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VANT: de sua criação aos dias atuais

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Academic year: 2021

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FILIPE SANTIAGO RODRIGUES

VANT; DE SUA CRIAÇÃO AOS DIAS ATUAIS

Palhoça 2020

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VANT; DE SUA CRIAÇÃO AOS DIAS ATUAIS.

Monografia apresentada ao Curso de graduação em Ciências Aeronáuticas, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel.

Orientador: Prof. Marcos Fernando Severo de Oliveira, Esp.

Palhoça 2020

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VANT; DE SUA CRIAÇÃO AOS DIAS ATUAIS.

Esta monografia foi julgada adequada à obtenção do título de Bacharel em Ciências Aeronáuticas e aprovada em sua forma final pelo Curso de Ciências Aeronáuticas, da Universidade do Sul de Santa Catarina

Palhoça, 25 de junho de 2020

_________________________________________________ Orientador: Prof. Marcos Fernando Severo de Oliveira, Esp.

Universidade do Sul de Santa Catarina

___________________________________________________ Prof. Antônio Carlos Vieira de Campos, Esp.

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Primeiramente gostaria de agradecer a Deus por essa oportunidade, por ter me proporcionado saúde e força para superar todos os desafios nessa caminhada.

É claro, agradecer também toda a minha família, principalmente meus pais, minha companheira Maria Júlia, meus avós, por terem oferecido todo apoio moral, financeiro e compreensão aos momentos em que estive ausente para poder me dedicar a formação acadêmica.

Não poderia deixar de lembrar do meu orientador Marcos Fernando, por todo conhecimento passado e orientações.

Sempre tive uma grande admiração pela área da aviação civil, desde pequeno já falava que queria ser piloto, sempre perturbava meu pai para me levar ao aeroporto, simplesmente para ver os aviões, não tinha ideia da complexidade que regia esse mundo da aviação.

Conforme passou o tempo e fui crescendo, quando adolescente mesmo, já pesquisava sobre variados assuntos na internet em relação à área, também lia diversos livros sobre o assunto, consequentemente fui ganhando a noção de que não é um universo simples e sim muito complexo. Quando entrei no curso de ciências aeronáuticas e comecei a estudar mais profundamente sobre esse universo: regulamentos, teoria de voo e matérias mais especificadas da área, fui me apaixonando cada vez mais.

Tive a certeza de que queria levar isso para minha vida toda, quando em 2018 pilotei pela primeira vez um avião, foi a melhor sensação que já senti.

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“A Mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”.

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Até meados da Segunda Guerra Mundial, a ideia de se fazer um VANT ou veículo aéreo não tripulado, tinha sido colocado em prática poucas vezes, até que se passou o tempo e consequentemente essas ideais foram sendo aprimoradas e ao chegar da Guerra, a ideia de usar um equipamento autônomo que não colocasse a vida de soldados e pilotos em risco, ficou cada vez mais próxima da realidade, começando com os projetos V-1 e V-2 da Alemanha, esses projetos no período pós Guerra, foram utilizados pelo Estados Unidos, Reino Unido e União Soviética para o desenvolvimento de veículos autônomos, inclusive foi utilizado como base para começar a corrida espacial na Guerra Fria. A partir desse momento houve um salto no desenvolvimento dos VANTs, com aprimoramento de seus sistemas. Apenas no ano de 2005, se usou um VANT com fim não militar, que foi utilizado pela NASA para monitoramento meteorológico. Em 2010 esse produto chegou ao mercado para os consumidores e desde então foi se tornando uma ferramenta importante em diversas áreas. Então, com o crescente número de VANTs no mercado civil, sendo utilizados para diversas tarefas, consequentemente, houve um aumento do número desses veículos no espaço aéreo, o órgão responsável pelo controle do espaço aéreo, DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), confeccionou diversos documentos com premissas a serem seguidas pelos operadores de aeronaves remotamente tripuladas, afim de garantir a segurança de todos que trafegam pelo espaço aéreo. Conhecer a história e a trajetória dos VANTs é fundamental para entender a importância desses veículos que tem feito parte do cotidiano das pessoas cada vez mais, seja de forma direta ou indireta. O trabalho foi elaborado por pesquisa exploratória e explicativa, com procedimento bibliográfico e documental, com abordagem qualitativa. A coleta de dados se deu através de relatos e dados, disponibilizados por meio eletrônico oficial, livro didático e sites especializados em VANTs. A Análise dos dados se deu através de leitura criteriosa dos materiais disponibilizados, assim, julgando sua relevância para a pesquisa. Como resultado, é possível dizer que a trajetória desses equipamentos, passou por diversos momentos importantes da história, se desenvolvendo até o jeito que o conhecemos atualmente. Atuando em diversas aéreas civis, desde uma produção agrícola a entregas de produtos comprados pela internet. Possui um alto potencial de crescimento, com o surgimento de diversas ideias e adaptação de uso dos VANTs em diversos setores.

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Until the middle of World War II, the idea of making an UAV or unmanned aerial vehicle, had been put into practice a few times, until time passed and consequently these ideals were being improved and when the War came, the idea of using autonomous equipment that did not put the lives of soldiers and pilots at risk, became increasingly closer to reality, starting with Germany's V-1 and V-2 projects, these projects in the post-war period, were used by the United States , The United Kingdom and the Soviet Union for the development of autonomous vehicles, was even used as a base to start the space race in the Cold War. From that moment on, there was a leap in the development of UAVs, with the improvement of their systems. Only in 2005, a UAV was used for non-military purposes, which was used by NASA for meteorological monitoring. In 2010 this product hit the market for consumers and has since become an important tool in several areas. So, with the growing number of UAVs in the civilian market, being used for various tasks, consequently, there was an increase in the number of these vehicles in the airspace, the body responsible for the control of airspace, DECEA (Airspace Control Department), made several documents with premises to be followed by the operators of remotely manned aircraft, in order to guarantee the safety of all who travel through the airspace. Knowing the history and trajectory of UAVs is essential to understand the importance of these vehicles that have been part of people's daily lives more and more, either directly or indirectly. The work was elaborated by exploratory and explanatory research, with bibliographic and documentary procedure, with qualitative approaches. Data collection took place through reports and data, made available through official electronic means, textbooks and websites specialized in UAVs. Data analysis took place through a careful reading of the materials available, thus judging their relevance to the research. As a result, it is possible to say that the trajectory of this equipment has gone through several important moments in history, developing even the way we know it today. Acting in several civil airlines, from agricultural production to deliveries of products purchased over the internet. It has a high growth potential, with the emergence of several ideas and adaptation of the use of UAVs in different sectors.

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Fotografia 1 - Técnicos fazendo ajustes no Aerosonde. ... 11

Fotografia 2 - Aerosonde pronto para decolagem. ... 12

Fotografia 3 - Ar Drone da empresa francessa Parrot. ... 13

Fotografia 4 - V-1 Bomb. ... 21

Fotografia 5 - General Atomics MQ-1B Predator. ... 24

Fotografia 6 - Nothrop Grumman RQ-4 Global Hawk. ... 25

Fotografia 7 - Major da USAF pilotando remotamente um MQ-9. ... 26

Fotografia 8 - MQ-9 Reaper. ... 26

Fotografia 9 - VANT Israelense com arma de fogo. ... 27

Fotografia 10 - VANT da Israelense Elbit Systems, Hermes 950. ... 28

Figura 1 - Ilustração de quais países possuem VANTs armados. ... 29

Fotografia 11 - BQM1BR, o primeiro VANT brasileiro. ... 31

Fotografia 12 - VANT utilizado pela PRF para monitorar rodovias. ... 32

Fotografia 13 - Aerosonde em atividade. ... 33

Fotografia 14 - VANT fazendo imagens para um filme. ... 35

Fotografia 15 - VANT mapeando uma plantação. ... 35

Fotografia 16 - VANT da Amazon sendo testado para entregas. ... 36

Figura 2 - Parâmetros. ... 37

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ANAC Agência Nacional de Aviação Civil CTA Centro Tecnológico da Aeronáutica CTB Companhia de Tratores Brasileira

DARPA Defense Advanced Research Projects Agency (Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa) EUA Estados Unidos da América

FAA Federal Aviation Administration (Administração Federal de Aviação)

FAB Força Aérea Brasileira

GCS Ground Control System (Sistema de Controle de Solo)

GDT Ground Data Terminals (Terminais de Dados Terrestres)

IMINT Image Intelligence Sensors (Sensores de Inteligência de Imagem)

ISR Intelligence, Surveillance and Recognition (Inteligência, Vigilância e Reconhecimento)

MTI Moving Target Indicator (Indicador de Alvo Móvel)

NASA National Aeronautics and Space

Administration (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço)

NOAA National Oceanic and Atmospheric Administration (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional)

PRF Polícia Rodoviária Federal

SCAR Execution of Attacks, Coordination and Recognition (Execução de Ataques, Coordenação e Reconhecimento)

SIGINT Signal Intelligence (Inteligência de Sinais) USAF United States Air Force (Força Aérea dos Estados Unidos)

RFB Receita Federal do Brasil

SISCEAB Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro

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1. INTRODUÇÃO ... 10 1.1 PROBLEMA DA PESQUSIA ... 14 1.2 OBJETIVOS ... 14 1.2.1 Objetivo Geral ... 14 1.2.2 Objetivos Específicos ... 14 1.3 JUSTIFICATIVA ... 14 1.4 METODOLOGIA ... 15

1.4.1 Natureza e Tipo da Pesquisa ... 15

1.4.2 Materiais e Métodos ... 15

1.4.3 Procedimento de Coleta de Dados ... 16

1.4.4 Procedimento de Análise de Dados ... 16

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ... 17

2. REFERENCIAL TEÓRICO ... 19

2.1 DEFINIÇÃO ... 19

2.2 HISTÓRIA ... 19

2.2.1 Abraham Karem "Drone Daddy" ... 21

2.3 USO MILITAR ... 22

2.3.1 General Atomics MQ-1B Predator ... 23

2.3.2 Northrop Grumman, RQ-4 Global Hawk ... 24

2.3.3 Reaper MQ-9 ... 25

2.4 MERCADO INTERNACIONAL ... 27

2.5 VANTS NO BRASIL ... 29

2.5.1 História ... 29

2.5.2 Uso atual no brasil ... 31

2.6 USO CIVIL DOS VANTS ... 33

2.6.1 DECEA ... 36

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 39

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1. INTRODUÇÃO

Voar é um sonho que a humanidade vinha cobiçando há muito tempo. Quando se tem a oportunidade de estudar a história da aviação, é notável a evolução da área nesse período de aproximadamente 100 anos, desde o primeiro voo em meados de 1900 até a construção de uma Estação Espacial Internacional em 1998. Os VANTs têm sua participação nessa história, inclusive contribuindo para o início da corrida espacial, com os projetos da bomba V-1 e V-2.

Vlamir Lemos enfatiza:

Os mitos tiveram uma função social e cultural bastante destacada. Séculos antes de Cristo, o pensamento mítico ajudou os homens a afugentarem seus medos e inseguranças. De certa forma, os mitos revelavam os desejos humanos de dominar as forças da natureza. Eram percepções da realidade; formas espontâneas do homem situar-se no mundo. Podemos pensá-los como uma tentativa humana de entender o passado. Basicamente, a narração mitológica envolve acontecimentos supostos, relativos a épocas primordiais, geralmente ocorridos antes do surgimento dos homens (LEMOS, 2012, p. 19).

Até que em meados de 1900, depois de muitos pioneiros como Leonardo da Vinci, Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão, Joseph Montgolfier, Étienne Montgolfier, Otto Lilienthal e muitos outros que inclusive deram suas vidas realizando algumas experiências. Os irmãos Wright e Santos Dumont tiveram a proeza de voar com o mais pesado que o ar, com isso dando o passo inicial para a aviação chegando até como a conhecemos hoje (LEMOS, 2012).

Algumas décadas antes do primeiro voo com um equipamento mais pesado que o ar, já se tinha a ideia de um veículo que de certa forma fosse autônomo. Em 1849 a Áustria enviou para Veneza, região norte da Itália, balões que continham bombas acopladas que seriam liberadas após certo tempo, porém, devido aos fortes ventos na região, o plano fracassou, foi uma ideia pioneira sobre um equipamento autônomo (NARDINI, 2016).

Em 1898, os Estados Unidos, com o objetivo de reconhecimento geográfico, utilizaram pipas com câmeras instaladas para realizar fotografias e assim ter um panorama do terreno, as fotografias saiam com baixa qualidade, considerando que a tecnologia da época era rudimentar (BUZZO, 2015).

Na Segunda Guerra Mundial a força aérea da Alemanha foi a primeira a tentar desenvolver uma bomba que quando lançada, fosse controlada remotamente. Era construído a

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partir de uma fuselagem que foi projetada para o transporte de uma bomba, no qual era impulsionada por um motor pulso-jato. Conhecida como V-1, sendo pouco precisa e barulhenta, o projeto foi abandonado, alguns anos depois, o projeto serviu de base para que se iniciasse a corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética, que resultou em um dos maiores feitos da humanidade, levar o homem à Lua (BUZZO, 2015).

O Pentágono em parceria com FAA Federal Aviation Administration (Administração Federal de Aviação), estava tentando desenvolver uma aeronave não tripulada, assim, originou-se o projeto Aquilla. Esse projeto necessitava de 30 pessoas para que a aeronave pudesse operar, sempre após 20 horas de voo a aeronave caia, até que Abraham Karem mudou a história desses veículos, abrindo caminho para o jeito que o conhecemos atualmente (WHITTLE, 2013).

Desde então, esses veículos autônomos, hoje também conhecidos como UAV (Unmanned Aerial Vehicle/Veículo aéreo não tripulado) evoluíram de uma forma exponencial, com a criação de novas tecnologias, mais desenvolvimento, sendo que maior parte dessa evolução foi no âmbito militar.

No ano de 2005, a NASA National Aeronautics and Space Administration (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço), NOAA National Oceanic and Atmospheric Administration (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional) e Aerosonde North America, criaram o Aerosonde, que consiste em um veículo aéreo não tripulado, com fins não militares, sendo uma novidade para a época, já que o desenvolvimento desses equipamentos era fofocado ao âmbito militar. O intuito desse desenvolvimento para fins não militares era fazer a captura de imagens e dados meteorológicos de lugares de difícil acesso ou perigosos (NASA, 2005).

Fonte: NASA, 2005.

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No mês de setembro de 2005, saindo de uma instalação da NASA no estado da Virginia – EUA, tiveram a oportunidade de fazer o uso do equipamento, capturando imagens com ângulos inéditos do furacão Ophelia que afetou a costa leste do País, em especial, o estado da Carolina do Sul (NASA, 2005).

Segundo o presidente da Aerosonde na América do Norte, Greg Holland (2005): ´´ O conceito do Aerosonde como veículo autônomo pequeno e robusto, ou UAV, surgiu da nossa necessidade de observações em áreas perigosas, como a camada superficial de um furacão`` (NASA, 2005).

Fonte: NASA, 2005.

Em 2010 uma empresa Francesa apresentou o Ar Drone, um VANT de pequeno porte que poderia ser controlado até mesmo de um celular, assim inserindo esse aparelho no mercado civil e o tornando popular, estendendo seu uso desde a indústria Hollywoodiana até a indústria agrícola (WEBSTER, 2011).

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Conforme o aparelho se popularizou, consequentemente, houve o crescimento de VANTs no espaço aéreo, fazendo com que os órgãos competentes passassem a legislar sobre o uso desses aparelhos, visando a segurança do espaço aéreo ao utilizá-los. O DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) no ano de 2013, confeccionou o documento DCA 63-4/2013, que tem por finalidade fazer a orientação sobre a implantação de comitês que são responsáveis pelos assuntos atribuídos aos Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPAS) em todos os órgãos regionais do DECEA (BRASIL, 2013).

Em 2018 foram emitidas três circulares pelo DECEA, denominadas AICs 17, N-23 e N24. A AIC N -17 tem como finalidade a regulamentação dos procedimentos e responsabilidades necessários para ingressar no espaço aéreo brasileiro com aeronaves remotamente pilotadas, destinadas ao uso recreativo, os chamados aeromodelos. A AIC N-23 tem como finalidade a regulamentação dos procedimentos e responsabilidades necessários para ingressar no espaço aéreo brasileiro com aeronaves remotamente pilotadas, destinadas ao uso exclusivo voltado às operações dos órgãos ligados aos governos federal, estadual ou municipal. A AIC N-24 tem como finalidade a regulamentação dos procedimentos e responsabilidades necessários para ingressar no espaço aéreo brasileiro com aeronaves remotamente pilotadas, destinadas ao uso exclusivamente voltado às operações dos Órgãos de Segurança Pública (OSP), Defesa Civil (DC) e de fiscalização da Receita Federal do Brasil (RFB) (BRASIL, 2018).

Fonte: Bit-Tech, 2010.

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1.1 PROBLEMA DA PESQUISA

Qual a contribuição dos VANTs para os diversos segmentos em que são utilizados?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Elaborar um estudo sobre a contribuição dos VANTs para os diversos setores em que são utilizados, assim, contribuindo para que as pessoas tenham melhor entendimento sobre a importância desses equipamentos.

1.2.2 Objetivos Específicos

Descrever a história e trajetória desses equipamentos até o modo que o conhecemos hoje.

Identificar a importância dos VANTs em diversos segmentos em que são utilizados, desde o âmbito militar ao civil.

Levar ao leitor conhecimento sobre a importância dos VANTs e como chegou a esse nível.

1.3 JUSTIFICATIVA

A partir do momento em que se alcançou o sonho de voar e ter a liberdade que tanto admirávamos nos pássaros, foram criadas ideias a partir deste feito. Com a junção destas ideias, ter um equipamento que consegue se sustentar no ar e que de certa forma fosse autônomo, assim, facilitando diversas tarefas e diminuindo a força de trabalho. Foram atribuídos diversos papéis para esses equipamentos: reconhecimento de território inimigo em caso de uma guerra, lançar bombas, fazer entregas de cargas, fazer monitoramento de lavoura ou até utilizar para filmagens.

Muitas das ideias citadas acima, hoje já são colocadas em prática e auxilia diversos segmentos. É notável que esse aparelho, atualmente tem muitas utilidades e participa

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indiretamente do dia a dia das pessoas, seja em um filme que está assistindo ou no legume escolhido no supermercado, assim, mostrando a exponencial contribuição para diversos segmentos.

Dessa forma, o presente trabalho se justifica pela enorme contribuição que os VANTs oferecem para diversos setores, assim, cada vez mais esses equipamentos ganham importância nesse mercado. Devido a gama de funcionalidades que podem ser adaptadas ao veículo, gera também, uma grande taxa de crescimento para a indústria de aeronaves não tripuladas. O foco do trabalho foi mantido em apresentar os principais pilares que formam essa grande contribuição desses equipamentos aos diversos segmentos. Dentre esses pilares: Mostrar a história e trajetória dos VANTs até os dias atuais, identificar a importância dos VANTs e como eles chegaram a esse patamar.

1.4 METODOLOGIA

1.4.1 Natureza e Tipo da Pesquisa

A presente pesquisa é caracterizada como exploratória e explicativa, com procedimento bibliográfico e documental e com abordagem qualitativa.

A pesquisa exploratória, segundo Lakatos e Marconi (2003, p.188), tem uma tríplice finalidade, que é “desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e classificar conceitos.”. Já a pesquisa explicativa, afirma Will (2012, p.42), é “aquela que tem como objetivo geral analisar e correlacionar fatos ou fenômenos, podendo também explicar as razoes da ocorrência de determinados fatos.”.

1.4.2 Materiais e Métodos

Vianna (2001) explica que a seção Materiais e Métodos constitui um planejamento detalhado sobre tudo o que será feito na pesquisa, de tal forma que se o trabalho for entregue a outra pessoa, ela será capaz de executar a pesquisa da mesma forma que o pesquisador a fez. A pesquisa bibliográfica se desenvolve com a intenção do pesquisar em responder ao problema baseando-se em teorias publicadas em livros, enciclopédias, artigos, manuais, publicações

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eletrônicas, dentre outros. Já a documental, apesar de assemelhar-se à bibliográfica, já que ambas adotam o mesmo procedimento na coleta de dados, está baseada na utilização de fontes primárias, ainda não compostas de teor analítico.

O procedimento para coleta de dados caracteriza-se como bibliográfico, definido por Rauen (2002, p. 65) como a “busca de informações bibliográficas relevantes para a tomada de decisão em todas as fases da pesquisa”. Desse modo, a pesquisa em questão visa a uma profunda investigação teórica e sobre cada uma das supracitadas abordagens, primordial para a análise proposta inicialmente.

Os materiais analisados foram bibliográficos. Livros didáticos, publicações em meios eletrônicos de sites relacionados a aviação que descrevem de forma confiável a história e trajetória dos equipamentos citados e sua importância para nosso meio.

Os materiais analisados de maneira documental: Publicações de documentos no próprio meio eletrônico do DECEA, conteúdo relacionado aos aparelhos que está disponível no site de suas fabricantes e operadores como a USAF e FAB, entre outros artigos disponíveis em meios oficiais como o da ANAC.

São eles:

• Documentos elaborados pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA): DCA 63-4/2013, AIC N-17, AIC N-23 e AIC N-24, publicados em 2013 e 2018;

• Artigos publicados pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e pela NASA (National Aeronautics and Space Administration);

• Conteúdo descritivo sobre as características dos equipamentos, publicados em sites oficiais dos operadores e fabricantes, como: USAF (United States Air Force) e a fabricante Hermes; • Reportagens que contenham conteúdo sobre o assunto proposto.

1.4.3 Procedimentos de Coleta de Dados

A coleta de dados foi baseada na interpretação das informações coletadas nos materiais bibliográficos citados e através dessa interpretação, vai ser analisada a confiabilidade da informação, que logo após, será utilizada dar desenvolvimento e forma a pesquisa.

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1.4.4 Procedimento de Análise dos Dados

Operacionalmente, a Análise Temática de Conteúdo se subdivide nas etapas de pré-análise, exploração do material ou codificação e tratamento dos dados obtidos (interpretação). (MINAYO, 2007).

Os dados serão coletados e logo após analisada sua confiabilidade e relevância para a pesquisa.

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

No primeiro capítulo foi dada a introdução do tema, explicando a origem do problema da pesquisa em um contexto geral, envolvendo o âmbito militar e civil. Na sequência, é apresentado o problema da pesquisa, objetivos gerais e específicos, justificativa e metodologia utilizada.

O segundo capítulo é composto pelo referencial teórico, iniciando-se com a apresentação da definição de VANT. A história desses veículos, abrangendo desde as ideias pioneiras sobre um veículo autônomo até seu desenvolvimento na Segunda Guerra. O uso militar dos VANTs, período que ocorreu o maior desenvolvimento desses equipamentos, é citado as características dos principais equipamentos utilizados pelas forças militares de diversos países. O mercado internacional de VANTs, que descreve como esse equipamento é comercializado pelo mundo, inclusive países que não são fabricantes de VANTs, porém fazem a compra desses equipamentos daqueles que o produzem, sendo o caso do Brasil, é comentado também a respeito da Elbit Systems, uma fabricante Israelense. A trajetória dos VANTs no Brasil, passando pela ideia inicial da construção do BQM1BR até o uso atual desses equipamentos no Brasil, a FAB (Força Aérea Brasileira), adquiriu diversas unidades desses veículos para variadas tarefas, dentre elas o patrulhamento do Espaço Aéreo Brasileiro e o uso para monitoramento de fronteiras. O uso civil dos VANTs, abrange atividades em que esses equipamentos se tornaram uteis, desde o monitoramento meteorológico até mesmo a entrega compras realizadas na internet. O DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) é responsável pela confecção de diversos documentos que tem por finalidade, a segurança do espaço aéreo, dentre os documentos citados: DCA 63-4/2013, AIC 17, AIC 23 e AIC N-24.

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O terceiro capítulo abrange as considerações finais, sendo apresentado uma síntese do que foi apresentado no trabalho, os objetivos específicos e a resposta para o problema da pesquisa, em concordância com a fundamentação teórica proposta.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 DEFINIÇÃO

VANT (Veículo Aéreo não Tripulado) ou VARP (Veículo Aéreo Remotamente Tripulado), são conhecidos também pelo termo drone, no qual se tornou obsoleto conforme passou-se o tempo, drone é uma palavra proveniente da língua Inglesa que significa zangão, devido ao barulho que faz. Esses aparelhos na língua inglesa também são conhecidos como UAV Unmanned Aerial Vehicle (Veículo Aéreo não Tripulado).

Segundo a ANAC:

O termo “drone” é usado popularmente para descrever qualquer aeronave - e até mesmo outros tipos de veículos - com alto grau de automatismo. De uma forma geral, toda aeronave “drone” é um aeromodelo ou uma aeronave não tripulada remotamente pilotada (RPA) (ANAC, 2017).

É basicamente um equipamento que contém como principais partes: o corpo principal que concentra a bateria; sistemas e receptores, apoios que fazem a ligação dos motores ao corpo central do VANT; por ali também passa a fiação que leva eletricidade e comando aos motores.

Os motores que fazem a hélice fornecer tração suficiente para tirar o VANT do solo; hélices que são responsáveis pelo deslocamento de ar, assim, fazendo o aparelho voar.

2.2 HISTÓRIA

A história desses veículos aéreos não tripulados, até os dias de hoje, pode ser comparada com a da internet. Nos tempos em que não havia essa integração da rede mundial de computadores, era necessário sair de casa para pagar uma conta ou mesmo para ir comprar um lanche.

A internet se tornando popular, contribuiu como um dos pilares para que toda essa globalização ocorresse e hoje para muitos serviços, há uma dependência exclusivamente dela, seja para pagar um boleto ou para interagir com pessoas do outro lado do mundo através de mensagens e muitas outras funções disponíveis.

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Os VANTs começaram com funções militares em meados da Segunda Guerra Mundial. Usados para o reconhecimento, fotografias de bases inimigas e bombardeios, desta última função, partiria o foco de seu desenvolvimento. Eram carregados com explosivos e logo após lançados para o território inimigo, semelhante a um míssil, assim, sendo controlado remotamente, que era a ideia principal e inovadora.

A Força Aérea Alemã foi pioneira ao tentar desenvolver um equipamento controlado remotamente desse jeito, a V-1 ou Buzz Bomb, apelido dado pelos ingleses devido ao som estrondoso que produzia, por isso era facilmente detectável e sabia-se que com facilidade que estava chagando uma. Uma curiosidade desse experimento é que a Força Aérea Alemã não conseguia determinar onde a Buzz Bomb ia atingir, pois só caia depois que seu motor se desligava devido à falta de combustível, ou seja, o V-1 era direcionado para alvo e lançado, mas não sabiam onde atingiria precisamente, dependeria do momento em que acabasse o combustível (JANSSON, 2012).

Com os problemas sanados e a criação de novas tecnologias, chegaram no V-2, sucessor do V-1 logicamente, a partir desse momento, não é criada apenas uma direção até a tecnologia de VANTs, que seria a arte de ser remotamente controlado, mas também direção para a exploração espacial que levou a um grande salto para humanidade, a partir do momento em que os Estados Unidos e a União Soviética utilizaram-se da tecnologia do V-2 como ponto de partida para a corrida espacial (JANSSON, 2012).

Além da corrida espacial, os norte-americanos começaram a utilizar a tecnologia para aeronaves não tripuladas e desenvolveram o projeto Aquilla da FAA, mas o Pentágono estava a desistir da ideia de aviões robóticos ou remotamente controlados (SCAN, 2012).

O Aquilla precisava de 30 pessoas para ser lançado e caia depois de atingir 20 horas de voo, isso estava prestes a mudar, com a chegada de Abraham Karem, que mudou completamente o projeto dos americanos, Abraham desenvolveu uma tecnologia mais simples para ser operada (SCAN, 2012).

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Como é notável, esses equipamentos por mais que tenham sido criados com o objetivo de destruição nas guerras, contribuíram notoriamente em diversas áreas da sociedade, inclusive para a corrida espacial, assim, auxiliando no desenvolvimento de tecnologias que possibilitaram levar o homem à Lua.

2.2.1 Abraham Karem "Drone Daddy"

Mesmo auxiliando na corrida espacial, a tecnologia utilizada nas aeronaves não tripuladas era rudimentar e necessitava de melhorias para que pudesse desenvolver-se. Apenas em 1970, Abraham Karem notando essa defasagem por novas tecnologias para serem empregadas aos VANTs, mudou todo o cenário, assim, desenvolveu novos meios de operação e fabricação, contribuindo para o desenvolvimento das aeronaves não tripuladas.

Karem nasceu na cidade de Bagdá em 27 de junho de 1937, sua família se mudou para Israel em 1951, onde ele cresceu. Desde pequeno já demonstrava paixão pela área aeronáutica e aos 14 anos de idade já construía aeromodelos, se formou em engenharia aeronáutica dando continuidade a seu sonho, construiu seu primeiro VANT pela Força Aérea Israelense durante a guerra do Yom Kippur (SCAN, 2012).

Na década de 1970, ele imigrou para os Estados Unidos para operar um VANT, o qual necessitava de 30 pessoas para mantê-lo em operação. A partir desse problema, Abraham teve a brilhante ideia de fundar em sua garagem a Leading System, com a utilização de restos de madeira, fibra de vidro caseira, dois motores dois tempos que eram utilizados em karts e pouquíssima tecnologia da época ao seu alcance, deu origem ao Albatross que chegou a ficar

Fonte: Lysiak, 1944.

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até 56 horas no ar sem que nenhuma recarga fosse necessária em suas baterias e necessitava de apenas 3 pessoas para operar ele, contra 30 pessoas do VANT rival Aquilla (WHITTLE, 2013). Abraham recebeu financiamento de 40 milhões de dólares da DARPA Defense Advanced Research Projects Agency (Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa) que é uma instituição militar do governo dos Estados Unidos, especializada em projetos avançados de defesa. Com o patrocínio para o protótipo, Abraham desenvolveu o programa Amber (WHITTLE, 2013).

“Eu só queria que aviões robôs operassem com os mesmos padrões de segurança, confiabilidade e desempenho que aviões tripulados” diz Abraham Karem (SILVA, 2017).

Abraham Karem, contribuiu nitidamente para o desenvolvimento da tecnologia desses aparelhos, assim, em vez de precisar de 30 pessoas para manter o equipamento em operação, essa quantidade diminui para apenas 3. Tornando-se o uso desses aparelhos mais acessíveis para o âmbito militar, consequentemente, popularizando o aparelho e permitindo que fosse conhecido do jeito que é atualmente.

2.3 USO MILITAR

Após a contribuição de Abraham Karem para a indústria de VANTs, desenvolvendo novas tecnologias, meios de operação e fabricação. Deu-se início a produção em massa desses equipamentos para o uso no âmbito militar, desde então o desenvolvimento dos veículos aéreos não tripulados, não parou.

Amber foi um programa em conjunto (Teal Rain) com a Marinha dos EUA, a DARPA financiou o desenvolvimento do primeiro veículo aéreo não tripulado (VANT), que em 1988 voou por mais de 38 horas seguidas e atingiu uma altitude de 25.000 pés. A demonstração do Amber incluiu inovações em muitas tecnologias (controles de voo digitais, materiais compostos, microprocessadores e navegação por satélite) e levou ao Gnat 750 e ao Predator Tier 2. A DARPA também apoiou o desenvolvimento do Global Hawk, um sistema de VANT de alta altitude. Essas plataformas foram transformativas em relação aos recursos de guerra e ISR Intelligence, Surveillance and Recognition (inteligência, vigilância e reconhecimento) (DARPA, 2019).

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2.3.1 General Atomics MQ-1B Predator

Em 1994 veio uma grande revolução com o General Atomics MQ-1B, mais conhecido também como Predator, além de ser equipado com câmeras, carrega dois mísseis AGM 114 Hellfire, que utilizam mira a laser para identificar e marcar o alvo. Em vez de ser substituído ao longo dos anos, foi aprimorado e ganhou até um mecanismo anticongelante. Pode voar numa altitude de até 25.000 pés a uma velocidade de aproximadamente 100 mph, com uma autonomia de até 14 horas, custeando um total de US $ 20 milhões de dólares (USAF, 2015).

A USAF United States Air Force (Força Aérea dos Estados Unidos), conta com uma frota de 150 MQ-1B. O MQ-1B Predator é uma aeronave armada, multimissão, altitude média e longa duração, pilotada remotamente, empregada principalmente como um ativo de coleta de informações e, secundariamente, contra alvos de execução dinâmicos. Dado seu tempo de espera significativo, sensores de amplo alcance, suíte de comunicações multimodo e armas de precisão, ele fornece uma capacidade única de executar ataques, coordenação e reconhecimento (SCAR) contra alvos de alto valor, sensíveis ao tempo. O Predator também pode executar as seguintes missões e tarefas: inteligência, vigilância, reconhecimento, apoio aéreo próximo, busca e salvamento em combate, ataque de precisão, vigilância, comboio e invasão (USAF, 2015).

Um mês após o 11 de Setembro, em outubro de 2001, o Predator foi utilizado pela primeira vez em um ataque armado, assassinando um líder do Talibã no Afeganistão. Mudando completamente o cenário de guerras, sendo utilizado menos ataques envolvendo soldados humanos e envolvendo mais VANTs operados remotamente via satélite (USAF, 2015).

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2.3.2 Northrop Grumman, RQ-4 Global Hawk

Em 1998 foi criado com incentivo da DARPA, o Nothrop Grumman RQ-4 Global Hawk. É o modelo de reconhecimento mais autônomo até o momento, conta com sensores que podem superar obstáculos como tempestades de areia, nuvens e neblina. A transmissão de dados e imagens dos locais sobrevoados é de alto desempenho, com capacidade para cobrir até 100.000 Km² de terreno por dia, pode voar a uma altitude de até 60.000 pés, com velocidade de 357 mph, tem uma autonomia de 34 horas. A USAF tem uma frota de 63 equipamentos desse tipo (USAF, 2014).

O RQ-4 Global Hawk é uma aeronave pilotada remotamente de alta altitude e longa duração, com um conjunto de sensores integrado que fornecem recursos globais para qualquer clima, inteligência diurna ou noturna, vigilância e reconhecimento (ISR). A missão do Global Hawk é fornecer um amplo espectro de capacidade de coleta de ISR para apoiar forças conjuntas de combatentes em operações de tempo de paz, contingência e operações de guerra em todo o mundo. O Global Hawk fornece cobertura persistente quase em tempo real, usando sensores de inteligência de imagem (IMINT), inteligência de sinais (SIGINT) e indicador de alvo móvel (MTI) (USAF, 2014).

Fonte: General Atomics Aeronautical Systems Inc, 2020.

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2.3.3 Reaper MQ-9

Em 2018, com a aposentaria do Predator, foi criado o Reaper MQ-9, sendo maior, mais pesado, mais veloz e com uma capacidade de armamento maior. O MQ-9 pode voar numa altitude de até 50.000 pés a uma velocidade de 230 mph, o seu armamento conta com uma combinação de mísseis AGM-114 Hellfire, Grupo de Munições 12 Paveway II e GBU-38 de Munição de ataque direto. Um dos diferenciais deste equipamento é o seu motor turbohelice Honeywell TPE331-10GD que fornece 900 HP e uma autonomia de 27 horas. Tem um custeio de US $ 64.2 milhões de dólares e a força aérea dos Estados Unidos conta com 93 MQ-9 em sua frota (USAF, 2015).

O MQ-9 Reaper é uma aeronave armada, de missão múltipla, altitude média e longa duração, pilotada remotamente e empregada principalmente contra alvos de execução dinâmicos e secundariamente, como um ativo de coleta de informações. Dada a sua autonomia significativa, sensores de amplo alcance, suíte de comunicações multimodo e armas de precisão, ele fornece uma capacidade única de realizar ataques, coordenação e reconhecimento contra alvos de alto valor sensíveis ao tempo. Atualmente a Força Aérea do país treina mais pilotos de VANTs do que de bombardeiros (USAF, 2015).

Fonte: USAF, 2015.

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Recentemente em 03/01/2020, um MQ-9 foi utilizado para matar o chefe da Guarda Revolucionária do Irã, Qasem Soleimani, foram utilizados os misseis AGM 114 Hellfire de ataque a solo. O presidente Trump destaca ´´a infalível precisão de ataque e que não colocou nenhum soldado norte americano em combate`` (G1, 2020).

Estes veículos apresentam um grande potencial de destruição e vigilância. Auxiliando os países em diversas operações, entre elas, as que mais se destacam são: segurança, colocando em prática todo o poder de vigilância que os dispositivos instalados nos VANTs

Fonte: Ethan Miller/Getty Images.

Fonte: USAF, 2020.

Fotografia 7 - Major da USAF pilotando remotamente um MQ-9.

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possuem e a força de combate, devido ao poder bélico, possibilitado pelas armas instaladas, ajudando no combate ao terrorismo e outras operações dessa mesma natureza.

2.4 MERCADO INTERNACIONAL

Tanto para o mercado de veículos aéreos não tripulados no âmbito civil e no militar, crescem a cada ano conforme a popularidade do equipamento aumenta, devido suas inúmeras funcionalidades, movimentando bilhões de dólares por ano, assim, se tornando um pilar para a economia de países que produzem esses veículos.

Os Estados Unidos, além de fabricarem esses equipamentos para si mesmos, também é realizada a venda para países com que tenham aliança. Atrás dos Estados Unidos, temos Israel ocupando o lugar de segundo maior fabricante e desenvolvedor desses equipamentos, que também são exportados para várias partes do planeta (FOLHA DE SÃO PAULO, 2019).

Quando foi eleito o atual governador Wilson Witzel, no Rio de Janeiro, Witzel viajou até Israel com a intenção de saber mais sobre pequenos equipamentos que contenham armas de fogo, a ideia do governador era de incorporar esses equipamentos ao BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais), houve críticas e elogios sobre a ideia. O estado se encontra refém de altos índices de violência, em especial, a capital, atualmente em 2020, não se tem notícia de que essa tecnologia tenha sido incorporada no estado (O GLOBO, 2018).

Foto: Duke Robotics, 2018.

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A Elbit Systems, fundada em 1996, com sede em Haifa, Israel, é uma empresa estratégica na produção e exportação de tecnologia militar, responsável, por exemplo, pela maior parte dos armamentos bélicos do país, incluindo os veículos aéreos não tripulados. A empresa oferece um leque de opções a seus clientes, desde VANTs portáteis para usos mais simples, até VANTs de última geração para uso militar, dentre eles destacam-se a linha Hermes, que como modelo principal, conta com o Hermes 900 StarLine e o Hermes 450. O Hermes 900 incorpora configurações bastantes flexíveis, de ponta e com várias cargas úteis, assim, podendo ser usado em variáveis missões. O sistema emprega sistemas EO / IR / laser padrão e de longo alcance, SAR / GMTI e MPR, COMINT / DF, COMINT GSM, COMMJAM, ELINT, EW, sistemas hiperespectrais, sistemas de varredura de grandes áreas, vigilância persistente em áreas amplas e outras cargas úteis (ELBIT SYSTENS, 2020).

O gerenciamento da missão é realizado de maneira quase que totalmente autônoma por meio do sistema de controle de solo Hermes (GCS), projetado para controlar as missões combinadas entre o Hermes 900 e o Hermes 450. O Hermes 900 pode executar duas missões simultâneas do mesmo sistema de controle de solo, usando dois terminais de dados terrestres (GDT) (ELBIT SYSTENS, 2020).

Abaixo uma imagem que mostra um panorama de veículos aéreos não tripulados armados espalhados pelo mundo:

Fonte: Divulgação da Elbit Systems, 2020.

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Esse é um mercado que fatura bilhões de dólares ao ano, os países como Estados Unidos, Israel, China, Canadá, França e Inglaterra, tem a concentração dos principais números desses equipamentos não tripulados. O setor no ano de 2019, movimentou aproximadamente US $ 9,62 bilhões de dólares, segundo estimativa da Acute Market Reports, que também prevê um crescimento anual médio de 6,6% até o ano de 2025 (FOLHA DE SÃO PAULO, 2019).

É notável que esse mercado é mundial, é de grande importância econômica, representando um grande faturamento não só para a indústria bélica, mas também para fabricantes desses aparelhos de menor porte para uso civil.

2.5 VANTS NO BRASIL

2.5.1 História

No Brasil, a história com VANTs começa na década de 80, com a CBT (Companhia Brasileira de Tratores) sediada na cidade de São Carlos no interior do estado de São Paulo. O projeto começou com o CTA (Centro Tecnológico da Aeronáutica) que encomendou a CTB o desenvolvimento de um pequeno motor a jato que possuísse cerca de 30Kg de empuxo para ser instalado em projeto de VANT.

Figura 11 - Ilustração de quais países possuem VANTs armados.

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O motor recebeu o nome ´´Tietê TJ-2`` pelo CTA, consiste em um turbo jato utilizando componentes rotativos de turbo alimentadores de motores a diesel escolhidos no mercado nacional e todas as outras peças que consideradas principais para o projeto, foram desenvolvidas pelo centro de pesquisas da Aeronáutica, deste motor foram construídos apenas dois protótipos, um ficou em posse do CTB e o outro ficou com o CTA em seu banco de testes que foram construídos especialmente para seu desenvolvimento. O motor funcionou e os resultados que foram obtidos nos testes foram bastantes satisfatórios, alcançando um desempenho bem próximo do que já tinha sido previsto no projeto. Uma curiosidade sobre esse motor é que poderia funcionar com vários tipos de combustíveis, incluindo o querosene aeronáutico, o álcool hidratado e até o gás natural (AEROJR, 2018).

O VANT era composto de uma estrutura metálica que pesava 92,5kg na decolagem, com 3,89m de comprimento, 28cm de diâmetro e 3,38m de envergadura, era lançado por uma catapulta com auxílio de um foguete. Alcançava até 530km/h e chegava a um teto de 6500 metros de altura e tinha uma autonomia estimada de 45minutos de voo. Antes mesmo de realizar o primeiro voo, o projeto foi arquivado. Entretanto, o projeto levou fôlego ao mercado de VANTs no Brasil, o que levou a impulsão de investimentos de outras empresas nessa tecnologia. Logo após a falência da CTB, a antiga TAM adquiriu as antigas instalações da CTB e lá encontrou o primeiro e único protótipo do BQM1BR, que se encontra preservado até os dias de hoje, a empresa criou o museu Asas de Um Sonho, no qual é aberto ao público para apreciar esse e vários outros artefatos de nossa indústria nacional (AEROJR, 2018).

Segundo o site Aerojr:

A intenção do projeto era desenvolver produtos que atendessem as necessidades dos órgãos militares brasileiros, como a Marinha, a Aeronáutica e o Exército. Para eles, o uso de VANTs é vantajoso por vários motivos, porém o principal deles seria o treinamento real de unidades antiaéreas, usando drones como alvos sem que haja riscos para a equipe envolvida no treino (AEROJR, 2018).

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O Brasil, em relação a fabricação dos VANTs não avançou muito, porém, adquiriu alguns equipamentos de empresas estrangeiras, assim, concluindo um passo importante para a implementação dessa tecnologia no país.

2.5.2 Uso atual no brasil

A FAB, Força Aerea Brasileira, fez um contrato com Israelense Elbit Systems, para ter o fornecimento de VANT, do modelo Hermes 900, que foi utilizado também para patrulhamento do Espaço Aéreo Brasileiro durante a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas de 2016, antes da aquisição desse modelo, a FAB já operava modelos menores como o Hermes 450. O Contrato foi custeado pelo valor de US $ 8 Milhões de dólares, que foi garantido o suporte logístico e garantia de um ano do equipamento (BRASIL, 2014).

Além dos recursos do Hermes 450, entre as principais vantagens operacionais do Hermes 900 está o SkyEye, um conjunto de 10 câmeras de alta resolução que permitem a vigilância de uma região inteira. O software que processa o conjunto de imagens oferece visualização independente e permite monitorar diferentes alvos simultaneamente dentro de uma mesma área. São necessárias 10 pessoas para operar a nova ferramenta, dependendo da natureza da missão (ELBIT SYSTEMS, 2020).

Fonte: Ciro, 2011.

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O Hermes 900, evolução do Hermes 450, além do SkyEye, se destaca do modelo anterior pela maior autonomia de cerca de 30 horas de voo ininterruptas e uma maior carga útil. O RQ-450 a serviço da Força Aérea Israelense é modificado para carregar um par de mísseis Hellfire com alcance de até 10 km. Porém, no Brasil, o modelo será utilizado apenas para vigilância e ponte de comunicações. Já o Hermes 900 ainda não possui registro de uso armado, porém sua capacidade de carga (300 kg) poderia permitir a instalação de mísseis Hellfire, por exemplo, que pesam 50 kg cada um. (ELBIT SYSTEMS, 2020).

A FAB, também faz a utilização de VANTs civis de porte menor, os quais são mais populares, contam com uma câmera de alta resolução para fazer monitoramento de algumas áreas, principalmente áreas de fronteiras com outros países, assim contribuindo para o combate ao narcotráfico e produtos contrabandeados que são muito comuns nessas regiões (BRASIL, 2019).

A PRF, Polícia Rodoviária Federal, utiliza desses equipamentos para monitoramento de rodovias, como por exemplo a BR-101, inclusive muitos flagrantes já foram captados por esses equipamentos, assim, ajudando no trabalho dos agentes. Em março de 2019, um VANT flagrou um caminhoneiro com condução indevida na rodovia BR-116 em São Leopoldo-RS, o caminhoneiro foi parado e os agentes verificaram que ele não tinha habilitação para conduzir tal veículo (BRASIL, 2019).

Aqui no Brasil, o desenvolvimento desses equipamentos começou, de certa forma, tardio na década de 80 e inicialmente sem muito êxito. Pode-se verificar também o uso desses equipamentos por autoridades brasileiras, assim, auxiliando em diversas tarefas, não se tem

Fonte: BRASIL, 2019.

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histórico de uso armado desses aparelhos aqui no Brasil, ainda assim, continua sendo um grande passo para a implementação dessa tecnologia no país.

2.6 USO CIVIL DOS VANTS

Em 2005, deu-se início ao uso do aerosonde, um tipo de VANT desenvolvido pela NASA, NOAA e Aerosonde North America, o aparelho decolou de uma instalação da NASA na Virginia e conseguiu capturar imagens inéditas do furacão Ophelia, mostrando um potencial e tanto para esses equipamentos, no caso, filmagens de locais de difícil acesso e até mesmo perigosos (NASA, 2005).

Em 2010 uma empresa francesa chamada Parrot, que até o momento era desconhecida, apresentou o Ar Drone, um pequeno VANT com quatro motores elétricos, também conhecido como quadricoptero, que poderia ser controlado até mesmo a partir de um celular, isso foi uma novidade para a época e acabou se popularizando, dando início a era dos VANTs no âmbito civil, deixando de ser exclusivo no uso militar. Esses equipamentos para uso civil são muito mais simples do que no uso militar, sem armas e outros dispositivos, mas, isso não o impediu de conquistar diversas áreas e se provar muito útil em determinadas tarefas, desde então não para de aparecer novas utilidades a esses equipamentos, hoje temos VANTs

Fonte: NASA, 2005.

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que são utilizados desde monitorar uma fazenda até capturar imagens de filmes na indústria Hollywoodiana. (WEBSTER, 2011).

Por volta dos anos de 2013/2014, esses veículos aéreos não tripulados se tornaram a mais nova atração na terra do cinema, assim se tornou uma ferramenta fundamental para a gravação de takes aéreos em Hollywood, devido sua funcionalidade excelente e também ao baixo custo de operação, comparado com os meios que eram utilizados antes da chegada dessas novas ´´câmeras``, pois para fazer a maioria das cenas que envolvia imagens aéreas, utilizavam helicópteros, os quais o custo de operação eram bastantes elevados, pois tinha-se que arcar com custos de piloto, combustível, equipamentos cinematográficos e muitos outros; o qual havia certa complexidade para fazer um voo rasante ou outras manobras de helicóptero para obter certas cenas para os filmes, assim trazendo um certo risco caso algo saísse do script (ITARC, 2018).

Desde então esses equipamentos se tornaram a solução ideal para satisfazer as vontades técnicas e estéticas das produtoras da indústria cinematográfica, os métodos mais utilizados nessa indústria são: o abrande, consiste na movimentação lenta do equipamento, é usado para dar sensação de filmagem a partir de uma plataforma alta em movimento, movimento lateral que captura imagens incríveis de acordo com o movimento do equipamento, movimento em dois eixos (quando o equipamento é configurado para voar para trás e para baixo simultaneamente, dando um efeito muito comum em grandes produções Hollywoodianas), em órbita e alguns outros mais precisos para determinadas produções (ITARC, 2018).

Os VANTs para captura de imagens, os quais estão presentes em maior número, já que essa é uma das principais funções, contam com o gimbal, que é o sistema que mantém a câmera estável e permite a captura de imagens de alta resolução mesmo que aja deslocamento repentino do equipamento, assim fazendo com que as imagens fiquem extremamente estáveis. Câmera: os primeiros VANTs domésticos precisavam de uma câmera auxiliar (geralmente uma GoPro) para a captura de imagens, entretanto, os modelos mais recentes já apresentam eficientes câmeras, sem a necessidade de utilizar dispositivos auxiliares. Com uma câmera estável, o usuário consegue ter mais qualidade na hora de capturar imagens. As câmeras presentes nos VANTs são otimizadas em diversos aspectos, em que muitas delas são capazes de registrar imagens até na qualidade 4K com 120 fps (ITARC, 2018).

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Na agricultura esses equipamentos também tem um destaque especial, inclusive 25% do faturamento na venda desses veículos se deve ao agronegócio, sendo utilizados em diversas tarefas como: análise de plantação, demarcação de plantio, monitorar desmatamento, focos de incêndio, mapeamento aéreo da lavoura; enfim são diversas tarefas que podem ser delegadas a esses equipamentos, contribuindo até mesmo para a parte financeira do negócio (ITARC, 2018).

A tecnologia pode ajudar no controle de custos na propriedade, tendo em vista que o produtor rural realiza, por toda a fazenda, a aplicação de defensivos a fim de combater pragas e ervas daninhas. Por meio do uso de VANTs na agricultura e sua tecnologia de monitoramento, é possível identificar a área atingida precisamente, representando, segundo especialistas, uma economia de até 80% nos gastos com tais tipos de agroquímicos (EMBRAPA, 2019).

Fonte: Embrapa, 2019. Fonte: ITARC, 2018.

Fotografia 14 - VANT fazendo imagens para um filme.

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Um assunto também muito cobiçado na área de VANT, é sua utilização para fazer entregas, como por exemplo um delivery ou algum pedido realizado online. Em 2013 o CEO Jeff Bezos da Amazon, uma das maiores empresas de logística e comercio eletrônico do mundo, apresentou essa visão de praticidade em realizar entregas, segundo a própria empresa: ´´trata-se de um VANT elétrico autônomo que poderia voar a uma distância máxima de 24 quilômetros, com capacidade para entregar pacotes de até dois quilos - o que representa a maior parte dos itens vendidos em seu site`` (O GLOBO, 2019).

A tecnologia estaria disponível para clientes do serviço prime, e as entregas seriam feitas em até 30 minutos. Esse serviço ainda não está disponível, ainda passa por teste para poder ser colocado em prática. Até mesmo a Uber, na qual também é detentora dos serviços do Uber Eats, um aplicativo de delivery de comidas, também planeja colocar essa ideia na prática (O GLOBO, 2019). Fonte: O Globo, 2019. 2.6.1 DECEA

O DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) no ano de 2013, confeccionou o documento DCA 63-4/2013, que tem por finalidade fazer a orientação sobre a implantação de comitês que são responsáveis pelos assuntos atribuídos aos Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPAS) em todos os órgãos regionais do DECEA.

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É definido pelo documento, o âmbito e responsabilidades: ´´Cada Órgão Regional estará responsável pela nomeação dos membros e pela implantação dos Comitês no âmbito da sua jurisdição em consonância com o que preconiza esta Diretriz. Esta Diretriz aplica-se aos CINDACTA e ao SRPV-SP, cabendo ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo - DECEA analisar e supervisionar a implantação dos Comitês nos Órgãos Regionais.`` (BRASIL, 2013)

Em 2018 foram emitidas três circulares pelo DECEA, denominadas AICs 17, N-23 e N24.

AIC N -17 tem como finalidade a regulamentação dos procedimentos e responsabilidades necessários para ingressar no espaço aéreo brasileiro com aeronaves remotamente pilotadas, destinadas ao uso recreativo, os chamados aeromodelos.

Afirma que é de competência do DECEA e do Órgão Central do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), legislar acerca dos procedimentos para o ingresso ao espaço aéreo, cabendo aos demais órgãos reguladores o trato do assunto dentro de sua área de atuação (BRASIL,2018).

Âmbito desta circular:

O conteúdo desta Circular é de observância obrigatória e se aplica aos operadores que pretendam voar em Espaço Aéreo Brasileiro, utilizando aeronaves sem tripulação, pilotadas de forma remota, com objetivos exclusivamente recreativos e serve como parâmetro de referência para as ações a serem tomadas pelas autoridades competentes nos casos de fiscalização (BRASIL, 2018).

Neste documento, é detalhado diversos parâmetros operacionais para o uso recreativo dos aparelhos, visando não gerar impactos negativos de segurança e de capacidade para o SISCEAB.

Esses parâmetros trazem detalhadamente como deve ser e quais requisitos para o cadastramento de pilotos de aeronaves remotamente tripuladas, tipos de operação, responsabilidades do operador, regras de acesso ao espaço aéreo e salienta sobre a responsabilidade do piloto a fiel observância e cumprimento de todos os parâmetros previstos sobre as distâncias e regras definidas nesta circular (BRASIL, 2018).

AIC N-23 tem como finalidade a regulamentação dos procedimentos e responsabilidades necessários para ingressar no espaço aéreo brasileiro com aeronaves remotamente pilotadas, destinadas ao uso exclusivo voltado às operações dos órgãos ligados aos governos federal, estadual ou municipal (BRASIL, 2018).

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Afirma que é de competência do DECEA e do Órgão Central do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), legislar acerca dos procedimentos para o ingresso ao espaço aéreo, cabendo aos demais órgãos reguladores o trato do assunto dentro de sua área de atuação (BRASIL, 2018).

Define que para melhor entendimento do conteúdo descrito nesta circular os órgãos ligados aos governos federal, estadual e municipal, poderão ser denominados de forma genérica de órgãos diferenciados e suas operações denominadas de operações em caráter diferenciado ou operações diferenciadas (BRASIL, 2018).

As regras descritas nesta circular podem ser aplicadas a quaisquer tipos de operações realizadas com aeronaves remotamente pilotadas, orgânicas ou não, desde que sejam realizadas em prol dos Órgãos que representem os Governos (BRASIL, 2018).

O âmbito desta circular:

O conteúdo desta Circular é de observância obrigatória e se aplica aos operadores que pretendam voar em espaço aéreo brasileiro, utilizando aeronaves sem tripulação, pilotadas de forma remota, com objetivos voltados às operações em proveito dos órgãos ligados aos governos federal, estadual ou municipal (BRASIL, 2018).

AIC N-24 tem como finalidade a regulamentação dos procedimentos e responsabilidades necessários para ingressar no espaço aéreo brasileiro com aeronaves remotamente pilotadas, destinadas ao uso exclusivamente voltado às operações dos órgãos de segurança pública (OSP), da defesa civil (DC) e de fiscalização da receita federal do Brasil (RFB) (BRASIL, 2018).

Afirma que é de competência do DECEA e do Órgão Central do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), legislar acerca dos procedimentos para o ingresso ao espaço aéreo, cabendo aos demais órgãos reguladores o trato do assunto dentro de sua área de atuação (BRASIL, 2018).

Define que para melhor entendimento do conteúdo descrito nesta circular, Órgãos de Segurança Pública, as Polícias Legislativas Federais, a Defesa Civil e a Receita Federal do Brasil poderão ser denominados de forma genérica de Órgãos Especiais e suas operações poderão ser denominadas de operações em caráter especial ou operações especiais (BRASIL, 2018).

As regras descritas nesta Circular, podem ser aplicadas às operações de Segurança Pública, de Defesa Civil e de fiscalização da RFB, realizadas com aeronaves remotamente pilotadas ou orgânicas. (BRASIL, 2018).

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O âmbito desta circular:

O conteúdo desta Circular é de observância obrigatória e se aplica aos operadores que pretendam voar em Espaço Aéreo Brasileiro, utilizando aeronaves sem tripulação, pilotadas de forma remota, com objetivos exclusivamente voltados às operações de Segurança Pública, Defesa Civil e Fiscalização da Receita Federal do Brasil (BRASIL, 2018).

É notável o papel desempenhado por esses documentos garantindo a segurança do espaço aéreo, por isso é importante que todos os operadores de aeronaves remotamente pilotadas, estejam atentos aos parâmetros estabelecidos por esses documentos, assim, todos permanecerão em seus espaços adequados para operação.

Há regulamentos para cada tipo de área, é importante que o piloto de aeronave RPA, esteja ciente das regulamentações para cada tipo de ambiente em que esteja voando, já que todas essas normas foram confeccionadas para justamente garantir a segurança de todos que transitam no espaço aéreo.

Fonte: BRASIL, 2018.

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É evidente a importância desses veículos aéreos também nas atividades de âmbito civil, muitas coisas do cotidiano das pessoas têm alguma ligação, seja ela direta ou indireta. Com toda essa proliferação desses equipamentos circulando no espaço aéreo, mesmo que em baixa altitude, foi imposta pela autoridade competente, regulamentações que tem o fim de garantir a segurança de todos.

Fonte: BRASIL, 2018.

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo principal deste trabalho foi apresentar ao leitor de forma formal e de fácil entendimento, a história e trajetória dos veículos aéreos não tripulados e sua respectiva importância.

Ao descrever a história e trajetória destes equipamentos até o modo que o conhecemos hoje, é notado que antes mesmo do primeiro voo com o mais pesado que o ar, em 1849, já se pensava em um equipamento que de certa forma fosse autônomo, assim, a Áustria enviou balões com bombas acopladas para Veneza, região norte da Itália. Mas somente na Segunda Guerra Mundial que ocorreu um desenvolvimento de forma considerável deste tipo de veículo, a Alemanha foi pioneira ao desenvolver os projetos V-1 e V-2, no pós-guerra, esses projetos serviram de base para que diversos países também desenvolvessem outros projetos.

Após esse período, foi encontrado um grande obstáculo para o desenvolvimento dos VANTs, a forma de operação era complexa, necessitando de dezenas de pessoas para pilotar apenas um veículo de forma remota. O engenheiro aeronáutico, Abraham Karem, ao ver o problema de operação com os equipamentos, desenvolveu o Albatross, que necessitava de apenas 3 pessoas para ser operado e contava com uma autonomia de até 56 horas, assim, revolucionando a indústria dos VANTs.

Identificando a importância desses equipamentos em diversos segmentos em que são utilizados, desde o âmbito militar ao civil, foi notável que atuaram como protagonistas em diversos eventos ocorridos no âmbito militar, deixando de colocar a vida de soldados e pilotos em risco, utilizados também por diversas corporações para atuar no combate ao terrorismo e até mesmo para auxiliar na segurança pública de grandes centros, rodovias e fronteiras.

Apenas nos anos 2000, estes veículos autônomos chegaram ao mercado civil, após alguns anos e com sua popularidade aumentando, foram adaptadas diversas funções aos equipamentos, utilizados por diversos setores, desde o agronegócio até a indústria cinematográfica. Uma de suas funções suas principais, é a captação de imagens por diversos ângulos, sem contar a versatilidade em seu uso para realizar takes aéreos, assim, consolidou-se um mercado milionário na economia.

Foi apresentado ao leitor o conhecimento sobre a importância dos VANTs e como chegou a esse nível, dessa forma, foi constatado que cada vez mais, esses veículos fazem parte do cotidiano de muitas pessoas e auxilia diversos setores. Sendo explanado o quanto esses

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equipamentos se desenvolveram e contribuíram para momentos importantes da história, como na Segunda Guerra Mundial. Hoje atuam desde o auxílio a produção de commodities agrícolas, até a proteção de território de grandes Nações.

O trabalho foi elaborado por pesquisa exploratória e explicativa, com procedimento bibliográfico e documental, com abordagem qualitativa. A coleta de dados se deu através de relatos e dados, disponibilizados por meio eletrônico oficial, livro didático e sites especializados em VANTs. A Análise dos dados se deu através de leitura criteriosa dos materiais disponibilizados, assim, julgando sua relevância para a pesquisa. Assim apresentando desde ideias pioneiras, até seu desenvolvimento, chegando aos dias atuais.

Em termos de limitações, o assunto estudado pode ser facilmente desviado, devido à similaridade e conexões com outros temas, um exemplo: exploração espacial, a ideia de um VANT na segunda guerra mundial, contribuiu para o início da corrida espacial, atualmente na área da exploração espacial, tem veículos que são remotamente pilotados. Com isso, o foco do estudo foi mantido em veículos que são utilizados no âmbito civil e militar, também conhecido popularmente como drones.

Outra limitação também encontrada, é a quantidade de sites, tipo blogs, que fornecem informações de forma caseira, sem nenhum embasamento científico ou técnico, com isso, a coleta de dados foi direcionada para meios que abordassem o assunto de forma confiável e relevante para a pesquisa.

De acordo com os resultados obtidos neste estudo, são feitas as seguintes sugestões para futuras pesquisas:

• Aprimoramento e desenvolvimento da tecnologia (autonomia, navegação, motores, etc.) para estes equipamentos.

• Estudo de adequação dos VANTs em outros segmentos em que podem ser úteis.

• Elaborar uma pesquisa que trate especificamente das regulamentações que atuam sobre aeronaves remotamente pilotadas.

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REFERÊNCIAS

AEROJR. Drones através da história. 2018: Aerojr. Disponível em: https://aerojr.com/blog/drones-atraves-da-historia/. Data do acesso: 04/02/2020.

ANAC. O que são drones. 2017: Agência Nacional de Aviação Civil. Disponível em: https://www.anac.gov.br/perguntas-frequentes/drones/aeronaves/o-que-sao-drones. Data do acesso: 03/02/2020.

BRASIL. Capacidade operacional, Hermes 900 reforça segurança. 2014: Força Aérea

Brasileira. Disponível em:

http://www.fab.mil.br/noticias/mostra/18093/REAPARELHAMENTO-%E2%80%93- Hermes-900-refor%C3%A7a-capacidade-operacional-da-FAB-no-reconhecimento-eletr%C3%B4nico. Data do acesso: 12/02/2020.

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Referências

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