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JUSTIÇA FEDERAL

PODER JUDICIÁRIO

.JUSTIÇA FEDERAL

SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARÁ. - 2" VARA Processo n. 2636-54.2013.4.01.3900

Classe 7100 - Ação Civil Pública Requerente: Ministério Público Federal Requeridos: Instituto Proficiência e outros Juíza Federal: Hind. G. Kayath

DECISÃO

o

requerente objetiva provimento liminar antecipatório que determine ao INSTITUTO PROFICIÊNCIA a paralisação da divulgação de todo e qualquer anúncio publicitário oferecendo os cursos de graduação e pós-graduação lato

sensu em nível de especialização e strictu sensu, bem como a divulgação de que sejam

Instituição de Ensino Superior e que oferecem cursos reconhecidos pelo MEC, sobretudo pela." internet; e ainda: que o INSTITUTO PROFICIÊNCIA suspenda temporariamente" suas atividades referentes aos cursos ora questionados, nos termos do art. 56, VII do CDC, compelindo-o a imediata interrupção das matrículas nos cursos de graduação e pós-graduação lato sensu em nível de especialização e strictu SeJ1Slf, além de não iniciar as aulas dos referidos cursos sem o ato de credenciamento, autorização e reconhecimento junto ao MEC, conforme o caso.

Postula também que o INSTITUTO PROFICIÊNCIA seja compelido a divulgar nos seu site e em dois jornais de grande circulação no Estado do Pará, a existência da presente demanda contra si movida por este Ministério Público Federal e da decisão proferida pela Justiça Federal, com a indicação de seu objeto, bem como os motivos da presente demanda, às suas expensas.

Pede, ainda, que sejam suspensos os efeitos de qualquer contrato 1 Juizo Federal da 2" Vara (LLl Processo n"2636·54"~013A.Ol.31)OO

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firmado entre o CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS - ALFA e a FACULDADE UNISABER e/ou instituições credenciadas pelo MEC para o fim de diplomar seus alunos de "cursos livres", tendo em vista que o MEC já se manifestou no sentido da ilegalidade de tais instrumentos, bem assim, que o CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS - ALFA seja proibido de firmar qualquer novo contrato com a UNI SABER nesse sentido.

Por fim, requer que a FACULDADE UNISABER abstenha-se de firmar qualquer tipo de contrato/convênio com instituições não credenciadas pelo MEC, com o objetivo de, tão somente, diplomar os alunos destas instituições.

Com a inicial vieram os documentos de 11s.285/186. Brevemente relatados.

Passo à decisão.

Pois bem, em qualquer ação de conhecimento, a concessão de medidas liminares ou antecipatórias da tutela apresenta-se sempre com caráter excepcional, somente sendo cabíveis quando presentes seus requisitos autorizadores.

Com efeito, é assente que o ensino universitário, delegado à

iniciativa privada, há de preencher os requisitos estabelecidos no art. 209 da Constituição Federal, vale dizer, o cumprimento das normas de educação nacional, autorização e avaliação de qualidade pela Administração Pública.

Neste sentido, a Lei n. 9.394/1993 (Lei de Diretrizes e Bases da

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Educação Nacional), que regula o tema, em seu art. 7(\ fixa o seguinte, in verbis:

Art.

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ensino é livre à iniciativa privada. atendidas as seguintes

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condições:

I - cumprimento das normas gerais da educação nacional e do respectivo sistema de ensino:

Il - autorização defuncionamento e avaliação de qualidade pelo Poder Público;

III - capacidade de autofinanciamento, ressalvado o previsto 110 art. 2j3

da Constituição Federal. (sem gríjá /10 original).

No caso, por meio das informações divulgadas por meio do

endereço eletrônico http://dariopedrosa.com o MPF tomou conhecimento de que os

requeridos ALFA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS e INSTITUTO

PROFICIENCIA estariam divulgando "Listão de aprovados" em vestibular para os

cursos de Educação Física e Pedagogia, bem como abrindo inscrições para processo

seletivo dos cursos de Educação Física, História, Contabilidade, Psicologia, no intuito

de suprir a carência de ensino superior no interior do Estado do Pará, em especial, nos

municípios de Some e Muaná, localizados na ilha do Marajó (fls. 34/36). Em

decorrência, foi expedida a Recomendação n? 13/2012 - PRDC/PA (fls. 45/47).

Instado a manifestar-se o CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS

- ALFA informou que não é faculdade e não está credenciado no Ministério da

Educação, porém, pOSSUI programa de formação educacional à distância, nas

modalidades de graduação e pós- graduação, em parceria com outras instituições,

dentre as quais a UNISABER, também requerida (fls. 51/52).

A parceria entre o CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS

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.J JuiZDFederal da 2' Vara (LL) Processo n"2636-54.2013A .fJI.3lJOO

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ALFA e a FACULDADE UNI SABER ficou claramente definida no contrato firmado entre a UNI SABER e a ONO Integração do Cidadão à Cultura, à Natureza e à Arte -ICCNART, mantenedora do ALFA, cujo objeto é retratado da seguinte maneira (fls. 55/56):

"CLÁUSULA PRJAIElRA - Do Objeto

Opresente contrato tem por objeto a chancela dos certificados de

cursos de Pós-Graduação Lato Sensu (Especialização), cursos de

complementação pedagógica aplicada a portadores de diploma de

nível superior bem como cursos de graduação organizados e

geridos pelo PRI~fEIRO ACORDANTE [ALFA], os quais serão

chancelados pelo SEGUNDO ACORDANTE (...

r.

Pelas informações de fls. 58/83 a atuação da requerida ALFA se daria em "cursos de graduação e principalmente em ESPECIALIZAÇÕES E

PÓS-GRADUAÇÕES ATRAVÉS DE PARCERIAS PARA CERTIFICAÇÃO COM

FACULDADES RENOMADAS E RECONHECIDAS PELOMEC'.

Quanto ao INSTITUTO PROFICIÊNCIA, nas consultas realizadas em sua página eletrônica (www.iproficiencia.corn.br), colhidas em julho/2012 (fi. 164) verifica-se que, em relação ao ensino superior em grau de pós-graduação, eram oferecidos "cursos Lato Sensu na modalidade semi-presencial em parcerias com Instituições de Ensino Superior (IES) credenciadas pelo MEC que são responsáveis pelo currículo, pelo pedagógico e pela certificação dos acadêmicos matriculados de acordo com a Resolução CNE/CES 001 de 8 de junho de 2007 que regulamenta a

Pós-4 Juízo Federal da 2" Vara (LU PruC~S5[} n"2636-5.:J.21J13.4.IJ1.J900

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graduação Latu Sensu". Nesse contexto, o papel da demandada sena de mera intermediária de outras instituições autorizadas.

Porém, o ofício de fl. 121, informou que salas do colégio estadual de ensino médio Dr, Sérgio Mata estariam sendo cedidas para o INSTITUTO PROFICIÊNCIA para funcionamento de "cursos de caráter Livre de Educação Física e Pedagogia", no município de Muaná.

Em nova consulta, realizada em 13109/2012, a página eletrônica da requerida também demonstra sua parceria com a Faculdade UNI SABER e o oferecimento de cursos de mestrado e cursos livres para convalidação, dentre os quais foram listados, bacharelado em Administração, Educação Física e Ciências Contábeis, Licenciatura em Geografia, História c Pedagogia (fls. 129/131).

Por fim, os despachos de 11s.61/62 e fls. 113/114 demonstram que a requerida UNI SABER, bem como as demais instituições enumeradas como parceiras credenciadas pelo INSTITUTO PROFICIENCIA, não estaria autorizada para oferecer cursos fora de sua sede, tornando invalido qualquer curso á distância ofertado nestas condições.

Assim, nesta análise de cognição sumária, ficou satisfatoriamente demonstrado que nem o CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS -ALFA nem o INSTITUTO PROFICIÊNCIA estão autorizados pelo MEC a ministrar cursos de nível superior, muito embora tenham ofertado ao público tal formação especialmente pela

propaganda realizada pela internet.

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Apesar da correspondência oficial encaminhada pelas demandadas ao MPF ter a pretensão de descaracterizar a prática irregular (em tese, o CENTRO DE

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ESTUDOS AVANÇADOS - ALFA ofereceria apenas cursos livres e de capacitação e o INSTITUTO PROFICIÊNCIA seria apenas intermediário de outras instituições, estas sim autorizadas pelo MEC), a publicidade divulgada na internet, acima mencionada, contradiz veementemente as alegações das requeridas.

Ora, se o CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS - ALFA

pretendesse oferecer apenas cursos livres, como quer fazer crer na correspondência de fl. 106, não precisariam fazer referência na sua publicidade a parcerias com faculdades eventualmente aptas a expedir o diploma de graduação, menos ainda, precisaria firmar convênio com outra instituição de ensino para expedir diplomas aos seus discentes.

Com efeito, basta que se considere as disposições do contrato firmado entre a ALFA e a FACULDADE UNISABER para apreender que a primeira requerida assume, para si, a gestão dos cursos de graduação e pós-graduação, contrariando frontalmente sua própria alegação de que não é instituição de ensino superior e que oferece apenas cursos livres para os quais não necessita da autorização do MEC.

Quanto ao INSTITUTO PROFICIÊNCIA, ainda que se considere que seja, realmente, mero intermediador de cursos à distância oferecidos por instituições parceiras, dentre as quais, a requerida FACULDADE UNI SABER, para que estes cursos tivessem qualquer valia e pudessem proporcionar aos discentes o diploma de conclusão, seria necessário que tais entidades fossem autorizadas pelo MEC para oferecer ensino à distância. o que não é o caso, consoante despachos de fls.

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61/62 e 113/114.

.~"-Logo; visíveis são os gravames ao consumidor se as entidades continuarem a oferecer cursos à comunidade sem que obtenham a devida autorização

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do Poder Público, fato agravado quando se trata dos alunos matriculados, os quais além de eventual prejuízo financeiro, poderão ver frustradas suas expectativas da obtenção do grau superior ele ensino. Impõe-se, portanto, a suspensão temporária das atividades do INSTITUTO PROfICIÊNCIA referente aos cursos ora questionados, com fulcro no art. 56, VII do CDC1.

Quanto ao pedido relativo à divulgação da existência da presente demanda nos sites das instituições requeridas e em jornais de grande circulação, uma vez que ostenta natureza muito mais repressiva do que propriamente cautelar, não pode ser concedido sem a formação do contraditório e a garantia da ampla defesa constitucionalmente garantidos.

O pedido antecipatório, pois, merece deferimento parcial.

Isto posto, diante dos fatos e fundamentos expendidos, defiro em parte o pedido de concessão liminar para determinar:

a) ao INSTITUTO PROFICIÊNCIA que:

a.1.) paralise a divulgação de todo e qualquer anúncio publicitário oferecendo os cursos de graduação e pós-graduação lato sensu em nível de especialização, bem como a divulgação de que sejam Instituição de Ensino Superior e que oferece cursos reconhecidos pelo MEC, sobretudo na internet;

a.Z) suspenda as atividades referentes aos cursos ora questionados; a.3.) interrompa as matrículas nos cursos de graduação e pós-graduação lato sensu em nível de especialização, ou quaisquer outros assemelhados,

1 Art. 56. As ínlraçôcs das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas:

VII - suspensão temporária de atividade;

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além de não InICIar as aulas dos referidos cursos sem o ato de credenciamento, autorização e reconhecimento junto ao ME C, conforme o caso; e,

b) ao CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS - ALFA, que

suspendam-se os efeitos de qualquer contrato firmado entre este e a FACULDADE UNI SABER e/ou instituições credenciadas pelo MEC para o fim de diplomar seus alunos de "cursos livres", ficando ainda proibido de firmar qualquer novo contrato com a UNlSABER nesse sentido.

c) à FACULDADE UNISABER, que se abstenha de firmar qualquer tipo de contrato/convênio com instituições não credenciadas pelo MEC com o objetivo de apenas diplomar os alunos dessas instituições.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Citem-se. Belém (PA), ./

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de abril de 2013.

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HIND GHASSAN ]U J/1TH

Juíza Federal da ZiI Vara

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