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Resistencia a tração de agentes cimentantes usados na fixação de ligas de paladio-prata e niquel-cromo a dentina

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(1)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA

GERSINEI CARLOS DE FREITAS CIRURGIÃO-DENTISTA

RESISTÊNCIA

À

TRAÇÃO DE AGENTES

CIMENTANTES USADOS NA FIXAÇÃO DE LIGAS DE

PALÁDIO-PRATA E NÍQUEL-CROMO

À

DENTINA

Tese apresentada

à

Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas, para obtenção do título de Doutor em Materiais Dentários.

PIRACICABA- SP 2000

(2)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA

GERSINEI CARLOS DE FREITAS CIRURGIÃO-DENTISTA

RESISTÊNCIA

À

TRAÇÃO DE AGENTES

CIMENTANTES USADOS NA FIXAÇÃO DE LIGAS DE

PALÁDIO-PRATA E NÍQUEL-CROMO

À

DENTINA

Tese apresentada

à

Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas, para obtenção do título de Doutor em Materiais Dentários.

ORIENTADOR: Prof. Dr. LOURENÇO CORRERSOBRINHO-FOP/UNICAMP BANCA EXAMINADORA: Prof. Dr.ALBERTO MAGNO GONÇALVES

Prof. Dr. MAXIMILIANO PIERO NEISSER Profa. Dra. ANA PAULA TEIXEIRA BOSCARIOLI Prof. Dr. MÁRIO ALEXANDRE COELHO SINIIORETI

PIRACICABA- SP

2000

(3)

CM-00142749-9

F884r

Ficha Catalográfica

Freitas, Gersinei Carlos de.

Resistência à tração de agentes cimentantes usados na

fixaçãó

dé ligas de palàdio-prata e níquel-cromo à dentina. I Gersinei Carlos de Freitas.-- Piracicaba, SP : [s.n.], 2000.

158p. : il.

Orientador : Prof. Dr. Lourenço Correr Sobrinho.

Tese (Doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, F acuidade de Odontologia de Piracicaba.

I. Cimentos dentàrios. 2. Materiais dentàrios. 3. Resistência dos materiais. 4. Metais. I. Correr Sobrinho, Lourenço. IL Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Odontologia de Piracicaba.

III. Título.

Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Marilene Girello CRB /8- 6!59, da Biblioteca da Faculdade de Odontologia de Piracicaba I UNICAMP.

(4)

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,

UNICAMP

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

A Comissão Julgadora dos trabalhos de Defesa de Tese de DOUTORADO, em sessão pública realizada em 08 de Fevereiro de 2000, considerou o candidato GERSINEI CARLOS DE FREITAS aprovado.

1. Prof. Dr. LOURENCO CORRER SOBRINH0 ______

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2. Pro f. Dr. ALBERTO MAGNO GONÇALVES

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3. Prof. Dr. MAXIMILIANO PIERO NEISSER ______________________________ _

(5)

t---ADeus

Que nos ilumina dia a dia.

AMaria das Neves de Freitas

minha querida avó, que deixou saudades e muitas lições de vida e alegria.

(in memoriam)

Aos meus pais, Gerson e Ana

pelo apoio constante.

Aos meus irmãos (Geila, Geane e Jr.),

pela confiança mútua.

A minha amada Raquel

que incentivou e soube apoiar sempre, esperando e comemorando juntos.

Aos filhos Bruno e Elis,

que sempre participaram, da melhor maneira, desde o início desta caminhada.

(6)

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

Ao Professor Doutor Lourenço Correr Sobrinho, Livre-Docente do

Departamento de Odontologia Restauradora- Área Materiais Dentários, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP, pela orientação sincera, didática e correta que conduziu este trabalho. Principalmente pela amizade que nos permitiu durante o curso.

Ao Professor Doutor Simonides Consani, Professor Titular do

Departamento de Odontologia Restauradora- Área Materiais Dentários, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP, pelos conhecimentos que nos passou e, principalmente, pelo exemplo de honestidade, pela amizade e educação que nos deixa como lição.

Ao Professor Doutor Mário Alexandre Coelho Sinhoreti, Professor

Doutor do Departamento de Odontologia Restauradora - Área Materiais Dentários, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP, pelos conhecimentos transmitidos, convívio amigo, e principalmente pela análise estatística.

Ao Professor Doutor Mário Fernando de Goes, Professor Adjunto do

Departamento de Odontologia Restauradora -Área Materiais Dentários, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba- UNICAMP, o nosso reconhecimento e sem seu apoio não estaríamos aqui.

(7)

AGRADECIMENTOS

À Direção da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas, na pessoa do seu Diretor Professor Doutor Antônio Wilson Sallum e do Diretor Associado Professor Doutor Frab Norberto Bóscolo.

Ao Doutor William Sebastião Taveira, Professor Titular da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás,

à

época seu Diretor, pelo apoio

à

minha PósGraduação, a nível de Doutorado, na Faculdade de Odontologia de Piracicaba -UNICAMP.

À Professora Terezinha Vasconcelos Campos, Diretora da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás, pelo incentivo constante e fundamental

à

nossa Pós-Graduação.

A todos os Professores do Departamento de Prevenção e Reabilitação Oral da Faculdade de Odontologia - UFG, pois sem o apoio dos mesmos este curso não seria possível. Destacando os nomes dos Professores Ézio Perilo e Delcides, que de maneira renegada, nos substituíram na disciplina de Materiais Dentários.

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão da bolsa de estudos para realização do curso de Doutorado.

À LABOR DENTAL Ltda., pelo fornecimento gratuito da liga Litecast B.

Ao Funcionário Engenheiro Mecânico Marcos Blanco Cangiani, da área Materiais Dentários da Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP, pela ajuda técnica na elaboração dos corpos-de-prova e presteza durante o curso.

À

Bibliotecária Heloísa Maria Ceccotti, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba- UNICAMP, pelas sugestões e correções na bibliografia.

(8)

Ao Doutor Reger William Fernandes Moreira, Professor da Área de Cirurgia Buco Maxilo Facial da Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP, deixo minha admiração por sua dedicação

à

profissão e meu eterno agradecimento por sua gentileza e amizade em nos hospedar.

A funcionária Selma Aparecida Barbosa Segalla, Técnica de Laboratório da Área Materiais Dentários da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, pela amizade e presteza durante o Curso.

Ao Doutor Elliot W. Kitajima, Professor do NAP/ESALQ - Universidade de São Paulo, por ceder o laboratório de Microscopia Eletrônica de Varredura.

A todos os Colegas de curso, pelo convívio e pela troca de experiências científicas e de vida, que levaremos para sempre.

Àqueles que não foram citados, mas que contribuíram de uma maneira ou de outra com este trabalho, meu MUITO OBRIGADO!

(9)

SUMÁRIO

ABREVIATURAS E SIGLAS - - - -- -- - - -- --- - - -- - -- - - - 01 RESUMO - - - - 05 ABSTRACT- - - - 09 1 - INTRODUÇÃO - - - - -- - - ---- - - ---- - - -- - -- ---- - - -- - 13 2- PROPOSIÇÃO - - - -- - - -- - -- - - -- -- -- - - - -- -- - - -- - - - 19 3 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA - - - - 23 4- MATERIAIS E MÉTODOS--- 83 4.1 - Materiais - - - 85 4.2 - Método - - -- - - -- - - -- -- -- - - -- - - 86

4.2.1 - Fixação dos dentes em resina acrílica--- -- - - ---- - -- - - -- - 86

4.2.2 - Preparo da superfície da dentina - - - -- - - -- - - - -- -- -- -- -- - - 87

4.2.3 - Confecção dos padrões em cera - -- - - -- - - -- - - -- -- 88

4.2.4-Confecção dos corpos-de-prova em metal - - -- -- - - -- --- - - 89

4.2.5-Cimentação - - -- -- - - -- -- -- - - - --- - -- -- -- - -- - - -- - 91

4.2.6-Ensaios de tração--- 95

4.2.7 - Observação da região fraturada em microscopia eletrônica de varredura - - - 96

5- RESULTADOS---

97

6 - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS- - - - 115

7- CONCLUSÃO - - - -- - - -- - - -- - - --- - - -- 127

8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - - - - 131

(10)
(11)

ABREVIATURAS E SIGLAS ADA ANO VA ASPA Ag-Pd-Cu-Au Atm Bis-GMA CIV em cm/min. cm2 Co-C r CP d.p. et ai. FOI

g

o o

c

h HzO Hg ISO kg kgf kgf/cm2 kg/cm2 SIGNIFICADO

Associação Dentária Americana Análise de variância

silicato de alumínio e ácido poliacrílico prata-paládio-cobre-ouro

atmosfera

Bisfenol A- diglicidil dimetacrilato cimento de ionômero de vidro centímetro

centímetro por minuto centímetro quadrado

cobalto-cromo corpo-de-prova desvio-padrão

e colaboradores (abreviatura de et ali!) Federação Dentária Internacional grama grau grau Celsius hora água mercúrio

Organização Internacional para Padronização quilograma

quilograma-força

quilograma força por centímetro quadrado quilograma por centímetro quadrado

(12)

> < + MP a

MOD

m

~m MEV

mm

mm/min. mm2 min. Na CI Ni-Cr Pd-Ag % p rpm SBMP v oi. maior menor

mais ou menos (em indicação de temperatura e umidade)

Mega Pascal mésio ocluso distai metro

micrometro

microscópio eletrônico de varredura milímetro

milímetro por minuto milímetro quadrado minuto cloreto de sódio níquel-cromo paládio-prata por cento probabilidade

rotações por minuto

Scotchbond Multi-Uso Plus Volume

(13)
(14)

RESUMO

O propósito deste estudo foi avaliar a resistência

à

tração da união de dois tipos de ligas metálicas (Litecast B e Pors-on 4) fixadas em dentina humana tratada sob três condições (condicionada por 10 segundos com ácido fosfórico 35%, ácido poliacrílico 25% e não condicionada). Os cimentos foram 1- de fosfato de zinco, 2- ionômero de vidro e, 3- cimento resinoso. Noventa molares humanos foram inseridos em resina acrílica e desgastados com lixas d'água de granulação nos 120, 320 e 600 até aproximadamente 2 mm além da junção amelo-dentinária. Noventa corpos-de-prova com 6,0 mm de diâmetro por 7 mm de altura foram confeccionados, sendo quarenta e cinco com liga de níquel-cromo (Litecast 8) e quarenta e cinco com liga paládio-prata (Pors-on 4). Quinze corpos-de-prova de cada liga foram fixadas com os cimentos de fosfato de zinco (SS White), ionômero de vidro (Vitremer- 3M) e cimento resinoso (3M). Antes da fixação, a dentina de cinco corpos-de-prova foi condicionada com ácido fosfórico 35%, cinco com ácido poliacrílico 25%, ambas por 1 O segundos e cinco não

condicionadas. Todos os corpos-de-prova foram armazenados a 37°C por 24 horas antes do ensaio. Em seguida, os corpos-de-prova foram submetidos ao ensaio de tração em uma máquina lnstron a velocidade de 0,5 mm/min. até a separação entre liga metálica e dente. Os resultados foram submetidos a análise de variância e ao teste de Tukey (p<0,05). Os dados indicaram que: Para a liga Pors-on 4 o cimento de resina apresentou valores de resistência

à

remoção, por tração, estatisticamente superiores ao cimento de ionômero de vidro e de fosfato de zinco para as três condições de tratamento da dentina. O cimento de ionômero de vidro apresentou valores estatisticamente superior ao de fosfato de zinco, para a dentina condicionada com ácido fosfório 35% e ácido poliacrílico 25%. Nenhuma diferença estatística foi encontrada

(15)

entre o cimento de ionômero de vidro e fosfato de zinco para a superfície não condicionada; Para a liga Litecast B, o cimento de resina apresentou valores de remoção, por tração, estatisticamente superiores aos cimentos de fosfato de zinco e de ionômero de vidro para a dentina condicionada com ácido fosfórico 35% e poliacrílico 25%. O cimento de fosfato de zinco foi superior ao de resina para a dentina não condicionada. Nenhuma diferença foi observada entre o cimento de fosfato de zinco e de ionômero de vidro para as três condições da dentina e entre o cimento de ionômero de vidro e de resina para a dentina não condicionada. Para as duas ligas, o cimento de resina mostrou valores de remoção, por tração, superiores aos do fosfato de zinco e ionômero de vidro. De uma maneira geral, a liga liga Pors-on 4 apresentou valores de resistência a remoção por tração estatisticamente superiores a liga Litecast B, para todos os cimentos e tratamentos da dentina.

(16)
(17)

ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate the tensile bond strength of two alloy systems (Litecast 8 and Pors-on 4) luted with three cements to dentin in three conditions (etched with 35% phosphoric acid, 25% polyacrylic acid for 10 seconds and no etching). Ninety extracted human molars were embedded in resin with 1 O mm in diameter of exposed dentin which had been grounded with 120, 320 and 600 grit SiC paper. Forty-five specimens with 6.0 mm in diameter and 7.0 mm long, were fabricated with nickel-chromium-beryllium (Litecast B) and palladium-silver (Pors-on 4) alloys. Fifteen specimens of each alloy systems were luted with zinc phosphate cement (SS White), glass ionomer cement (3M) and resin cement (3M). Prior to cementation, the dentin of five specimens were etched with 35% phosphoric acid, five with 25% polyacrylic acid for 1 O seconds and five no etching. Ali samples were stored in distilled water at 37° C for 24 hours prior to testing. After the specimens were submitted to the tensile bond strength in an lnstron at a crosshead speed of 0.5 mm/min until failure. The results were submitted to variance analysis and Tukey's test (p<0.05). The data indicated that for Pors-on 4: the resin cement showed tension bond strength values stronger than glass ionomer cement and zinc phosphate cement in three dentin conditions (p<0.05). Glass ionomer cement showed values stronger than zinc phosphate for dentin etched with phosphoric acid and polyacrilic acid. For no etching no difference was found between glass ionomer cement and zinc phosphate cement; for Litecast B: the resin cement was significantly stronger than zinc phosphate and glass ionomer cement for dentin etched with two acid. Zinc phosphate was stronger than resin cement for dentin no etching. No difference was found between zinc phosphate and glass ionomer cement in three dentin conditions and between glass ionomer cement and resin cement

(18)

to the dentin no etching. For the two alloy systems the resin cement showed tensile bond strength better than glass ionomer and zinc phosphate cement for three dentin conditions. In general, Pors-on 4 alloy showed tension strength values stronger than Litecast B alloy, in three dentin conditions and cements.

(19)
(20)

1 -INTRODUÇÃO

A cimentação definitiva de restaurações metálicas fundidas é um dos problemas sérios com os quais o clínico se defronta e, para os pesquisadores, um tema de constante investigação, que ainda necessita de muito estudo (LANCEFIELD et ai., 1985). Segundo VIEIRA (1976), a cimentação é o processo pelo qual o dentista procura fixar restaurações em dentes convenientemente preparados, através de um material cimentante adequado, com a finalic;lade de reconstituir suas coroas ou neles reter aparelhos de prótese que visam substituir um ou mais elementos dentários perdidos. Sua função é dupla, ou seja, reter a restauração e vedar o espaço existente entre esta e o preparo cavitário.

Um dos materiais cimentantes mais conhecidos na Odontologia para este propósito é o cimento de fosfato de zinco que, desde o seu surgimento em 1878, é um dos mais usados (MAIJER & SMITH, 1988; ROSENSTIEL & GEGAUFF, 1989) com desempenho comprovado (PAMEIJER et ai. 1992). Uma das vantagens desse material é sua alta resistência compressiva, responsável em grande parte, pelo não deslocamento da restauração durante os esforços mastigatórios. Já com relação

à

tração, é pouco resistente, por ser muito friável. Além disso, apresenta alta radiopacidade, superior

à

do esmalte dental e dos cimentos de ionômero de vidro tipo I (ANUSAVICE, 1996).

Por outro lado, no início dos anos 70 foi lançado no mercado odontológico o cimento de ionômero de vidro (WILSON & KENT, 1972). Este material aliava as qualidades positivas dos cimentos de silicato, ou seja, liberação de flúor e estética, bem como, a propriedade adesiva dos cimentos de policarboxilato, que além de aderirem

à

(21)

ionômero de vidro foram originalmente projetados como materiais restauradores, com características adesivas para o uso em cavidades de classe V, mas sua qualidade vem melhorando gradualmente e seu uso ampliou-se para cavidades de classe 111, forramentos cavitários, bases protetoras, selamentos de fóssulas e fissuras, e cimentações de coroas e próteses (MICHELINI et ai. 1995).

No que concerne

à

utilização como material para cimentação de próteses fixas, têm sido ressaltadas algumas propriedades desejáveis, tais como: união físico-química

à

dentina e ao esmalte através da quelação de íons cálcio da estrutura dental (HOTZ et ai. 1977); (MCLEAN et ai. 1984), menor espessura de película, coeficiente de expansão térmica semelhante ao das estruturas dentais e boa propriedade hidrófila com baixa solubilidade após 24 horas da manipulação. Além disso, esses cimentos liberam fluoreto de cálcio, cuja ação cariostática promove aumento na resistência

à

cárie, fator importante quando se considera que a principal causa de falhas em coroas e próteses fixas é a reincidência de cárie, e também são biocompatíveis (FICHMAN & GUIDI,

1991 ); (MANUAL 3M 1995). Porém, esse tipo de material apresenta algumas desvantagens, como baixa resistência

à

tração, fragilidade e pouca resistência

à

fratura. Assim, MATHIS & FERRACANE (1989) descreveram os materiais ionoméricos híbridos adicionando resina aos cimentos de ionômero de vidro, fato que posteriormente levou MOUNT (1995) a considerar que a retentividade foi melhorada pela ausência de fratura coesiva do cimento. Os materiais híbridos apresentam melhores propriedades físicas e mecânicas que os cimentos de ionômero de vidro convencionais.

Com a aceitação da técnica do condicionamento ácido (BUONOCORE,

(22)

monoméricas com potencialidade para se unirem

à

dentina, apareceu no mercado uma variedade de cimentos resinosos. Alguns são destinados ao uso geral e outros a usos específicos como, por exemplo colagem de braquetes ortodônticos, fixação de coroas unitárias e próteses adesivas. Os cimentos resinosos são virtualmente insolúveis nos fluidos bucais, apresentam espessura de película de aproximadamente 25 f.Jm e composição básica semelhante a das resinas compostas para restauração. A polimerização é obtida pelo sistema convencional de indução peróxido/amina, por fotoativação ou pela associação dos dois mecanismos (dupla polimerização ou "dual") (ANUSAVICE, 1996).

Como visto, uma constante evolução tem ocorrido com os materiais com a finalidade de melhorar sua qualidade e desempenho. Nesse processo de desenvolvimento, a maioria dos estudos e pesquisas têm trabalhado com ensaios de resistência da união

à

tração utilizando algum tipo de preparo para coroa total. Assim, observa-se uma relação direta entre o desempenho do material cimentante com sua propriedade de resistência

à

tração.

Diante do que foi exposto resolvemos avaliar qual dos cimentos melhor se comportaria diante de esforços de tração, em preparos planos, sem paredes cavitárias e ângulos, para que a força durante os ensaios, incidisse principalmente sobre o material cimentante.

(23)
(24)

2 -

PROPOSIÇÃO

O propósito deste estudo foi avaliar a resistência

à

tração da união

à

dentina de duas ligas metálicas (Litecast B e Pors-on 4) fixadas com os cimentos de: 1 fosfato de zinco (SS White); 2 ionômero de vidro modificado por resina (Vitremer -3M) e, 3 - cimento de resina (3M}, em superfícies dentinárias planas, sob três condições:

A - Dentina não condicionada, apenas submetida

à

profilaxia com pedra-pomes, lavada em água corrente (30 segundos) e seca com papel absorvente;

B - Dentina condicionada por 1 O segundos com ácido poliacrílico a 25% e secas com papel absorvente;

C - Dentina condicionada por 1 O segundos com ácido fosfórico a 35%, lavada em água corrente por (20segundos) e seca com papel absorvente;

(25)
(26)

3- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

BUONOCORE, em 1955, empregou dois métodos de tratamento das superfícies de esmalte em premo lares humanos- extraídos ou não. (1) fosfomolibdate diluído a 50% com solução (10%) de ácido oxálico, (2) ácido fosfórico a 85%. O ácido fosfórico demonstrou melhores resultados em reter a resina acrílica às superfícies de esmalte dos dentes, com a vantagem de ser de uso simples. A força necessária para remoção da resina acrílica da superfíucie do esmalte nos dentes tratados com ácido fosfórico foi superior às forças necessárias para os não tratados e dos tratados com a solução de fosfomolibidate/ác. oxálico.

JORGENSEN & HOLST, em 1967, avaliaram a relação entre as resistências compressiva e retentiva de cimentos dentários. Os materiais avaliados foram os cimentos de fosfato de zinco Zinc Cement e Pharmacent, e de óxido de zinco e eugenol Kalzinol, além do gesso pedra Calestone e do material experimental Bi-oxol. Os testes de resistência compressiva foram realizados através da confecção de cilindros dos cimentos, com 6 mm de diâmetro por 12 mm de altura, que foram armazenados em água a 37" C durante 24 horas, sendo os testes realizados em máquina Losenhausen. Os testes de resistência retentiva foram realizados com coroas fixadas a preparos em forma de tronco de cone, sendo todos confeccionados de aço inoxidável em torno mecânico e com padronização de 8 mm de diâmetro na base, 8 mm de altura e 9,3° de expulsividade. Os testes de tração foram feitos após 24 horas de armazenagem em água a 37° C. A retenção das coroas aumentou proporcionalmente com o aumento da resistência compressiva dos cimentos.

(27)

GRIEVE, em 1969, após determinar a carga média aplicada na fixação de uma coroa total, avaliou 3 cimentos de óxido de zinco e eugenol, 1 de fosfato de zinco e 1 de policarboxilato de zinco, em relação à espessura de película e resistência ao deslocamento de coroas fixadas a preparos torneados em dentes extraídos. Molares humanos, com as raízes embutidas em resina acrílica, foram preparados para coroas totais em forma de tronco de cone e com expulsividade de 1 0° Os preparos foram moldados com polissulfeto e as coroas totais fundidas por uma técnica usual, a partir de padrões de cera confeccionados em modelos de gesso. As fundições foram adaptadas aos preparos com carga de 9 kg e as alturas foram medidas com um micrômetro, sendo em seguida feita a fixação das coroas com um dos 5 cimentos, com mesma carga aplicada durante 1 minuto. Novas medições das alturas foram feitas para determinação da espessura de película e após 24 horas de armazenagem em água a 37" C, as coroas foram submetidas aos ensaios de deslocamento em uma máquina lnstron, com velocidade de 0,05 cm/min. Os 5 cimentos foram também ensaiados em relação à compressão, confeccionando-se 5 corpos-de-prova cilíndricos para cada cimento. As resistências à remoção (newtons) proporcionadas pelos 3 cimentos de óxido de zinco e eugenol (Stailine Super, Kalzinol e Fynal), foram similares entre si e inferiores às dos cimentos de fosfato de zinco (Zinc Cement) e de policarboxilato de zinco (Durelon), que também foram similares entre si. Apesar da maior espessura de película proporcionada pelo cimento de óxido de zinco e eugenol, as diferenças não foram estatisticamente significativas. Com exceção do cimento de policarboxilato de zinco (menor resistência à compressão), houve uma correlação positiva entre as resistências à remoção das coroas e compressiva dos cimentos.

(28)

Com relação

à

composição dos cimentos de fosfato de zinco e seus produtos de reação SERVAIS & CARTZ, em 1971; relataram que a estrutura destes cimentos é formada por uma mistura de óxido de zinco, óxido de magnésio e outros óxidos em uma solução aquosa de ácido ortofosfórico e, possivelmente, alguns sais de alumínio ou zinco, agrupados para dar ao cimento uma indicação apropriada ao uso odontológico. A reação de presa e estrutura resultante destes cimentos é baseada na existência da formação de hopeíta. O crescimento dos cristais de hopeíta foi observado nas superfícies dos cimentos na presença de excesso de umidade subsequente ao endurecimento do cimento. Os autores afirmaram que: de fato o cimento é sensível

à

umidade, isto é, ao excesso de água disponível inevitavelmente no momento da mistura do pó com o líquido e, também, ao subsequente ambiente seco ou molhado. As superfícies do cimento são modificadas pelo aumento das camadas de cristais de hopeítas nas superfícies, assim como pelas camadas de poros que podem formar abaixo da superfície. Os cristais de hopeíta são fracamente aprisionados na superfície do cimento reduzindo consideravelmente alguma propriedade adesiva do cimento.

WILSON & KENT, em 1972, desenvolveram o cimento de ionômero de vidro com a intenção de apresentar um material que superasse as desvantagens dos cimentos existentes. A presa do novo material baseou-se na reação entre pós de vidro aluminosilicato (similares ao do cimento de silicato) e soluções aquosas de polímeros e co-polímeros de ácido poliacrílico em concentrações de 40 a 50 %. Na reação, íons hidrogênio do líquido penetram nas partículas de vidro, formando um hidrogel de sílica, com deslocamento de íons cálcio, alumínio e fluoretos para a fase aquosa. Em seguida, ocorria a formação de pontes de sal metálico entre cadeias longas de íons policarboxilato, estabelecendo-se ainda ligações cruzadas com a formação de um gel

(29)

(sal hidratado) e a conseqüente presa do material. As resistências à compressão e à tração foram de 218 N/mm2 e 17 N/mm2, respectivamente, nas primeiras 24 horas.

Dados preliminares mostraram resistência superficial ao condicionamento por ácidos presentes na boca e união aos metais básicos e à estrutura dental. Foi relatada ainda uma menor toxicidade à polpa em comparação ao silicato, pois o ácido poliacrílico é mais fraco, possui grandes moléculas com pouca tendência à difusão nos túbulos dentinários e os íons hidrogênio tendem a ligar-se às cadeias polieletrolíticas.

Ainda em 1972, CARTZ et ai., descreveram por que o cimento de fosfato de zinco não forma uma união íntima com a superfície dental e ainda tende a retrair da mesma, indicando uma completa falta de adesão entre cimento e dente. Sugeriram que isto deve ser em consequência de poros naturais formados no cimento e à camada de cristais que se forma na superfície do mesmo (chamados cristais de hopeíta) que destacam-se facilmente em amplos pedaços e em virtude disto nenhuma união desenvolve-se, provavelmente, entre o cimento e o dente, pois este pó cristalino de cristais de hopeíta é fracamente preso

à

superfície do cimento.

ADY & FAIRHURST, em 1973, avaliaram a resistência de união dos cimentos de policarboxilato de zinco PCA (SS White) e de fosfato de zinco Zinc Cement lmproved (SS White)

à

uma liga de ouro para fundição e ao ouro e cobre puros. Foram avaliados também procedimentos para aumentar a adesão, como jateamento, decapagem e ataque eletrolítico. Foram preparadas áreas de união com 6 mm de diâmetro nas superfícies metálicas e os cimentos recém-espatulados foram pressionados contra essas superfícies, após tratamento prévio com um dos 3 procedimentos. Os ensaios de cisalhamento foram feitos após 3 horas de

(30)

armazenagem a 37° C, em 1 00 % de umidade relativa. Os resultados proporcionados pelo cimento de policarboxilato de zinco foram estatisticamente superiores aos apresentados pelo cimento de fosfato de zinco, ocorrendo também diferença em relação ao tipo de falha, que foi predominantemente adesiva no cimento de fosfato de zinco e coesiva no cimento de policarboxilato de zinco. De acordo com o autor, o benefício do aumento da rugosidade e da área de superfície, proporcionados pelo jateamento, sugeriam-no como o tratamento de escolha para a adesão, pelo aumento

do nível de imbricação mecânica.

INES, em 1975, avaliou a resistência

à

remoção, por tração, de coroas totais fundidas fixadas em preparos em dentes extraídos. As variáveis estudadas foram, alívio interno, confecção de perfuração oclusal nas coroas, emprego de verniz cavitário e geometria do preparo. Os preparos nos dentes naturais foram confeccionados em alta rotação e o enceramento dos padrões para fundição feito pelo método direto. As coroas totais fundidas foram fixadas com cimento de fosfato de zinco e os ensaios de tração realizados em máquina de testes Riehle. As coroas aliviadas internamente e as com perfuração oclusal, apresentaram maior resistência

à

remoção (kgf); por outro lado, a utilização do verniz cavitário provocou diminuição dessa resistência. A retenção não variou em relação

à

geometria do preparo cavitário, que por sua vez influenciou nas demais variáveis estudadas.

CHAN et ai., em 1976, avaliaram o efeito de vernizes cavitários na resistência de união de cimentos

à

dentina. Foram utilizados os vernizes Copalite e Varnal e os cimentos de fosfato de zinco Mizzy, de policarboxilato de zinco 3M e de óxido de zinco e eugenol Fynal, EBA e CBA. Nos grupos experimentais (com duas

(31)

camadas de verniz) e nos grupos controle (sem verniz), os cimentos recém-espatulados foram aplicados a seções quadradas de dentina que foram fixadas a superfícies similares de dentina. Os excessos foram removidos e os conjuntos foram alinhados e ensaiados sob tração em uma máquina de ensaios com velocidade de 3 cm/min. A resistência de união, sem aplicação de verniz, foi maior para o cimento de policarboxilato de zinco 3M (15,75 kg/cm2), seguida pelos cimentos de fosfato de zinco

Mizzy (3,68 kg/cm2) e de óxido de zinco e eugenol EBA (2,87 kg/cm2), Fynal (0,50

kg/cm2) e CBA (0, 14 kg/cm2). A aplicação dos 2 vernizes diminuiu significativamente as

resistências de união dos cimentos de fosfato de zinco (Copalite 2,68 kg/cm2 e Varnal 2,37 kg/cm2) e de policarboxilato de zinco (Copalite 3,00 kg/cm2 e Varnal 1,18 kg/cm2),

provocando aumento da resistência de união do cimento de óxido de zinco e eugenol Fynal (Copalite 3,68 kg/cm2 e Varnal 2,68 kg/cm2). A união do cimento de óxido de

zinco e eugenol CBA não foi afetada, enquanto o cimento EBA teve a união melhorada apenas com o verniz Varnal (3,68).

Segundo VIEIRA, em 1976, a cimentação é o processo pelo qual o dentista procura fixar restaurações em dentes convenientemente preparados, através de um material cimentante adequado, com a finalidade de reconstituir suas coroas ou neles reter aparelhos de prótese que visam substituir um ou mais elementos dentários perdidos. Sua função é dupla, ou seja, reter a restauração e vedar o espaço existente entre esta e o preparo cavitário. A cimentação pode ser feita em caráter permanente quando se realiza com a intenção de que a peça cimentada aí permaneça. Temporário quando o dentista pretende que ela fique em posição por um período limitado de dias, durante os quais a polpa possa apresentar uma reação reparadora, capaz de fazê-la recuperar-se de traumatismo anterior, ou resistir

à

cimentação definitiva, com menor

(32)

risco de remoção da peça, por comprometimento pulpar, e/ou aspectos outros, ligados ao periodonto, oclusão, estética, e que possam exigir ajustes, antes de uma cimentação definitiva.

HOTZ et ai., em 1977, avaliaram a resistência de união do cimento de ionômero de vidro ASPA IV

à

dentina, ao esmalte e às superfícies de metais preciosos, com e sem tratamento por eletrodeposição de estanho. Os ensaios no esmalte e na dentina foram feitos em dentes extraídos, cujas superfícies vestibulares foram desgastadas com lixa de granulação n2 600, até a obtenção de superfícies lisas com 3 mm de diâmetro. Antes da aplicação do material, as superfícies foram submetidas aos seguintes tratamentos: 1- condicionamento com água oxigenada 20 volumes por 15 segundos e secagem com ar; 2 - condicionamento com ácido cítrico a 50 % por 1 minuto, lavagem com água e secagem com ar; 3 -condicionamento com ácido fosfórico a 37 % por 1 minuto, lavagem com água e secagem com ar; 4 - condicionamento com acetilacetonato de alumínio a 1 O % em álcool e secagem; 5 - aplicação de solução mineralizante. Adicionalmente, foi feito um grupo com a resina Concise e agente de união sobre o esmalte. Os ensaios de união do cimento de ionômero de vidro com metais nobres foram feitos em espécimes de platina (4 por 4 por 0,2 mm) e de ouro (3 a 5 mm de diâmetro), preparados com eletrodeposição de estanho e oxidação ou jato de óxido de alumínio. Em uma das faces oxidadas, foi também aplicada e sinterizada a porcelana (Vitadur). O cimento de ionômero de vidro uniu-se ao esmalte, à dentina e ao ouro e platina tratadas com eletrodeposição e não se uniu a metais nobres não tratados e à porcelana.

(33)

OILO & JORGENSEN, em 1978, avaliaram a influência da rugosidade superficial de preparos em núcleos metálicos e em dentes naturais (dentina), na resistência retentiva de coroas totais fixadas com os cimentos de fosfato de zinco De trey's e de policarboxilato de zinco Durelon. Os preparos em núcleos metálicos e em dentes naturais foram confeccionados em torno mecânico, variando-se a técnica de corte para a obtenção de 3 padrões de rugosidade. As coroas totais metálicas, com ventilação oclusal, também foram confeccionadas em torno mecânico. Os núcleos metálicos tiveram todas as medidas padronizadas e os preparos em dentina foram padronizados apenas na expulsividade (1 0°), em virtude da variação no tamanho e no formato dos dentes. Após a fixação das coroas, os corpos-de-prova foram armazenados em 100% de umidade relativa durante 25 horas e os ensaios de remoção foram feitos em máquina Losenhausen com velocidade de 200 mm/min. A análise de regressão demonstrou que a habilidade retentiva de ambos os cimentos aumentava com o aumento da rugosidade superficial. A resistência retentiva, relacionada com a área do preparo, foi 3 vezes maior nas coroas fixadas em núcleos em relação àquelas fixadas em dentina. Esta diferença ocorreu em virtude da maior dureza dos núcleos metálicos em relação à dentina, que tem os picos da superfície rugosa comprimidos com maior facilidade durante o !racionamento, o que proporcina um maior deslizamento sem fratura do cimento. Em superfícies lisas, o cimento de fosfato de zinco teve retentividade menor que o cimento de policarboxilato de zinco, ocorrendo o inverso em superfícies rugosas.

ABELSON, em 1980, estudou a freqüência de utilização de diversos cimentos e relatou que o cimento de fosfato de zinco, apesar do efeito irritante e do surgimento de novos materiais, era o mais utilizado para a fixação de próteses nas

(34)

escolas americanas de Odontologia. O emprego de verniz cavitário, a utilização do cimento de policarboxilato de zinco, a fixação temporária com cimento de óxido de zinco e eugenol, ou definitiva com esse mesmo material reforçado com EBA, podem ser alternativas ao efeito irritante. Foram também avaliadas as resistências retentivas dos cimentos de fosfato de zinco Fleck's, de policarboxilato de zinco Durelon, de óxido de zinco e eugenol reforçado com EBA Optow e resinoso CBA. Foram utilizados 12 dentes extraídos, com as raízes embutidas em cilindros de resina acrílica. A área dos preparos para coroas totais não foi padronizada e os padrões de cera para fundição foram confeccionados pela técnica direta. As coroas, fundidas em liga de ouro tipo 111 e divididas em 4 grupos, foram fixadas com um dos 4 materiais, sendo os testes de remoção realizados após 48 horas em uma máquina lnstron com velocidade de 1

mm/min. Um rodízio permitiu 48 fixações em cada grupo e na 4" seqüência foi feita a ventilação e a colocação de pinos horizontais nas 3 coroas com os valores mais baixos. As resistências retentivas dos cimentos de fosfato de zinco (20,35 kgf) e de policarboxilato de zinco (18,38 kgf) foram estatisticamente similares entre si e superiores às dos cimentos de óxido de zinco e eugenol reforçado (13,87 kgf) e resinoso (13,02 kgf), que também foram similares entre si. Os orifícios de ventilação não melhoraram a resistência retentiva, sendo verificado o oposto com a utilização dos pinos horizontais. Não houve correlação positiva entre a área de superfície do preparo e o valor da resistência retentiva.

Em 1982, McCOMB avaliou a força de retenção necessária ao deslocamento de fundições em ouro tipo "inlays" classe I, fixadas em dentina de dentes molares humanos, com três agentes diferentes: cimento fosfato de zinco, ionômero de vidro e cimento de sílico fosfato de zinco. As cavidades foram padronizadas e o

(35)

processo de inclusão dos padrões de cera foi realizado de maneira convencional, porém sem a tira de amianto revestindo internamente o anel metálico de fundição. Antes da fixação as cavidades foram cuidadosamente lavadas e secadas e os "inlays" limpos com algodão umedecido em clorofórmio. Durante a fixação foi empregado pressão manual para assentamento das incrustações. Os corpos-de-prova foram armazenados em umidade 100% a 37° C, por 24 horas. Os testes de tração foram realizados em uma máquina lnstron a uma velocidade constante de 0,5 em/minuto. Os resultados médios dos grupos foram: cimento fosfato de zinco 9,2 kg; sílica fosfato 11,9 kg e cimento de ionômero de vidro 15,2 kg. O cimento de ionômero de vidro apresentou um aumento de 65,2% na força de tração para deslocar as "inlays", em relação ao de fosfato de zinco. Um aumento de 27,7% foi observado para o cimento de ionômero de vidro em relação ao cimento de sílica fosfato de zinco.

POWIS et ai., em 1982, avaliaram a efetividade da retenção da adesão, por meio da resistência de união

à

tração entre o cimento de ionômero de vidro e o substrato dental. Utilizaram dentes hígidos, extraídos, estocados em água destilada, até o momento dos testes. Foram utilizadas as seguintes condições e substâncias nas superfícies de esmalte e de dentina: -controle (sem tratamento); -água oxigenada, 20 volumes; -ácido cítrico 50%; -solução de ácido cítrico 20% em 2:1 de álcool; -ácido poliacrílico 25%; -ácido tânico 25%; - penta-sódio tripolifosfato 5%; - tetra-sódio EDTA 15%; -di-sódio EDTA 2%; -solução antimicrobiana (Tubulicid); - Tubulicid em solução de gluconato de clorexidina 1 %; - gluconato de clorexidina O, 1 %; Dodicin 0,09%; -fluoreto de sódio 3%; -cloreto férrico 2%, em 1:1 de álcool. Após, os dentes terem sido

incluídos em resina acrílica ativada quimicamente (RAAQ) as superfícies dos mesmos foram desgastadas até a lixa d'água de granulação n2 600. A solução selecionada foi

(36)

aplicada em cada superfície de dente com bolinhas de algodão, exceto o grupo controle. Após, um determinado tempo foi lavada em água corrente, por um minuto e, em seguida, seca com papel absorvente; e deixada secar por mais 60 minutos ao ar. O botão metálico fundido, inicialmente, foi imerso em ácido nítrico seguido por lavagem com água e, abrasionado com lixa de carborundum nº 600. Em seguida, foi lavado em água e acetona a 37°C, e condicionados

à

temperatura de 23°C. Foi empregado uma uma carga de 820 gramas, aplicada verticalmente, por 1 O minutos, para cimentação. Após a remoção dos excessos de cimento, o conjunto foi armazenado a 37°C, em umidade 100%, por 24 horas. Os ensaios de tração foram realizados numa máquina de ensaios a velocidade de 1 mm/minuto. Após análise estatística, concluíram que houve diferença altamente significante entre a efetividade dos vários tratamentos. A resistência de união entre o cimento de ionômero de vidro e superfície controle de dentina foi de 3,1 MP a; - tratamento da dentina com água oxigenada produziu resultados semelhantes; - tratamento com solução de ácido cítrico a 50% , produziu a limpeza e abertura dos túbulos dentinários e a resistência não foi significantemente maior que a controle; - solução de ácido tânico a 25%, reagiu com as fibras colágenas e a resistência de união foi de 6,3 MPa (significantemente mais alta que a controle); -ácido poliacrílico a 25%, abriu os túbulos dentinários em certa extensão, quase removendo as ranhuras deixadas pelo polimento sendo que a resistência foi similar

à

do ácido tânico; -substâncias antimicrobianas com e sem "F", deixaram a superfície limpa mas com túbulos obstruídos e resistência de 6,5 MPa (significantemente maior que a controle); - Dodicin, produziu resistência semelhante

à

controle; - clorexidina, os túbulos dentinários não foram abertos e a resistência de união foi mais baixa que a superfície controle;- cloreto de sódio produziu resistência de 4,8 MPa; - EDTA resistência de 1,9

(37)

MPa; - cloreto férrico, promoveu formação de fissuras na dentina e com aumento na resistência.

McLEAN et ai., em 1984, descreveram que os cimentos de ionômero de vidro aderem

à

dentina e ao cemento por união físico-química, quando o cimento está em forma de pasta fluida, sendo que nesta fase muitos grupos do ácido carboxílico estão presentes. A respeito do desenvolvimento e uso dos cimentos de ionômero de vidro cimentantes liofilizados, que eram misturados ao pó, a formação do cimento era iniciada pela mistura do pó com água, a qual contém um polieletrólito altamente estável e de baixa viscosidade, baseado em copolímero dos ácidos acrílico e itacônico. Posteriormente também o ácido tartárico foi adicionado

à

composição, ficando estes cimentos dispensados e misturados facilmente com baixa viscosidade, com melhoramento das carcterísticas de presa.

OMURA et ai., em 1984, avaliaram a habilidade de união e a durabilidade do cimento de resina Panavia EX. A habilidade de união

à

liga de Ni-Cr foi avaliada pela resistência de união da peça metálica fixada em dentina com o cimento Panavia Ex em uma máquina lnstron com velocidade de 1 ,O mm/minuto. Antes dos ensaios, o conjunto foi armazenado em água destilada a 37°C por um dia, 3, 6 e 9 meses. Os resultados obtidos após o ensaio de remoção por tração foi de 360, 372, 334 e 361 Kg/cm2. Com relação a durabilidade de união os resultados mostraram que o cimento de resina apresenta excelente propriedade adesiva a dentina, esmalte, metal e porcelana; as propriedade mecânicas são aceitáveis para uso como material para cimentação. Além disso, o autores relataraam que a resistência de união para o cimento resinoso parece estar relacionada

à

sua maior capacidade de combinação com a dentina, através de um

(38)

grupamento fosfato, possivelmente pela ação por atração iônica entre o fosfato e o cálcio presente na estrutura dental.

BRUKL et ai., em 1985, afirmaram que os cimentos são considerados a interface mais fraca da estrutura formada pela associação fundição-cimento-dente. Os autores também avaliaram a resistência retentiva e o assentamento de coroas metálicas fundidas, fixadas com os cimentos resinoso e de fosfato de zinco a preparos torneados em dentes humanos extraídos. Sessenta primeiros molares, com as raízes embutidas em cilindros de resina de poliester, foram preparados para coroa total em torno mecânico. Foram feitas moldagens e modelos de gesso dos preparos, com os padrões para fundição sendo confeccionados indiretamente, para prevenir a contaminação dos preparos. As fundições foram feitas com a liga Cameogold e uma alça oclusal com uma esfera foi confeccionada para adaptação à máquina de testes e verificação do assentamento pela altura da coroa. A amostra foi dividida em 6 grupos de 1 O, sendo realizada a ventilação oclusal das coroas em 3 grupos. As coroas foram assentadas aos preparos com carga de 5 kg e submetidas à medição da altura com micrômetro linear digital. A fixação foi realizada com a mesma carga, utilizando o cimento resinoso Den Mat com e sem agente adesivo e o cimento de fosfato de zinco Mizzy. Após a medição final da altura, as coroas foram submetidas ao ensaio de remoção, por tração, em uma máquina lnstron, com velocidade de 1 mm/min. A resistência à remoção (kgf) das coroas fixadas com cimento resinoso foi superior àquelas fixadas com cimento de fosfato de zinco. O agente adesivo não proporcionou efeito significativo tanto na resistência ao deslocamento quanto no assentamento das coroas. O cimento resinoso proporcionou diferença significativa no assentamento, em relação ao cimento de fosfato de zinco, nos casos onde não foi feita a ventilação.

(39)

BUTTON et ai., em 1985, avaliaram a influência da rugosidade superficial de fundições, na resistência de união de 4 cimentos, através de um ensaio de cisalhamento da interface cimento-fundição. As 3 superfícies de fundições utilizadas foram obtidas através do polimento com disco Shofu, que proporcionou rugosidade

média de 0,08 J.l.m; e, do jateamento com óxido de alumínio com partículas de 60 e 280

11m, que proporcionaram rugosidades médias de 0,44 e 1,14 11m respectivamente.

Foram utilizados os cimentos de fosfato de zinco Fleck's, de policarboxilato de zinco Durelon e de ionômero de vidro Chembond e Ketac Cem. As fundições, em número de 6 pares para cada grupo e medindo 6 x 6 x 10 mm, foram confeccionadas com a liga Biobond. Uma das faces de cada fundição foi aplainada antes de cada tratamento superficial, sendo a rugosidade medida em aparellho com ponta de diamante de 0,3 11m

de sensibilidade. Em seguida as fundições foram submetidas a limpeza em ultra-som com água durante 5 minutos e para a fixação foi aplicada uma carga de 4,5 kgf durante 30 minutos. Os ensaios de cisalhamento foram realizados em máquina lnstron com velocidade de 0,5 mm/min., após um período de armazenagem de 72 horas em 100% de umidade. As resistências de união ao cisalhamento dos cimentos de policarboxilato de zinco Durelon (126 kg/cm2), de ionômero de vidro Ketac Cem (88 kg/cm2) e de fosfato de zinco Fleck's (47 kg/cm2), foram maiores com o jato de óxido de alumínio de 60 11m, enquanto o cimento de ionômero de vidro Chembond (53 kg/cm2) teve melhor

desempenho com o jato de óxido de alumínio de 280 11m. A superfície polida

proporcionou as menores resistências para os cimentos de ionômero de vidro Chembond (20 kg/cm2) e de fosfato de zinco Fleck's (12 kg/cm2). O cimento de

policarboxilato de zinco Durelon apresentou o melhor desempenho seguido pelos cimentos de ionômero de vidro Ketac Cem e Chembond e de fosfato de zinco Fleck's.

(40)

Em 1985, CHAN

et ai.

compararam a resistência de união de vários agentes címentantes a ligas metálicas não áuricas, usadas para coroas fundidas. As ligas utilizadas foram níquel-crômio (Summar e Biobond) e paládio-prata (Aibacast). Os cimentos (policarboxilato - Carboxylon; fosfato de zinco - Fleck's e óxido de zinco e eugenol reforçado - Fynal) para fixação dos espécimes foram manipulados e após a cimentação de cada elemento, uma carga de 1 kg foi mantida sobre cada um deles até completar o tempo de presa. Após armazenagem em água a 37°C por 24 horas, os ensaios de tração foram realizados a uma velocidade de 0,05 em/minuto. Os resultados mostraram que o cimento de policarboxílato forneceu os maiores valores de resistência de união com todas as ligas metálicas utilizadas. Os cimentos de fosfato de zinco e óxido de zinco e eugenol reforçado foram similares para as ligas Summar e Albacast. O cimento fosfato de zinco apresentou melhores valores de resistência à liga Biobond, do que o óxido de zinco e eugenol, e menores às ligas Summar e Albacast; o cimento de óxido de zinco e eugenol reforçado não apresentou diferenças nos valores de resistência com as três ligas. Os autores ressaltaram que "as altas resistências de união do cimento de policarboxilato foram relacionadas com falhas coesivas; o fosfato de zinco e o óxido de zinco e eugenol reforçado falharam adesivamente e a baixas cargas

aplicadas".

A cimentação definitiva de restaurações metálicas fundidas tem se tornado um dos problemas sérios com os quais o clínico se defronta e, para os pesquisadores, um tema de constante investigação, que ainda necessita de muito estudo. Para determinar a resistência de união à tração, de um cimento de ionômero de vidro (Fuji 11) ao esmalte, dentina e cemento, LANCEFIELD et ai., em 1985, submeteram cada um dos substratos às condições de não tratado, condicionado e atacado com ácido. Os

(41)

dentes utilizados foram molares humanos, extraídos e sem cáries. As superfícies de esmalte e dentina foram preparadas com um disco de granulação nº 600 umedecido com água, em uma roda de polimento, sendo as superfícies de dentina preparadas por desgaste das coroas, com discos de carbureto de silício granulação nº 320, com água, até a exposição da mesma. O acabamento final foi realizado com discos de carboneto, de granulação nº 600, umedecidos com água. As superfícies de cemento não foram desgastadas, apenas selecionadas áreas planas de raízes. O condicionamento foi realizado com ácido cítrico a 50% e condicionamento com ácido fosfórico a 37%. Após a cimentação, os espécimes foram submetidos a uma carga de 453g, por 15 minutos. Em seguida, isolados com vaselina sólida e armazenados em água desionizada

à

temperatura ambiente de 22°C

±

1 °C, por 24 horas. Decorrido esse tempo foram submetidas ao ensaio tração, com velocidade de 12,5 mm/minuto. Os resultados mostraram que a resistência de união

à

tração do cimento de ionômero de vidro ao esmalte não condicionado, condicionado e atacado, foi significantemente maior que a resistência

à

tração do cimento de ionômero de vidro a superfície da dentina. A resistência

à

tração

à

dentina não atacada e condicionada foi significantemente maior que a resistência do cimento correspondente; a resistência da dentina condicionada com ácido fosfórico a 37% e o cimento foi significantemente diferente. Em geral, a resistência

à

tração das superfícies dentro de cada grupo não foram significantemente diferentes, ou seja, o tratamento da superfície não tem efeito significante na resistência

à

tração para cada superfície de esmalte, dentina ou cemento considerada separadamente.

CHAN et ai., em 1986, avaliaram a influência do condicionamento interno de coroas, da expulsividade do preparo e do tipo de cimento, na resistência retentiva de

(42)

coroas fixadas a preparos em dentes naturais. Cem molares humanos extraídos, com as raízes embutidas em resina acrílica, foram preparados para coroas totais com pontas diamantadas em alta rotação. Os preparos foram feitos com expulsividade de 7° ou 30°

e os padrões para as fundição foram confeccionados pelo método direto, sendo as coroas fundidas em liga de níquel/cromo Rexilium 111, com uma alça oclusal para encaixe na máquina de ensaios. As 100 coroas foram divididas em 2 grupos, com angulações de 7° ou 30° e subdivididas em grupos de 1 O, para serem fixadas sem condicionamento interno com os cimentos de fosfato de zinco Fleck's, de óxido de zinco e eugenol Fynal, de policarboxilato de zinco Carboxylon e resinoso Comspan com e sem adesivo Scotchbond (3M). Após armazenagem em umidade relativa de 100 % a

37° C, durante 24 horas, as fundições foram submetidas aos ensaios de remoção, por tração, em uma máquina lnstron com velocidade de 0,5 cm/min. Após os ensaios, as coroas foram limpas manualmente e em ultra-som durante 15 minutos e foram protegidas externamente. Em seguida foi feito o condicionamento com ácido sulfúrico a 1 O % com corrente de 250 mA durante 6 minutos, imersão em ácido hidroclorídrico a 18

% e em banho ultra-sônico. Foi então realizada uma nova fixação com os mesmos cimentos e uma nova série de testes. Os resultados demonstraram que os preparos com 7° de inclinação proporcionaram melhor retenção do que aqueles com 30° O condicionamento das coroas melhorou a retenção, em relação as não condicionadas, nos preparos com

7"

de inclinação (46,7 kgf contra 40,4 kgf). Em 30° não houve diferença entre as condicionadas e não condicionadas (38, 1 kgf contra 36,8 kgf). O cimento de policarboxilato de zinco Carboxylon proporcionou maior resistência ao deslocamento em todas as situações, seguido pelo cimento resinoso Comspan com adesivo que foi superior ao mesmo cimento sem adesivo. O cimento de óxido de zinco

(43)

e eugenol Fynal foi superior ao de fosfato de zinco Fleck's, em coroas com 30°, ocorrendo semelhança com 7°. Os resultados demonstraram que a retentividade das coroas está relacionada

à

geometria do preparo.

Ainda em 1986, numa comparação da capacidade retentiva de um cimento de fosfato de zinco, policarboxilato e três cimentos de ionômero de vidro, DAHL

& OILO, preparam a dentina para receber coroas metálicas totais, com a liga de prata-paládio. Foram utilizados 3 molares, recém extraídos, sem cáries, armazenados em solução de cloramina a 0,5%. Posteriormente, os dentes foram incluídos num cilindro de latão, com resina acrílica. No cilindro de resina confeccionou-se um furo com broca, por onde passou, posteriormente, um fio de aço inoxidável e nas coroas foram feitos aros metálicos nas superfícies oclusais. Os ensaios foram realizados numa velocidade de 1 mm/minuto, até a remoção completa das coroas. Nenhuma diferença estatística foi observada em superfícies com média e máxima rugosidade, produzidas por pontas diamantadas, velhas e novas. A força retentiva média foi maior para o cimento de ionômero de vidro em relação ao de fosfato de zinco. Todos os cimentos ionoméricos apresentaram valores de retenção maiores aos do cimento de fosfato de zinco, entretanto, somente em um dos ionômeros essa diferença foi estatísticamente significante. Nenhuma correlação estatísticamente significante foi observada entre a capacidade retentiva dos vários cimentos e o tamanho da superfície do preparo.

ABOUSH & JENKINS, em 1987, avaliaram o efeito do ácido poliacrílico na união do cimento de polialcenoato de vidro Chem Fil

11

ao esmalte e

à

dentina. Foi feita também uma comparação com a limpeza com ácido cítrico e com pasta de pedra pomes, na descontaminação das superfícies dentinárias expostas

à

saliva. Coroas de

(44)

molares humanos extraídos, embutidas em resina acrílica, foram desgastadas nas superfícies vestibulares, com lixas de carbonato de silício, até a granulação

600. Os corpos-de-prova foram divididos em

2

grupos e imersos em saliva durante 1 minuto ou 1 O dias, com lavagem em água durante 20 segundos. Os corpos-de-prova foram divididos em sub-grupos e antes da aplicação do cimento de polialcenoato de vidro receberam os seguintes tratamentos: 1 sem condicionamento dentinário; 2 -condicionamento com ácido poliacrílico a 25 %, durante 30 segundos; 3 -condicionamento com ácido cítrico a 50 %, durante 30 segundos; e, 4 - profilaxia com

pasta de pedra pomes aplicada com taça de borracha em baixa rotação. Antes da aplicação do cimento, os corpos-de-prova foram lavados com água destilada e secos com ar. Os testes de tração foram realizados em máquina lnstron, com velocidade de 2 mm/min, após 24 horas de armazenagem em água a 37" C. O condicionamento do esmalte e da dentina com ácido poliacrílico a 25 % não melhorou a resistência adesiva do cimento de polialcenoato de vidro Chem Fil 11, porém a contaminação com saliva pode eliminar completamente a adesão. O ácido poliacrílico a 25 % aplicado

à

dentina contaminada com saliva durante 1 minuto ou 10 dias, apresentou habilidade de limpeza similar a do ácido cítrico a 50 % e da pasta de pedra pomes aplicada com taça de borracha em baixa rotação.

HARLEY & IBBETSON, em 1987, avaliaram a resistência de união de três cimentos de resina a uma liga metálica não preciosa, in vitro. Cilindros com 6mm

de diâmetro foram confeccionados para a liga metálica não preciosa. Três métodos de preparo da superfície foram empregados: (1) técnica do sal; (2) jateamento com óxido de alumínio de 50 J..lm e; (3) ataque eletrolítico. Após o tratamento da superfície foram

(45)

fixados com o cimento resinoso (ABC; Panavia Ex e Conclude). Cinco pares de espécimes de cada dos nove grupos, foram submetidos ao ensaio de tração em uma máquina universal de ensaios (lnstron), a uma velocidade de 2 mm/minuto. A força (carga) no momento da falha foi registrada em (MPa), sendo as médias para cada material e método de preparo do metal:

Cimento sal Aiz03 at. eletrolítico

ABC 4,78(1,6) 9,19 (3,0) 10,37 (3,6)

Panavia 20,04 (7,3) 27,25 (6,3) 18,44 (5,0)

Conclude 4,09 (1 ,2) 4,80 (4,8) 5,82 (3, 1)

Posteriormente, os cilindros metálicos foram limpos, repreparados, quando necessário e recimentados. Em seguida, foram submetidos ao ensaio de cizalhamento. A maior força (26,87 Mpa), foi obtida pelo cimento Panavia, com jateamento de óxido de alumínio. O tipo de cimento teve efeito superior na resistência de união, em relação ao metal. Os maiores valores foram obtidos pelo Panavia com jateamento da superfície do metal.

OMAR, em 1988, avaliou as resistências retentivas de 5 cimentos, utilizando a fixação de coroas totais a preparos em dentes naturais. Os cimentos avaliados foram os de ionômero de vidro Chem bond, Fuji I e Ketac Cem; de fosfato de zinco Tenacim e de policarboxílato de zinco Durelon. Cinco pré-molares extraídos foram preparados para coroas totais com um instrumento de carboneto de tungstênio acoplado a um torno mecânico com refrigeração. Os preparos foram padronizados com angulação de 5° e altura de 5 mm e os padrões para fundição foram confeccionados pelo método direto, sendo fundidos em liga de níquel-cromo Biobond. Os condutos de

(46)

alimentação, em forma de U, serviram de alça para remoção na máquina de testes, sendo utilizada uma carga de 5 kg, durante 10 minutos, na fixação das coroas. Os ensaios de remoção foram feitos, após 48 horas de armazenagem em 1 00 % de umidade relativa a

3yo

C, em máquina J & J com velocidade de 15 mm/min. Cada coroa, devidamente limpa, foi fixada duas vezes com cada cimento, totalizando 50 fixações (10 para cada cimento). As resistências retentivas dos cimentos de ionômero de vidro Fuji I (299 N), Ketac Cem (299 N) e Chembond (255 N) foram estatisticamente superiores em relação aos cimentos de policarboxilato de zinco Durelon (222 N) e de fosfato de zinco Tenacim (178 N), que também foram diferentes entre si. De acordo com o autor, as diferenças de valores em relação a outros trabalhos podem ser explicadas pelas diferentes texturas superficiais dos preparos, proporcionadas por instrumentos de diamante ou de carbonato de tungstênio.

MAIJER & SMITH, em 1988, realizaram uma comparação entre o cimento de fosfato de zinco e cimento de ionômero de vidro. Examinaram a frequência de recimentação para o fosfato de zinco em comparação com ionômero de vidro, na cimentação de bandas; a descalcificação do esmalte sob estas bandas, para ambos os cimentos e o tipo de falha que ocorreu durante ou na remoção das bandas. Foram cimentadas 1200 bandas em primeiros molares superiores e inferiores com fosfato de zinco (Harvard Cement - Richter); 500 bandas em primeiros molares superiores e inferiores foram cimentadas com ionômero de vidro (Ketac-cem - ESPE). 34,6% de todas as bandas cimentadas com cimento de fosfato de zinco foram recimentadas; somente 16% das bandas cimentadas com ionômero de vidro foram recimentadas. Oito dentes mostraram lesões de descalcificação no grupo do fosfato de zinco; nenhuma

(47)

lesão de descalcificação foi observada no grupo do cimento de ionômero de vidro. Em relação ao tipo de falha que ocorreu durante a remoção das bandas, para o fosfato de zinco, a maioria (67,1%) apresentaram falhas do tipo

11

(50% restante de cimento no esmalte); para o cimento de ionômero de vidro, a maioria (74,3%) apresentaram falhas do tipo I (maioria de cimento restante no esmalte).

VOORDE et ai., em 1988, descreveram sobre a formulação, uso e desenvolvimento dos cimentos de ionômero de vidro, surgidos no início dos anos 70 até os dias atuais que tiveram como objetivo combinar as qualidades positivas dos cimentos de silicato e dos cimentos de policarboxilato. Cimentos de silicato são anticariogênicos como resultado da liberação de flúor, os cimentos de policarboxilato aderem

à

estrutura dentária e não são irritantes

à

polpa dental ao passo que as resinas adicionadas atualmente fornecem excelente estética e resistência ao condicionamento. O resultado dessa combinação produziu um material dentário que possui: (1) resistência compressiva mais alta do que fosfato de zinco, (2) adesividade ao esmalte, dentina e cemento, (3) compatibilidade com os tecidos bucais e, (4) a habilidade em liberar fluoretos. Apresentam propriedades como: hidratação e desidratação, resistência

à

erosão, adesão, liberação de flúor, compatibilidade biológica, estética, integridade marginal, indicações clínicas: classe V, lesões de erosão e abrasão, classe

111,

selante de fóssulas e fissuras, classe

11 -

molares decíduos, agente cimentante, restaurações posteriores. Fizeram uma importante observação: " ... ionômeros de vidro tem sido usados também como cimentos para fixação, e embora as formulações do cimento tenham boas propriedades, estudos clínicos a longo prazo controlados cientificamente são necessários".

(48)

A AMERICAN DENTAL ASSOCIATION, em 1989, especificou requisitos para o cimento de ionômero de vidro produzido pela reação entre um pó de vidro de alumíniosilicato ácido-solúvel e o ácido alquenóico; para ionômero de vidro "anidros" (preparados pela adição de água à mistura de vidro alumíniosilicato e ácido seco); para ionômero de vidro do tipo cimentantes; material restaurador e selantes de fóssulas e fissuras. Classificação: tipo 1-agente cimentante, tipo 2- material restaurador. Técnica de mistura: misturar completamente o pó ao líquido até adquirir uma textura lisa e uniforme, de acordo com as instruções do fabricante; usar espátula feita de material que não reaja com os componentes do cimento e não se desgaste pelos mesmos. Os espécimes devem ser preparados a 23°C .:! 1 °C e umidade relativa de 50 .:! 5%. Proteger o cimento da contaminação precoce com água. Espessura de película máxima: 25 f.Jm; tempo de presa (minutos) máximo: 7,5 minutos (tipo I); tempo de trabalho(mínimo): 2,0 minutos; resistência à compressão (mínima): 65 MPa para o tipo I, 125 MPa para o tipo 2. Imergir os espécimes após 60 .:! 5 minutos, do início da mistura, em água destilada a 37° .:! 1 °C por 23.:! 1 h. força em kg: 15.

MATHIS & FERRACANE, em 1989, tiveram como objetivo produzir um

material restaurador híbrido entre cimento de ionômero de vidro/resina composta, o qual poderia conter fluoretos e ser adesivo à dentina, com propriedades mecânicas e sensibilidade à umidade superiores àquelas dos cimentos ionoméricos, além de reduzir a rugosidade superficial e fragilidade. Os autores misturaram o líquido do cimento de ionômero de vidro restaurador comercial Fuji 11 (Espe) com uma resina experimental, que hoje é usada em compósitos atuais. O líquido e o pó foram pesados e misturados com o pó do cimento de ionômero de vidro, provendo uma proporção pó/líquido de 2,3:1 ,O. Após a mistura, o material foi injetado em moldes de vidro ou aço através de

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