• Nenhum resultado encontrado

Efeito da suplementação de cafeína no desempenho de atletas de voleibol : Effect of caffeine supplementation on performance of volleyball athletes

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Efeito da suplementação de cafeína no desempenho de atletas de voleibol : Effect of caffeine supplementation on performance of volleyball athletes"

Copied!
77
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS

VITOR XAVIER CRIVELIN

EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DE CAFEÍNA NO

DESEMPENHO DE ATLETAS DE VOLEIBOL

EFFECT OF CAFFEINE SUPPLEMENTATION ON

PERFORMANCE OF VOLLEYBALL ATHLETES

Limeira 2019

(2)

VITOR XAVIER CRIVELIN

Efeito da suplementação de cafeína no desempenho de atletas de

voleibol

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestre em Ciências da Nutrição e do Esporte e

Metabolismo, na área de Ciências

Nutricionais e Metabolismo.

Orientadora: PROFª. DRª. CAROLINE DÁRIO CAPITANI Coorientador: PROF. DR. MARCELO SALDANHA AOKI

ESSE TRABALHO CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO

DEFENDIDA PELO ALUNO VITOR

XAVIER CRIVELIN E ORIENTADO PELA

PROFª. DRª. CAROLINE DÁRIO

CAPITANI E COORIENTADO PELO PROF. DR. MARCELO SALDANHA AOKI.

Limeira 2019

(3)

Ficha catalográfica

Universidade Estadual de Campinas Biblioteca da Faculdade de Ciências Aplicadas

Sueli Ferreira Júlio de Oliveira - CRB 8/2380

Crivelin, Vitor Xavier, 1993-

C869e Efeito da suplementação de cafeína no desempenho de atletas de voleibol / Vitor Xavier Crivelin. – Limeira, SP : [s.n.], 2019.

Orientador: Caroline Dário Capitani. Coorientador: Marcelo Saldanha Aoki.

Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Aplicadas.

1. Cafeína. 2. Esportes coletivos. 3. Voleibol. 4. Scout. I. Capitani, Caroline Dário, 1980-. II. Aoki, Marcelo Saldanha. III. Universidade Estadual de

Campinas. Faculdade de Ciências Aplicadas. IV. Título.

Informações para Biblioteca Digital

Título em outro idioma: Effect of caffeine supplementation on performance of volleyball athletes Palavras-chave em inglês:

Caffeine Team sports

Volleyball Scout

Área de concentração: Ciências Nutricionais e Metabolismo

Titulação: Mestre em Ciências da Nutrição e do Esporte e Metabolismo Banca examinadora:

Caroline Dário Capitani [Orientador] Fúlvia de Barros Manchado Gobatto Marco Carlos Uchida

Data de defesa: 24-04-2019

Programa de Pós-Graduação: Ciências da Nutrição e do Esporte e Metabolismo Identificação e informações acadêmicas do(a) aluno(a)

- ORCID do autor: https://orcid.org/0000-0003-3169-1388 - Currículo Lattes do autor: http://lattes.cnpq.br/8677483688227631

(4)

Prof. Drª. Caroline Dário Capitani

Prof. Drª. Fúlvia de Barros Manchado Gobatto

Prof. Marco Carlos Uchida

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de vida acadêmica do aluno.

(5)

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer minha família, principalmente meu pai, minha mãe e meu irmão. Sempre me apoiaram em meus projetos pessoais e nunca pouparam esforços para me ver realizado. Tenho muito orgulho das oportunidades e experiências que me proporcionaram durante toda a vida. Espero poder retribuir todo esse amor e carinho.

Gostaria de agradecer meus orientadores, Profª Drª. Caroline Dário Capitani e Prof. Dr. Marcelo Saldanha Aoki por confiarem em mim a responsabilidade de realizar o presente trabalho. Fico muito honrado pela oportunidade única que me foi dada de vivenciar a rotina de atletas profissionais e trabalhar com o desempenho de alto rendimento. Agradeço por todos os conselhos, paciência, lições e discussões que me fizeram crescer profissionalmente e pessoalmente.

Por último, sou grato pelo auxílio da comissão técnica e aos atletas da equipe de

voleibol Brasil Kirin – Campinas. Sem a assistência e aceitação para realizar a

presente intervenção, nada disso seria possível. Obrigado,

Vitor Xavier Crivelin.

"O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001”

(6)

RESUMO

A cafeína (CAF) é uma das substâncias estimulantes mais consumidas entre os atletas de diferentes modalidades esportivas. Em modalidades coletivas, os resultados de estudos com suplementação com CAF são controversos. Apesar dos resultados positivos em algumas situações, estudos que avaliaram a eficácia da suplementação com CAF em ambientes competitivos permanecem escassos. Nesse sentido, o presente trabalho apresenta dois objetivos distintos. O primeiro, foi analisar e revisar sistematicamente a literatura sobre a suplementação de CAF em modalidades coletivas e o segundo objetivo foi investigar os efeitos da suplementação de CAF (3 mg/kg) durante um campeonato oficial de voleibol. Para tanto, no primeiro estudo foi realizado busca na base de dados Pubmed utilizando as palavras-chaves pertinentes ao tema. Os resultados da revisão de literatura demonstraram que a CAF é eficaz em melhorar o envolvimento com as partidas por meio de maiores distâncias percorridas e aumento de ações específicas das modalidades. Para o segundo estudo, 7 atletas profissionais, da categoria juvenil, participaram das partidas oficiais, durante campeonato regional, com duração de 8 dias. A partir do delineamento experimental crossover, duplo-cego, os atletas receberam a suplementação de CAF (3 mg/kg) ou placebo (PLA) durante duas partidas, contra o mesmo oponente. O desempenho durante as partidas foi analisado por meio da filmagem e posterior análise quantitativa e qualitativa das ações específicas. Os dados provenientes da análise original dos jogos indicaram que os jogadores que consumiram CAF aumentaram o escore individual da partida (VOTO; PLA: 6,07  0,33 vs. CAF: 6,67  0,66, tamanho do efeito: 1,15), decorrente do cálculo específico do software DATAVOLLEY. Ainda, quando as ações foram separadas por função durante a partida (ex; ATAQUE, DEFESA e PASSE), a porcentagem de ações negativas durante os passes (%NEGATIVAS – PASSE) foram menores (PLA: 62,91  37,64 % vs. CAF: 12,87  13,24 %, tamanho do efeito: -1,77) após a ingestão da CAF. De acordo com o exposto no presente trabalho, a suplementação de CAF é uma estratégia eficaz em melhorar o desempenho no voleibol durante ambientes competitivos.

(7)

ABSTRACT

Caffeine is one of the most consumed psychoactive stimulants amongst athletes in many sports. Caffeine supplementation in team sport, however, have conflicting results. Although research shown a positive outcome with caffeine in some situations, its use during competitive environment is limited. Studies that probe caffeine ergogenic effects during competitive environments are limited, therefore, it is necessary to systematically evaluate caffeine effects during real competitions. Thus, present study has two distinct objectives. The first objective is to analyze and to systematically review the literature regarding caffeine and team sports. The second objective was to evaluate if caffeine (3 mg/kg) could enhance performance of volleyball players during a real championship. For this purpose, in the first study, a search was made on the Pubmed database utilizing relevant key words about caffeine and team sports. The literature review demonstrated that caffeine resulted in greater involvement with the matches, specially through increased running distance and improved specific game actions during simulations. For the second study, 7 young professional volleyball players participated in matches of an official championship, during an 8 days competition. From a crossover, double-blind design, individuals received either caffeine capsules (3 mg/kg) or placebo during 2 trials (matches), being each trial with the same opponent. Performance was analyzed by scouting, which consist in recording the games and then classifying and quantifying game actions with a post-game video analysis. The results revel that caffeine intake improved the individual score (VOTE; PLA: 6,07  0,33 vs. CAF: 6,67  0,66; ES= 1,15), which is based in a pre-indexed formula of the DATAVOLLEY software. In addition, when actions were classified regarding its role within a match (eg. ATTACK, DEFENSE AND SET), the percentage of negative set actions (%NEGATIVE – SET) were decreased after caffeine consumption (PLA: 62,91  37,64 vs. CAF: 12,87  13,24, ES= -1,77). The data illustrated a potential benefit of caffeine supplementation, resulting in a better overall match performance in volleyball players.

(8)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Estudo 1 – Resumo dos artigos selecionados para revisão ... 24 Tabela 1. Estudo 2 – Classificações das ações de jogo ... 47 Tabela 2. Estudo 2 – Valor para os caracteres do VOTO ... 48 Tabela 3. Estudo 2 – Todas as ações de jogo enfrentando o mesmo oponenete .... 50 Tabela 4. Estudo 2 – Todas as ações de jogo classificadas pela função durante a partida quando jogando contra o mesmo oponente ... 51

(9)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fluxuograma do processo de análise dos estudos encontrados ... 22 Figura 2 – Equação do Cálculo do VOTO ... 48

(10)

LISTA DE ABREVIAÇÕES

CAF – Cafeína PLA – Placebo

ES - Effecf Size

SNC – Sistema Nervoso Central COI – Comitê Olimpíco Internacional

WADA - World Anti Doping Agency CMJ – Counter Movement Jump GPS - Global Positioning System

AV – Análise de Vídeo

SJ – Squat Jump

PAP - Post-activation Potentiation RSI – 10 Reactive Strenght Index Jump 15RJ – 15 Rebound Jump

FIVB – Federação Internacional de Voleibol

%ATQ POSITIVO – %ATAQUE POSITIVO

%ATQ NEUTRO – %ATAQUE NEUTRO

%ATQ NEGATIVO – %ATAQUE NEGATIVO

%DEF POSITIVA – %DEFESA POSITIVA

(11)

SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO ... 12 2.JUSTIFICATIVA ... 15 3.OBJETIVOS ... 17 3.1 Objetivo geral ... 17 3.2. Objetivos específicos ... 17 4. ESTUDO 1 ... 18 5. ESTUDO 2 ... 40 6. APLICAÇÕES PRÁTICAS ... 64 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 65 8. REFERÊNCIAS ... 67

(12)

1.INTRODUÇÃO

Os esportes coletivos impõem demandas específicas, dependendo das regras do jogo, local da modalidade, número de jogadores, posição dos atletas em campo e das estratégias táticas utilizadas durante a partida (HOLWAY, SPRIET, 2011; DELLASERRA et al., 2014; WILLIAMS, ROLLO, 2015). Essas demandas estão relacionadas ao nível de estresse imposto ao organismo dos atletas, repercutindo de forma multifacetada no âmbito psicológico e fisiológico. Considerando a frequente exposição dos atletas a esses fatores estressores, emerge o interesse sobre estratégias capazes de minimizar o impacto das demandas psico-fisiológicas e ao mesmo tempo potencializar o desempenho de atletas.

Diante do exposto, a suplementação nutricional ocupa local de destaque entre as estratégias ergogênicas. Entre os recursos ergogênicos mais utilizados está a cafeína (CAF) (1,3,7 trimetilxantina). A CAF é uma substância estimulante que está presente em diversos alimentos, sendo a substância psicoativa mais consumida no mundo (FREDHOLM et al., 1999; HARLAND, B., 2000; DEL COSO et al., 2011). O consumo médio diário de CAF no Brasil, segundo a SARTORI e SILVA em 2016 é de 115 mg de CAF/dia por indivíduo, por meio do café e outras fontes alimentares como chás e cacau. Por possuir efeito estimulante, muitos atletas utilizam a CAF visando aumentar a performance. Alguns trabalhos demonstram que a CAF é eficaz em melhorar a performance em diferentes modalidades, incluindo atividades de endurance (IVY et al., 1979; PASMAN et al., 1995; GRAHAM, T. E., 2001; HOGERVORST et al., 2008), atividades de força (WOOLF et al., 2008; GLAISTER et al., 2015) e esportes coletivos (STUART et al., 2005; SCHNEIKER et al., 2006; FOSKET et al., 2009; DEL COSO et al., 2013a,b). Por outro lado, alguns estudos demonstram efeitos ínfimos ou mínimos após o consumo da CAF em atletas de voleibol (FERNÁNDEZ-CAMPOS et al., 2015) e de modalidades coletivas (PATON et al., 2001). De maneira geral, a CAF é utilizada como uma estratégia ergogênica, tendo em vista a comprovação dessa característica por diversas meta-análises nas mais variadas manifestações do desempenho, como na força, resistência e potência muscular (WARREN et al., 2010, GRGIC et al., 2018), atividades de endurance e o efeito dose-resposta em relação à duração desses eventos (SHEN et al., 2018), assim como na percepção subjetiva ao esforço (DOHERTY; SMITH, 2005).

(13)

Após sua ingestão, a CAF atua no epitélio do sistema gastrointestinal e promove o esvaziamento gástrico através da estimulação do plexo mioentérico e dos nervos submucosos, ocasionando a absorção da CAF pelo estômago diretamente para a corrente sanguínea (ETENG et al., 1997). A metabolização da CAF acontece rapidamente no fígado, dando origem a diferentes di-metilxantinas. Grande parte da CAF (80%) administrada oralmente será metabolizada em paraxantina (1,7- dimetylxantina), enquanto que 16% será metabolizada em teobromina (3, 7- dimetylxantina) e teofilina (1,3 – dimetylxantina) (LELO et al., 1986). Esses metabólitos promovem efeitos semelhantes ao da CAF como aumento do estado de alerta e diminuição do tempo de reação, porém em menor magnitude (GREER et al., 2000).

Em linhas gerais, os benefícios do consumo de CAF consistem em diminuir a fadiga central e a fadiga periférica, resultando em diminuição do tempo de reação, aumento do estado de vigília, aumento do tempo para atingir a fadiga, diminuição do tempo para atingir a força pico, aumento do recrutamento de unidades motoras e contração voluntária e diminuição da percepção de esforço (MAUGHAN et al., 2018). No entanto, o consumo de cafeína também pode apresentar alguns efeitos colaterais em indivíduos mais sensíveis à substância ou quando a dose consumida for acima da tolerada. Dentre esses efeitos, os mais comuns são: dores de cabeça, nervosismo, taquicardia, dores na região do tórax, falta de atenção, hiperatividade, tremores pelo corpo e diurese excessiva (GRAHAM, 2001).

Assim como outros psicoestimulantes, a CAF contrapõe os efeitos da adenosina no Sistema Nervoso Central (SNC) (FERRÉ et al., 2010). Por possuir estrutura lipofílica, apresenta facilidade em ultrapassar a barreira hematoencefálica (MCCALL et al., 1982; NEHLIG et al., 1992) apresentando atividade antagonista não-seletiva (FREDHOLM et al., 2001) aos receptores de adenosina (DAVIS et al., 2003). A partir do momento em que CAF se liga aos receptores de adenosina no SNC, ocorre facilitação da síntese e liberação de neurotransmissores como dopamina e glutamato (SOLINAS et al., 2002; FERRÉ, 2008). Esse fenômeno potencializa o estado de alerta, vigília e excitação, estimulando, portanto, o SNC e diminuindo a fadiga central. Esse mecanismo de ação da CAF é, portanto, o mais aceito e respaldado pela literatura científica (MEEUSEN et al., 2013; URRY, LANDOLT, 2014; MCLELLAN et al., 2016).

Em relação à ação da CAF na fadiga periférica, acredita-se que essa ocorra nos receptores de rianodinas das fibras musculares, aumentando o efluxo de cálcio

(14)

do retículo sarcoplasmático (WEBER, HERZ, 1968; WEBER, 1968). Com isso, o cálcio liberado se liga à troponina e inicia o processo de contração muscular (FRANZINI-ARMSTRONG, 1998), aumentando a força da contração muscular voluntária (KALMAR, CALFARELLI, 1999; WARREN et al., 2010; BLACK et al., 2014) e reduzindo o tempo para atingir a força pico (DEL COSO et al., 2012a). O retardo, tanto da fadiga central, quanto da periférica justifica seu uso em contexto esportivo. A comprovação e reprodutibilidade desses fenômenos em diversas pesquisas, garante à CAF o nível de evidência A de acordo com o Comitê Olímpico Internacional (COI) (MAUGHAN et al., 2018).

Além de melhorar o desempenho, a CAF apresenta baixo risco de danos à saúde (NAWROT et al., 2003; HECKMAN et al., 2010). Em 2004 a World Anti-Doping Agency (WADA) retirou a CAF, bem como qualquer concentração da mesma na corrente sanguínea de sua lista de substâncias proibidas, alocando essa substância para sua lista de monitoramento, na qual monitora concentrações na urina acima de 6 µg/ml de atletas em competições, para verificar se existe algum abuso ou concentrações que podem prejudicar e comprometer a saúde dos atletas (WADA, 2018). Após essa decisão, o consumo da CAF foi liberado para atletas de qualquer modalidade. Atualmente, estima-se que 3 entre 4 atletas fazem uso dessa substância, como demonstrado após a análise de mais de 20.000 amostras de urinas de atletas profissionais durante competições nacionais e internacionais (DEL COSO et al., 2011).

Apesar dos efeitos ergogênicos evidentes, os efeitos da CAF e sua efetividade no contexto real de competição são pouco conhecidos. É importante que muitas evidências sobre o uso de CAF como recurso ergogênico foram obtidas em situações controladas, como tarefas em laboratórios ou simulações de competição (GRAHAM; HIBBERT; SATHASIVAM, 1998; MCLELLAN et al., 2005; DEL COSO et al., 2012). Entretanto, já é sabido que as respostas fisiológicas e psicossociais frente a partidas oficiais diferem das respostas encontradas durante sessões de treinamento ou até mesmo de simulações (CREWTHER et al., 2011; MOREIRA et al., 2012; ARRUDA et al., 2018). Portanto, não está claro se os benefícios em ambientes controlados atribuídos à CAF serão observados no cenário da competição real, que é altamente imprevisível e estressante.

(15)

Dadas as “diferenças” psicobiossociais das ambientações entre simulações e competições reais, não há garantia que o efeito ergogênico da CAF irá se manifestar em situações práticas de caráter competitivo. Portanto, o objetivo do presente trabalho é investigar os efeitos da suplementação de CAF em atletas profissionais de Voleibol durante jogos oficiais.

A presente dissertação foi dividida em dois estudos. O primeiro estudo foi destinado à elaboração de extensa revisão bibliográfica sobre os efeitos da suplementação de CAF no desempenho de atletas envolvidos em modalidades coletivas. O objetivo foi apresentar e discutir as evidências atuais sobre o tema, apresentando os potenciais benefícios e malefícios dessa suplementação. A partir desses resultados, é possível formular novos direcionamentos para investigações futuras sobre o tema. No segundo estudo, o objetivo foi avaliar o desempenho de atletas de Voleibol após o consumo de CAF (3 mg/kg) ou PLA, durante competição real. Essa segunda investigação teve como objetivo examinar o uso de suplementos alimentares durante ambientação competitiva, a fim de explorar quais são os efeitos e consequências dessa prática na rotina competitiva dos atletas.

2.JUSTIFICATIVA

A CAF é utilizada para aumentar a performance, pois induz ao aumento do estado de alerta e tempo até a exaustão (MCLELLAN et al., 2005; GRAHAM; HIBBERT; SATHASIVAM, 1998). Além disso, sua utilização altera positivamente parâmetros específicos em atletas de diferentes modalidades, como força pico, tempo de sprints e precisão de passes, ações de jogo, agilidade e altura de saltos. (FOSKETT; ALI; GANT, 2009; DEL COSO et al., 2012b; BRUCE et al., 2000; STRECKER et al., 2007). A utilização de CAF no Voleibol mostrou melhoria na altura média dos saltos, na força de saque e no tempo para completar o teste de agilidade (PÉREZ-LÓPEZ et al., 2015; DEL COSO et al., 2014). Contudo, esses estudos foram realizados utilizando bebidas energéticas com CAF, utilizando testes e avaliando o desempenho em simulações de partidas. Apesar das similaridades, as demandas competitivas reais superam simulações, por mais que essas tentem se aproximar do ambiente real. Portanto, o presente trabalho tem como objetivo a analisar os efeitos da CAF sobre o desempenho de jogo de atletas de Voleibol, durante competição real.

(16)

Essa abordagem prioriza o viés ecológico, uma vez que, as partidas têm caráter oficial, fato que contribui para relevância e originalidade do presente estudo.

(17)

3.OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

O presente trabalho possui dois objetivos principais distintos: analisar o efeito da suplementação de CAF em modalidades coletivas por meio de uma revisão sistemática e investigar os efeitos da CAF durante campeonato oficial de Voleibol.

3.2. Objetivos específicos

- Avaliar a base de dados Pubmed acerca dos efeitos da CAF no desempenho de esportes coletivos para elaborar uma revisão sistemática;

- Avaliar o efeito da suplementação de CAF (3 mg/kg) em jogadores profissionais de Voleibol durante campeonato;

- Quantificar as ações motoras positivas, neutras ou negativas após a suplementação de CAF.

(18)

4. ESTUDO 1

Artigo a ser submetido

SUPLEMENTAÇÃO DE CAFEÍNA EM ESPORTES COLETIVOS

CAFFEINE SUPPLEMENTATION IN TEAM SPORTS ATHLETES

4.1. RESUMO

A CAF possui propriedades estimulantes, amplamente, utilizada pelos atletas. Contudo, a eficácia dessa substância em ambientes competitivos, em modalidades coletivas, ainda não está totalmente comprovada, visto que a maioria dos estudos são realizados em testes laboratoriais. Portanto, o objetivo do presente estudo é investigar a literatura atual em busca de estudos que verificaram os efeitos da suplementação da CAF durante situações, como simulações ou jogos oficiais. Foi realizado busca sistemática na base de dados Pubmed para estudos publicados até dezembro de 2018. Foram encontrados 49 estudos que atenderam aos critérios de seleção e apenas 20 estudos foram retidos para análise. A CAF parece ser uma estratégia nutricional eficaz para melhorar as ações de jogo, principalmente quando realizadas em alta intensidade. Além disso, a produção de força/potência em movimentos específicos parece sofrer influência positiva dessa substância, como por exemplo, o desempenho do salto vertical. De forma geral, a presente revisão reforça os efeitos ergogênicos da CAF durante partidas em atletas de modalidades coletivas desde que utilizada doses entre 3 a 6 mg/kg. Contudo, a suplementação deve ser supervisionada e prescrita de forma individualizada, considerando o nível de responsividade dos indivíduos à CAF.

(19)

4.2. ABSTRACT

Caffeine is a psychostimulant substance largely used by athletes. However, the efficacy of this substance in competitive environment is still not fully elucidated, since the majority of studies are conducted in laboratories. Therefore, the aim of this study is to systematically review the literature within investigations that demonstrated caffeine consumption during simulations or official matches. For this purpose, a systematic search was made in Pubmed database, with the data entry until December of 2018. It was found 49 studies that met selection criteria and only 20 studies were retrieved to analysis. Caffeine seems to be an effective nutritional strategy to improve match related actions, especially those performed at higher intensities. In addition, force/power production during specific movements was positively influenced by this substance, for example, the jump height performance. Altogether, the present study reinforces the positive effects of caffeine during matches in team sports, when considering dosages between 3 to 6 mg/kg. However, the use of this substance must be implemented with caution and with proper supervision, prescribed in an individualized manner, considering the athlete individual response to the substance.

(20)

4.3. INTRODUÇÃO

A CAF (1,3,7 trimetilxantina) é uma substância estimulante que está presente em diversos alimentos como café, chocolates, chás, cacau e alguns refrigerantes, sendo a substância psicoativa mais consumida no mundo (HARLAND, 2000; FREDHOLM et al., 1999). O consumo global é justificado pelo potencial estimulante da substância, devido à ação antagonista aos receptores de adenosina (FREDHOLM et al., 1999; DAVIS et al., 2003), assim como estimulação de vias dopaminérgicas (SOLINAS et al., 2002; FERRÉ, 2008), resultando em estado de excitação e motivação, após o consumo dessa substância.

Além dos efeitos estimulantes, principalmente sob condições de fadiga (DAVIS et al., 2003; AZEVEDO et al., 2016), a CAF possui baixo risco à saúde (POOLE et al., 2007). Em virtude dessas propriedades, em 2004, a WADA retirou a CAF de sua lista de substâncias proibidas, considerando aceitável qualquer concentração da mesma na corrente sanguínea (WADA, 2018). Após essa decisão, estima-se que 3 entre 4 atletas (75%) passaram a fazer uso dessa substância (DEL COSO; MUÑOZ; MUÑOZ-GUERRA, 2011). Apesar de proporcionar efeito positivo discreto, e em algumas ocasiões específicas, possuir a mesma magnitude do efeito PLA (HARRELL; JULIANO, 2009; SAUNDERS et al., 2017), a CAF é considerada substância ergogênica em diversas modalidades, incluindo atividades de endurance (GRAHAM, 2001; HOGERVORST et al., 2008), atividades de força (GRGIC et al., 2018; DUNCAN et al., 2013) e esportes coletivos (STUART et al., 2005; SCHNEIKER et al. 2006). Recentemente, a referida substância foi indicada pelo COI como um dos poucos suplementos efetivos disponíveis (MAUGHAN et al., 2018).

Em relação aos esportes coletivos, essas modalidades são atividades que possuem demandas metabólicas específicas, dependendo das regras do jogo, local de competição, número de jogadores, posição/função dos atletas em campo e das estratégias táticas utilizadas durante a partida (WILLIAMS; FORD, 2015; WILLIAMS; ROLLO, 2015). Essas atividades impõem sobre os atletas não apenas elevado estresse físico, mas também psicológico e cognitivo. Logo, a utilização de recursos que possam aumentar o desempenho atlético durante a competição desperta interesse mútuo entre os atletas e a comissão técnica. Entretanto, apesar de alguns indivíduos se beneficiarem da suplementação da CAF (YANG; PALMER; WIT, 2010), não é possível afirmar que esses benefícios irão se manifestar em situações práticas

(21)

de caráter competitivo, em esportes coletivos, e em todos os usuários. Portanto, o objetivo da presente revisão é investigar os efeitos da suplementação de CAF em esportes coletivos, apresentando seus possíveis efeitos ergogênicos sobre o desempenho de jogo (em partidas simuladas e oficiais) e movimentos/ações específicos.

4.4. METODOLOGIA

A busca do material bibliográfico foi realizada em janeiro de 2019, por meio da base de dados PubMed, tendo como foco de interesse a suplementação de CAF em esportes coletivos. No intuito de contemplar toda a produção científica, não houve restrição para a data de publicação dos estudos e foram incluídas as publicações em todas as línguas. Durante a pesquisa dos artigos, os termos utilizados foram: caffeine AND (sports OR team sports OR exercise performance OR Volleyball OR Futsal OR Rugby OR Handball OR Soccer OR Basketball OR Hockey OR Football OR simulation OR match). Os critérios de inclusão para a presente revisão foram: (a) estudos realizados com seres humanos, que continham pelo menos o grupo experimental para a suplementação de CAF e outro grupo para a suplementação do PLA, (b) a amostra estudada deveria ser composta por atletas de modalidades coletivas, independentemente do nível de treinamento (universitário/amador/profissional), (c) o desempenho desses atletas deveria ser avaliado por meio de simulações de partidas ou partidas oficiais e (d) avaliação do desempenho para movimentos específicos das modalidades investigadas

Os critérios de exclusão foram: (i) a forma de entrega da CAF, desconsiderando estudos que utilizaram café ou goma de mascar, e (ii) estudos que utilizavam a CAF em conjunto com outra substância, sem a presença de outro grupo apenas com CAF. Esses critérios foram utilizados para garantir concentração ótima de CAF por kg de peso, visto que a concentração de CAF do café varia por diversos motivos ambientais do cultivo (FRANCA; MENDONÇA; OLIVEIRA, 2005) e as gomas de mascar possuem concentração fechada, diferenciando na quantidade de CAF consumida pelos atletas de diferentes pesos. Posteriormente, foi conduzida a avaliação, baseada no título e/ou no resumo dos artigos, excluindo os resumos de congresso, artigos de revisão, conferências, seminários e estudos que não se encaixavam nos critérios de inclusão e exclusão. Os artigos selecionados foram lidos

(22)

por completo e incluídos na análise dessa revisão. Por fim, foi realizado busca nas referências dos artigos selecionados para encontrar outros possíveis estudos.

(23)

4.5. RESULTADOS

A pesquisa utilizando os termos específicos resultou em 49 estudos pré-selecionados para compor a revisão de literatura. Após essa etapa, 29 estudos foram excluídos por não estarem de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, pois aplicavam protocolo de atividades intermitentes pré-selecionadas, não classificando essas intervenções como simulações de partidas ou partidas oficiais, ou não avaliavam o desempenho por movimentos específicos, restando 20 estudos na presente revisão. A tabela 1 resume os detalhes de cada artigo selecionado para a presente análise. Os estudos totalizaram 318 indivíduos (universitários (n=40), amadores (n=114), profissionais (n=124) e indivíduos que não foram informados sobre o nível de treinamento (n=40)) em diversas modalidades. Todos os estudos utilizaram nível de significância p<0,05.

Os estudos se diferenciam entre si pela forma de administração da CAF. Na presente análise, a CAF foi administrada através de cápsulas (n=11) e bebidas energéticas (n=9). A amostra total de 318 indivíduos é composta por 217 homens e 101 mulheres, divididos pelas modalidades em Rugby (n=58), Basquetebol (n=60), Voleibol (n=38), Futebol (n=114), Hockey (n=13) e modalidades não especificadas (n=35). Dentre todos os estudos, apenas 2 não demonstraram resultados da suplementação de CAF, os outros 18 estudos demonstraram que a CAF pode ser utilizada como recurso ergogênico para atletas de modalidades coletivas em pelo menos algum dos testes.

Como forma de quantificar a porcentagem da contribuição total da CAF para as variáveis investigadas, foi verificado a porcentagem da diferença entre os tratamentos (Δ%) para cada estudo. Com esse conjunto de dados, observou-se a média dessas porcentagens e foi atribuído um valor final de contribuição da CAF para cada variável. A equação utilizada para o cálculo foi: 𝑚é𝑑𝑖𝑎Δ% = (ΣΔ%i

Ni ), na qual obteve-se a somatória da porcentagem média das contribuições, dividido pelo número de contribuições (N). Avaliando as simulações das partidas, observou-se que a suplementação de CAF possui contribuição de Δ%̅̅̅̅̅ = 6,4% para a distância total percorrida. Já para o número de sprints, a contribuição da CAF é de Δ%̅̅̅̅̅ = 30%. Em relação aos movimentos específicos, a CAF promoveu aumento de Δ%̅̅̅̅̅ = 3,5% na força

(24)

Referência Cafeína (mg)/kg Veículo de Entrega Tempo de administração (minutos) Sujeitos (n) Esporte/ Nível de Treinamento Testes aplicados Resultados

Del Coso et al., 2012 3 Bebida

Energética 60 19H Futebol Amador RSP; 15RJ; Simulação de jogo

Todas variáveis investigadas

Del Coso et al. ,2013a 3 Bebida

Energética 60 16M Rugby Profissional RSP, 15RJ, Simulação de jogo; RPE Simulação de partida; 15RJ

Del Coso et al., 2016 3 Bebida

Energética 60 13H

Hockey

Profissional

Simulação de

jogo; RPE Simulação de partida

Del Coso et al., 2013b 3 Bebida

Energética 60 26H Rugby Profissional Simulação de jogo Simulação de partida

Lara et al., 2014 3 Bebida

Energética 60 18M Futebol RSP; CMJ; Simulação de jogo, RPE RSP; CMJ; Simulação de partida Pérez-López et al., 2015 3 Bebida Energética 60 13M Voleibol Amador Juvenil HS; SV; Agilidade T; CMJ; SJ; BJ; Simulação de jogo; RPE

Todas variáveis investigadas

Pettersen et al., 2014 6 Cápsulas 65 19H

Futebol Juvenil Profissional Yo-YoIR2; Simulação de jogo

Nenhuma variável investigada

Portillo et al., 2016 3 Bebida

Energética 60 16M

Rugby

Profissional

Simulação de

jogo Simulação de partida

Puente et al., 2017 3 Cápsulas 60 10H; 10M

Basquetebol H: Amador F: Profissional CODAT; Simulação de jogo; RPE Simulação de partida CODAT

(25)

Del Coso et al.,2015 3 Bebida Energética 60 15H Voleibol Universitário HS; SV; SJ; CMJ; 15RJ; Agilidade T; Simulação de jogo; RPE HS; ST; SJ; CMJ; 15RJ; Agilidade T; Simulação de partida

Bloms et al., 2016 5 Cápsulas 60 16H; 9M

Esportes Coletivos Universitários

CMJ;

SJ Todas variáveis investigadas

Abian-Vicen et al., 2014 3 Bebida Energética 60 16H Basquetebol Juvenil Yo-YoIR1; CMJ; 15RJ; FT; 3PS; RPE CMJ; 15RJ

Ali et al., 2016 6 Cápsulas 60 10M

Esportes coletivos mistos Dinamômetro Isocinético; IP; CMJ Dinamômetro Isocinético

Tucker et al., 2013 3 Cápsulas 60 5H Basquetebol

Profissional RSI; RPE Nenhuma variável investigada

Fosket et al., 2009 6 Cápsulas 60 12H Futebol

LIST; LSPT; RSP; CMJ; RPE LSPT; CMJ Zbinden-Foncea et al., 2018 5 Cápsulas 60 10H Voleibol Profissional CMJ; ConJ; EccJ;

Altura no CMJ; Variáveis da fase concêntrica do salto

Guerra et al., 2018 5 Cápsulas 60 12H Futebol

Amador CMJ

CMJ após 1, 3 e 5 minutos da aplicação do PAP

Puente et al., 2018 3 Cápsulas 60 10H; 9M

Basquetebol H: Amador M: Profissional Abalakov; CODAT; Simulação de jogo; RPE

Alelo AA: Abalakov, CODAT e Simulação de jogo

Apostolidis et al., 2018 6 Cápsulas 60 19H Futebol

Amador

CMJ; IP; VO2max; RPE

RER

(26)

Ellis et al., 2018 1, 2, 3 Cápsulas 60 15H Futebol Juvenil Amador 20m Sprint; CODAT; CMJ; Yo-YoIR1

Todas as variáveis investigadas

Tabela 1 – Resumo dos artigos selecionados para a presente revisão. Abreviações: CMJ= Counter Movement Jump; 15RJ= 15 Rebound Jump; RPE= Rated Perceived Exertion; RER= Resting

Energy Expenditure; RSP= Repeated Sprint Performance; Yo-YoIR1= Yo-Yo Intermittent Recovery Test 1; Yo-YoIR2= Yo-Yo Intermittent Recovery Test 2; SJ= Squat Jump; HS= Handgrip Strength;

SV= Spike Velocity; BJ= Block Jump; CODAT= Change-of-Direction and Acceleration Test; FT= Free Throw; 3PS= 3 Point Shot; IP= Intermittent Protocol; RSI= Reactive Strength Index; LIST=

(27)

produzida durante o saque em atletas de Voleibol, visto que foi a única modalidade que apresentou dados para esse tipo de variável. Quando analisadas as alturas dos saltos, várias modalidades são contempladas. A suplementação de CAF foi responsável por promover benefício de Δ%̅̅̅̅̅ = 3,7% na altura do salto. Esses resultados demonstram a capacidade da CAF em aprimorar e favorecer as variáveis investigadas nos estudos apresentados, quantificando a diferença entre o uso dessa substância em comparação com o PLA.

4.6. DISCUSSÃO

4.6.1. Efeito da CAF sobre o desempenho de atletas em partidas simuladas

Um dos grandes desafios da ciência do esporte envolve a precisa e objetiva avaliação do desempenho atlético. Diversos testes foram propostos e validados como base para a avaliação e prescrição das sessões de treinamento. No entanto, uma das grandes limitações desses testes é que eles eliminam o ambiente competitivo de partidas oficiais, desconsiderando a influência das tomadas de decisões, padrões de movimentos e posicionamento estratégico de situações reais (WILLIAMS et al., 2006). Recentemente, o rastreamento por Global Positioning System (GPS) e análise de vídeo (AV) tornaram-se ferramentas viáveis para o monitoramento das cargas externas de treinamento e para a avaliação quantitativa e qualitativa das demandas físicas durante partidas simuladas ou oficiais (CHAPMAN et al., 2012). No entanto, cada ferramenta possui sua aplicação e sua limitação. O rastreamento por GPS, disponibiliza dados sobre distâncias percorridas, velocidades atingidas e acelerações realizadas pelos atletas em campo, porém, não permite quantificar as ações específicas como os arremessos, bloqueios, saques, chutes, entre outros (AUGHEY, 2011). A AV possibilita a avaliação de todas essas ações para todos os jogadores, contudo, é um método trabalhoso devido à alta quantidade de dados e exigência de mão-de-obra especializada (LOVELL; ABT, 2013).

Tentando melhorar a validade ecológica dos dados sobre desempenho atlético e suplementação de CAF, alguns pesquisadores investigaram o consumo dessa substância durante simulações de partidas, utilizando as duas ferramentas

(28)

supracitadas (GPS e AV). Del Coso et al. (2012b) realizaram duas simulações de Futebol com 19 jogadores amadores após a oferta de bebida energética, contendo 3 mg/kg de CAF, e utilizaram o rastreamento por GPS. Para identificar as zonas de velocidades, nos quais os atletas se encontravam, foram utilizados valores pré-estabelecidos (CASTAGNA et al., 2003) por “Zonas”: “Zona 1” (0-0,4 km/hora); “Zona 2” (0,5-3,0 km/hora); “Zona 3” (3,1-8,0 km/hora); “Zona 4” (8,1-13,0 km/hora); “Zona 5” (13,1-18,0 km/hora) e “Zona 6” (>18,1 km/hora). Qualquer deslocamento com velocidades > 18 km/hora foi considerado como sprint. Os pesquisadores reportaram aumento da distância total percorrida após o consumo da CAF (PLA: 7352 ± 881 metros vs. CAF: 7782 ± 878 metros; p< 0,05; ES= 0,45). Foi reportado também aumento nas distâncias percorridas na Zona 4 (p< 0,05; ES= 0,35) ,5 (p< 0,05; ES= 0,42) e 6 (p< 0,05; ES= 0,51) e diminuição nas Zona 2 (p< 0,05; ES= -0,54). Ainda, o número de sprints foi maior no grupo que consumiu a CAF (PLA: 24 ± 8 vs. CAF: 30 ± 10, p< 0,05; ES= 0,75). Em estudo do mesmo grupo, mas com 18 jogadoras de Futebol, observou-se dados similares para a mesmo protocolo de oferta de CAF (LARA et al., 2014). Houve aumento na distância total percorrida (PLA: 6631 ± 1618 metros vs. CAF: 7087 ± 1501 metros, p< 0,05; ES= 0,29) e distâncias percorridas nas Zonas 1,3,4 e 6 (p< 0,05), assim como aumento do número de sprints durante a simulação de partida (PLA: 16 ± 9 vs. CAF: 21 ± 13; p< 0,05; ES= 0,45). Apesar desses resultados, a velocidade máxima atingida pelas atletas não demonstrou diferença entre as bebidas (PLA: 23,8 ± 2,5 km/hora vs. CAF: 24,2 ± 2,4 km/hora; p= 0,25; ES= 0,16). Esses resultados sugerem efeito ergogênico da CAF pois, os atletas percorreram maiores distâncias em intensidades mais altas, o que pode contribuir para o sucesso em partidas de Futebol (MUJIKA et al., 2009). Contudo, Pettersen et al. (2014) avaliaram o desempenho de 19 jogadores amadores de Futebol, após a suplementação de 6 mg/kg de CAF e não encontrou diferença no desempenho durante as simulações de partidas para a distância total percorrida (PLA: 9854 ± 901 metros vs. CAF: 10062 ± 916 metros; p= 0,13; ES= 0,23), a distância percorrida em alta intensidade (PLA: 642 ± 240 metros vs. CAF: 557 ± 178 metros; p= 0,14; ES= 0,40), a distância percorrida por sprints (PLA: 112 ± 69 metros vs. CAF: 109 ± 58 metros, p= 0,83; ES= 0,05) e o número de acelerações (PLA: 126 ± 24 vs. CAF: 123 ± 31; p= 0,67; ES= 0,15). Os autores sugerem que a falta de diferenças entre os grupos possivelmente não pode ser explicada pela variação de desempenho entre os jogos, que pode ser grande em alguns casos (GREGSON et al., 2010). Todos os

(29)

procedimentos pré-jogo e durante o jogo foram adotados para simular a partida real. É possível que a melhora da técnica e posse de bola possa ter influenciado os resultados, pois times com essas características não precisam se esforçar tanto fisicamente dentro de campo (RAMPINI et al., 2009). Contudo, as habilidades técnicas não foram mensuradas nesse estudo, sendo essa justificativa de natureza especulativa. Ainda, os atletas voluntários desse estudo são jovens (~17 anos), o que pode intervir na magnitude de resposta à CAF, visto essa população possui capacidade anaeróbica diferente de adultos (RATEL; DUCH; WILLIAMS, 2006), o que limitaria a resposta desses indivíduos à CAF.

Novamente, Del Coso et al. (2014) investigaram o papel da CAF (bebida energética – 3 mg/kg) durante simulações, em 15 jogadores universitários de Voleibol. As partidas foram gravadas para posterior AV através da quantificação das ações de jogo. A CAF promoveu aumento na %POSITIVAS (PLA: 24 ± 14% vs. CAF: 34 ± 16; p< 0,05; ES= 0,67) e diminuição da %NEUTRAS (PLA: 51 ± 12% vs. CAF: 41 ± 8%; p< 0,05; ES= 0,98) durante as simulações de partidas, contudo, não houve diferença na %NEGATIVAS (PLA: 24 ± 13 vs. CAF: 25 ± 12; p> 0,05; ES= 0,08). Ainda, com trabalho do mesmo grupo, Pérez-López et al. (2015) encontraram resultados semelhantes em 13 atletas juvenis amadoras de Voleibol feminino após a oferta da mesma bebida energética (3 mg/kg). Utilizando os mesmos métodos que o trabalho anterior, observou-se aumento na %POSITIVAS (PLA: 34 ± 9 vs. CAF: 45 ± 9%; p< 0,001; ES= 1,22) e diminuição %NEGATIVAS (PLA; 28 ± 7 vs. CAF: 14 ± 9; p< 0,001; ES= 1,79) com a suplementação de CAF em comparação com o PLA. Não houve diferença entre os grupos para %NEUTRAS (PLA: 39 ± 7 vs. CAF: 41 ± 7, p= 0,26; ES= 0,29). Ainda, foi utilizado o rastreamento por GPS, que identificou aumento no número total de “impactos” – resultante das mudanças de direção, aceleração e somatória das acelerações em todas as direções – (PLA: 6970 ± 1807 vs. CAF: 7358 ± 1393; p< 0,001; ES= 0,22), indicando maior movimentação dentro de quadra, o que sugere maior envolvimento com a partida. Resultado similar foi encontrado no estudo de Puente et al. (2018), após suplementarem 19 atletas de Basquetebol com 3 mg/kg de CAF. O objetivo era investigar se o polimorfismo da enzima CYP1A2, principal enzima na metabolização da CAF, influenciava o desempenho de jogadores de Basquetebol. Para mensurar o desempenho desses indivíduos, foi realizado a simulação de partida, com duração total de 20 minutos, dividida em 2 tempos de 10 minutos cada, com intervalo de 2 minutos. O número de impactos, verificados através

(30)

do acelerômetro acoplado ao frequencímetro, foi maior após o consumo da CAF, independente do alelo (AA- PLA: 385 ± 48 vs. CAF: 401 ± 36; p= 0,02; ES= 0,3/ CC- PLA: 401 ± 36 vs. CAF: 415 ± 35; p= 0,01; ES= 0,4). O número de impactos durante uma partida sugere maior atividade em quadra, o que poderia melhorar ações específicas ao longo do jogo impactando o desempenho geral dos atletas. Nesses últimos estudos (DEL COSO et al., 2014; PÉREZ-LOPEZ et al., 2015; PUENTE et al., 2018), os autores propõem que os efeitos da CAF sobre o desempenho durante as simulações são derivados dos valores obtidos nos testes específicos que demonstraram efeitos ergogênicos da CAF, sugerindo que o desempenho observado durante esses testes foi transferido para as simulações dentro de quadra.

A CAF parece melhorar as ações de jogo independente da modalidade. Del Coso et al. (2013a) verificaram o efeito da CAF (bebida energética – 3 mg/kg), em 16 atletas femininas da seleção espanhola de Rugby. Foi organizado um torneio amistoso com a seleção holandesa durante 2 encontros. Apenas a seleção espanhola foi selecionada para análise. Cada encontro teve 3 partidas de 2 tempos de 7 minutos cada. As jogadoras utilizaram dispositivo de rastreamento por GPS e para identificar as zonas de intensidade durante as simulações baseou-se em recomendações prévias (CUNNIFFE et al., 2009): “Zona 1” (0-6 km/hora); “Zona 2” (6-12 km/hora); “Zona 3” (12-14 km/hora); “Zona 4” (14-18 km/hora); “Zona 5” (18-20 km/hora) e “Zona 6” (>20 km/hora). Observou-se que após o consumo da CAF, a velocidade média das jogadoras foi maior em comparação ao PLA (PLA:24,30 ± 2,3 km/hora vs. CAF: 26,5 ± 3,5 km/hora; p< 0,05; ES= 0,74). Esse dado evidencia o envolvimento das atletas com o protocolo, pois, a velocidade atingida durante as simulações de partidas é compatível com as velocidades durante partidas oficiais (MCLELLAN; LOVELL; GASS, 2011). Também foram observadas maiores distâncias percorridas nas Zonas 3, 4, 5 e 6 (p< 0,05) com a CAF. Seguindo os mesmos padrões de avaliação para as zonas de intensidades, Del Coso et al. (2013b), trabalhando com 26 atletas profissionais de Rugby da primeira divisão do campeonato espanhol, avaliaram a movimentação dos jogadores através da mensuração do deslocamento por GPS após a oferta de 3 mg/kg por meio de bebida energética durante duas simulações de partidas, contendo 2 tempos de 30 minutos cada. Os pesquisadores identificaram aumento na distância total percorrida após o consumo da CAF em comparação com o PLA (PLA: 4749 ± 589 m vs. CAF: 5139 ± 475 m; p< 0,01; ES= 0,74). Quando as análises foram divididas entre o primeiro e o segundo tempo, observou-se maiores

(31)

distâncias percorridas durante o segundo tempo (PLA: 2416 ± 443 metros vs. CAF: 2772 ± 308 metros; p< 0,01; ES= 0,94). Observou-se também maiores distâncias percorridas nas Zona 2 (p= 0,03; ES= 0,41), Zona 3 (p= 0,04; ES= 0,31), Zona 4 (p= 0,01; ES= 0,52), Zona 5 (p= 0,01; ES= 0,47) e também na Zona 6 (p= 0,01; ES= 0,62). Por fim, o número de sprints realizados também foi maior após o consumo da CAF (PLA: 10 ± 7 vs. CAF: 12 ± 7, p< 0,05; ES= 0,44).

Contribuindo com os dados anteriores, Portillo et al. (2016) realizaram novamente o mesmo torneio amistoso entre a seleção feminina espanhola e holandesa de Rugby Sevens, contudo, foi adicionado a AV nesse trabalho. Após a suplementação de 3 mg/kg na forma de bebida energética para as 16 atletas, observou-se que houve aumento do impacto corporal das atletas na Zona 1 (PLA: 16,1 ± 4,9 vs. CAF: 20,8 ± 9,9 impactos/minutos; p< 0,05; ES= 1,0), Zona 2 (PLA: 12,2 ± 10,6 vs. CAF: 16,2 ± 15,2 impactos/minutos; p< 0,05; ES=0,4), Zona 3 (PLA: 3,8 ± 1,5 vs. CAF: 4,7 ± 2,6 impactos/minutos; p< 0,05; ES= 0,6) e Zona 5 (PLA: 0,8 ± 0,4 vs. CAF: 1,1 ± 0,6 impactos/minutos; p< 0,05; ES= 0,75), o que sugere novamente, maior envolvimento na partida, visto que essa ação é importante em esportes de contato como o Rugby (GABBET; JENKINS; ABERNETHY, 2011). Entretanto, não houve mudança nas ações específica da modalidade entre a CAF e o PLA (PORTILLO; DEL COSO; ABIÁN-VICÉN, 2016). Esses dados de simulações de partidas de Rugby demonstram que a CAF aumenta as ações realizadas sobre alta intensidade, sendo essas as ações mais importantes da modalidade (ROBERTS et al., 2008), sugerindo ser uma estratégia eficaz. No entanto, a análise do desempenho individual, apresentada pelos autores nesse último trabalho, demonstrando que algumas atletas obtiveram resultados positivos com a suplementação de CAF, enquanto que outras não mudaram ou até pioraram o desempenho, reforça novamente que a suplementação da CAF deve ser individualizada.

Assim como nas modalidades anteriores, Del Coso et al. (2016) ofereceram a mesma bebida energética (3 mg/kg) para 13 atletas profissionais de Hockey e avaliaram o desempenho dos jogadores através da simulação de duas partidas, contendo 2 tempos de 25 minutos, cada com o intervalo de 10 minutos entre cada tempo, no qual os jogadores utilizavam dispositivo de GPS. Os pesquisadores observaram que o consumo da bebida energética contendo CAF não alterou a distância total percorrida entre os grupos (PLA: 6035 ± 451 metros vs. CAF: 6055 ± 499 metros; p= 0,87; ES= 0,04), contudo, as distâncias percorridas na Zona 4 foram

(32)

10,1% menores após a bebida energética (p= 0,03; ES= 0,59), enquanto que as distâncias na Zona 5 e na Zona 6 foram 18,1% (p= 0,05; ES= 0,81) e 38,1% (p= 0,02; ES= 0,79) maiores após a bebida energética com CAF. As classificações das velocidades de cada Zona foram atribuídas de acordo com parâmetros prévios (WHITE; MACFARLANE, 2013). Colaborando com esses dados, a quantidade de ações realizadas sobre alta intensidade (> 19 km/hora) foi maior após o consumo da bebida energética com CAF (PLA: 23 ± 5,6 ações vs. CAF: 27,4 7 ações; p= 0,02; ES= 0,78). O mesmo efeito foi encontrado para a quantidade de sprints (> 23 km/hora) durante todo o jogo (PLA: 4,5 ± 1,9 vs. CAF: 6,3 ± 2,9 sprints; p= 0,05; ES= 0,90). Novamente, o efeito de aumentar ações de altas intensidades no Hockey sugere que a CAF pode ser benéfica para essa modalidade, visto que essas ações são decisivas para o sucesso das partidas (SPENCER et al., 2004).

Por último, em estudo recente realizado com 20 jogadores profissionais de Basquetebol, Puente et al. (2017) suplementaram 3 mg/kg de CAF. Os jogadores participaram de 2 dias distintos de testes, que consistiam em testes específicos do Basquetebol, seguidos da simulação de partida, composta por 2 tempos de 10 minutos cada, com intervalo de 2 minutos. Os jogos foram gravados para posterior AV para as ações de jogo, enquanto que os voluntários utilizavam o dispositivo de GPS. A suplementação com CAF aumentou o número de impactos por minutos durante toda a partida (PLA: 396 ± 43 vs. CAF: 410 ± 41; p< 0,001; ES= 0,31), e especificamente aumentou os impactos na Zona 1 (PLA: 247 ± 26 vs. CAF: 259 ± 28; p< 0,001; ES= 0,45). As outras Zonas de impacto não sofreram influência da suplementação. Em relação às análises das ações de jogo, a CAF foi capaz de aumentar as tentativas (PLA: 0,9 ± 1,1 vs. CAF: 1,5 ± 1,5; p= 0,04; ES=0,57) e quantidade de lances livres realizados (PLA: 0,6 ± 0,8 vs. CAF: 1,1 ± 1,1; p= 0,03; ES=0,67), assim como o número total de rebotes (PLA: 2,5 ± 2 vs. CAF: 3,7 ± 2,6; p= 0,02; ES= 0,64), rebotes ofensivos (PLA: 0,5 ± 0,6 vs. CAF: 1,2 ± 1,6; p= 0,02; ES= 1,16) e assistências totais (PLA: 1,1 ± 0,9 vs. CAF: 2,1 ± 1,6; p= 0,01; ES= 1,10). Ainda, quando realizado o cálculo de “Índice de Desempenho” proposto pela própria Federação Internacional de Basquetebol (ARRIETA et al., 2016), observou-se valores maiores para o grupo suplementado com a CAF (PLA: 8,4 ± 8,3 vs. CAF: 11,6 ± 7,3; p= 0,03; ES= 0,38). Esses resultados sugerem que a CAF melhorou o ritmo de jogo, envolvimento dos atletas e coordenação motora.

(33)

O conjunto dos dados sobre suplementação de CAF e a análise do desempenho por meio de simulações de partidas indica que a CAF é eficaz em contribuir para as ações de jogo, principalmente as que são realizadas em altas intensidades. Contudo, cabe ressaltar que dos estudos apresentados, apenas um (PETTERSEN et al., 2014) utilizou dose de 6 mg/kg e não demonstrou efeitos da CAF, enquanto que os outros estudos utilizaram 3 mg/kg na forma de bebida energética. É possível que a dose acima tenha atrapalhado as ações dos atletas e por isso não foi encontrado nenhum efeito. Entretanto, cabe salientar que, dos 11 estudos apresentados, 8 ofereceram a mesma bebida energética em pó (Fure®, ProEnergetics, Espanha). Apesar da CAF ser o principal constituinte da bebida, existem outros ingredientes como: taurina (18,7 mg/kg); bicarbonato de sódio (4,7 mg/kg) e L-carnitina (1,9 mg/kg). É possível que a interação dessas substâncias tenha potencializado o efeito da CAF, visto que tanto a taurina quanto o bicarbonato de sódio em combinação com a CAF já demonstraram promover efeito aditivo quando comparados apenas com a suplementação de CAF (WARNOCK et al., 2017; FELIPPE et al., 2016). No entanto, é importante ressaltar que as doses utilizadas nesses estudos (taurina - 50 mg/kg e bicarbonato de sódio - 0,3 g/kg) são maiores do que as encontradas na bebida energética. De forma geral, a CAF foi responsável por promover Δ%̅̅̅̅̅ = 6,4% na distância total percorrida, enquanto que o número de sprints realizados durante as partidas obteve-se Δ%̅̅̅̅̅= 30%, demonstrando seu potencial ergogênico. Estudos que utilizaram essa abordagem de validação ecológica dos efeitos da CAF devem ser realizados em outras doses e em outras formas de administração para que seja possível extrair conclusões mais assertivas sobre o uso dessa substância.

4.6.2. Efeito da CAF sobre o desempenho de ações específicas

A análise do desempenho durante movimentos específicos de diversas modalidades foi o objetivo de estudos recentes. Relembrando, Del Coso et al. (2014) ofereceram 3 mg/kg de CAF na forma de bebida energética para 15 jogadores universitários de Voleibol, afim de investigar a velocidade da bola durante o saque (m/s). Foram realizados 3 saques com o jogador parado contra área determinada com 30s de descanso entre cada tentativa e pistola de radar de velocidade foi posicionada a 3 metros de distância da área-alvo para o saque, afim de determinar a velocidade do saque. Foi observado que após o consumo de CAF, a velocidade do saque (m/s)

(34)

aumentou quando comparado com o grupo PLA (PLA: 20,6 ± 2,3 vs. CAF: 21,2 ± 2,3; p<0,05; ES= 0,26). O mesmo grupo de pesquisadores encontraram resultados semelhantes em estudo posterior (PÉREZ-LÓPEZ et al., 2015). O mesmo protocolo para o saque foi adotado, no entanto, a amostra era composta de 13 jogadoras amadoras de Voleibol. As atletas ingeriram a mesma quantidade de CAF do estudo anterior (3 mg/kg) também na forma de bebida energética, utilizando a mesma abordagem de desenho experimental. O consumo da CAF promoveu aumento para a velocidade do saque tanto para o saque com impulso seguido do salto (PLA: 17,9 ± 2,2 m/s vs. CAF: 18,8 ± 2,2 m/s; p<0,05; ES= 0,41), quanto para o salto com o jogador parado (PLA: 19,2 ± 2,1 m/s vs. CAF: 19,7 ± 1,9 m/s; p<0,05; ES= 0,30), em relação ao grupo PLA.

O aumento da velocidade do saque, apesar de pequeno, pode ser consequência da melhora de recrutamento de unidades motoras (WARREN et al., 2010) aliado ao menor tempo para atingir a força pico durante contrações concêntricas (meio-agachamento/supino), como demonstrado anteriormente após o consumo de 3 mg/kg na forma de bebida energética (DEL COSO et al., 2012a). Ainda, existe correlação significante (r=0,63) entre a velocidade do saque e a força isocinética do ombro dominante (rotador interno), e, sendo a massa da bola constante, maior velocidade significa maior força dos membros superiores (FORTHOMME et al., 2005). Portanto, o consumo de CAF favoreceu o aumento de força em movimentos específicos (Δ%̅̅̅̅̅= 3,51 %), promovendo benefícios nas ações das partidas, visto que o desempenho do saque é preditor de vitórias no Voleibol (PEÑA et al., 2013).

Outra ação inerente a muitas modalidades coletivas é o salto vertical. Estratégias para aumentar o salto vertical sempre foram objeto de pesquisa na comunidade científica pois é uma ação presente e necessária em diversas ações (WILLIAMS; FORD, 2008), como o rebote no Basquetebol ou o bloqueio no Voleibol. Portanto, qualquer estratégia que possa melhorar essa capacidade é válida. Existem diversas metodologias que investigam os diversos tipos de saltos e suas finalidades, independente dos esportes (ARAGÓN, 2000; SATTLER et al., 2011). Os métodos mais utilizados para avaliar essa capacidade são o Squat Jump (SJ), o Counter Movement Jump (CMJ) e o 15 Rebound Jump (15RJ), pois estes replicam, com as respectivas limitações, os movimentos específicos realizados em partidas (SHEPPARD et al., 2008).

(35)

A partir desse pressuposto, Bloms et al. (2016) suplementaram 25 atletas universitários com 5 mg/kg ou PLA em desenho uni-cego e crossover, e testaram os atletas para o SJ e o CMJ. Foi observado melhora da altura do SJ com a suplementação de CAF (PLA: 32,8 ± 6,2 cm vs. CAF: 34,5 ± 6,7 cm; p=0,001, ES= 0,26), assim como, menor tempo para atingir metade da força pico (PLA: 0,084 ± 0,04 vs. CAF: 0,074 ± 0,03; p=0,019; ES= -0,28). Já para as análises do CMJ, foi observado maior altura do salto quando os atletas consumiram a CAF (PLA: 36,4 ± 6,9 cm vs. CAF: 37,9 ± 7,4 cm; p=0,001; ES= 0,21), maior força pico (PLA: 1225 ± 379 N vs. CAF: 1282 ± 391 N; p= 0,032; ES= 0,15) e também maior média das taxas de desenvolvimento de força (PLA: 6371 ± 3435 N/s-1 vs. CAF: 7229 ± 4049 N/s-1; p=0,037; ES= 0,23). Zbinden-Foncea et al. (2018) encontraram resultados similares ao suplementar 10 atletas profissionais de Voleibol com 5 mg/kg de CAF. Os pesquisadores investigaram o CMJ e variáveis da fase concêntrica e excêntrica do salto. Foi encontrado que a altura do salto foi maior após o consumo da CAF em comparação ao PLA (PLA: 41 ± 5 cm vs. CAF: 46 ± 3 cm; p< 0,01; ES= 1,21), assim como o tempo de voo (PLA: 0,53 ± 0,03 s vs. CAF: 0,56 ± 0,03 s; p< 0,01; ES= 1,0), força pico concêntrica (PLA: 981,25 ± 134,13 N vs. CAF: 1049,60 ± 123,21 N; p= 0,01; ES= 0,53), aceleração pico (PLA: 11,38 ± 1,89 m/s2 vs. CAF: 13,11 ± 1,32 m/s2; p< 0,01; ES= 1,06), força pico (PLA: 2014,14 ± 347,03 W vs. CAF: 2399,74 ± 318,02 W; p< 0,01; ES= 1,16), e velocidade pico (PLA: 2,44 ± 0,36 m/s vs. CAF: 2,79 ± 0,35 m/s; p< 0,01; ES= 0,99). No entanto, não foi encontrado efeitos da CAF na fase excêntrica do salto. Os autores sugerem que a CAF talvez não tenha o potencial para agir nas propriedades elásticas do músculo.

Utilizando a mesma dose de 5 mg/kg, Guerra et al. (2018) avaliaram a capacidade da CAF em melhorar o CMJ, antes e após protocolo de Post-activation Potentiation (PAP) em 12 jogadores amadores de Futebol. Não foi encontrado diferenças entre a CAF e o PLA para os valores de CMJ antes do protocolo de PAP (p> 0,05). No entanto, 1, 3 e 5 minutos após a aplicação do protocolo de PAP, o consumo de CAF demonstrou aumentar a altura do CMJ, quando comparado ao PLA (p< 0,05). Os valores exatos das alturas atingidas durante o CMJ não foram reportados. De qualquer forma, os autores indicam que a CAF exerceu ação sinergista com o protocolo de PAP. Utilizando dose maior (6 mg/kg), Apostolidis et al. (2018) investigaram se 20 atletas de Futebol de nível misto respondiam ao CMJ da mesma maneira à suplementação de CAF, após serem classificados em responsivos ou

(36)

pouco responsivos. Os indivíduos foram classificados com base na diferença entre os valores de repouso de pressão arterial média, glicerol, ácidos graxos não esterificados e epinefrina e após 60 minutos da suplementação com CAF ou PLA. Os indivíduos que apresentaram valores maiores do que a média para duas ou mais variáveis eram considerados como responsivos à CAF, enquanto que o restante era classificado como pouco responsivo à CAF. Esse método é uma extensão de sugestão prévia (WARDLE; TREADWAY; DE WIT, 2012) para verificar a responsividade dos indivíduos à CAF. Foi verificado que tanto os atletas responsivos, quanto os atletas pouco responsivos demonstraram maiores valores no CMJ após o consumo da CAF em comparação com o PLA (High – PLA: 40,5 ± 5,7 cm vs. CAF: 42,1 ± 5,5 cm; p< 0,05; ES= 0,28/ Low – PLA: 38,8 ± 4,6 cm vs. CAF: 41,0 ± 3,8 cm; p< 0,05; ES=0,49). De forma geral, esses resultados sugerem que a CAF pode maximizar o desempenho de saltos. Ainda, reforça a capacidade da CAF de melhorar a contração muscular (DEL COSO et al., 2012; BLACK; WADDELL; GONGLACH, 2015), principalmente nos músculos inferiores (BEHRENS et al., 2015a; BEHRENS et al., 2015b).

Diversos estudos encontraram resultados semelhantes ao anterior, mesmo em doses menores que 5 mg/kg. Del Coso et al. (2014) ofereceram bebidas energéticas (3 mg/kg) para 15 atletas universitários de Voleibol e também observaram aumento na altura do salto no CMJ (PLA: 35,9 ± 4,4 cm vs. CAF: 37,7 ± 4,6 cm; p<0,05; ES= 0,40) e consequente produção de força (PLA: 51,4 ± 5,0 W/kg vs. CAF:52,7 ± 5,0 W/kg; p<0,05; ES= 0,26), SJ (PLA: 31,0 ± 4,3 cm vs. CAF: 32,7 ± 4,2 cm; p<0,05; ES= 0,40) e consequente produção de força (PLA: 51,6 ± 7,5 W/kg vs. CAF: 53,4 ± 5,5 W/kg; p<0,05; ES= 0,27) em comparação a bebida energética sem a CAF (PLA). Ainda, a altura média no 15RJ também foi maior quando os atletas consumiram a bebida energética com CAF (PLA: 29,3 ± 4,8 cm vs. CAF: 30,7 ± 4,5 cm; p<0,05; ES= 0,30). O mesmo efeito no 15RJ foi demonstrado em 16 atletas jovens amadores de Basquetebol com o consumo da mesma bebida energética anterior (3 mg/kg) (PLA: 28,8 ± 3,4 cm vs. CAF: 30,2 ± 3,6 cm; p<0,05; ES= 0,35), assim como a altura do CMJ (PLA: 37,5 ± 4,4 cm vs. CAF: 38,3 ± 4,4 cm; p<0,05; ES= 0,18) (ABIAN-VICEN et al., 2014).

Resultados semelhantes para os valores da altura média no 15RJ foram encontrados após a administração de bebida energética (3 mg/kg) em 19 atletas amadores de Futebol (PLA: 34,7 ± 4,7 cm vs. CAF: 35,8 ± 5,5 cm; p<0,05; ES= 0,22) em comparação com o PLA (DEL COSO et al., 2012b). A mesma bebida energética

(37)

(3 mg/kg) em 18 atletas amadoras de Futebol também foi efetiva em aumentar a média do CMJ (PLA: 26,6 ± 4,0 cm vs. CAF: 27,4 ± 3,8 cm; p=0,05; ES= 0,21) (LARA et al., 2014). Utilizando doses ainda menores de CAF, que variavam entre 1, 2 e 3 mg/kg, Ellis et al. (2018) demonstraram, em 15 jogadores juvenis de Futebol, a influência do efeito dose-resposta da CAF sobre o CMJ. Por meio do modelo de regressão multinível com abordagem bayesiana, os pesquisadores demonstraram que todas as doses foram efetivas em aumentar a altura do salto quando comparado com o PLA (PLA: 38,07 ± 8,5 cm vs. CAF1: 39,36 ± 7,23 cm; p= 77%; ES= 0,16/ CAF2: 40,96 ± 6,11 cm; p= 84%; ES= 0,39 / CAF3: 41,6 ± 7,2 cm; p= 96%; ES= 0,45). O resultado na altura do salto continuou consistente mesmo quando o CMJ foi aplicado após o protocolo de atividade intermitente, com valores ainda maiores do que os anteriores, quando utilizado a dose de 3 mg/kg (PLA: 36,6 ± 8 cm vs. CAF1: 36,6 ± 7,17 cm; p= 72%; ES= 0/ CAF2: 37,47 ± 8,21 cm; p= 58%; ES= 0,11 / CAF3: 42,3 ± 8 cm; p= 96%; ES= 0,71).

Analisando outros padrões de movimento como o Spike Jump e o Block Jump, no qual o primeiro exige uma abordagem de dois passos precedentes do salto e o segundo permite o auxílio do braço durante a fase de impulsão do salto, as alturas dos saltos aumentaram após o consumo de CAF através de bebida energética (3 mg/kg) em 13 atletas juvenis amadoras de Voleibol (PÉREZ-LÓPEZ et al., 2015). O consumo da bebida aumentou a altura do salto tanto para o Spike Jump (PLA: 43,3 ± 4,7 cm vs. CAF: 44,4 ± 5,0 cm; p< 0,05; ES= 0,23), quanto para o Block Jump (PLA: 35,2 ± 5,1 cm vs. CAF: 36,1 ± 5,1; p<0,05; ES= 0,18). A CAF também foi capaz de aumentar a altura do salto no CMJ (PLA: 32,0 ± 4,6 cm vs. CAF: 33,1 ± 4,5 cm; p< 0,05; ES= 0,24), como também no SJ (PLA: 28,1 ± 3,2 cm vs. CAF: 29,4 ± 3,6; p< 0,05; ES= 0,38). Ainda, analisando a performance de 20 atletas profissionais de Basquetebol no Abalakov Jump, teste no qual se realizam o protocolo parecido com o CMJ, porém o balanço do braço é permitido, a suplementação de 3 mg/kg ou PLA aumentou a média dos saltos em relação ao PLA (PLA: 37,3 ± 6,8 cm vs. CAF: 38,2 ± 7,4 cm; p= 0,012; ES= 0,13) (PUENTE et al., 2017). Posteriormente, um trabalho do mesmo autor (PUENTE et al., 2018), investigou a altura atingida durante o Abalakov Jump em 19 atletas de Basquetebol após a suplementação de 3 mg/kg, contudo, o objetivo dos pesquisadores era verificar se existia diferença no desempenho para portadores do polimorfismo na enzima CYP1A2. Foi identificado que os portadores do alelo AA aumentaram a altura do salto (PLA: 39,6 ± 7,2 cm vs. CAF: 40,7 ± 7,3 cm; p=

(38)

0,03; ES= 0,2), enquanto que não foi encontrado diferença na altura atingida pelos indivíduos portadores do alelo CC após a suplementação com CAF (PLA: 36,3 ± 5,9 cm vs. CAF: 37,2 ± 6,9 cm; p= 0,33; ES= 0,2). Apesar desses resultados, análises individuais realizada pelos autores revela que, a porcentagem de indivíduos com alelo AA que responderam ao tratamento com CAF (80% - 8/10) é semelhante aos portadores do alelo CC (69% - 6/9). Além disso, o ES (AA: 0,2 / CC: 0,2 ) e a diferença entre as médias expressa em porcentagem (AA: 2,9 ± 3,6 % / CC: 2,3 ± 6,8 %) são comparáveis entre os grupos, sugerindo que o efeito ergogênico da CAF existe, contudo, as mudanças nos portadores do alelo CC são mais discretas e portanto, não demonstraram diferença estatística.

Entretanto, esses resultados positivos da influência da CAF sobre a altura do salto nos diversos protocolos não é consenso. Em estudo recente, realizado com 10 atletas de nível misto (recreacional até internacional), utilizou 6 mg/kg de CAF ou PLA e avaliou-se o desempenho no CMJ (ALI et al., 2016). Não foi encontrada diferença para as alturas dos saltos entre as intervenções (PLA: 39,7 ± 5,7 cm vs. CAF: 40,1 ± 4,7 cm; p=0,582; ES= 0,08). A comparação desses resultados com os anteriores deve ser feita com cautela, pois o CMJ foi aplicado entre blocos de exercícios intermitentes, fadigando previamente as atletas. Além disso, os resultados podem ter sido mascarados pelo nível de treinamento misto entre a amostra, visto que indivíduos treinados tendem a responder de forma diferente à CAF (SKINNER et al., 2014). De forma similar, Tucker et al. (2013) também não encontraram efeitos da CAF (3 mg/kg) na performance do salto de 5 jogadores de Basquetebol amadores. Os pesquisadores aplicaram o 10 Reactive Strenght Index Jumps (RSI), no qual é necessário que os atletas executem 10 saltos consecutivos no menor período e com a maior altura possível. Os dados para a altura dos saltos não foram reportados, mas não houve diferença entre os RSI com o PLA e com a CAF.

Entretanto, simulando condições parecidas com 12 jogadores amadores de Futebol, a suplementação com 6 mg/kg aumentou a altura média do CMJ em relação ao PLA (PLA: 55,6 ± 5,1 cm vs. CAF: 57,1 ± 5,1 cm; p<0,01; ES= 0,29), mesmo quando realizada entre blocos de atividades intermitentes, contrapondo os resultados anteriores (FOSKETT; ALI; GRANT, 2009). É possível que o nível de treinamento homogêneo da amostra tenha realçado os efeitos da CAF. Suportando esses resultados, Del Coso et al. (2013a) suplementaram 16 atletas profissionais da seleção espanhola de Rugby Sevens com bebida energética que continha 3 mg/kg de CAF e

(39)

observaram que, em comparação com o PLA, o grupo que consumiu a CAF apresentou maior produção de potência (kW) durante o 15RJ (PLA: 23,5 ± 10,1 vs. CAF: 25,6 ± 11,8; p= 0,05; ES= 0,19), mesmo este teste sendo aplicado após a simulação de partida com duração total de 45 minutos.

As evidências aqui expostas indicam que a CAF administrada em doses entre 3 a 6 mg/kg pode ser uma estratégia eficiente para melhorar o desempenho do salto vertical em atletas de modalidades intermitentes. Não é possível garantir que essa vantagem no salto vertical se traduza em benefício direto em termos de desempenho de jogo. No entanto, é plausível assumir que a CAF, em alguns estudos, pode maximizar o desempenho do salto vertical, que, por sua vez, é uma ação que precede muitas outras de fundamental importância para as modalidades coletivas. Além disso, a magnitude do benefício da suplementação para a altura do salto foi de Δ%

̅̅̅̅̅= 4,7%, variando de 2,1% até 15,6%. Apesar de modesto, o aumento da altura do salto por meio da suplementação de CAF pode ser uma estratégia válida para atletas de modalidades coletivas.

4.7. CONCLUSÃO

A CAF se destaca por ser uma das poucas substâncias da atualidade com dados concretos sobre sua eficácia. O uso e a efetividade dessa substância em atividades de endurance é bem estabelecido. Atividades intensas também parecem se beneficiar do uso da CAF, desde que a dose esteja entre 3 a 6 mg/kg. Recentemente, foi questionado se essa substância seria capaz de melhorar o desempenho de atletas envolvidos com modalidades coletivas, em cenários reais de competição. O presente trabalho reforça o papel ergogênico da CAF durante as partidas em atletas de esportes coletivos. É possível que mecanismos relacionados à produção de força/potência possam maximizar o desempenho de ações específicas, como o salto vertical. Contudo, existe ainda a questão sobre a individualidade das respostas ao consumo de CAF, que deve ser avaliada. Em termos práticos, recomenda-se que os atletas experimentem, sob a orientação do nutricionista, a suplementação com CAF durante as sessões de treinamento para só então utiliza-la na competição, afim de evitar quaisquer efeitos colaterais indesejáveis.

Referências

Documentos relacionados

O construto estilo e qualidade de vida é explicado pelos seguintes indicadores: estilo de vida corrido realizando cada vez mais trabalho em menos tempo, realização

Quando Goffman (1985) fala em palco e cenário, atores e platéia, papéis e rotinas de representação, necessidade, habilidades e estratégias dramatúrgicas,

Verificou-se ainda que: os adolescentes que recorreram por sua iniciativa ao tratamento têm maior probabilidade de ter sucesso; os adolescentes que tiveram sucesso comem porções

Purpose: This thesis aims to describe dietary salt intake and to examine potential factors that could help to reduce salt intake. Thus aims to contribute to

a) Carlos mobilou o consultório com luxo. Indica o tipo de sujeito das seguintes frases.. Classifica as palavras destacadas nas frases quanto ao processo de formação de palavras..

A summary of all potential and confirmed known records of bees as hosts of mutillid wasps in the Neotropical region is presented in..