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Ensino superior e universidade no Brasil

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Academic year: 2020

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MARLENE CABRERA DA SILVA Técnica de Educação e Assessora do Departamento de

Assuntos Universitários do M EC 1. Cultura H um anística; 2. Profissionalização do Ensino Su­ perior; 3. A Idéia de Universidade; 4. A Universidade na Repú­ blica; 5 . Reform a U niversitária.

_ Efri 1968, em suas “ R eflexões sobre a E ducação S u p e rio r ° B ra s il", H. W. Hoge, m em bro da USEAPES, fa zia a seguinte ot)servação:

“ A a firm a çã o d e s c ritiv a m ais exata que se pode fazer a c e rc a da U n ive rsid a d e B ra s ile ira é que ela não existe. Isto q u e r d ize r que o B rasil nunca teve e ainda hoje não tem um a "U n iv e rs id a d e ” no se n tid o de um c o n ju n ­ to de cu rso s p ro fis s io n a is in te g ra d o s, com um co m ­ ponen te p re p a ra tó rio básico e c o m u m .. . T odos os es­ fo rç o s para a lte ra r o padrão e s tru tu ra l e sta b e le cid o estão d e stin a d o s ao fracasso, e n q u a n to as fa cu ld a d e s isoladas co n tin u a re m a e x is tir e a p ro life ra r com o ins­ titu iç õ e s que co n ce d e m d ip lo m a s, e enqua nto as novas “ U n iv e rs id a d e s ” fo re m c ria d a s e re c o n h e cid a s pela a g lo m e ra çã o de ta is fa c u ld a d e s já e x is te n te s ” . 1 cio 130 fat0, nossa tra d iç ã o tem sido de e sco la s indepe ndentes, Ce,Sarnente d e fe n so ra s de sua autono m ia , o rg a n iza d a s para re- ^ ®r alunos g ra d u a d o s no cu rso se c u n d á rio e se g re g á -lo s para f0r 'stra r-lh e s p re p a ro p ro fis s io n a l em algum as m o d a lid a d e s de e "'a çã o . Nossa U n ive rsid a d e m ais antiga, in s titu íd a em 1920, 6s s rçue se seguiram , co n s titu íra m -s e pela reunião nom inal de Cer ° p ré -e xiste n te s que, apesar de co n g re g a d a s, perm ane- estanqu es e a u to -s u fic ie n te s . Nestas c irc u n s tâ n c ia s , pou-lt\ d.. HOGi^' H. W. — Reflexões sobre a Educação Superior no Brasil ^ A p p o ^ r'° da Equipe de A ssessorla do Planejam ento d o Ensino S uperior

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cas puderam passar de reitorias, m ontadas para se rviço s cen- tra liza d o s de orçam ento e a d m inistração , para atos solenes de abertura e encerram ento do ano letivo e para debate, ainda tí­ mido, sobre a in via b ilid a d e da p ró p ria e s tru tu ra e a necessidade de proceder-se à reform a un ive rsitá ria .

No Brasil, “ é esta tra d iç ã o se cu la r que se tem constituído n-°>?„anc*e e.m Pe c ilho à plena c o n c re tiz a ç ã o da idéia universitá- ria . - A U niversidade de C oim bra, p rim e iro m odelo para nos­ sas exp e riê n cia s de educaçã o s u p e rio r, fo ra um a Universidade de escolas p ro fissionais, e o que trouxem os, até hoje, da expe' rie n c ia de o u tro s povos, não atin g iu a essência do processo universitário, e o resultado aí está: “ o que se veio a cham ar de U niversidade B ra sile ira não chegou a ser universidad e, na acepção té c n ic a da palavra, po r in e x is tir e stru tu ra l e fu n cio n a l­ m ente com o tal, nem é brasileira, com o pode e deve ser, P0r nao estar em equação com as c a ra c te rís tic a s a tuais da real*' dade n a c io n a l” , s| lOLrlUI lal . ”

A lg u n s fatos e m uitas reflexões nos ajudam a c o m p r e e n d i com o um país pode, durante um lon g o período de sua história* en tre te r a sua civiliza çã o e fa ze r p ro s p e ra r sua cu ltu ra , sem po ssu ir o que nos grandes países do m undo era o p ró p rio ins' rum ento dos progressos lite rá rio s, filo s ó fic o s e cie n tífic o s : a U niversidades.

1 . C U L T U R A H U M A N IS T IC A n o r,-^ S -°J rf Url Stâ.n c 'as do Brasil-C o lô n ia fizeram com que o* fiMâÜIf- ln*electuais se desenvolvessem , p rim eiram ente, sob a loira "h3 c e ro - A o rg an ização da socied ad e colonial bras leira, baseada no princípio de estratificação interética, não apre sentava as condições sociais e culturais indispensáveis com ° suporte ao desenvolvim ento do saber racional. Em conseque"

3 C ° m Par|hia de Jesus exercer, nesse período, u m j ^ lnua e profunda na construção do sistem a ir> le ctu a[ da epoca, transportando para o Brasil um tipo de sabe que nao encontrava fundam entos na ordem social existente-n .i Q p e9Uncio a “ Ratio Stu d io ru m ” , p u b licad a em 1 5 9 9 , 0 q e corporificavam as regras p ed ag óg icas de S anto lnác . ’ o plano com pleto de estudos da C o m p an h ia de Jesus deV

2 SUCUPIRA, Newton — A Reestruturação das U n iv e rs id a d e s F e d e ra

— Rev. bras. Est. Ped. M EC/INEP — n? 111 — 1968 — pág. 88. {(y

3 CHAGAS, V ainir — A Reforma Universitária e a F a c u ld a d e de sofia — Rev. bras. Est. Ped. n° 83 — Rio de Janeiro — M E C /lN £K 1961 — pág. 38.

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^ r a n g e r o cu rso de Letras Hum anas, o de F ilo so fia e C iências Artes) e o de T e o lo g ia e C iê n cia s S agradas. Foi o curso de letras que m ais se pro p a g o u na C olônia. Em 1572, instalava-se C olégio da B ahia o p rim e iro cu rso de A rte s nos m oldes do Colégio Rom ano, ch e g a n d o a c o n c e d e r lic e n c ia tu ra s c u ltu ra is 6 3 ter seus a lunos a d m itid o s na U nive rsid a d e de C o im b ra para 0 últim o ano do C o lé g io de A rtes, re c o n h e c id o s os trê s p rim e i- r°s feitos no B rasil.

Era, pois, n atural que os je su íta s desejassem fu n d a r uma ^niversidade b ra s ile ira no tem po em que tinham a re s p o n s a b ili­

z e e a d ire çã o dos estu d o s no B rasil.

. O “ m eio c u ltu ra l era fra c o ” , alegavam os re la tó rio s d irig i- 0s à M etrópole, para e m p re e n d im e n to de tam anho v u lto ; e n ­ c a n to , não era m e lh o r o a m biente do M é xico quando lá se nstalou, em 1553, a U n ive rsid a d e Real e P o n tifica , nem mesmo A m érica do N orte apresenta va em 1636 — data da cria çã o a U niversidade de H arvard — um q u a d ro c u ltu ra l flo re sce n te . Ssirn, fe ch a ra m -se to d a s as p e rsp e ctiva s para a cria çã o , no rasil c o lo n ia l, de cu rso s s u p e rio re s d e stin a d o s à preparaçã o ara as p ro fissõ e s lib e ra is.

■ ^ ° d a c u ltu ra b ra sile ira , no perío d o c o lo n ia l com o no sécu- XIX, está nos lin e a m e n to s tra ç a d o s p elos jesuítas, com seu sino de h um anida des com e fe ito s tão p ro fu n d o s e pe rsiste n - s que não se apagaram d u ra n te a ausê n cia destes do país por . a,s de 80 anos. N ossa c u ltu ra su p e rio r, que até 1830 quase

ainda de C oim bra, não perdeu, pelo seu c a rá te r pro- S|onal m ais acentua do, nem o g o sto pela c u ltu ra geral, nem esPírito lite rá rio , nem a q u e la c u rio s id a d e m ais extensa que pr s leva a inte re ssa r-n o s, ain d a que s u p e rfic ia lm e n te , pelos

° b|emas m ais variados.

2. P R O FIS S IO N A LIZA Ç Ã O DO ENSINO SUPERIOR g. Com a e xp u lsã o dos je su íta s de to d o s os te rritó rio s p o rtu - s i|6Ses’ em 1759, v e rific o u -s e um a gra n d e la cu n a no ensino bra- e,ro. Da re fo rm a da U n ive rsid a d e de C o i m b r a em p re e n d id a

r ^e m b a l, o B rasil não co lh e u senão os b e n e fício s que de- c ^ resultar para os jo ve n s b ra s ile iro s que foram a P ortuga

^ p ie ta r seus estudos. Se a ação d ista n te da U niversidade, eJ?r9ar|izada se g u n d o novas te n d ê n cia s, não fo i su ficie n te , em n j n s ã o e p ro fu n d id a d e , para re d u z ir as p re o cu p a çõ e s d om i- tri, - de um a e d u ca çã o lite rá ria , serviu para in tro d u z ir a ins- l8rv?° u ti,itá ria no B ra sil. O S em in á rio de O linda, fu n d a d o em > adotan do um c u rríc u lo m ais re a lístico , re p re se n ta a p ri­

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m eira repercussão b ra s ile ira da re fo rm a u n iv e rs itá ria coimbrã de 1772 e das idéias lib e ra is da filo s o fia da ilu s tra ç ã o que irra* diavam da França.

A id e o lo g ia da R evolução fra n ce sa pro p a g a va po r to d a Pa[' te um p re co n ce ito a n tiu n ive rsitá rio . T odo c o n h e cim e n to não uti' Iitário deveria ser desprezado. O que im portava, porém , no cli* max re vo lu cio n á rio europeu, fa v o re c id o pelo desenvolvim ento das c iê n cia s e pelo d e c lín io do p re stíg io das ve lh a s universi* dades, era a a quisição de um a ce rta c iê n c ia lim ita d a , de uma profissão.

Não se sabe até que ponto essas te n d ê n cia s à profissioria lização do ensino superior, favoráveis às escolas e speciais ® hostis à universidade, teriam in flu e n c ia d o na o rie n ta çã o q ue . Joao VI im p rim ira ao ensino na C olônia. Foram c ria d a s escola que visavam , antes de tudo, às fo rm a ç õ e s e sp e cia liza d a s e preparaçã o de pessoal capaz de a te n d e r ao se rviço p ú b lic0_ Kessa épo ca surgiam as p rim e ira s pressões no s e n tid o de s adestrar um se to r m aior de p o p u la çã o para o e x e rc íc io de ta refas a d m in istra tiva s e p o lítica s ou para e n fre n ta r n e c e s s i d a d e

que em ergiam com a expansão e co n ô m ic a e com o crescim en dem o g rá fico . Eram necessários hom ens in stru íd o s e técnico em m edicina, econom ia, a g ric u ltu ra e in d ú s tria ; fundaram -s?’

’ ~ Curso de C iru rg ia (1808), a C ad e ira de E c o n o m i a (1808) o Curso de A g ric u ltu ra (1812), o de Q u ím ica (1817), o de Desenho T é cn ico (1818) e, no Rio de Ja n e iro , o Curso à0 C iru rg ia (1809), o L a b o ra tó rio de Q u ím ica (1812), o Curso d A g ric u ltu ra (1814), os quais se destinavam a s u p rir a d e fic 'en

ia a soluta de té cn ico s que sa tisfizessem as necessidades m eio b ra sile iro , em tra n siçã o para um tip o de v id a urbana do pSaís 6 Para m el^ o r o r9ar)ização da e c o n o m ia agríc

P roclam ada a In depe ndência e c o n s titu íd o o Im pério, a caçao nacional foi m atéria, na C o n s titu in te de 1823, de c_a,° rHe sos debates que visavam , e sp e cia lm e n te , a organizaçã o um a u niversidad e no País, m arcando, até c e rto ponto, um a vira v o lta na p o lític a e d u ca cio n a l e m p re e n d id a p o r D. J o ã ° . A in ic ia tiv a procedeu de um g ru p o de b ra s ile iro s m atricula na U niversidade de C oim bra, sendo re p re se n ta d o s pelo tado José F eliciano Fernandez P inheiro, m ais ta rd e Visco de Sao Leopoldo, que p ro p ô s “ que no Im p é rio do BrasH c rie quand o antes uma U niversidade, pelo m enos, para assen0- da qual parece dever ser p re fe rid a a cid a d e de São Paulo< P Ias vantage ns naturais e razões de c o n v e n iê n c ia G eral •

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cendeu-se, com a apresenta ção do p ro je to p o r R ibeiro de An- drade, a lu ta re g io n a lis ta : d is c u tia -s e não só o núm ero delas, uma, duas ou três, mas tam bém a lo c a liz a ç ã o respectiva, fin a lm e n te , apro va d o o p ro je to de c ria ç ã o de duas u n ive rsid a ­ des, um a em São Paulo o u tra em O linda, em novem bro de 1823, ^ o rre u d e fin itiv a m e n te essa in ic ia tiv a com g o lp e de Estado que, °>to dias depois, d is s o lv ia a A sse m b lé ia C o n stitu in te .

Pode ser c o n s id e ra d a co m o o u tra te n ta tiv a fru s tra d a de o r­ ganização u n iv e rs itá ria a c ria ç ã o do In stitu to B ra sílico . A idéia do deputado M anuel F e rre ira da C âm ara e B itte n c o u rt de Sá 6ra de reunir, em um a só in s titu iç ã o , as q u a tro escolas supe- ^ores já e xiste n te s no Rio de Ja n e iro , isto é, a A ca d e m ia Mé- ^ c o -C irú rg ic a , a A c a d e m ia M ilita r, a A ca d e m ia de M arinha e

a Academia

de P intura. A esse c o n ju n to seriam acresGidos o ^ useu de H is tó ria N atural, o J a rd im B otânico, o O bse rva tó rio 6 a B ib lio te c a P ública.

A ú n ica p ro v id ê n c ia nesse s e n tid o do B rasil independente, 0 entanto, fo i a c ria ç ã o dos cu rso s ju ríd ic o s , em 11 de agosto ® 1827, um deles com sede no M o ste iro de São Bento, em Jjnda, e o o u tro in sta la d o no C onvento de São F rancisco, em a° Paulo. No m eio do sé cu lo , em 1854, esses cu rso s se org a - l2aram em F aculdade s, tra n s la d a d a a de O lin d a para R ecife.

No perío d o R egencia l que se segue, o A to A d ic io n a l apro- v?do em 6 de agosto de 1834 d e te rm in o u às A ssem bléias pro- J nciais o e n ca rg o de re g u la r a in stru çã o p rim á ria e secundá ria , cando dep e n d e n te s da a d m in istra çã o nacio n a l o ensino supe- tr° r err> to d o o País e a o rg a n iz a ç ã o e s c o la r do M u n ic íp io

Neu-q A p ro fis s io n a liz a ç ã o do ensino su p e rio r, in augu ra da por ■ João VI, e a fra g m e n ta çã o do ensino, co n sa g ra d a pelo Ato 'Jicional, deviam m a rca r p ro fu n d a m e n te , através de m ais ae tit sé culo, a fis io n o m ia c a ra c te rís tic a de nossa ed u ca ça o ins- Ucional, em que fa lh a ra m to d a s as te n ta tiva s para alterarão ü r^ ° de sua e vo lu çã o . C ertam ente, a ausência, na educaça o c3 p aís, de um p e nsam en to c o le tiv o ou de u nidad e de orie n a- t °> não era m ais do que um a das expressões do estado T u- ante e m o le c u la r d a s o cie d a d e , que resultou do c a ra te r tra g - . ntário de nossa fo rm a ç ã o so cia l e das d iv e rg ê n cia s funda- ntajs de interesses e de idéias, lig a d o s às d ife re n ça s de mve So - r.a* e e c o n ô m ic o ta n to das p rovíncias, com o das classes

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3 . A ID ÉIA DE U N IV E R S ID A D E A idéia de unidade e de u n ive rsa lid a d e do ensino, que p arecia prevalecer sobre a das fo rm a çõ e s e specializa das, não chegou a determ inar, no Im pério, a m ais leve in fle xã o na p o li' tic a anterior, cujo e sp írito de co n tin u id a d e não se interrom peu durante m ais de um século, em que o ensino s u p e rio r perma­ neceu inteiram ente dom inado pelo e sp írito p ro fis s io n a l e uti­ litá rio . A única in s titu içã o de c u ltu ra geral, c ria d a desde a In- d e pen dência até a R epública, fo i o C o lé g io Pedro II, fundado em 1837, representando os estudos lite rá rio s e desinteressados, m antendo sem pre, em to d a s as tra n sfo rm a çõ e s p o r que passa- va, o seu c a rá te r de c u ltu ra básica necessária às e lite s d iri­

gentes do País.

M antinha-se o tabu, o riu n d o dos te m p o s co lo n ia is , de Que a c ria çã o de u n iversidad e p o d e ria c o n c o rre r para o rom p1 m ento dos laços que nos uniam às C ortes de L isb o a . Assim- em 1836, o M in istro José Inácio Borges m ostrou-se adverso as sugestões que lhe foram fe ita s no se n tid o dessa c ria çã o . Acha va que a co n ce n tra çã o u n ive rsitá ria p o d e ria d e te rm in a r ciúm es

p ro vin cia is que seriam “ sem dú vid a a p ro ve ita d o s pelos pertur badores da ordem p ú b lic a para ju s tific a re m suas crim inosa tentativas . O utros, com o os M in istro s A n tô n io P auiino LimP de A breu, F rancisco de Paula de A lm e id a A lb u q u e rq u e , Air® C oelho e B ernardo P ereira de V a sconcelo s, to rn a ra m -se apo gistas da idéia unive rsitá ria , sendo m uito s ig n ific a tiv o o rela to rio deste ultim o, repro d u zid o na o b ra de Ernesto de Sou C am pos: “ T ratando-se em glo b o dos p rin c íp io s d aque les esta­ belecim ento s, não posso deixa r de re n d e r a hom enagem m inha a dm iração ao vo to uníssono dos m eus antecessore^ sobre a c o n ve n iê n cia da reunião dos e s ta b e le cim e n to s de ms tru ça o sub o rd in a d a à S e cre ta ria de Estado de N egócios

m pério, com outras já existentes entre nós e com m ais alguj-' que se devam c ria r em um c o rp o de U niversidade , na ca p 1 do Im p é rio ” . 4

S ucediam -se as propostas e os su b s titu tiv o s . Os Pr0^etfa sores da F aculdade de M e d icin a da B ahia insurgem -se c ° n ã0 ta is p ro je to s; entendiam os p ro fe sso re s baiano s que a criaÇ} da U niversidade do Rio de Ja n e iro d a ria golp e m o rta l na 1 tru çã o da província, e reclam avam dia n te “ da in ju s tiç a c ' arvt0 rosa que se irro g a à Bahia, p riv á -la do ú n ico estabele cim e de ensino s u p e rio r que nela e x is te ” . A C âm ara dos S e n a d o r 4 CAMPOS, Ernesto de Souza — A Educação Superior no BraS^ Rio de Janeiro — MEC — 1940, pág. 236.

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||ão m ais cu id o u de d o ta r o B rasil de um a u n iversidad e. Em o V isco n d e de G oiana d e c la ra que o p ro je to é ocioso, ^ lsPendioso e in ú til. D esejaria um plano geral para a in stru ­ ção nacional, não só p rim á ria , com o se cu n d á ria e de graus acadêm icos; chegou a a p re se n ta r um p ro je to de reform a geral 016 toda a ed u ca çã o nacio n a l.

Em 1870, o u tro p ro je to , de a u to ria do C onse lh e iro Pau- ln° José S oares de Souza, p ro p u n h a a cria çã o , na ca p ita l do ^P ério, de um a U n ive rsid a d e que co m p re e n d ia qu a tro fa cu ld a - j;6S: d ire ito , m e d icin a , c iê n c ia s naturais, m a te m á tica e teologia .

°m o se vê, a id é ia de reunião de e sta b e le cim e n to s isolados ^ara co n stitu íre m a “ U n iv e rs id a d e ” , p ersistia.

P resid id o pelo C onde D’ Eu, rea lizo u -se em 1882 um Con- 9r6sso de In stru çã o ao qual o Im p e ra d o r Pedro II deu e xtra - rdinária im p o rtâ n c ia . Nesse C ongresso o C onselhe iro A ntônio . ^veira A lm e id a alegou que “ u n ive rsid a d e é um a co isa obso- ®*a e o B rasil com o País novo, não pode q u e re r v o lta r atrás P?ra c o n s titu ir a u n ive rsid a d e , deve m anter suas escolas espe- la,s, porque o ensino tem de e n tra r em fase de e sp e cia liza çã o ^ r°fu n d a ; a v e lh a u n ive rsid a d e não pode ser re sta b e le cid a . 5 ara a época, seu a rg u m e n to de m o n stra va c e rta lucidez. O Bra- . ’ nesses p rim e iro s séculos, apesar de não te r tid o universi- ade em seu te rritó rio co n to u com a de C o im b ra que, com o n|versidade tip ic a m e n te m edieval, enco n tra va -se plenam ente 6cadente fa ce às tra n s fo rm a ç õ s s o c ia is e os novos rum os to - «Jos pela c iê n c ia e pesquisa. O que, provavelm en te, o C on- neiro A lm e id a d e s c o n h e c ia era o re n a scim e n to da U niversi- v?y6’ com H u m boldt, na A lem anha , em p rin c íp io s do século I o p erand o-se a gra n d e renovação do e nsino u n ive rsitá rio . elizrnente, essa nova o rg a n iz a ç ã o u n ive rsitá ria , a qual serve v verd a d e iro m odelo às u n ive rsid a d e s a tuais do m undo, nao

01 re fle tir-se no B rasil. d0 r

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H / v - 1 ^ m u ii u w u w n u i i v u u w i i u y M v « v — • * ~ |

térN.?-0s n e g ó cio s da in s tru ç ã o p ú b lic a , a fun d a çã o de esco a

Cnicac « /~r>rn/oniônr;iaS lo ca is e a

O Im p e ra d o r P edro II, hom em razoavelm en te c u lto e in c lin a - Para as co isa s in te le c tu a is , não abriu um a só e sco la supe-Un. no B rasil, co m o tam bém re sistiu à id é ia de c ria ça o de u dp, Versidade até sua ú ltim a “ Fala do T ro n o ” , emi 3 de mai

'889, quand o s o lic ito u a c ria ç ã o de um M in is té rio destrn^- a °s n e g ó cio s da in s tru ç ã o p ú b lic a , a fun d a çã o de esc n ' n'c as “ a d apta das às c o n d iç õ e s e co n ve n iê n cia s lo ca is 9anl> ?l'VEIRA, A ntô nio de A lm eida — CriaçSo de uma U niversidade; 6 p a?ão do Conselho S up e rio r de Instrução P ública (2? e 3 Ques ' PartR eceres do Congresso de Instrução do Rio de Janeiro de

RJ. Im p. N acional, 1884.

or-Atas

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in s titu içã o de duas u niversidad es: um a ao norte e o u tra ao sul do País.

A s aspirações largas e am biciosas, da ú ltim a “ Fala T ro n o " em 1889, não tiveram para a p o iá -la s nem um a menta lidade nova, nem um a realidade so cia l m aleável e plástica, n_el^ um surto e conôm ico que favorecesse p ro fu n d a s tra n sfo rm a ço e no sistem a educativo b ra sile iro .

Não foi apenas a in flu ê n c ia c o n se rva d o ra que no lm pérl° se opôs à c ria çã o de um a u n ive rsid a d e b ra s ile ira : havia, n classe governante, a idéia de que a so cie d a d e que se es*3j p co n stru in d o ia ser uma sociedad e u tilitá ria , um a sociedade tra b a lh o e, com o tal, não ganha ria m uito em rece b e r os orn m entos e as riquezas da “ velha educaçã o u n iv e rs itá ria ”

-Assim , fico u o Brasil esperand o até 1920, quand o a Un* versidade, finalm ente, surgiu, em bora já bastante c h e ia de i perfeições.

4. A UNIVERSIDADE NA REPÚBLICA Não foi m enos desordenado, no in ício da R epública , o v.m ento pela idéia de U niversidade, m a n ife sta reiteradas vez em estudos e projetos, conden ados igualm ente , uns a p ó s outro ■

ao abandono total. “ Por ela não se travou b atalha d e cisiva n no im pério nem na p rim e ira re p ú b lic a ; e, se fo i por vezes de debates parlam entares, não se prom oveu, po r ela, nenhu cam panha tão vigorosam en te sustentad a que chegasse a 'n^.0

ri-la no real. A c o n sp ira çã o c o n tra essa id é ia d evia ser mu| m aior, m ais p ro fu n d a e m ais eficaz, do que os com bates Q por ela se fe r ir a m .1*

No ano de 1915, processou-se a R eform a C arlos liano que, através de um d is p o s itiv o in te lig e n te , p e rm iti3 Q

o governo federal quando ju lg a sse o p o rtu n o ” , reuniria U niversidade a F aculdade de M edicina, a E scola P olitécni um a das F aculdades Livres de D ireito, existe n te s na capita

R epublica. O p residente do C onselho S u o e rio r do Ensino as& m iria as fun çõ e s de reitor. A “ o p o rtu n id a d e ” su rg iu cin c o an depois, quand o o governo E p itá cio Pessoa e xe cu ta aquela to riza çã o , pelo d e cre to n9 14.343, de 7 de sete m b ro de ' cria n d o a U niversidade do Rio de Janeiro, que a partir 1937, passa a cham ar-se U n iversidade do B rasil, vindo, rec■ . tem ente, a a d q u irir a d e nom ina ção de U n ive rsid a d e Fed do Rio de Janeiro.

p (fU' 6 AZEVEDO, Fernando de — A Universidade de São Paulo In 8 cação Entre Dois Mundos — s. Paulo — M elhoram entos — pág. 12 5 ’

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C om posta, de in ício , das trê s fa c u ld a d e s pre vista s em 815> já nasceu d e fe itu o sa co m o o rg a n iza çã o u n iv e rs itá ria — "Penas um ró tu lo para nom ear a reunião de in s titu iç õ e s pré- xistentes de fo rm a çã o p ro fis s io n a l. C om o não houve preo- uPação a lgum a de se e s ta b e le c e r uma e s tru tu ra u n ive rsitá ria °fri serviços de e nsino e pesq u isa com uns e integrados, o des- echo da questão fic o u longe de c o rre s p o n d e r aos p ro je to s até

ntão elaborad os.

t Com o p ro p ó s ito de c o rrig ir as lim ita ç õ e s do m odelo ado- ado em 1920, o D e cre to n° 19.851, sobre a o rg a n iza çã o do nsino s u p e rio r b ra s ile iro , e o de n? 19.852, que o rganizou a . ^ v e rs id a d e do Rio de Ja n e iro , am bos de 11 de a b ril de 1931, ^ IC|aram o p rocesso de e stru tu ra çã o , em m oldes universitários,

0 ensino s u p e rio r b ra sile iro .

q Segundo a e xp o siçã o de m otivos do M in istro F rancisco arnpos, “ A U n ive rsid a d e c o n s titu irá , assim , ao m enos com o re- , a geral, e em estado de a sp ira çã o e n qua nto d urar o regim e dá /'S'tó rio de in s titu to s isolados, a u nidad e a d m in is tra tiv a e di- tod'Ca c,ue re ún e > sob a m esm a d ire çã o in te le ctu a l e té cn ica , ° 0 ensino su p e rio r, seja o de c a rá te r u tilitá rio e p ro fis s io -■ seja o pu ra m e n te c ie n tífic o e sem a p lic a ç ã o im ediata, vi- nj ndo, assim , a U niversidade , o d u p lo o b je tiv o de e q u ip a r te c- bj arT1ente as e lite s p ro fis s io n a is do País e de p ro p o rc io n a r am- çjeJ?íe p ro p íc io às no çõ e s e s p e cu la tiva s e desinteressa das, cujo j uno, im p re scin d íve l à fo rm a ç ã o da c u ltu ra naciona l, é o da ConSt--9ação e da c 'ê n c ia pura. O p ro je to exige, para que se insrttÍtUa a u n iv e rs idade, a in c o rp o ra ç ã o de pelo m enos três djr l>utos de e nsino su p e rio r, e n tre os m esm os in clu íd o s os de Paf lt0, de m e d ic in a e enge n h a ria , ou, ao invés de um deles, a

u|dade de Educação, C iê n cia s e L e tra s” . 7

Fa ^ ausência, até então no sistem a de e nsino sup e rio r, de g . ^ d a a e s de filo s o fia e le tra s e das de c iê n cia s destinadas turaV° recer 0 ensino e a p e sq u isa c ie n tífic a , deixou nossa cu l- to d o o Im p é rio e d u ra n te m ais de 40 anos de regim e r6fin - n° ’ q u 386 c o m p le ta m e n te fo ra dos m o vim e n to s de pr vação c ie n tífic a que se ope ra ra m no m undo o c id e n ta l. A fic 0rr'in â n c ia dos e stu d o s lite rá rio s sobre os estudos c ie n ti- <j0 p Perm anecia tão fo rte m e n te m arca d a no sistem a c u ltu ra l do h s que as a tiv id a d e s c ie n tífic a s , e m bora tenham se alarga- 19 0i ° tave lm ente com a c ria ç ã o do In stitu to de M anguinhos, em ^ ^ P e r m a n e c e r a m d ispersas, em in s titu iç õ e s espe cia is de vá-^S'4-31 ^ x P03lção de M otivos do M inistro FRANCISCO CAMPOS D.O. de

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rias naturezas — museus, e stações e xp e rim e n ta is e labora- tó rio s, sem a tin g ir o ensino s u p e rio r que se d e se n vo lvia dentro dos qu a d ro s tra d ic io n a is . E xceção à regra e n co n tra m o s na Es­ co la de M e d icin a da Bahia que, sob a o rie n ta ç ã o de N ina R°" drigues, realizou pesquisas c ie n tífic a s na área das ciê n c ia s na­ tu ra is entre os anos de 1891 a 1905.

Foi, todavia, na U niversidade de São Paulo, c ria d a erTJ 1934 por A rm ando Sales de O liveira, e a p rim e ira a se esta­ b e le ce r sob o regim e do D ecreto n<? 19.851 da R eform a Fran­ c is c o Cam pos, que se despertou a necessida de de um a dade d estinad a a ser um ce n tro de c u ltu ra filo s ó fic a e literári e fo c o poderoso de ativid a d e s c ie n tífic a s . E ntendiam seus or­

ganizad ores que a Faculdade de F ilo so fia , C iê n cia s e Letras, ins' titu íd a não para ser apenas p o rta d o ra mas c ria d o ra de cultura, devia org a n iza r-se com o um n úcleo em que se tem de centrar U n iversidade em torno e em fu n çã o da qual se re o rg a n iz a ria ^, pela base, as escolas p ro fissio n a is.

A s tra n sfo rm a çõ e s p o lític a s de 1937, in fe lizm e n te , altera ram os rum os da U n iversidade p aulista, e as re sistê n cia s que 5 ergueram im pediram que a F aculdade de F ilo so fia exercesse- desde o seu início, o papel c ie n tífic o e c u ltu ra l que lhe fo ra oe tin a d o com o “ alm a m a te r” da o rg a n iza çã o u n ive rsitá ria . A s fin a lid a d e c u ltu ra l seria realizada “ d e n tro da U n iv e rs id a d e ” , ma sem nenhum a a rtic u la ç ã o fu n c io n a l no plano dos estudos co os dem ais in stitu to s. R eduziram -se, assim , as novas Faculd des, a m ais um cu rso p ro fissio n a l, que passou a congregar, p a rtir de 1964, a m aior p a rce la da p o p u la çã o u n ive rsitá ria .

Os elevados p rin c íp io s da R eform a F ra n cisco C am pos nao foram s u ficie n te s para o rg a n iza r, em m oldes universitários, sistem a de ensino s u p e rio r b ra s ile iro . Novas U niversidades ram c ria d a s sem nenhum a fu n çã o in te g ra d o ra . A s escolas >s ladas, c u ja e x istê n cia fo i re c o n h e c id a co m o tra n s itó ria , tornn, ram -se a regra com um e se e x p a n d ira m de fo rm a surpreende te. Basta que vejam os o núm ero de e sta b e le c im e n to s criaa

nos perío d o s abaixo in d ic a d o s : .

De 1808 a 1890 De 1890 a 1930 De 1930 a 1945 De 1945 a 1960 De 1960 a 1968

Criados

14 72 95 223 278 Tota* 14

86

181

404 682

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A Lei n9 4 .0 2 4 , de 20 de dezem bro de 1961, que fix o u as D iretrizes e Bases de E ducação N acional tam bém não alterou sig n ifica tiva m e n te a e s tru tu ra fu n d a m e n ta l do sistem a de en­ sino s u p e rio r. No seu T ítu lo IX, Cap. I, de p o is de d e fin ir o o b ­ jetivo do ensino s u p e rio r (art. 66), disp õ e que “ o ensino supe- r'° r será m in istra d o em e s ta b e le cim e n to s a grupad os ou não em U niversidades, com a co o p e ra çã o de in s titu to s de pesqui­ sa e ce n tro s de tre in a m e n to p ro fis s io n a l” (art. 67). Fixou-se, as- sirr‘, com o regra, co m o n o rm a geral, o que até então vinha sendo, de a co rd o com o D ecreto n9 19.851, de a b ril de 1931, a exceção le g a lm e n te c o n s e n tid a : “ O ensino s u p e rio r no Bra- obedecerá, de p re fe rê n cia , ao sistem a u n ive rsitá rio , p oden­ do ainda ser m in istra d o em in s titu to s is o la d o s . . . ”

A Lei de D ire trize s e Bases, c o n ce b e n d o a unive rsid a d e c°m o m era reunião de e sco la s (art. 79), p ro p ic ia n d o a cria çã o ^e unive rsid a d e s ru ra is e o u tra s de o b je tiv o e sp e cia liza d o (art.

§ 1°). fra g m e n ta n d o a u n id a d e fu n c io n a l de ensino-pe squisa, °1icializando um tip o de c o lé g io nos m oldes dos atuais “ cu rsi- nhos” , represento u, c o n fo rm e assinala V a ln ir C hagas, “ im enso retrocesso na fo rm u la ç ã o ad e q u a d a dos prob le m a s m ais urgen- tes da U n ive rsid a d e b ra s ile ira ” . 9

5 . REFORM A UNIVERSITÁRIA O sistem a u n iv e rs itá rio b ra s ile iro passa, sistem aticam ente , a ser o b je to de a n á lise c rític a . D entro da p ró p ria o rg a n iza çã o |ja c o n s c iê n c ia da ne ce ssid a d e de um a revisão urgente, revisão 6 fins, revisão de m eios, de e s tru tu ra física, de a d m in istra çã o , 6 relação a lu n o -p ro fe sso r.

. C o lo ca d o s os p o n to s n e g a tivo s em e v id ê n c ia : c a rá te r es- anque das U niversidade s, in s u fic iê n c ia q u a n tita tiv a da rede apesar de e norm e expansã o nos ú ltim o s anos, fe ita pela m ul- P 'cação d e s o rd e n a d a de un id a d e s e co nseqü ente d e sp e rd ício e recursos m a te ria is e hum anos), pre se n ça in s ig n ific a n te de etivos e s c o la re s em ram os de e nsino c o n s id e ra d o s p rio ritá - °s em relação às n e ce ssid a d e s do País, exam es de acesso ao nsino s u p e rio r a lta m e n te se le tivo , fa lta de p ré d io s e apa re lh a - entos adequados, c á te d ra v ita líc ia e c u rríc u lo s e program as

8 Fonte: S etor de Docum entação e Inform ação do Departam ento de Unt° s U niversitários do MEC.

* CHAGAS, V alnir — A Luta pela Universidade do Brasil — M E C / HQS — 1967 — pág. 15.

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desatualizados, in icia -se novo processo de re fo rm u la çã o do en­ sino s u p e rio r b ra sile iro . O D ecreto-lei n<? 53, de 18 de novem bro de 1966, fix a p rin c íp io s e norm as de o rg a n iza çã o das U niversi­ dades Federais, ressaltando a necessidade de in te g ra çã o de ensino e pesquisa, vedando a d u p lic a ç ã o de m eios para fins id ê n tico s ou equivalentes a fim de a ssegurar unid a d e à frag­ m entada e stru tu ra unive rsitá ria . Para s u p rir lacunas, nele exis­ tentes, o D ecreto-lei n9 252, de 28 de fe ve re iro de 1967, defi­ niu o c o n ce ito de áreas básicas, im pondo o sistem a departa­ m ental e reduziu a autono m ia de c á te d ra para integrá-la, defi­ nitivam ente, no âm bito do departam ento.

A reform a universitária, co n v e rtid a num a das “ urgências nacio n a is e a lim ita çã o desses D ecretos face à co n ju n tu ra do ensino s u p e rio r b ra sile iro , levaram à in s titu iç ã o de um Grupo de T rabalho destinado “ a e stu d a r a re fo rm a da Universidade brasileira, visando a sua e ficiê n cia , m odernizaçã o, fle x ib ilid a d e a d m in is tra tiv a e form ação de recursos hum anos de alto níve para o desenvo lvim e nto do País” (a rt. 19 do D ecreto n<? 62.937- de 2 de ju lh o de 1968).

. Entenderam seus com ponen tes que, no caso b ra sile iro , a U niversidade dentre as suas m ú ltip la s tarefas, d e ve ria se enca­ m inhar p rin cip a lm e n te em função de um d u p lo pap e l: “ c o m o o lu g a r onde a c u ltu ra de um povo e de um a é p o c a tende a a tin g ir a p le n itu d e de sua a u to c o n s c iê n c ia ” e em seus objetivo p rá tico s com o lugar de p rodução da te c n o lo g ia , indispensáve a um a so cie d a d e que vive o m om ento c rític o de seu d e s e n v o ' vim e n to . Trata-se de inserir, no plano g lo b a l de desenvoly1' m ento do Pais, um a idéia c o n c re ta de u n ive rsid a d e brasileira nao com o sim ples tran sm isso ra de um a c u ltu ra universal P existente, mas com o a in s titu iç ã o responsável pela elaboraça de um a nova c u ltu ra que lhe cabe d e s c o b rir, fo rm u la r e trans

D ecorrente do re la tó rio do G rupo de T rabalho, foram Pr® m ulgadas, em 27 de novem bro de 1968, respectivam en te, Leis n° 5 .5 3 9 (que dispõe sobre o E statuto do M a g isté rio S“ ' p e rio r) e a de n? 5 .5 4 0 (fixa n d o norm as de o rg a n iza çã o e cio n a m e n to do ensino superior) que ju n ta m e n te com os ^ e cr to s -le is n? 464 e 465, de 11 de fe v e re iro de 1969, constituem - hoje, a le g isla çã o básica que rege o e nsino s u p e rio r b ra s ile ,r A b ra n g e n d o os pontos c rític o s do sistem a u n iv e rs itá rio , seg^n , o que p re co n iza o “ P rogram a E stra té g ico do Desenvolvim en e m ais o p e ra c io n a lm e n te o re la tó rio do G rupo de Trabalho,

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a reform a se p rocessand o em ritm o lento, fa ce às re sistê n cia s e d ific u ld a d e s já esperadas, um a vez que a tin g e e stru tu ra s tra ­ dicionais e p riv ilé g io s p ro fu n d a m e n te enra iza d o s no sistem a ar>terior. Entre o “ período c rític o ” e o “ p e ríodo o rg â n ic o ” com o estabeleceu T u rg o t, ou entre a “ idade da discussão e da tra ­ dição” com o p re te n d ia Bagehot, “ c e rta m e n te não se espera ^ue a lei opere por si o m ila g re da tra n sfo rm a çã o da u n iv e rs i­ dade b ra sile ira , mas venha a c e le ra r o p rocesso já desenca­ deado” . 10

O m odo pelo qual o en sin o s u p e rio r se in stitu iu no Brasil c°m o fenôm eno h is tó ric o , m ais um a c o n se q ü ê n cia das c o n d i- Ç°es e p o s s ib ilid a d e s da s o cie d a d e e s ta b e le c id a do que com o resultado de acidente s, segund o ju lg a m alguns, nos leva a c re r clue a R eform a — c o n te sta çã o e busca de um a ve rd a d e ira co n - ^ePção de U nive rsid a d e — assum e, no m om ento, a m a io r im - P°rtância, id e n tific a n d o -s e , enfim , ao tem po s ó c io -c u ltu ra l da Mudança que c a ra c te riz a a re a lid a d e b ra sile ira .

10 SUCUPIRA, Newton — A Reestruturação das Universidades Federais n<? 1 1 1 — r í o de Janeiro — M E C /IN E P — 1968 B o u o u n n A , New

Hev. bras. Est. Ped. pá9. 87.

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