilustrado os seis graus de liberdade.

Figura 4: Ilustrac¸˜ao dos seis graus de liberdade

Fonte: Adaptac¸˜ao de Wertel (2009)

2.1.2 Isostatismo

Isostatismo ´e o nome dado quando os seis graus de liberdade de um corpo s˜ao sujeitados. Ou seja, o corpo est´a fixo no espac¸o. Quando mais de seis graus de liberdade s˜ao sujeitados consideramos que o corpo est´a hiperest´atico. Para corpos pequenos e r´ıgidos, esse tipo de pr´atica n˜ao ´e recomendada pois pode danificar o corpo quando ele est´a sendo fixado. Contudo quando ´e necess´ario fazer a imobilizac¸˜ao de um corpo grande e flex´ıvel, em muitos casos o hiperestatismo ´e uma soluc¸˜ao eficiente, pois evita que as deformac¸˜oes no corpo gerem transtornos. Quando um corpo tem menos de seis graus de liberdade sujeitados ele ´e considerado hipost´atico. Geralmente uma montagem hipost´atica ´e utilizada quando um corpo tem que realizar alguma func¸˜ao. Como por exemplo uma roda que tem um grau de liberdade

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angular livre, possibilitando a movimentac¸˜ao do ve´ıculo a que ela pertence.

Existem v´arias maneiras de realizar essa imobilizac¸˜ao. Uma das mais conhecidas ´e a 3-2-1, no qual em um plano do quadro de referˆencia s˜ao sujeitados 3 pontos que juntos formam um plano restringindo trˆes graus de liberdade do corpo, sendo dois angulares e um linear. Em outro plano do quadro de referˆencias s˜ao sujeitados mais dois pontos, formando assim uma reta que restringe mais dois graus de liberdade, sendo um angular e um linear. E por fim um ponto apenas ´e sujeitado no terceiro plano do quadro de referˆencias, restringindo o grau de liberdade faltante do corpo. Na Figura 5 ´e apresentado um exemplo de montagem 3-2-1.

Figura 5: Exemplo de isostatismo 3-2-1

Fonte: Autoria Pr´opria

Outra t´ecnica bastante utilizada na ind´ustria ´e a do plano, furo e oblongo. O plano sujeita trˆes graus de liberdade de um corpo, sendo dois angulares e um linear. O furo sujeita mais dois graus de liberdade, sendo ambos lineares. E assim resta somente um grau de liberdade angular que ´e sujeitado pelo oblongo. Um exemplo desse tipo de isostatismo ´e apresentado na Figura 6.

Figura 6: Exemplo de isostatismo utilizando plano, furo e oblongo

Fonte: Autoria Pr´opria

Quando um modelo de simulac¸˜ao de an´alise de variac¸˜ao dimensional est´a sendo constru´ıdo, ´e necess´ario fazer o isostatismo das v´arias pec¸as que far˜ao parte do modelo. Saber definir o isostatismo de uma pec¸a corretamente garante a funcionalidade do produto que est´a sendo modelado.

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2.1.3 Datum

Segundo a norma ASME Y14.5M-1994 (1994) datum ´e um ponto, eixo ou plano ideal derivado de um elemento, no qual ´e a referˆencia de onde a localizac¸˜ao e as caracter´ısticas geom´etricas de uma pec¸a ser˜ao definidas. Esses elementos existem mutuamente com a intersecc¸˜ao perpendicular de trˆes planos que ´e conhecida como quadro de referˆencia do datum. Os datums s˜ao comumente usados para sujeitar os graus de liberdade de um corpo. Geralmente o datum que sujeita o trˆes graus de liberdade ´e chamado de datum prim´ario, o que sujeita dois graus de liberdade ´e o datum secund´ario e o que sujeita o ´ultimo grau de liberdade ´e o datumterci´ario. Na Figura 5 os quadrados vermelhos formam o datum prim´ario, os quadrados amarelos formam o datum secund´ario e o quadrado verde ´e o datum terci´ario.

A escolha correta dos datums ´e muito importante quando ´e necess´ario definir o isostatismo de uma pec¸a. Se os datums n˜ao forem definidos corretamente, isto pode afetar a montagem da pec¸a. Em alguns casos podendo at´e danificar a pec¸a e prejudicar o produto final. Outro problema ´e deixar a pec¸a hipoest´atica. Assim, a pec¸a pode n˜ao montar de maneira correta, ou mesmo ficar inst´avel, aumentando a variac¸˜ao e consequentemente n˜ao atendendo os requisitos m´ınimos de qualidade.

2.1.4 Tolerˆancias Geom´etricas

Segundo Albertazzi e Sousa (2008), o ser humano lida com muita naturalidade com imperfeic¸˜oes. ´E poss´ıvel encontr´a-las no formato de uma mac¸˜a, no reboco de uma parede, na pintura de uma casa. ´E imposs´ıvel evitar imperfeic¸˜oes, pois elas s˜ao naturais. Da mesma maneira, quando um produto ´e fabricado ele tamb´em tem imperfeic¸˜oes. Ent˜ao ´e necess´ario tomar cuidado para manter o controle dessas imperfeic¸˜oes em faixas toler´aveis.

Albertazzi e Sousa (2008) usam como exemplo um cabo de vassoura que deveria ter o diˆametro de 20 mm. Independentemente se ele tiver 19 mm ou 21 mm de diˆametro, a func¸˜ao de segurar o cabo com firmeza e conforto continuar´a a mesma. Contudo, quando for acoplar esse cabo na base da vassoura ´e necess´ario garantir que o cabo n˜ao fique com uma folga muito grande ou mesmo nem entre no encaixe. Sendo necess´ario garantir uma faixa que atenda esses requisitos.

Segundo Dotson (2006) ´e necess´ario encontrar um equil´ıbrio no momento de definir as tolerˆancias para uma pec¸a ou produto, pois uma pec¸a com uma tolerˆancia muito grande ´e pouco precisa, podendo assim gerar um produto ruim. Contudo, uma pec¸a com uma tolerˆancia muito pequena (muito precisa) pode gerar um produto com um custo muito alto, com o prec¸o acima

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do mercado. Em suma, a tolerˆancia ´e essa faixa de variac¸˜ao aceit´avel para uma caracter´ıstica de um produto, definida de forma a garantir a qualidade com que ele realiza a func¸˜ao para o qual foi desenhado.

An´alise de variac¸˜ao dimensional ´e um conceito diretamente relacionado com tolerˆancias geom´etricas. A falta de conhecimento em tolerˆancias geom´etricas pode comprometer a concepc¸˜ao de um produto. Pois, a m´a definic¸˜ao de uma tolerˆancia, vai levar `a construc¸˜ao de um modelo de simulac¸˜ao pouco representativo. Isso pode levar a empresa a tomar decis˜oes errˆoneas em relac¸˜ao ao seu produto.

O Geometric Dimensioning and Tolerencing (GD&T) ´e um sistema para definir e comunicar tolerˆancias de engenharia internacionalmente. Ela ´e utilizada para definir a dimens˜ao e as tolerˆancias geom´etricas das pec¸as. O GD&T ´e criado com base na norma ASME Y14.5M-1994 (Y14.5M-1994). A Figura 7 apresenta os elementos que fazem parte do quadro de tolerˆancias.

Figura 7: Quadro de tolerˆancias

Fonte: Autoria Pr´opria

As empresas tem se esforc¸ado para aperfeic¸oar o seu Product Manufacturing Information(PMI), que ´e toda informac¸˜ao contida no CAD, mas que n˜ao est´a relacionada com a geometria dos objetos. O GD&T ´e uma das v´arias informac¸˜oes que deve estar contido no PMI (PROTOLABS, 2017).

Existem v´arios tipos diferentes de tolerˆancias geom´etricas, tais como posic¸˜ao, perfil de linha, perfil de superf´ıcie, entre outros. Assim o primeiro item do quadro de tolerˆancias ´e utilizado para especificar o tipo de tolerˆancia. A seguir existe um s´ımbolo que est´a presente em casos especiais, como o apresentado na Figura 7, no qual a tolerˆancia se refere ao diˆametro. A seguir ´e colocado o valor da tolerˆancia, que ´e referente `a diferenc¸a entre o valor m´aximo e m´ınimo que um elemento pode variar. O elemento modificador tamb´em ´e utilizado para definir caracter´ısticas especiais de um elemento, mais comumente utilizado para a definic¸˜ao de pinos e furos. E por fim s˜ao apresentados os elementos de referˆencia, que s˜ao os elementos a partir dos quais todo o resto da pec¸a varia.

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2.1.5 ´Indices de capacidade de processo

Segundo Albertazzi e Sousa (2008) um processo ´e dito capaz quando consegue produzir dentro dos limites de tolerˆancia. Sempre quando uma amostra grande de produtos est´a fora dos limites de tolerˆancia, ent˜ao o processo ´e dito incapaz. Na ind´ustria de maneira geral existem dois indicadores principais respons´aveis por indicar numericamente a capacidade do processo produtivo.

O primeiro ´e o ´ındice de capacidade bilateral (Cp). Para obter esse ´ındice ´e necess´ario

dividir o intervalo de tolerˆancia (IT ), que para este trabalho ´e o valor do target estabelecido pela empresa, por seis vezes o desvio padr˜ao do processo (s). O 6s ´e usado pois segundo Dotson (2006) este valor garante que 99,7% dos produtos montados estar˜ao dentro do target. Se o processo tiver uma dispers˜ao pequena, o denominador da equac¸˜ao ser´a menor, resultando um valor maior para Cp, ou seja, quanto maior o Cp, maior ser´a a capacidade do processo.

Albertazzi e Sousa (2008) considera que se Cp ≥ 1,33 o processo ´e considerado capaz. A

Equac¸˜ao 1 a seguir mostra como calcular o Cp. Este IT ´e definido pelo time de qualidade da

empresa, baseado nos ve´ıculos previamente projetados e tamb´em na an´alise da concorrˆencia.

Cp= IT

6 × s (1)

Existem casos em que a m´edia n˜ao corresponde ao valor m´edio do campo de tolerˆancias, ou seja, est´a deslocada para uma das extremidades. Para situac¸˜oes assim ´e necess´ario utilizar o segundo ´ındice a ser estudado, que ´e o ´ındice de capacidade para processos n˜ao centrados (Cpk). Para calcular esse ´ındice, primeiro ´e necess´ario subtrair a estimativa m´edia

( ¯x) do processo pelo limite inferior do campo de tolerˆancias (LIT ) e depois dividir esse valor pelo triplo do desvio padr˜ao estimado do processo associado (s). Ap´os, ´e preciso subtrair o limite superior do campo de tolerˆancias (LST ) pela estimativa m´edia do processo ( ¯x) e depois dividir esse valor pelo triplo do desvio padr˜ao estimado do processo associado (s). Por fim, o menor valor destas duas equac¸˜oes ser´a o Cpk. Conforme a Equac¸˜ao 2. A soma dos m´odulos de LIT e LST tem que ser igual ao IT . Se o valor do Cpk por igual ao valor do Cpsignifica que o

processo est´a centrado (DOTSON, 2006).

Cpk= min ¯x − LIT 3 × s , LST− ¯x 3 × s  (2)

A Figura 8, apresenta quatro situac¸˜oes diferentes que podem ocorrer quando se est´a analisando o Cp e Cpk. O primeiro quadro a esquerda, apresenta um exemplo de um processo

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capaz, mas centrado. O primeiro quadro a direita, apresenta um exemplo de um processo capaz, mas n˜ao centrado. E o segundo quadro a direita, apresenta um exemplo de um processo que n˜ao ´e capaz e que n˜ao ´e centrado.

Figura 8: Exemplos com Cpe Cpk

Fonte: Adaptac¸˜ao de Latest (2018)

2.1.6 Qualidade

Garvin (1984) relata que o conceito de qualidade pode ser dividido em cinco abordagens. A primeira abordagem ´e a transcendental, na qual estabelece que qualidade n˜ao pode ser definida precisamente, por conseguinte, ela ´e uma propriedade que aprendemos a reconhecer apenas pela experiˆencia. Nesta abordagem tamb´em ´e reconhecida que qualidade ´e absoluta e universalmente reconhec´ıvel, sendo sinˆonimo de excelˆencia inata.

A segunda abordagem ´e a baseada no produto, na qual qualidade ´e colocada como uma vari´avel precisa e que pode ser medida. Assim, a diferenc¸a de qualidade recai sobre a quantidade de certos elementos do produto podendo ser criados rankings de produtos baseados em atributos desejados pelos poss´ıveis compradores. Esta abordagem leva a duas conclus˜oes b´asicas. A primeira ´e que quanto maior a qualidade, maior ser´a o custo, pois qualidade esta atrelada a quantidade de itens que o produto possui. A segunda conclus˜ao ´e que qualidade esta estritamente relacionada com elementos tang´ıveis, pois ´e determinada a partir da presenc¸a ou ausˆencia de certos elementos (GARVIN, 1984).

A terceira abordagem ´e baseada no cliente. Assim ´e dito que diferentes clientes tˆem diferentes desejos e necessidades. Os produtos que melhor satisfazem suas necessidades s˜ao tidos como o de melhor qualidade. Contudo, esta abordagem carrega dois problemas. O primeiro ´e mais pr´atico, pois ´e extremamente dif´ıcil agregar esta variedade de preferˆencias individuais em um produto. Portanto, a melhor forma de contornar este problema ´e assumindo que os produtos de maior qualidade s˜ao os que atendem as necessidades da maioria dos clientes.

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O segundo problema ´e mais fundamental, pois ´e necess´ario diferenciar at´e que ponto um atributo reflete em qualidade, ao inv´es de estar simplesmente maximizando a satisfac¸˜ao do cliente (GARVIN, 1984).

A quarta abordagem ´e baseada na manufatura, na qual a qualidade est´a diretamente ligada com conformidade dos requisitos. Assim que o design de um produto ´e especificado, qualquer variac¸˜ao ´e considerada uma reduc¸˜ao da qualidade. Esta abordagem leva em considerac¸˜ao que o design do produto foi feito baseado nos interesses do cliente. Portanto, uma Ferrari 488 Spider bem montada, tem a mesma qualidade de um Chevrolet Onix Joy bem montado. Buscando sempre a reduc¸˜ao de custos, a preocupac¸˜ao est´a nos componentes que o produto ser´a feito, prevendo poss´ıveis defeitos e propondo alternativas para solucion´a-los. Posteriormente utilizam-se t´ecnicas estat´ısticas para avaliar se o processo est´a produzindo o produto em limites aceit´aveis, pois produtos de maior qualidade tem menos defeitos e necessitam de menos retrabalhos (GARVIN, 1984).

A ´ultima abordagem ´e baseada no valor, no qual o produto de maior qualidade ´e aquele que oferece a maior quantidade de benef´ıcios a um custo menor. A maioria das definic¸˜oes de qualidade existentes recai em uma dessas cinco abordagens, sendo que a coexistˆencia dessas abordagens faz com que os departamentos de markenting estejam em um processo de mudanc¸a e tentativa de melhora constante (GARVIN, 1984).

Este trabalho trata principalmente qualidade a partir das abordagens do cliente e da manufatura. Ou seja, os targets estabelecidos nas medidas a serem realizadas, vˆem de dados da empresa. Esses dados casam informac¸˜oes de hist´oricos e pesquisas, que indicam o que os clientes esperam de uma determinada categoria de ve´ıculos. A an´alise de variac¸˜ao dimensional ter´a o intuito de garantir que este controle esteja sendo realizado no processo.

2.1.7 Medidas importantes

Existem diversas medidas diferentes para avaliar a qualidade de montagem de um produto. Para este trabalho, foram escolhidas quatro medidas que o departamento respons´avel pelo setor de qualidade do produto da empresa estudada considera mais importantes. As medidas s˜ao espac¸amento, desn´ıvel, paralelismo e simetria. As caracter´ısticas de cada uma dessas medidas est˜ao descritas a seguir.

• Espac¸amento: ´e o valor da distˆancia entre duas pec¸as em uma direc¸˜ao paralela ao plano das superf´ıcies analisadas. Esta medida pode ser vista na Figura 9.

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Figura 9: Exemplo de espac¸amento entre o capˆo e o para-lama de um ve´ıculo

Fonte: Adaptac¸˜ao de MustangEvolution (2012)

• Desn´ıvel: ´e o valor da distˆancia entre duas pec¸as em uma direc¸˜ao perpendicular ao plano das superf´ıcies analisadas. Esta medida pode ser vista na Figura 10.

Figura 10: Exemplo de desn´ıvel entre o capˆo e o para-lama de um ve´ıculo

Fonte: Adaptac¸˜ao de MustangEvolution (2012)

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longo de toda a interface entre duas pec¸as. Para calcular o paralelismo ´e necess´ario pegar as medidas dos pontos das extremidades (podem ser usados pontos intermedi´arios dependendo da pec¸a) da interface de duas pec¸as, e fazer a subtrac¸˜ao dessas medidas. Manter o controle de paralelismo ´e importante pois a chance de acontecerem defeitos como “taco de biliar” s˜ao reduzidas. O “taco de biliar” acontece quando uma das extremidades est´a com um espac¸amento muito grande, e a outra extremidade est´a com um espac¸amento muito pequeno. Esta medida pode ser vista na Figura 11.

Figura 11: Exemplo de paralelismo entre o capˆo e o para-lama de um ve´ıculo

Fonte: Adaptac¸˜ao de Carid (2018)

• Simetria: esta medida busca manter o controle da diferenc¸a entre um espac¸amento ou desn´ıvel do lado esquerdo do ve´ıculo em relac¸˜ao ao lado direito do ve´ıculo. Esta medida ´e calculada pela subtrac¸˜ao de uma medida realizada no lado esquerdo do ve´ıculo pela sua medida equivalente no lado direito. Esta medida pode ser vista na Figura 12.

Figura 12: Exemplo de simetria entre o capˆo e o para-lama de um ve´ıculo

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2.1.8 M´etodo de Monte Carlo

O artigo de divulgac¸˜ao desse m´etodo surgiu em setembro de 1949 pelos pesquisadores Nicholas Metropolis e S. Ulam. Contudo, ´e considerado que os criadores desse m´etodo foram John von Neumann e Stanislav Ulam. “O m´etodo ´e, essencialmente, uma aproximac¸˜ao estat´ıstica para o estudo de equac¸˜oes diferenciais, ou mais genericamente, de equac¸˜oes diferenciais integrais que ocorrem em v´arios ramos das ciˆencias naturais”(METROPOLIS; ULAM, 1949) .

Quando o m´etodo de Monte Carlo foi desenvolvido existiam duas formas matem´aticas diferentes para tratar um fenˆomeno f´ısico. O primeiro m´etodo era baseado na mecˆanica cl´assica, no qual utilizava equac¸˜oes diferenciais ordin´arias em sua soluc¸˜ao. O segundo m´etodo era utilizado para tratar um grande n´umero de elementos, segundo uma teoria da probabilidade. Contudo quando ´e necess´ario tratar um n´umero intermedi´ario de elementos, nenhum desses m´etodos s˜ao aproximac¸˜oes real´ısticas (METROPOLIS; ULAM, 1949). Assim, o m´etodo de Monte Carlo se mostrou uma excelente alternativa.

Segundo Sobol (1994) “o m´etodo de Monte Carlo ´e um m´etodo num´erico para resolver problemas matem´aticos com amostragem aleat´oria”. Contudo ap´os a divulgac¸˜ao de Nicholas Metropolis e S. Ulam, muitos pesquisadores observaram que o m´etodo de Monte Carlo poderia atender outras ´areas de conhecimento. Neste trabalho, o m´etodo ´e usado para simular amostragens de montagens do produto.

O software de an´alise de variac¸˜ao dimensional utiliza o m´etodo de Monte Carlo para simular a dispers˜ao de tolerˆancias dos elementos que comp˜oem as pec¸as. Estas, geralmente s˜ao selecionados na forma de pontos e superf´ıcies, que a princ´ıpio s˜ao os elementos que far˜ao interface com os datums da pec¸a que est´a sendo montada. O m´etodo de Monte Carlo tamb´em pode gerar a dispers˜ao dos elementos que ser˜ao utilizados para realizar as medidas no modelo de simulac¸˜ao.

2.2 SIMULAC¸ ˜AO DE EVENTOS DISCRETOS

Sistemas a eventos discretos (SED) s˜ao sistemas que possuem um espac¸o de estado discreto tal que a mudanc¸a de estado ocorre exclusivamente pela ocorrˆencia de eventos, possivelmente ass´ıncronos. Exemplos de SED s˜ao: manufatura, log´ıstica, comunicac¸˜oes de pacotes. Simulac¸˜oes de eventos discretos geralmente s˜ao usadas para responder perguntas mais detalhadas de como um sistema complexo ir´a se comportar (FOWLER; ROSE, 2004).

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Ao simular sistemas deste tipo, m´etodos num´ericos s˜ao necess´arios para gerar distribuic¸˜oes discretas como: distribuic¸˜ao de Bernoulli, distribuic¸˜ao binomial, distribuic¸˜ao uniforme, distribuic¸˜ao de Poisson, entre outras com o intuito de resolver problemas (BANKS et al., 2009). Muito SEDs caracterizam incertezas por distribuic¸˜oes de probabilidade. Por exemplo, o tempo de servic¸o de uma operac¸˜ao pode variar segundo uma determinada distribuic¸˜ao de probabilidade. Neste trabalho, a simulac¸˜ao de eventos discretos foi utilizada para avaliar o funcionamento de uma linha de montagem de ve´ıculos, considerando o impacto de poss´ıveis mudanc¸as na linha.

Segundo Banks et al. (2009) um sistema ´e definido quando existe um grupo de objetos que trabalham juntos, de maneira interativa ou interdependente buscando realizar uma ac¸˜ao. Neste trabalho o sistema estudado ´e uma linha de montagem do setor automotivo, onde os operadores, ferramentas, m´aquinas e pec¸as conjuntamente gerar˜ao ve´ıculos de alta qualidade. Em uma linha de montagem, v´arios ve´ıculos entram na linha, sendo que esses ve´ıculos podem ser do mesmo modelo ou de v´arios modelos diferentes, e para cada modelo ser˜ao encontrados tempos diferentes que comp˜oem as atividades necess´arias para montar o produto final.

Segundo Banks et al. (2009) ´e necess´ario conhecer alguns conceitos antes de se iniciar a an´alise de um sistema a eventos discretos. O primeiro conceito ´e o de entidade, este ´e o objeto de interesse do sistema. Este elemento representa por exemplo o produto que ir´a ser processado em uma manufatura, o paciente em um hospital ou mesmo o cliente em uma loja. O segundo conceito ´e o de atributo, que s˜ao basicamente as propriedades da entidade. Por exemplo, um atributo pode ser a velocidade de um operador na f´abrica, a capacidade de carga de um caminh˜ao ou o n´umero de vagas em um estacionamento. O terceiro conceito ´e o de atividade, que representa um per´ıodo de tempo gasto para a realizac¸˜ao de uma tarefa. O quarto conceito ´e o estado de um sistema, que representa o conjunto de vari´aveis necess´arios para descrever um sistema em qualquer momento. E o ´ultimo conceito ´e o de evento, que ´e o acontecimento instantˆaneo que muda o estado do sistema.

2.2.1 O pacote de simulac¸˜ao Simio

Existem v´arios pacotes de simulac¸˜ao de eventos discretos que poderiam ser utilizados neste trabalho. O pacote utilizado ´e o Simio (2018) devido `a disponibilidade na UTFPR. O Simio (2018) ´e um pacote orientado a objetos, com grande flexibilidade de programac¸˜ao e disp˜oe de ferramentas de animac¸˜ao da simulac¸˜ao que contribuem para entender o funcionamento e verificac¸˜ao do modelo. A simulac¸˜ao no Simio (2018) ´e constru´ıda a partir de blocos funcionais, descritos a seguir:

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• ModelEntity: s˜ao elementos que representam entidades comumente relacionadas a produtos, clientes, pacientes, entre outros. Com suas atribuic¸˜oes trocam as vari´aveis de estado do sistema. Em um sistema pode haver v´arios tipos de ModelEntity diferentes, no qual cada tipo ter´a seus atributos. Na Figura 13, tem-se trˆes diferentes ModelEntities.

Figura 13: Exemplo de ModelEntity

Fonte: Autoria Pr´opria

• Worker: correspondem `as entidades relacionadas com a realizac¸˜ao de tarefas. Podem representar operadores de f´abrica, vendedores em lojas ou enfermeiros em hospitais. Na Figura 14, est´a representado um Worker.

Figura 14: Exemplo de Worker

Fonte: Autoria Pr´opria

• Source: este ´e o bloco respons´avel pela gerac¸˜ao de entidades. O bloco pode ter como dados de entrada uma lista determinando a ordem, o mix e o tempo de criac¸˜ao das entidades ou pode receber essas informac¸˜oes por meio de uma distribuic¸˜ao de probabilidade. Na Figura 15, est´a representado um bloco Source.

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Figura 15: Exemplo de Source

Fonte: Autoria Pr´opria

• Sink: este ´e o bloco respons´avel por destruir as entidades criadas durante a simulac¸˜ao. Representando o fim do fluxo de entidades. Seria o equivalente `a porta de sa´ıda de uma loja ou hospital, ou mesmo o destino de um produto ap´os terminar de ser manufaturado. Na Figura 16, est´a representado um bloco Sink.

Figura 16: Exemplo de Sink

Fonte: Autoria Pr´opria

• Nodes e conectores: estes elementos s˜ao respons´aveis por fazerem a comunicac¸˜ao entre os blocos. Existem quatro tipos de conectores: o Connector que apenas realiza a comunicac¸˜ao entre os blocos. O Path que define uma distˆancia a ser percorrida entre blocos; o TimePath que define um tempo de percurso entre blocos; o Conveyor que modela caracter´ısticas de esteira ao conector. Todos os blocos do Simio (2018) possuem Nodes a partir dos quais ´e poss´ıvel estabelecer fluxos de entidades entre blocos. Na Figura 17, est´a representado um diagrama contendo quatro Nodes (pequenos losangos), um Connector, um Path, um TimePath e um Conveyor.

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Figura 17: Exemplo de Nodes e conectores

Fonte: Autoria Pr´opria

• OptQuest: ´e um add-on do Simio (2018), que ´e constitu´ıdo por sofisticadas t´ecnicas de an´alise. Tais como otimizac¸˜ao meta-heur´ıstica, redes neurais, algor´ıtimo evolutivo e an´alise estat´ıstica. Permitindo que o usu´ario encontre as melhores soluc¸˜oes, ou at´e mesmo a soluc¸˜ao ´otima para problemas complexos de administrac¸˜ao e engenharia. O OptQuest ainda permanece como uma BlackBox por motivos comerciais. Basicamente, s˜ao definidas vari´aveis de controle e vari´aveis de resposta. A partir dos parˆametros de reposta esperados, ele procura as melhores soluc¸˜oes (SIMIO, 2018).

2.3 SUM ´ARIO DO CAP´ITULO

Neste cap´ıtulo, foram apresentados importantes conceitos para o desenvolvimento de modelos de AVD e simulac¸˜oes de SED. Os datums s˜ao usados para restringir os seis graus de liberdade de uma pec¸a e s˜ao os pontos de referˆencia das tolerˆancias geom´etricas. Na AVD s˜ao gerados v´arios cen´arios, nos quais os valores das tolerˆancias se altera conforme uma distribuic¸˜ao normal, no final os resultados das medidas realizadas em cada cen´ario geram um histograma, que na maioria dos casos tem o formato de uma curva normal. E a partir deste histograma, ´e poss´ıvel extrair dados como desvio padr˜ao, m´edia, Cp e Cpk. Este m´etodo de simulac¸˜ao por

amostras ´e conhecido como m´etodo de Monte Carlo. A avaliac¸˜ao da diferenc¸a entre os modelos D1 e D2 na AVD, foi feita a partir da comparac¸˜ao dos valores de Cp. O Simio (2018), pacote

utilizado para realizar as simulac¸˜oes de eventos discretos, possui o add-on OptQuest que foi utilizado para encontrar os cen´arios com o maior n´umero de ve´ıculos completos e com o menor tempo de ciclo.

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3 DESENVOLVIMENTO

Neste cap´ıtulo, s˜ao apresentados os aspectos levados em considerac¸˜ao para a criac¸˜ao da an´alise de variac¸˜ao dimensional e para a simulac¸˜ao de eventos discretos. Esses modelos, tem o proposito de representar o comportamento de um subsistema do processo de montagem de uma empresa multinacional, do ramo automotivo, situada no estado do Paran´a.

3.1 AN ´ALISE DE VARIAC¸ ˜AO DIMENSIONAL

O 3DCS (2018) foi o software escolhido para realizar as simulac¸˜oes de variac¸˜ao dimensional neste trabalho. Este software tem sido usado na ind´ustria automotiva por mais de 20 anos. Ele possui uma interface intuitiva e simples de operar. O 3DCS (2018) tamb´em possui diversos recursos de apresentac¸˜ao de resultados. Outra caracter´ıstica ´e sua compatibilidade com v´arias ferramentas de Computer Aided Design, possibilitando se adequar com a realidade de cada empresa.

Para criar o modelo de simulac¸˜ao no 3DCS (2018) foram seguidos alguns passos, no qual cada passo ´e executado de acordo com as especificac¸˜oes do projeto.

• O primeiro passo ´e a definic¸˜ao dos datums, ou seja, ´e definido quais elementos de uma pec¸a ser˜ao utilizados para estipular o seu isostatismo. Na Figura 18 ´e apresentado uma pec¸a e os elementos que foram selecionados para fazer o isostatismo dessa pec¸a no 3DCS (2018).

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Figura 18: Exemplo de selec¸˜ao dos datums no 3DCS (2018)

Fonte: Autoria Pr´opria

• O segundo passo ´e identificar quais elementos das pec¸as que fazem interface com os datumsda pec¸a inicial. Na Figura 19 tem-se um exemplo de selec¸˜ao dos elementos que far˜ao interface com os datums da pec¸a a ser montada.

Figura 19: Exemplo de selec¸˜ao dos elementos que far˜ao interface com os datums no 3DCS (2018)

Fonte: Autoria Pr´opria

• O terceiro passo ´e identificar qual o melhor tipo de movimento para realizar esse tipo de montagem. A Figura 20 apresenta um exemplo de um movimento sendo realizado no 3DCS (2018) e tamb´em apresenta o quadro no qual ´e especificado o tipo do movimento a ser realizado.

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Figura 20: Exemplo de movimento no 3DCS (2018)

Fonte: Autoria Pr´opria

• O quarto passo ´e definir quais s˜ao os pontos onde ser˜ao realizadas as medidas. A Figura 21 apresenta a selec¸˜ao de dois pontos utilizados para realizar uma medida e tamb´em ´e apresentado um quadro que ´e utilizado para definir as propriedades dessa medidas.

Figura 21: Exemplo de medida no 3DCS (2018)

Fonte: Autoria Pr´opria

• O quinto passo ´e a definic¸˜ao das tolerˆancias tanto dos elementos a serem medidos como dos elementos que far˜ao interface com os datums das pec¸as a serem montadas. A Figura 22 apresenta um quadro onde ´e especificado as propriedades das tolerˆancias geom´etricas das pec¸as e um exemplo de como a superf´ıcie da pec¸a se comporta antes e depois da

(38)

variac¸˜ao.

Figura 22: Exemplo de tolerˆanica geom´etrica no 3DCS (2018)

Fonte: Autoria Pr´opria

3.1.1 Pec¸as comuns

Os dados de entrada da simulac¸˜ao no 3DCS (2018) s˜ao feitos de acordo com o especificado no projeto do ve´ıculo. Contudo os dados do projeto estudado neste trabalho s˜ao confidenciais, n˜ao podendo ser divulgado o CAD das pec¸as originais. Visando contornar esta quest˜ao, foram usadas pec¸as gen´ericas para demonstrar os inputs da simulac¸˜ao. Nesta sec¸˜ao ser˜ao apresentadas as pec¸as que tem o mesmo GD&T tanto para o modelo Closed Front End quanto para o modelo Opened Front End. Nas Figuras 23, 25 e 24 est˜ao representados o farol dianteiro esquerdo, suporte esquerdo de para-choque e o para-lama esquerdo respectivamente. Todas estas pec¸as possuem uma similar no lado direito, contendo os mesmos datums e tolerˆancias das suas respectivas pec¸as esquerdas. O GD&T das pec¸as a seguir foi feito conforme a norma ASME Y14.5M-1994 (1994).

(39)

Figura 23: GD&T do farol dianteiro esquerdo

(40)

Figura 24: GD&T do para-lama esquerdo

(41)

Figura 25: GD&T do suporte esquerdo de para-choque

Fonte: Autoria Pr´opria

O capˆo e o para-choque s˜ao pec¸as muito grandes e flex´ıveis. Por isso ´e necess´ario usar mais elementos de fixac¸˜ao do que o comum para realizar o isostatismo dessas pec¸as. Outra caracter´ıstica de pec¸as grandes e flex´ıveis ´e que para fazer uma simulac¸˜ao mais representativa ´e necess´ario criar uma malha de elementos finitos para a pec¸a, ou separar essas pec¸as em partes menores e adicionar as tolerˆancias em relac¸˜ao aos datums mais pr´oximos. N˜ao existe uma regra que diga o n´umero m´ınimo de partes que uma pec¸a possa ser dividida. Assim para este trabalho o capˆo foi separado em duas partes, a primeira representada na Figura 26 ´e respons´avel por fazer o isostatismo da regi˜ao que faz interface com o para-lama. A segunda parte, representada na Figura 27, e respons´avel pelo isostatismo da regi˜ao que faz interface com os far´ois e para-choque.

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Figura 26: GD&T do capˆo (Parte 1)

Fonte: Autoria Pr´opria

Figura 27: GD&T do capˆo (Parte 2)

Fonte: Autoria Pr´opria

O para-choque ´e uma pec¸a muito grande e feita de material pl´astico, tornando-o uma pec¸a bastante flex´ıvel. Assim ele foi dividido em cinco partes para serem feitas as simulac¸˜oes. Uma parte ´e relativa `a regi˜ao central, na qual faz interface com o capˆo, sendo representada na Figura 28. Duas partes est˜ao no lado esquerdo e s˜ao representadas pelas Figuras 29 e 30,

(43)

que s˜ao relativas `as regi˜oes que fazem interface com o farol esquerdo e o para-lama esquerdo respectivamente. As Figuras 31 e 32 s˜ao relativas as regi˜oes que fazem interface com o farol direito e para-lama direito respectivamente.

Figura 28: GD&T do para-choque (Parte 1)

Fonte: Adaptac¸˜ao de Sul (2018)

Figura 29: GD&T do para-choque (Parte 2)

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Figura 30: GD&T do para-choque (Parte 3)

Fonte: Adaptac¸˜ao de Sul (2018)

Figura 31: GD&T do para-choque (Parte 4)

(45)

Figura 32: GD&T do para-choque (Parte 5)

Fonte: Adaptac¸˜ao de Sul (2018)

3.1.2 Pec¸as exclusivas do modelo Closed Front End

Na Figura 33 est´a representado um dispositivo que ´e utilizado para fazer a centralizac¸˜ao e a fixac¸˜ao do capˆo na carroceria. Ap´os o capˆo estar devidamente fixado, o dispositivo ´e retirado. Na Figura 34 ´e representada a carroceria. A carroceria foi considerada uma black box, pois a empresa estudada a trata desta forma, por isso, os elementos de referencia s˜ao os eixos X, Y e Z, partindo do ponto zero do ve´ıculo, que ´e o ponto central entre os eixos das rodas dianteiras.

(46)

Figura 33: GD&T do dispositivo

(47)

Figura 34: Tolerˆancias carroceria

Fonte: Adaptac¸˜ao de Hiper (2018)

3.1.3 Pec¸as exclusivas do modelo Opened Front End

Na Figura 35 ´e representado o dispositivo utilizado para ajudar a fazer a montagem do capˆo na carroceria. Foi necess´ario a criac¸˜ao de um dispositivo diferente do Closed Front End, pois este n˜ao poderia depender da parte dianteira do ve´ıculo para ser montado. Na Figura 36 ´e represeentada a carroceria, que assim como no Closed Front End tem como referencia os eixos X, Y e Z. E por fim na Figura 37 ´e apresentado o GD&T do m´odulo onde ser˜ao montadas as pec¸as como para-choque e far´ois e posteriormente ser´a acoplado ao ve´ıculo.

(48)

Figura 35: GD&T do dispositivo

(49)

Figura 36: Tolerˆancias carroceria

(50)

Figura 37: GD&T do modulo

Fonte: Autoria Pr´opria

3.1.4 Ordens de montagem

A Figura 38 apresenta a sequˆencia de montagem das pec¸as no ve´ıculo do modelo Closed Front End. ´E poss´ıvel notar que como o para-choque foi dividido em cinco partes, ele est´a sendo montado em cinco regi˜oes diferentes. O mesmo ocorre com o capˆo, que ´e montado em duas regi˜oes diferentes.

(51)

Figura 38: Ordem de montagem do modelo Closed Front End

Fonte: Autoria Pr´opria

Para o modelo Opened Front End ´e necess´ario realizar primeiramente a montagem do m´odulo. Desta forma, a ordem de montagem do m´odulo ´e apresentada na Figura 39. E a finalizac¸˜ao da montagem do ve´ıculo, ´e mostrada na Figura 40.

Figura 39: Ordem de montagem do m´odulo

(52)

Figura 40: Ordem de montagem do modelo Opened Front End

Fonte: Autoria Pr´opria

3.2 SIMULAC¸ ˜AO DE EVENTOS DISCRETOS

Como o objetivo do trabalho ´e comparar o desempenho da linha de produc¸˜ao com a mudanc¸a na montagem do para-choque, foram constru´ıdos dois modelos de simulac¸˜ao: um para o processo com o ve´ıculo D1 Closed Front End (SEDD1) e outro para o ve´ıculo D2 Opened Front End(SEDD2).

3.2.1 Coleta de dados

Para construir os modelos de simulac¸˜ao de eventos discretos no Simio (2018) foi necess´aria a coleta de dados da empresa estudada. A linha de produc¸˜ao tem um fluxo cont´ınuo, ou seja, a velocidade da linha ´e constante para todas as estac¸˜oes. Al´em disso, trata-se de uma linha mista, que produz os modelos de ve´ıculos A, B, C e D. O mix de produc¸˜ao ´e apresentado na Tabela 1, e foi obtido pela observac¸˜ao da produc¸˜ao durante o per´ıodo de um mˆes da empresa.

Tabela 1: Mix padr˜ao

Modelo Porcentagem (%)

A 33,24

B 24,86

C 25,24

D 16,66

(53)

Como o processo de fabricac¸˜ao de um ve´ıculo ´e muito extenso, foi decidido simular apenas a zona que realiza a montagem das pec¸as externas da parte dianteira do ve´ıculo. Esta zona possui 12 postos de trabalho, contendo um operador em cada posto. O operador ´e respons´avel por realizar todas as tarefas necess´arias para montar o ve´ıculo, durante o per´ıodo que este se encontra em sua sua estac¸˜ao. Apesar de existirem postos de trabalho com operadores realizando tarefas em ambos os lados da linha, o trabalho de cada oper´ario ´e independente, ou seja, n˜ao ´e necess´ario outro oper´ario para auxili´a-lo. A Tabela 2 apresenta os postos de trabalho que foram simulados e as principais pec¸as montadas em cada estac¸˜ao.

Tabela 2: Postos de trabalho

Postos Pec¸as

11E Suporte de para-choque traseiro 11D Tubo de alimentac¸˜ao do motor 12E Limpador de para-brisa

13D Grade de ar 13E Comando da seta 14D Junta da porta direita 14E Junta da porta esquerda 15D Far´ois

15E Junta do porta-malas

16D Detalhes interior do lado direito 16E Detalhes interior do lado esquerdo 17E Para-choque

Fonte: Autoria Pr´opria

O tempo das tarefas realizadas por cada operador varia para cada modelo de ve´ıculo. Al´em disso, existem incertezas no tempo das tarefas para cada modelo devido `a alguns detalhes que podem ser adicionados nos ve´ıculos. O que resulta em diferentes tempos de trabalho para um mesmo modelo de ve´ıculo no mesmo posto de trabalho. Esses tempos s˜ao apresentados nas Tabelas 3, 4, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14 na forma de unidade de tempo (UT), junto com suas respectivas distribuic¸˜oes. As tarefas realizadas nas estac¸˜oes 12E e 17E tˆem diferentes tempos entre os ve´ıculos D1 e D2. Os tempos de realizac¸˜ao das tarefas dessas estac¸˜oes est˜ao apresentados nas Tabelas 5, 15, 6 e 16. Os dados das Tabelas 3 `a 16, foram extra´ıdos das tabelas de planejamento da empresa estudada. Estes dados s˜ao cronometrados periodicamente buscando manter o controle de tempo das tarefas. E, em conjunto com hist´orico de ve´ıculos anteriores, servem para auxiliar na criac¸˜ao das tabelas de planejamento.

(54)

Tabela 3: Tempo das tarefas realizadas no posto 11E

Posto - 11E

Modelo A Modelo B Modelo C Modelo D

Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT)

76,68 2,49 54,04 4,27 92,29 2,24 100 2,94

14,75 3,05 45,96 3,22 7,71 1,93

8,58 3,96

Fonte: Autoria Pr´opria

Tabela 4: Tempo das tarefas realizadas no posto 11D

Posto - 11D

Modelo A Modelo B Modelo C Modelo D

Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT)

44,27 2,28 59,79 2,35 100 2,42 62,51 2,66 29,13 2,35 13,57 2,07 18,24 1,47 16,74 3,01 12,70 2,24 17,59 1,75 6,52 3,08 10,31 1,61 1,66 2,38 1,04 1,58 3,62 1,86 0,98 2,28 0,69 2,35 0,57 1,33 0,06 2,07

Fonte: Autoria Pr´opria

Tabela 5: Tempo das tarefas realizadas no posto 12E para Closed Front End

Posto - 12E

Modelo A Modelo B Modelo C Modelo D1

Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT)

99,37 3,33 54,04 3,54 92,41 3,29 100 3,08

0,63 3,57 45,96 4,45 7,59 2,45

Fonte: Autoria Pr´opria

Tabela 6: Tempo das tarefas realizadas no posto 12E para Opened Front End

Posto - 12E

Modelo A Modelo B Modelo C Modelo D2

Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT)

99,37 3,33 54,04 3,54 92,41 3,29 100 2,73

0,63 3,57 45,96 4,45 7,59 2,45

(55)

Tabela 7: Tempo das tarefas realizadas no posto 13D

Posto - 13D

Modelo A Modelo B Modelo C Modelo D

Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT)

44,27 3,29 54,04 3,01 100 2,84 80,10 2,28 29,13 3,05 45,96 3,36 18,24 2,38 16,74 3,12 1,66 2,56 6,52 2,87 3,28 3,47 0,06 3,29

Fonte: Autoria Pr´opria

Tabela 8: Tempo das tarefas realizadas no posto 13E

Posto - 13E

Modelo A Modelo B Modelo C Modelo D

Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT)

85,52 2,91 54,04 2,66 100 2,45 55,67 3,78

14,48 3,08 26,36 2,59 44,33 3,43

19,59 2,73

Fonte: Autoria Pr´opria

Tabela 9: Tempo das tarefas realizadas no posto 14D

Posto - 14D

Modelo A Modelo B Modelo C Modelo D

Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT)

100 3,68 100 3,57 100 3,71 100 3,40

Fonte: Autoria Pr´opria

Tabela 10: Tempo das tarefas realizadas no posto 14E

Posto - 14E

Modelo A Modelo B Modelo C Modelo D

Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT)

100 3,43 100 3,15 100 3,12 100 2,80

Fonte: Autoria Pr´opria

Tabela 11: Tempo das tarefas realizadas no posto 15D

Posto - 15D

Modelo A Modelo B Modelo C Modelo D

Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT)

98,33 3,33 59,82 3,19 92,41 3,43 80,10 3,75

1,67 2,66 22,74 2,38 7,59 3,40 18,24 2,94

17,44 3,01 1,66 3,57

(56)

Tabela 12: Tempo das tarefas realizadas no posto 15E

Posto - 15E

Modelo A Modelo B Modelo C Modelo D

Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT)

72,68 3,64 45,96 4,38 100 2,45 100 3,26

23,32 3,26 25,17 2,84

3,99 4,90 19,63 2,35

9,24 0,74

Fonte: Autoria Pr´opria

Tabela 13: Tempo das tarefas realizadas no posto 16D

Posto - 16D

Modelo A Modelo B Modelo C Modelo D

Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT)

88,44 2,66 17,28 2,24 92,29 2,91 74,21 2,35 11,56 2,35 10,12 1,89 7,71 3,12 11,23 2,07 10,00 1,54 8,67 2,00 9,88 1,75 5,88 1,89 9,56 2,10 9,28 2,17 9,24 1,37 5,18 1,82 5,02 1,89 4,90 1,68 4,74 1,47 2,75 2,24 1,95 2,10 0,12 1,72

Fonte: Autoria Pr´opria

Tabela 14: Tempo das tarefas realizadas no posto 16E

Posto - 16E

Modelo A Modelo B Modelo C Modelo D

Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT) Proporc¸˜ao (%) Tempo (UT)

63,62 1,82 44,70 2,21 92,29 3,29 55,67 2,21 14,48 2,35 44,34 2,31 7,71 3,50 44,33 2,42 11,56 1,96 9,24 1,40 10,34 1,75 1,51 2,45 0,12 1,51 0,08 2,35

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