O
s campeonatos estaduais estão longe de serem unanimidades entre os torcedores, mas, nesta semana, eles se mostraram úteis a pelo menos uma categoria específica: os patrocinadores dos clubes. Os torneios es-palhados pelo Brasil serviram de plataforma de ativação para as marcas que têm relação direta com as equipes. E o principal exemplo esteve no Corinthians.Os parceiros do campeão paulista aproveitaram o título da equipe para fazer ações com os torcedores. Na segunda-feira (22), a Ale Combustíveis anunciou uma campanha para dar descontos de 50% na visita à arena do time, em Itaquera. Para isso, é preciso procurar placas expostas no estádio em uma foto 360º tirada duran-te a partida do último domingo. Cada anúncio possui uma frase. O clienduran-te precisa ir a um site, se cadastrar, dizer a frase vista na imagem e ganhar o abatimento.
O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O
DO
POR REDAÇÃO
Estaduais puxam ações
de patrocinadores
1
N Ú M E R O D O D I A EDIÇÃO 1230 - TERÇA-FEIRA, 23 / ABRIL / 2019
De Reais recebeu o Corinthians da FPF pelo título do Paulista de 2019; a premiação foi a mesma recebida pelo clube da federação no ano anterior
5
mi
OF E
RE C IMEN
A Ale não foi a única. No fim de semana da partida, a cerveja Estrella Galicia lançou um vídeo para pedir que os torcedores corintianos ficassem em pé durante a partida decisiva como forma de "resistência", um conceito usado pela marca. O vídeo foi exposto em redes sociais e no telão da Arena Corinthians.
Em campo, após a conquista do título, a Estrella Galicia distribuiu copos de cer-vejas para os jogadores. No gramado, a Positivo também ganhou destaque, gra-ças a uma 'selfie' tirada com um celular da empresa. O responsável pela foto foi Vagner Love, herói do jogo. A imagem foi para as redes sociais da equipe paulista.
O meio online, aliás, foi o mais usado pelas companhias de forma geral. Os ban-cos digitais, por exemplo, usaram as redes em peso. As contas focadas no BMG e Corinthians e no Digi+ e Cruzeiro colocaram o título do estadual como principal conteúdo nos últimos dias. E até o Banco Inter, patrocinador do São Paulo, usou o Twitter para mandar mensagens de apoio ao time derrotado no fim de semana. Já a MRV usou a conta da empresa para parabenizar Flamengo e Fortaleza.
No Sul, a Brahma também usou o Twitter para prestigiar o Grêmio na última se-mana. O destaque, no entanto, foi a ação realizada pela Uber que fez uma disputa entre os tricolores e o Internacional. Durante a semana da decisão, quem usava o código dos times ganhava desconto em viagens. E a torcida que mais usou a ativa-ção ganhou abatimentos ainda maiores da empresa de transporte.
De maneira geral, os clubes vencedores fizeram uso intensivo de seus canais oficiais, com fotos, vídeos e brincadeiras. As ações, no entanto, tiveram tempo li-mitado: há jogos importantes no meio de semana. No fim, os Estaduais mostraram que ainda têm peso para o mercado, mesmo com um calendário tão apertado.
O P I N I Ã O
O campo também
constrói a imagem
N
o dia seguinte à semifinal do Campeonato Paulista, entre Santos e
Co-rinthians, uma busca rápida na internet pelo time da capital revelava
um problema aos finalistas: diversos veículos de imprensa, entre eles
Estadão, Uol e Record, usaram o termo "covardia" para qualificar o time classificado
à final. Em qualquer empresa de outro segmento, a questão seria tratada como uma
profunda crise de imagem. No futebol, não é assim que funciona. Mas deveria ser.
O esporte relativiza uma crítica dessa, mesmo em um tom tão pesado, porque
entende que o resultado é mais importante. O título conquistado no último domingo
seria então a melhor gestão de crise que o clube poderia aplicar. Mas é uma estratégia
míope; o modo como um time joga também passa por uma questão comercial.
Há um certo entendimento na mídia esportiva de que o jogo truncado virou
tendência no Brasil. Nas últimas
tempora-das, times como Corinthians, Palmeiras e
Cruzeiro deram claros exemplos disso.
A estratégia pode funcionar em
cam-po, mas trava fora dele. Primeiro que a
associação de valores como "covardia"
nunca é bom negócio. E, depois, o clima
de "jogo feio" que tem sido criado é um
péssimo modo de cativar o torcedor. Uma
final como a disputada no Campeonato
Paulista repele os menos fanáticos.
Evidentemente, a questão não é
sim-ples. O Corinthians é um bom exemplo. O técnico chegou há quatro meses, com um
time em péssima fase e compromissos domingo e quarta-feira. Difícil julgar as
deci-sões que mantiveram a equipe na Copa do Brasil, Sul-Americana e ainda renderam
o título paulista. Somente em premiação, o clube já levou R$ 13 milhões neste ano.
Mas, como um todo, os clubes deveriam pensar em modos de melhorar o
pro-duto dentro de campo. Na Europa, essa tem sido uma regra não explícita, mas que
claramente tem sido aplicada nas temporadas mais recentes. No Velho Continente,
claro, é mais fácil: sobram Euros, e craques são acumulados nos gramados.
Em mercado menos poderosos, também há esse entendimento informal. É o
caso do MLS, que convive entre o drama da mediocridade técnica e a necessidade de
atrair novos torcedores. Hoje, o "jogar feio para ganhar" não faz sentido nos EUA.
É difícil convencer os times que essa deve ser uma prioridade porque, em curto
prazo, o que vale é o resultado em campo. Com uma mentalidade mais profissional,
no entanto, é preciso novos modos de tornar o futebol mais atrativo a todos.
Jogos truncados prejudicam negócio
do futebol; modo de atuar dos times
pode repelir torcedor menos fanático
POR DUDA LOPES
ESPN lança reality
para escolher
novo comentarista
A Under Armour terá que trocar
seu comando na América do Norte.
Após dois anos e meio no cargo,
Ja-son LaRose renunciou e deixará a
presidência da empresa na região no
final deste mês. Quem assumirá seu
lugar será Patrik Frisk, atual diretor
de operações da marca também na
América do Norte.
LaRose assumiu a presidência da
fabricante americana para os
mer-cados dos Estados Unidos e do
Ca-nadá em outubro de 2016. Antes, o
executivo havia sido o responsável
pela transformação dos negócios da
área digital da companhia.
Apesar de ter tido mairo receita,
no último ano, a Under Armour
teve prejuízo de US$ 46,3 milhões.
P R E S I D E N T E D A
U N D E R A R M O U R
N O S E U A
R E N U N C I A
A seleção de Camarões deixará a
parceria com a Puma após 22 anos.
Os "Leões" substituirão a fabricante
alemã pela marca francesa Le Coq
Sportif, que, assim, dá um passo
importante na estratégia de voltar ao
mundo do futebol. Camarões é a
pri-meira seleção a fechar com a empresa
desde que o objetivo dos franceses de
ganhar força mais uma vez no futebol
ficou claro no mercado. A marca já
apoiou Camarões em 82 e também
estará no Atlético-MG este ano.
A P Ó S 2 2 A N O S ,
C A M A R Õ E S
D E I X A P U M A E
F E C H A C O M L E
C O Q S P O R T I F
POR REDAÇÃOA ESPN fará um reality show, batizado de "Desafio de Ta-lentos", para escolher um novo comentarista de esportes americanos para a emissora. A partir do dia 4 de maio, have-rá o início das inscrições para o programa, idealizado em par-ceria com a Cinefilm e que tem como objetivo revelar novas promessas do jornalismo esportivo.
De acordo com a ESPN, o reality show recrutará candidatos ao longo de três semanas por meio de um hotsite desenvol-vido para a atração, que contará com a participação de Fred, do canal Desimpedidos, como apresentador. O time de jura-dos será composto pelos narradores Everaldo Marques e Rô-mulo Mendonça, além da fonoaudióloga Camila Mercatelli, Um quarto jurado será escolhido pelo público por meio de interações com a hashtag #DesafioDeTalentosESPN.
Cinco candidatos a comentaristas serão selecionados para participar do programa, que será dividido em seis episó-dios a serem exibidos a partir do dia 15 de julho, sempre às segundas-feiras, às 21h, na ESPN. O vencedor do reality show terá a experiência de participar de uma transmissão ao vivo de uma das ligas americanas transmitidas pelo canal. Homens e mulheres acima de 18 anos podem se inscrever.'
"Muitos são os fãs de esportes que manifestam interesse em trabalhar como comentarista, e o 'Desafio ' vem para atender esse objetivo. Mais do que encontrar um fã apaixo-nado, o reality vai mostrar de maneira descontraída os bas-tidores", afirmou João Palomino, vice-presidente da ESPN.
POR ERICH BETING
A
Uefa anunciou que fará um evento exclusivo da Champions League no Brasil. O encontro terá a presença da taça do torneio e também do em-baixador da entidade, o ex-jogador português Luís Figo. Além disso, a Uefa ainda promoverá a transmissão, ao vivo, ao jogo de ida entre Barcelona e Liverpool, válido por uma das semifinais da competição europeia.O evento será realizado no próximo dia 1º de maio, feriado no Brasil, no Pão de Açúcar, no Morro da Urca, no Rio de Janeiro. Os fãs poderão participar de uma sessão de perguntas e respostas com Figo, campeão do torneio na temporada 2001/2002 com o Real Madrid, e ainda tirar fotos exclusivas com o próprio ex--jogador e com a taça mais desejada do futebol europeu.
O evento faz parte de uma série de iniciativas globais da Uefa focadas nos fãs da Champions League. O Rio de Janeiro será a terceira cidade visitada, após Mumbai (Índia) e Xangai (China), ambas no início deste ano.
O projeto faz parte do plano de expansão global da Uefa. Até então, os tours realizados com a taça da competição haviam sido em eventos de patrocinadores. A Heineken havia trazido a taça ao Brasil em outras duas ocasiões, em eventos mais restritos. Para a ação deste ano, os torcedores deverão se cadastrar num site e dizer qual foi o momento favorito na atual temporada do torneio. As melhores respostas ganharão um kit de prêmios e um par de ingressos para o evento.
A ação será comandada pelo narrador Octavio Neto, do Esporte Interativo, e in-cluirá também um set exclusivo de um DJ local e uma série de ativações dos patro-cinadores do torneio, como Nissan, Santander, PlayStation, Heineken e PepsiCo.
Com Figo, Uefa trará
taça da Liga ao Brasil
5