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Direito Penal. Aula 01. Introdução à Teoria do Crime. Professor Douglas Vargas. Direito Penal

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Academic year: 2021

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Aula 01

Direito Penal

Introdução à Teoria do Crime

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www.pontodosconcursos.com.br

Aula Conteúdo Programático Data

00 Introdução à Teoria do Crime 01/07

01 02 03 04 05 06 07 08 Sumário 1. Introdução ... 3

1.1 Capítulo 01: Teoria do Crime ... 5

1.2 Capítulo 02: Conceito Analítico de Crime...09

1.3 Capítulo 03: Fato Típico...11

1.4 Capítulo 04: Antijuridicidade...14

1.5 Capítulo 05: Culpabilidade...16

1.6 Capítulo 06: Sujeitos e Objetos da Infração Penal...19

1.7 Capítulo 07: Outras Classificações dos Crimes...23

1.8 Capítulo 08: Iter Criminis...29

1.9 Capítulo 09: Questões Comentadas...32

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Introdução – Algumas palavras sobre foco

“Não tenha sonhos. Tenha metas.” – Harvey Specter

Olá pessoal!

Vamos começar sendo diretos:

Chegou a hora de pausar a sua vida.

O edital chegou. O tempo urge. Como vocês sabem, o que o estudante possui de mais precioso é seu tempo livre – que com disciplina se torna tempo

de estudo. Enquanto o edital não sai, tentamos definir nossas prioridades de uma

maneira. Com o edital aberto chega a hora de triplicar o foco, mudar um pouco as prioridades e deixar algumas coisas para depois – pois cada dia que passa é uma oportunidade perdida.

Nesse raciocínio, o edital do TJ-RS acaba de ser lançado. Infelizmente o edital veio meio “picotado”, cobrando conceitos avançados sem cobrar a parte introdutória necessária para um estudo adequado. Mas não se preocupe: nossas aulas serão estruturadas de uma forma mais ampla – para cobrir também as bases do Direito Penal, de modo que possamos estudar com um ótimo aproveitamento todo o conteúdo programático do edital. Acredite: melhor sobrar conhecimento do que faltar.

Com isso em mente, iniciaremos nossas aulas com uma breve introdução à teoria do crime. Mesmo não havendo previsão no edital, não há como iniciar um estudo de matérias avançadas como Crimes Praticados por Funcionários Públicos sem que você estudo primeiro os conceitos de crime! E eu não estou aqui para assumir que você já sabe o conteúdo – fique tranquilo quanto a isso.

Dito isso, reforço a importância do foco nesse momento. É hora de mudar a postura. Se você sonha em ser servidor público, não perca essa oportunidade. Estude firme. Certa vez vi uma frase muito interessante no Instagram de um

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concurseiro: “Hoje é domingo – dia de furar a fila nos estudos.” E de fato, se você parar para pensar, quem estuda aos domingos? A resposta é simples: Os futuros

aprovados.

Então eu lhes peço, como alguém que já esteve aí, na mesma cadeira que vocês – e como alguém que continua nela, pois sempre há um sonho maior a ser alcançado: sacrifique temporariamente o que você gosta de fazer em prol do que você DEVE fazer nesse momento: estudar. Garanto que você não se arrependerá.

Eu não me arrependo.

Acredito que a chave da aprovação está em dois pilares: na dedicação do estudante e na qualidade do material. E é nesse ponto que eu espero ajudá-los. Entregando um material simples, completo, direto, que possa atender desde o

estudante mais experiente ao que está enferrujado, começando hoje e que não se lembra de muita coisa.

O resto é com vocês.

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“Sempre parece impossível... até você conseguir. ”

Capítulo 01 – Introdução à teoria do crime

Crime, crime e crime. Quando se fala de Direito Penal, a palavra que mais repetimos é crime. Mas qual a definição jurídica de crime? E o que seria a chamada teoria do crime?

Vamos começar pelo conceito de Zaffaroni:

“A parte da ciência do direito penal que se ocupa de explicar o que é o delito em geral, quer dizer, quais são as características que devem ter qualquer delito. Esta explicação não é um mero discorrer sobre o delito com interesse puramente especulativo, senão que atende à função essencialmente prática, consistente na facilitação da averiguação da presença ou ausência de delito em cada caso concreto."

Ou seja: A teoria do crime é a parte da ciência do Direito Penal responsável por explicar o delito e suas características. Simples assim. O que não é tão simples, no entanto, é o conceito de crime, que possui variações. Para efeitos de prova, você precisa conhecer três: o conceito FORMAL, MATERIAL e ANALÍTICO de crime.

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Os conceitos material e formal de crime são bastante simples – e costumam ser cobrados pelo examinador em sua literalidade. Já o conceito

analítico é muito mais complexo (você verá que 70% dessa aula tratará apenas

dos elementos relacionados ao conceito analítico do crime).

Mas antes de seguir em frente, é necessário falar rapidamente sobre a chamada classificação das infrações penais.

Classificação das infrações penais

Sob o conceito formal, crime é uma transgressão da lei penal, conforme acabamos de estudar.

E seguindo o ponto de vista formal, temos que classificar as infrações penais, o que pode ser realizado de duas formas: Através da divisão bipartida e

tripartida.

Em alguns países, principalmente no continente europeu, é adotada a divisão das infrações de forma tripartida, ou seja, em três conceitos: CRIME,

• Do ponto de vista formal, crime é uma transgressão da norma penal - ou seja, a prática de ato considerado ilícito pela lei penal. Formal

• Do ponto de vista material, crime é um comportamento humano capaz de lesionar ou de causar perigo a um determinado bem jurídico protegido pela norma penal.

Material

• Do ponto de vista analítico, crime é o chamado fato típico,

antijurídico e culpável, como estudaremos a seguir.

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Já em outros países, temos a adoção de uma divisão de forma

bipartida, ou seja, em DOIS conceitos: CRIME e CONTRAVENÇÃO. No Brasil, o legislador adotou a postura bipartida, o que se pode notar facilmente com a leitura do Art. 1º da chamada Lei de Introdução ao Código Penal. Veja:

Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente.

Note que o legislador brasileiro nada fala sobre delito – apenas sobre crime e contravenções. Nesse sentido, a doutrina é que esclarece essa omissão, ao dizer que crimes e delitos, na legislação nacional, são sinônimos.

Ou seja, caro aluno: Falou de crime ou delito, estamos falando da mesma natureza de infrações penais.

Certo. E como diferenciar crimes e delitos das contravenções penais? É bastante simples (e a explicação também consta do art. 1º da LICP):

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Dito isso, finalizamos nossos conceitos introdutórios sobre o crime. Passaremos agora para o próximo capítulo, onde será apresentado o conceito analítico de crime de forma detalhada. Vamos em frente!

• Espécie do gênero Infração Penal.

• É a infração penal para a qual a lei comina pena de

reclusão ou detenção.

Crime ou Delito

• Também é espécie do gênero Infração Penal.

• Infração penal para a qual a lei comina pena de

prisão simples ou multa.

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Capitulo 02 – Conceito Analítico de Crime

Antes de falar sobre o conceito analítico de crime, precisamos entender que existem duas teorias utilizadas para defini-lo: As chamadas teorias bipartite e

tripartite.

Muito cuidado: Essas teorias não se confundem com as teorias bipartida

e tripartida utilizadas para classificar a infração penal em crime, contravenção

e delito.

Apesar da nomenclatura parecida, não há ligação entre os conceitos, e é importante que você observe essa diferença desde logo.

Mas vamos em frente. Vejamos a diferença entre as teorias bipartite e

tripartite:

O crime, do ponto de vista analítico, é composto de elementos. E quais os elementos que o compõem é um fator que depende diretamente da teoria adotara na legislação de um determinado país.

Embora exista uma parte minoritária de nossa doutrina que encontre divergências sobre qual teoria é adotada no Brasil, para fins de prova, as bancas usualmente adotam a teoria tripartite. Ou seja, crime é fato típico +

antijurídico + culpável.

Cada um desses elementos tem inúmeras peculiaridades. Você verá, ao longo da aula, que cometer um crime não é algo simples: inúmeros pré-requisitos tem que estar presentes para que o braço do Estado possa te alcançar e te punir.

Teoria

Bipartite

Fato Típico

Antijurídico

Teoria

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E agora que você já sabe o conceito básico, podemos passar ao primeiro dos elementos listados acima: O fato típico.

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Capitulo 03 – Fato Típico

Desde já te adianto uma informação: A abordagem sobre o fato típico (bem como sobre a antijuridicidade e culpabilidade) que faremos nessa aula será

introdutória. Cada um desses elementos merece uma aula a parte (tamanha sua

complexidade e relevância).

Mas vamos para o assunto deste tópico: o fato típico propriamente dito. O fato típico é o primeiro dos componentes do crime, de certo que sem fato típico não há crime. É um elemento composto de quatro outros: Conduta (dolosa ou culposa, comissiva ou

omissiva), resultado, nexo causal e tipicidade.

A definição acima é a chamada visão finalista do fato típico, a qual o divide nos quatro elementos citados. Você entenderá tudo mais claramente a seguir. Vejamos, em primeiro lugar, o conceito de cada um dos elementos do fato típico:

•É um comportamento humano, voluntário e consciênte, que pode ser uma ação ou omissão.

Conduta

•Causado pela conduta, trata-se de uma modificação do mundo exterior.

Resultado

•Relação entre a conduta e o resultado (vínculo que demonstra que foi a conduta que causou o resultado obtido).

Nexo de Causalidade ou Nexo Causal

•Adequação entre a previsão legal e a conduta praticada pelo indivíduo.

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A melhor maneira de entender esse conceito é com um exemplo prático. Veja só:

Homicídio simples

Art. 121. Matar alguém:

Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

O homicídio é sem dúvidas, o exemplo mais corriqueiro e conhecido de tipo

penal (estudaremos o conceito de tipo penal mais à frente). A norma prevê

uma pena de 6 a 20 anos para aquele que matar alguém.

Nesse contexto, imagine que um indivíduo chamado Brody efetivamente mate seu inimigo Saul com um tiro. Tal evento nos levará – do ponto de vista analítico – a responder as seguintes perguntas:

1. A conduta de Brody (matar alguém) se adequa ao texto da norma (matar alguém)? A resposta obviamente é sim. Quando isso ocorre, confirmamos que existe o primeiro elemento do fato típico: a tipicidade.

2. A vítima (Saul) morreu ou correu o risco de morrer? Novamente a resposta é sim (sabemos que Saul morreu). A resposta afirmativa a essa pergunta demonstra que ocorreu o segundo elemento do fato típico: O resultado.

3. O autor (Brody) perpetrou alguma ação ou omissão para realizar o que está descrito

na norma (matar alguém)? Mais uma vez a resposta é afirmativa. Brody deu um tiro

em Saul para matá-lo. Esse fato nos leva ao terceiro elemento do fato típico: A

conduta.

4. Por fim, foi a conduta (o tiro disparado contra Saul) que causou o resultado (sua

morte)? Também sabemos que sim. Assim temos confirmado o quarto elemento do

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Veja que, ao responder as quatro perguntas afirmativamente, conseguimos comprovar que o indivíduo (Brody) praticou um fato típico, o que nos assegura a existência do primeiro dos três elementos que constituem um crime.

Mas espere aí professor: Brody matou Saul, e pode ser que ele não tenha praticado um crime?

Exatamente!

Muitos alunos quando estão iniciando em matéria penal, acreditam que se o indivíduo praticar o que está escrito no Código Penal terá praticado um crime. Entretanto, essa é uma presunção errada. Não basta a tipicidade da conduta para que exista um crime. Como veremos ao analisar a antijuridicidade e a

culpabilidade, é perfeitamente possível praticar um fato típico sem cometer

crime!

Inclusive, vamos em frente, para tratar justamente dela: A

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Capitulo 04 - Antijuridicidade

Jurídico é aquilo que é legal. Com isso em mente, veja que o termo Antijurídico, apesar de parecer complexo, significa nada mais nada menos que

algo que é ilegal ou ilícito.

Nessa esteira, muitas bancas costumam dizer que crime é fato típico,

ilícito e culpável. Essa afirmação está correta, posto que ilícito e antijurídico

são sinônimos.

Com base nessa observação podemos seguir em frente. Conforme afirmamos ao analisar o fato típico, não basta o primeiro elemento da teoria para que o crime se configure. Precisamos ainda que existe antijuridicidade e

culpabilidade.

A antijuridicidade, nesse sentido, nada mais é do que a manifestação da contrariedade entre o que foi praticado pelo agente delitivo e o que permite as leis e o ordenamento jurídico vigente.

Professor, esse conceito parece muito abstrato. É possível simplificar?

Com certeza! Pense da seguinte forma:

 A regra, em nosso país, é que todo fato típico é antijurídico.

A exceção a essa regra é que um fato típico, dependendo das

circunstâncias, seja considerado lícito!

E se o fato típico, de acordo com essas circunstâncias excepcionais, for considerado legal, não há que se falar em crime – pois faltará o segundo elemento da teoria tripartite.

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No filme O Sniper Americano, uma das cenas mais fortes retrata o protagonista atirando e matando uma mulher e seu filho. Entretanto, o atirador faz isso apenas para salvar seus companheiros, contra os quais tanto a mulher quanto a criança tentam arremessar uma granada.

Nesse contexto, perceba que o sniper pratica um fato típico (na verdade, dois fatos típicos) de homicídio, haja vista que todos os pressupostos estão ali presentes (a conduta, o nexo causal, o resultado e a tipicidade).

Entretanto, ao agir na legítima defesa de seus companheiros, o ordenamento jurídico torna lícita a prática da conduta típica de homicídio. Ou seja: haverá um fato típico, porém tal fato não será considerado ilícito, e com isso não poderá ser considerado como crime!

Não se preocupe tanto com a legítima defesa e seus detalhes: é um assunto que merece uma aula em separado, pois é um conceito com muitas nuances. Aqui nosso objetivo é meramente entender o conceito analítico de crime, e sob esse prisma, basta que você entenda que, dependendo da situação, uma conduta típica não necessariamente será considerada como conduta criminosa.

Com esse assunto fora de nosso caminho, falta falar do terceiro elemento do crime: a culpabilidade. Vamos a ele!

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Capitulo 05 - Culpabilidade

A culpabilidade é um conceito bastante diferente dos dois anteriores. Enquanto o fato típico está intimamente ligado com aquilo que é proibido e o que

o agente praticou, e a ilicitude está ligada com a contrariedade entre os atos praticados e o ordenamento jurídico vigente, a culpabilidade trata de algo bem

mais simples: A reprovabilidade da conduta do autor.

Assim como é possível que alguém pratique uma conduta típica de uma maneira que o ordenamento jurídico considera lícita, é possível que um indivíduo pratique uma conduta típica e ilícita, mas que é mais ou menos reprovável, a depender das circunstâncias que envolveram sua execução.

Este conceito é um pouco abstrato, mas ficará mais fácil de entender quando apresentarmos os elementos que compõem a culpabilidade. Vejamos:

O exemplo clássico da ausência de culpabilidade está na menoridade

Imputabilidade

• Capacidade do agente de entender ocaráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esdeterminar-se entendimento.

Potencial

Consciência da

Ilicitude

• Possibilidade de que o agente saiba que está praticando uma conduta considerada ilícita pelo ordenamento jurídico.

Exigibilidade

de conduta

diversa

•A ordem social faz com que se espere uma conduta diferente da que foi tomada pelo autor.

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e 17 anos) são considerados inimputáveis, ou seja, incapazes de entender o

caráter ilícito de seus atos.

Assim sendo, um adolescente de 17 anos e 11 meses e 29 dias que vier a praticar um sequestro ou um roubo, praticará um fato típico e antijurídico, mas não cometerá crime – pois lhe falta a imputabilidade, um dos elementos da culpabilidade.

Entendendo o que é um tipo penal

Agora que finalizamos a análise básica dos três elementos do crime, temos que abrir um breve parêntese para do conceito de tipo penal.

Há pouco dissemos que a tipicidade é um dos elementos do Fato Típico, e que tal elemento se consolida na adequação entre o fato praticado e a previsão

legal.

Ao tratar sobre isso, citamos o art. 121 do CP, chamando-o de tipo penal:

Homicídio simples

Art. 121. Matar alguém:

Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Pois é exatamente isso: a descrição de um fato ilícito ao qual a lei comina uma determinada pena é chamada de tipo penal.

Colocando de uma forma ainda mais simples, pense da seguinte forma: Se a

tipicidade é a adequação entre o que foi praticado pelo agente e o que foi escrito,

a parte escrita nada mais é que o tipo penal! Simples assim.

Mas é claro que não basta saber o que é um tipo penal. Para entender bem os crimes que podem cair na sua prova, é necessário entender que o tipo penal está dividido em duas partes, chamadas de preceitos: o primário e o

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Preceito Primário: Descrição do fato que, via de regra, é ilícito.

Preceito Secundário: É o chamado preceito sancionador, cuja função é

cominar uma pena ao fato previsto no preceito primário.

Ou seja, se tomarmos como exemplo o art. 121 do Código Penal, teremos o seguinte:

Preceito Primário: “Matar Alguém”.

Preceito Secundário: “Pena: Reclusão de 6 a 20 anos”.

Finalizando o assunto

Certo. Com essa abordagem introdutória, entendemos os conceitos de crime (tanto formalmente quanto materialmente e sob a forma analítica).

Sabemos também que o conceito analítico de crime adotado pelas bancas é o que vem da teoria tripartite, a qual conceitua o crime como fato típico,

antijurídico e culpável:

O que você não conheceu ainda são alguns outros conceitos também muito

Fa

to T

ípic

o

Soma da Conduta, Nexo de Causalidade, Resultado e Tipicidade.

Ilicitu

de

Também chamada de Antijuridicidade ou ilegalidade. É a contrariedade entre a conduta e o ordenamento jurídico.

Culpabilidade

Soma da imputabilidade, exigibilidade de conduta diversa e da potencial consciência da ilicitude. Trata do juízo de reprovação da conduta do agente.

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Capítulo 03 – Sujeitos e Objetos da Infração Penal Sujeitos da Infração Penal

Os sujeitos da infração penal se dividem em dois: Sujeitos Ativos e Sujeitos

Passivos.

Sujeito Ativo

Sujeito ativo é o nome aplicado ao autor do delito – o indivíduo que pratica a infração penal propriamente dita.

Este é um conceito que parece óbvio, mas que é muito importante, pois dele decorre uma categoria de delitos muito cobrada em provas: os

crimes próprios.

Crime Próprio

Diz-se próprio o crime que é praticado por pessoas específicas, expressamente determinadas pela legislação (exigem uma característica pessoal do autor para que se configurem).

O exemplo que mais gosto de utilizar é o do delito a seguir:

Omissão de notificação de doença

Art. 269 - Deixar o MÉDICO de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória:

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Veja que o legislador, no crime previsto no artigo 269 do CP, restringiu a prática do delito apenas aos médicos, ou seja – especificou quem pode ser o sujeito ativo daquela infração penal. Essa mudança no sujeito ativo transforma o crime no chamado crime próprio!

Além disso, a determinação do sujeito ativo implica em uma outra classificação importante ao estudar os crimes em espécie. Veja só:

Questão recorrente em provas de concursos é sobre a possibilidade da pessoa jurídica ser sujeito ativo de crimes.

Saiba desde logo que a possibilidade de uma PJ responder criminalmente é aceita tanto pelo STF quanto expressamente prevista na Constituição Federal, para crimes contra o meio ambiente, crimes contra a ordem econômica e crimes contra a economia popular!

Certo. Após essas breves observações, é hora de passar para a segunda espécie de sujeito: o sujeito passivo.

Autor Executor •Pratica o verbo principal

da conduta criminosa. •Exemplo: No homicídio,

aquele que pratica a conduta que leva a vítima a óbito.

Autor Funcional •Aquele que tem o

domínio do fato

criminoso, bem como de sua finalidade.

•Exemplo: Mandante do crime de homicídio.

Partícipe •Indivíduo que concorre

para o crime, auxiliando, induzindo ou instigando o autor executor.

•Exemplo: Amigo que empresta a arma para a prática de um homicídio, sabendo da intenção do autor.

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Sujeito Passivo

Como não poderia deixar de ser, sujeito passivo é o ente ou pessoa que sofre as consequências do crime ou contravenção. Ele se divide da seguinte maneira:

Como leciona Rogério Greco, “o Estado sofre todas as vezes que suas

leis são desobedecidas”. Nesse sentido é que temos o sujeito passivo

formal: o Estado sempre será considerado sujeito passivo de qualquer

infração penal.

Por sua vez o sujeito passivo material irá variar, de acordo com o crime praticado e o bem que for lesionado pela conduta do agente.

Logo, em uma conduta de homicídio o bem jurídico (vida) lesionado estará relacionado a um determinado sujeito passivo (no caso, a vítima), enquanto que em uma conduta de furto o bem jurídico (patrimônio) lesionado estará relacionado a um outro sujeito passivo, mas em ambos

os casos o sujeito passivo formal continuará sendo o Estado.

Sujeito passivo formal:

Também chamado de

constante, é sempre o

Estado.

Sujeito passivo material:

Também chamado de

eventual, é o titular do bem

jurídico que foi ameaçado

ou sofreu lesão.

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Questões recorrentes em provas sobre o sujeito passivo de um crime:

1) É possível que uma PJ figure como sujeito passivo de alguns crimes;

2) Mortos não podem figurar como sujeito passivo de crimes, nem mesmo de vilipêndio a cadáver;

3) Regularmente o Estado é o sujeito passivo formal dos delitos, mas também pode, em casos específicos, ser o sujeito passivo material.

4) Não é possível ser, simultaneamente, sujeito passivo e ativo de um crime.

Objeto do crime

Enquanto que o sujeito da infração penal se relaciona com a palavra

quem (quem pratica e contra quem se pratica a infração penal), o

objeto se relaciona com o que ou aquilo contra o que se pratica a infração penal.

São duas as categorias de objeto do crime Material e Formal.

Objeto formal: É o interesse protegido pela norma. No caso do

crime de homicídio, é a vida. No caso do roubo, a integridade

física e o patrimônio da vítima.

Objeto material: É a coisa ou pessoa efetivamente atingida pela

pratica delituosa. No furto, por exemplo, será o objeto furtado. Em um crime de homicídio, será a pessoa assassinada.

Quanto ao objeto do crime, não será necessário aprofundar muito. Os conceitos acima, por hora, são mais do que suficientes. Vamos seguir

(23)

Capítulo 07 - Outras classificações dos crimes

Este capítulo tem por objetivo apenas apresentar a você diversas espécies nas quais os crimes podem ser categorizados. São muitas, e é difícil dominar todas elas (o que levará tempo, e principalmente, MUITAS revisões).

Ressalto desde já que é muito importante conhece-las, pois quando abordarmos os crimes propriamente ditos (ao estudar a parte especial do Código Penal), teremos de recorrer a esses conceitos para compreender o assunto de uma forma plena.

Se prepare: A lista é grande, porém valiosa!

Crime Comum

•É aquele que não requer autoria específica (pode ser praticado por qualquer um).

Crime Próprio

•É aquele que exige uma qualidade específica de seu autor (como por exemplo, um crime que pode ser praticado apenas por médicos.

Crime de Mão Própria

•Crime que além de exigir uma qualidade do autor, exige que este pratique o delito PESSOALMENTE (como o autoaborto).

Crime Material

•Crime que necessita do chamado resultado naturalístico para ser configurado (como no caso de um homicídio).

Crime Formal

•Crime que embora possua um resultado naturalístico, não depende desse para sua consumação (É o caso de uma extorsão mediante sequestro - mesmo que o sequestrador não receba o dinheiro, o crime se consumará apenas com o sequestro da vítima).

Crime de Mera Conduta

•Crime para o qual o legislador não previu um resultado naturalístico. Basta, como o próprio nome diz, praticar a conduta, que o crime estará consumado (como no caso de um Porte Ilegal de Arma de Fogo).

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Crime Simples

• É aquele cujo tipo penal não apresenta circunstâncias que possibilitem a redução ou o aumento da pena básica do delito.

Crime Qualificado

• É aquele cujo tipo penal apresenta as chamadas circunstâncias qualificadoras, que permitem aumentar sua pena (um exemplo é o conhecido homicídio qualificado).

Crime Privilegiado

• Crime no qual o tipo penal apresenta uma circunstância privilegiadora, que permite reduzir a sua pena (a conduta se torna menos reprovável, mas ainda digna de punição).

Crime Monossubjetivo

• Exige apenas um autor para que possa ser praticado (é a regra).

Crime Plurissubjetivo

• Crime que exige mais de um autor para ser praticado (como o crime de formação de quadrilha ou bando).

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Crime Instantâneo

• Crime que se consuma imediatamente quando é praticado.

Crime Permanente

• Crime cuja consumação se estende no tempo (tal como um sequestro, enquanto a vítima se encontra em cárcere).

Crime Instantâneo de Efeitos Permanentes

• Crime que se consuma também de forma imediata, mas

cujo resultado tem efeitos permanentes, irreversíveis.

Crime de Ação Única

• Crime cujo tipo penal só possui um verbo (apenas uma forma de praticar a conduta).

Crime de Ação Múltipla

• Crime cujo tipo penal apresenta múltiplos verbos, múltiplas maneiras de praticar a conduta.

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São muitas definições, certo? Realmente este é um tópico bastante carregado de conceitos novos. E acredite, não estamos nem próximos de acabar com essa lista!

Entretanto, fique tranquilo: as categorias mais cobradas em prova já listamos acima. Para finalizar, no entanto, vamos abordar algumas outras que também são muito importantes, mas que podem ser abordadas de uma forma mais simples:

Crime Comissivo

•Crime que é praticado através de uma ação (um fazer).

Crime Omissivo

•Crime cuja prática envolve uma omissão (seja de um dever de evitar um determinado resultado, ou uma omissão propriamente dita). Pode ser praticado na forma própria ou imprópria.

Crime de Conduta Mista

•Crime que envolve tanto uma ação quanto uma omissão (o indivíduo, para praticá-lo, deve perpetrar determinada conduta e deixar de fazer uma outra, simultaneamente).

Crime Funcional Próprio

•Delito que só pode ser praticado se o autor for funcionário público (de acordo com o art. 327 do CP). Se praticado por particular, não será crime (Ex: Prevaricação).

Crime Funcional Impróprio

•Crime cujo autor também deve ser funcionário público, entretanto se praticado por um particular, será simplesmente punível como outro crime comum. (Ex: Peculato-Furto, que praticado por particular, se torna um Furto comum).

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Mais classificações importantes

Crime Unissubsistente: Aquele que se consuma com apenas um ato;

Crime Plurissubsistente: Aquele que se consuma com um ou vários atos;

Crime Habitual: Para que haja crime, o autor deve praticar a conduta mais de

uma vez, de forma habitual. Exemplo: Exercício ilegal de medicina;

Crime Vago: Crime no qual o sujeito passivo não possui personalidade

jurídica.

Crime Consumado: Reúne todos os elementos de sua definição legal.

Crime Tentado: Crime no qual o autor iniciou a execução, mas por

circunstâncias alheias à sua vontade, não chegou ao resultado final.

Crime Exaurido: Crime que, além de consumado, chegou ao ponto máximo

de sua lesividade (causando um dano ainda maior).

Crime de Ímpeto: Crime no qual não há premeditação (está relacionado com

alguma emoção súbita que impele o autor a sua prática.

Crime Acessório: Delito que depende de outro para existir. Exemplo clássico

é o do crime de receptação, que depende de um objeto que seja produto de outro crime anterior (como um roubo ou furto).

Crime de Dano: Se consuma ao causar um dano efetivo a um determinado

bem jurídico.

Crime de Perigo: Basta que um bem jurídico seja colocado em risco para que

o delito se consume.

Crime de Atentado: No crime de atentado, tanto faz tentar praticar o crime,

ou lograr êxito em praticá-lo (a tentativa se equipara à versão consumada do delito). Exemplo: Art. 352 do CP: "Evadir ou tentar evadir-se...";

Crime Transeunte: Crime que não deixa vestígios.

Crime Não Transeunte: Delito que deixa vestígios.

Você deve estar pensando: Professor, são categorias demais!

Eu sei disso, meu caro aluno. Acredite, eu ainda te poupei de várias categorias que não são tão importantes!

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Infelizmente, nesse assunto não temos como facilitar muito. O negócio é conhecer as classificações e revisar constantemente, até dominar a matéria, tanto quando se torna possível.

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Capítulo 08 – O “caminho” do crime

Ao explicar as categorias de crimes no capítulo anterior, com certeza você percebeu que utilizamos muito termos como “crime tentado”, “crime consumado”, “crime exaurido”.

Nesse momento você vai entender o que queremos dizer com essa classificação.

E todo esse conceito nasce de uma mesma fonte: o iter criminis, o chamado “caminho do crime”, que nada mais é do que a organização da execução de um crime em etapas no tempo.

Vejamos o que diz a doutrina:

O iter criminis ou 'caminho do crime' significa o conjunto de etapas que se sucedem, cronologicamente, no desenvolvimento do delito.”

Zaffaroni e Pierangeli

Basicamente, existem fases que devem ser percorridas por um indivíduo que pretende cometer um crime – desde quando este tem a ideia de praticar a conduta criminosa, até que seus planos cheguem efetivamente à sua execução. O iter criminis possui quatro fases: Cogitação, Preparação, Execução e

Consumação. Vamos ver o que acontece em cada uma delas. Cogitação

A primeira fase é uma fase interna, caracterizada pela intenção do autor que passa a verificar a possibilidade de praticar uma conduta criminosa. Essa fase não é punível, por força do princípio da lesividade (por se tratar de fase interna, não excede os limites do sujeito, e não causa dano a ninguém).

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Preparação

A fase de preparação, ao contrário da fase de cogitação, é externa. Iniciam-se os atos voltados para garantir uma boa execução do crime pretendido. É na fase de preparação que, por exemplo, o autor compra a faca com a qual pretende atacar seu desafeto; É nela que uma quadrilha busca obter os mapas de uma determinada região para decidir sua rota de fuga e o local onde irão se esconder.

Assim como a cogitação, a preparação também não pode ser punida pelo Estado, salvo se os atos preparatórios forem um crime autônomo (por exemplo, um indivíduo que porta ilegalmente uma arma de fogo para matar seu desafeto já estará praticando o delito de porte ilegal de arma de fogo).

Execução

Na fase de execução é que a ação criminosa se inicia de fato. O agente começa a praticar os atos que poderão levar ao resultado desejado. Num crime de homicídio planejado para ser cometido com arma de fogo, por exemplo, a fase de execução se iniciará no momento em que o autor iniciar os movimentos para disparar contra a vítima.

A execução pode resultar em duas saídas: em uma tentativa (caso o autor não logre atingir o resultado desejado por circunstâncias alheias a sua vontade), ou na consumação, a qual estudaremos a seguir.

Consumação

A consumação é a fase em que o resultado do crime é obtido. Como define o Art. 14 do Código Penal, diz-se consumado o crime que reúne todos os elementos de sua definição legal.

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Por exemplo, em um crime de homicídio, quando a vítima vem a óbito o autor efetivamente matou alguém. Com isso, todos os elementos da definição legal do crime estão reunidos, e o homicídio, portanto, estará consumado.

Exaurimento

O exaurimento não é uma das fases do iter criminis. Entretanto, é um conceito importante pois, em alguns crimes, existe capacidade lesiva mesmo após a consumação.

Caso essa capacidade lesiva se esgote, dizemos que o delito se exauriu. Exemplo clássico é o da extorsão mediante sequestro, crime que citamos brevemente nos capítulos anteriores. O sequestrador, ao restringir a liberdade da vítima, consuma o delito. Entretanto, veja que ele sequestrou a vítima para obter uma vantagem qualquer (como por exemplo, dinheiro).

Nesse cenário, não importa se a vítima escapar ou se a família pagar seu resgate: o crime estará consumado da mesma forma. Entretanto, no caso em que a família pagar o resgate (ato em que o sequestrador terá obtido a vantagem desejada), considerar-se-á que o crime está exaurido – pois finalmente esgotou seu potencial lesivo.

E assim meu caro aluno, encerramos nossa introdução à teoria do crime. Vamos aos exercícios!

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Capítulo 09 – Questões Comentadas

Os crimes de ação múltipla são aqueles que possuem diversas modalidades de condutas descritas no tipo, impondo-se a prática de mais de uma para a sua caracterização.

CESPE / PC-ES / Escrivão

Conceito correto (sobre o que são crimes de ação múltipla). Entretanto, basta praticar uma das modalidades para responsabilizar o agente – não há necessidade de praticar mais de uma para sua caracterização, como afirmou o examinador. Assertiva Falsa.

Rômulo sequestrou Lúcio, exigindo de sua família o pagamento de R$ 100.000,00 como resgate. Nessa situação, o crime de extorsão mediante sequestro praticado por Rômulo é considerado crime habitual.

CESPE / DPF / Delegado

Seria simplesmente absurdo que, para que a conduta de extorsão mediante sequestro fosse considerada crime, tivesse de ser praticada reiteradamente (que é o conceito de crime habitual). Não faz sentido algum. Assertiva Falsa.

São elementos do fato típico: conduta, resultado, nexo de causalidade, tipicidade e culpabilidade, de forma que, ausente qualquer dos elementos, a conduta será atípica para o direito penal, mas poderá ser valorada pelos outros ramos do direito, podendo configurar, por exemplo, ilícito administrativo.

CESPE / DPF / Agente

O examinador estava indo bem... até inserir o termo culpabilidade. Como estudamos, a culpabilidade é um dos elementos do conceito analítico de crime –

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Para a doutrina, a tipicidade é a conformação do fato praticado pelo agente com a descrição abstrata prevista na lei penal.

CESPE / PC-ES / Auxiliar de Perícia

Da série “questões gratuitas”. Essa era muito fácil. É exatamente esse o conceito de tipicidade. Você só não acerta se pulou essa parte da aula! Assertiva

correta!

A imputabilidade, a exigibilidade de conduta diversa e a potencial consciência da ilicitude são elementos da culpabilidade.

CESPE / PC-AL / Delegado de Polícia

Mais uma vez aprendemos a não subestimar nem mesmo os conceitos mais básicos. E olha que a questão foi extraída de uma prova para Delegado de Polícia! São exatamente esses os elementos da culpabilidade. Assertiva correta.

A culpabilidade apresenta-se quando a conduta do agente é contrária ao direito.

CESPE / PC-ES / Auxiliar de Perícia

A contrariedade ao direito é a manifestação da ilicitude ou

antijuridicidade, e não da culpabilidade (que trata do juízo de reprovação da

conduta do agente). O examinador inverteu os conceitos, fique atento! Assertiva

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O ordenamento jurídico brasileiro prevê a possibilidade de ocorrência de tipicidade sem antijuridicidade, assim como de antijuridicidade sem culpabilidade.

CESPE / PRF / Policial Rodoviário Federal

Questão que parece complexa, mas que na verdade é bem fácil! Conforme estudamos (e inclusive apresentamos exemplos), é perfeitamente possível praticar um fato típico que não é antijurídico (tipicidade sem antijuridicidade), ou praticar um fato típico e antijurídico que não é culpável (antijuridicidade sem culpabilidade). Assertiva correta!

Roberto foi julgado por ter ferido uma pessoa, mas foi absolvido porque agiu em legítima defesa. Descrevendo esse fato, um jornalista afirmou que Roberto foi julgado penalmente inimputável pelo crime de lesões corporais que lhe era atribuído, porque feriu seu agressor em legítima defesa. Nessa situação, o jornalista utilizou de maneira equivocada o conceito de imputabilidade penal.

CESPE / DPF / Perito

Questão muito bacana, simplesmente impossível de chutar e que premia o aluno estudioso. Gosto muito de questões assim. Veja que, quem pratica um determinado crime em legítima defesa praticará um fato lícito. A legítima defesa age na antijuridicidade ou ilicitude, não chegando ao terceiro elemento do crime (que é a culpabilidade).

Dessa forma, o jornalista realmente se equivocou, pois a imputabilidade penal nada tem de relação com a antijuridicidade. Assertiva Correta.

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Para as contravenções penais, a lei prevê a aplicação isolada ou cumulativa das penas de a) prisão simples e detenção.

b) reclusão e detenção. c) multa e prisão simples. d) detenção e multa.

e) reclusão e prisão simples.

FCC / TJ-PE / Técnico Judiciário

Mais uma da série pontos grátis para o candidato estudioso. Conforme abordamos, as contravenções penais estão sujeitas às penas de prisão simples e multa. É só isso. Assertiva C.

O crime é

a) plurissubsistente quando o comportamento criminoso não pode ser cindido.

b) próprio quando o tipo indica como autor pessoa especialmente caracterizada, não admitindo a coautoria ou a participação de terceiros.

c) omissivo próprio quando resulta do não fazer e depende de resultado naturalístico para a consumação.

d) formal quando de consumação antecipada, independendo de ocorrer ou não o resultado desejado pelo agente.

e) permanente quando a consumação se dá no momento em que a conduta é praticada.

FCC / TCE-RO / Procurador

Finalmente uma questão um pouco mais difícil. Vejamos uma análise item a item:

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a) Item Incorreto. O examinador trocou o conceito de crime Plurissubsistente com o de crime Unissubsistente.

b) Item Incorreto. É perfeitamente possível que terceiros participem em crimes próprios, como veremos ao estudar os delitos propriamente ditos.

c) Item Incorreto. Crimes omissivos próprios não dependem de um resultado naturalístico para se consumarem. Essa você tem um desconto, pois não abordamos este assunto em detalhes (ainda). d) Item correto. É exatamente esse o conceito de crime formal, o qual

apresentamos nessa aula!

e) Item Incorreto. Crime permanente é aquele cuja consumação se estende no tempo. O examinador apresentou o conceito de crime

instantâneo.

Em relação ao conceito formal e material do crime é correto afirmar:

a) Somente no conceito material permite-se um desdobramento do tipo penal em ação ou omissão, tipicidade, ilicitude e culpabilidade.

b) No conceito formal, o delito constitui uma lesão a um bem jurídico penal.

c) O delito, sob a perspectiva material e formal, é punido com pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos

d) O conceito de delito formal é o fato humano proibido pela lei penal, e material há lesão ou perigo de lesão a um bem jurídico-penal.

e) O delito é fato típico e antijurídico e a culpabilidade, para o conceito material, o distingue do conceito formal.

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Vamos fechar com chave de ouro, apresentando uma questão que aborda simplesmente todos os conceitos de crime que estudamos. Vejamos item por item:

A assertiva A está incorreta, pois o conceito analítico é que permite o desdobramento do tipo penal nos elementos de tipicidade, ilicitude e culpabilidade.

A assertiva B, por sua vez, também está incorreta, pois apresenta o conceito material de crime, e não o formal.

A assertiva C simplesmente não faz sentido algum: os conceitos formal e material de delito não tem correlação alguma com o tipo de punição aplicável à infração penal.

A assertiva E também não faz nenhum sentido. Os conceitos formal e material de delito não abordam os elementos do crime (como fato típico, antijurídico e culpável). Quem o faz é o conceito analítico de crime e suas teorias.

Só nos resta, é claro, a assertiva D como resposta correta, que apesar de não estar bem escrita, apresenta conceitos adequados de crime no sentido

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Concluindo

É isso aí pessoal! Chegamos ao final de mais uma aula.

Peço que tenham um carinho especial por essa aula sobre a teoria do crime. Aplicaremos os conceitos aprendidos aqui durante todas as aulas subsequentes.

No mais, me coloco a disposição de vocês, como de praxe. Não hesitem em me procurar para tirar dúvidas!

Referências

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