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Rev. Soc. Bras. Med. Trop. vol.19 número3

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Academic year: 2018

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Resenha Bibliográfica. Revista da Sociedade Brasileira de M edicina Tropical 19:201, Jul-Set, 1986

RESENHAS BIBLIOGRÁFICAS

Miocardiopatía Crônica Endêmica Rural Venezoiana. Chagásica? Monografia. Edi­

tado por D.N. Montero, Publicación de ia Gobernación dei Estado Mérida, Consejo de

Publicaciones, Universidad de Los Andes, Venezuela, 244 p., 1985.

A p u b licação em ap reço constitu i-se n u m a T ese de D o u to ra m e n to que sin tetiza os achados de um estu d o de 7 anos, co nduzidos pelo au to r sobre a epidem iolo gia clínica d a m io card io p atía crô n ica en­ dêm ica p rev alen te n a z o n a rural v enezuelana. E s­ pecificam ente, a m onografia trad u z um estu d o epide- miológico tran sv ersal, levado a efeito em várias loca­ lidades ru rais d a V enezuela, que an alisa a co rrelação entre a m io card io p atía crô n ica defin ida em bases eletrocard iográficas e a p resen ça de infecção ch ag á­ sica definida sorologicam ente f>elo te ste de hem agluti- n a ç ã o indireta.

O argum ento d o estu d o b aseia-se na hip ótese de que a m io card io p atía crô n ica ru ral v en ezu elan a e, p or ex ten são talvez a m esm a e n c o n trad a em outros países latin o -am erican o s, n ão seja de n atu reza ch ag ásica na grande m a io ria dos casos, m as sim devida a cau sas o u tras n ã o identificadas (p. ex., infecções virais, nutricionais, fam iliares e /o u genéticas). O au to r fun­ d am en ta su a hipótese no fato de que n ão encontrou evidência que relacio n asse seguram ente a infecção ch ag ásica crô n ica com a p resen ça de m io card io p atía d ita ch ag ásica, a ju lg a r pela análise de dados clínicos, epidem iológicos e anáto m o-patológicos existentes sobre as m esm as. A este resp eito m erece destaque a volum osa lite ra tu ra an a lisa d a (4 6 0 referências), sem d úvida rep re se n ta tiv a p a ra fu n d am en tar a hip ótese le vantada.

O s resu ltad o s o btidos com o estudo conduzid o em 4 8 7 indivíduos d em o n straram nitidam ente não h av er a sso ciação en tre infecção ch ag ásica e a car- d io m io p atia crô n ica en d êm ica das zonas ru rais vene­ zuelanas. A p rev alên cia de card io m io p atia expressa p o r um eletro card io g ram a indubitavelm ente anorm al foi de 1 2 ,3 % entre os indiv íd uos soro-positiv os e de 15 ,1 % en tre os soro-negativos p a ra a d o en ça de C hagas. A d em ais, a p rev alên cia de card io m io p atia foi m aio r n a faix a e tá ria de 15-2 4 anos, cujos indivíduos foram em su a m aio ria soro-negativos. Se n ão d escon­

certan tes, os dad o s ap resen tad o s pelo au to r são pelo m enos intrig antes e m ereced o res de profunda análise clínico-epid em iológica, n a m edida em que põem subjudice a asso ciação en tre infecção chagásica e card io m io p atia crônica tid a com o d ecorrente d a mes­ m a, am b as coincidentem ente prevalentes em áreas endêm icas p a ra o Trypanosoma cruzi.

P re c e itu a a b o a p raxe científica reconsiderar a veracidade de um fato, ain d a que dogm aticam ente aceito, desde que seja o m esm o co n testad o em bases claram en te fund am en tad as. Salvo m elhor ju ízo , p e r­ feita abordagem científica, ex p ressa num a esm erad a e cu id ad o sa análise clínico-epidem iológica e eletro- cardiográfica (co lab o raram um epidem iologista e um b io estatístico d a Jo h n s H opkins S chool o f H ygiene and P u b lic H e a lth ), foi a tô n ica d a m onografia do D r. D a rio M o n tero . A ssim , parece m ereced o ra de toda co n sid eração a p ro p o sta d o au to r, de revisão da hip ótese trad icio n al d a asso ciação entre infecção ch ag ásica e a card io m io p atia crônica subjacente.

Se tal pro p o sição pode ser válida p a ra a V e­ nezuela (considerando-se adem ais, a identificação de um a “ m io cardite crônica indiferenciada venezue- lensis” defin id a anátom o-patologicam ente) é, no m í­ nim o, d estitu íd a de q u alq u er ju stificativ a e fundam en­ to a ex trap o lação d a m esm a p a ra outros países latino- am ericanos.

N o B rasil, nenhum indício clínico-epidem ioló- gico sugere a ex istên cia de o u tra cardiom iopatia crô n ica congestiva endêm ica que não seja de fato ch ag ásica na quase to talid ad e dos indivíduos com sorologia positiva. A d em ais, nas áreas endêm icas p ara a d o en ça de C h ag as, os indivíduos com sorologia negativa têm prevalência quase nula de alterações eletrocardiográficas próprias de u m a cardiom iopatia congestiva. D esco n h ecem o s q uaisquer argum entos que possam co lo car em dúvida a estreita associação en co n trad as em indivíduos soro -positiv os e infecção ch ag ásica crônica em nosso país.

Luiz Ju n q u e ira Jr.

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