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Processo produtivo da bauxita e da alumina: impactos socioambientais, formas de mitigação e o caso de barcarena, Pará, Brasil / Bauxite and alumina productive process: socio-environmental impacts, forms of mitigation and the case of barcarena, Pará, Brazi

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Academic year: 2020

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Processo produtivo da bauxita e da alumina: impactos socioambientais, formas de

mitigação e o caso de barcarena, Pará, Brasil

Bauxite and alumina productive process: socio-environmental impacts, forms of

mitigation and the case of barcarena, Pará, Brazil

DOI:10.34117/bjdv6n5-425

Recebimento dos originais: 13/04/2020 Aceitação para publicação: 21/05/2020

Amanda Carolina Santos de Matos

Formação acadêmica:Mestranda em Ordenamento do Território pela Universidade Nova de Lisboa Instituição: Universidade Nova de Lisboa

Endereço: Campus de Campolide, 1099-085, Lisboa, Portugal Email: amandacmatos@outlook.com

Rebeca Rodrigues Crespo Teixeira

Formação acadêmica:Mestranda em Ciências Ambientais pela Universidade de Hohenheim e Universidade de Copenhague

Instituição: Universidade de Hohenheim

Endereço: Schloss Hohenheim 1, 70599, Stuttgart, Alemanha Email: rebecarct@yahoo.com.br

Florene Belato Tavares

Formação acadêmica:Mestranda em Engenharia Universidade Federal do Espírito Santo Instituição: Universidade Federal do Espírito Santo

Endereço: Av. Fernando Ferrari 514, 29075-910, Vitória, Brasil Email: belatoflorene1@gmail.com

Isaac da Silva Lima

Formação acadêmica:Graduado em Engenharia Ambiental pela Universidade do Estado do Pará Instituição: Universidade do Estado do Pará

Endereço: Tv. Dr. Eneas Pinheiro 2626, 66095-015, Belém, Brasil Email: eng.isaaclima@outlook.com

Ana Lívia Cantuária Andrade

Formação acadêmica:Graduada em Engenharia Ambiental pela Universidade do Estado do Pará Instituição: Universidade do Estado do Pará

Endereço: Tv. Dr. Eneas Pinheiro 2626, 66095-015, Belém, Brasil Email: al.cantuaria@gmail.com

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Luiz Eduardo Chaves de Azevedo

Formação acadêmica:Mestre em Engenharia Química pela Universidade Federal do Pará Instituição: Universidade do Estado do Pará

Endereço: Tv. Dr. Eneas Pinheiro 2626, 66095-015, Belém, Brasil Email: educhavesazevedo@gmail.com

Giannbernni Furtado Beanni Farrinelli

Formação acadêmica:Graduado em Engenharia Ambiental pela Universidade do Estado do Pará Instituição: Universidade do Estado do Pará

Endereço: Tv. Dr. Eneas Pinheiro 2626, 66095-015, Belém, Brasil Email: giannbernni@gmail.com

RESUMO

A atividade mineradora é uma importante geradora de receitas à nação. Contudo, suas atividades são extremamente impactantes ao meio. Por isso, este trabalho se propõe a falar do processo produtivo da extração e obtenção da alumina e os impactos que são gerados a partir de então, bem como fazer um estudo de caso da mineradora Hydro e o vazamento rejeitos no município de Barcarena/PA, no início do ano de 2018. A metodologia utilizada foi uma revisão bibliográfica para que fosse possível a discussão sobre o tema. Percebe-se que a visão da mineradora Hydro sobre suas próprias atividades é muito otimista, no entanto as denúncias por parte da população mostram que há uma preocupante situação na região de Barcarena. Assim, dado o histórico brasileiro de tragédias com barragens de rejeitos, é muito importante o debate acerca deste tema.

Palavras-chave: Mineração; Amazônia; Impactos; Produção do alumínio. ABSTRACT

The mining activity is generating important revenues to the nation. However, its activities are extremely impactful to the environment. Therefore, this study aims to talk about the production process of extraction and obtaining the alumina and the impacts that are generated from then as well as making a case study of Hydro mining and leaking waste in Barcarena / PA, at the beginning of 2018. The methodology used was a bibliographic review to make it possible to discuss the topic. It is noticed that the vision of Hydro mining activities on their own is very optimistic, however complaints from the population show that there is a worrying situation in Barcarena region. Thus, given the Brazilian history of tragedies with tailings dams, the debate on this topic is very important.

Keywords: Mining; Amazon; Impacts; Aluminum production.

1. INTRODUÇÃO

É fato que a atividade mineradora traz indubitável riqueza e crescimento econômico, sendo, de acordo com Araújo, Oliveri e Fernandes (2014), um importante setor de geração de receitas à nação brasileira. Além disto, o Brasil possui grandes reservas de distintos minerais, como é o caso da bauxita, utilizada para a produção de alumínio.

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Contudo, a indústria extrativista mineral está entre as atividades antrópicas que mais causam impactos socioeconômicos e ambientais negativos, uma vez que estes estão associados às diversas fases de exploração dos bens minerais, que vão desde a lavra até o transporte e beneficiamento do minério, podendo estender-se após o fechamento da mina ou o encerramento das atividades (ARAÚJO, OLIVERI e FERNANDES, 2014).

Ademais, quanto aos impactos ambientais da cadeia produtiva do alumínio, tem-se a difusão e produção destes em todas as etapas do processo, começando desde a extração da bauxita, que é matéria-prima e que para tal necessita-se da retirada da vegetação superficial e a camada fértil do solo. Vale ressaltar que cada tonelada de bauxita beneficiada produz, em média, 1,5 toneladas de escória (HENRIQUES e PORTO, 2013).

Nessa sequência, considerando os dados da Associação Brasileira de Alumínio (ABAL), tem-se que a produção brasileira de 2015 foi estimada em 37.057,0 milhões de ton. de bauxita. Chega-se, portanto, a um número de 55.585,5 milhões de ton. de escória, na forma de uma lama marrom avermelha formada principalmente por óxidos de alumínio, ferro, silício e titânio.

Assim, o presente trabalho propõe-se a abordar a extração do minério da bauxita e beneficiamento para produção de alumina, com ênfase nos impactos socioambientais que estas atividades causam e as medidas mitigadoras que podem ser aplicadas, bem como contextualizar o tema por meio do estudo de caso em Barcarena, Pará, Brasil.

2. MATERIAL E MÉTODOS

A metodologia utilizada neste trabalho consistiu em uma pesquisa exploratória por intermédio de pesquisas bibliográficas. Segundo Gil (2008), a pesquisa exploratória proporciona maior familiaridade com o tema abordado. Assim, buscou-se entender o processo produtivo da alumina e, a partir de então, quais são seus impactos e como mitiga-los. Em sequência, foi realizada a coleta virtual de dados em sites institucionais que deram subsídios para um breve estudo de caso mostrando duas vertentes: a percepção da empresa sobre suas próprias atividades vs. a visão dos órgãos fiscalizatórios a respeito de irregularidades que causaram prejuízos socioambientais.

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. PROCESSO PRODUTIVO

O processo produtivo da alumina, Al2O3, é composto pela extração e beneficiamento da bauxita, sendo que o segundo envolve o processo de Bayer, principal processo industrial de produção de alumina, desenvolvido por Karl Josef Bayer em 1888. Inicialmente, para a exploração da bauxita, se faz necessário remover a vegetação superficial e de camadas rochas e argila presentes no terreno. Após todo este processo, o minério é transportado para a usina, ocorrendo a sua lavagem e britagem, antes do seu transporte para o refino (HYDRO, 2016).

Figura 1. Processo da extração da bauxita. Fonte: Hydro (2016).

Por sua vez, o beneficiamento divide-se em quatro etapas: digestão, clarificação, precipitação e calcinação, conforme fluxograma abaixo, que esquematiza este processo. Contudo, destaca-se que o processo de beneficiamento da bauxita consome uma grande quantidade de energia para que os processos possam ocorrer.

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Figura 2 – Fluxograma do processo produtivo da alumina. Fonte: Fonte: WAO (2003), adaptado.

3.2. IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS

Sabe-se que os principais impactos ambientais ocasionados pela atividade mineradora, relacionados ao meio físico e biótico, são: poluições sonoras, do ar, visual, da água e do solo; alterações dos lençóis freáticos; intervenções na fauna e flora; mudanças nas drenagens; esgotamento dos recursos hídricos; erosão; instabilidade do talude; assoreamento; produção de vibrações, entre outros (MAFFIA, 2011).

No solo, por exemplo, geram-se alterações de suas propriedades físicas e químicas, uma vez que a retirada da camada da superfície acaba por expor as camadas inferiores à erosão e perda de nutrientes. Além disso, o relevo é alterado, ocasionando a deposição indevida dos resíduos originados do procedimento de lavra e beneficiamento (PAIVA, 2006). Há a perda da fertilidade biológica do solo, compactação e modificação de estratigrafia (BRANDT MEIO AMBIENTE, 1995).

Por sua vez, os recursos hídricos são usados em várias etapas, iniciando na fase de pesquisa até as operações de rebaixamento do lençol freático para posterior remoção da camada do mineral e pode ser utilizado também na degradação do minério, sendo potencial poluidor de corpos hídricos regionais ou próprios lençol subterrâneo (MAFFIA, 2011).

Há também a geração da lama vermelha, resíduo da indústria de beneficiamento do alumino, que é gerada a partir do refino da bauxita para produção de alumina (Al2O3) por meio do processo Bayer. Sua composição química varia extensamente e depende da natureza da bauxita e da técnica empregada

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no processo Bayer em cada planta industrial. Normalmente, a lama vermelha retém todo o ferro, titânio e sílica presentes na bauxita, além do alumínio que não foi extraído durante o refino, combinado com o sódio sob a forma de um silicato hidratado de alumínio e sódio de natureza zeolítica, ou seja, é extremamente prejudicial ao meio (SILVA FILHO, ALVES & DA MOTTA, 2007).

Ademais, Paiva (2006) afirma que os óleos e graxas também são substâncias que podem interferir na oxidação de águas paradas, afetando outros organismos. O RIMA da CBA (Companhia Brasileira de Alumínio) informa que caso não ocorra o tratamento destes, haverá o comprometimento da qualidade do corpo d’água receptor (BRANDT MEIO AMBIENTE, 1995), ocasionando uma alteração da vida aquática.

Além disso, atrelado à atividade mineradora, há grande aumento populacional nas circunvizinhanças e isso pode ocasionar efeitos sociais negativos, uma vez nem todos os que migram conseguem as mesmas oportunidades. Assim, parte dessa população acaba ficando marginalizada, o que gera aumento da violência, doenças e até do consumo de drogas (CEMA, 1994; CNEC WORLEYPARSONS, 2012).

3.3. FORMAS DE MITIGAÇÃO

Como forma de mitigação dos impactos sobre o solo, recomenda-se que a disposição do efluente da lavagem da bauxita (constituído por uma argila vermelha) seja realizada em reservatórios localizados em zonas previamente degradadas pela mineração, o que reduz a quantidade de áreas que deverão ser recuperadas no futuro. Além disso, recomenda-se que se realize a lavra em faixas subsequentes, o que evita a retirada de todo o solo e sua cobertura vegetal a uma só vez e permite a evasão da fauna. Estas práticas possibilitam a regularização topográfica de superfícies aplanadas originais (CEMA, 1994; CNEC WORLEYPARSONS, 2012).

Em relação à contenção de impactos sobre a água e de efluentes líquidos, são exigidas medidas de controle geotécnico, de drenagem e de comportamento dinâmico do rejeito líquido. Dessa forma, recomenda-se a construção de canaletas para escoamento do efluente e de ETE, prevenindo a ocorrência de deslizamentos, erosão e contato do efluente com o manancial ou com o solo. Assim, também é possível reutilizar a água da chuva ou o próprio efluente tratado no processo, diminuindo o consumo da água de mananciais da região. Além disso, devem ser realizados estudos para se conhecer o ciclo hidrométrico no local, bem como monitorar a qualidade destes mananciais constantemente (CEMA, 1994; CNEC WORLEYPARSONS, 2012).

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O principal efluente líquido produzido na mineração da bauxita é a água usada para a lavagem do minério, que sai carregando argila em suspensão e é armazenada em reservatórios. Nesses locais, ocorre a sedimentação da argila e a água é reaproveitada (MINERAÇÃO RIO DO NORTE, 2017). Já o processo de Bayer gera um efluente líquido conhecido como “lama vermelha”. Sua disposição mais comum é pelo método seco, que permite a diminuição da umidade por evaporação e drenagem a partir da colocação da lama em leitos de secagem. Entretanto, devido aos altos custos e riscos associados aos métodos existentes de disposição, aplicações para o material têm sido buscadas, como: recobrimento de aterros e pavimentação, insumo na produção de cimento e na indústria cerâmica, tratamento de superfícies, tratamento de solos e águas degradados e ácidos, e catalizador na indústria química (SILVA FILHO, ALVES e MOTTA, 2007).

Sobre os impactos causados à biota, é possível recuperar a fauna e à flora do local a partir de diversos métodos, e todos eles devem estar descritos no PRAD (Plano de Recuperação de Áreas Degradadas) do empreendimento. Antes da retirada da vegetação, deve ser realizado um inventário das espécies ali presentes, bem como a coleta de sementes locais para o posterior replantio de espécies nativas na área. Ademais, quando a retirada da vegetação for realizada, recomenda-se que seja desflorestada a menor área possível, ou seja, apenas o mínimo necessário para a implantação e funcionamento do empreendimento (CEMA, 1994; CNEC WORLEYPARSONS, 2012).

Exemplos de métodos que podem ser utilizados para a recuperação das áreas são a colocação de leiras e a utilização de adubo verde. As leiras, que são junções de galhos e raízes amarrados uns aos outros, segundo Reis, Espíndola e Vieira (2003), ajudam a recuperar áreas degradadas por mineração ao incorporar matéria orgânica no local (aumentando as chances de germinação), servem como abrigo e microclima para a fauna e evitam a lixiviação. Deixar esses galhos e raízes no fundo das cavas da lavra pode ser prejudicial ao solo, pois há possibilidade de ocorrer processo de fossilização.

Já o plantio de leguminosas nativas pode ser utilizado como adubo verde, como visto por Faria et al (2006) em estudo sobre a nodulação de leguminosas em áreas de rejeito da lavagem de bauxita em Porto Trombetas. Estas espécies têm a capacidade de fixar nutrientes em solos de condições pobres ou degradadas, e podem ser associadas a gramíneas, que garantem recobrimento vegetal rápido.

Em relação aos impactos sonoros, pode-se mitigá-los com a presença de cortinas herbáceo-arbustivas que absorvam o som, manutenção constante de máquinas e veículos e proteção especial nos equipamentos para redução de ruídos. Os impactos atmosféricos podem ser mitigados com a presença de caminhões-pipa que realizem aspersões diárias no local afetado (diminuindo a concentração de material

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particulado na atmosfera) e com controle de emissões por máquinas e veículos (CEMA, 1994; CNEC WORLEYPARSONS, 2012).

Já para mitigar os impactos socioeconômicos sobre a comunidade local, devem ser postas em prática ações com o objetivo de evitar o movimento desnecessário de populações e privilegiar a mão de obra local, pois isto traz renda e benefícios sociais à população da região. Nisto também se inclui a construção de infraestrutura como residências, hospitais, escolas, locais para lazer, ruas asfaltadas, iluminação pública etc, bem como programas de acolhimento e capacitação da população migrante (CEMA, 1994; CNEC WORLEYPARSONS, 2012).

3.4 ESTUDO DE CASO

atividades da empresa Hydro e vazamento de rejeitos em Barcarena, Pará

A Hydro é uma empresa que produz alumínio primário, produtos laminados e extrudados e reciclagem, bem como atua também na lavra da bauxita, refina alumina e produz energia. Segundo a própria mineradora, a empresa foca em eficiência energética, eficiência econômica geral, desempenho ambiental e ambiente de trabalho (HYDRO, 2020).

A Hydro se descreve como estando vanguarda entre os produtores de alumínio no que diz respeito ao desenvolvimento e implementação de células eficientes em energia com baixas emissões, com a planta de Barcarena sendo uma das mais eficientes em termos energéticos do mundo. O carvão e o óleo combustível pesado são as principais fontes de energia para geração de vapor, enquanto a eletricidade importada da rede é principalmente hidrelétrica. A planta emite cerca de 3,8 milhões de toneladas de CO2 por ano e armazena seus resíduos a seco, o que minimiza a utilização do aterro sanitário (HYDRO, 2020).

A empresa também realiza a reciclagem do alumínio, faz o reflorestamento de áreas que foram descapeadas para a extração da bauxita e efetua o monitoramento das águas subterrâneas. Ademais, a instituição também possui práticas de gestão ambiental, como o uso racional de água, investimentos constantes no descarte ambientalmente correto e venda de resíduos e testes para o aproveitamento da lama vermelha (HYDRO, 2020).

Contudo, nos meses iniciais do ano de 2018, os moradores do município de Barcarena/PA denunciaram um possível vazamento na bacia de rejeitos da Mineradora Hydro, uma vez que, após uma chuva intensa, houve a inundação das casas ao redor do empreendimento e, cuja água possuía cor avermelhada, o que despertou o alarde da população. Posteriormente, um relatório publicado pelo

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Instituto Evandro Chagas - IEC (2018) constatou a contaminação de diversos corpos hídricos atestando níveis consideráveis de metais tóxicos nas amostras analisadas como arsênio, chumbo, manganês, zinco, mercúrio, prata, cádmio, cromo, níquel, cobalto e urânio. Além de alumínio, ferro e cobre.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), em 2018, havia 44 investigações abertas pelo MPF para apurar denúncias de irregularidades relacionadas à instalação e à operação das maiores empresas do polo industrial de Barcarena/PA, sendo uma delas relacionadas justamente às denúncias realizadas em razão do vazamento de efluentes da refinaria Hydro Alunorte, ocorrido 17 de fevereiro de 2018. Tal situação ocasionou a expedição, pelos órgãos envolvidos - MPF, Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) e Defensoria Pública do Estado do Pará -, direcionada à Hydro e à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, dotadas de uma série de recomendações, inclusive o embargo de uma das bacias de rejeitos da refinaria.

Contudo, ainda de acordo com o MPF, no dia 04 de abril de 2018, a Hydro comunicou à força tarefa do Ministério Público que considera que os relatórios do IEC têm erros e que o IEC não possui acreditação válida para realizar as amostragens e análises, nas quais os relatórios foram baseados, o que foi considerado Ministério Público como recusa à assinatura do termo de ajuste de conduta, sendo, posteriormente, determinada a redução das atividades da empresa Hydro em 50%, bem como o pagamento de multa no valor de R$ 150.000.000,00 por compensação ambiental (SEPLAD, 2018).

4. CONCLUSÕES

A atividade mineradora gera muitas receitas ao Estado, mas, em contrapartida, gera diversos impactos que muitas vezes são irreversíveis e, se tratando da realidade brasileira, percebe-se um enorme descaso das empresas desse setor para com o ambiente e com a população. Assim, as empresas buscam otimização de seus processos produtivos, porém ao esquecer da importância da preservação do ambiente e da vida, agem com descaso e criam problemas graves à sociedade em geral e principalmente à população que mora ao entorno dessas atividades como é o caso da população de Barcarena/PA.

REFERÊNCIAS

ARAUJO, E. R., OLIVIERI, R. D., e FERNANDES, F. R. C. (2014). Atividade mineradora gera riqueza e impactos negativos nas comunidades e no meio ambiente. CETEM/MCTI. Disponível em:

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO ALUMÍNIO (2020). Disponível em: http://abal.org.br/. Acesso em: 01/05/2020.

BRANDT MEIO AMBIENTE (1995). Companhia Brasileira de Alumínio: relatório de Impacto Ambiental RIMA. Zona da Mata-MG. Belo Horizonte.

CEMA (1994). Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental - EIA/RIMA do Projeto de Expansão de Porto Trombetas/Fase III em Oriximiná-PA.

CNEC WORLEYPARSONS (2012). Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental - EIA/RIMA do Projeto Alumina Rondon em Rondon do Pará-PA.

DE FARIA, S. M., DE LIMA, H. C., RIBEIRO, R. D., CASTILHO, A., e HENRIQUES, J. C. (2006). Nodulação em espécies leguminosas da região de Porto Trompetas, Oriximiná, Estado do Pará e seu potencial uso no reflorestamento de bacias de rejeito do lavado de bauxita. Embrapa Agrobiologia-Documentos (INFOTECA-E).

GIL, A. C. (2008). Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas.

HENRIQUES, A. B., & PORTO, M. F. S. (2013). A insustentável leveza do alumínio: impactos socioambientais da inserção do Brasil no mercado mundial de alumínio primário. Ciência & Saúde Coletiva, 18, 3223-3234.

HYDRO (2020). Mineração de Bauxita. Disponível em: https://www.hydro.com/pt-BR/sobre-o-aluminio/ciclo-de-vida-do-aluminio/. Acesso em: 01/05/2020.

INSTITUTO EVANDRO CHAGAS (2018). IEC divulga Nota e Relatório Técnico sobre denúncia de escoamento de efluentes na Empresa Hydro em Barcarena. Disponível em: http://www.iec.gov.br/portal/coletiva-hydro-2. Acesso em: 01/05/2020.

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MAFFIA, A. M. C. (2011). Impactos ambientais decorrentes da mineração de Bauxita e proposição de estratégias de formação docente no entorno do parque estadual da serra do brigadeiro. Tese de doutorado, Universidade Federal de Viçosa. Disponível em: https://www.locus.ufv.br/bitstream/handle/123456789/571/texto%20completo.pdf?sequence=1. Acesso em: 01/05/2020.

MINERAÇÃO RIO DO NORTE (2017). Sequência Operacional. Disponível em: http://www.mrn.com.br/paginas/pt/operacao/sequencia-operacional.html. Acesso em: 01/05/2020.

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL (2018). Caso Hydro Alunorte - resumo até 10 de abril de 2018. Disponível em: http://www.mpf.mp.br/pa/sala-de-imprensa/documentos/2018/caso_hydro_alunorte_2018_resumo_ate_10-04-18.pdf/view. Acesso em: 01/05/2020.

PAIVA, C. T. (2006). Proposta de metodologia para análise de passivos ambientais da atividade minerária. Ministério de Minas e Energia-MME.

REIS, A.; ESPÍNDOLA, M. B.; VIEIRA, N. K (2003). A nucleação como ferramenta para restauração ambiental. Anais do Seminário Temático sobre Recuperação de Áreas Degradadas. Instituto de Botânica, São Paulo/SP, p. 32-39.

SEPLAD - SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO (2018). Justiça determina à Hydro depositar R$ 150 milhões em juízo pelos danos em Barcarena. Disponível em: http://seplad.pa.gov.br/2018/04/10/justica-determina-a-hydro-depositar-r-150-milhoes-em-juizo-pelos-danos-em-barcarena/. Acesso em: 01/05/2020.

SILVA FILHO, E. B.; ALVES, M. C. M.; DA MOTTA, M (2007). Lama vermelha da indústria de beneficiamento de alumina: produção, características, disposição e aplicações alternativas. Revista Matéria, v. 12, n. 2, pp. 322 – 338.

WORLD ALUMINIUM ORGANIZATION (2003). Disponível em: http://www.world-aluminium.org. Acesso em: 01/05/2020.

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Figura 1. Processo da extração da bauxita. Fonte: Hydro (2016).
Figura 2 – Fluxograma do processo produtivo da alumina. Fonte: Fonte: WAO (2003), adaptado

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