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Universidade Estadual de Londrina

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Academic year: 2021

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Universidade

Estadual de Londrina

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PONTO DE VISTA DE USUÁRIOS DE UMA

ACADEMIA DE MUSCULAÇÃO SOBRE O

PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA: UM ESTUDO

DE CASO

Flávia da Silva Martins

LONDRINA ± PARANÁ

2012

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DEDICATÓRIA

A Deus, por tudo que me proporciona na vida. A minha mãe, meu pai e meu irmão.

A meu marido Silvio.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Letícia e Mauricio pela educação que me deram, base perfeita para construir o meu saber.

Ao meu irmão Pedro Henrique por toda a torcida e motivação.

Ao meu marido Silvio Carlos por todo amor, lealdade, cumplicidade, pela confiança, respeito, apoio e paciência.

A Prof.ª Ms. Orientadora Rubiane que com seus ensinamentos, forneceu os estímulos e as orientações necessárias para a elaboração deste trabalho.

Ao primo José pela força e pela vibração. A toda família.

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EPÍGRAFE

³Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança... ... (YRFrDSUHQGHTXHUHDOPHQWHSRGHVXSRUWDU« que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! ³1RVVDVG~YLGDVVmo traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se QmRIRVVHRPHGRGHWHQWDU´ William Shakespeare

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MARTINS, Flávia da Silva. Ponto de vista de usuários de uma academia de musculação sobre o profissional de Educação Física: um estudo de caso. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2012.

RESUMO

Para os profissionais de Educação Física suas responsabilidades e competências são bem demarcadas, mas parece que ainda não se sentem valorizados pelos praticantes de musculação, isso porque talvez para muitas pessoas não esteja claro o papel do profissional de Educação Física na prática de exercício físico, por pensarem que muitas delas devam ser orientadas por médicos e fisioterapeutas. Portanto o objetivo geral do estudo foi: conhecer no ponto de vista dos usuários de uma academia de ginástica qual o papel do profissional de Educação Física que atua com treinamento com pesos e os objetivos específicos são: identificar quais os conhecimentos pertinentes do profissional de Educação Física na visão de usuários e verificar as responsabilidades ligadas ao profissional no ponto de vista dos usuários de academia de musculação. Esta pesquisa caracteriza-se por um estudo de caso e por uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa. Participaram do estudo 48 usuários de uma academia da zona central da cidade de Londrina que oferta a modalidade de treinamento com pesos. Foi utilizada para a coleta de dados a técnica de questionário com perguntas abertas e para a análise dos dados foi utilizada a análise de conteúdo. Sendo concluído que os usuários sentem a necessidade do profissional de Educação Física para acompanhar sua prática de exercício físico, mas não reconhecem como um profissional da área da saúde. Eles reconhecem as competências, as funções e os atributos dos mesmos, mas sempre ligado a orientação correta dos exercícios, de um acompanhamento e auxilio nos exercícios e poucos reconhecem que os profissionais devem ter um conhecimento científico de outras disciplinas.

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ABSTRACT

For the professional responsibilities of Physical Education and skills are well marked, but we still do not feel valued by bodybuilders, perhaps because so many people are not clear what role the professional physical education in physical exercise, by think that many of them should be guided by doctors and physiotherapists. So the overall goal of the study was: to know the point of view of the users of a gym where the role of physical education professional who works with weight training and specific objectives are: identify the relevant knowledge of physical education professional in the view of users and verify the responsibilities related to the professional point of view of users of bodybuilding gym. This research is characterized by a case study and a descriptive qualitative approach. The study included 48 users of an academy of the central city of Londrina that offer the type of weight training. Was used for data collection technique questionnaire with open questions and data analysis was used content analysis. Being concluded that users feel the need of physical education professional to monitor your physical activity, but not recognized as a health care professional. They recognize the powers, functions and attributes of the same, but always on the correct orientation of the exercises, monitoring and assistance in exercises and few recognize that professionals must have a scientific knowledge of other disciplines.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 - Tipo de acompanhamento... 24

Quadro 02 - Tipo de acompanhamento-Profissional... 24

Quadro 03 - Quem ou o quê os usuários consultam para tirar dúvidas sobre o exercício físico... 25

Quadro 04 - Competências do profissional de Educação Física... 27

Quadro 05 - Objetivos de atuação do profissional de Educação Física... 29

Quadro 06 - Atributos dos profissionais de Educação Física... 30

Quadro 07 - Competências gerais do profissional de Educação Física... 31

Quadro 08 - Conhecimentos científicos e técnicos do profissional de Educação Física... 32

Quadro 09 - Conhecimentos técnicos do profissional de Educação Física... 33

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 - Frequencia dos motivos para a escolha da academia... 20 Gráfico 02 - Objetivo para a prática de exercício físico... 21 Gráfico 03 Necessidade do acompanhamento do profissional da área da

saúde... 22 Gráfico 04 - Profissionais da área da saúde... 23 Gráfico 05 - O que faz um profissional de Educação Física... 26

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LISTA DE APÊNDICES

Apêndice A - Termo de consentimento livre e esclarecido... 43 Apêndice B - Questionário... 44 Apêndice C - Questionário teste... 45

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SUMÁRIO

RESUMO iv

ABSTRACT v

LISTA DE QUADROS vi

LISTA DE GRÁFICOS vii

LISTA DE APÊNDICE viii

1 INTRODUÇÃO... 01

2 REVISÃO DE LITERATURA... 05

2.1 Características do Profissional de Educação Física... 05

2.2 Características da Área de Educação Física... 07

2.3 Perfil do profissional de educação física que atua em academias de musculação... 09 2.4 Usuário de academia... 13 3 MÉTODOS... 15 3.1 Caracterização do Estudo... 15 3.2 Técnica de Questionário... 15 3.3 Local da pesquisa... 17

3.4 Participantes e Procedimentos para coleta dos dados... 18

3.5 Análise dos dados... 18

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO... 20

5 CONCLUSÃO... 35

REFERÊNCIAS 37

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Hoje uma preocupação dos profissionais de Educação Física parece ser a valorização de seu trabalho sendo demarcado por diversas responsabilidades e conhecimentos que devem ser atualizados constantemente para a prática profissional. No entanto, as pessoas são instigadas a praticar exercícios físicos, muitas vezes, pelos veículos de comunicação ou até mesmo por um profissional da saúde, mas sem reconhecer que para sua segurança, devem praticar exercícios físicos com um profissional qualificado.

Por conta da conscientização da sociedade e a comprovação da importância da prática regular de exercícios físicos, tem se verificado uma grande procura por academias de ginástica como alternativa segura e controlada de exercícios. &RQIRUPH VDOLHQWD 6DED  S   ´SHVTXLVDV PRVWUDP TXH R DXPHQWR GR número de academias é impressionante, assim como o aumento da população que se vale de seus serviços, conforme cresce a consciência da importância do GHVHQYROYLPHQWRGRH[HUFtFLRItVLFR´

A crescente aderência as atividades oferecidas nas academias tem motivos e fatores variados, como: melhora na performance, busca de padrões corporais estereotipados, no controle de níveis do estresse, bem como para momentos de lazer, prazer, recreação, e ainda algumas pessoas por prescrição médica (SABA, 2001).

Talvez para muitas pessoas não esteja claro o papel do profissional de Educação Física na prática dessas atividades, por pensarem que muitas delas devam ser orientadas por médicos e fisioterapeutas, isso porque os meios de comunicação de massa divulgam que os exercícios físicos trazem benefícios e são importantes para prevenir doenças, mas nem sempre é o profissional de Educação Física que transmite tal informação.

Mesmo com todos os avanços obtidos nos últimos anos, a Educação Física ainda tem dificuldades em ser vista como uma profissão valorizada, segundo 9HUHQJXHU   ³embora o processo de cientificização vivido pela Educação Física nas décadas de 80 e 90 tenha sido enriquecedor e substantivo, a área não logrou mudanças com o mesmo impacto quando consideramos a intervenção profissional.

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A sociedade não tem clareza sobre os serviços prestados pelo profissional da área, que por vezes é considerado como aquele que se preocupa apenas com o corpo, seja por motivos estéticos ou de saúde. Nesse sentido, muitas vezes exige-se dele aptidão e habilidade para a execução de movimentos como credenciais para uma intervenção profissional competente.

Para Betti (1997), a Educação Física deve assumir a responsabilidade de formar o cidadão capaz de posicionar-se criticamente diante das novas formas da cultura corporal.

Assim, o profissional de educação física deve utilizar como ferramenta de intervenção os meios de comunicação em massa, para que a sociedade tenha um acesso maciço de informações que poderão influenciar no seu estilo de vida, sendo que os meios de comunicação veiculam ou produzem notícias, representações e expectativas nos indivíduos com propagandas, informações e noticiários, prestando um serviço fundamental para um esclarecimento sobre a importância de se praticar exercícios físicos, atividades físicas, dos efeitos desta atividade na manutenção e busca da saúde, além de sua importância na melhora da qualidade de vida (GOETZ et al, 2008).

Segundo Barros (1993), ao questionar sobre qual seria a imagem do profissional de Educação Física que vem sendo divulgada pela mídia, significa que os profissionais tem a preocupação de como a sociedade vê a sua profissão e sua relevância, uma vez que, como uma profissão, a Educação Física existe para prestar o melhor serviço possível à sociedade.

&KLHVD   GHVWDFD TXH D SRSXODomR GHYH ³DQWHV GH FRQWUDWDU VHUYLoRV profissionais para a realização de atividades relacionadas aos exercícios físicos, exigir a apresentação de documento por parte dos professores, para que comprove DFRPSHWrQFLDHGLUHLWRSDUDPLQLVWUDUDXODV´

Para conquistar o reconhecimento profissional, é de extrema importância que esse profissional seja capacitado em um corpo de conhecimento científico e técnico que dê a base necessária para que possa atuar em academias de ginástica e musculação, oferecendo serviços confiáveis e de qualidade impondo uma postura ética e profissional (BARROS, 2000).

Porém, é importante lembrar que, somente o conhecimento específico da musculação não faz dele um bom profissional, pois o mesmo deve possuir conhecimento de outras disciplinas tais como anatomia, biomecânica, fisiologia e

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outras, pois através da interação dessas disciplinas é que se busca um status de um excelente profissional da área da saúde (PEREIRA, 2007).

São inúmeras as pesquisas sobre, o perfil profissional do instrutor de academia e o mercado de trabalho (ANTUNES, 2005; PEREIRA e PAULA, 2007; GONDIM, 2002; VERENGUER et al, 2008) e sobre as competências profissionais do profissional de Educação Física (MAGALHÃES e ARANTES, 2009; NASCIMENTO, 1999; FEITOSA e NASCIMENTO, 2003), mas é escasso na literatura a percepção de praticantes de musculação sobre os professores de Educação Física (MARTINS, 2008; CASTILHOS, 2006).

Assim, partindo do exposto, elaborou-se o seguinte problema de estudo: Qual é a idéia dos usuários de academia de ginástica sobre os profissionais de Educação Física que atuam com treinamento com pesos?

Essa preocupação pelo reconhecimento profissional se concretizou quando, durante o cumprimento do meu estágio obrigatório, pude verificar que a maioria dos clientes não se preocupavam em saber sobre minha formação e alguns até se surpreendiam quando mencionava que era estudante de Educação Física, como se para atuar em academias de musculação não fosse necessário uma formação específica.

Nesse sentido, após o término do estágio comecei a me preocupar sobre a valorização profissional da área. Penso que a desvalorização do mesmo pode estar ligada a dificuldade dos praticantes de treinamento com pesos de identificar as competências profissionais do Educador Físico.

Por ser escasso na literatura a percepção de praticantes de musculação sobre o papel dos professores de Educação Física e sobre a utilização de profissionais de Educação Física na orientação de programas de exercício físico (MARTINS, 2008; CASTILHOS, 2006), o presente estudo tem potencial para demonstrar a idéia que os praticantes de treinamento com peso têm do profissional que atua nessa área e através desse trabalho podemos verificar se os profissionais têm deixado claro para a sociedade o seu significado em sua intervenção.

É importante para o profissional de Educação Física conhecer a idéia do usuário sobre sua atuação profissional porque é ele quem consome o nosso trabalho como um produto e através do reconhecimento da importância desse profissional para a sociedade a área também se tornará mais reconhecida e prestigiada.

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Portanto o objetivo geral do estudo foi conhecer no ponto de vista dos usuários de uma academia de ginástica qual o papel do profissional de Educação Física que atua com treinamento com pesos.

E os objetivos específicos foram: (a) identificar quais os conhecimentos pertinentes ao profissional de Educação Física e (b) verificar as responsabilidades ligadas ao profissional, no ponto de vista dos usuários de uma academia de musculação.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Características do Profissional de Educação Física

O profissional de Educação Física detém um conhecimento especializado sobre o homem em movimento sendo capaz de desenvolver atividades para visar o bem-estar, contribuindo com a qualidade de vida da pessoa. Ele também tem como função acompanhar o desenvolvimento dos alunos, incentivá-los, elogiá-los, corrigi-los quando necessário e orientá-corrigi-los (PERIRA, 1996).

6HJXQGR 2OLYHLUD H 6LOYD   R SURILVVLRQDO GH HGXFDomR ItVLFD ³p responsável por descrever, orientar e acompanhar todos aqueles que se inserem no kPELWRGDDWLYLGDGHItVLFDRXGHVSRUWLYD´

A partir da regulamentação da profissão Educação Física, através da lei 9.696, de1988, ficam estabelecidas todas as competências do graduado em Educação Física, o qual pode atuar de maneira ampla na área das atividades físicas, assegurando que este tem o direito de trabalhar em tudo o que se refere à cultura física e aos esportes (PEREIRA citado por OLIVEIRA e SILVA, 2005).

O campo de atuação do profissional de Educação Física com a formação plena é vasto vai desde a sala de aula até academias de ginástica, piscinas, clubes esportivos, clubes de recreação, condomínios, clínicas, empresas (ginástica laboral), hospitais, hotéis, spas, asilos, navios, ONGs e escolas de dança.

Devido à abrangência de atuação profissional, 1987 foi estabelecida a necessidade de uma divisão do campo de atuação para um direcionamento da formação. O curso passou a ter o bacharelado e a licenciatura, onde o licenciado passa a atuar no campo escolar (gestão, ensino, pesquisa, entre outros) e o bacharel passa a atuar fora do âmbito escolar (esporte, lazer , fitness, entre outros).

A regulamentação do profissional de Educação Física formalizou os seus campos de atuação. Ela criou novas responsabilidades e obrigações, que certamente contribuirão para repercussões positivas à saúde. Hoje, existem três documentos principais que deixa claro a ética, as responsabilidades e deveres do profissional, os quais foram apresentados a representantes da sociedade civil: o Código de Ética Profissional, a Carta Brasileira de Educação Física e o Documento de Intervenção Profissional (CONFEF, 2003).

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O Código de Ética é visto como instrumento legitimador do exercício da profissão, pois determina responsabilidades e deveres, direitos e benefícios dos profissionais, sendo de sua responsabilidade e dever assegurar a seus beneficiários um serviço profissional seguro, competente e atualizado, prestado com o máximo de seu conhecimento, habilidade e experiência (CONFEF, 2003).

A Carta Brasileira de Educação Física define responsabilidades e metas da Educação Física no Brasil. Ela deve contribuir para a qualidade de vida da população, sem distinção de qualquer condição humana, e sem perder de vista a formação integral de crianças, jovens, adultos e idosos. Ressalta, também, que a atividade deve ser conduzida pelos profissionais de Educação Física. A Carta orienta a preparação desses profissionais e enumera as responsabilidades dos Governos e Conselhos junto à área (CONFEF, S/D).

O Documento de Intervenção do profissional de Educação Física (Bacharelado e Licenciatura), publicado em 2002, determina competências, identifica e organiza os inúmeros campos de atuação profissional. O documento define e caracteriza as áreas de atuação profissional, identificando como especificidades da intervenção profissional: a docência em Educação Física, o treinamento esportivo, a preparação física, a avaliação física, a recreação em atividade física, a orientação de atividades físicas e a gestão em Educação Física e desportos (CONFEF, 2002).

O profissional que atua nas academias de musculação pode ser denominado como Orientador de atividades físicas, que tem como característica de atuação desde planejar e executar programas de exercício até avaliar o desenvolvimento dos usuários (CONFEF, 2002). O parágrafo abaixo caracteriza a atuação do profissional de Educação física conforme o documento de intervenção do profissional:

O Orientador de atividades físicas deve: Diagnosticar, planejar, organizar, supervisionar, coordenar, executar, dirigir, assessorar, dinamizar, programar, desenvolver, prescrever, orientar, avaliar, aplicar métodos e técnicas motoras diversas, aperfeiçoar, orientar e ministrar os exercícios físicos, objetivando promover, otimizar, reabilitar e aprimorar o funcionamento fisiológico orgânico, condicionamento e o desempenho fisiocorporal, orientar para: o bem-estar e o estilo de vida ativo, o lazer, a sociabilização, a educação, a expressão e estética do movimento, a prevenção de doenças, a compensação de distúrbios funcionais, o restabelecimento de capacidades fisiocorporais, a auto-estima, a cidadania, a manutenção das boas condições de vida e da saúde da sociedade (CONFEF, 2002).

Os usuários devem perceber que é papel do educador físico avaliar suas condições físicas, fazer anamnese de sua condição inicial, elaborar um programa

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de atividades, auxilia ± lo, na execução e assim realizar o seu trabalho visando sempre à melhoria da qualidade de vida (FREIRE, VERENGUER e REIS, 2002).

Em contrapartida, o profissional de Educação Física deve deixar claro para o usuário a sua identidade profissional, suas características de atuação e a sua importância no acompanhamento e gerenciamento de atividades que envolvem a relação corpo e movimento. Porém para dar conta da demanda emergente de praticantes de exercícios físicos os profissionais não têm deixado claro a sua identidade profissional como afirma Freire, Verenguer e Reis (2002, p. 40).

[...] o próprio profissional não apresenta uma identidade própria, pois quando questionado sobre a importância da Educação Física para a sociedade, ou sobre os objetivos dos serviços prestados, afirma que seu trabalho visa a uma melhoria da saúde e da qualidade de vida das pessoas. Essas afirmações tão genéricas expõem a fragilidade e a falta de clareza dos profissionais sobre a especificidade da profissão, haja vista que se espera de muitas outras áreas, a contribuição para que objetivos tão complexos possam ser atingidos.

No entanto, segundo o CONFEF (2003), uma imagem mais verdadeira do profissional de Educação Física já não está tão distante do grande público, pois os Conselheiros estão esclarecendo a sociedade acerca da imagem do profissional de qualidade. Esse profissional deve possuir certas características, comportamento e competências ao assumir sua atuação, o que lhe deixa competente para desenvolver sua profissão nos diversos campos de trabalho, oferecendo à sociedade segurança e profissionalismo nas áreas de atuação.

Múltiplas atribuições profissionais são necessárias para atender as exigências dos clientes e da sociedade como um todo, por isso de acordo com Oliveira (2000), saber visualizar, reconhecer, antecipar as necessidades do mercado de trabalho e suas responsabilidades profissionais, são requisitos exigidos pela sociedade diariamente e que determinam o sucesso ou fracasso profissional. Sendo assim, é imprescindível que o profissional de Educação Física compreenda conceitos, fatos e os princípios que constituem o saber sobre o seu trabalho.

2.2 Características da Área de Educação Física

A Educação Física passou por diversas fases: A higienista no final do século XIX e início do século XX, onde preconizava a saúde popular, utilizando os métodos

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ginásticos sueco, francês e alemão; a militarista na década de 1930, preparando uma geração guerreira pronta para o combate (momento da primeira Guerra Mundial); esportivista nas décadas de 1960 e 1970, empregados métodos calistênicos nas escolas, ainda com interesses militares e impulsionados com o sucesso da seleção brasileira de futebol nas Copas do Mundo de 1958, 1962 e 1970; e recreacionista na décadas de 1980 e 1990, momento crítico dos profissionais nas escolas, pois havia pouca intervenção destes nas aulas (DARIO; RANGEL, 2005).

Porém, foi a partir das décadas de 1980 e 1990 que a Educação Física passou por diversas mudanças em seu conceito e condução passando a uma Educação Física mais generalista. Esses novos saberes relacionados à motricidade humana abriram um leque sobre o conhecimento do ser humano em seu sentido biológico além de abrir a questão da Educação Física na escola e fora dela diferenciando-as (BETTI; BETTI, 1996).

Em 1987 foi estabelecida a criação do bacharelado em educação física, sendo que nessa proposta, os saberes anteriormente divididos entre as matérias básicas e profissionalizantes ± localizadas dentro dos núcleos de fundamentação biológica, gímnico-desportivo e pedagógica ± assumem uma nova configuração, tendo como direcionamento duas grandes áreas: Formação Geral ± humanística e técnica ± e Aprofundamento de conhecimentos (SOUZA NETO et al, 2004).

A criação do bacharelado em Educação Física propiciou o atendimento de um vasto campo de serviços que outrora não recebia por parte das faculdades o devido preparo profissional. Para Martins (1995), os locais de trabalho como possibilidade de inserção do Bacharelado são: academias, clubes, empresas, além de hospitais com suas equipes multidisciplinares, associações ligadas à portadores de deficiência e como empresário do setor.

³2 WULQ{PLR VD~GH PtGLD H OD]HU DPSOLD D GHPDQGD SRU VHUYLoRV QD iUHD beneficiando os egresVRVGRVFXUVRVGHJUDGXDomR´(MARTINS, 1995). E em virtude da abrangência da intervenção muitos profissionais de Educação Física vão buscar em outros cursos, entre eles fisioterapia, administração, nutrição e comunicação, subsídios complementares para a sua intervenção (MARTINS, 1995). Esta busca cria uma dependência do profissional diante de certos campos de intervenção.

Por que para dar conta da demanda emergente de praticantes o profissional acaba repetindo algo que já foi criado ou procuram profissionais de outras áreas

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para dar subsidio para sua atuação. 9HUHQJXHU S UHVVDOWDTXH³REDL[R grau de autonomia observado no cotidiano de trabalho em Educação Física sugere uma realidade na qual estamos sempre dependendo de alguém ou algo que nos GLJDRTXHID]HU´

O trabalho de Fonseca et al (2007) detectou que o SURILVVLRQDO ³EXVFD XPD relação de troca com outras áreas de conhecimento através de materiais teóricos, como livros e artigos, e contatos com outros profissionais de Educação Física, nutricionistas, fisioterapeutas, massagistas, médicRV´ SDUD VXEVLGLDU DWXDo}HV emergentes no mercado de trabalho.

6HJXQGR $PDUDO   ³R graduado em Educação Física deve possuir formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, qualificado para o exercício profissional com base no rigor científico e intelectual e pautado no princípio ético´.

2.3 Perfil do profissional de Educação Física que atua em academias de musculação

Para complemento da reflexão sobre a intervenção profissional de educação física bacharel se torna importante conhecer sobre o perfil do profissional que atua em academias na modalidade de musculação. Os enfoques nos estudos variaram entre exercícios físicos de modo em geral, ginástica e atuação como personal trainer.

Vieira e Carneiro Junior (2010) identificaram o perfil de 60 profissionais que atuam em academias de atividades físicas na cidade de Ubá, Minas Gerais. Antunes (2003) identificou o perfil profissional de 130 indivíduos que orientavam ginástica e musculação em academias nas principais academias do estado de São Paulo. Pereira e Paula (2007) analisaram o perfil profissional de 26 instrutores de musculação em academias na cidade de João Monlevade, Minas Gerais. Leal et al. (2011) analisaram a formação acadêmica e a metodologia de intervenção de 17 personal trainers que atuavam em academias na cidade de Gurupi, Tocantins. Krug et al. (2008) identificaram o perfil de 24 profissionais de Educação Física que atuavam com musculação na cidade de Criciúma, Santa Catarina. Zica (2010) analizou o perfil de 35 profissionais de Educação Física que atuavam como personal trainers na região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais.

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De modo em geral os estudos apontaram para uma maior porcentagem de homens atuando com musculação, variando de 60 a 84%. Em relação a faixa etária, a média encontrada por Leal et al. (2011) foi de 26,47 anos, Krug et al. (2008) encontraram a média de 31,3 anos, Pereira e Paula (2007) encontraram a maior porcentagem de indivíduos entre 21 e 30 anos e Zica (2010) encontrou o maior percentual de idade variando dos 18 aos 37 anos. Antunes (2003) afirma que o número de profissionais é crescente até os 30 anos de idade, diminuindo consideravelmente a partir dos 35 anos.

Para Pereira e Paula (2007) e Antunes (2003) a média de idade relativamente mais baixa pode ser devida a uma maior valorização por parte do mercado de trabalho de um perfil profissional jovem, relacionado à condição física e ao aspecto jovial, em detrimento do conhecimento e experiência.

Referente à graduação em Educação Física, o percentual de graduados encontrados por Pereira e Paula (2007) foi de somente 53,83%, não especificando a formação dos demais instrutores de musculação. Vieira e Carneiro Junior (2010 encontraram 52% de graduados e destes, 23% possuíam pós-graduação. Dos graduados, 12% eram licenciados em Educação Física e os autores chamam a atenção para o fato de que estes profissionais estão habilitados para a atuação em instituições escolares e não para a área do treinamento.

Zica (2010) encontrou um percentual de 86% de graduados e 14% de estudantes de Educação Física. Dos graduados, 83% eram licenciados e 77 eram bacharéis, havendo, portanto, muitos indivíduos com as duas habilitações. Destes 3% possuíam mestrado, nenhum possuía doutorado, 63% possuíam especialização e 11% possuíam também graduação em outros cursos como Nutrição, Direito e Gastronomia. A autora também chama a atenção para a presença de licenciados em Educação Física atuando como personal trainers argumentando que estes indivíduos não teriam habilitação para intervir com esta especificidade de trabalho.

Antunes (2003) encontrou 64,62% de graduados, 24,62% de estudantes de Educação Física, 3,08% possuíam graduação em Fisioterapia, 1,54% em Economia, 1,54% somente o ensino médio completo e 1,54% possuíam somente o ensino médio incompleto. Estes dados contabilizaram um total de 35,38% de não graduados em Educação Física, o autor afirma que os dados encontrados mostram que a qualificação profissional pode não ser o principal requisito na contratação dos instrutores de ginástica e musculação.

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Por tanto, em relação aos dados apresentados, a maioria dos instrutores são graduados em Educação Física, porém existe grande parcela de não graduados ou com graduação não apropriada atuando no mercado de trabalho.

Os estudos de Leal (2011); Vieira e Carneiro Junior (2010) investigaram o tempo de formação dos instrutores de musculação e constataram que o tempo de formação é entre menos de 1 ano a até 5 anos.

De acordo com os dados apresentados nos estudos de Krug et al (2008); Zica (2010); Pereira e Paula (2007); Antunes (2003) e Vieira e Carneiro Junior (2010), o tempo de experiência como instrutor de musculação variou de 1 a 10 anos, tendo uma maior ocorrência por volta dos 6 anos sendo as formas mais usadas para a atualização profissional os cursos, livros, revistas e publicações científicas.

Antunes (2003) concluiu em sua pesquisa que é negativo e preocupante o fato de alguns instrutores graduados em Educação Física considerarem a prática de esportes e/ou atividades físicas mais importante para a capacitação profissional do que a graduação e também constatou que alguns instrutores se julgaram pouco preparados para assumirem determinadas funções ou atuarem profissionalmente, pois demonstram ter consciência da sua falta de competência profissional e mesmo assim continuam no mercado de trabalho.

A intervenção profissional se baseia nas competências essenciais, ou seja, na articulação dos conhecimentos, habilidades e atitudes. Sem elas dificilmente poderemos esperar que a sociedade reconheça o profissional de Educação Física como aquele que tem autoridade sobre a prestação de serviços próprios da área (FREIRE, REIS; VERENGUER, 2002, FEITOSA; NASCIMENTO, 2003).

Soriano e Winterstein (2004) mencionam que a intervenção profissional é composta por uma vasta heterogeneidade de componentes, em um processo dinâmico e contínuo ao qual exige a mobilização de diversas categorias de conhecimentos e saberes. O conhecimento profissional e o modo como este é relacionado durante o processo de tomada de decisão junto ao usuário, é o que vai determinar o tipo de visibilidade e crédito que determinado grupo profissional terá perante a sociedade que utiliza os serviços desse grupo em sua vida cotidiana, é que se faz importante identificar quais seriam estes saberes, como também as possíveis capacidades necessárias em determinada ocupação ou grupo profissional. Feitosa e Nascimento (2003) em sua pesquisa sobre as competências especificas do profissional de Educação Física que atua na orientação de atividades

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físicas, detectou um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao desempenho profissional na área específica de atuação, na visão de especialistas que atuam por mais de um ano na área da orientação de atividades físicas em diversas regiões do país.

Um aspecto que ficou evidente nesta investigação é que os conhecimentos, tanto conceitual, procedimental e contextual, quanto às habilidades de planejamento, comunicação, avaliação, incentivação e gestão são componentes importantes da competência profissional na área específica de atuação do profissional de Educação Física. Estas competências consideradas imprescindíveis para a solução dos problemas enfrentados, bem como constituem fatores limitantes do desempenho profissional do indivíduo (FEITOSA e NASCIMENTO, 2003).

Além das competências técnicas nesta investigação, houve a preocupação de, também, levar-se em consideração as competências não-técnicas, aqui classificadas como outra dimensão, a das atitudes. Na dimensão atitudes, observou-se que o comprometimento profissional, o comportamento de crítica e autocrítica, atitudes de liderança, confiança e entusiasmo e, principalmente, a demonstração de postura ética foram às competências que atingiram o nível de consenso esperado pelos investigados (FEITOSA e NASCIMENTO, 2003).

Os resultados demonstraram também uma preocupação deste grupo de profissionais com a conduta profissional honesta, que não só se ajuste às necessidades do mercado como também e, principalmente, às necessidades da sociedade (FEITOSA e NASCIMENTO, 2003).

Assis e Ventura (s/d), identificaram a imagem do profissional de Educação Física que vem sendo apresentada na mídia. Ao todo foram consultadas 46 revistas e encontrados 70 artigos, notas ou comentários relacionados a temas de interesse da Educação Física. Notou-se que a imagem do profissional pouco apareceu nos artigos consultados e em muitas vezes outros profissionais respondem como especialistas em assuntos relacionados à área de estudo e atuação do profissional de Educação Física. Desta forma não fica claro para a sociedade o papel do profissional como auxiliar no processo de socialização das pessoas.

Pereira e Paula (2007) verificaram o perfil profissional dos instrutores de musculação das academias da cidade de João Monlevade ± MG. Na opinião dos entrevistados 73,07% julga estar preparado para atuar com a musculação no mercado de trabalho; 57,70% da amostra considera que a disciplina musculação

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oferecida pelos cursos de Educação Física deixam a desejar, estando essas instituições pouco preparadas para oferecê-la. Sobre o estágio curricular 65,38% dos entrevistados consideram que este processo pouco contribui para o desenvolvimento profissional, e 92,31% afirmam ter conhecimentos sobre as leis que regulamentam a profissão. Desta forma concluíram que a média de idade e o tempo de atuação na área da musculação é muito baixa, além disso, ficou claro que os entrevistados encontram-se insatisfeitos com a disciplina musculação oferecida pelos cursos de Educação Física, embora a grande maioria se considere preparada para atuar no mercado de trabalho e tem conhecimento sobre as leis que regem a profissão.

2.4 Usuário de academia

Por conta do desenvolvimento tecnológico e entre outros motivos, as pessoas se tornaram sedentárias ou com praticas motoras extremamente racionalizada. Sendo assim, a necessidade de uma vida ativa se impõe como complemento indispensável para uma boa saúde geral, e buscando auxiliar na melhora da qualidade de vida, estão as academias de ginástica e musculação (SABA, 2001).

A busca pelo padrão estético e pelo corpo ideal multiplicou o número de alunos nas academias (SABA, 2001). Segundo Araújo et al. (2007), em seu estudo sobre os fatores motivacionais que levam as pessoas a procurarem por academias para a prática de exercícios físicos, em Minas Gerais, o principal fator que tem levado as pessoas a procurarem uma academia para a prática de atividade física é o fator estético, com mais de 50% da preferência do público frequentador, enquanto que apenas 14,4% do público as procuravam por motivo de saúde.

Já Cedrão et al. (2008), em estudo realizado na cidade de Juazeiro do Norte, CE, identificou que dentre os motivos mencionados pelos quais as pessoas procuravam a prática de atividades em academias, a saúde associado a qualidade de vida, seguido dos fatores ligados ao lazer e prazer, estética e condicionamento físico. Os autores deixaram evidente que saúde e qualidade de vida são os principais motivos que levavam as pessoas a aderirem à prática de ginástica em academias.

Conforme Zanette (2003), em sua análise sobre o perfil dos clientes de academias de ginástica, realizada em Porto Alegre, foi constatado que a aderência à prática de atividade física na academia deu-se por motivo estético, com 29%,

(25)

seguido por uma questão de melhora da saúde e qualidade de vida, com 23%, e bem-estar físico, com 21%.

Zanette (2003), também investigou a relação de idade dos sujeitos e os motivos de aderência a prática de atividade física na academia, constatou-se que o motivo estético foi o mais citado pelos sujeitos com menos de vinte anos (34,3%), o que se pode deduzir que esta faixa etária se mostre mais suscetível aos apelos do culto ao corpo belo, malhado e magro dessa geração. Em contrapartida, os indivíduos da faixa etária com mais de quarenta anos não se mostram muito preocupados com a questão estética (16,9%), mas sim com a melhoria da saúde e da qualidade de vida (34,8%). Indivíduos entre 21 e 40 anos demonstram ter os mesmos interesses em relação a aderência, como se pode notar nos aspectos estético, melhoria da saúde, qualidade de vida, bem-estar, onde os índices ficaram muito próximos (ZANETTE, 2003).

Não podemos deixar de enfatizar que a mídia influência opiniões e comportamentos da sociedade e se torna uma grande colaboradora para a crescente procura por atividades físicas, pois revistas, televisão e outros meios de comunicação estão sempre divulgando a cultura de um corpo perfeito e a necessidade de se tornarem mais ativos através da atividade física, porque o público dito cliente também se encontra disponível como uma demanda comercialmente muito interessante (ASSIS e VENTURA, s/d). A mídia se torna um elemento de influência no aspecto psicológico, comportamental e até moral dos indivíduos, porque são vendidos pelos meios de comunicação, valores ligados à de saúde e cuidados com o corpo, qualidade de vida e bem ± estar (BETTI, 1997).

Por tanto, corroborando com os autores citados anteriormente (Araújo et al., 2007; Zanette, 2003), a sociedade procura pela prática de atividade física por diferentes razões, mas, em sua maioria por motivos estéticos e não por questões de saúde e qualidade de vida. E sendo a mídia capaz de influenciar os hábitos da sociedade e por ser uma grande formadora de opniões se torna muito importante conhecermos a percepção da sociedade quanto à imagem que foi formada pela mídia do profissional de educação física.

(26)

3 MÉTODOS

3.1 Caracterização do Estudo

Esta pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso, pois pretende conhecer a ideia que os usuários de uma academia de ginástica tem sobre o profissional de Educação Física que atua com treinamentos com pesos.

É uma pesquisa de abordagem qualitativa, por retratar a realidade de atuação do profissional de Educação Física, buscando compreender o significado para os participantes de uma experiência em um ambiente especifico.

A abordagem qualitativa estuda o fenômeno em seu acontecer natural, leva em conta todos os componentes de uma situação em suas interações e influências (ANDRÉ, 1995). Ela tem o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como instrumento principal, tem o caráter descritivo, valoriza o significado que as pessoas dão às coisas e tem o enfoque indutivo (GODOY, 1995 citado por NEVES, 1996).

A abordagem qualitativa é aquela que procura explorar a fundo conceitos, atitudes, comportamentos, avaliando aspectos emocionais e intencionais, implícitos nas condições dos sujeitos da pesquisa (CAUDURO, 2004).

A pesquisa foi de natureza descritiva, que tem como principal objetivo descrever características de determinadas população ou fenômeno. Ela preocupa± se em observar os fatos, registrá±los, analisá±los, classificá±los e interpretá±los (ANDRADE, 2002), sendo o questionário um dos métodos mais comum para coletar os dados na pesquisa descritiva.

3.2 Técnica de Questionário

Foi utilizada a técnica de questionário porque é um instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas, que podem ser respondidas por escrito e com a presença do entrevistador. Sendo vantajoso por economizar tempo na coleta de dados, por obter um grande número de dados e por atingir um maior número de pessoas simultaneamente. Outra vantagem é a maior liberdade nas respostas, em razão do anonimato (THOMAS E NELSON, 2002).

(27)

O questionário foi composto por dezesseis (16) questões abertas, porque permite ao entrevistado liberdade para expressar sentimento e expandir idéias (THOMAS E NELSON, 2002). Mas, antes de executar a coleta de dados aplicamos o pré-teste piloto com 10 questionários (Apêndice C), para ter um feedback sobre a clareza do questionário e para avaliar a competência do questionário. Durante o teste foi percebido uma dificuldade dos usuários para responderem algumas pergunta, portanto foram feitas algumas modificações e aplicado novamente 10 questionários para confirmação e posteriormente foi executada a coleta de dados (Apêndice B).

Da questão 01 até a questão 08 foi elaborada para caracterizarmos os usuários participantes da pesquisa com os respectivos itens:

1- Idade 2- Sexo 3- Estado civil 4- Escolaridade 5- Profissão

6- Em que bairro mora?

7- Quanto tempo você frequenta a academia?

8- Geralmente durante a semana você frequenta a academia em qual período do dia?

E para conhecermos o motivo pelo qual os usuários escolheram essa academia para a sua pratica de exercício físico elaboramos a seguinte pergunta: 9- Porque você escolheu essa academia?

Em seguida foi formulada uma questão para conhecermos o objetivo de cada participante para a prática de exercício físico:

10- Qual é o seu objetivo para a prática de exercícios físicos? Por quê?

Para entender se o usuário percebe o papel do profissional da academia, foi elaborada a seguinte pergunta:

11-Você sente necessidade de ter algum profissional da área da saúde acompanhando sua prática de exercícios? Qual (ais)?

E com a próxima pergunta esperamos conhecer qual é o tipo de acompanhamento que o usuário sente necessidade de ter, ou seja, se ele está satisfeito com a presença do profissional na academia ou sente a necessidade de ter outro tipo de profissional acompanhando seu treinamento:

(28)

12- Que tipo de acompanhamento você sente necessidade de ter? Por quê?

Com essa questão esperava-se que o praticante descrevesse a importância de se ter um profissional de educação física acompanhando sua prática de exercícios e ao falar sobre o papel do profissional na academia, foi formulado a pergunta abaixo para identificar se o usuário sente confiança nas informações sobre o exercício físico prestadas pelo profissional de Educação Física:

13-Quem ou o quê você consulta para tirar dúvidas sobre exercício físico e sobre atividade física?

Na sequência, foi elaborada uma pergunta para, diretamente, identificar se os leigos conseguem perceber as competências do profissional de educação física: 14- Para você, o que faz um profissional de Educação Física?

Esperava-se que com essa pergunta o usuário deixasse claro sua opinião sobre o papel do profissional de educação física. Em seguida foi elaborada uma pergunta para identificarmos se o usuário reconhece o instrutor de academia como um profissional de Educação física:

15- Para você, o que faz um profissional de Educação Física?

Após conhecermos a idéia que os usuários tem do instrutor de musculação se torna importante conhecermos a idéia dos usuários sobre o conhecimento do instrutor de musculação, para ressaltar aquilo que faz parte do trabalho profissional para quem não faz parte da profissão. Portanto para isso foi formulada a pergunta a seguir:

16- Na sua opinião, o que o instrutor de musculação deve saber?

3.3 Local da pesquisa

Os dados foram coletados em uma academia que oferta a modalidade de treinamento com pesos, situada na cidade de Londrina e localizada na zona central da cidade, credenciada junto ao Conselho Regional de Educação Física. Essa academia fica em uma rua comercial e, portanto, tem um grande fluxo de clientes.

A escolha do local para a coleta de dados foi intencional já que a pesquisadora também é estagiária no respectivo estabelecimento, o que, facilitaria o contato com os usuários e a coleta dos dados.

(29)

3.4 Participantes e Procedimentos para coleta dos dados

Foi realizado um contato com o responsável pela academia no inicio do projeto, solicitando a autorização para a realização da pesquisa de campo na mesma e foi explicada a forma como ocorreria a pesquisa e a sua importância. Sabe-se que a academia atende cerca de 300 alunos, de ambos os sexos, com idades entre quinze e setenta anos permeando os diversos objetivos para a prática da atividade (saúde, emagrecimento, estética, entre outros).

Portanto, a população do estudo foi composta por frequentadores da respectiva academia, regularmente matriculados, de ambos os sexos. O número de participantes foi definido conforme a aceitação dos usuários para o preenchimento dos questionários.

A academia funciona de segunda à sexta-feira das seis horas da manhã até a meia noite e aos sábados das quatorze horas até as dezesseis horas. A coleta de dados ocorreu somente no período da manhã intencionalmente porque a pesquisadora atua como estagiaria no período da noite, portanto, os participantes não teriam contato com a pesquisadora.

Durante a coleta de dados os participantes foram esclarecidos sobre a pesquisa e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice A), depois receberam o questionário com instruções e recomendações para o seu preenchimento. Participaram somente os usuários acima de 18 (dezoito) anos de idade, com frequencia na respectiva academia de no mínimo 1 mês e no período da manhã.

Os participantes foram orientados a preencher individualmente o instrumento, no local, em companhia da pesquisadora, sendo as dúvidas manifestadas prontamente esclarecidas. Não foi estabelecido tempo mínimo ou máximo para o preenchimento.

3.5 Análise dos dados

A análise de dados aconteceu por meio da analise de conteúdo onde os dados foram tabulados no Microsoft Excel, onde passou por três etapas: a pré-análise, a exploração do material e o tratamento dos resultados.

(30)

6HJXQGR %DUGLQ  S  D DQiOLVH GH FRQWH~GR p XP ³FRQMXQWR GH técnicas de analise das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores que permitem a inferência de conhecimentos relativos às condições de SURGXomRUHFHSomRGHVWDVPHQVDJHQV´

A primeira etapa é a fase de organização que pode ser utilizado vários procedimentos, como: leitura flutuante, hipóteses, objetivos e elaboração de indicadores que fundamentem a interpretação (BARDIN, 1977 citado por CAREGNATO E MUTTI, 2006).

Na segunda etapa os dados são codificados a partir de unidades de registro e na última etapa se faz a categorização que consiste na classificação dos elementos segundo suas semelhanças e por diferenciação com posterior reagrupamento, em função de características comuns (BARDIN, 1977 citado por CAREGNATO E MUTTI, 2006).

Portanto, foi realizada uma leitura flutuante dos dados para identificar os termos que mais apareceram ou os que foram mais forte nas respostas dos usuários, após foi construído as categorias onde foram unidos os termos com sentidos similares e foi feita a inferência e a interpretação das categorias para a discussão dos dados.

(31)

4 Resultados e discussão

Participaram do estudo 25 pessoas do sexo feminino (52,09 %) e 23 do sexo masculino (47,91 %), com a média de idade de 32,85 anos, sendo a maioria 56,25% solteiros, 33,33% casados e 10,42 divorciados/ separados.

A formação escolar dos participantes é de 33,33% com 3º grau completo, 31,25% 3º grau incompleto, 27,08% 2º grau completo, 2,08% com pós-graduação, 2,08% 1º grau e 4,18 não responderam.

Dos 48 participantes, 9 (18,75%) são estudantes e 2 (4,16%) estão desempregados, 6 (12,5%) participantes moram na zona central e 42 (87,5%) participantes moram em bairros próximo a zona central, região onde se localiza a academia.

Somente 3 (6,25%) participantes treinavam há um mês, 2 (4,17%) treinavam há dois meses e 5 (10,42%) treinavam há três meses, 1 participante não respondeu, sendo a média de frequencia dos outros 37 participantes de 34,54 meses.

Durante a coleta 05 alunos que treinavam geralmente no período da noite, 02 que treinavam a tarde e 02 que não tinham horário fixo estavam no local e também participaram da pesquisa.

No gráfico 01 está representada a frequencia das respostas dos usuários sobre os motivos pelos quais os usuários escolheram essa academia para a prática de exercício físico.

Gráfico 01- Frequencia dos motivos para a escolha da academia

Foi possível verificar que são vários os motivos pelo qual os participantes escolheram essa academia, sendo que uma grande parte escolheu essa academia pela sua localização, já que fica próxima a uma das principais avenidas de ligação entre a região central e outros bairros e por ser ³próximo de casa´, mas na maioria das respostas os sujeitos colocaram mais de um motivo para a escolha do

Localização/  proximidade  (34)  -­‐  70,83% Equipe/  funcionários  (11)  -­‐  22,91% Recomendação/  indicação  (10)  -­‐  20,83% Aparelhos/  estrutura  (8)  -­‐  16,66% Atendimento  (4)  -­‐  8,33% Outros  (7)  -­‐  14,58%

(32)

estabelecimento, FRPRSRUH[HPSOR³SRUVHUEHPUHFRPHQGDGDH pela a estrutura GDDFDGHPLD´

Por tanto o resultado não foi expresso por porcentagem e sim por frequencia que cada termo apareceu nas respostas, sendo para os termos localização/ proximidade uma frequencia de 34 vezes, para equipe/ funcionários 11 vezes, recomendação/ indicação 10 vezes, aparelhos/estrutura 8 vezes, atendimento 4 vezes e outros com frequencia de 7 vezes. Sendo a categoria ³outros´ composta de termos como amizade, seriedade com os clientes e por gostar da academia.

Com isso, verificamos que a localização é um item primordial para a escolha dos sujeitos e provavelmente o profissional passa a ser primordial na permanência dos mesmos no estabelecimento. Como salienta Pereira (2006), que a culpa pelas pessoas não inserirem em seu cotidiano a prática de atividade física sistemática, abandonando as academias após terem iniciado a atividade, é dos professores de Educação Física que ainda não descobriram sua importância como disseminadores de uma vida mais saudável.

Assim, a aderência ao exercício físico não é difícil, pois sua importância, embora já sabida, é lembrada todo dia pela mídia, em todo e quaisquer meios de comunicação, o que parece ser a grande dificuldade, entretanto, é a manutenção desse aluno pelas academias, pois, conforme ressalta Saba (2001) metade das SHVVRDVTXHFRPHoDPD³PDOKDU´ embora estejam conscientes da importância da atividade física, vão desistir após os seis primeiros meses.

No gráfico 02 está representada a questão que foi elaborada para conhecermos o objetivo de cada participante para a prática de exercício físico.

Gráfico 02- Objetivo para a prática de exercício físico.

Os objetivos encontrados nas respostas foram saúde, estética, qualidade de vida, por motivos emocionais e outros, como por exemplo, para passar em concursos.

Objetivos  

Saúde  (56) Estética  (32)

Qualidade  de  vida  (9) Emocionais  (6) Outros  (1)

(33)

Os dados encontrados não corroboraram com o que se esperava, sendo que conforme Araújo et al. (2007), em seu estudo sobre os fatores motivacionais que levam as pessoas a procurarem por academias para a prática de exercícios físicos, em Minas Gerais, encontrou que o principal fator que tem levado as pessoas a procurarem uma academia para a prática de atividade física é o fator estético, com mais de 50% da preferência do público frequentador, enquanto que apenas 14,4% do público as procuravam por motivo de saúde.

No presente estudo, os objetivos ligados a saúde apareceu 56 vezes e que foi superior aos objetivos ligados a estética que teve uma frequencia de 32 vezes, porém podemos perceber em algumas falas dos usuários a indicação de objetivos ligados a estética visando melhorar a saúde e aspectos ligados ao objetivo emocional, como por exemplo, nas seguintes respostas:

³3DUD PHOKRUDU R FRQGLFLRQDPHQWR ItVLFR VD~GH e tirar gordura localizada e

se possível dar forma ao corpo para melhorar a auto-HVWLPD´.

³6D~GHSDUDPDQWHUDPXVFXODWXUDWRQLILFDGD´ e ³Manter-me em forma, pela

VD~GHSRLVQRVGLDVGHKRMHpPXLWRIiFLOHQJRUGDUGHYLGRDFRUUHULDGRGLDDGLD´

Portanto, parece que as pessoas podem ter respondido como objetivo saúde pela intensa divulgação de que o exercício físico faz bem a saúde e para de certa forma indiretamente, conquistar objetivos ligados a estética. O que também pode ter influenciado a alta frequência dos objetivos ligados a saúde foi a média (32,82 anos) de idade dos usuários, porque segundo o estudo de Zanette (2003) que pesquisou a relação de idade dos sujeitos e os motivos de aderência a prática de atividade física na academia, o motivo estético foi o mais citado na faixa etária dos sujeitos com menos de vinte anos.

No gráfico 03 e 04 estão representados os dados referente a questão: Você sente necessidade de ter algum profissional da área da saúde acompanhando sua prática de exercícios? Qual (ais)? que foi elaborada com o objetivo de entender se o usuário percebe o papel do profissional de Educação Física na academia.

Gráfico 03 ± Necessidade do acompanhamento do profissional da área da saúde. Sim  (31)  -­‐  64,58%

(34)

Gráfico 04 ± Profissionais da área da saúde.

Dos 48 participantes, 17 (35,4%) não sentem a necessidade de um profissional para acompanhar sua prática de exercício físico e 31 (64,6%) sentem a necessidade de algum profissional para acompanhar sua prática de exercício físico, mas quando questionados de qual profissional eles sentiam necessidade encontramos a frequencia de 19 vezes dos termos que indicam o profissional de Educação Física e um grande número de respostas indicando outros profissionais com a frequencia dos termos de 23 vezes¹.

Entre os outros profissionais da saúde que os usuários tem necessidade, o nutricionista foi lembrado 14 vezes, o que representa que a associação entre exercício físico e alimentação é algo presente na concepção dos usuários de academias, algo que tem sido reforçado pela mídia nos últimos anos.

Alguns responderam que sentem a necessidade, mas não indicam nenhum profissional e outros indicam mais que um profissional como, por exemplo, indicam o Educador Físico e o Nutricionista, o que pode indicar a necessidade de trabalharmos de forma integrada com outros profissionais.

Uma parte usuários não sabem que a Educação física faz parte da área da saúde, porque muitos responderam que sentem a necessidade de acompanhamento, porém indicam profissionais o médico acompanhando sua prática de exercício físico.

No quadro 01 e 02 estão representados os dados da questão: Que tipo de acompanhamento você sente necessidade de ter? Por quê? Esperava-se conhecer qual é o tipo de acompanhamento que o usuário sente necessidade de ter e esperava-se que o praticante descrevesse a importância de se ter um profissional de educação física acompanhando sua prática de exercícios.

¹Os resultados não foram expressos em porcentagem porque alguns participantes em suas respostas indicaram mais que um profissional para acompanhar sua prática.

Profissionais  de  Educação  Física  (19)  -­‐  39,58%

(35)

Quadro 01- Tipo de acompanhamento

Acompanhamento que eles sentem necessidade

Realização/ execução correta dos exercícios 18

Acompanhamento alimentar 6

Acompanhamento nos exercícios 5

Avaliação física 1

Não sentem necessidade 10

Alguns usuários descreveram que sentem a necessidade de um acompanhamento na ³realização e execução correta dos exercícios´, de ³acompanhamento alimentar´ e 10 pessoas não sentem necessidade de acompanhamento. Apenas uma pessoa sente necessidade da avaliação física. Quando perguntados o porquê necessitam de acompanhamento eles descreveram TXH p ³SDUD PHOKRUHV UHVXOWDGRV´ ³SDUD HYLWDU OHV}HV´ ³para auxiliar nos treinRV´ ³SDUDOHYDQWDUPDLVSHVRV´H³SDUDUHYHUDVDWLYLGDGHV´

Porém, alguns usuários quando foram questionados de qual acompanhamento eles sentem necessidade, indicaram de qual profissional eles sentem necessidade para acompanhar a sua prática de exercícios físicos, sendo os seguintes resultados abaixo:

Quadro 02- Tipo de acompanhamento-Profissional

O profissional de Educação Física foi lembrado 21 vezes (43,75 %) como o profissional que eles sentem necessidade, mas quando perguntados o porquê, eles descrevem que o acompanhamento que eles esperam ter deste profissional está ligado somente à execução correta dos exercícios e acompanhamento nos aparelhos. Nesse caso, o profissional não parece ser aquele que elabora, organiza, avalia o programa de treinamento, mas apenas supervisiona e cuida da execução dos exercícios. De todos os sujeitos apenas uma pessoa sente a necessidade de ser acompanhado por meio da avaliação física.

Os usuários também descreveram que sentem a necessidade do profissional GH (GXFDomR )tVLFD SDUD DOFDQoDU YiULRV REMHWLYRV FRPR ³HPDJUHFHU´

Profissionais indicados Porcentagem

Profissional de educação física/ instrutor 21 43,75 %

Nutricionista 3 6,25 %

(36)

³IRUWDOHFLPHQWRFDUGLRYDVFXODUHPXVFXODU´ ³UHVLVWrQFLDItVLFD´H³SDUD WHUXPDYLGD PDLVVDXGiYHO´

Os outros profissionais lembrados pelos participantes foram os nutricionistas

(6,25 %), porque eles sentem necessidade de ter um acompanhamento alimentar e

até o técnico de enfermagem foi lembrado, porque na visão do usuário, em um caso de emergência ele seria o profissional mais preparado para dar os primeiros socorros.

Alguns indicaram a necessidade do personal trainer para ter um acompanhamento correto, como na resposta a seguir: sinto a necessidade ³de um

personal para fazer tudo certo´ deixando claro que para eles o papel do profissional

de educação física é ensinar e corrigir a execução dos exercícios, no entanto, por outro lado, parece haver um distanciamento entre o papel do personal e o instrutor da academia na visão do usuário. A prática profissional na musculação parece se restringir a função de acompanhá-lo, auxiliá-lo e corrigi-lo na execução dos exercícios.

No quadro 03 estão representados os dados da questão: Quem ou o quê você consulta para tirar dúvidas sobre exercício físico e sobre atividade física? Esta questão foi formulada para identificar se o usuário sente confiança nas informações sobre o exercício físico, prestadas pelo profissional de Educação Física.

Quadro 03- Quem ou o quê os usuários consultam para tirar dúvidas sobre o exercício físico

Profissional de Educação Física

Instrutor/Profissional da área 1º 39

Personal 1º 5

Parente profissional da área 1º 1

Instrutor 3º 3 Outras consultas Internet 5 Revistas 1 Fisioterapeuta 1 Referências Bibliográficas 1 Artigos científicos 1 Cardiologista 1 Amigos 1

(37)

Através dos resultados foi possível verificar que o profissional de Educação Física é quem o usuário procura para tirar dúvidas sobre o exercício físico, mas uma parte dos usuários consultam primeiro a internet, o médico e posteriormente procuram o profissional de Educação Física. Essa informação retrata a procura dos usuários por outras informações para complementar ou confirmar o posicionamento do profissional de Educação Física.

Porém, como visto anteriormente é comum essa consulta em outros canais de comunicação como a internet e a consulta com outros profissionais até por parte do profissional de Educação Física, que segundo Martins (1995) em virtude da abrangência da intervenção muitos profissionais de Educação Física vão buscar subsídios complementares para sua intervenção em outros cursos, entre eles fisioterapia, administração, nutrição e comunicação.

No gráfico 05 e nos quadros 04, 05 e 06 está representada a questão: Para você, o que faz um profissional de Educação Física? Esta pergunta foi elaborada para identificar se os leigos conseguem perceber as competências do profissional de educação física.

Gráfico 05- O que faz um profissional de Educação Física.

Segundo Setzer (1999), competência é a capacidade de execução de uma tarefa. Uma pessoa é competente em determinada área caso tenha demonstrado, através de realizações, a capacidade de executar uma determinada tarefa.

Seguindo a noção de competência acima, esperava-se que os mesmos descrevessem a ideia que eles têm sobre o profissional e as suas competências. Durante a coleta de dados, pude perceber que algumas pessoas tiveram dúvidas se o profissional de educação física era o mesmo profissional que trabalha em academias, mais conhecido como instrutor de musculação.

No entanto, foi possível identificar algumas competências ligadas ao papel do profissional de Educação Física (quadro 04). Os termos, orienta, acompanha, auxilia,

Competências  (46) Objetivo  de  atuação  (36) Atributos  (10)

(38)

indica, ensina, corrige, monitora, elabora e avalia foram as codificações referente à categoria competências do profissional de Educação Física.

Quadro 04- Competências do profissional de Educação Física

Competências do profissional de Educação Física

Orienta o exercício 16

Acompanha a prática de exercícios e o desempenho 7

Instrui 4

Auxilia as práticas de atividade física 4

Acompanha e avalia o desempenho 2

Indica os melhores exercícios 2

Ensina exercícios 2

Corrige exercícios 2

Monitora os praticantes de exercício físico 1

Elabora exercícios físicos 1

Avalia programas de exercício 1

Orienta sobre alimentação 1

Instrui sobre os benefícios do exercício físico 1

Desenvolvem atividades físicas 1

Ajuda a fazer exercício 1

2VWHUPRV³RULHQWDDFRPSDQKDLQVWUXLHDX[LOLD´VmRFRPSHWrQFLDVTXHQmR demonstram a capacidade de inferência profissional. A tomada de decisão sobre o treinamento não parece algo comum na visão dos usuários. Isso pode ocorrer porque o profissional tem poucas oportunidades de demonstrar seus conhecimentos por conta do número de alunos que ele atende ao mesmo tempo, levando-o a simplificar algumas formas de intervenção com o uso de termos populares como por exemplo ³HVWLFD H GREUD D SHUQD´ H também pela falta de esclarecimento sobre o treinamento proposto para cada usuário que por diversas vezes executam o movimento mas sem saber o objetivo e função do exercício.

A capacidade de transmissão dos conteúdos selecionando as atividades mais adequadas e a capacidade de transmitir de forma lógica, clara e concisa o conteúdo informativo foram às competências que alcançaram consenso na importância atribuída pelos sujeitos no estudo de Feitosa e Nascimento (2003) sobre as competências do profissional de Educação Física.

Um estudo realizado por Coelho Filho (1999), sobre os profissionais de Educação Física que atuam em academias de ginástica na cidade do Rio de Janeiro, revelou que o distanciamento entre cliente e profissional impede um

(39)

diagnóstico preciso das necessidades dos primeiros, contrariando os pressupostos técnico pedagógicos da intervenção.

Por tanto pode ser que não esteja claro para o usuário que o profissional de Educação Física seja detentor de um saber especializado, porque dentro da analise GRVGDGRVIRLYHULILFDGRTXHRVWHUPRV³DYDOLD´e ³ensina´ aparece apenas 2 vezes, sendo que são habilidades que envolve uma ação que depende de um saber especializado.

Segundo Feitosa e Nascimento (2003), em sua pesquisa sobre competências profissionais, encontraram um consenso dos participantes sobre a necessidade de analisar o desempenho, identificar erros e fornecer as informações adequadas para a correção dos executantes e destacam que não se pode deixar de fazer balanços periódicos das aquisições dos clientes, uma vez que é essencial para fundamentar decisões de mudanças necessárias mais tarde.

A maioria dos usuários consegue identificar competências ligadas ao profissional de Educação Física, mas destacam com muita ênfase, as competências GH³RULHQWDUHDFRPSDQKDUDSUiWLFDGHH[HUFtFLRV ItVLFRV´ SRUpPRSURILVVLRQDOGH educação física além dessas funções, segundo o nosso documento de intervenção profissional, publicado em 2002, tem como competências: diagnosticar, planejar, organizar, supervisionar, coordenar, executar, dirigir, assessorar, dinamizar, programar, desenvolver, prescrever, orientar, avaliar, aplicar métodos e técnicas motoras diversas, aperfeiçoar, orientar e ministrar os exercícios físicos, objetivando promover, otimizar, reabilitar e aprimorar o funcionamento fisiológico orgânico, condicionamento e o desempenho fisiocorporal, orientar para: o bem-estar e o estilo de vida ativo, o lazer, a sociabilização, a educação, a expressão e estética do movimento, a prevenção de doenças, a compensação de distúrbios funcionais, o restabelecimento de capacidades fisiocorporais, a auto-estima, a cidadania, a manutenção das boas condições de vida e da saúde da sociedade.

O objetivo do profissional de Educação Física é o que o profissional desempenha na perspectiva dos usuários. Foram identificados os seguintes termos: Proporciona e auxilia a qualidade de vida/ saúde, ministra aula, é instrutor de musculação ou personal, atua na área da saúde, é preparador físico, atua no esporte, tem conhecimento sobre atividade física entre outros termos que estão demonstrados no quadro abaixo.

Referências

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