• Nenhum resultado encontrado

O que são Tecnologias_Como Convivemos com as Tecnologias

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "O que são Tecnologias_Como Convivemos com as Tecnologias"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

T

TEEXXTTOO0011--UUSSOO EEXXCCLLUUSSIIVVOO EEMM SSAALLAA DDEE AAUULLAA KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a

distância. 2.ed. São Paulo: Papirus, 2003. p. 17 - 27.

1

O QUE SÃO TECNOLOGIAS?

COMO CONVIVEMOS COM AS TECNOLOGIAS?1

E comum ouvimos dizer que "na atualidade, as tecnologias invadem nosso cotidiano". Alguns autores contemporâneos falam mesmo que estamos vivendo em plena "sociedade tecnológica". O que tenho observado é que essas expressões ecoam no pensamento popular de maneira perturbadora. Aguçam a imaginação. As pessoas começam a pensar nos espaços apresentados em romances e filmes de ficção científica que exploram a oposição entre nossa natureza humana e a “máquina”, forma concreta com que a tecnologia é popularmente reconhecida.

Essa visão redutora sobre o conceito de tecnologia como algo negativo, ameaçador e perigoso deixa aflorar um sentimento de medo. As pessoas se assustam com a possibilidade de que se tornem realidade as tramas ficcionais sobre o domínio do homem e da Terra pelas “novas e inteligentes tecnologias” - nossa civilização dominada por rôbos e outros equipamentos sofisticados, dotados de um alto grau de inteligência, em muito superior ao do “homem comum”.

“Tecnologia”, no entanto, não significa exatamente isso. Ao contrário, ela está em todo lugar, já faz parte de nossas vidas. Nossas atividades cotidianas mais comuns - como domir, comer, trabalhar, ler, conversar, deslocarmo-nos para diferentes lugares e divertimo-nos, são possíveis graças as tecnologias a que temos acesso. As tecnologias estão tão próximas e presentes, que nem percebemos mais que não são coisas naturais. Tecnologias que resultaram por exemplo, em talheres, pratos, panelas, fogões, fornos, geladeiras, alimentos industrializados e muitos outros produtos, equipamentos e processos que foram planejados e construídos para podermos realizar a simples e fundamental tarefa que garante nossa

1 Partes deste capítulo foram escritas e publicadas originalmente no módulo 1 do “TV na escola e os desafios de

hoje: Projeto de curso de extensão para professores do ensino fundamental da rede pública – UniRede e Seed/MEC”. Brasília: Ed. da UnB, 2000.

(2)

sobrevivêcia: a alimentação.

Da mesma forma, para todas as demais atividades que realizamos, precisamos de produtos e equipamentos resultantes de estudos, planejamentos e construções específicas, na busca de melhores formas de viver. Ao conjunto de conhecimentos e princípios científicos que se aplicam ao planejamento, à construção e à ulilização de um equipamento em um determinado tipo de atividade nós chamamos de "tecnologia". Para construírem qualquer equipamento - seja uma caneta esferográfica ou um computador –, os homens precisam pesquisar, planejar e criar tecnologias.

Nas atividades cotidianas lidamos com vários tipos de tecnologia. Às maneiras, os jeitos ou as habilidades especiais de lidar com cada tipo de tecnologia para executar ou fazer algo, nós chamamos de técnicas. Algumas dessas técnicas são muito simples e de fácil aprendizado: são transmitidas de geração em geração e se incorporam aos costumes e hábitos sociais de um determinado grupo de pessoas. As técnicas de preparar determinados alimentos, por exemplo, variam muito entre os povos e identificam os hábitos culinários de uma determinada cultura.

Existem tecnologias que exigem técnicas mais elaboradas representadas por habilidades e conhecimentos específicos e complexos. Pilotar um avião a jato, por exemplo, requer conhecimentos e treinamentos especializados. Segundo o

Dicionário de filosofia de Nicola Abbagnano (1982), a tecnologia é “o estudo dos

processos técnicos de um determinado ramo de produção industrial ou de mais ramos" (p. 906). Já a técnica, no mesmo dicionário,

(...) compreende todo conjunto de regras aptas a dirigir eficazmente uma atividade qualquer. A técnica, neste sentido, não se distingue nem da arte nem da ciência nem de qualquer processo ou operação para conseguir um efeito qualquer, e o seu campo estende-se tanto quanto o das atividades humanas. (Idem, ibidem, p. 904)

Muitos dos equipamentos e produtos que utilizamos em nosso cotidiano não são notados como tecnologias. Alguns invadem nosso corpo, como próteses, alimentos e medicamentos. Óculos, dentaduras, comidas e bebidas induslrializadas, vitaminas e outros tipos de medicamentos são produtos resultantes de sofisticadas tecnologias.

Como podemos deduzir, dificilmente nossa maneira atual de viver seria possível sem as tecnologias. Elas integram nosso cotidiano e já não sabemos, viver

(3)

sem fazer uso delas. Por outro lado, acostumamo-nos tanto com uma série enorme de produtos e equipamentos tecnológicos que os achamos quase naturais. Nem pensamos o quanto foi preciso de estudo, criação e construção para que chegassem em nossas mãos.

Tudo o que utilizamos em nossa vida diária, pessoal e profissional – utensílios, livros, giz e apagador, papel, canetas, lápis, sabonetes, talheres... – são formas diferenciadas de ferramentas tecnológicas. Quando falamos da maneira como ulilizamos cada ferramenta para realizar determinada ação, referimo-nos à técnica. A tecnologia é o conjunto de tudo isso: as ferramentas e as técnicas que correspondem aos usos que lhes destinamos, em cada época.

A cada época uma tecnologia

É muito difícil aceitar que apenas o atual momento em que vivemos possa ser chamado de “era tecnológica”. Na verdade, desde o início da civilização, todas as eras correspondem ao predomínio de um determinado tipo de tecnologia. Todas as eras foram, portanto, cada uma à sua maneira, “eras tecnológicas”. Assim tivemos a Idade da Pedra, do Bronze... até chegamos ao momento tecnológico atual.

Na perspectiva de um renomado filósofo francês, Gilbert de Simolldon (1969). o homem iniciou seu processo de humanização, ou seja, a diferenciação de seus comportamentos em relação aos dos demais animais, a partir do momento em que utilizou os recursos existentes na natureza em benefício próprio. Pedras, ossos, galhos e troncos de árvores foram transformados em ferramentas pelos nossos ancestrais pré-históricos. Com esses materiais, procuravam superar suas fragilidades físicas em relação às demais espécies. Contava o homem primitivo com duas grandes ferramentas naturais e distintas das demais espécies: o cérebro e a mão criadora (Chauchard, 1972). Frágil em relação aos demais animais, sem condições de se defender dos fenômenos da natureza – a chuva, o frio, a neve... –, o homem precisava de equipamentos que ampliassem suas competências. Não podia garantir sua sobrevivência e sua superioridade apenas pela conjugação das possibilidades do seu raciocínio com sua habilidade manual. A utilização dos recursos naturais para atingir fins específicos ligados a sobrevivência da espécie foi a maneira inteligente que o homem encontrou para não desaparecer.

(4)

social para superar as dificuldades e os desafios cIimáticos, de alimentação e de ataque de outros animais. Através do tempo esses grupos foram evoluindo socialmente e aperfeiçoando suas ferramentas e seus utensílios. Grupos sociais que criaram culturas específicas e diferenciadas, formadas por conhecimentos, maneiras peculiares e técnicas particulares de fazer as coisas. Essas culturas foram se consolidando em costumes, crenças e hábitos sociais, transmitidos de geração em geração.

A evolução social do homem confunde-se com as tecnologias desenvolvidas e empregadas em cada época. Diferentes épocas da história da humanidade são historicamente reconhecidas, pelo avanço tecnológico correspondente. As idades da pedra, do ferro e do ouro, por exemplo, correspondem ao momento histórico-social em que foram criadas "novas tecnologias" para o aproveitamento desses recursos da natureza de forma a garantir melhor qualidade de vida. O avanço científico da humanidade amplia o conhecimento sobre esses recursos e cria permanentemente “novas tecnologias”, cada vez mais sofisticadas.

A evolução tecnológica não se restringe apenas aos novos usos de determinados equipamentos e produtos. Ela altera comportamentos. A ampliação e a banalização do uso de determinada tecnologia impõem-se à cultura existente e transformam não apenas o comportamento individual, mas o de todo o grupo social. A descoberta da roda, por exemplo, transformou radicalmente as formas de deslocamento entre os grupos.

A economia, a política e a divisão social do trabalho refletem os usos que os homens fazem das tecnologias que estão na base do sistema produtivo, em diferentes épocas. O homem transita culturalmente mediado pelas tecnologias que Ihe são contemporâneas. Elas transformam suas maneiras de pensar, sentir, agir. Mudam também suas formas de se comunicar e de adquirir conhecimentos.

As tecnologias não são apenas feitas de produtos e equipamentos

Existem outros tipos de tecnologias que vão além dos equipamentos. Em muitos casos, alguns espaços ou produtos são utilizados como suportes, para que as ações ocorram. Um exemplo: as chamadas “tecnologias da inteligência” (Levy, 1993), construções internalizadas nos espaços da memória das pessoas e que foram criadas pelos homens para avançar no conhecimento e aprender mais. A

(5)

linguagem oral, escrita e a linguagem digital (dos compuladores) são exemplos paradigmáticos desse tipo de tecnologia.

Articuladas às tecnologias da inteligência nós temos as “tecnologias de comunicação e informação” que, por meio de seus suportes (mídias2, como o jornal, o rádio, a televisão...). realizam o acesso, a veiculação das informações e todas as demais formas de ação comunicativa, em todo o mundo.

Uma das caracteristicas dessas novas tecnologias de informação e comunicação é que todas elas não se limitam aos seus suportes, ou seja, como Reeves e Nass (1996. p. 251) consideram, televisores, computadores e todos os novos suportes midiáticos são mais do que ferramentas". Em um exaustivo estudo sobre o comportamento das pessoas em relação às mídias, esses dois pesquisadores observaram que elas tratam seus televisores (e computadores) como pessoas ou lugares. Televisores e computadores participam ativamente de nosso mundo natural e social, dizem os autores.

Os levantamenlos feitos por Reeves e Nass com pessoas de diferentes idades, culturas, níveis educacionais e graus de experiência no uso das tecnologias mostraram não haver diferenças significativas nas maneiras amáveis com que elas tratam essas tecnologias. O computador pessoal "não é tratado de forma radicalmente diferente da TV" (Reeves e Nass 1996, p. 252), independentemente do tamanho, da capacidade, da idade ou do grau de sofisticação do equipamento. A humanização desses aparelhos é fruto da incorporação dos conteúdos midíaticos (sons, imagens, textos...) veiculados em forma de informações e comunicações aos seus atributos (de máquina).

A pesquisa que fizeram revelou que as pessoas tratam diferentemente as imagens com vozes masculinas ou femininas, e que a apresentação em close de um rosto, tomando toda a tela da televisão, pode invadir o espaço físico da pessoa e causar transtornos psíquicos, inclusive. As mídias podem despertar respostas emocionais (riso, lágrimas, choro...). exigir atenção, intimidar, influenciar a memória e mudar o conceito do que é natural, dizem esses autores.

Essa interação entre o conteúdo veiculado pelas tecnologias midiáticas e as “tecnologias da inteligência” também é observada por Derrick Kerckhove (1997,

2

Utilizarei neste livro a palavra mídia, forma com que popularmente são designados no Brasil os meios de comunicação. Ao optar pelo uso dessa expressão, não ignoro sua origem linguística (do latim, medium – meio e media = meios) e conceitual (na língua inglesa, mass media, para designar os meios de comunicação de/em

(6)

p.38) que nos diz que a “TV fala ao corpo, não à mente”. O corpo reage às imagens, aos movimentos e às informações que aparecem na tela. É impossível acompanhar racionalmente a velocidade do que é ali apresentado, mas há uma interação imediata com o nosso espaço físicocorporal, nosso sistema nervoso e nossas emoções. "Perceber a cuItura televisiva implica conhecer a razão e a forma como a televisão nos fascina para além do nosso consciente", diz Kerckhove (op. cit., p. 39).

As mídias há muito tempo abandonaram suas características de mero suporte tecnológico e criaram suas próprias lógicas, suas linguagens e maneiras particulares de comunicar-se com as capacidades perceptivas, emocionais cognitivas, intuitivas e comunicativas das pessoas.

Quando estamos envolvidos com o enredo de um filme de terror, por exemplo, custamos a nos lembrar de que é apenas um filme. Nossa primeira reação é a de nos assustarmos. Só depois utilizamos nossa capacidade de raciocínio para nos acalmarmos e raciocinarmos: “Isto é apenas um filme...” (Reeves e Nass 1996, p.253). Esse é um dos exemplos, apresentados por Reeves e Nass, para demonstrar que nossa primeira forma de comprender o que é veiculado na televisão é emocional. A análise mais racional da situação vem depois.

Kerckhove (1997, p. 40) considera que a velocidade apresentada nas mudanças rápidas das imagens na televisão impede os necessários distanciamento – intervalo entre o efeito do estímulo e a seIeção reflexiva da relação mais adequada – e tempo para processar a informação recebida no nosso consciente. A televisão não deixa intervalos para refletir sobre o que vemos. Como diz Morris Wolfe (apud Kerckhove op. cit., p. 42), a televisão precisa fazer “zap no zapeador”, para impedir que ele adormeça, mude de canal ou produza respostas cognitivas completas e imediatas ao que ela lhe oferece.

Em um processo dinâmico e veloz, as imagens são construídas em nossa mente a partir dos estímulos visuais oferecidos na tela. Ver televisão é interagir permanentemente com as imagens apresentadas na tela. Como diz Kerckhove (op.

cit. p. 48), “a imagem formada não precisa necessariamente fazer sentido para nós”.

O que se forma é a imagem, que irá ficar gravada em nossa lembrança, mesmo sem a compreendermos totalmente.

As novas tecnologias de informação e comunicação,3 caracterizadas como

3Estou considerando como “novas tecnologias de comunicação e informação” as mais utilizadas elas pessoas e que são

(7)

midiáticas, são, portanto, mais do que simples suportes. Elas interferem em nosso modo de pensar, sentir, agir, de nos relacionarmos socialmente e adquirismos conhecimentos. Criam uma nova cultura e um novo, modelo de socidade.

Essa nova sociedade – essencialmente diferente da sociedade industrial que a antecedeu, baseada na produção e no consumo de produtos iguais, em massa – caracteriza-se pela personalização das interações com a informação e as ações comunicativas. Nesse novo momento social, “o elemento comum subjacente aos diversos aspectos de funcionamento das sociedades emergentes e o tecnoIógico” (Tortajada e Pelaez 1997. p. 252), Um “tecnoIógico” muito diferente, baseado na cultura digital.

As tecnologias de comunicação e informação invadem nosso cotidiano Estamos vivendo um novo momento tecnológico. A ampliação das possibilidades de comunicação e de informação, por meio de equipamentos como o telefone, a televisão e o computador, altera nossa forma de viver e de aprender na atualidade.

Antigamente as pessoas saíam às ruas ou ficavam à janela de suas casas para se informarem sobre o que estava acontecendo nas proximidades, na região e no mundo. A conversa com os vizinhos e os viajantes garantia a troca e a renovação das informações. Na atualidade, a “janela é a tela”, diz Virilio (1993. p. 62). Pela tela da televisão é possível saber de tudo o que está acontecendo em todos os cantos, desde as mais longínquas partes do mundo até nossas redondezas. Da nossa sala, por meio da televisão ou do computador, podemos saber a previsão do tempo e o movimento do trânsito, informamo-nos sobre as últimas notícias, músicas, os filmes e livros que fazem sucesso e muito mais. Podemos interagir com pessoas e instituições de todo o mundo.

O que é veiculado pelos programas televisivos passou a orientar nossas vidas. Pessoas de todas as idades, condições econômicas e de todos os níveis intelectuais começaram a viver “Iigadas na televisão”. Algumas pessoas chegaram

no limite: trocaram de lado. Assumiram em suas vidas valores, hábitos e

comportamentos copiados dos personagens da televisão. Viraram também “personagens”. Não conseguem mais viver distantes da televisão e assimilam acriticamente tudo o que é ali veiculado.

(8)

A televisão, por sua vez, aproxima-se cada vez mais da realidade cotidiana. O sucesso de programas (reality shows) como “Casa dos Artistas” e “Big Brother Brasil” mostra o quanto a vivência cotidiana das pessoas alimenta o “show” oferecido pela mídia. A ficção confunde-se com a realidade produzida no espaço artificial dos cenários televisivos. Artistas e pessoas comuns vivem um cotidiano totalmente, documentado e exibido e que desperta a curiosidade geral do grande público. A exibição da performance das pessoas em cenas de intimidade cotidiana explicita (dormir, comer, tomar banho, namorar...) diante da tela confunde os pensamentos, os sentimentos, os julgamentos e as ações dos telespectadores.

Da mesma forma, todas as formas de interação proporcionadas pelos computadores – principalmente quando ligados a Internet – geram transformações explícitas no comportamento dos seus usuários.

As mídias, como tecnologias de comunicação e de informação, invadem o cotidiano das pessoas e passam a fazer parte dele. Para seus frequentes usuários, não são mais vistas como tecnologias, mas como complementos, como companhias, como continuação de seu espaço de vida.

Por meio do que é transmitido pela televisão, ou acessado pelo computador, as pessoas se comunicam, adquirem informações e transformam seus

comportamentos. Tornam-se “teledependentes” ou “webdependentes” –

consumidoras ativas, permanentes e acríticas do universo midiático.

Esse é um dos grandes desafios para a ação da escola na atualidade. Viabilizar-se como espaço crítico em relação ao uso e à apropriação dessas tecnologias de comunicação e informação. Reconhecer sua importâcia e sua interferência no modo de ser e de agir das pessoas e na própria maneira de se comportarem diante de seu grupo social, como cidadãs. Apropriamo-nos, aqui, das palavras de Umberto Eco (1996) quando diz que “nós precisamos de uma forma nova de competência crítica, uma arte ainda desconhecida de seleção e decodificação da informação, em resumo uma sabedoria nova”. Desenvolver a consciência crítica e fortalecer a identidade das pessoas e dos grupos são desafios atuais a ser enfrentados por todos nós professores.

Desafios das tecnologias na sociedade atual

(9)

várias formas eletronicas de armazenamento, tratamento e difusão da informação. Tornam-se “midiáticas” após a união da informática com as telecomunicações e o audiovisual. Geram produtos que tem como algumas de suas características a possibilidade de interação comunicativa e a Iinguagem digital.

A velocidade das alterações no universo informacional cria a necessidade de permanente atualização do homem para acompanhar essas mudanças.

As tecnologias da comunicação evoluem sem cessar e com muita rapidez. A todo instante novos produtos diferenciados e sofisticados – telefones celulares, fax.

Softwares, vídeos, computador multimídia, Internet, televisão interativa, realidade

virtual, videogames – são criados. Esses produtos, no entanto, não são acessíveis a todas as pessoas, pelos seus altos preços e necessidades de conhecimentos específicos para sua utilização.

A democratização do acesso a esses produtos tecnológicos – e a consequente possibilidade de utilizá-Ios para a obtenção de informações – é um grande desafio para a sociedade atuaI e demanda esforços e mudanças nas esferas econômicas e educacionais de forma ampla.

Para que todos possam ter informações que Ihes garantam a utilização confortável das novas tecnologias é preciso um grande esforço educacional geral. Como as tecnologias estão permanentemente em mudança, o estado permanentemente de aprendizagem é consequência natural do momento social e tecnológico que vivemos. O atual estágio dessa “sociedade tecnológica”, baseado nas possibilidades de articulação entre diferentes mídias para acesso a informação e comunicação, caracteriza-se também pela articulação global do mercado econômico mundial. Essas mudanças refletem, por sua vez, na organização e na natureza do trabalho, era produção e no consumo de bens.

Educação e novas tecnologias. Desafios e perspectivas

As alterações sociais decorrentes da banalização do uso e do acesso das tecnologias eletrônicas de comunicação e informação atingem todas as instituições e todos os espaços sociais. Na era da informação, comportamentos, práticas, informações e saberes se alteram com extrema velocidade. Um saber ampliado e mutante caracteriza o atual estágio do conhecimento na atualidade. Essas alterações refletem-se sobre as tradicionais formas de pensar e fazer eduação.

(10)

Abrir-se para novas educações – resultantes de mudanças estruturais nas formas de ensinar e aprender possibilidades pela atualidade tecnológica – é o desafio a ser assumido por toda a sociedade.

REFERÊNCIA

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. 2ª ed. São Paulo: Mestre Jou, 1982.

SIMONDON, G. Du mode d’ existence des objects techniques. Paris: Aubier-Montaine, 1969.

CHAUCHARD, P. El cerebro y la mano creadora. Madri: nancea, 1972.

LEVY, Pierre. As Tecnologias da inteligência. O futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993.

REEVES, B. e NASS, C. The media equation. How people treat computers, television and new media like real people and places. Stanford: CLSI, 1996.

KERCKHOVE, Derrick. A pele da cultura. Uma investigação sobre a nova realidade eletrônica. Lisboa: Relógio D’Água, 1997.

TORTAJADA, J. e PELAEZ, A. (orgs.) Ciência, tecnologia y sociedad. Madri: Sistema, 1997.

VIRILIO, Paul. O espaço crítico. Rio de janeiro: Ed. 34, 1993.

ECCO, Umberto. “From Internet to Gutemberg” Parte VI. Palestra proferida na Italian Academy for Advanced Studies in America, em 12 de novembro [http://www.italynet.com/columbia.htm] . Busca em 3/2002.

Referências

Documentos relacionados

A espectrofotometria é uma técnica quantitativa e qualitativa, a qual se A espectrofotometria é uma técnica quantitativa e qualitativa, a qual se baseia no fato de que uma

A Psicologia, por sua vez, seguiu sua trajetória também modificando sua visão de homem e fugindo do paradigma da ciência clássica. Ampliou sua atuação para além da

A maneira expositiva das manifestações patológicas evidencia a formação de fissuras devido a movimentação térmica das paredes, Figura 9, que não foram dimensionadas com

Figura 8 – Isocurvas com valores da Iluminância média para o período da manhã na fachada sudoeste, a primeira para a simulação com brise horizontal e a segunda sem brise

Equipamentos de emergência imediatamente acessíveis, com instruções de utilização. Assegurar-se que os lava- olhos e os chuveiros de segurança estejam próximos ao local de

Tal será possível através do fornecimento de evidências de que a relação entre educação inclusiva e inclusão social é pertinente para a qualidade dos recursos de

Completado este horário (09h do dia 24 de fevereiro), a organização encerra os revezamentos e fecha a área de troca, não sendo mais permitida a entrada de nenhum atleta

No caso de falta de limpeza e higiene podem formar-se bactérias, algas e fungos na água... Em todo o caso, recomendamos que os seguintes intervalos de limpeza sejam respeitados. •