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MODELAGEM E SIMULAÇÃO DO FENÔMENO DE ENDURECIMENTO POR PRECIPITAÇÃO EM BARRAS DE ALUMÍNIO

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MODELAGEM E SIMULAÇÃO DO FENÔMENO DE

ENDURECIMENTO

POR PRECIPITAÇÃO EM BARRAS DE

ALUMÍNIO

Abstract

The present work is concerned with the modeling of the coupling between the aging hardening phenomenon and the elasto-plastic behavior in aluminium bars. Such a microstructural process, caused by the diffusion of precipitates in the solid matrix, has a very strong influence on the yield stress, affecting the hardening behavior. The plastic deformation,on the other side,affects thevelocityof precipitation (aging).The coupling between these phenomena is described through a constitutive theoryinwhich an additional variable, related with the parcel of the isotropic hardening caused by aging, is introduced. To check the potentiality of the proposed theory, examples concerning 2024 aluminium bars are presented and analyzed.,showing a good agreement between experiments and model prevision. .

Keywords

Elasto-plasticity,aluminium-copper alloys, age hardening,precipitation hardening

1.INTRODUÇÃO

Segundo Krempl (1979) o envelhecimento pode ser definido como a modificação da

microestrutura de um material tal que, um mesmo carregamento aplicado no mesmo ambiente

mas em diferentes instantes resulte em respostas mecânicas diferentes.

No caso de algumas ligas de alumínio, o endurecimento causado pela difusão de

precipitados na matriz sólida pode ser considerado como uma forma de envelhecimento. Neste

trabalho, apresenta-se um modelo para o fenômeno de endurecimento por precipitação em

barras. de alumínio. Nele são desenvolvidas equações constitutivas elasto-plásticas para ligas metálicas que envelhecem devido à difusão de precipitados na rede cristalina. Este tipo de fenômeno pode ser causado por diferentes fatores como, por exemplo, a ação de algum tipo de radiação ou devido a algum tratamento térmico.

Tradicionalmente, o envelhecimento tem sido tratado de forma muito simplificada,

adaptando-se equações constitutivas para a elastoplasticidade apenas considerando

empiricamente as constantes mecânicas como função do tempo. Isto não permite uma

modelagem perfeita, uma vez que o acoplamento entre os diversos mecanismos atuantes

(2)

.., MODELAGEM E SIMULAÇÃO DO FENÔMENO DE ...

estas limitações foi dado em Costa Mattos e Marquis (1988, 1989). No entanto, apenas

simulações com comportamento elasto-viscoplástico, pouco realistas no caso de ligas de

alumínio a temperatura ambiente, foram realizadas.

Os mecanismos de precipitação sólida em algumas ligas metálicas podem ser ativados pela ação de algum tipo de radiação ou através de uma têmpera rápida. Estudos realizados em

barras constituídas por uma liga alumínio-cobre 2024, submetidas a tratamento térmico de

dissolução seguido de têmpera em água (Marquis, 1987), mostram uma difusão do cobre, sob

diferentes formas, na matriz de alumínio. A formação de precipitados (zonas de

Guinier-Preston) resultantes dessa difusão têm forte influência no comportamento macroscópico. Esta

alteração da estrutura cristalina causa um endurecimento do material sem afetar suas

propriedades elásticas (módulo de Young e coeficiente de Poisson). Este endurecimento afeta

o comportamento plástico da barra e a plastificação, por sua vez, influencia a cinética de

transformação, acelerando ou retardando a precipitação. Portanto, diferentes curvas tensão

-deformação podem ser obtidas dependendo do instante inicial do teste de tração. Diferentes velocidades de envelhecimento serão obtidas dependendo da história da deformação plástica. 2. MODELO SEM ENVELHECIMENTO

Inicialmente será apresentado, sem detalhes, um conjunto de equações constitutivas

que descrevem adequadamente o comportamento elasto-plástico de ligas metálicas a

temperatura ambiente. Seja uma barra de comprimento L e seção transversal A com

a

=

F / A

e E

=

&/

L. As equações a seguir foram propostas por Marquis (1978) e estão discutidas, em

detalhes em Lemaitre e Chaboche (1992).

(1) (2.a) (2.b) (2.c) p";2O,

f

=

I

a - Xl-

Y::;

O

,

p

f

=

O (2.d) {1

se

a

-

x

";2 O

S

=

'

g -1

,

se a

-x::

;

O (2.e) ( )('1p)

onde <p(p)=<Poo

+

1- <Poo ,com, E, a, <P00' 11, VI, V2,

a

y sendo constantes

características do material e Sgcaracteriza se o carregamento é trativo ou compressivo. Para a

liga de alumínio considerada neste trabalho tem-se:

E = 72.5 GPa a=140.4 GPa VI = 40.5 MPa V2= 5

(3)

MODELAGEM E SIMULAÇÃO DO FENÔMENO DE ...

O"y=76MPa 11 =12 <1'00 =0.81

As técnicas para identificação destas constantes podem ser encontradas em Lemaitre e

Chaboche (1992). A equação (1) é a tradicional relação tensão-deformação elástica e as

equações (2) são chamadas de lei de evolução. Ep é a deformação plástica, p é a deformação

plástica acumulada, X e Y são chamados, respectivamente, de endurecimento cinemático e de

endurecimento isotrópico e são definidos da seguinte maneira: Sejam

0":

e O"~,a cada instante,

respectivamente os limites de elasticidade a tração e a compressão (ambos considerados

positivos) da barra. O endurecimento cinemático X corresponde a coordenada central da

região elástica EL(t) definida como o conjunto das tensões O"tais que -O"~(t) < O"< O":(t). O

endurecimento isotrópico Y num dado instante t, corresponde a metade do tamanho da região EL(t) • at _ aO X=_e __ e 2 (3.a) d+ac y=_e __ e 2 (3.b)

Na ausência de plastificação (EP

=

P

=

O) tem-se que X =

°

e Y = O"y.

O

processo de

plastificação altera o endurecimento, causando um aumento da região elástica (aumento de Y)

e induzindo uma anisotropia (variação de X correspondendo a translação da região elástica).

3. INFLUÊNCIA DO ENVELHECIMENTO NAS VARIÁVEIS X e Y

Testes foram realizados em barras de alumínio constituídas de uma liga de alumínio

com a seguinte composição química percentual (Costa Mattos, 1988).

Tabela 1: Composição química percentual

Fe Si Cu Mg Mn Zn Cr

0,25 0,49 4,07 0,72 0,60 0,07 0,04

e submetidas ao seguinte tratamento térmico - aquecimento de uma hora à 500°C seguido de

uma têmpera em água. A precipitação, principalmente de Al-Cu, sob a forma de zonas de

Guinier Preston, causa um endurecimento do material. Observa-se que o endurecimento

isotrópico Y é bastante afetado, evoluindo do valor de 76 MPa logo após a têmpera até o valor

limite de 210 MPa em 48 horas. O endurecimento cinemático X, entretanto, não é

praticamente afetado. Como existe uma contribuição Yp para a variável Y devida a

plastificação (endurecimento isotrópico induzido pela plastificação) e uma contribuição YE

devida ao envelhecimento (endurecimento isotrópico devido a precipitação sólida), Y pode ser

escrito na forma:

(4. a) (4.b)

(4)

MODELAGEM E SIMULAÇÃO DO FENÔMENO DE ...

A expressão (4.b) para Ypé obtida resolvendo-se analiticamente a equação (2.c). Resta

definir uma lei de evolução para YE. Caso não haja evolução no tempo da deformação plástica,

não haverá evolução da parcela Yp . Quando a barra é submetida a uma deformação plástica

rápida logo após a têmpera, e definindo-se este instante como o instante t = O, a evolução da

parcela YE é afetada (tanto na sua velocidade bem como no seu valor limite ou de saturação,

que é sempre mais baixo, ver a figura 1). O valor máximo possível de YE (valor de saturação

obtido num processo de envelhecimento sem nenhuma deformação plástica presente) será

notado c.

Figura 1-Evolução de Ye para diferentes valores da deformação plástica inicial.

Curva 1:

e

P (t =0) = O

Curva 2:eP (t =0) = 0.05

Curva 3:eP (t =0) = 0.1

Para se propor uma lei de evolução para a variável YEem função das demais variáveis

do problema , é conveniente fazer uma mudança de variáveis introduzindo-se uma variável

auxiliar (e) tal que O ~ e ~ 1 e definida da seguinte forma:

(4.c)

O endurecimento assim como a plastificação causam um aumento no valor de Y,

afetando, consequentemente, o tamanho a região elástica .

(5)

MODELAGEM E SIMULAÇÃO DO FENÔMENO DE ...

Este trabalho restringe-se aos casos de ensaios de tração monótonos. Nestes casos, a deformação plástica acumulada p coincide com a deformação plástica

e" (e"

= p, \j t). Para simplificar a notação, será usado o símbolo p no lugar de

e"

,

Baseado em observações experimentais propõe-se a seguinte lei de evolução para e :

e(t=O)=O com (5. a)

v

F(P)=

-

(

-

)

e

oo p (5.b) eoo =A+(1-A)exp (-kp) (5.c)

Na equação (5.a) usou-se a seguinte notação: (x)

=

max{O,x}. Para o uso da lei de evolução (5.a), é necessário identificar as constantes V, A e k ..

No instante inicial t=O, tem-se p=po e, de (5.a) segue que

(6)

então V é a derivada da variável (e) no instante inicial.

Para um dado valor inicial

Pe

da deformação plástica e supondo-se que ela não evolui no tempo (p

=

O, \j t), a equação (5.a) se reduz a

e(t = 0)

=

O

(7)

Cuja solução analítica é:

(8)

eoo(po) é o valor de saturação de (e) para uma deformação plástica inicial

Pe

.

Isto é, a variável (e) aumenta até atingir o valor de saturação e00

(p o)

quando

e

= O.

As constantes A e k na equação (5.c) podem ser identificadas medindo-se o valor de saturação de (e) em ensaios de envelhecimento com diferentes deformações plásticas iniciais (ver a figura 2)

(9)

(6)

MODELAGEM E SIMULAÇÃO DO FENÔMENO DE ... de<X) -=-(l-A)K dp (10) 0.8 0.9 0.7 0.6 A 0.5 -

-=..':":'

..':":'

..-:-:

..'":":

..".,-.,....,

---~

0.4 0.3 0.2 0.1 0~----~---4---+---~---4---+---~----~1 O 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4

p

Figura 2- Variação de e; em relação ao aumento de plasticidade

4. COMPARAÇÃO DO MODELO COM ENSAIOS EXPERIMENTAIS

Foram realizados ensaios em barras de alumínio- cobre 2024 (Marquis, 1987).

As figuras a seguir mostram a comparação entre curvas experimentais e analíticas, utilizando as equações do modelo para um intervalo de 8 horas.

A figura 3 apresenta o caso quando a barra sofre uma deformação pláastica inicial de 0.05. A figura 4 apresenta o caso quando a deformação plástica inicial é de 0.01. A curva contínua representa a predição do modelo e os pontos representam o resultado experimental.

Foram considerados os seguintes valores para as constantes utilizadas no modelo:

A=0.5

V

=

O

260

h-l

K=30 c= 130Mpa

5. CONCLUSÃO

Foi apresentado um modelo macroscopico para descrever o acoplamento entre o endurecimento por precipitação (envelhecimento) e a plastificação em barras de alumínio. Ele descreve adequadamente o efeito de uma deformação plástica inicial na cinética de

transformação. O resultado da comparação do modelo com experimentos é bastante

satisfatório, mostrando que, quanto maior a deformação plástica inicial, maior será o valor da parcela Yp e menor o valor da parcela YE devida ao envelhecimento. Consequentemente o valor de saturação da variável (e), que está associada com a densidade máxima de precipitados na matriz sólida, também será menor.

(7)

MODELAGEM ESIMULAÇÃO DO FENÔMENO DE ... 0.6

e 0.5 004 0.3 0.2 0.1 7 T(H)

Figura 3- Evolução de e para uma defo

r

mação inicial

p=O.05.

0.6

e

0.5 004 0.3 2 3 4 5 6 7 8

T(H)

Figura 4- Evolução de e para uma deformação inicial

p=O. 1

(8)

MODELAGEM E SIMULAÇÃO DO FENÔMENO DE ...

6. BmLIOGRAFIA

COSTA MATTOS, H,

Uma

Contribuição

à

Formulação

Termodinâmica da

Elastoplasticidade e da Viscoplasticidade,

Tese de Doutorado, Dept" de Engenharia Mecânica, Puc-Rio, agosto de 1988.

KREMPL E.,

Viscoplasticity based on total strain

.

The modeling of creep with special

considerations ofinitial strain and aging,

Journal ofEng. Mat. and Tech., vol. 101, 1979.

LEMAITRE J., CHABOCHE J.L.

Mécanique des materiaux Solides.

Dunod, 1992

MARQUIS, D., Modelisation et Identification de l'Ecrouissage Anisotrope des Métaux, These de Troisieme Cycle, Universidade de Paris 6, France. 1978

MARQUIS, D.,

lnjluence du Vieillissement sur le Comportement et L 'endommagement en

Fatigue

des Metaux,

Relatório interno do Laboratoire de Mécanique et Technologie,

Universidade Pierre et Marie Curie, ENSET -Cachan, 1987

MARQUIS, D., COSTA MATTOS, H,

Modelling of the lnelastic Behaviour

of

Aging,

Anais

do 5o simpósio Brasileiro sobre Tubulações e Vasos de Pressão, 1988.

MARQUIS, D., COSTA MATTOS, H,

Modélisation du couplage entre Ia plasticité et le

Vieillissement des Matériaux Metalliques,

c.R. Acad. Sei. Paris,.t.308, Série 11,p. 1113-1118, 1989.

Metais Handbook, Properties and Selection ofMetals,

Vol1,1975

Referências

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