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Barroco Simbolismo Cruz e Souza Modernismo 2ª fase Cecília Meireles Drummond

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Academic year: 2021

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O CÓDIGO DAS ÁGUAS

Lindolf Bell, Timbó, 1938

Gênero: Poesia lírica

34 poemas, divididos em cinco

partes: Poemas, Desterro,

Minifúndio, Poema do Andarilho,

Poemas Finais

Publicação 1984

Literatura Catarinense

(2)

Influências

Barroco – paradoxos, oxímoros e antíteses,

razão x emoção, material x imaterial,

Simbolismo, Cruz e Souza – sonoridade,

musicalidade, sinestesias, aliterações,

assonâncias, paronomásias, fluidez;

Modernismo – verso livre, liberdade formal,

concisão 2ª fase, Cecília Meireles – imagens

ligadas à fluidez água, mar, rio, musicalidade;

(3)

Pais lavradores: sua poesia apresenta o urbano e o campo.

 É a partir de Lindolf Bell que a poesia catarinense recupera o teor

de originalidade, legado por Cruz e Souza, e passa a sugerir

algo novo. Não dita normas para o fazer literário, não restringe o

campo de ação do poeta. Mas amplia, posto que, opondo-se a

algumas teorias estéticas das vanguardas de 50 e 60, pressupõe a permanência do vínculo entre o poeta e o seu poema. Exigindo do poeta a divulgação direta com o público, tornando-se um

intermediário vivo entre o poema e o seu consumidor, a poesia realimenta-se de suas atribuições originais de laudos e

desempenho social.

1964, Catequese Poética: possibilita a agregação de poetas das

mais variadas tendências, num convívio sem conflitos estéticos “...o lugar do poema deve ser onde possa inquietar”

Em O Código das Águas, 1984, afirma-se a trajetória

desempenhada pelo poeta enquanto peregrino em busca da poesia ideal (Andarilho). A palavra, aí, é o instrumento capaz de

apreender a essência do universo criado. O código das águas reelabora o ideário estético de Lindolf Bell, que tem a ver

unicamente com o fluir irredutível, ininterrupto e inclassificável de sua poesia - águas - insubmissa a códigos, exceto o das águas, cuja, codificação nega a si mesmo, exigindo-se a mutabilidade, o dinamismo constante.

(4)

Análise da Obra

O Código das Águas é uma poesia que celebra o

refazer-se, a mudança, a transição e o

caráter transitório de tudo pela 'palavra/

quem em breve/ será a palavra dentro em

breve./ A palavra/ que se reveste de linho real/ na linha real da vida:/ enfermidade, /

efemeridade'.

O título da obra fala de uma

impossibilidade, uma contradição: suas águas

são aquelas do rio heraclitiano, puro movimento, irrepetíveis. Portanto, impossíveis de serem

codificadas, pois um código é sempre forma, constância, conjunto de regras e padrões

estáveis.

 Em seus primeiros livros, Bell apresentava-se

como poeta que denunciava a perda de laços

de fraternidade e de densidade humanística

(5)

Uma característica deste livro em contraste com

os dois anteriores, é a sua descontinuidade

aparente. As Annamarias e As Vivências Elementares

são quase um poema só, divido em partes, algo como variações sobre o mesmo tema. Aqui, não: temos

partes bem distintas, coexistindo poemas,

enfermidade, efemeridade, com outros lineares e despojados, parecendo até uma abdicação do uso de determinados recursos poéticos. E outros,

ainda, que se caracterizam pela brevidade e concisão, como na série Minifúndios.

 Ou seja, onde seus dois livros anteriores têm uma

estrutura fechada, quase com começo, meio e fim,

desta vez temos uma obra que, mesmo conservando

sua unidade, também apresenta algo de incluso e aberto - justamente por registrar uma passagem, um processo de transformação.

O Código das Águas é poesia em movimento e

este movimento é ultrapassar-se, ir além. E,

(6)

Alguns textos remetem igualmente ao não mais

existente e ao imemorial, como o Inseto de Lagoa

Santa, ou o índio do veemente Poema para o Índio Xokleng, que 'emudeceu entre castanhas, bagas e conchas/ de seus colares de festa'.

A linguagem para falar do imemorial e do anterior

à memória também é outra: requer uma palavra anterior à palavra. Este é um tema constante, que atravessa o livro: 'Não é a palavra fácil/ que

procuro./ .../ Procuro a palavra fóssil./ A palavra antes da palavra./ .../ Esta que me antecede / e se antecede na aurora/ e na origem do homem'. Por isso, 'procuro desenhos/ dentro da palavra./.../Sinais,

vendavais,silêncios./ Na palavra enigmam restos,

rastros de animais,/ minerais da insensatez'. Não mais 'mero esboço de um desenho inacabado de homem,/ inadequado, por certo, na forma de chegar e falar / das coisas do mundo e de mim'.

Busca-se, portanto, a escrita primordial, rastro e

inscrição e ao mesmo tempo, movimento: 'Entendi

(7)

Há passagens que são verdadeiras profissões de fé

ou declarações de princípios poéticos, que, na sua

visão da escrita, como se despojar e deixar de ser,

aproximam-se do que Elliot diz nos Quatro Quartetos: 'Para possuíres o que não possuís / Deves seguir pelo caminho da despossessão./ Para chegares ao que não és / Deves seguir pelo caminho onde não estás. / E o que não sabes é a única coisa que sabes / E o que

possuis é o que não possuis / E onde estás é onde não estás'.

A trajetória de Bell é um caminho na direção de um

território insondável, ' a face inversa da luz / onde

me extravio / e não cessarei jamais. / Pois menor que meu sonho / não posso ser'. Isto implica viver o

'Desterro. Desterra./ ali se resume a vida. / e nada é em vão./ Ainda que pareça o contrário'. Percebe-se, lendo O Código das Águas, como Lindolf Bell sabe que o caminho da poesia é um caminho da perda,

percorrendo o avesso e a negação da realidade

instituída e aceita. Sua poesia trilha o caminho da

Referências

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