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O Brasil e o desenvolvimento socioeconômico sustentável como alternativa para superação da pobreza

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA NATASHA CONSTANTINA MARQUES DE OLIVEIRA

O BRASIL E O DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO SUSTENTÁVEL COMO ALTERNATIVA PARA SUPERAÇÃO DA POBREZA

Palhoça 2018

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NATASHA CONSTANTINA MARQUES DE OLIVEIRA

O BRASIL E O DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO SUSTENTÁVEL COMO ALTERNATIVA PARA SUPERAÇÃO DA POBREZA

Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de graduação em Ciências Econômicas, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel.

Orientador: Prof. João Antolino Monteiro

Palhoça 2018

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SUMÁRIO

Table of Contents

1 INTRODUÇÃO 03

1.1 EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA 04

1.2 OBJETIVOS 06 1.2.1 Objetivo geral 06 1.2.2 Objetivos específicos 07 1.3 JUSTIFICATIVA 07 1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 08 2 REFERENCIAL TEÓRICO 11

2.1 CONTEXTO HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 11

2.1.1 Ecodesenvolvimento 15

2.2 FUNDAMENTAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: ÂMBITO SOCIAL 16

3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS 20

3.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO BRASIL 20

3.1.1 Os desafios para o Brasil 20

3.2 O NOVO DESENOLVIMENTISMO E A SUSTENTABILIDADE URBANA 24

CONSIDERAÇÕES FINAIS 28

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1 INTRODUÇÃO

A análise sobre desenvolvimento sustentável no Brasil tem se intensificado nos discursos e estudos das últimas décadas, principalmente após a década de 1960, decorrente do intenso crescimento urbano. A reflexão acerca do futuro começa a ser exposta no pensamento político, social e filosófico levando ao questionamento da participação do homem no planeta. O conceito de desenvolvimento sustentável surge como um termo que expressa os anseios coletivos, tais como a democracia e a liberdade, muitas vezes colocada como uma utopia (BARBOSA, 2008).

O desenvolvimento sustentável caracteriza-se não como um estado fixo de harmonia, mas sim como um processo de mudanças, no qual se compatibiliza a exploração de recursos, o gerenciamento de investimento tecnológico e as mudanças institucionais com o presente e o futuro (CANEPA, 2007). Segundo o relatório “ Nosso Futuro Comum”, elaborado pela Comissão de Brundtland na Rio 92, a definição de desenvolvimento sustentável, amplamente difundida, é a do desenvolvimento que atende as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades.

Para Clovis Cavalcanti (2003), as discussões atuais sobre o significado do termo mostram que se está aceitando a ideia de colocar um limite para o progresso material e para o consumo, antes visto como ilimitado, criticando a ideia de crescimento constante sem preocupação com o futuro.

Embora existam inúmeras formas de se definir desenvolvimento sustentável, a discussão de maior profundidade é a crescente preocupação com os atuais padrões de crescimento econômico mundial, que podem resultar na inviabilidade da vida humana na terra. De fato, o atual modelo de crescimento econômico gera enormes desequilíbrios, se por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentam cotidianamente. Diante desta constatação, surge a ideia do desenvolvimento sustentável, buscando conciliar o desenvolvimento econômico não só com a preservação ambiental mas também com o fim da pobreza. O Brasil, como um gigante país em desenvolvimento, o qual dispõe de tantas riquezas ambientais, e sócio-culturais e tão participativo nas discussões

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internacionais sobre sustentabilidade, tem importante papel na atuação desta estratégia de transformação.

Sendo assim, este projeto apresenta-se como uma análise sobre o desenvolvimento sustentável no Brasil como alternativa para superação da pobreza, bem como a crítica ao sistema econômico vigente, ressaltando os desafios que ainda permanecem para a qualidade de vida da sociedade. Primeiramente, será abordado um contexto histórico sobre os principais marcos e temas discutidos nas Conferências Internacionais. Diante da crise econômica atual, achou-se necessário contextualizar o cenário dos grandes centros urbanos brasileiros perante o desenvolvimento sustentável. Para isso, serão apresentados alguns dados dos aspectos econômicos tais como a miséria, o desemprego e o analfabetismo, e também os avanços que ocorreram neste aspecto nos últimos 10 anos. Em seguida, serão citados os instrumentos econômicos, sociais e legais que podem ser eficazes para a implementação do desenvolvimento sustentável no Brasil.

1.1 EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA

O conceito de desenvolvimento sustentável consolidado na Rio 92, destaca a promoção simultânea e equilibrada da proteção ambiental, da inclusão social e do crescimento econômico. Diante da amplitude deste tema e dentre os desafios existentes para o avanço do desenvolvimento sustentável no Brasil, este estudo pretende ressaltar principalmente a dimensão social, bem como as soluções sustentáveis para melhoria dos indicadores sociais. Embora não seja o foco principal deste estudo, é importante ressaltar que a dinâmica do desenvolvimento sustentável depende de uma estratégia harmônica e simultânea entre seus componentes. Isto é, as conquistas devem ocorrer em todos os âmbitos, inclusive na preservação dos ecossistemas e no incentivo a sistemas produtivos poupadores de materiais, de energia, e capazes de contribuir para a regeneração da biodiversidade.

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Figura 1- Desenho esquemático da dinâmica dos componentes do desenvolvimento sustentável. (Revista Visões, 2008)

A discussão sobre desenvolvimento sustentável conta com a participação de políticas públicas nacionais, bem como com o engajamento da sociedade civil. O Brasil desempenha importante e crescente papel nessas discussões tendo em vista a sua grande atuação nos foros internacionais. As duas conferências internacionais mais importantes da história, a Rio 92 e a Rio +20, foram sediadas no Brasil. No entanto, as conquistas recentes na luta contra a pobreza, no Brasil, padecem de um problema fundamental: apesar da redução na desigualdade de renda, persistem as formas mais graves de desigualdade no acesso à educação, à moradia, a condições urbanas dignas, à justiça e à segurança. Segundo o Relatório de Brundland, a pobreza generalizada não é mais inevitável e o desenvolvimento de uma cidade deve privilegiar o atendimento das necessidades básicas de todos e oferecer oportunidades de melhora de qualidade de vida para a população.

A síntese deste modelo atual é a produção de riqueza para um número reduzido de pessoas e a distribuição da pobreza para muitos. O império deste modelo gera uma relação autoritária e de exclusão (SOUZA, 2013). Com efeito, a exclusão leva ao desenvolvimento desigual e produtor de violência. Os graus são variados e as formas também. Inicia com a violência urbana, que gera os guetos, favelas, áreas de acesso proibido para algumas pessoas até atos de terrorismo, que congregam pessoas

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descontentes ao redor do mundo, alimentam ódios e ressentimentos e fazem nascer fanáticos de várias espécies (SOUZA, 2013).

No Brasil, principalmente nas grandes metrópoles, os problemas causados pelo aumento da população urbana sem a presença do poder público acompanhando essa urbanização quase que espontânea, como é o caso das favelas, podem ser facilmente observados. A imagem das cidades brasileiras está definitivamente associada à violência, à poluição, ao tráfego caótico, às enchentes, à desigualdade social (MARICATO, 2000). Sendo assim, a sustentabilidade torna-se a resposta para vários desafios atuais do desenvolvimento socioeconômico no Brasil, inclusive para a superação da pobreza.

1.2 OBJETIVOS

Tomando como base o problema de pesquisa, apresentam-se, na sequência, os objetivos a serem alcançados no trabalho de conclusão de curso.

1.2.1 Objetivo geral

O trabalho de conclusão do curso tem como objetivo geral analisar como o desenvolvimento sustentável pode ser um caminho estratégico para o enfrentamento da pobreza no Brasil, e para a superação dos problemas de desigualdade de renda e de inclusão social.

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1.2.2 Objetivos específicos

De forma a atingir e complementar o objetivo geral, apresentam-se alguns objetivos específicos a serem alcançados no decorrer do trabalho:

- Listar as principais Conferências Internacionais sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e a importância dos acordos firmados para o desenvolvimento sustentável;

- Apresentar a evolução dos indicadores sociais brasileiros na última década relacionados à qualidade de vida, tais como miséria, emprego, analfabetismo, saneamento, entre outros;

- Descrever estratégias inovadoras para o alcance de equidade e justiça social nos centros urbanos;

- Reafirmar a importância da discussão e aprofundamento do tema desenvolvimento sustentável no Brasil, bem como da implementação de políticas públicas responsáveis.

1.3 JUSTIFICATIVA

A reflexão acerca do desenvolvimento sustentável é indiscutivelmente de extrema importância para a sociedade global pois representa grandes desafios relacionados a questões de preservação ambiental, crescimento econômico equilibrado, manutenção da diversidade cultural, dentre outros. Mas no Brasil, além destas questões citadas anteriormente, existe também um grande desafio no quesito da satisfação das necessidades básicas humanas. Por isso este estudo se torna muito relevante e urgente para o contexto atual do desenvolvimento das cidades brasileiras, tendo em vista que estão passando por processos de urbanização desordenados e necessitam de um novo padrão de desenvolvimento.

A sustentabilidade social refere-se ao desenvolvimento e tem por objetivo a melhoria da qualidade de vida da população. Para o caso de países tal qual o Brasil,

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com problemas de desigualdade social, é necessária a adoção de políticas distributivas e a universalização de atendimento a questões como saúde, educação, habitação e seguridade social (SACHS, 1993).

Para Barbosa (2008) o termo sustentabilidade está na maioria das vezes presente somente nos discursos políticos, mas na realidade não permeia as ações governamentais. Dessa forma acredita-se que a propagação deste estudo possa auxiliar nas futuras atuações e proposições urbanas e políticas, servindo como instrumento de avaliação estratégica para o governo e planejamento econômico do Brasil.

Aspásia Camargo (2004) faz um retrospecto sobre os anos que se passaram após as Conferências Rio 92 e da África do Sul, e destaca que muitas foram as frustrações quanto as perspectivas positivas, porém um importante avanço trata-se do reconhecimento do desenvolvimento sustentável como uma possível e aceitável solução para os problemas sociais enfrentados pelo Brasil. E portanto, a discussão acadêmica tem se tornado cada vez mais intensa e profunda no intuito de subsidiar a superação dos principais obstáculos que ainda persistem.

Diante da importância destacada acima deste tema para o planeta, para o país e para a sociedade, cabe também ressaltar que este curso de graduação consiste em uma ciência estratégica responsável pela formação de profissionais qualificados, capazes de gerar conhecimentos e tecnologias que possibilitem arranjos produtivos alicerçados em bases sustentáveis, gerando produção saudável, promovendo a conservação ambiental, e promoção de valores tais como autonomia, solidariedade e responsabilidade.

1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O objetivo desse capítulo é apresentar a metodologia da pesquisa, apresentando uma exposição detalhada dos passos seguidos e os procedimentos adotados à condução do estudo, coleta, tratamento e análise de informações e dados. Dessa forma, permitir uma melhor compreensão e entendimento do trabalho em

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questão. O trabalho de pesquisa visando à construção do conhecimento desenvolve-se por etapas, que se constituem num método, num caminho do processo que requer boas doses de trabalho intelectual e braçal (SANTOS, 2004).

Este estudo pode ser considerado uma monografia pois possui um tema específico ou particular, com suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia. Abrange uma investigação de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de questões ou de um problema com tripla finalidade: desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, à realização de uma pesquisa futura mais precisa, ou modificar e clarificar modelos (MARCONI e LAKATOS, 2008).

Para alcançar os objetivos propostos, a pesquisa se classifica em três categorias: quanto ao seu objetivo, quanto aos seus procedimentos e quanto à abordagem do problema.

Quanto aos objetivos, esta pesquisa, de natureza exploratória e descritiva, foi conduzida com o propósito de gerar os indicadores ou atributos de satisfação, que fornecerão a base para a elaboração do estudo. A pesquisa exploratória busca apenas levantar informações sobre determinado objeto, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando as condições de manifestação desse objeto. (SEVERINO, 2007). A pesquisa descritiva por sua vez utiliza-se de técnicas de coleta de dados preocupando-se em identificar, relatar, analisar, comparar e interpretar.

Quanto aos procedimentos, trata-se de uma pesquisa bibliográfica e documental. Como afirma Severino (2007) “a pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses, etc”. O procedimento bibliográfico se enquadra no presente estudo, pois foram utilizados além de livros, artigos científicos, monografias de graduação, dentre outros trabalhos de conclusão de curso. A pesquisa bibliográfica é obrigatória na maioria dos trabalhos científicos, pois é por meio dela que se toma conhecimento sobre a produção científica existente. Já a pesquisa documental baseia-se em materiais que ainda não receberam um tratamento analítico ou que podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa (BEUREN e RAUPP, 2004) tais como a coleta de dados dos indicadores de sustentabilidade e índices

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socioeconômicos nos sites oficiais, do IBGE e do Livro Brasil em Desenvolvimento: Estado, planejamento e políticas públicas do IPEA.

E por úlimo, quanto à classificação da abordagem do problema, este estudo tem característica qualitativa pois traduz os resultados em conceitos e ideias. Os estudos que empregam metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vivos por grupos sociais. A pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números (SILVA e MENEZES, 2000). Para alguns autores, esta abordagem também é comum em Ciências Econômicas por tratar-se de uma ciência social.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CONTEXTO HISTÓRICO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Na raiz da palavra “sustentabilidade” está a palavra sustentare com o sentido segundo o Novo Dicionário Aurélio de equilibrar-se, manter-se, conservar-se bem. A Grande maioria estima que o conceito de “sustentablidade” possui origem recente, a partir das reuniões organizadas pela ONU nos anos 70 do século XX, quando fortaleceu a consciência dos limites do crescimento. Mas o conceito já possui uma história de mais de 400 anos, que poucos conhecem, em todo o mundo Antigo até o alvorecer da Idade Moderna.

O nicho a partir do qual nasceu e se elaborou o conceito “sustentabilidade” é a silvicultura, o manejo das florestas, pois a madeira era a matéria-prima principal na construção de casa e móveis, em aparelhos agrícolas, e como combustível para cozinhar e aquecer as casas. Posteriormente foi amplamente utilizada para fundir metais e construir barcos. No século XVI as potências marítimas como Portugal e Espanha extinguiram grande parte das florestas, mas foi na Alemanha que pela primeira vez houve a preocupação pelo uso racional e neste contexto surgiu a palavra alemã Nachhaltigkeit, que significa “sustentabilidade”. (BOFF, 2016)

Desde então foram fundadas diversas academias de Silvicultura com este conceito que se manteve vivo e em 1970 foi elaborado o primeiro relatório: Os limites do crescimento. E em 1972 a ONU realizou em Estocolmo a Primeira Conferência Mundial sobre o Homem e o meio Ambiente, no qual foi criado o Programa das Nações Unidas ára o Meio Ambiente- PNUMA.

Posteriormente os temas abordados sobre sustentabilidade passaram a ser mais abrangentes, embasados cientificamente e contextualizados sobre outros aspectos considerados relevantes. Em 1973, o canadense Maurice Strong lançou o conceito de ecodesenvolvimento, cujos princípios foram formulados por Ignacy Sachs. Os caminhos do desenvolvimento seriam seis: satisfação das necessidades básicas; solidariedade com as gerações futuras; participação da população envolvida; preservação dos

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recursos naturais e do meio ambiente; elaboração de um sistema social que garanta emprego, segurança social e respeito a outras culturas; programas de educação. Esta teoria referia-se principalmente às regiões subdesenvolvidas, envolvendo uma crítica à sociedade industrial. Foram os debates em torno do ecodesenvolvimento que abriram espaço ao conceito de desenvolvimento sustentável.

Em 1987 a primeira- ministra norueguesa Gro Harlem Brundland compôs o relatório “Nosso futuro comum” que ficou conhecido como Relatório Brundland., onde aparece claramente a expressão “desenvolvimento sustentável”, com a definição mais clássica a respeito do tema.

“... Aquele que atende as necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem a suas necessidades e aspirações”.

Embora o documento Nosso Futuro Comum tenha colocado na cena mundial a imperativa necessidade de revisão dos modelos de desenvolvimento adotados pela humanidade até então, a definição de sustentabilidade que nele está posta acaba por permitir inúmeras interpretações do conceito, de forma que, ao adentrar na discussão do‘desenvolvimento sustentável’, entra-se no campo ideológico-político, mesmo que embasado sobre uma reflexão científica. (OLIVEIRA, 2007)

Em 1992 foi realizado no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre meio Ambiente e Desenvolvimento, Rio 92 com participação de 179 governos e formulados vários documentos, dentre eles a Agenda 21: Programa de Ação Global. A Agenda 21 estabeleceu a importância de cada país a se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não-governamentais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas socioambientais.

Cada país desenvolve a sua Agenda 21 e no Brasil as discussões são coordenadas pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável (CPDS) e da Agenda 21 Nacional . Ela se constitui num poderoso instrumento de reconversão da sociedade industrial rumo a um novo paradigma, que exige a reinterpretação do conceito de progresso, contemplando maior harmonia e equilíbrio holístico entre o todo e as partes, promovendo a qualidade, não apenas a quantidade do crescimento. (Agenda 21 Brasil, 1995)

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A Carta da Terra, um dos documentos mais inspiradores dos inícios do século XXI, nasceu de uma consulta feita durante oito anos (1992 – 2000) entre milhares de pessoas de diferentes países e culturas. O projeto começou como uma iniciativa das Nações Unidas a partir da Rio 92, mas se desenvolveu e finalizou como uma iniciativa global da sociedade civil até a aprovação final do seu texto. Ela representa um chamado sério acerca dos riscos que pesam sobre a humanidade e ao mesmo tempo enuncia valores e princípios a serem compartilhados para abrir um novo futuro para a nossa convivência neste pequeno e ameaçado planeta.

Ela reconhece que os objetivos de proteção ecológica, erradicação da pobreza, desenvolvimento econômico equitativo, respeito aos direitos humanos, democracia e paz são interdependentes e indivisíveis. Busca inspirar todos os povos a um novo sentido de interdependência global e responsabilidade compartilhada, voltado para o bem-estar de toda a família humana, da grande comunidade da vida e das futuras gerações. Oferece um novo marco, inclusivo e integralmente ético para guiar a transição para um futuro sustentável.

A legitimidade do documento foi fortalecida pela adesão de mais de 4.500 organizações, incluindo vários organismos governamentais e organizações internacionais.

Leonardo Boff (2016) relata que pelas palavras da Carta da Terra, a sustentabilidade comparece como uma questão de vida ou morte e cita o final da Carta: “Como nunca antes na história o destino nos conclama a buscar um novo começo. Isso requer uma mudança na mente e no coração. Requer, outrossim, um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável nos níveis local, nacional, regional e global” (final)

De 26 de agosto a 4 de setembro de 2002, um total de 150 nações se reuniram em Joanesburgo na África do Sul para uma nova convocação por parte da ONU, chamada Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável e ficou conhecida por Rio +10 porque aconteceu dez anos após a Rio 92. O objetivo da Rio +10 foi avaliar o progresso dos acordos estabelecidos na Rio 92, a partir da Agenda 21 com a intenção de discutir o que havia sido realizado até o momento e renovar os compromisso firmado

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entre os países. No caso, tratava-se de um encontro para avaliar os avanços e traçar meios de alcançar os objetivos definidos na Rio 92. Porém, a Rio +10 destacou-se também por incluir em suas discussões os aspectos sociais e a qualidade de vida das pessoas.

Novamente no Rio de Janeiro, a ONU organizou após dez anos um novo evento, com193 países, a Rio +20 que ocorreu entre os dias 13 e 22 de junho de 2012. Mais uma vez a finalidade da Conferência foi a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes.

Leonardo Boff (2016) faz uma análise sobre os resultados das reuniões e relata que na Rio 92 ainda reinava um espírito de cooperação, favorecido pela queda do Império Soviético e do Muro de Berlim, porém na Rio +10 e Rio +20 notou-se uma disputa feroz por interesses econômicos corporativos, especialmente por parte das grandes potências, que boicotaram a discussão das energias alternativas em substituição do petróleo, altamente poluidor.

Sendo assim os resultados das Cúpulas não foram os esperados, pois os impasses, principalmente entre os interesses dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, acabaram por frustrar as expectativas para o desenvolvimento sustentável do planeta. O documento final apresenta várias intensões e joga para os próximos anos a definição de medidas práticas para garantir a proteção do meio ambiente. Acredita-se que a crise econômica mundial, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, prejudicou as negociações e tomadas de decisões práticas.

O saldo positivo de todas estas conferências da ONU foi um crescimento de consciência na humanidade concernente em grande parte à questão ambiental, não obstante persista ainda ceticismo em um bom número de pessoas, de empresas e até de cientistas.

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2.1.1 ECODESENVOLVIMENTO

Ao longo dos anos, muitos modelos de desenvolvimento sustentável foram criados, dentre eles surgiu o Modelo do Ecodesenvolvimento, elaborado por Ignacy Sachs, um polonês, naturalizado francês e que residiu no Brasil por vários anos. Ignacy Sachs é um economista que a partir de 1980 trouxe um novo olhar para a questão ecológica, ressaltando a pressão muito forte que as atividades humanas exercem sobre os ecossistemas. No discurso ecológico-social de Sachs o homem representa um fator de risco global a ponto de levar o Planeta Terra ao desequilíbrio sistêmico revelado por meio do aquecimento global.

Suas análises combinam economia, ecologia, democracia, justiça e inclusão social. Sachs está convencido de que não se alcançará uma sustentabilidade aceitável se não houver uma sensível diminuição das desigualdades sociais. Para ele a sustentabilidade exige certa equidade social, isto é, o nivelamento médio entre países ricos e pobres e uma distribuição mais ou menos homogênea dos custos e benefícios do desenvolvimento. (BOFF, 2016)

A solidariedade é um dado essencial ao fenômeno humano. Sachs cita a bela expressão “biocivilização”, uma civilização que dá centralidade à vida, à Terra, aos ecossistemas e a cada pessoa. E destaca a necessidade de aprimorar pesquisas em torno do tema da moderna civilização de biomassa, pois acredita que o progresso nesta direção pode auxiliar os países em desenvolvimento na invenção de seus padrões endógenos de desenvolvimento mais justos e, ao mesmo tempo, com maior respeito pela natureza. O controle do potencial de biomassa dá aos cientistas do Terceiro Mundo a vantagem de “pular etapas” na frente dos países industrializados. Sendo assim, o Brasil e os demais países dos trópicos têm todas as condições de se tornarem exportadores da sustentabilidade, transformando o desafio ambiental em uma oportunidade. (SACHS, 2002)

O Ecodesenvolvimento também faz críticas às politicas de mercado, e sua incapacidade de mediar uma condição de desenvolvimento de caráter sustentável nos moldes atuais, pois segundo Sachs (2002) a maior preocupação do mercado é o lucro. Essa política de mercado de matriz capitalista predomina entre os países desenvolvidos

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do Norte, que mantêm um padrão de consumo elevado e divergente dos princípios do desenvolvimento sustentável, e que também penetra os países do hemisfério Sul, que tentam reproduzir estes padrões.

Analisando o contexto social atual brasileiro aliado aos preceitos do Ecodesenvolvimento de Sachs pode-se afirmar também que a utilização dos recursos de biomassa regionais serve como alternativa sustentável e como fonte de renda para a população local, sendo essencial a conscientização destas pessoas para a proteção do ambiente natural e a própria subsistência.

2.2 FUNDAMENTAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: ÂMBITO SOCIAL

Para alguns autores a utilização política da expressão “desenvolvimento sustentável” representa uma armadilha do sistema imperante: assume os termos da ecologia (sustentabilidade) para esvaziá-los e assume o ideal da economia (crescimento/desenvolvimento) mascarando, porém a pobreza que ele mesmo produz. (BOFF, 2016)

Se há uma coisa que o atual desenvolvimento capitalista não pode dizer de si mesmo é que seja socialmente justo. Segundo o Atlas Social do Brasil de 2010, publicado pelo Ipea, cerca de cinco mil famílias controlam 46% do PIB. Jessé Souza, do Ipea, mostra que 171 mil pessoas (0,05 da população) constituem os super ricos que são donos do dinheiro e do poder. O governo brasileiro repassa anualmente 150 bilhões de reais aos bancos para pagamento dos juros de empréstimos e apenas 50 bilhões são destinados aos programas sociais para a beneficiar a maioria pobre da população, tais como Bolsa Família, e Minha Casa Minha Vida. A desigualdade está mais fortemente visível ao se observar o regime de terras, uma vez que 1% da população detém 48% de todas as terras.

O desenrolar do processo de globalização, torna ainda mais evidente a relação indissolúvel entre as questões econômicas, políticas, sociais e ambientais, de tal modo que, refletir sobre perspectivas de desenvolvimento na contemporaneidade implica, invariavelmente, em reflexões que analisam o problema do desenvolvimento sob a ótica

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multifacetada dos elementos que o perpassam, bem como sob a visão dos diversos atores sociais nele envolvidos. (OLIVEIRA, 2007)

Até recentemente, o planeta era um grande mundo no qual as atividades humanas e seus efeitos estavam nitidamente confinados em nações setores (energia, agricultura, comércio) e amplas áreas de interesse (ambiental, econômico, social). Esses compartimentos começaram a se diluir. Isto se aplica em particular às várias “crises” globais que preocuparam a todos, sobretudo nos últimos 10 anos. Não são crises isoladas: uma crise ambiental, uma crise do desenvolvimento, uma crise energética. São uma só. (Nosso Futuro Comum, 1991)

Sem sombra de dúvidas a questão acima posta carece de profunda análise, pois no quadro de referência social atual não se pode tratar exatamente como coerente a relação entre os valores sociais de competitividade e individualidade, tão fortemente propagados, com a sustentabilidade da vida. Nesse contexto, a reestruturação produtiva globalizada e adoção de formas toyotistas de organização da produção passaram a representar um instrumento chave.

Como diz Oliveira (2007) o desenvolvimento da produtividade econômica elimina massivamente empregos de baixa e média qualificação, produzindo desemprego estrutural. As sociedades desenvolvem um processo de dualização: os incluídos (que podem ir da quase totalidade da população em países com nível educacional muito alto, até minorias ínfimas em países de baixa internacionalização) e os excluídos da economia globalizada.

A síntese desse modelo atual é a produção de riqueza para um número reduzido de pessoas e a distribuição da pobreza para muitos. O império deste modelo gera uma relação autoritária e de exclusão. Com efeito, a exclusão leva ao desenvolvimento desigual e produtor de violência. Os graus são variados e as formas também. Inicia com a violência urbana, que gera os guetos, favelas, áreas de acesso proibido para algumas pessoas até atos de terrorismo, que congregam pessoas descontentes ao redor do mundo, alimentam ódios e ressentimentos e fazem nascer fanáticos de várias espécies. (SOUZA, 2012)

Neste sentido, é possível elencar conjuntos de elementos motivadores da sustentabilidade, dentre eles o de cunho social, que diz respeito ao aumento

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populacional, da pobreza e da desigualdade social, que estariam acarretando como consequência a decadência social. De fato, Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano do (PNUD) Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, a acumulação de riqueza no topo da distribuição de rendimento global tem sido mais impressionante do que a redução da pobreza na base.

Constata-se, pois, que a globalização tem feito com que os governos mantenham um diálogo muito maior com as grandes corporações do que com a sociedade civil. Tal fato ocorre porque as grandes corporações são maiores que os governos. Assim, vale observar que das cem maiores economias do mundo, cinquenta e uma são representadas pelas grandes corporações. É essa lógica que leva os governos a se preocuparem mais em atender aos interesses das corporações do que os interesses das pessoas que deveriam proteger. (SOUZA e DELPUPO, 2012)

Se a Revolução Francesa e a Independência norte-americana trouxeram em seu bojo fundamentos filosóficos do constitucionalismo do século XIX, com a ideologia dos direitos do homem e do cidadão, como forma de defesa contra o absolutismo monárquico, as duas grandes guerras e a crise do capitalismo no século XX trouxeram a ideia da Constituição econômica, instrumento que pretende regular as relações econômicas e implementar as políticas públicas.

Alguns teóricos desse período, dentre eles, John Maynard Keynes, autor da teoria do “Estado Organizado”, defendiam a atuação estatal através de uma série de instrumentos econômicos, jurídicos e administrativos, para fomentar o desenvolvimento da nação e fornecer subsídios para a economia. Para tanto, uma série de instrumentos, sejam eles econômicos, sociais e legais podem também ser eficazes para a implementação do desenvolvimento sustentável.

Os instrumentos econômicos atuam nos custos de produção e consumo dos agentes econômicos, que estão direta e indiretamente associados aos objetivos da política ambiental, e contemplam uma grande diversidade de ferramentas de política que requerem condições especiais de aplicação. Os instrumentos sociais, por sua vez, buscam reduzir as diferenças entre abundância e pobreza, a perda de confiança nas instituições, a insegurança oriunda do desemprego, a alienação das gerações presentes, com a rejeição de valores que implementem um plano de ação para

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preservar a habitabilidade do planeta. Por sua vez, os instrumentos legais visam evitar a degradação do meio ambiente quando o diálogo entre as instâncias econômica e social estiver inviabilizado. (SOUZA e DELPUPO, 2012)

É justamente em meio a esse cenário que se faz mister o envolvimento de componentes do poder público, da iniciativa privada e, também, da sociedade civil na discussão, proposição e implantação de formas alternativas de desenvolvimento. Além disso, é fundamental que as reflexões e ações relativas ao desenvolvimento sustentável considerem a noção de democratização, já que atores sociais distintos têm projetos sociais também diversos, o que coloca na cena, inclusive, a necessidade de considerar o desenvolvimento como uma construção primeiramente local/ regional.

Em meio à dinâmica supracitada, se apresenta com altíssimo grau de inviabilidade cogitar o desenvolvimento sustentável como um empreendimento global único, até porque encarar o modo de desenvolvimento dos países considerados já desenvolvidos como modelo acabaria por reafirmar a noção ideológica de que crescimento industrial e econômico gera, necessariamente, melhoria da qualidade de vida da população como um todo. E na verdade experiências bem sucedidas locais são organizadas e geridas a partir das necessidades e possibilidades próprias de cada espaço. (OLIVEIRA, 2007)

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3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

3.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO BRASIL

3.1.1 OS DESAFIOS PARA O BRASIL

No Brasil a introdução do conceito de desenvolvimento sustentável deu-se pela Lei 6.803 de 02 de julho de 1980, que descreve que nas áreas críticas de poluição, as zonas destinadas à instalação de indústrias serão definidas em esquema de zoneamento urbano, aprovado por lei, que compatibilize as atividades industriais com a proteção ambiental. Mais tarde, o conceito foi instrumentalizado sob a forma de uma Política Nacional do Meio Ambiente. E elaborou um plano próprio, chamada de Agenda 21 do Brasil, estabelecendo seis áreas temáticas: agricultura sustentável, cidades sustentáveis, infraestrutura e integração regional, gestão de recursos naturais, redução das desigualdades sociais, e ciência e tecnologia.

As empresas brasileiras e também as multinacionais que residem aqui precisam ser conscientizadas de sua responsabilidade quando lançam ao mercado produtos que podem comprometer o meio ambiente. A tecnologia disponível é suficiente para a adoção de alternativa mais saudável, em termos de preservação, mais econômica, o que interessa ao capital, e eticamente irrepreensível, o que interessa ao marketing. (NALINI, 2010 apud SOUZA e DELPUPO, 2012)

Particularmente no Brasil, a formulação e implementação de um conjunto de indicadores de desenvolvimento sustentável (IDS) em âmbito nacional é uma iniciativa coordenada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), resultante dos compromissos assumidos em dezembro de 1999 em uma cooperação técnica com o Ministério do Meio Ambiente. A iniciativa brasileira inspira-se no movimento internacional e atende ao projeto regional intitulado “Avaliação da Sustentabilidade na América Latina e Caribe”. (SOUTO, 2013)

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O seminário organizado pelo CEPAL em 2001 e dirigido por Guido Gelli apresentou a proposta de um conjunto inicial de indicadores adequados ao caso brasileiro, que enfocava os seguintes temas: saúde, educação, habitação, segurança, população, atmosfera, terra, oceanos/mares e costas, água, biodiversidade, estrutura econômica, padrões de consumo e produção, e capacidade e infraestrutura institucional. E relatou ainda que os países que mais avançaram no desenvolvimento de indicadores de sustentabilidade à época foram México, Chile, Brasil e Colômbia.

A partir disso ocorreu em 2002 a publicação pelo IBGE dos IDS que incluiu 50 indicadores classificados nas quatro dimensões do desenvolvimento sustentável adotadas pela UN- CSD: ambiental, econômica, social e institucional (SOUTO, 2013). Entretanto, a singela elaboração de indicadores de desenvolvimento sustentável não é suficiente para a efetividade de implementação do referido desenvolvimento, exigindo-se a elaboração de planos com metas concretas e um modo de fiscalizar mais eficiente.

Outro meio para tornar o DS mais efetivo é fornecer um amparato legal e jurídico consistente e ao mesmo tempo fiscalizar de forma mais rigorosa as normas já existentes. Portanto, sob as bases de um imperativo de sustentabilidade e, tendo-se em consideração a irradiação de seus efeitos sobre a ordem jurídica nacional, tem-se que toda ela se encontra comprometida com o dever de assegurar a viabilidade da vida em uma escala de tempo duradoura, tarefa para a qual devem concorrer deveres estatais e sociais de proteção dos fundamentos que lhes garanta. (SOUZA, 2013)

Dentre tantas medidas necessárias, deve-se promover campanhas nacionais de combate ao desperdício, promover a restrição da produção de não recicláveis, evitando-se os produtos descartáveis, mas também incentivar a mudança de comportamento em relação ao consumo. Além disso, um dos fatores fundamentais para reflexão sobre sustentabilidade em nosso país é a análise dos aspectos econômicos perante a miséria, o desemprego e o analfabetismo, que é a análise peculiar deste estudo, uma vez que representa um grande obstáculo social para o Brasil.

Algumas melhorias sociais ocorreram nas últimas décadas. Contudo o crescimento da qualidade de vida e a mudança do comportamento dos brasileiros ainda se deparam com problemas significativos como:

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- Embora o Brasil seja a sexta economia do mundo, ainda possui mais de 12 milhões de analfabetos adultos e ainda enfrenta a desigualdade na instrução da população. Dados de 2016 do IBGE apontam que essa desigualdade tem caráter regional: no Nordeste, 52,6% da população concluíram o ensino fundamental. No Sudeste, 51,1% tinham pelo menos o ensino médio completo. Outro fato relevante é que para pessoas pretas ou pardas, a taxa de analfabetismo (9,9%) era mais que duas vezes a das brancas (4,2%).

- As contas do Governo e a dívida pública tendem, segundo o Banco Central, a continuar crescendo consideravelmente. Esse número representa mais do que o dobro do valor arrecadado com impostos e tributos no ano de 2012, que foi recorde histórico, e de certa forma afeta indiretamente a disponibilidade financeira para investimentos sociais.

- As taxas de desemprego no Brasil, embora tenham apresentado melhora nos últimos 10 anos, ainda representam um desafio. O alto desemprego, seja ele conjuntural ou estrutural, provoca o aumento do trabalho informal, bastante comum nas grandes cidades do Brasil, resultando em menos direitos trabalhistas à essa parcela da população.

O Brasil ainda passa por um bônus demográfico. Ou seja, há um número expressivo de pessoas entrando na força de trabalho anualmente. Para que se consiga absorver bem a entrada delas no mercado de trabalho, sem aumento do desemprego, é necessário um crescimento bem expressivo do PIB e esse não foi o caso do Brasil. (OTTONI, 2017 )

- Ademais, no Brasil ainda existem cerca de quase 15 milhões de pessoas vivendo na pobreza extrema, ou seja, com renda de até R$ 136 mensais em 2017, linha de corte adotada pelo Banco Mundial para países de desenvolvimento médio-alto e seguida pelos pesquisadores.

A pobreza diminuiu drasticamente no Brasil, sendo que a proporção de pobres na população caiu de 68,3% em 1970 para 10,1% em 2011, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE. O número de pobres no Brasil passou de 61,137 milhões para 18,724 milhões, mas esta queda não foi capaz de alterar significativamente “o quadro de desigualdade brasileira na apropriação do

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rendimento total, uma vez que os 20% mais ricos ainda detêm 57,7% desse rendimento, em contrapartida ao pouco mais de 11% detido pelos 40% mais pobres” (IBGE, 2016).

Recentemente o número de brasileiros em situação de extrema pobreza aumentou 11,2% de 2016 para o ano passado em consequência da crise. Não necessariamente o aumento do PIB implica redução de pobreza. Pode-se ter um aumento do PIB puxado pelas classes mais ricas, mantendo as classes mais pobres no mesmo patamar ou até pior. (OTTONI, 2017)

- O Brasil apresenta uma gritante desigualdade de renda que coloca o País como detentor dos piores índices do mundo, só perdendo para a Namíbia e Serra Leoa. Em termos de renda, o Brasil ocupa a 85ª posição no ranking mundial (com renda per

capita da ordem de US$ 10.152 em 2013) e IDH da ordem de 1,73 (IBGE, 2016).

Porém, 12 países da América Latina e do Caribe têm desempenho superior ao brasileiro, entre eles México (71º no ranking, IDH de 0,842), Cuba (59º no ranking, IDH de 0,78), Uruguai (51º no ranking e IDH de 0,792), Argentina (45º no ranking, IDH de 0,811) e Chile (40º no ranking, IDH de 0,819). (SOUZA e DELPUPO, 2012)

Com isso, tem-se que a desqualificação do trabalho, o aumento do desemprego e da miséria dão margens à intensificação do conflito social, que, ligados à inatividade estatal na área de políticas sociais, faz-se necessário surgir a figura do Terceiro Setor. Diante desta perspectiva e do não atendimento dos direitos sociais, alguns grupos sociais mais organizados da sociedade passaram a promover mudanças de comportamento e de valores, na busca de suprir o papel do Estado na implantação da equidade social. Mas essas mudanças ainda não têm sido suficientes para erradicar a pobreza, a exclusão social e produzir a melhoria na qualidade de vida de todos brasileiros.

A necessidade de superação da desigualdade, que ora se revela como problema multidimensional, demonstra que o termo desenvolvimento sustentável não é utópico diante da nossa realidade. E que é imprescindível a integração e cooperação técnica entre os países, a fim de proporcionar o pleno desenvolvimento das iniciativas.

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3.2 O NOVO DESENVOLVIMENTISMO E A SUSTENTABILIDADE URBANA

O novo-desenvolvimentismo tem diversas origens teórica-analíticas, entre as quais a visão de Keynes e de economistas keynesianos contemporâneos de complementaridade entre Estado e mercado. Também a visão cepalina neo-estruturalista que, tomando como ponto de partida que a industrialização latino-americana não foi suficiente para resolver os problemas de desigualdades sociais na região, defende a adoção de uma estratégia nacional de desenvolvimento que compatibilize crescimento econômico com eqüidade social, buscando estimular o debate em torno da constituição de um programa alternativo ao projeto neoliberal.

Sendo assim, busca de forma mais adequada abranger uma nova realidade, em diversos aspectos mais complexa e algumas outras questões que são fundamentais em um projeto de desenvolvimento, principalmente, a relação entre as esferas pública-privada, econômica-social e nacional-internacional. (SICSÚ, 2005)

O pensamento cepalino foi baseado a partir dos trabalhos de Prebisch e Furtado, e desenvolveu uma proposição política para países subdesenvolvidos, ou seja, a de industrializar, como meio de superar a pobreza ou de reduzir a diferença entre eles e os países ricos, e de atingir independência política e econômica através de um crescimento econômico auto-sustentado. Porém, nenhum país da região logrou simultaneamente crescimento e equidade social.

Keynes (1936) relata “o mundo não é governado do alto de forma que o interesse particular e o social sempre coincidam (...) Não constitui uma dedução correta dos princípios da Economia que o auto-interesse esclarecido sempre atua a favor do interesse público”. Daí a necessidade do Estado atuar de forma complementar ao mercado por isso o novo desenvolvimentismo busca defender um Estado forte que estimula o florescimento de um mercado forte.

Suas teses, descritas a seguir são as seguintes: Não haverá mercado forte sem um Estado forte; não haverá crescimento sustentado a taxas elevadas sem o fortalecimento dessas duas instituições (Estado e mercado) e sem a implementação de políticas macroeconômicas adequadas; mercado e Estado fortes somente serão construídos por uma estratégia nacional de desenvolvimento; e não é possível atingir o

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objetivo da redução da desigualdade social sem crescimento a taxas elevadas e continuadas. (SICSÚ, 2005)

No que se refere à sustentabilidade é necessário não só buscar formas inteligentes de ação estatal, complementares à ação privada das empresas e organizações, como também proporcionar condições para que o Estado possa desempenhar de forma mais eficaz sua ação, o que pode ser necessário uma “reforma da gestão pública”. Trata-se de adotar uma forma de gestão que aproxime as práticas dos gerentes públicos às dos privados, tornando-os ao mesmo tempo mais autônomos e responsáveis perante a sociedade.

Na verdade não há um único modelo a ser seguido, e sim inúmeras possibilidades e combinações. De fato, um dos fatores chaves do chamado catching-up é um país saber extrair vantagens das oportunidades criadas pelo momento histórico em que se vive. Nenhum país se desenvolveu ou se mantém desenvolvido tal como os Estados Unidos, a França ou a Alemanha, ou entra em rota de desenvolvimento, tais como alguns países asiáticos, sem um projeto claro que expressasse o sentimento de nação, pois o sentimento nacionalista reforça um projeto de desenvolvimento.

Medidas como a qualificação da mão-de-obra, reformas na legislação trabalhista e políticas sociais são instrumentos eficientes para assegurar uma melhor distribuição da renda. Políticas sociais e educacionais, entendidas como fundamentais para a inclusão econômica formal de segmentos da população com baixíssimos rendimentos e para a melhoria da renda, são elementos também centrais no enfrentamento da questão das exageradas desigualdades presentes no Brasil. Todavia, qualificação sem crescimento produzirá, por exemplo, uma gama de trabalhadores bem-educados subempregados ou desempregados. (SICSÚ, 2005)

Com o novo desenvolvimentismo o pensamento econômico brasileiro começa a sair do estado de torpor no qual se encontrava, e ensaia os primeiros passos para retomada de uma agenda de pesquisa voltada para temas como o desenvolvimento econômico e a eqüidade social. As economias periféricas são constantemente assoladas por crises cambiais. Tais crises, na maior parte dos casos, têm como estopim a fuga de capital especulativo para os países de origem, localizados no centro do mercado mundial. A fuga de capitais desencadeia uma série de processos como altas

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das taxas de câmbio e de juros, inflação e no final da cadeia dos eventos, impacta o quadro social do país, particularmente as classes subalternas.

Para Furtado (1980) desenvolvimento regional ou desenvolvimento econômico é uma definição ampla que envolve questões sociais, desigualdade de rendimentos, emprego, educação, saúde e autonomia das pessoas envolvidas no processo e como essas se relacionam dentro de uma sociedade. Infelizmente no Brasil não temos conseguido adotar uma estratégia de desenvolvimento de longo prazo para o país.

O progresso está inscrito no horizonte de possibilidades do homem, e o caminho para alcançá-lo é perceptível com base no sentido comum. Tudo se resume em dotar a sociedade de instituições que possibilitem ao indivíduo realizar plenamente suas potencialidades. (FURTADO, 1980)

Sen (2000) defende que o desenvolvimento está diretamente ligado à ideia de liberdade e que as liberdades dependem também de outros determinantes, como as disposições sociais e econômicas (por exemplo, os serviços de educação e saúde) e os direitos civis (por exemplo, a liberdade de participar de discussões e averiguações públicas).

A educação e a escolaridade são itens fundamentais na contribuição para o processo de desenvolvimento regional, pois é através delas que é possível tanto a formação de mão de obra qualificada, quanto o desenvolvimento e empoderamento das pessoas para que sejam capazes de transformar seu próprio entorno e a sua região.

Portanto um dos caminhos para combater a pobreza extrema do Brasil é o incentivo a programas de transferência de renda e atividades comunitárias, uma vez que a complementação de renda e a capacitação para as atividades sociais contribuem para o maior sentimento de pertença, para o protagonismo e o empoderamento da população que desfruta dos programas adotados pelo município.

É fato conhecido que atualmente a maioria da população mundial vive em cidades, num fenômeno de urbanização acelerada que se apresenta na forma de inúmeros desafios a serem enfrentados na busca da qualidade de vida para as gerações presentes e vindouras. Segundo a ONU, quase 54% do contingente populacional reside em áreas urbanas, número este que deve crescer para 66% até

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2050. Tal crescimento pode representar um desastre sob o ponto de vista ecológico e social. (MAZZAROTTO, 2017)

Neste cenário, administrar as áreas urbanas passou a ser um dos mais importantes desafios para o desenvolvimento sustentável para o século XXI. Em um discurso perante a Conferência de Mayors dos EUA (2008) Barack Obama defende a necessidade de fortalecer as cidades, olhando-as de forma diferente: “... precisamos parar de ver as nossas cidades como um problema e começar a vê-las como a solução. Cidades fortes são os blocos de construção de regiões fortes, e regiões fortes são essenciais para um América forte”.

Porém, a urbanização sem um devido planejamento tem como consequência vários problemas de ordem social. O inchaço das cidades, provocado pelo acúmulo de pessoas, e a falta de uma infraestrutura adequada geram transtornos para a população urbana. As grandes cidades brasileiras enfrentam diversos problemas e é cada vez mais comum o surgimento e ampliação de favelas desprovidas de serviços públicos e saneamento básico. Outro agravante é a renda insuficiente para ser destinada à habitação, resultando na utilização das ruas da cidade como espaço de moradia.

Os serviços públicos de saúde, em sua maioria, apresentam problemas estruturais, com filas para atendimento ao público, ausência de aparelhos e medicamentos e número de funcionários insuficiente. Dentre esses diversos problemas urbanos brasileiros, atualmente há também a violência e a falta de segurança que resultam em uma situação de vulnerabilidade para a sociedade.

Dessa forma, para promoção do desenvolvimento socioeconômico brasileiro são necessárias estratégias de asistência social que ultrapassem o legado histórico conservador, que atribuiu as questões sociais às medidas de caridade ou de força policial, para um novo olhar de reestruturação e reconstrução dos centros urbanos de forma interdisciplinar.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

As discussões em torno da temática da sustentabilidade neste estudo surgiram a partir da necessidade de se repensar uma interação fundamental à existência humana -a rel-ação homem/ socied-ade/ n-aturez-a – e f-azendo isso sob b-ases distint-as d-aquel-as que se valem da idéia de que o crescimento econômico é sinônimo de progresso social.

O desafio global atual é que o mencionado termo gere a mudança de comportamento em todas as sociedades para repensar a equação de compatibilidade de crescimento e progresso. Percebeu-se, pois, que a questão ambiental diz respeito tanto aos países desenvolvidos quanto aos subdesenvolvidos, sendo certo dizer que nestes últimos o reflexo é ainda mais significativo, pois a miséria é a forma mais cruel de degradação humana. (SOUZA, 2013)

O desenvolvimento do presente estudo possibilitou reconhecer que o crescimento econômico ainda se faz necessário, uma vez que a suspensão do crescimento deterioraria ainda mais a já inaceitável situação da maioria pobre. Porém ele deve ser socialmente receptivo e implementado por métodos favoráveis ao meio ambiente em vez de favorecer a incorporação predatória do capital da natureza ao PIB.

Na Carta da Terra se afirma claramente que “todos os Estados e todos os indivíduos devem, como requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável, cooperar na tarefa essencial de erradicar a pobreza, de forma a reduzir as disparidades nos padrões de vida e melhor atender as necessidades da maioria da população do mundo”. (BOFF, 2016)

Deve-se, então analisar a viabilidade do desenvolvimento no Brasil, evitando a concepção de um crescimento econômico cego e a qualquer custo, priorizando a busca dos direitos plenos de cidadania para todos, permitindo, desta forma, a valorização da diversidade e da criatividade cultural e reforçando o sentimento e a responsabilidade de todos tanto na vida social, como em relação ao meio ambiente.

Além disso, este trabalho apresentou-se como uma análise sobre o desenvolvimento sustentável, bem como a crítica ao sistema econômico vigente, com

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enfoque no desafio social do Brasil. A fragilidade de valores humanos volvidos para a cooperação e preocupação com as gerações futuras, assim como a pouca existência de políticas sociais constantemente avaliadas e continuamente ajustadas a novas necessidades emergentes acabam por dificultar a construção de perspectivas de desenvolvimento sustentável.

Nesse sentido, urge, em primeira instância, a disseminação insistente da idéia de respeito humano, bem como da crença de que os seres humanos, em suas aspirações por desenvolvimento, são capazes de construir um mundo para além dos desígnios da técnica e da economia. (OLIVEIRA, 2007)

Sendo assim, verifica-se que, o modelo capitalista tal como é, não tem condições de cumprir tais objetivos, visto que não permite satisfazer as necessidades humanas sem diminuir as perspectivas das gerações futuras. Portanto, as teses que consagram a sustentabilidade devem buscar mecanismos novos, ágeis e eficientes para demonstrar a viabilidade do desenvolvimento equilibrado tanto na esfera ambiental como social, dando um passo adiante do discurso ambiental preservacionista e do fundamentalismo ecológico, meramente denunciatório. (SOUZA, 2013)

Dada a importância do assunto e considerando a relevante participação do Brasil nas Conferências Internacionais e discussões a respeito do tema, torna-se necessário o desenvolvimento de formas para que o desenvolvimento sustentável neste país sejam mais efetivas e concretizadas a partir de um novo olhar, que leve em consideração as peculiaridades regionais e locais e forneçam medidas para superação da pobreza no país.

Ao adentrar na discussão do desenvolvimento sustentável, entra-se no campo ideológico-político, mesmo que embasado sobre uma reflexão científica. Em certa medida a idéia de desenvolvimento sustentável pode, então, ser considerada como utópica, mas as utopias são capazes de guiar novos projetos de vida, novas idéias de sociedade e rumos bem mais humanos para os tempos vindouros.

Considerando que a sociedade brasileira é uma das mais desiguais e injustas do mundo, com larga diferença entre pobres e ricos, como exposto neste estudo e que essa realidade acabou por adotar um postura socialmente centralizada e economicamente excludente, os objetivos propostos de verificar a necessidade de

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superação dos problemas sociais para só assim obter o verdadeiro desenvolvimento foram alcançados. Ressaltando que essa postura não deve de forma alguma seguir os padrões de crescimento adotados pelos países ricos, balizados por uma racionalidade exclusivamente econômica para depois implementar a passos curtos a sustentabilidade. Mas sim a partir de um novo modelo característico dos países emergentes, que já promova o desenvolvimento verdadeiro, sustentável e abrangente.

Mesmo que os resultados obtidos até hoje no nosso país sejam ainda insatisfatórios, o que estamos vivendo é o início da construção de uma história, talvez a única possível, marcada por derrotas e por vitórias, que inexoravelmente continuará incorporando novos capítulos, diante de cujo conteúdo os governos não terão outra alternativa senão aprofundar suas respostas. Além de seus alcances utópicos, a idéia de Desenvolvimento Sustentável transformou-se em uma verdadeira estratégia de sobrevivência e, como tal, está sendo percebida em uma escala que se amplia incessantemente.

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