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Vista do Agência de Inovação: o Caso da Inova Paula Souza

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Doutora em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Campus Guaratinguetá. Diretora da Faculdade de Tecnologia de Pindamonhangaba – FATEC

Doutora em Administração de Empresas pela Universidade Nove de Julho. Professora da disciplina Administração Geral e Gestão da Qualidade na Faculdade de Tecnologia de Pindamonhangaba – FATEC

Doutorando em Administração de Empresas pela Universidade Nove de Julho. Professor da disciplina Administração Geral Planejamento

Estratégico na Faculdade de Tecnologia de Cruzeiro – FATEC

Doutora em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual “Júlio de Mesquita Filho” Campus Guaratinguetá. Coordenadora do curso de Gestão Financeira na Faculdade de Tecnologia de Guaratinguetá – FATEC

Cristina de Carvalho ares elisei

eloisa de Moura lopes

henio Fontão

vanessa Cristhina Gatto ChiMendes

aGênCia de inovação: o Caso da inova

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RESUMO

palavra Chave

Inovação Tecnológica, Agências de Inovação, Agência Inova Paula Souza.

A inovação tecnológica é um tema muito debatido na atualidade por universidades públicas e privadas, governos e empresas. Dentro do Sistema Nacional de Inovação (SNIs), surgem as agências de inovação como meios de suporte para a relação entre empresa e escola. Entende-se que conhecer o conceito, o papel e os objetivos das agências de inovação é importante para o desempenho da pesquisa científica e tecnológica local, regional e nacional. Neste estudo, objetivou-se aprofundar nos conceitos de agência de inovação, mostrando como estas são implantadas e estruturadas. Para tanto, utilizou-se o método do estudo de caso único, especificamente da agência Inova Paula Souza, implantada em 2010 pelo - Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CEETEPS). Os principais resultados revelam que a agência Inova Paula Souza foi criada para dar suporte às pesquisas científicas desenvolvidas nas escolas técnicas e nas Faculdades de Tecnologia- FATECs que são administradas pelo CEETEPS, alé de prover parcerias entre as FATECS, instituições de pesquisa pública e privada e as empresas. Conclui-se que os pesquisadores das Etecs e Fatecs poderão contar com a agência Inova Paula Souza para o suporte necessário às suas pesquisas, pois as agências administram as questões legais e estruturais para o registro de patentes e transferência de tecnologia, entre outros serviços. Espera-se que os docentes pesquisadores envolvidos nas parcerias empresa-escola possam ter todo suporte necessário para a realização de suas pesquisas de base e assim possam contribuir, cada vez mais, para o desenvolvimento regional com a geração de invenções que se transformem em inovação tecnológica para as empresas parceiras.

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abstraCt

Currently the innovative technology is a debated theme by public and private Universities, industries and government. Inside the National System of Innovation (NSIs), there are innovation agencies such as the support for relationship between companies and schools. It is known that the knowledge of the concept, the role and objectives of the agencies of innovation is important to develop scientific research and local technology, regional and national. In this study, we have the objective of studying the concepts of agencies of innovation, demonstrating how the agencies of innovation are implemented and structured. With this objective, we have used the method of study a single case, especially the agencie Inova Paula Souza, implemented in 2010 by – Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CEETEPS). The main results showed that the agencie Inova Palula Spuza was created to support scientific researches in the techical schools and in Faculdades de Tecnologia – FATECs that are managed by CEETEPS. Moreover, Inova Paula Souza provide partnerships between FATECs, private and public research institute and companies. We conclude that researchers in Etecs and FATECs will contribute to the agencie Inova Paula Souza to the necessary support to their researches, because these agencies manage legal and structural issues for registration of patents and technology transferring, among other services. We expect that the Professors-Researchers evolved in this partnership industry-school can have all needed support to execute their research and thus they can contribute, each time more, to the regional development with development of inventions that can be transformed in technological innovation to the companies.

keywords

Technology Innovation, Agencie of Innovation, Agencie Inova Paula Souza.

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1. introdução

As agências de inovação são partes integrantes do Sistema Nacional de Inovação (SNIs). Percebe-se, cada vez mais, a necessidade do apoio às pesquisas científicas e parcerias entre governo, escola e empresa. Pois, muitas pesquisas são realizadas no país e ficam de certa forma, inativas ou se perdem por falta de algum tipo de apoio como: registro de patentes, transferência de tecnologia e/ou, mesmo viabilização da invenção para ser transformada em inovação, de forma a integrar escola e empresa.

Estudos da Pintec (2005) mostraram que, no Brasil, o índice de patentes registradas vem caindo a cada ano; o mais alarmante é o crescimento do índice de artigos publicados, parece um paradoxo, pois, se o número de publicações cresce, então, por que não cresce o número de patentes registradas no país?

As agências de inovação surgem para dar suporte, ou seja, auxiliar o pesquisador a realizar suas pesquisas e registrar suas patentes, assim como, a realizar parcerias entre a escola e a empresa, pois se acredita que este apoio será crucial para o desenvolvimento tecnológico do estado e consequentemente do país.

Neste estudo mostram-se conceitos de inovação tecnológica, sistemas nacionais de inovação e agências de inovação, em particular o caso das Agências “Inova Paula Souza”, com o objetivo de aprofundar o estudo teórico e empírico e difundir o conhecimento para a sociedade.

2. inovação teCnolóGiCa

Para se compreender o que são agências de inovação, primeiramente é importante conhecer o que é inovação? E tratando-se de inovação, é importante compreender a origem da palavra e a diferença entre inovação e invenção.

Inovação é um termo que vem do latim innovare e significa “fazer algo novo”. Tecnologia pode ser definida como o conhecimento sobre técnicas e as aplicações desses conhecimentos em produtos, processos e métodos (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2008).

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Invenção se refere à criação de um processo, técnica ou produto inédito e pode ser difundida por meio de artigos técnicos e científicos, registrada em forma de patente, visualizada e simulada através de protótipos e plantas-piloto; porém, não tem aplicação comercial. A inovação acontece quando, efetivamente a invenção é aplicada comercialmente (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2008).

São muitas as teorias sobre inovação encontradas na literatura; essas teorias multiplicaram-se ao longo dos tempos, às vezes, reduzindo ou ampliando o conceito desenvolvido por Schumpeter em 1939. (1982).

Para alguns autores, a inovação vem com um sentido limitado; em outras palavras, relaciona-se apenas a produtos, processos e serviços. Enquanto, para outros, a inovação acaba incorporando um sentido mais amplo e considera, também, as inovações de gestão e de negócios.

Dentre os que ampliam o conceito de inovação, há o Manual de Oslo, o qual foi desenvolvido pela Organization for Economic

Co-operation and Development (OECD) ampliando o Manual de Frascati, o

qual apenas monitorava as atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D).

A inovação foi classificada e caracterizada pelo Manual de Oslo como um produto tecnologicamente novo: aquele cujas características fundamentais diferem significativamente de todos os produtos previamente produzidos pela empresa.

Caracteriza também o aperfeiçoamento tecnológico de produto previamente existente, cujo desempenho foi substancialmente aprimorado por meio da utilização de novas matérias-primas ou componentes e subsistemas de maior rendimento.

A inovação em processos refere-se às formas de operação tecnologicamente novas ou substancialmente aprimoradas e obtidas pela introdução de novas tecnologias de produção, assim como, de métodos novos ou substancialmente aperfeiçoados para o manuseio e entrega de produtos.

Os resultados devem alterar significativamente o nível de qualidade do produto ou dos custos de produção e entrega.

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empresa, na forma de articulação entre suas diferentes áreas, na especialização dos trabalhos, no relacionamento com fornecedores e clientes e nas múltiplas técnicas de organização dos processos dos negócios e marketing (OCDE, 2005).

A seguir apresentam-se os conceitos de: Sistema Nacional de Inovação (SNI) e de Agências de Inovação.

2.1 sisteMa naCional de inovação e inCentivos

GovernaMentais à inovação

Um Sistema Nacional de Inovação é uma rede de instituições públicas e privadas que interagem para promover o desenvolvimento científico e tecnológico de um país. Dentro deste sistema tem-se: universidades, escolas técnicas, institutos de pesquisa, agências governamentais de fomento, empresas de consultoria, indústrias, associações empresariais e agências reguladoras, em um esforço para gerir, importar, modificar, adaptar e difundir inovação (NELSON, 1993).

A primeira criação de uma representação gráfica dos Sistemas Nacionais de Inovação (SNI) ficou conhecida como o “Triângulo de Sábato”, nos vértices se situa o governo, as instituições de ensino e pesquisa e o sistema produtivo, cada ator com uma atuação específica no processo de inovação (SÁBATO; BOTANA, 1968).

Segundo Sbragia e Stal (2004) o modelo partia do pressuposto que transformações iriam ocorrer à medida que aumentavam as interações bilaterais entre os atores dos dois vértices, até haver uma forte interação entre pessoas e ideias em todos os níveis.

Mais recetemente tem-se a metáfora da Hélice Tripla, a qual descreve a criação de empreendimento, dentro e fora da universidade, que envolvem cooperação entre universidade, indústria e governo. É um modelo espiral de inovação que leva em consideração as múltiplas relações recíprocas em diferentes estágios do processo de geração e disseminação do conhecimento. Sendo que, cada hélice é uma esfera institucional independente, mas atua em cooperação e interdependência com as demais esferas, por meio de fluxos de conhecimento entre elas. Também ocorrem as conexões entre as

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esferas institucionais, na qual cada uma assume, cada vez mais, o papel da outra, sendo, as universidades assumem postura empresarial, licenciando patente e criando empresas de base tecnológica, e as empresas desenvolvem uma dimensão acadêmica, compartilhando conhecimento entre elas e treinando seus colaboradores em níveis cada vez mais elevados de qualidade (LEYDESDORFF; ETZKOWITZ, 1998).

O modelo da Hélice Tripla é a evolução do Triângulo de Sábato, pois mostra que os integrantes precisam interagir de forma múltipla e os integrantes passam a assumir atividades que antes era apenas de um ou de outro, desta forma se consolida a rede entre os vários atores intitucionais formada pelas hélices. A ideia central é que neste modelo a empresa deve estar localizada no centro de uma forte rede de interações, que podem auxiliar na determinação e direção do processo de inovação e mudança tecnológica, operando como agentes do desenvolvimento local, regional e nacional (STAL, 2002). A seguir mostra-se o conceito de agência de inovação no Brasil.

2.1.1 aGênCias de inovação no brasil

Um dos pontos fundamentais para aumentar a competitividade entre as organizações está relacionado com o desenvolvimento científico tecnológico capaz de gerar inovações. A inovação tecnológica é fator fundamental na determinação de vantagens competitivas, criando novos conhecimentos, invenções, produtos e serviços.

Para tanto, o Governo tem um papel importante no apoio e incentivo à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). E, para Mais et.al (2008), os pesquisadores precisam criar uma cultura de cooperação com o setor produtivo, mesmo sabendo das características burocráticas das universidades brasileiras.

Segundo Audy e Morosini (2007), as universidades tem um papel importante no processo nacional de inovação. Os investimentos do governo em P&D, através dos órgãos de fomento têm de ser devolvida a sociedade na forma de inovação tecnológica, pois assim é que pode

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ocorrer o desenvolvimento econômico.

Os Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) ocupam um relevante papel na sociedade tanto em países desenvolvidos como nas sociedades que lutam para alcançar melhores níveis de crescimento socioeconômico (NELSON, 1993).

Para gerar tecnologia é necessário um ambiente de pesquisa com profissionais qualificados em constante formação. Transferir essa tecnologia para um setor produtivo dinâmico requer mecanismos eficazes capaz de levar esta tecnologia ao mercado. A geração de conhecimento e tecnologia é um processo que demanda recursos, infraestrutura e no Brasil grande parte desta atividade tem ocorrido nas universidades e institutos de pesquisa.

Cruz (2008) afirma que há cerca de cento e cinquenta mil cientistas e pesquisadores em atuação no Brasil, 82% estão nas universidades e 18% estão nos centros de pesquisa de empresas privados.

Com as Leis nº. 9.279/96 (Marcas e Patentes), 9.609/98 (Software) e 9.610/98 (Direitos Autorais) o resultados das pesquisas acadêmicas passou a ser uma nova rotina nas universidades e centro de pesquisas. Muitas universidades criaram estruturas para trabalhar com essa nova visão com as mais diversas denominações, como agências de inovação, escritórios de transferência de tecnologia e núcleos de propriedade intelectual, dentre outras.

A Lei de Inovação Tecnológica (LIT) – Lei 10.973/20041 em seu artigo 16 ressalta que os Institutos de Ciência e Tecnologia são obrigados a dispor de um Núcleo de Inovação Tecnológica, com a finalidade de gerir sua política de inovação, além de ressaltar o relacionamento entre os ICTs e as empresas.

Os Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) tem se mostrado ser a ponte para fomentar a inovação e o desenvolvendo da região onde estão inseridos.

Para Capanema e Oliveira Filho (2012), a lei tem o propósito de reduzir a defasagem entre a geração e a aplicação da tecnologia nacional no mercado, gerar empregos qualificados e manter a competitividade do país em setores que demandam tecnologia de ponta, e criar empresas que possam atuar em mercados globais. Assim para os autores, faz-se necessário saber avaliar as novas

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tecnologias e suas patentes, que nas empresas são consideradas como ativos intangíveis, importantes fatores de diferenciação que contribuem sobremaneira para a obtenção de vantagens competitivas nas organizações.

Martins (2010) afirma que o NIT desempenha papel fundamental na relação entre as empresas e as instituições de pesquisa e desenvolvimento, uma vez que buscam atender as demandas dos atores envolvidos, adotando as estratégias e diretrizes previstas nas Políticas Públicas de Inovação e Tecnologia, contribuindo para o desenvolvimento da inovação no Brasil, bem como estimulando a transferência de tecnologia entre os ICTs e o setor produtivo.

Para Torkomian (2009), conforme apresenta o Gráfico 1 - ano de criação dos NITs , dez anos antes da Lei de Inovação alguns ICT já contavam com estruturas bem parecidas com as dos NITs de hoje, o que justifica os diferentes estágios de estruturação e níveis de maturidade.

Gráfico 1 – Ano de criação dos NITs Fonte: Torkomian (2009)

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Os NITs, segundo a Lei da Inovação têm por função: zelar pela manutenção da política institucional de estímulo à proteção das criações, licenciamento, inovação e outras formas de transferência de tecnologia; avaliar e classificar os resultados decorrentes de atividades e projetos de pesquisa; além de promover a proteção das criações desenvolvidas na instituição; opinar quanto à conveniência de divulgação das criações desenvolvidas na instituição, passiveis de proteção intelectual. E conforme afirma Lotufo (2009) “o NIT passa a ser o interlocutor central com o setor privado e com a própria instituição”

Para Lotufo (2009) o núcleo atende tanto o pesquisador como o empresário ou o gerente de pesquisa e desenvolvimento da empresa. Cada qual com a sua responsabilidade e importância, o pesquisador com os resultados da pesquisa e tecnologias atrativas para a sociedade e os empresários com os recursos para investir.

“Os NIT mais experientes dedicam grande tempo ao relacionamento com os pesquisadores, chegando a ocorrer à situação de profissionais dos NITs ficarem fisicamente alocados em diferentes unidades de pesquisa de ICT maiores ou fisicamente descentralizados, como universidades com diversos campi” (LOTUFO, 2009, p.58).

Considerando as diferenças entre os objetivos de cada parte da negociação – pesquisadores e empresários o autor considera importante às diferenças e conflitos que podem ser superados pela negociação, pois as vantagens podem ser recíprocas para os dois tipos de instituições, gerando complementaridades importantes, como mostra o Quadro 1 – Complementaridades universidade-empresa.

Quadro 1 - Complementaridades universidade-empresa. Fonte: adaptado de Lotufo (2009)

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Mesmo com todas as diferenças, as complementaridades é um forte ponto para as empresas e para as universidades, tornando ainda mais fundamental e importante a participação e uma adequada estruturação dos NITs, para que efetivamente aconteça a transferência de tecnologia entre o público e o privado e ainda consolide um ambiente voltado para inovação no país, tornando-o cada vez mais competitivo.

3. Método e téCniCa da pesquisa: estudo de Caso

Esta pesquisa é descritiva de caráter qualitativo e o método usado é o estudo de caso. Para Yin (2005) esta é uma boa forma de estudo quando o que se pretende saber é “como” e “por que” determinado fenômeno acontece.

Eisenhardt (1989) afirma que o importante no estudo de caso é a circunscrição adequada do problema, a coleta de dados, por sua vez, deve ser confiável e sistêmica. A análise e interpretação dos resultados precisam seguir o critério da racionalidade. O estudo de caso pode ser utilizado para aprofundar, as questões de observação, entrevistas e análises de documentos em uma ação triangular, por meio da qual, o pesquisador tem a oportunidade de estar no ambiente estudado e levantar dados primários que valorizem a pesquisa.

Para o protocolo da pesquisa e a interpretação dos dados foi utilizado o modelo metodológico apresentado abaixo pela Figura 1

Análise Contextual

Descrição: Coleta de dados - - observação - documentação –

história.

Interpretação

Análise - uso dos conceitos de agência de inovação para entender e relacionar causas e efeitos.

Considerações finais

Síntese - os principais pontos levantados na pesquisa.

Análise Processual

Diagnose: Atitudes Inovadoras - identificar fatores de importancia da Agência Inova Paula

Souza.

Figura 1 - Modelo do estudo de caso Fonte: Adaptado de Gordon, 2001.

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A coleta de dados foi realizada pela observação dos documentos que originou a agência “Inova Paula Souza”. A análise dos dados buscou interpretar causas e efeitos dos conceitos de agência de inovação no ambiente estudado.

4. o Caso: aGênCia “inova paula souza”

4.1 dados históriCos

O Conselho deliberativo do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CEETEPS) criou a Agência Paula Souza, conforme deliberação CEETEPS – 6 – de 25.11.2010. Conforme artigo 1º. - Fica criada a Agência de Inovação “Inova Paula Souza”, com a finalidade de gerir as políticas de inovação do Centro Paula Souza, nos termos previstos nos Incisos III e IV, Artigo 2º. da Lei complementar nº 1049/2008 -.

O Artigo 2º. da deliberação de criação da Agência, estabelece que a organização e o regulamento para o funcionamento da “Inova Paula Souza”, deverão ser desenvolvidos por grupo de trabalho específico, designado a partir de portaria da Superintendência do Centro Paula Souza.

Seguindo a orientação da deliberação que foi criada a agência “Inova Paula Souza”, a qual está estruturada por regiões administrativas, chamadas de “Polo” conforme mostra o Quadro 2 – Polos da agência “Inova Paula Souza”.

Quadro2 – Polos das agências “Inova Paula Souza” Fonte: CEETEPS 2012.

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O Pólo Regional de São José dos Campos no Vale do Paraíba Paulista, também contempla o litoral norte do estado de São Paulo e está composto por onze ETECs e seis FATECs, a saber: Cruzeiro, Guaratinguetá, Pindamonhangaba, São José dos Campos, São Sebastião e Taubaté. E também por dez redes Temáticas: Produção Industrial, Produção de Alimentos, Controle e Processos industriais, Gestão e Negócios, Hospitalidade e Lazer, Infraestrutura, Recursos Naturais, Ambiente saúde e Segurança, Informação e Comunicação e Produção Cultural e Design, como pode ser observado na Figura 02 – Redes Temáticas “Inova Paula Souza”.

Figura 2 - Redes temáticas “Inova Paula Souza” Fonte: Agência “Inova Paula Souza”, 2010.

Desde sua implantação em outubro de 2010, a “Inova Paula Souza” promove as ações do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CEETEPS) dirigidas aos relacionamentos com as empresas, com o setor público e com as Instituições de Ciência e Tecnologia,

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estimulando o desenvolvimento de parcerias estratégicas para a pesquisa aplicada e a transferência de conhecimento.

O ambiente onde a agência foi implantada foi analisado tanto interno como externamente. O ambiente externo compreende principalmente as empresas, instituições de pesquisa e o governo e o ambiente interno compreende os colaboradores, as competências, entre outros. Com esse mapeamento pode-se traçar as metas e métodos de trabalho a implementar.

A agência é um órgão vinculado ao Gabinete da Superintendência do CEETEPS, com o objetivo de articular atividades de parceria em inovação, tanto com instituições públicas como privadas e proporcionar ao pesquisador a preocupação exclusiva com a pesquisa, portanto, deixando a parte burocrática por conta da agência. Além disso, as agências prospectam empresas parceiras, incentiva a criação de empresas de base tecnológicas, a transferência de tecnologia, o registro de patentes e as parcerias estratégicas com incubadoras de empresas e parques tecnológicos.

Com o modelo implantado através das redes temáticas torna-se possível a criação de grupos de pesquisa locais dentro das FATECs, onde se encontra o eixo tecnológico e grupos externos, pois as competências podem ser encontradas em outras unidades e pólos. Se houver uma necessidade de uma empresa, mesmo que a competência da FATEC local não seja sua especialidade, outra unidade poderá propôr um estudo ou pesquisa.

Os alunos muito se beneficiam, pois os professores voltados e incentivados à pesquisa aplicada precisam que os alunos os auxiliem tanto na parte científica, como na laboratorial. Para isso, são oferecidas aos alunos, bolsas de iniciação científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) como PIBITI e PIBIC, além de bolsas de iniciação científica institucional.

4.2 dados Gerais

De forma mais detalhada a agência “Inova Paula Souza”, atua nas seguintes atividades: promove as ações do CEETEPS dirigidas

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ao relacionamento com as empresas, com o setor público e com as instituições de ciência e tecnologia, estimulando o desenvolvimento de parcerias estratégicas para a pesquisa aplicada e a transferência de conhecimento;

A. promove e amplia os relacionamentos externos das várias Unidades de Ensino, localizadas em todas as regiões administrativas do Estado de São Paulo com a sociedade, promovendo o desenvolvimento de projetos de P&D cooperativos, a busca de soluções técnicas e tecnológicas para o setor empresarial e estimula o desenvolvimento de estágios qualificados para técnicos e tecnólogos.

B. estimula e apoia os pesquisadores na prospecção de

oportunidades de desenvolvimento de pesquisas tecnológicas aplicadas.

C. promove a cultura e a gestão da propriedade intelectual e apóia os pesquisadores na elaboração dos pedidos de patentes, no registro de software e das outras formas da propriedade intelectual, na transferência de tecnologia e na elaboração de convênios e contratos de P&D.

D. promove o fortalecimento das atividades de P&D com o setor privado, estimulando a realização de projetos conjuntos e a articulação de parcerias com agências de fomento e investidores do capital empreendedor.

E. promove o desenvolvimento de empresas nascentes de base

tecnológicas e parcerias estratégicas com incubadoras de empresas e com parques tecnológicos localizados nas regiões administrativas do Estado de São Paulo.

A agência “Inova Paula Souza” presta serviços interno e externo para a comunidade acadêmica e empresarial conforme mostra o Quadro 3 – Atividade da agência “Inova Paula Souza”.

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A agência “Inova Paula Souza” também promeve eventos para a comunidade em geral e tem um site que poderá ser consultado: http://www.inovapaulasouza.sp.gov.br/home. As ações estão em andamento e ainda em fase de contrução, porém a agência está aberta para parcerias e relacionamentos com instituições públicas e privadas.

5. Considerações Finais

O objetivo deste artigo foi atingido por meio do estudo de caso da implantação da agência “Inova Paula Souza”, a qual seguramente é um bom exemplo do esforço para criação de agências de inovação. Uma primeira conclusão que este estudo nos revela é, que cada vez mais, faz-se necessário o surgimento de novas formas para ampliar e consolidar a relação empresa-escola, tanto em nível estadual como federal. Pois, a criação de Leis de incentivo à inovação auxíliam nas parcerias entre as empresas e as universidades, além de trazerem em seu texto a criação de agências para dar suporte às ações necessárias para a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico no país.

As parcerias vêm ao encontro dos conceitos encontrados na literatura pertinente e nos sinaliza que: é muito importante a parceria entre as universidades e as empresas, pois esta relação é fundamental para o desenvolvimento tecnológico e econômico local, regional e nacional. Portanto, a criação de agências de inovação e

Quadro 3 – Atividade da agência “Inova Paula Souza” Fonte: adaptado da agência “Inova Paula Souza”

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esforços para a difusão das políticas de inovação no país é cada vez mais necessária.

A segunda conclusão se faz acerca da contribuição da agência “Inova Paula Souza” por meio de sua rede temática que vem dar suporte aos pesquisadores das Etec e Fatecs, proporcionando um ambiente estrutural e funcional a fim de dar suporte técnico, administrativo e legal de forma a facilitar a pesquisa tecnológica; e as parcerias com empresas, possibilitando a transferência de tecnologia, licenciamentos, incubadoras de empresas nascentes, banco de patentes, bolsa de iniciação entre outros serviços. Visando e possibilitando o empreendedorismo e a sustentabilidade para os negócios que dependem da inovação tecnológica.

reFerênCias

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Referências

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