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novos desafios urbanos E01.INTERPRETAÇÃO _Caminhos Catarina Ferreira, Daniel Vilão, Guilherme Saad, Solange Jordão, 98729

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Academic year: 2021

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novos desafios urbanos

E01.INTERPRETAÇÃO

_Caminhos

Catarina Ferreira, 98503 Daniel Vilão, 98731 Guilherme Saad, 98696 Solange Jordão, 98729

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01.

Introdução e Metodologia

Um primeiro olhar sobre o tema em análise – Caminhos – traduz-se numa reflexão que diz que os “Caminhos levam alguém de um local de partida para um local de chegada”. Esse foi o mote para a formulação do presente estudo.

Como resultado da primeira aproximação com o objeto de estudo, analisou-se o sistema viário com o foco na sua dinâmica de circulação e acessos “a lugares”, observando dois contextos distintos, embora sinérgicos, relacionando o tema em estudo – caminhos – e os usos e ocupações do solo na sua envolvente: um contexto de trilhos ligados às práticas de turismo, lazer e desporto nas áreas de Costa (Cabo Espichel, praias e pontos de observação) e outro contexto de “interior” relacionando o tema em estudo com o uso urbano e edificado. Assim, no segundo olhar sobre o tema, observou-se que o caminho, para além da função de circulação, representa uma estrutura que (re)cria diferentes espaços ao longo das vias (e na sua envolvente) e, por outro lado, tais tipologias de usos e ocupações têm reflexos diretos na composição, forma, estrutura e potencial acessibilidade dos caminhos.

Numa visão mais aproximada da área em estudo, e passando para uma análise em Amostra, procurou-se representar a relação da via principal (EN379) com a atual configuração da ocupação urbana e do edificado, identificando o papel determinante da estrada no crescimento extensivo disperso ou fragmentado, a partir da dinâmica de novos tecidos urbanos de modo individualizado ou celular, ou seja, pedaços de tecido desagregados do sistema urbano mais global, acabando por ter como único referencial de união a própria estrada (Leite, 2013). Segundo Domingues (2010), a estrada é “desde sempre um gerador de urbanidade… tudo o que se instala nesse canal constitui uma lógica de urbanização e não a sua perversão” e, assim, tal urbanização de vastos territórios despovoados impulsionados pelos caminhos refletem-se diretamente em novas construções, novos modos de vida e novas marcas que são elementos de uma nova realidade (Domingues, 2012).

As Amostras 1 e 3 analisadas na proximidade da Costa, como mencionado, representam um contexto diferente da relação do caminho associado às ocupações urbanas e edificados, verificando-se a existência de uma rede de caminhos e trilhos que sustentam lugares de interesse turístico (Cabo Espichel, miradouros e praias), espaços esses aos quais passa a ser atribuída uma representação mais estética e lúdica que geram novos usos e produtos associados ao turismo e aos lazeres representam uma oportunidade para a revitalização destes territórios (Alves, 2014). Observou-se nestas amostras que os acessos aos monumentos culturais e naturais de grande visitação ocorre a partir da transição da via principal e de distribuição (N379 e Rua 25 de Abril, respetivamente) para uma densa e complexa rede de trilhos (pedonais/veículos) que partem de Espaços de Transição – parques de estacionamento de veículos – que desempenham uma função de ponto de ligação entre o sistema viário e os trilhos.

Um olhar sobre a forma e composição dos caminhos que (re)cortam áreas costeiras indica que, possivelmente, esse labirinto de redes de trilhos é constantemente

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ampliado e transformado como reflexo dos chamados “caminhos de desejo” dos visitantes (para acesso às praias, novas rotas “exploratórias” ou uma posição “privilegiada” de novos pontos de observação da paisagem local), onde determinados fatores naturais (como predomínio de uma vegetação rasteira, novos canais de drenagem de água e intensos ventos costeiros) contribuem e facilitam para a abertura de novos caminhos.

O resultado interpretativo, portanto, mostra que o Caminho, para além da sua funcionalidade de “ligar um local ao outro”, possui um papel fundamental na forma e composição do uso e ocupação dos espaços rurais, seja promovendo novas dinâmicas de urbanização, fortemente marcadas pela dispersão e fragmentação desagregada de um sistema urbano mais global, ou promovendo novos produtos associados ao turismo e ao lazer, podendo representar uma oportunidade para a revitalização destes territórios.

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fig. 01 Planalto do Cabo Espichel: satélite. 1:25.000 [páginas anteriores] fig. 02 Planalto do Cabo Espichel: planimetria. 1:25.000 [páginas anteriores]

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02.

Metodologia

Primeiramente, e numa escala 1:25 000, foi importante localizar o sistema rodoviário do território em estudo, composto por Vias Principais, Vias Secundárias, Vias de Distribuição Local e Trilhos.

De seguida realizou-se o levantamento dos locais que, potencialmente, geram interesse e fazem com que a rede de caminhos leve a população até lá, como são exemplo os monumentos, as praias, os locais de observação da paisagem, ou mesmo locais de lazer e de prática desportiva. Pela fisionomia do terreno em estudo, e pela diversidade de pequenos caminhos que apenas podem ser percorridos a pé, ou utilizando bicicletas ou motas, foi importante referenciar os Espaços de Transição, estes que servem de local para a alteração do meio de locomoção dos visitantes, por exemplo que estacionam o seu veículo e posteriormente farão uma caminhada pelas arribas.

Por fim, e numa escala mais micro, 1:5 000, analisaram-se 4 amostras da área em estudo, tando de cariz mais residencial (aglomerados urbanos) como lúdico (junto à costa), sendo esta uma análise mais fina e detalhada ao nível da dimensão dos caminhos e da matéria que os compõe.

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03.

A Amostra 1

A Amostra 1 corresponde a uma área com uma extensa demarcação de linha de costa, rica em paisagens naturais, em simbiose com uma enorme densidade de caminhos numa área relativamente pequena. Muitos destes caminhos enquadram-se no conceito de «caminhos do deenquadram-sejo», correspondendo a atalhos e trilhas pedestres que encurtam distâncias em relação a edifícios, mas principalmente em relação aos inúmeros locais de observação. A área é bastante rica nestes locais, onde se contempla a beleza natural da relação entre a terra e o mar, a altitudes superiores a 120m.

Dado o imaculado estado desta área, com rara presença de edificado, excetuando o Farol do Cabo Espichel – que constitui um relevante monumento nacional, contemplado no Sistema de Informação para o Património Arquitetónico com o número de registo IPA.00016891 na respetiva plataforma – é possível ver até traços naturais dos elementos meteorológicos, tais como pequenos ravinamentos na vegetação e no solo, moldados pelo vento e escoamento de águas, que aos olhares menos atentos podem ser confundidos com trilhas pedestres mais estreitas. Não existem neste local paragens de autocarro nem locais dedicados ao estacionamento de automóveis, sendo as áreas de transição relativamente bruscas, aproveitando-se interstícios entre edifícios e vias mais largas ou redundantes para a transição do meio de transporte motorizado para o pedestre. Quase todas as vias são não-asfaltadas, sendo apenas o eixo W-E que serve o Farol do Cabo Espichel e o liga à N379 asfaltado, com áreas intercaladas em macadame e em mau estado de conservação.

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fig. 05 Arriba junto ao Cabo Espichel (Fonte: David Caretas Photography)

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04.

A Amostra 2

Olhando para a área de estudo num todo, entendemos que os pequenos aglomerados urbanos se centram em torno da EN379. Nesta 2ª Amostra representamos o Aglomerado Urbano da Aldeia Nova que se foi desenvolvendo em torno das vias principais, resultando numa urbanização mais dispersa.

Nesta escala (1:5 000) foi possível dimensionar as vias, e entende-se que é a via principal (Av. 25 de Abril) que tem maior largura, e desta desenvolvem-se novas vias, de menor largura, que fazem a distribuição local do trânsito, e dão acesso às residências.

Foi também possível verificar que os passeios para os peões são inexistentes, sendo apenas bermas em terra batida na continuação da estrada asfaltada (fig. 9) o que dificulta a vida quotidiana dos peões que residem na Aldeia Nova, e que faz com que os caminhos principais percam interesse enquanto local de passeio, e sejam mais destinados à circulação automóvel.

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fig. 9 Av. 25 de Abril com vislumbre do Moinho do Outeiro (Fonte: Google Maps – Street View)

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05.

A Amostra 3

A Amostra 3, no seguimento da amostra anterior, foi selecionada de forma a ilustrar não só a importância da via principal no contexto da área em estudo, mas também pela sua densidade de edificado, sendo uma das áreas com mais edificação do presente estudo.

Verifica-se também que é nas imediações das vias asfaltadas que se encontra a maioria das edificações, na sua maioria de cariz residencial, e as vias não asfaltadas geralmente são de ligação entre a via principal e as residências, correspondendo a caminhos privados, mas também caminhos de ligação a locais de observação da paisagem.

Muitos desses caminhos de acesso residencial são o resultado de terrenos que anteriormente serviam de produção agrícola familiar e que atualmente o “transformaram” em residência familiar.

Por fim, salientamos que os lotes desta área de estudo são de uma dimensão relativamente superior à do edificado, sendo estes lotes aproveitados tanto para residir como para aproveitamento agrícola (hortas familiares).

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fig. 13 Cruzamento de Vias (Fonte: Google Maps – Street View)

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06.

A Amostra 4

A Amostra 4 representa um olhar sobre os caminhos localizados na área costeira a norte do Cabo Espichel, predominantemente marcados pelas práticas de turismo, lazer e desporto associadas aos trilhos, locais de observação da paisagem (miradouros) e praias.

Procurou-se ilustrar a complexa e labiríntica rede de trilhos (tanto pedonais como e de veículos) que sustentam lugares de interesse turístico no território em estudo. De forma bastante expressiva, é possível observar a transição da via principal asfaltada (Rua 25 de Abril) para uma densa rede de trilhos, conectada pelo parque de estacionamento. A interpretação destacou ainda a complexa forma e composição da rede de caminhos, altamente conectada e com pequenas áreas de estacionamento nas principais conexões destes para servir de apoio e acesso aos trilhos pedonais que levam os visitantes a praias e locais de observação da Falésia do Espichel.

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fig. 20 Acesso à Praia da Foz (Fonte: Google Earth)

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07.

Referências Bibliográficas

ALVES, L. R. S. (2014). Processos de mudança, turismo e desenvolvimento rural. Dissertação de Mestrado em Geografia Humana – Ordenamento do Território e Desenvolvimento apresentado à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Retirado de https://bit.ly/3v1mjrY

DOMINGUES, A. (2010). A Rua da Estrada. Cidades - Comunidades e Territórios, n°20/21, pp. 59-67. Instituto Universitário de Lisboa.

DOMINGUES, A. (2012). Vida no campo. 1ª ed. Equações da Arquitetura. Editora Dafne. Porto.

LEITE, J. S. (2013). Estrada comercial, conceito, morfologia e tipo. Revista Iberoamericana de Urbanismo, n° 9. Universitat Politècnica de Catalunya. Retirado

de https://bit.ly/3szRUPT

LEITE, J. S. & AMADO, A. (2010). A Rua como elemento urbano estruturante na

génese da cidade portuguesa. Projeto de Investigação: A Rua em Portugal –

Inventário Morfológico. Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa. Lisboa. Retirado de https://bit.ly/3n5i7VoXXX

Referências

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