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Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

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Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86821976000300004&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 20 nov. 2017.

REFERÊNCIA

PRATA, Aluizio et al. Tratamento da esquitossomose mansoni pela oxamniquine em dose

única, pela via oral.

Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical

, Uberaba, v. 10, n. 3,

p. 127-136, maio/jun. 1976. Disponível em:

(2)

TRATAMENTO DA ESQUISTOSSOMOSE MANSONI PELA

OXAMNIQUINE EM DOSE ÚNICA, PELÀ VIA ORAL

Alu iz io Prat a* , Liana Lauria* , José Fernando M . Figueiredo* * e Plfnio Garcez de Senna* * *

A o xa m n iq u in e em cá p su la s f o i usada n o t rat a m en t o d e 132 d o en t es co m esq u ist o sso m o se m a n so n i cr ô n ica , sen d o 129 co m a fo rm a h ep a t o -in t est in a l e 3 co m a fo rm a h ep a t o -esp lên ica . A d o se f o i d e 10 m g p o r q u ilo d e p eso co r p o r a l em 3 4 p a cien t es, 12 .5 m g em 3 5 e 15 m g em 6 3 . A t o lerâ n cia f o i excelen t e em 4 3 ,2 % d o s t rat ados, b oa em 4 8 ,5 % e sa t isfa t ó ria em 8 ,3 % . A s q u eixa s m a is freq ü en t es fo ra m t o n t u ra s e so n o lên cia , que a parecem lo g o a p ó s a ing est ã o da droga e são fugazes. Os exa m es de la b o r a t ó r io m o st raram em u m o u o u t r o p a cien t e so m en t e d iscret a ret en çã o d e b ro m o su lfa lein a , a u m en t o de t ransam inase e da b ilir r u b in a , in su f icie n t e s p ara ca r a ct eriza r um a h ep a t o xici-dade evid en t e.

O seg u im en t o d o s p a cien t es se p r o lo n g o u p o r m a is de q u a t ro m eses e co n st o u de p elo m en o s cin co exa m es de fezes p elo m ét o d o d e sed im en t a çã o. To d o s o s exa m es foram n eg a t ivo s em 2 0 (6 6 ,6 6 % ) p a cien t es q u e t om aram 10 m g, em 13 (5 6 ,5 2 % ) q u e t om aram 1 2 .5 m g e em 4 1 (8 9 ,1 3 % ) q u e t om aram 15 m g. Exclu in d o -se o s m en o res d e 16 a no s su b iu a 9 5 % a n eg a t ivid a d e en t re o s q u e fo ra m t rat a do s co m 15 m g.

IN TRO D U ÇÃ O

A oxam niquine pela via int ram uscular de­ monst rou ser um m edicam ent o de elevada eficácia e de baixa t oxicidade no t rat am ent o da esquist ossomose m ansoni1, 2 - 5 ' 1 ■ 8 • 9 . No en­ t ant o, a injeção da subst ância produz intensa dor local, que lim it a seu uso. Assim sendo, os fabricant es da droga prepararam fórm ulas para a via oral. Duas delas foram disponíveis para a experim ent ação clín ica, uma em cápsulas e a outra em xarope. O presente t rabalho relata nossa experiência inicial com o uso da oxam ni­ quine em cápsulas.

M A TERIA L E M ÉTODOS

No período de março de 1973 a julho de 1974 t rat am os 132 indivíduos infect ados pelo

S. m a n so n i. Todos eram port adores da forma crônica da esquistossomose sendo 129 da forma hepat o-int est inal e 3 da form a hepat o-esplênica compensada. Quarent a e cinco foram t rat ados em Brasília e 87 em Salvador (Tabela 1). Os 20 prim eiros pacient es t rat ados em Brasília perma­ neceram int ernados durant e os sete dias iniciais após o t rat ament o e os dem ais foram t rat ados e observados em am bulat ório.

* Professor de M edicina Tropical da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília. * * Professor de M edicina Tropica l da Faculdade de M edicina da Universidade Federal da Bahia. * * * Professor de Neurologia da Faculdade de M edicina da Universidade Federal da Bahia.

(3)

128 Rev. Soc. Bras. Med. Trop. Vol. X NP 3

Tabela 1 — Dose e localidade em que foram t rat ados 132 esquist ossom ót icos pela oxam niquine oral

Dose (m g/ kg de de pacient es Localidade

peso corporal)

10 1 Brasília

10 33 Salvador

12,5 22 Brasília

12,5 13 Salvador

15 22 Brasília

15 41 Salvador

Tot al 132

Dos 132 indivíduos 106 eram do sexo masculino e 26 do sexo fem inino, sendo 28 brancos, 77 pardos e 27 pretos. A dist ribuição etária foi a seguinte:

Grupo Et ário

10 15

20

25 30 35 40 14 19 24 29 34 39 64

N9 de pacientes 9 16 71 9 10 9

8

Entre os sintom as m encionados antes do t ratament o estavam os seguintes:

Sint om as Dor abdominal Diarréia Tont uras Obst ipação Cefaléia Insônia

N9 de pacientes 16 10

1

7 4

1

0 peso dos pacient es variou ent re 30 e 100 quilogram as:

Peso corporal N9 de pacientes

30 - 39 7

40 - 49 16

50 - 59 34

60 - 69 42

70 - 79 23

80 - 89 7

90 - 100 3

Em 128 indivíduos o t rat am ent o fo i feit o pela primeira vez. Um pacient e t inha usado " Am b ilh ar " em 1967 e t rês t om aram o xam n i­ quine, por via int ram uscular, em 1972, sendo que um destes t inha sido ainda m edicado com hycant hone em 1973.

O diagnóst ico parasito lógico fo i feit o pelo encont ro de ovos viáveis de S. m a n so n i nas fezes através da t écnica de sediment ação. A cont agem de ovos por grama de fezes f o i feit a pelos m ét odos de Kat o ou Barbosa, cuja média em t rês exames m ost rou a seguint e int ensidade de infecção em 45 pacient es t rat ados em Brasília.

Outros diagnóst icos concom it ant es foram feit os, sendo o de hipert ensão art erial, diabet e e escabiose assinalados em um pacient e, respect i­ vamente, e epilepsia e t uberculose pulm onar em dois.

Os exames de fezes, além da esquistossomo- se, revelaram ovos de ancilost om ídeos em cinco doent es, de A . lu m b r ico id e s em t rês, de H . nana

em três e de T. t r ich u r is em um , larvas de

S. st erco r a lis em dois e cist os de G. in t e st in a lis

em um.j

Ovos/ grama de fezes 0 1 - 99 100 - 199 500 - 599

N9 de pacient es

2

41

1

1

(4)

Mai-Jun/ 75 Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 129

constaram do seguint e: a) cont agem global e diferencial dos leucócit os; b) cont agem de he- mácias e de ret iculócit os e det erm inação da hemoglobina, do hem at rócit o e da velocidade de sediment ação das hemácias; c) nível de dehidrogenase lát ica; d) níveis de album ina-glo- bulina sérica, t urvação do t im ol e prova da cefalina-colest erol; e) prova da retenção de bro- mosulfaleina (5m g/ kg de peso corporal); f) do­ sagem da uréia, creat inina, glicose e bilirrubinas no soro; g) det erm inação da fosfat ose alcalina e da t ransam inase glut âm ico oxaloacét ica e glut â- mico pir úvica; h) exame sum ário de urina, incluindo pH, densidade, glicose, album ina e sediment o; i) elet rocardiogram a; j) eletroencefa- lo grama.

Analisando-se os exames realizados antes da terapêutica, observam os as seguint es alt erações das cifras consideradas com o norm ais (Tabe­ la 3):

A. Transam inase glut âm ico oxaloacét ica acima de 40 U em oit o (Fig. 1), t ransam inase glut âm ico pirúvica acim a de 35 U em um (Fig. 2) e fosfat ase alcalina acim a de 15 U em oit o.

B. Ret enção da brom osulfaleina acim a de 5% em dois (Fig. 3).

C. Bilirrubina t ot al acim a de 1,0 mg em um (Fig. 4), uréia acim a de 40m g% em dois, creat inina acim a de 2m g% em um , glicose acima de 120m g% em um e abaixo de 60m g% em um.

D. Album ina abaixo de 3,5 g% em t rês, globu- linas séricas acim a de 3,5 g% em cinco, t urvação do t im ol acim a de 4 U em 14 e prova da cefalina-colest erol de +++ a ++++ em 36.

E. Hem oglobina acim a de 16 gramas em 14 e abaixo de 12 gramas em t rês, velocidade de sedim ent ação das hemácias acim a de 10m m na 1? hora em 34 (Fig. 5) e ret iculócit os acim a de 3% em um .

F. Co n t age m d e leu có cit o s acim a de

10.000 m m 3 em seis pacientes e abaixo de 5.000 m m 3 em 11 (Fig. 6), relat iva neut ro- penia em 57 e neut rofilia em quat ro. Eosinofilia em 84 (Fig. 7). Linfocit ose em 30 e linfocit openia em um . M onocit ose em três.

G. No elet rocardiogram a havia bradicardia si- nusal em cinco, arrit m ia sinusal em t rês.

sobrecarga do vent rículo esquerdo em t rês, bradiarrit m ia sinusal em um , alteração de repolarização vent ricular em três.

A oxam niquine f o i usada por via oral, so b a form a de cápsula, em doses variando de 10 a 15 mg por quilogram a de peso corporal (Tabe­ la 1), t om ada de uma só vez.

A t olerância à droga fo i avaliada pela anota­ ção das queixas apresent adas espontaneamente pelos pacientes ou através de int errogat ório siste­ m atizado, nos prim eiros dias após a t omada da mesma, assim com o pela repet ição dos exames complement ares.

O cont role da cura fo i realizado através de exames de fezes repet idos durant e o período de 12 meses. O número previst o fo i dez por pacient e, havendo no ent anto os seguintes que não realizaram ps exames programados:

N9 de exam e de feses N9 de pacient es

0 10 1 13 2 2 3 1 4 6 5 4 6 4 8 3 9 4

Por out ro lado 26 pacientes fizeram mais de que os dez exam es programados.

O t em po programado para o seguimento foi de seis meses, havendo 36 doent es que não foram acom panhados neste período sendo que 17 não at ingiram nem quatro meses de segui­ mento.

Ao analisarm os a eficácia da droga exclu í­ mos os 32 pacientes que nao realizaram pelo menos cinco exam es de fezes e mais um paciente que embora t enha feit o seis exames de cont role não at ingiu o seguiment o m ínim o de quatro meses.

RESU LTA D O S

Na análise dos resultados consideraremos a t olerância à droga e sua eficácia t erapêutica.

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Ú m CA M O U M H t N U

F IA * 2 T RA N SA M IN A SE G L U T Í M ICO - P IRU V ICA A N T ES E A P O S A D O SE Ú M CA ' O XA M M Q U N E O RA L.

(6)

, Vol X NP 3 R w . Soc. Bras. Med. Trop. I 131

Tabela 2 — M anifest ações de t oxicidade e efeit os colat erais de diferent es doses de oxam niquine, no t rat am ent o de 132 esquist ossom ót icos

Queixa Dose (mg/ kg/ peso corporal)

10 12,5 15

Tont uras 13(38,2%) 4(11%) 30(47,6%)

Sonolência 1( 2,9%, 7(20%) 20(31 %)

Cefaléia 2( 5,8%) 6( 9,5%|

Diarréia 1( 2,9%) 2(5,7%) 2( 3,2%)

Vôm it os 4( 6,3%)

Náuseas 2( 5,8%) 1( 1,6%)

Ast enia 2( 5,8%) 1( 1,6%)

Dor abdom inal 1( 2,9%) 1( 1,6%)

Sem queixas 16( 47%) 24(68,5%) 18(28,6%)

As queixas referidas foram de pouca duração e quase sempre se lim it aram às 24 horas seguintes ao t rat am ent o. No 2? dia após o t rat am ent o soment e houve m enção de t ont ura, sonolência, cefaléia, diarréia e ast enia, respect i­ vament e, em um doente e no 39 dia sonolência e ast enia soment e foram referidas, t am bém , uma única vez.

As queixas foram relacionadas com o sendo leves em t odos os pacient es que t om aram a dose de 10 e de 12,5 mg, excet o em um deles em que a ast enia f o i classificada com o moderada. Com a dose de 15 m g/ kg a m aioria das queixas t am bém foram t idas com o leves. No ent ant o, foram incluídas com o moderadas as t ont uras de

quatro pacientes, a sonolência de cinco, a

cefaléia de t rês e a diarréia de um e como severas as t ont uras de t rês e a cefaléia de um pacient e. Som ent e f o i usada m edicação au xiliar no com bat e à diarréia de um paciente.

As duas queixas mais freqüent es — t ont uras e sonolência — apareciam geralment e duas a t rês horas após a ingestão da droga e em alguns pacientes que t om aram m edicação após as refeições houve discret a dim inuição das m encio­ nadas reações colat erais. Não houve referência a nenhuma queixa em 1 6 (4 7 %) pacient es que t om aram a dose de 10 mg, em 24 (68,5%) pacient es que t om aram 12,5 m g e em 18 (28,6%) dos que usaram 15 mg/ kg/ peso corpo­ ral. De m odo geral, a t olerância fo i t ida como excelent e em 57 (43,2%) pacient es, com o boa em 64 (48,5%) e com o sat isfat ória em 11

(8,3%) pacient es.

Os exames laborat oriais m ost raram as seguin­ t es alt erações (Tabela 3):

1) A t ransam inase glut âm ico oxaloacét ica

elevou-se acim a de 40 U em oit o pacientes um

dia após o t rat am ent o e em cinco, seis dias após (Fig. 1).

2) A t ransam inase glut âm ico pirúvica mos­ t rou-se acim a de 35 U em dois pacientes no dia

imediat o ao t rat am ent o e em t rês, seis dias após (Fig. 2).

3) Fosfatase alcalina acima de 15 U em seis pacientes um dia após o t rat ament o e em nove após seis dias.

4) A retenção de brom osulfaleina estava acim a de 5% em cinco pacient es, t ant o no dia im ediat o com o em seis dias após o t rat amento (Fig. 3).

5) A bilirrubina t ot al do soro elevou-se acima de 1 m g% em quatro pacient es no dia imediat o ao t rat am ent o e em t rês pacientes seis dias após (Fig. 4).

6) Uréia acim a de 40 m g% em um pacient e no dia im ediat o e em cinco pacient es seis dias após.

7) Glicem ia acim a de 120 mg% em um pacient e seis dias após o t rat ament o e abaixo de 60m g% em dois pacient es no dia im ediato e em t rês pacientes seis dias após.

8) Os valores das prot eínas t ot ais séricas variaram ent re 6,9 a 7,1, sendo que album ina abaixo de 3,5m g% fo i observada em um pacien­ t e no dia im ediat o ao t rat am ent o e em t rês, seis dias após. Globulinas acim a de 3,5m g% estavam presentes em sete pacient es um e seis dias após o t rat am ent o.

9) Turvação do t im ol acim a de 4 U em 20 pacientes no dia imediat o e em 14 pacientes seis dias após o t rat am ent o. Posit ividade da prova da cefalina-colest erol acim a de ++ fo i observada em 41 pacient es um dia após e em 57 pacient es seis dias após o t rat am ent o.

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Mai-Jun/ 75 Rev. Soc. Bras. Mad. Trop. 133

11) Taxa de hem oglobina.abaixo dos lim it es considerados norm ais em t rês pacient es no dia imediato e em quat ro, seis dias após.

12) Velocidade de sedim entação das hemá- cias encont rava-se acim a de 10m m na 1? hora em 32 pacient es um dia após e em 37 pacientes seis dias após o t rat am ent o (Fig. 5).

13) Os ret iculócit os estavam elevados em um paciente no dia im ediat o ao t rat am ent o.

14) A cont agem de leucócit os most rou-se abaixo de 5.000m m 3 em 18 pacient es no dia imediat o e em 14 pacient es seis dias após enquanto que t rês pacient es no dia imediat o most ravam leucócit os acim a de 10.000m m 3 e sete pacientes seis dias após (Fig. 6). Neut rófi- los elevados em dois pacientes um dia após o t ratament o e em t rês, seis dias após. Eosinófilos acima de 5% em 83 pacientes no dia imediat o

ao t rat am ent o e em 92 pacientes seis dias após (Fig. 7). Lin f ó cit o s elevados em 35 no dia imediat o e em 24 pacientes seis dias após. Linfopenia em dois pacient es um dia após e em seis pacient es seis dias após. M onocit ose estava presente em seis pacient es um e seis dias após o t rat am ent o.

15) 0 exame de urina não most rou alt era­

ções. \

16) O elet rpcardiogram a no dia imediat o estava normal em 18 pacient es, apresentava bradicardia sinusal em quat ro, arrit m ia sinusal em dois, sobrecarga do vent rículo esquerdo em dois, bradiarrit m ia sinusal em um , alt eração da repolarização vent ricular em dois e ext rassíst o- les auriculares em um .

17) O elet roencefalograma estava normal nos 26 pacientes em que f o i realizado.

T a b e la 3 — E x a m e s la b o r a t o r ia is a n t e s e a p ó s o t r a t a m e n t o c o m o x a m n iq u in e

Ex a m e s

T r a t a m e n t o

an t es 1 d ia a p ó s 6 d ia s a p ó s T r a n sa m in a se g lu t â m ic o o x a lo a c é t ic a

( a cim a d e 4 0 U ) 8 8 5 T r a n sa m in a se g lu t â m ic o p ir ú v ic a

( a cim a d e 3 5 U ) 1 2 3 Fo sf a t a se a lc a lin a

( a cim a d e 1 5 U ) 8 6 9 B r o m o su K a t e in a

( r e t e n çã o a c im a d e 5% ) 2 5 5 B ilir r u b in a t o t a l

( a cim a d e 1 m g % ) 1 4 3 U r é ia

( a cim a d e 4 0 m g% ) 2 1 5 Cr e a t in in a

( a cim a d e 2 m g% ) 1 1 G lic o s e

( a cim a d e 120m g% ) 1 1 ( a b a ix o d e 6 0 m g % ) 1 2 3 A lb u m in a

( a cim a d e 3 ,5g % ) 3 1 3 G lo b u lin a

( a cim a d e 3 ,5g % ) 5 7 7 T u r v a ç ã o d o t ím o l

( a cim a d e 4 U ) 1 4 2 0 1 4 Pr o v a d e c e f a lin a - c o le s t e r o l

( a cim a d e + + ) 3 6 41 5 7 H e m o g lo b in a

( a b a ix o d e I 2 g % ) 3 3 4 H e m o s s e d im e n t a ç lo

( a cim a d e 1 0 m m 1 ?h .) 3 4 3 2 3 7 R e t ic u ló c it o s

( a cim a d e 3% ) 1 1 L e u c ó c it o s

( a cim a d e 1 0 . 0 0 0 m m 3 ) 6 3 7 j a b a ix o d e 5 . 0 0 0 m m 3 ) 11 1 8 1 4 N e u t r ó f ilo s

( a cim a d e 7 0% ) 4 2 3 ( a b a ix o d e 5 0% ) 5 7 6 7 5 9 Ç o s in ó f ilo s

( a cim a d e 5% ) 8 4 8 3 9 2 L i n f ó c it o s

( a cim a d e 4 0 % ) 3 0 3 5 2 4 ( a b a ix o cte 2 0% ) 1 2 6 M o n ó c it o s

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134 Rev. Soc. Bras. Med. Trop. Mai- Jun/ 7 5

Da análise dos exam es laborat oriais antes e após o t rat am ent o vemos que houve mais doentes com t ransaminase glut âm ico pirúvica, retenção de brom osulfaleina e bilirrubinas t o ­ t ais acima dos lim it es da norm alidade, após o t rat ament o. Todavia as anorm alidades foram isoladas e não coincidir am nos mesmos pacien­ t es, exceto em um deles. Neste caso havia uma retenção de brom osulfaleina de 3% antes do t ratament o elevando-se a 5% no dia im ediat o e a 6,8% seis dias após, coincidindo com a t urvação do t im ol que subiu de 4 U para 6,5 U e post eriorment e 9 U e a t ransam inase glut âm i­ co oxaloacét ica de 25 U passou para 50 U e depois para 15 U respectivament e um e seis dias após a t erapêut ica.

Quanto à eficácia do t rat am ent o verificam os que ent re os pacient es que realizaram pelo menos cinco exam es de fezes, em um período m ínim o de quatro meses, observam os que, na dose única de 10mg/ kg/ peso corporal 20 (66,66%) em 30 cont rolados deixaram de elim i­ nar ovos de S. ma n so n i pelas fezes. A dose de 12,5mg/ kg/ peso corporal negat ivou as fezes de

13 (5 6 ,5 2 % ) em 2 3 pacient es. Com

15mg/ kg/ peso corporal 41 (89,13%) em 46 doent es deixaram de elim inar ovos pelas fezes (Tabela 4).

Const at am os que dos oit o doent es t rat ados com idade inferior a 16 anos, quat ro deles cont inuaram elim inando ovos pelas fezes, sendo que um havia recebido a dose de 12,5m g et rês a de 15mg/ kg. Exluindo-se da nossa casuíst ica os oit o menores de 16 anos, as percentagens de cura com a dose de 12,5m g passa a ser 57,14% e a de 15mg, 95%.

Dos quatro pacientes que foram ret rat ados, um que t om ou " Am b ilh ar " e out ro que t om ou oxam niquine int ram uscular t ornaram-se negati­ vos, out ro t rat ado com oxam niquine int ram us­ cular não figurou ent re os cont rolados e um de 10 anos de idade que já havia recebido ant erior­ mente hycant hone e oxam niquine int ram us­ cular m ost rou o prim eiro exame de fezes posit ivo feit o após t rês meses de t rat am ent o, embora seguido por out ros oit o negativos nos oit o meses seguintes.

Tabela 4 — Eficácia da oxam niquine oral em diferentes doses no t rat am ent o da esquistossomose mansoni.

Dose Pacient es Pacient es cont rolados

(mg/ kg) t rat ados

cont rolados curados

N9 %

10 34 30 20 66,66

12,5 35 23 13 56,52

15 63 46 41 89,13

Tot al 132 99 74 74,74%

CO M EN TÁ RIOS

A oxam niquine em dose única, de 15mg por quilo de peso corporal, pela via oral, most rou-se bastante eficaz no t rat am ent o da esquist osso­ mose. Com t al dose a percent agem de negativa- ção das fezes fo i de 89%, subindo a 95% nos grupos et ários acim a de 15 anos de idade. Os resultados obt idos com doses inferiores a 15mg foram m edíocres e neste pont o nossos dados discordam dos de Cout inho e co ls.2 e de Silva e cols.9. Enquant o nossas percentagens de possí­ vel cura parasito lógica com a dose de 12,5m g não ult rapassaram a 60% os aut ores acima

m encionados obt iveram respect ivam ent e 87,5 e 81,5.

Tornou-se evident e que os pacientes jovens não respondem com o os adult os às mesmas doses do m edicam ent o e possivelment e a dose de 15m g é insuficient e para o t rat am ent o de crianças.

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Da análise dos exam es laborat oriais antes e após o t rat am ent o vemos que houve mais doent es com t ransaminase glut âm ico pirúvica, retenção de brom osulfaleina e bilirrubinas t o ­ t ais acima dos lim it es da norm alidade, após o t rat am ento. Todavia as anorm alidades foram isoladas e não coincidir am nos mesmos pacien­ tes, excet o em um deles. Neste caso havia uma retenção de brom osulfaleina de 3% antes do t rat ament o elevando-se a 5% no dia im ediat o e a 6,8% seis dias após, coincidindo com a t urvação do t im ol que subiu de 4 U para 6,5 U e post eriorment e 9 U e a t ransam inase glut âm i­ co oxaloacét ica de 25 U passou para 50 U e depois para 15 U respectivament e um e seis dias após a t erapêut ica.

Quanto à eficácia do t rat am ent o verificam os que ent re os pacientes que realizaram pelo menos cinco exam es de fezes, em um período m ínim o de quat ro meses, observam os que, na dose única de 10m g/ kg/ peso corporal 20 (66,66%) em 30 cont rolados deixaram de elim i­ nar ovos de S. ma n so n i pelas fezes. A dose de 12,5m g/ kg/ peso corporal negat ivou as fezes de

1 3 (5 6 ,5 2 % ) em 2 3 pacient es. Com

15mg/ kg/ peso corporal 41 (89,13%) em 46 doent es deixaram de elim inar ovos pelas fezes (Tabela 4).

Const at am os que dos oit o doent es t rat ados com idade inferior a 16 anos, quat ro deles cont inuaram elim inando ovos pelas fezes, sendo que um havia recebido a dose de 12,5m g et rês a de 15mg/ kg. Exluindo-se da nossa casuíst ica os oit o menores de 16 anos, as percentagens de cura com a dose de 12,5m g passa a ser 57,14% e a de 15mg, 95%.

Dos quatro pacientes que foram ret rat ados, um que t om ou " Am b ilh ar " e out ro que t om ou oxam niquine int ram uscular t ornaram-se negati­ vos, out ro t rat ado com oxam niquine int ram us­ cular não figurou ent re os cont rolados e um de 10 anos de idade que já havia recebido ant erior­ mente hycant hone e oxam niquine int ram us­ cular m ost rou o prim eiro exam e de fezes posit ivo feit o após t rês meses de t rat am ent o, embora seguido por out ros oit o negativos nos oit o meses seguintes.

Tabela 4 — Eficácia da oxam niquine oral em diferent es doses no t rat am ent o da esquistossomose mansoni.

Dose Pacient es Pacient es cont rolados

(mg/ kg) t rat ados

cont rolados curados

N9 %

10 34 30 20 66,66 / "

12,5 35 23 13 56,52

15 63 46 41 89,13

Tot al 132 99 74 74,74%

CO M EN TÁ RIO S

A oxam niquine em dose única, de 15m g por quilo de peso corporal, pela via oral, most rou-se bastante eficaz no t rat am ent o da esquist osso­ mose. Com t al dose a percent agem de negativa- ção das fezes fo i de 89%, subindo a 95% nos grupos et ários acim a de 15 anos de idade. Os resultados obt idos com doses inferiores a 15mg foram m edíocres e neste pont o nossos dados discordam dos de Cout inho e co ls.2 e de Silva e cols.9. Enquant o nossas percentagens de possí­ vel cura parasit ológica com a dose de 12,5m g não ult rapassaram a 60% os aut ores acima

m encionados obt iveram respect ivam ent e 87,5 e 81,5.

Tornou-se evident e que os pacient es jovens não respondem com o os adult os às mesmas doses do m edicam ent o e possivelm ent e a dose de 15m g é insuficient e para o t rat am ent o de crianças.

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medicament o após as refeições alt erou pouco a freqüência das t ont uras e da sonolência, em nossa experiência, embora Silva e co ls.10 t e­ nham m encionado grande redução destas quei­ xas se o m edicam ent o fo r t om ado à noite ou após as refeições.

As alterações discret as em um ou out ro pacient e nos níveis de retenção da brom osulfa­ leina, da t ransam inase glut âm ica pirúvica e da bilirrubina, não nos perm it em ainda exclu ir t ot al­ mente a probabilidade de que a oxam niquine oral possua algum grau de hepat oxicidade. O mesmo já havíam os dit o sobre a oxam niquine injet ável7.

Com parafjaoxjj oxam niquine pela via oral com a ipt ram uscular, vemos que esta seria

preferida se não fosse a dor m uscular que provoca.

At é o m oment o ainda não se relat ou nenhu­ ma reação grave após o uso de oxam niquine. Os fabricant es da droga inform aram que até junho de 1975 cerca de 100.000 pessoas já t om aram a medicação no Brasil. A boa t olerância da oxam niquine ao lado de sua elevada eficácia t erapêut ica permit e seu ensaio em projetos de t rat amento em massa.

Nada sabemos ainda sobre a possibilidade de resist ência após t rat am ent o com a oxam niqui­ ne. Kat z e cols.4 encont raram uma cepa resis­ t ente à oxam niquine, isolada de pacientes que haviam t om ado hycant hone e niridazole. Dos nossos t rês pacient es t rat ados ant eriorment e com hycant hone dois deixaram de eliminar ovos de S. Yna n son i pelas fezes.

SU M M A RY

O xa m n iq u in e in ca p su les w as u sed in t h e t rea t m en t o f 1 3 2 p a t ien t s w it h ch r o n ic

Schist osom a m ansoni in f e ct io n s. 129 h a vin g t h e h ep a t o in t e st in a l fo r m a n d 3 t he hepat o sp le n ic fo r m . Th e d o se w as 10m g p e r k iio b o d y w eig h t in 3 4 p a t ien t s, 12.5m g in 3 5 a n d 15m g ip 63 . Th e t o ler a n ce w as e xce lle n t in 4 3 .2 % o f t h o se t rea t ed , g o o d in 4 8 .5 % a nd sa t isf a ct o r y in 8 .3 %. Th e m o st f r eq u en t co m p la in t s w ere d izzin e ss a n d so m n o len ce w h ich a p p ea r so o n a f t e r in g est io n a n d w as t ra n sit o ry . La b o r a t o r y in vest ig a t io n s sh o w ed in a few p a t ien t s b ro m o su t p h a lein r et en t io n , ra ised t ransam inases o r b iiir u b in b u t in su f f icie n t to co n st it u t e h e p a t o xicit y .

Th e f o llo w -u p o f t h e p a t ien t s co n t in u e d f o r m o re t ha n 4 m o n t h s a n d co n sist e d o f f iv e o r m o re exa m in a t io n s b y a sed im en t a t io n m et h o d . A H t h e exa m in a t io n s w ere n eg a t ive in 2 0 (6 6 .6 6 % ) p a t ien t s w ho t o o k lOm g , in 13 (5 6 .5 2 % ) w ho t o o k 12.5m g a n d in 4 1 (8 9 .1 3 % ) w ho t o o k 15m g. Ex clu d in g ch ild r en o f iess t han 16 yea rs t he cu re ra t e rises t o 9 5 % a m on g p a t ien t s t rea t ed w it h 15m g.

REFERÊN CIA S B IB LIO G RÁ FICA S

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136 Rev. Soc. Bras. M ed. Trop. Maí-Jun/ 75

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Tabela  4 —  Eficácia  da oxam niquine oral  em  diferentes doses  no  t rat am ent o da  esquistossomose  mansoni.
Tabela  4 —  Eficácia  da oxam niquine oral  em diferent es doses  no  t rat am ent o da  esquistossomose  mansoni.

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